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REVISTA DE ESTUDIOS E INVESTIGACIÓN

EN PSICOLOGÍA Y EDUCACIÓN
ISSN: 1138-1663; eISSN: 2386-7418 © UDC / Uminho
2016, Vol. 3, No. 1, 28-35. DOI: 10.17979/reipe.2016.3.1.1457

Maturidade psicológica e independência financeira: um estudo com adultos


emergentes universitários

Psychological maturity and financial independence: A study with college


emerging adults
Cláudia Andrade
Politécnico de Coimbra

Resumo
Nas últimas décadas assistiu-se a um conjunto de alterações sociais que exercem influência sobre os modos
como a transição para a idade adulta é efetuada, bem como a importância que é dada aos critérios para que se
seja considerado adulto. O presente estudo explora os critérios associados à representação de adulto, junto de
uma amostra de adultos emergentes a frequentar o ensino superior. O estudo de natureza qualitativa foi efetuado
com recurso à técnica dos grupos focais. Os resultados permitiram destacar a importância de dois critérios, um
dos critérios de natureza psicológica (maturidade psicológica) e um de caráter instrumental (independência
financeira) como sendo os marcadores que aparecem associados à representação do estatuto social de adulto.
Outros critérios como competências familiares, transições normativas, adesão às normas e parâmetros
biológicas, legais e a acontecimentos sociais, como casar, por exemplo, são, de uma forma geral, percecionados
como pouco relevantes na definição da idade adulta. Os resultados são discutidos e analisados no quadro da
adultez emergente em estudantes do ensino superior.

Palavras chave: ensino superior, jovens, autonomia, independência

Abstract
In recent decades there has been a series of social changes that influence the ways in which the transition to
adulthood is made, and the importance that is given to criteria to be considered an adult. This study explores
the criteria associated with adulthood representation, with a sample of emerging adults enrolled in higher
education. The qualitative study was performed using the technique of focus groups. The results highlight the
importance of two criteria: a psychological criterion (psychological maturity) and an instrumental criterion
(financial independence) as the markers that appear associated with the representation of adult status. Other
criteria, such as family responsibilities, normative transitions, adherence to standards, biological parameters,
legal and social events such as marriage, for example, are, in general, of little relevance in the definition of
adulthood. The results are discussed and analyzed in the context of emerging adulthood in higher education
students.

Keywords: higher education, youth, autonomy, independence

Nas últimas duas décadas alterações na vida social e educação no ensino superior (Amorim, Azevedo, &
económica do país permitiram uma aproximação da Coimbra, 2010). Estas transformações revelam-se, por
sociedade portuguesa aos padrões europeus ao nível da exemplo, na crescente valorização da formação académica

