● foi uma figura proeminente da literatura portuguesa do
século XX, é aclamado como um pioneiro do modernismo.
● Pessoa transcendeu as fronteiras convencionais da
escrita, não apenas como um poeta talentoso, mas como um inovador que desafiou as normas literárias de sua época. A sua notável contribuição para o modernismo reside não apenas na originalidade de sua poesia, mas também na criação dos seus heterónimos É importante destacar que Vermeer (1632-1675), o famoso pintor holandês do Século de Ouro, não pertenceu ao período modernista, pois viveu séculos antes desse movimento artístico e literário.
Entretanto, é possível observar algumas conexões
e influências indiretas entre o modernismo e a obra de Vermeer, especialmente no que diz respeito à apreciação da subjetividade, da individualidade e da experimentação artística Quando era criança Quando era criança Vivi, sem saber, Só para hoje ter a lembrança da infância, enquanto Aquela lembrança. período dourado da sua vida.
E hoje que sinto Por isso, este poema fala da
Aquilo que fui. própria infância de Pessoa e não Minha vida flui, só da infância enquanto período Feita do que minto. de felicidade para todos os seres humanos. Mas nesta prisão, Livro único, leio O sorriso alheio De quem flui então. Ilustração, Harold Copping, 1920 Pessoa, Fernando, 1933 Aqui Pessoa aborda a temática da infância enquanto período da inconsciência completa: "Vivi, sem saber". Onde retrata que, As crianças vivem a felicidade, Quando era criança porque a desconhecem estar a viver.
Vivi, sem saber, sabe que será impossível regressar
Só para hoje ter àquela condição infantil, porque Aquela lembrança. hoje adulto ele sabe qual é a sua vida e não a pode ignorar: ele agora pensa e não se limita a viver. Por isso ele diz "Só para hoje ter / Aquela lembrança". De facto tudo o que resta é a lembrança, porque essa inconsciência da vida não vai regressar novamente. "Hoje" é que Pessoa sente o que E hoje que sinto foi
Hoje ele "sente", quando era
Aquilo que fui. criança apenas "vivia". A sua vida actual é uma mentira Minha vida flui,
Feita do que minto.
Mas nesta prisão O que lhe resta é o "livro" que lê, o livro das memórias de uma Livro único, leio infância perdida
mas que ao menos o poderá
O sorriso alheio consolar na sua existência perdida. A memória da infância De quem flui então. perdida conforta-o, mas ainda assim o destrói ● a pintura retrata uma jovem com um olhar enigmático, vinculada com elementos que simbolizam a inocência e a descoberta do mundo exterior
● Na pintura, a rapariga utiliza brincos
feitos de pérola sendo uma jóia preciosa, pode ser interpretada como um símbolo da pureza e inocência ● podemos associar à maneira como as crianças absorvem e aprendem com o mundo.
● a paleta de cores usada, cria uma
atmosfera que enfatiza a delicadeza da jovem, assim como a maneira que a luz é tratada, realçando a aparência angelical (remetendo para a inocência). ● Ambas as obras capturam a transição da juventude, embora sejam de maneiras distintas, vão entrelaçar-se na exploração da inocência, complexidade e a passagem do tempo. Para a rapariga podendo ser uma passagem positiva, mas para Pessoa, esta passagem nada mais é do que a ruptura.
● Ambas as obras guardam segredos de alguma maneira,
tanto pessoa, com a lembrança daquilo que um dia terá sido, quando a rapariga que da mesma maneira que contém elementos que remetem à pureza e inocência (características que remetem para a infância), ainda assim contém um olhar enigmático, mas que não parece o olhar de uma criança e sim de uma jovem, demonstrando de alguma maneira desejo, sendo enfatizado também pela posição do seu corpo, pela maneira como a boca da mesma está entreaberta e pela sua expressão leve, mas ainda assim com algum mistério. Quais são os temas comuns abordados tanto no poema "Quando era criança" como na obra "Rapariga com brincos de pérolas" , que sugerem uma transição da inocência da infância para a vida adulta? - Reflexão sobre a infância como um período de felicidade e inconsciência. - Passagem do tempo e nostalgia pela perda da inocência. Ambas as obras exploram a ideia de que a infância é um momento de viver sem pensar, enquanto a vida adulta envolve o pensamento e a consciência. Qual é a importância da luz e da cor na obra de Vermeer e como elas são importantes para a representação da jovem na pintura? A importância da luz e da cor na obra de Vermeer é crucial para criar uma atmosfera que realça a delicadeza da jovem. A luz incide sobre o rosto da jovem e os brincos de pérolas, realçando a sua aparência angelical e a sua inocência. A paleta de cores utilizada também contribui para criar uma atmosfera suave e emotiva, enfatizando a juventude e a pureza. Como o poema de Pessoa e a pintura de Vermeer abordam a questão da nostalgia da infância perdida e a sensação de que a vida adulta envolve pensamento em oposição a apenas viver? Pessoa reflete sobre como, quando criança, ele vivia sem pensar, enquanto a vida adulta o obriga a pensar e sentir. A pintura de Vermeer, por sua vez, representa uma jovem com um olhar enigmático, indicando uma transição da inocência para a consciência, o que também evoca o sentimento da infância perdida