Terceira Civilização - Edição 576 - 13/08/2016 - pág.
46 - Estudo
Terceira Civilização - Estudo
[43] O Rico Sudatta
Trecho da carta
O Rico Sudatta
Ensinarei ao senhor como se tornar um buda
com facilidade. Ensinar algo a outra pessoa é
como lubrificar as rodas de uma carruagem a
fim de que girem, ainda que esta seja pesada, ou
como colocar um barco na água para que
navegue sem dificuldade. A maneira para se
tornar um buda facilmente não tem nada de
especial. É como dar água a um sedento em
época de seca ou como acender fogo para
alguém que está morrendo de frio; também é
como dar algo único a outra pessoa ou fazer
uma doação ainda que ao custo da própria vida.
(...)
Assim como o macaco se assemelha ao homem,
e o bolinho de arroz parece a Lua, o senhor já é
como o devoto do Sutra do Lótus. E por ter
protegido meus seguidores de Atsuhara com
tanta sinceridade, para o povo deste país o
senhor é como Masakado da era Shohei ou
como Sadato da era Tengi. E a única razão é que
tem dedicado sua vida ao Sutra do Lótus. Para
as divindades celestiais, não é de forma alguma
um homem que traiu seu senhor feudal. Além
disso, por seu pequeno vilarejo ter sido
submetido a pesados tributos destinados a
negócios do governo, o senhor nem sequer tem
um cavalo para montar como deveria, nem sua
esposa e seus filhos têm roupas apropriadas.
Mesmo em meio a tais circunstâncias, o senhor
se preocupa com o devoto do Sutra do Lótus,
que possa ter sido sitiado pela neve no meio das
montanhas e privado de alimentos, e me envia
um oferecimento de mil moedas; com tal atitude,
o senhor se assemelha à mulher pobre, que
ofereceu a um monge mendicante a única
vestimenta que ela e o marido usavam, ou como
Rida, que ofereceu a um pratyekabuddha o milho
cozido de sua tigela. Que admirável, que nobre!
(WND, v. I, p. 1086–1087)
Transmitir esperança, coragem
e inspiração a cada pessoa
Explanação do presidente da SGI, Dr.
Daisaku Ikeda
Quando meu mestre, segundo presidente
da Soka Gakkai, Josei Toda, conversava
com os jovens, costumava partilhar seus
conhecimentos sobre vários
acontecimentos da história e destacar a
importância de cultivar “valores humanos”1
para o futuro do kosen-rufu.
Ele observou que, em alguns períodos da
história, a ausência de valores humanos
levou ao colapso um país ou civilização,
enquanto em outros a presença de muitos
deles criou uma era de prosperidade e
crescimento. Ele também apontou crises
específicas que foram ultrapassadas por
causa dos valores humanos.
E enfatizou: “O grande empreendimento do
kosen-rufu exige renovada paixão e
energia compatíveis com a nova era! É
essencial, portanto, que os jovens entrem
em ação. Precisamos acreditar na força
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 1.

dos jovens”.
Há sessenta anos, Toda sensei me
nomeou, quando eu estava com 25 anos
na época, responsável pela Divisão
Masculina de Jovens do Primeiro Distrito
no início de janeiro de 1953. Essa foi a
verdadeira partida para alcançar o objetivo
do meu mestre de chegar a 750 mil
famílias associadas.
“Meu mestre está orando e aguardando
um fluxo constante de autênticos
discípulos surgir”, disse a mim mesmo, e
jurei: “Convocarei uma legião de tais jovens
discípulos e os reunirei diante do mestre”.
A Divisão Masculina de Jovens do Primeiro
Distrito que eu liderava começou com
apenas 337 membros. Até o final do ano
tinha triplicado, alcançando mais de mil
membros.
Desde o momento da minha nomeação, eu
me concentrei intensamente na busca por
valores humanos dentro da organização
que poderiam desempenhar papel de
liderança em nosso movimento. Ou
melhor, aos meus olhos, todos os
membros brilhavam como potenciais
valores humanos do futuro.
Compartilhar sofrimentos e
batalhas
É por essa razão que, num esforço para
conhecer cada integrante da Divisão
Masculina de Jovens, eu encontrava
tempo não apenas para falar com eles
antes e depois das reuniões, mas também
para visitá-los ou encontrá-los
pessoalmente e ouvir o que tinham a dizer.
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Quanto mais os conhecia, mais
profundamente orava para que eu fosse
capaz de ajudá-los a se desenvolverem
como valores humanos para o kosen-rufu e
criassem uma forte ligação com o mestre,
presidente Josei Toda. Às vezes eu ia para
a casa de banho comunitário com eles,
convidava-os a irem à minha casa,
ouvíamos músicas e conversávamos
durante as refeições que fazíamos juntos.
Esses dias estão guardados comigo como
carinhosas lembranças.
Sempre dei o meu melhor. Dedicava-me
de corpo e alma para incentivar
sinceramente a pessoa que estava bem
diante de mim.
Compartilhávamos nossos sofrimentos e
orávamos juntos. Propagamos os
ensinamentos de Nichiren Daishonin e
lutamos lado a lado pelo kosen-rufu.
A possibilidade de estabelecer a harmonia
na família, o kosen-rufu na comunidade
local e a paz no mundo começa a partir de
uma pessoa que se levanta com
esperança e coragem. Essa é uma fórmula
imutável. O sucesso do desenvolvimento e
da prosperidade será encontrado onde se
criar valores humanos — esse é um
princípio eterno.
Nesta explanação, vamos discutir o escrito
de Nichiren Daishonin O Rico Sudatta, que
foi endereçado a seu jovem discípulo
Nanjo Tokimitsu.2 Vamos estudar o espírito
de Daishonin de criar valores humanos de
modo que surjam sucessivos “Nanjo
Tokimitsu” de nossa localidade.
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 2.