Cláudia Andrade: Escola Superior de Educação de Coimbra, Politécnico de Coimbra, Rua D. João III, Solum, 3030 – 329 Coimbra, Portugal.
Correspondência relativa a este artigo: Cláudia Andrade – mcandrade@esec.pt
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de nível superior, por parte dos jovens e das suas famílias, opinião de Arnett (2000), pouco adequado designar de
sendo cada mais diversificado o tipo de formações adolescentes tardios aos jovens a frequentar o ensino
disponíveis (por exemplo, 1º, 2º e 3º ciclos, pós- superior na medida em que estes se encontram numa fase
graduações, cursos breves, entre outros) e opções distinta da adolescência. Na maioria dos casos, estes jovens
profissionais às quais apenas se tem acesso após a obtenção são responsáveis pelas suas opções e decisões, tanto no
de um diploma universitário (Almeida, Marinho-Araújo, domínio das relações afetivas como no domínio da
Amaral, & Dias, 2012; Andrade, 2010; Barbeira, 2015; educação e das escolhas profissionais (Andrade, 2010;
Guerreiro & Abrantes, 2007). A vivência no ensino Arnett, 2006; Arnett, 2007, Brandão, Saraiva, & Matos,
superior é para muitos jovens, uma etapa de transformação 2012). Ainda do ponto de vista da autonomia, muitos destes
das atitudes em relação aos futuros papéis de adulto (por
jovens já não residem com a família de origem (por
exemplo, profissional, familiar, de cidadão, entre outros),
exemplo, porque estão a estudar numa localidade diferente
sendo um período de ensaios de estilos de vida que deverá
da residência dos pais) ou, quando o fazem, mantêm um
proporcionando-lhe uma abertura de perspetivas face aos
mesmos (Andrade, 2006; Gómez-Juncal, Dopico, García, estilo de vida independente (Andrade, 2010; Arnett, 2006;
& Varela, 2015; Ferreira, Almeida, & Soares, 2001; Santos, Arnett, 2007). Por último, do ponto de vista social, existem
Ferreira, & Gonçalves, 2014). Deste modo, a frequência do diferenças marcantes entre os adolescentes e estes jovens,
ensino superior acaba por ser uma etapa do ciclo de vida como, por exemplo, a possibilidade de tirar a carta de
que corresponde, em termos desenvolvimentais, à condução ou mesmo de votar, para referir algumas que são
passagem da adolescência para a idade adulta, onde tarefas socialmente construídas como indicadores do
ocorrem transições traduzidas no desenvolvimento, estatuto adulto (Arnett, 2006; Arnett, 2007). Com base
realização e consolidação da identidade pessoal e social do nestes argumentos, parece inadequado tratar estes jovens
sujeito (Almeida, Santos, Dias, Botelho, & Ramalho, 1998; como adolescentes tardios, visto que estão, em termos do
Almeida, Soares, & Freitas, 2004)., que culminarão com a desenvolvimento psicológico e do estatuto social, numa
aquisição do estatuto social de adulto (Andrade, 2006; Dias etapa distinta da adolescência (Arnett, 2000; Arnett, 2006;
& Sá, 2011). Este último é sustentado pelo alcance de uma Arnett, 2007).
posição social decorrente do desempenho de papéis Para caraterizar este período de desenvolvimento,
