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ESPAÇO-TEMPO E RUPTURA DO MEIO AMBIENTE: APROFUNDANDO O MOVIMENTO DE

ORGANIZAÇÃO SISTÊMICA DO PLANETA. PARA ALÉM DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Luís Henrique Ramos de Camargo


Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Contato: geocamargo64@yahoo.com; geocamargo@ig.com.br

1. Introdução

Este artigo, que foi desenvolvido durante um estágio pós doutoral no LAGESOLOS-UFRJ
e que nasce de uma revisão teórico-conceitual, tem como objetivo aprofundar o debate em
torno do movimento desenvolvido pelos subsistemas que compõem o macro sistema
planetário. Acreditamos que este mecanismo, que desenvolve diferentes flechas do espaço-
tempo, está na base de uma possível reestruturação do padrão geológico-ecológico atual.
Devido a fragilidade da ciência clássica, para escolha do método optamos pela leitura da
realidade sistêmica-quântica. No desenvolvimento da pesquisa e visando consolidar nossa
hipótese, foi proposto um cotejamento entre solos agrícolas ecológicos e não ecológicos.
Essa escolha se deu devido a atividade agrícola ser a primeira, após o surgimento do
Holoceno a gerar grandes impactos sobre o ambiente. Desta forma, foi demostrado que
Figura.01 - utilização de maquinário agrícola com grande troca de energia para o ambiente externo
solos não ecológicos geram grande instabilidade nos sistemas naturais que o circundam,
devido ao uso de maquinário, agrotóxicos, irrigação artificial, dentre outros processos que
demandam grande perda de energia, podendo gerar instabilidade e irreversibilidade nos
sistemas circundantes. Por sua vez, solos ecológicos, que possuem sistemas em equilíbrio
próximo ao natural, por não se vincularem a grandes fluxos energéticos, acabam mantendo
antigos padrões de organização, não colaborando para efetivar grandes alterações no
desenvolvimento da(s) flecha(s) do espaço-tempo do planeta.

2. Desenvolvimento
No desenvolvimento da pesquisa, foi proposto um cotejamento entre solos agrícolas
ecológicos e não ecológicos. Desta forma, foi demostrado que solos não ecológicos geram
grande instabilidade nos sistemas naturais que o circundam, podendo criar processos
irreversíveis aos mesmos. Esse mecanismo se deve a esse tipo de manejo se utilizar de Figura 02 – agricultura ecológica, menor troca de energia com o ambiente externo
grande quantidade de energia externa com maquinário, agrotóxicos, irrigação artificial,
alteração do processo de produção, dentre outras questões (fig.01). Por essas razões, as
áreas de agricultura não ecológicas acabam emitindo grandes instabilidades para as outras Agradecimentos
esferas naturais que a circundam, podendo gerar processos irreversíveis e que, ao lado de
outros mecanismos, demonstram a evolução do planeta em um novo patamar de
organização ecológico-geológico ligado ao Antropoceno. Por sua vez, solos ecológicos, que
possuem sistemas em equilíbrio próximo ao natural, acabam mantendo antigos padrões de Ao Prof. dr. Antônio José T. Guerra, pelo carinho durante a supervisão no LAGESOLOS-UFRJ; ao Prof.
organização, não colaborando para efetivar grandes alterações no desenvolvimento da(s) dr. Fábio F. Dias (UFF), por todo apoio e aos filhos Paulo e Tainá
flecha(s) do espaço-tempo do planeta (fig.02)..

3. Conclusões Referências
CAMARGO, L. H. R. A ruptura do meio ambiente: Conhecendo as mudanças ambientais do planeta através de uma
nova percepção de ciência: a Geografia da Complexidade. Rio de Janeiro: Bertrand, 2005.
As ações da humanidade demandam fluxos energéticos que sintropicamente se
DREW, D. Processos interativos homem-meio ambiente. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
harmonizam com o meio natural, onde o artificial se naturaliza em um só conjunto evolutivo.
MORIN, E. O método I: a natureza da natureza. 3ª ed. Lisboa: Publicações EuropaAmérica, 1977.
Por isso, a aplicação dessa compreensão à phisis da flecha do espaço-tempo, remete
PRIGOGINE, I. Time, Structure and Fluctuations. Science, New Series, v. 201, no 4358. Sep. 1, 1978, pp.777-785.
necessariamente a análise dialética da relação sociedade-natureza em diferentes escalas.
_____. O nascimento do tempo. 2ª ed. Lisboa/Portugal: Biblioteca 70, 2008.
Espaço e tempo são elementos integrados e se manifestam em uma dinâmica própria e
singular, onde o lugar assume sua postura frente a sua relação dialética com o meio natural PRIGOGINE, I. & STENGERLS, I. Order out of chaos: mans new dialogue with nature. 15ª ed. New York, Toronto, London, Sydney, Ackland:
Bantam Books, 1984.
_____. O fim das certezas: tempo, caos e as leis da natureza. 2ª ed. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996.
PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. 9ª ed. São Paulo: Nobel, 1990.
_____. Manual do solo vivo: solo sadio, planta sadia, ser humano sadio. 2ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2016.

SANTOS, M. Espaço & Método. São Paulo: Nóbel, 1997.


WHITEHEAD, A. Process and reality: an essay in cosmology. London-New York: Free Press, 1978.

FIGURA 1: Vista Panorâmica da Bacia Hidrográfica do Córrego do Young a partir do Mirante do Morro do

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