Incentivo ao discípulo que luta em
meio à adversidade
Esta carta foi enviada a Nanjo Tokimitsu no
décimo segundo mês de 1280. A fase mais
intensa da Perseguição de Atsuhara3 —
que provocou a detenção e, mais tarde, a
execução de alguns discípulos
camponeses de Daishonin da região —
aconteceu no ano anterior (em 1279). A
Perseguição de Atsuhara foi
desencadeada pela conversão de um
número de pessoas sem precedentes na
área de Fuji, província de Suruga (atual
centro de Shizuoka) ao Budismo de
Nichiren Daishonin. Isso se originou dos
intensos esforços de propagação dos
praticantes locais liderados pelo discípulo
de Daishonin, Nikko Shonin.4 Acredita-se
que a situação em Suruga ainda era
bastante tensa quando esta carta foi
escrita.
Durante o auge da Perseguição de
Atsuhara, Nanjo Tokimitsu agiu para
proteger seus companheiros praticantes.
Sem se preocupar com a sua situação, ele
abrigou uma série de seguidores em sua
casa e, como é próprio de um jovem, lutou
corajosamente para protegê-los. As
autoridades seculares e sacerdotes
influentes de escolas budistas
estabelecidas na região, no entanto, não
viram com bons olhos os esforços de
Tokimitsu em defender o ensinamento de
Nichiren Daishonin. Como Daishonin
escreve: “Eles [os sacerdotes locais e seus
seguidores] fizeram alegações contra os
praticantes em Atsuhara e nos impedem
sempre que podem” (WND, v. II, p. 882 —
Proteção aos Seguidores de Atsuhara).
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De fato, na época em que Daishonin
escreveu esta carta, Tokimitsu estava
passando por grandes dificuldades
econômicas como resultado dos pesados
encargos punitivos impostos pelas
autoridades sobre a sua propriedade e a
exigência de que ele fornecesse homens
para trabalho não remunerado em obras
públicas. Mas, em vez de se preocupar
consigo, Tokimitsu estava mais
preocupado com o bem-estar de
Daishonin com a aproximação do
Ano-Novo nas montanhas de Minobu5
tomadas pela neve, e então preparou
sinceramente e enviou um oferecimento
[na forma de moedas].
Esta carta expressa a gratidão de
Daishonin pelo sincero apoio do seu jovem
discípulo.
Ensinarei ao senhor como se tornar um
buda com facilidade. Ensinar algo a outra
pessoa é como lubrificar as rodas de uma
carruagem a fim de que girem, ainda que
esta [a carruagem] seja pesada, ou como
colocar um barco na água para que
navegue sem dificuldade. (WND, v. I, p.
1086)
O caminho para se tornar um buda
com facilidade
Naquela época, os discípulos de Nichiren
Daishonin em Suruga ainda estavam
sofrendo golpes das implacáveis
investidas dos “três obstáculos e quatro
maldades”6 e dos “três poderosos
inimigos”7 do budismo. Daishonin, sem
dúvida, esperava que Tokimitsu, como um
discípulo que morava nessa região,
demonstrasse inabalável fé e se
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 3.