profissionais e familiares que, simultaneamente, assinalam Arnett (2000) propôs a designação “adultez emergente”.
o final da juventude e caracterizam a idade adulta. Estas Esta designação é proposta para os jovens que se situam
transições implicam um conjunto de alterações, tanto ao entre os 18 e os 24 anos (embora este critério etário possa
nível psicológico como social. A conclusão da formação ser variável, o que corresponderia a um período
académica e o início do desempenho de papéis desenvolvimental com caraterísticas próprias do ponto de
profissionais e familiares próprios, de uma atividade vista psicossocial) (Arnett, 2000). Deste modo, a
profissional que permita uma vida autónoma do ponto de designação incorpora aspetos de natureza social, que se
vista económico-social e o envolvimento na criação de uma repercutem diretamente ao nível do desenvolvimento
ligação afectiva sólida, com possibilidade de vir a gerar psicológico. A primeira caraterística da adultez emergente
descendência, são indicadores tradicionalmente diz respeito ao facto de ser uma fase de exploração ao nível
referenciados para a legitimação social do papel de adulto da identidade, onde se ensaiam opções, nomeadamente em
(Arnett, 2006; Arnett, 2007; Guerreiro & Abrantes, 2004). relação aos domínios familiar e profissional. Para o
domínio profissional, as crescentes exigências do mundo
A adultez emergente laboral implicam não só uma maior necessidade de
Numa tentativa de especificação desta etapa do ciclo investimento ao nível da formação, como são
vital, que se situa entre o final da adolescência e o início da acompanhadas por períodos de trabalho em tempo parcial
idade adulta, surge, com alguma frequência, na literatura (trabalho e estudo), habitualmente em áreas diversificadas.
psicológica, a designação de adolescência prolongada e/ou Esta etapa de vida foi designada por Arnett (2000, 2006) de
tardia (Erikson, 1976; Levinson, 1986). A adolescência “idade da instabilidade”, pois as explorações na adultez
emergente fazem com que este período seja dedicado à
implica reportarmo-nos a um período desenvolvimental
construção de um projeto de vida adulta. Na realidade, se
onde ocorrem mudanças tanto ao nível físico, como ao
este projeto acaba por se definir, na maioria dos casos,
nível psicológico. Do ponto de vista do estatuto social, os
ainda está sujeito a múltiplas revisões, que se traduzem em
adolescentes, na maioria dos casos, encontram-se a alterações nas áreas de estudo ou no abandono temporário
frequentar o sistema de ensino secundário e residem com dos estudos, bem como no ingresso no mercado de
os seus pais, de quem são dependentes do ponto de vista trabalho, com alterações de atividade profissional, ou
instrumental (dependência económica e social) e afetivo mesmo no retorno ao sistema educativo. Também no
(mantêm relações de grande proximidade afetiva com os campo das relações afetivas podem surgir compromissos
progenitores). Aliando os aspectos de natureza mais ou menos duradouros, com períodos de emancipação
desenvolvimental aos aspetos de natureza social será, na residencial relativa à família de origem, que nem sempre se

