ENTENDES TU O QUE LÊS?

– Exposição Bíblica com o Pastor Mário Luna

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Tema: Missionários Fazedores de Tendas

Texto: Atos 18.1-5; 1Ts 4.11,12

At 18:1-5
1 - Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto.
2 - E, achando um certo judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco tinha
vindo da Itália, e Priscila, sua mulher ( pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus
saíssem de Roma ), se ajuntou com eles,
3 - e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer
tendas.
4 - E todos os sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e gregos.
5 - Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra,
testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.

1Ts 4:11-12
11 - e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas
próprias mãos, como já vo-lo temos mandado;
12 - para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de
coisa alguma.

INTRODUÇÃO
A Responsabilidade da Igreja com os Missionários é o tema de hoje em nosso Programa
Entendes Tu o que Lês?
Nossa exposição bíblica traz à tona um aspecto fascinante do ministério cristão,
frequentemente negligenciado: o papel de "missionários fazedores de tendas". A passagem
de Atos 18 nos leva à cidade de Corinto, onde o apóstolo Paulo, em sua jornada
missionária, não apenas pregava o evangelho, mas também unia sua habilidade de
fabricação de tendas ao ministério. Ele encontrou Áquila e Priscila, que compartilhavam
essa ocupação, e juntos, eles não apenas sustentaram suas vidas, mas também se tornaram
um testemunho vivo de cristãos em ação. Já o texto de 1 Tessalonicenses 4 destaca a
importância de viver tranquilamente, ocupando-se de seus próprios assuntos e trabalhando
com as mãos. Essa abordagem à vida não apenas proporciona sustento, mas também gera
um testemunho poderoso diante daqueles que não creem. Portanto, o tema "Missionários

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Fazedores de Tendas" nos desafia a considerar como a integração das atividades cotidianas
com a fé pode ser uma forma significativa de ministério e testemunho.

Chegada de Paulo a Corinto (Atos 18:1)

1 - Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto.
Inicialmente Paulo havia recebido um chamado urgente para ajudar os macedônios
(At 16.9), mas, por causa das perseguições, ele viajou para Atenas. Quando viu que seu
trabalho em Atenas estava impedido, ele se voltou para Corinto, cuja população estimada
era de duzentos mil habitantes.
Ela era uma das maiores cidades do mundo antigo. Era uma cidade grega onde habitavam
gentios (não judeus) e Judeus.
Lá havia um porto de navios e a cidade recebia pessoas de várias partes do mundo todos os
dias. Por isso plantar uma igreja naquela cidade como Paulo fez foi uma estratégia para
alcançar pessoas de várias partes do mundo daquela época.
Era uma cidade riquíssima devido as transações comerciais com outras cidades importantes
do mundo. E os esportes também atraiam pessoas do mundo inteiro da época.
Devido a multidão de pessoas que visitava a cidade ela era profundamente depravada
moralmente.
Quando uma pessoa queria chamar alguém de depravado, bastava chamá-lo de “coríntio”.
Isso significava viver bêbado e na corrupção moral.
A religião era misturada com a prática sexual, onde a deusa do amor Afrodite era adorada e
tinha um tempo no alto da cidade.
Dizem os estudiosos que havia no templo cerca de mil sacerdotisas que eram prostitutas
cultuais. A função dos sacerdotes de Deus era conduzir o povo a adoração a Deus e a
função dessas sacerdotisas era conduzir os homens as práticas sexuais. Elas se deitavam
com qualquer homem quem fosse no templo como forma de prestar culto a deusa Afrodite.
Era um culto de orgias sexuais de todas as espécies. Se não bastasse isso, essas prostitutas
cultuais, à noite, desciam para a cidade de Corinto e se entregavam aos muitos marinheiros
e turistas que ali chegavam de todos os cantos do mundo.
Paulo já havia se deparado com Atenas totalmente voltada a idolatria e em Corinto além da
idolatria havia um grau altíssimo de prostituição. É nesse ambiente totalmente
desfavorável que Paulo junto com seus companheiros vão fazer missões.

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Encontro com Áquila e Priscila (Atos 18:2)

2 - E, achando um certo judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco tinha
vindo da Itália, e Priscila, sua mulher ( pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus
saíssem de Roma ), se ajuntou com eles.
Paulo, Áquila e Priscila tinham em comum mais do que o simples fato de serem judeus e
fabricantes de tendas. Os três eram cristãos. Áquila e Priscila tinham vindo recentemente
de Roma para Corinto pois o imperador Cláudio expulsara os judeus da cidade imperial
em 49 d.C
Paulo passou a viver e trabalhar com eles, pois eram do mesmo ofício de fabricantes de
tendas.

Atividades de Paulo e o Testemunho em Corinto (Atos 18:3)

3 - e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer
tendas.
Paulo passou a morar e trabalhar com o casal. Eles dividiam o tempo entre fabricar tendas
e pregar ao povo. Os que cressem teriam reservada no Céu uma morada, não feita por mãos
humanas.
A tradição judaica exigia que os mestres religiosos oferecessem de graça os serviços
espirituais. Por isso, cada rabino aprendia uma profissão para se sustentar.
Um pastor ou missionário deve ter um ministério sustentado por uma profissão, para não
depender da comunidade cristã para seu sustento? Não necessariamente, pois o Senhor
estipulou que “aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1Co 9.14; comparar
com Mt 10.10; Lc 10.7; 1Tm 5.18).
Porém, Paulo era firme em não aceitar ofertas daqueles que procurava ganhar para Cristo.
Seu objetivo era merecer a confiança do povo. E comprovar que seus motivos eram sem
interesse de ganhar dinheiro.
Nesse caso o trabalho de Paulo e de seus companheiros abria portas para a evangelização.
Por isso o termo Missionários fazedores de tendas.