mantivesse firme em sua prática budista
para triunfar sobre a adversidade.
Nesta carta, Nichiren Daishonin diz a
Tokimitsu que há um caminho para se
tornar um buda com facilidade (cf. WND, v.
I, p. 1086). Ensinar “o caminho para se
tornar um buda” significa permitir que cada
pessoa entre infalivelmente no caminho
para alcançar a felicidade e a vitória. Esta é
a maneira pela qual qualquer um pode ser
feliz. Além disso, é o caminho para fazê-lo
com facilidade. Esse é o caminho que
Daishonin diz que ensinará a Tokimitsu.
Para seu jovem discípulo, que enfrentava
grandes desafios, nada poderia ter sido
mais gratificante.
Em uma carta que escreveu no ano
anterior (1279), Daishonin elogiou Tokimitsu
por seus valentes esforços em meio à
Perseguição de Atsuhara, chamando-o de
“Ueno, o Sábio”. Ele também o encorajou,
na mesma carta, dizendo: “Meu desejo é
que todos os meus discípulos façam um
grande juramento” (WND, v. I, p. 1003).
Em resposta ao incentivo de Nichiren
Daishonin, Tokimitsu se esforçou
seriamente como discípulo. Analisando
objetivamente, ele estava no caminho
correto para atingir o estado de buda.
Mas todos os jovens ficam ansiosos sobre
o caminho a seguir. Eles se preocupam
exatamente porque desejam melhorar,
crescer, avançar mesmo que um pouco
além de onde estão agora.
Assegurar o desejo de crescer no coração
puro dos jovens, ajudá-los a atingir seu
pleno potencial, respeitar seu desejo pelo
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desenvolvimento pessoal, e louvá-los e
apoiá-los carinhosamente até o fim são as
chaves para a criação dos jovens.
Nesta carta, Daishonin mostra que não
podemos ensinar aos outros tentando
coagi-los ou dando-lhes ordens a partir de
uma posição de superioridade. Ao lubrificar
as rodas de uma carruagem, ela segue em
frente, apesar do grande peso. Ao colocar
um barco na água, ele navega com
facilidade. São dois exemplos de como
auxiliar ou facilitar o sereno avanço.
O ponto importante é criar as melhores
condições para que a pessoa consiga
avançar, embora a responsabilidade pelo
avanço caiba ao próprio indivíduo. Não
assumimos para nós os desafios que eles
mesmos devem superar.
Da mesma forma, o objetivo da educação
— ou, como diz Daishonin, “ensinar algo a
outra pessoa” (cf. WND, v. I, p. 1086) —
encontra-se no fomento de pessoas que
têm a força para suportar os desafios da
vida. O mesmo é verdade no budismo.
Cada pessoa deve moldar o próprio
destino. O objetivo do budismo é criar
pessoas fortes que façam exatamente isso.
Todos possuem o nobre estado de buda, e
podem avançar vitoriosamente pelo
supremo caminho da felicidade. Quando
despertamos para o fato de que
possuímos dentro de nós o estado de
buda tão vasto quanto o próprio universo,
não há dificuldade que não possamos
superar. Quando manifestamos nossa força
inerente, desafiamos corajosamente, com
confiança e alegria, as tarefas que estão
diante de nós a cada dia.
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 4.

O mesmo é válido para o princípio de
transformar o destino. Cada um de nós tem
de enfrentar e lidar com o próprio destino.
Uma vez que sabemos que possuímos
dentro de nós o poder de transformar
qualquer destino, encontramos sentido na
adversidade que enfrentamos. Podemos
transformar o destino em missão.
Orientação, educação,
treinamento e apoio
Nesse contexto, podemos interpretar
“lubrificar as rodas de uma carruagem e
colocar um barco na água” como fatores
importantes para o desenvolvimento de
valores humanos.
Com Toda sensei aprendi quatro pilares
vitais para a criação de valores humanos —
orientação, educação, treinamento e apoio.
Eles podem ser definidos superficialmente
da seguinte forma: (1) orientação é ajudar
as pessoas a desafiar e superar suas
fraquezas e seus medos, para que sejam
felizes; (2) educação é dar o exemplo e
entrar em ação juntos; (3) treinamento é
confiar, empoderar e dar oportunidades
para que as pessoas pratiquem o que
aprenderam; e (4) apoio é reconhecer os
esforços das pessoas, quer sejam ou não
bem-sucedidas, e louvar e cuidar de cada
indivíduo.
Vamos supor, por exemplo, que há jovens
em nossa localidade que estejam se
sentindo sobrecarregados por problemas
concretos e desafios.
Podemos conversar com eles sobre os
benefícios da prática do Budismo de
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Nichiren Daishonin, para que rompam a
falta de autoconfiança e façam sua
revolução humana. Podemos lhes dizer
que podem evidenciar o mesmo poder do
Buda, que possuímos dentro de nós,
ajudando-os a criar coragem. Isso é
orientação.
Podemos nos juntar a eles para falar sobre
o budismo com seus amigos e em outras
atividades pelo kosen-rufu, e usar isso
como oportunidades para demonstrar um
exemplo concreto para seguirem. Isso é
educação.
Além do mais, é importante para os jovens
ter uma ideia clara de como realizar as
atividades, sentir que também podem
fazê-las, e então se propuser a fazer. Se
sentirem que isso está além da sua
capacidade, hesitarão em tentar. Começar
a se engajar em tais atividades por
iniciativa própria — isso é o início do
treinamento.
Por fim, acreditar nas capacidades
inerentes aos jovens e incentivá-los
sinceramente para que possam se
desenvolver sem restrições — isso é apoio.
Somente quando esses quatro pilares
estiverem solidamente estabelecidos os
valores humanos para o kosen-rufu serão
criados. A eficácia desses quatro pilares
também dependerá fundamentalmente do
quanto aqueles que promovem essa
criação desenvolvem a própria vida e
progridem em sua revolução humana.
Não precisamos de habilidades es­peciais
para dar orientação e treinamento. A
atitude de lutar pelo crescimento mútuo é
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 5.