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estabilizam, podendo haver um regresso a casa dos pais. restrições dos possíveis desejos e uma visão menos otimista
Em qualquer dos casos anteriormente apresentados estamos do futuro, sendo uma etapa que se caracteriza por uma
perante uma etapa clara de exploração, relativa aos papéis imagem idealizada do futuro e onde se acredita que várias
conjugais, familiares e profissionais e, como salienta Arnett possibilidades de sucesso estão em aberto. Contudo, de
(2000), exploração e instabilidade são dois aspetos que acordo com Tanner (2006), podem ser identificados
estão intimamente a ele associados. A adultez emergente é estádios desenvolvimentais na adultez emergente. Assim,
também classificada como uma idade de “auto-centração” existe um estádio em que os adultos emergentes estão a
(Arnett, 2000; Arnett, 2006). Se bem que tanto a infância investir na sua formação académica onde existem
como a adolescência também apresentem esta caraterística, explorações frequentes no domínio afetivo e profissional.
a verdade é que nestes períodos existe sempre o espectro da Nesta etapa, questionam-se se devem tomar decisões, de
vigilância parental, familiar ou mesmo institucional, por acordo com as diretivas dos seus pais, dado que, nesta fase,
parte da escola, por exemplo. Na adultez emergente este o seu apoio financeiro e residencial é necessário, o que
controlo dissipa-se, sendo as opções mais dependentes de poderá fomentar a tendência para respeitarem as diretrizes
uma decisão individual e com consequências para o parentais. Também as escolhas e os compromissos que
próprio, como, por exemplo, será “devo estudar e efetuam têm dois tipos de efeitos: estão a dar-se os
trabalhar?” ou “deveria deixar a casa dos meus pais e ir primeiros passos para futuros compromissos mais
viver com colegas?” ou “vou trabalhar para fazer umas duradouros, que caraterizam a idade adulta e, por outro
férias?”. Estas e outras questões, que se colocam na adultez lado, estão a estabelecer-se fronteiras mais claras e
emergente, fazem com que o jovem se torne mais centrado definitivas em relação aos pais. Na etapa seguinte, a
em si próprio. Esta auto-centração não deve ser entendida aproximação ao estatuto de adulto torna-se mais clara:
só como um período de insegurança e incerteza, na medida surgem os compromissos, nomeadamente no domínio
em que, embora isto possa acontecer em alguns casos, na profissional (Tanner, 2006). Os efeitos da entrada num dos
maioria das vezes implica que o jovem efetue reflexões papéis de adulto fazem-se sentir ao nível de uma identidade
aprofundadas sobre as diferentes opções e as siga de modo construída, que vai progressivamente substituir a
autónomo (Arnett, 2006; Arnett, 2007; Arnett, Ramos, & identidade de moratória da etapa anterior da adultez
Jensen, 2001). Esta reflexão é mesmo um pressuposto para emergente. Por outro lado, o envolvimento com as escolhas
o desenvolvimento da autonomia que caracteriza a idade e os compromissos vai sendo crescente, dando lugar ao
adulta. Destaca-se ainda, na adultez emergente, o exercício dos papéis de adulto, assim como à criação da
sentimento de estar parcialmente na adolescência e independência emocional e residencial em relação aos pais.
parcialmente na idade adulta. Cerca de 60% dos adultos Contudo, este período de vivência sem grandes
emergentes no estudo de Arnett (2000) indicaram, como compromissos é visto pelos jovens, de ambos os sexos,
principais critérios para se considerarem adultos, serem como um período transitório, que é seguido por uma certa
responsáveis pelos seus atos, serem capazes de tomar estabilização nos padrões de vida mais convencionais
decisões de forma autónoma e serem economicamente (Andrade, 2006; Andrade, 2010; Brandão, Saraiva, &
independentes. Dentro destes critérios, o último é aquele Matos, 2012). Apesar destas características poderem ser
que é assinalado como o principal responsável por não se encontradas em qualquer jovem que se situe no contexto de
sentirem completamente adultos. Para o contexto nacional transição para a idade adulta, o conceito de “adultez
o estudo de Mendonça, Andrade e Fontaine (2009) emergente” reporta-se, na maioria dos casos, a uma
encontrou dados nesta mesma linha, ou seja, dos 224 “classe” de jovens urbanos, de classe média e a frequentar
estudantes universitários que participaram no estudo, ou que frequentaram o ensino superior (Andrade, 2013;
quando inquiridos sobre em que medida se sentiam adultos, Arnett, 2000; Arnett, 2007).
48% dos estudantes da amostra responde “sim e não”, 38%
responde “sim” e 12 % responde “não”. Os resultados Representações da idade adulta em adultos emergentes
apontam para o facto da maior parte dos estudantes não se
No contexto social atual, a autonomia e a liberdade
considerar totalmente adulto e a maioria parece colocar-se
numa posição intermédia, considerando que, em certos associadas ao período de transição para a idade adulta
aspetos, já atingiram a idade adulta, mas noutros não. Os podem influenciar o modo como estes jovens representam
resultados apontam, assim, para a presença de um e antecipam o que é ser adulto. Assim, as representações do
sentimento de ambivalência em relação à sua perceção de papel de adulto adquirem hoje uma configuração própria,
si como adulto, caraterístico da adultez emergente. não isenta de aspetos negativos, sobretudo quando
É também importante destacar que para Arnett (2000) a comparada com a tradicional representação do estado
adultez emergente corresponde a um período onde as adulto que apontava para uma estabilidade pessoal, familiar
expetativas em relação à vida adulta são elevadas e e profissional (Andrade, 2006; Andrade, 2010; Andrade,
positivas. Isto compreende-se pelo facto de estes jovens 2013; Mendonça, Andrade, & Fontaine, 2009; Sousa,
ainda não se terem confrontado, na maioria dos casos, com 2007). Um estudo realizado por Nilsen (1998), onde se
dificuldades ou responsabilidades que implicassem analisaram as atitudes e representações dos jovens sobre o