Pregação na Sinagoga (Atos 18:4)

4 - E todos os sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e gregos.
Paulo e seus companheiros trabalhavam e no tempo vago frequentavam a sinagoga,
discutindo e pregando o evangelho aos judeus e gregos em Corinto. Isso demonstra o
compromisso missionário que eles tinham de compartilhar a mensagem de Cristo.

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Devemos aqui, no entanto enfatizar que um pastor ou missionário que se divide em

trabalhar para se sustentar e realizar a obra de Deus não terá o mesmo desempenho
daqueles que vivem do Evangelho. Por isso além de não poderem ser cobrados a ter o
mesmo desempenho daqueles que apenas trabalham na obra, a obra que realizam muitas
vezes sofrerá pela necessidade de ter o pastor ou missionário mais presente e menos
esgotado em realizar dois trabalhos paralelamente. Isso traz um esgotamento muito maior.

Silas e Timóteo Chegam (Atos 18:5)

5 - Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra,
testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.
Paulo, em Atenas, preocupava-se com seus convertidos em Tessalônica. Eles enfrentavam
perseguições. Desejava saber se os novos cristãos estavam firmes na fé. Silas e Timóteo
chegaram com notícias de como os convertidos davam excelente testemunho da fé
(1 Ts 1.3,7-10). Estas boas novas, juntamente com a presença dos dois companheiros,
deram novo ânimo ao apóstolo. Sua pregação foi feita com redobrado vigor.
No início, Paulo trabalhava em seu ofício durante a semana e ensinava na sinagoga no
sábado como já mencionei. Mas quando Silas e Timóteo chegaram, vindos da Macedônia
(Filipos, Tessalônica e Beréia), Paulo se entregou totalmente à pregação do evangelho da
salvação. Seus dois companheiros lhe trouxeram um donativo financeiro das igrejas da
Macedônia (2Co 11.9; Fp 4.14,15), então a necessidade de fazer trabalho manual diminuiu.

Viver tranquilamente e trabalhando para o sustento (1 Tessalonicenses 4:11)

11 - e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas
próprias mãos, como já vo-lo temos mandado;
O apóstolo Paulo exorta os tessalonicenses a viverem uma vida tranquila, longe de
agitações e tumultos. Ele encoraja a busca da paz e da estabilidade em suas vidas
cotidianas. Paulo incentiva os tessalonicenses a ocuparem-se com seus próprios assuntos,
trabalhando com suas próprias mãos. Isso implica em ser responsável por suas vidas e
sustento.
O desafio agora não é apenas andar em amor, mas andar em honestidade. O cristão não
pode ter uma vida desorganizada, enrolada e confusa. Ele precisa viver tranquilamente,
cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar para não viver à custa dos outros. Viver
tranquilamente aqui é o antônimo de “ser um abelhudo” (2Ts 3.11). Alguns crentes
tessalonicenses em nome de uma profunda espiritualidade estavam se entregando ao
pecado da preguiça.

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Aqueles que não cuidam de seus próprios negócios acabam se envolvendo na vida dos
outros e causando sérios problemas.

Testemunho Diante dos Incrédulos (1 Tessalonicenses 4:12)

12 - para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de
coisa alguma.
Paulo destaca que, ao viverem de maneira tranquila e trabalhadora, eles darão um bom
testemunho aos incrédulos ao seu redor.
Os cristãos têm a responsabilidade de demonstrar amor aos irmãos e também de dar um
bom testemunho aos não crentes. William Barclay enfatiza que as ações falam mais alto
que as palavras, sendo nossa conduta diária fora da igreja o verdadeiro sermão que atrai as
pessoas para Cristo.
É crucial que os cristãos mantenham um controle financeiro adequado para evitar dar um
mau exemplo aos não crentes. Algumas pessoas mal compreenderam a doutrina da
segunda vinda de Cristo e deixaram seus empregos para esperar Sua volta, resultando em
necessidade de auxílio financeiro por parte de outros crentes, o que causou desconforto na
igreja e um testemunho negativo entre os incrédulos.
A Bíblia nos orienta a agir com sabedoria diante daqueles que não compartilham nossa fé.
O trabalho é visto como uma bênção que não apenas beneficia financeiramente, mas
também molda o caráter e nos permite auxiliar os outros, contribuindo para uma vida de
testemunho positivo.

CONCLUSÃO
Na Exposição Bíblica de hoje aprendemos que exemplos bíblicos nos lembram que a obra
missionária e o testemunho cristão podem se estender muito além dos púlpitos das igrejas.
Ao aproveitar a atividade profissional para realizar missões, podemos ser testemunhas
vivas de Jesus Cristo em todas as esferas da vida. Como Paulo, ensinou, somos desafiados a
viver vidas tranquilas, a cuidar de nossos próprios assuntos e a trabalhar com nossas
próprias mãos, não apenas para sustento pessoal, mas também para servir como faróis de
luz em um mundo que precisa desesperadamente da mensagem do Evangelho. Nossas
vidas cotidianas podem ser o meio pelo qual outros encontram o caminho para a graça de
Deus, e nosso compromisso com o serviço e a integridade pode ser uma forma de
testemunho poderoso para aqueles que nos cercam. Portanto, que o exemplo de
missionários fazedores de tendas nos inspire a viver uma fé prática e autêntica em todos os

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aspectos de nossas vidas.

REFERÊNCIAS
Atos - Hernandes Dias Lopes
Atos - Comentário NT Kestimaker e Hendriksen
Bíblia de Estudo Pentecostal
Notas do Pastor Mário Luna