o que importa. Ou melhor, ao orar pelo
progresso dos outros e sempre dialogar
com eles, tanto nós como eles
avançaremos e nos desenvolveremos.
No budismo, cultivar valores humanos não
implica colocar as pessoas em um molde,
forçando-as a se encaixar em alguma
noção preconcebida de valor humano
ideal. O objetivo é permitir que a
individualidade de cada pessoa irradie o
seu melhor brilho. O princípio dos esforços
da SGI em criar valores humanos é permitir
que todos demonstrem seu incomparável
potencial interior ao máximo. Então,
criando a harmonia entre a individualidade
de cada pessoa e o espírito de “diferentes
em corpo, unos em mente”, avançamos no
kosen-rufu. Desejando a nossa felicidade e
a dos demais, manifestamos nossa nobre
missão como bodisatvas da terra.
A maneira para se tornar um buda
facilmente não tem nada de especial. É
como dar água a um sedento em época de
seca ou como acender fogo para alguém
que está morrendo de frio; também é
como dar algo único a outra pessoa ou
fazer uma doação ainda que ao custo da
própria vida. (...) (WND, v. I, p. 1086)
A sincera e resoluta determinação
é a chave para atingir o estado de
buda
“A maneira para se tornar um buda
facilmente não tem nada de especial”, diz
Daishonin. Em primeiro lugar, escreve ele,
é dar aos outros o que precisam. Por
exemplo, dar água a um sedento ou
acender fogo para alguém que está
morrendo de frio (cf. WND, v. I, p. 1086). Da
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mesma forma, a prática de bodisatva de
agir com benevolência é quando se
oferece algo que o recebedor precisa,
tornando o ato de benevolência
significativo. Em segundo, Daishonin diz
que a maneira para se tornar um buda
facilmente é oferecer algo que sem o qual
não se pode manter a própria vida (cf.
WND, v. I, p. 1086).
Ambas as afirmações podem ser
interpretadas como o maior elogio pela
sinceridade de Nanjo Tokimitsu em fazer
oferecimento a Daishonin. Nichiren
Daishonin está dizendo que essa doação
demonstra que Tokimitsu já está engajado
na prática de se tornar um buda, trilhando
pelo caminho da iluminação.
As pessoas tendem a pensar que atingir o
estado de buda requer formas austeras e
difíceis de prática — semelhante àquela
praticada pelo menino Montanhas de
Neve,8 que estava disposto a dar o seu
bem mais precioso, a vida, pela Lei. Mas as
pessoas comuns dos Últimos Dias da Lei,
quando lhes é apresentado tal ponto de
vista sobre atingir a iluminação, ficam
convencidas de que esse caminho está
além do que podem fazer.
Daishonin, no entanto, afirma: “(...) as
pessoas comuns que mantêm as palavras
‘determinação resoluta’ no coração se
tornam budas” (WND, v. I, p. 1125).
Quando oferecemos algo precioso e
importante para nós, então, em espírito
nosso oferecimento é o mesmo que o do
menino Montanhas de Neve, que estava
disposto a dar a vida ao demônio [em troca
de ouvir um importante ensinamento
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 6.

budista]. Para nós, isso significa nos
comprometer a realizar o kosen-rufu no
decorrer da vida diária, enquanto vivemos
com toda plenitude. Fazendo isso, estamos
dedicando nossa vida ao budismo e, assim,
tornando o estado de buda acessível
dentro de nós.
Retornando à carta, o oferecimento de
Nanjo Tokimitsu representa seu dedicado
comprometimento com a prática budista,
por isso a consecução do estado de buda
é garantida, diz Daishonin.
As ações do rei Cor Dourada e do
rei Sudatta
Na passagem seguinte a este trecho,
Daishonin revela com as histó­rias do rei
Cor Dourada9 — buda Sha­kyamuni numa
existência anterior — e do rico Sudatta10 —
seguidor leigo de Shakyamuni — que o ato
de oferecer algo precioso permite
acumular imensurável boa sorte e
benefício.
Na primeira história, o povo do território
governado pelo rei Cor Dourada estava
sofrendo com a fome causada por uma
terrível seca. O rei despertou um grande
desejo de salvar as pessoas, e ofereceu
seu último arroz para o povo. Em resposta
à compaixão dele, as divindades celestiais
fizeram chover, salvando a vida das
pessoas (cf. WND, v. I, p. 1086).
Na segunda, um rico chamado Sudatta
ficou pobre e depois rico sete vezes. Na
sétima vez que ele vivia a pobreza,
ofereceu de bom grado seu último arroz a
Shakyamuni e a seus discípulos. O
benefício desse ato altruísta foi ter se
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tornado o homem mais rico de toda a Índia
(cf. WND, v. I, p. 1086).
De fato é verdade, como diz Daishonin,
que o coração é o mais importante.
Não importa quão difíceis ou desafiadoras
sejam nossas circunstâncias, nunca
devemos ser derrotados em nosso
coração. Não há necessidade de nos
desesperar ou nos desvalorizar.
Daishonin ensina que devemos
simplesmente fazer o melhor que
pudermos, à nossa maneira, pela causa do
budismo e pela felicidade dos outros. O
“tesouro do coração” que se acumula no
processo enriquecerá a nossa vida,
trazendo-nos felicidade e benefício e
criando incomparável boa sorte.
Tokimitsu deve ter ficado profundamente
tocado pelo espírito de Nichiren Daishonin
em incentivá-lo por meio des­sas histórias
do rei Cor Dourada e do rico Sudatta.
Daishonin diz a ele: “Com base neste
relato, o senhor deverá compreender tudo
o mais” (WND, v. I, p 1086).
Ambos, o rei Cor Dourada, que estava
disposto a dar tudo de si pelo povo, e o
rico Sudatta, que fez oferecimentos ao
Buda e a seus discípulos apesar de sua
pobreza, viveram com um espírito de
abnegada devoção — espírito que ressoa
com o do jovem Tokimitsu, que lutou ao
lado de Daishonin num momento de
grande adversidade, sem recuar um único
passo.
A adversidade é o momento
decisivo para elevar nosso estado
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 7.

de vida
Sem dúvida, ao ler esta carta, Tokimitsu
sentiu que o mestre compreen­deu
plenamente seu coração. Tokimitsu estava
vivendo um período de extrema privação,
mas se lutasse com determinação
ultrapassando esse momento difícil,
receberia imensurável boa sorte e
benefício. Trilharia pelo grande caminho
para revelar o estado de buda. Não
precisava se preocupar. Sabendo que
estava num momento decisivo, quando
poderia elevar significativamente seu
estado de vida, deve ter sentido uma onda
de emoção e determinação.
Não há nada mais maravilhoso que ter um
mestre.
Daishonin continuou a zelar pelo
desenvolvimento de Tokimitsu desde que
o conheceu como um jovem rapaz. Ele
estava lá quando o pai de Tokimitsu [Nanjo
Hyoe Shichiro] e, em seguida, seu irmão
mais velho [Nanjo Shichiro Taro] faleceram
(em 1265 e 1274, respectivamente).
Anteriormente, no ano em que Daishonin
lhe enviou esta carta, Tokimitsu tinha se
alegrado com o nascimento do seu filho
mais velho [Hiwaka Gozen]11 e sofrido com
a morte repentina do seu irmão mais novo
[Nanjo Shichiro Goro],12 por quem
Daishonin também tinha grandes
expectativas (no oitavo mês e no nono mês
de 1280, respectivamente).
A vida tem seus altos e baixos, seus picos
e vales escuros. Com base na iluminação
proporcionada pelo budismo e a lição
oferecida nas histórias do rei Cor Dourada
e do rico Sudatta, Daishonin ensina a
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Tokimitsu que não importa quão dolorosa
e difícil seja a situação, aqueles que se
esforçam com seriedade atingirão um
estado elevado de vida.
Comportar-se com a compaixão budista é
estar consciente dos sentimentos
daqueles que estão lutando. É fazer o
possível para aliviar, mesmo que um
pouco, a dor daqueles que estão com o
coração repleto de tristeza, desesperados
com os árduos desafios da vida. É dar
esperança àqueles que estão se
esforçando em meio a circunstâncias
adversas. É transmitir coragem àqueles
que estão enclausurados e são incapazes
de encontrar um caminho a seguir. E é
ensinar, mostrar e despertar as pessoas
para o fato de que possuem dentro de si o
poder de superar todos os problemas e
empoderá-las para que realmente
utilizem-no. Esses também são pontos
extremamente importantes na criação de
valores humanos.
Tentamos ajudar as pessoas a manifestar
sua força interior para remover as causas
do sofrimento e enfrentar os desafios da
vida diária com espírito elevado. Tentamos
ajudá-las a perceber que certamente
vencerão no final. Quando despertarem
para essa convicção nas profundezas do
seu ser, entrarão em ação com coragem e
determinação.
Essa é a suprema educação para conduzir
uma vida significativa que Nanjo Tokimitsu
recebeu de Daishonin.
Assim como o macaco se assemelha ao
homem, e o bolinho de arroz parece a Lua,
o senhor já é como o devoto do Sutra do
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 8.

Lótus. E por ter protegido meus seguidores
de Atsuhara com tanta sinceridade, para o
povo deste país o senhor é como
Masakado da era Shohei ou como Sadato
da era Tengi [que eram vistos como
traidores imperiais].13 E a única razão é que
tem dedicado sua vida ao Sutra do Lótus.
Para as divindades celestiais, não é de
forma alguma um homem que traiu seu
senhor feudal. (WND, v. I, p. 1086-1087)
A proteção das “divindades
celestiais e divindades
benevolentes” está assegurada
Neste trecho, Daishonin diz que por
Tokimitsu ter protegido seus
compa­nheiros durante a Perseguição de
Atsu­hara com o mesmo espírito do
mestre, ele se assemelha ao devoto do
Sutra do Lótus.
Naturalmente, não há nada de estranho
em descrever Tokimitsu como um devoto
do Sutra do Lótus, mas podemos presumir
que a razão pela qual Daishonin diz que
ele “se assemelha” a um [devoto] é porque
pretende incentivar o futuro
desenvolvimento do jovem.
Nichiren Daishonin também menciona
como Tokimitsu lutou bravamente pa­ra
proteger seus companheiros durante a
Perseguição de Atsuhara. Ele acrescenta,
porém, que o povo de Suruga certamente
o considera como os guerreiros Taira no
Masakado ou Abe no Sadato, que foram
mortos como traidores imperiais no
passado. O pensamento feudal implícito é
o de que mesmo aqueles que têm a razão
traem o código moral reconhecido se
desobedecerem seu senhor feudal ou
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governante.
Mas Daishonin convictamente incentiva
Tokimitsu que, uma vez que todas as suas
ações eram pela causa do Sutra do Lótus,
as divindades celestiais e as divindades
benevolentes observaram e o protegerão,
sem falta.
Essa passagem demonstra como
Daishonin compreendeu a situação de
Tokimitsu de forma clara e precisa. A
sabedoria com a qual seu mestre
entendeu sua situação tão bem
certamente deve ter sido fonte de grande
conforto para Tokimitsu. E a declaração de
Nichiren Daishonin de que as divindades
celestiais e as divindades benevolentes o
estavam protegendo sem dúvida
fortaleceu a convicção de Tokimitsu.
Oferecer incentivos humanistas que estão
de acordo com as situações das pessoas e
que surgem do espírito de abraçá-los
afetuosamente e apoiá-los certamente
criará valores humanos.
Esse princípio de prezar cada pessoa se
aplica igualmente hoje. A juventude é uma
época de muitos problemas e
preocupações. Se os jovens têm alguém
que compreende e os encoraja, eles lidam
com seus problemas com autoconfiança e
manifestam livremente seu potencial
interior.
Espero que os integrantes das Divisões
Sênior e Feminina protejam
carinhosamente os jovens e os incentivem
constantemente. Aqueles que criam
valores humanos para o kosen-rufu são os
verdadeiros tesouros do nosso movimento.
Ana Paula de Barros Ferreira (760218-9) / pág. 9.

Além disso, por seu pequeno vilarejo ter
sido submetido a pesados tributos
destinados a negócios do governo, o
senhor nem sequer tem um cavalo para
montar como deveria, nem sua esposa e
seus filhos têm roupas apropriadas.
Mesmo em meio a tais circunstâncias, o
senhor se preocupa com o devoto do
Sutra do Lótus, que possa ter sido sitiado
pela neve no meio das montanhas [de
Minobu] e privado de alimentos, e me
envia um oferecimento de mil moedas;
com tal atitude, o senhor se assemelha à
mulher pobre, que ofereceu a um monge
mendicante a única vestimenta que ela e o
marido usavam, ou como Rida, que
ofereceu a um pratyekabuddha14 o milho
cozido de sua tigela. Que admirável, que
nobre! (WND, v. I, p. 1086-1087)
Incentivar também os membros
da família
Utilizando seus poderes, as autoridades
impuseram pesados tributos punitivos à
pequena propriedade de Tokimitsu e
exigiram que ele fornecesse homens para
trabalho não remunerado. Isso levou o
jovem e sua família a tal pobreza que,
mesmo sendo membro da classe dos
guerreiros, ele não tinha cavalo para
montar nem podia pagar roupas
adequadas para a esposa e os filhos. No
entanto, mesmo nessas circunstâncias de
necessidade, Tokimitsu continuou
sinceramente a enviar oferecimentos para
ajudar Daishonin em Minobu.
Nesta carta, Nichiren Daishonin escreve
que Tokimitsu, sem dúvida preocupado
com a condição desfavorecida de
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Daishonin com a aproximação do
Ano-Novo, economizara mil moedas e as
deu a ele como oferecimento. Daishonin
novamente expressa seu profundo
agradecimento e a mais elevada
consideração pela devoção de Tokimitsu.
Nesse trecho, podemos notar que
Daishonin destaca afetuosamente não
apenas os dedicados esforços de
Toki­mitsu, mas também os de sua
esposa. Ao ler esta carta, ela deve ter
sentido a gentil consideração de Daishonin,
expressa em frases como “sua esposa e
seus filhos” e “ela [a mulher pobre] e o
marido” [na parábola budista que cita] (cf.
WND, v. I, p. 1087). Tranquilizando os
membros da família de Tokimitsu,
Daishonin o instrui a se esforçar ainda mais.
A inclusão de tais expressões reflete a
compaixão de Daishonin. A luz compassiva
dos ensinamentos do Budismo de Nichiren
Daishonin abraça todas as pessoas,
trazendo-lhes paz e conforto e
deixando-as repletas de energia e
vitalidade.
Considerar as circunstâncias individuais
das pessoas é parte essencial da criação
de valores humanos. Será que eles têm
preocupações? Como é seu ambiente?
Eles estão passando por algum problema
não aparente? Essa preocupação com a
felicidade e o bem-estar de cada pessoa
nasce do senso de responsabilidade, a
base do que é compaixão. Recitar
Nam-myoho-renge-kyo nos permite
desenvolver a capacidade de supor o que
as pessoas estão passando.
A SGI herdou a filosofia humanística de
Nichiren Daishonin, e é por isso que tem
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sido capaz de construir uma rede global
do bem.
Uma organização que cria valores
humanos
Toda sensei costumava dizer que os
valores humanos não são pessoas
especiais ou diferentes de qualquer outra;
é tudo uma questão de polir a sua
capacidade. Exatamente dessa maneira,
ele aceitou a mim, um jovem comum, e me
treinou completamente.
Dediquei-me de todo coração para criar
valores humanos com o desejo de saldar a
dívida de gratidão que tenho com meu
mestre, e estou determinado a fazer tudo o
que for possível para manter a criação de
valores humanos pelo futuro.
Determinar que seus sucessores são
valores humanos com potencial para
superá-lo e treiná-los para que se tornem
melhores que você — eis a tradição da
Soka Gakkai em relação aos jovens.
O espírito fundamental dos líderes Soka é
permitir que todos sejam felizes para se
desenvolver como indivíduos excelentes e
para exercer plenamente seus pontos
fortes e suas potencialidades.
Após a Luta de Osaka15 de 1956, Toda
sensei me disse: “Se o movimento pelo
kosen-rufu continuar a avançar, criaremos
muitos valores humanos em todas as áreas
da sociedade. Haverá membros da Soka
Gakkai trabalhando com dedicação em
todos os campos pela prosperidade da
sociedade e paz da humanidade. Em
outras palavras, a Soka Gakkai virá a
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desempenhar papel central assumindo a
criação da paz e cultura para toda a
humanidade. Ela se tornará um grande
corpo educacional para criar valores
humanos para atingir esses objetivos.
Nossa tarefa essencial é a criação de
pessoas de caráter. Nosso movimento pela
revolução humana se expandirá por todo o
mundo”.
Assim como meu mestre previu, os valores
humanos Soka surgiram em todo o globo.
Nossos integrantes da Divisão dos Jovens
estão desenvolvendo círculos de
confiança na família, nas comunidades e
nas sociedades, e desempenharão papel
central pela vitória de todas as pessoas.
Nosso movimento pela revolução humana
está agora se expandindo numa escala
global.
Jovens Soka continuam a surgir em
números cada vez maiores como
protagonistas da nova era do kosen-rufu
mundial.
Declaro, junto com todos os meus
estimados companheiros, que nada po­de
deter o poderoso fluxo dos valores
hu­manos que estão surgindo na SGI para
se dedicar ao kosen-rufu mundial.
— Com profundo agradecimento pelos
esforços e pela dedicação de todos os
nossos nobres membros durante este ano
[2013].
(Daibyakurenge, edição de dezembro de
2013)
Notas:
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1. “Valores humanos” (em inglês, capable people): Existem duas palavras em japonês Ele elogiou Montanhas de Neve por seu desejo de dar a vida pela Lei.

para designar “valores humanos”. Uma é jinzai e a outra, soka. A primeira se refere a 9. O rei Cor Dourada se refere ao buda Shakyamuni numa existência anterior. O Sutra do

treinar seres humanos para que melhorem a personalidade e sejam possuidores de Rei Cor Dourada conta uma versão um pouco diferente da história, em que o rei ofereceu

valores mais humanos (humanistas). A segunda corresponde a dar valor, valorizar as sua última porção de arroz a um pratyekabuddha. Então, do céu, choveu roupas,

pessoas e coisas por meio do esforço, criatividade e atividades. Quando falamos que alimentos e outros tesouros, o que aliviou o sofrimento do povo.

alguém é um “valor humano”, na verdade estamos dizendo que ele está treinando a vida 10. Sudatta: Mercador de Shravasti, na Índia, e benfeitor e seguidor leigo de Shakyamuni.

por meio da prática budista para assimilar valores humanistas e, assim, se tornar um ser Conta-se que foi um dos homens mais ricos do reino de Kosala. Como sempre fazia

humano melhor. Criar um valor pode ser treinar um ser humano para ele melhorar a si doações aos pobres e desamparados, ele também era chamado de Anathapindada

mesmo e também cultivar no coração nobres valores, como coragem, honestidade, (Provedor dos Necessitados). Doou a Shakyamuni o monastério de Jetavana, utilizado

sinceridade etc. (Brasil Seikyo, ed. 1.920, 15 dez. 2007 — Caderno da Comunidade) pelo Buda como um importante centro de pregação.

2. Nanjo Tokimitsu (1259–1332): Fiel discípulo de Daishonin e administrador da Vila de 13. Masakado refere-se a Taira no Masakado (m. 940), notável guerreiro do clã Taira que

Ueno, situada no distrito Fuji, província de Suruga (atual Shizuoka). exerceu grande poder no leste do Japão durante a era Shohei (931–938). Atacou

3. Perseguição de Atsuhara: Série de ameaças e atos de violência contra os discípulos de escritórios do governo em Kanto e adotou o título de “Novo Imperador”. Logo depois, no

Daishonin na Vila de Atsuhara, no distrito de Fuji, na província de Suruga, que entanto, seu exército foi derrotado, e ele foi morto por seu primo, Taira no Sadamori, com

começaram em torno de 1275 e continuaram até por volta de 1283. Em 1279, vinte o apoio de Fujiwara no Hidesato.

discípulos camponeses foram presos sob falsas acusações. Eles foram interrogados por Sadato refere-se a Abe no Sadato (1019– -1062), chefe de uma família poderosa do

Hei no Saemon-no-jo, vice-chefe do Escritório de Assuntos Militares e da Polícia, que nordeste do Japão durante a era Tengi (1053– -1058). Ele almejava a independência do

exigiu que renunciassem à sua fé. No entanto, nenhum deles se rendeu. Hei no domínio imperial, mas foi derrotado e morto numa batalha com as forças imperiais.

Saemon-no-jo acabou executando três deles. 14. Conforme conta o Sutra do Repositório de Vários Tesouros, certo homem abastado

4. Nikko Shonin (1246–1333): Discípulo direto e sucessor de Nichiren Daishonin e o único tinha dois filhos, Rida e Arida. No momento de sua morte, em vez de dividir sua riqueza

dos seis sacerdotes seniores que permaneceu fiel ao espírito de Nichiren Daishonin. entre eles, exortou-os a se ajudarem mutuamente. No final, o irmão mais velho, Rida,

Tornou-se discípulo de Daishonin ainda jovem, servindo-o com devoção e até mesmo o depois de passar por dificuldades, fez votos religiosos e se tornou um pratyekabuddha. O

acompanhou ao exílio na Ilha de Sado. Quando Daishonin retirou-se para o Monte irmão mais novo, Arida, também perdeu sua fortuna e se viu obrigado a vender lenha

Minobu, Nikko dedicou suas energias para atividades de propagação em Suruga e nos para sobreviver. Certo dia, observando um pratyekabuddha com uma tigela de

arredores. Após a morte de Nichiren Daishonin, outros sacerdotes seniores gradualmente mendicância vazia, Arida lhe oferece alimento sem perceber que se tratava de seu irmão

começaram a se distanciar dos ensinamentos do seu mestre. Como resultado, Nikko mais velho. Como resultado dessa boa ação, renasceu primeiro como o rei celestial

decidiu se afastar deles. Ele se estabeleceu no distrito Fuji, em Suruga, onde dedicou o Shakra; depois, como um rei girador da roda; e ao final, como um dos dez principais

resto de sua vida para proteger e propagar o ensinamento de Daishonin e criar discípulos de Shakyamuni. Embora o texto mencione Rida, é possível que Daishonin

discípulos. estivesse se referindo a Arida.

5. Minobu: Também Monte Minobu. Localizado na atual província de Yamanashi, Japão. 15. Luta de Osaka: Em maio de 1956, os membros de Kansai, unidos em torno do jovem

Nichiren Daishonin viveu nesse local durante os últimos anos de sua vida, desde o quinto Daisaku Ikeda, que havia sido designado pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Josei

mês de 1274 até o nono mês de 1282, pouco antes de sua morte. Quando estava no Toda, a apoiá-los, apresentaram 11.111 famílias à prática do Budismo de Nichiren

Monte Minobu, ele se dedicou à orientação de seus discípulos, à coordenação dos Daishonin. Nas eleições realizadas dois meses mais tarde, o candidato apoiado pela

esforços de propagação e a escrever tratados doutrinários. Soka Gakkai em Kansai foi eleito para a Câmara Alta, um feito tido como impossível na

6. “Três obstáculos e quatro maldades”: Vários obstáculos e adversidades que tentam época.

impedir a prática budista. Os “três obstáculos” são: (1) obstáculo dos desejos mundanos;

(2) obstáculo do carma; e (3) obstáculo da retribuição. As “quatro maldades” são: (1)

maldade dos cinco componentes; (2) maldade dos desejos mundanos; (3) maldade da

morte; e (4) maldade celestial.

7. “Três poderosos inimigos”: Três categorias de pessoas que perseguem aqueles que

propagam o Sutra do Lótus após a morte do Buda, conforme escrito no capítulo

“Encorajamento à Devoção” desse sutra. O grande mestre Miaole, da China, resume os

“três poderosos inimigos” como pessoas leigas arrogantes, sacerdotes arrogantes e

sábios falsos e arrogantes.

8. Menino Montanhas de Neve: Nome do buda Shakyamuni numa vida anterior, quando

praticava austeridades. Determinado a testar a decisão do Montanhas de Neve, a

divindade Shakra surgiu diante dele na forma de um demônio faminto e recitou metade

de

um verso de um ensinamento budista. O menino pediu que lhe contasse a segunda

metade do verso. O demônio concordou, mas exigiu carne e sangue em pagamento.

Montanhas de Neve prometeu oferecer seu próprio corpo para o demônio de bom grado,

que, por sua vez, lhe disse a segunda metade do ensinamento. Quando o menino estava

prestes a cumprir sua promessa, o demônio retornou à forma de Shakra e o surpreendeu.

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