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que significa ser adulto, identificou, como aspetos menos de objetivos e do consequente desenvolvimento das
agradáveis da vida adulta, as obrigações familiares e competências psicológicas Apesar disto, na atualidade, as
profissionais e a monotonia daí decorrente. As menores exigências de responsabilidade associada à
circunstâncias que caraterizam esta monotonia variam assunção destes papéis dominam a vida de muitos jovens,
desde ficar em casa a tempo inteiro com os filhos pequenos, pelo que estes se encontram numa situação de “semi-
até ao facto de estarem sempre no mesmo emprego. Como adultos” onde se perspetiva uma entrada na idade adulta
aspetos mais positivos do papel de adulto, estes jovens progressiva, sem a pressão do compromisso com os
referiram, acima de tudo, atividades que são tradicionais papéis de adulto nos domínios do trabalho e da
essencialmente caraterísticas da fase de transição para a família (Mendonça, Andrade, & Fontaine, 2009; Reitzle,
idade adulta, como, por exemplo, conhecer novas pessoas, 2006; Sousa, 2007).
viajar, encontrar ocupações, com a condição de poder Com efeito, e de um modo consensual, os estudos têm
abandoná-las logo que se “tornem aborrecidas” ou quando identificado caraterísticas pessoais como sendo prioritárias
aparece algo mais interessante, prosseguir os estudos em para se ser considerado adulto, das quais se destacam ser
domínios interessantes e desafiantes, mesmo que não responsável, ser capaz de tomar decisões e ser capaz de se
conduzam a um trabalho bem remunerado, ter um emprego sustentar a si próprio financeiramente (Greene & Wheatley,
onde se aprendam coisas novas e se enfrentem novas 1992; Facio & Micocci, 2003; Mendonça, Andrade, &
situações, seguindo sempre, em qualquer dos casos, os Fontaine, 2009). De facto, tais estudos apontam para a
próprios desejos e aspirações. Para além destes aspetos, importância da perceção de “auto-suficiência”, do ponto de
estes jovens destacaram ainda que a noção de “assentar na vista psicológico e instrumental, como caraterística
vida” é frequentemente associada à constituição de família fundamental da idade adulta (Gordon, Holland, Lahelma,
com filhos, o que implica um emprego permanente para & Thompson, 2005; Hendry & Kloep, 2012; Greene &
assegurar um rendimento fixo e, portanto, garantir a Wheatley, 1992; Mendonça, Andrade, & Fontaine, 2009).
independência económica da família. Embora nenhum dos A importância desta auto-suficiência tem sido observada
jovens desejasse o mesmo estilo de vida da geração em estudos efetuados em diversas culturas. Jovens
anterior, ou seja, da geração dos seus pais, muitos pensam universitários argentinos consideram que ser capaz de
que, de algum modo, podem vir a acabar numa situação formar e sustentar uma família é o critério mais importante
algo semelhante (Nilsen, 1998). Como consequência para que se seja considerado adulto, havendo diferenças de
indireta destas representações, destaca-se a coexistência de género, já que as raparigas valorizam mais este aspeto do
expetativas elevadas e de representações negativas, em que os rapazes (Facio & Micocci, 2003). Do mesmo modo,
relação ao papel de adulto. Todavia, se as representações Mayseless e Scharf (2003), a partir de um estudo conduzido
da vida adulta continuam associadas a um emprego estável em Israel, consideraram que a responsabilidade sobre os
e a um aumento crescente do nível de vida, este critério não seus próprios atos, a capacidade de decidir sobre as suas
foi considerado determinante para se ser adulto no caso dos próprias crenças, o estabelecimento de uma relação
adultos emergentes portugueses como revelou o estudo de igualitária com os pais são critérios mais importantes para
Mendonça, Andrade e Fontaine (2009). Já a parentalidade se ser considerado adulto. Neste caso, verifica-se que o ser
é considerada como um fator decisivo para se ser capaz de renegociar e reconstruir um relacionamento entre
considerado adulto. Os jovens, independentemente da pais e filhos é um indicador de maturidade psicológica, que
idade e do género, assumem que ser pai ou mãe implica ter se reporta à conquista da autonomia. É de salientar, no
uma responsabilidade sobre outra pessoa e sobre si próprio, entanto, que o “ser adulto” é algo de dinâmico que não
o que é caraterística da idade adulta (Greene & Wheatley, corresponde a um estatuto estável (Brandão, Saraiva, &
1992; Nilsen, 1998). Contudo, apesar da ênfase mais Matos, 2012; Mendonça, Andrade, & Fontaine, 2009;
recente atribuída ao papel parental, os outros papéis de Reitzle, 2006). Mesmo os jovens que se consideram adultos
trabalhador e esposo(a) promovem também o acesso a uma continuam a achar que ainda não o são na sua plenitude, e
identidade social normativa sobre o que significa ser adulto que isto nem sempre depende de uma escolha pessoal, mas
(Greene & Wheatley, 1992; Nilsen, 1998). O estudo de pode ser fruto de constrangimentos sociais. A posição dos
Reitzle (2006) sobre o significado da vida adulta indicou jovens é marcada pela ambiguidade e pela ambivalência.
que os jovens adultos distinguem categorias fundamentais Por um lado, os jovens assumem, facilmente, uma imagem
para se analisar o significado de ser adulto: ao nível das idealizada da vida adulta, que passa por representações
relações familiares e com os amigos; do trabalho através do positivas da mesma. O estudo de Arnett (2001) constatou,
envolvimento na formação ou profissão; do bem-estar com base num inquérito nacional para os Estados Unidos,
pessoal, associado a uma orientação individualista, com a que 96% dos jovens com idades compreendidas entre os 18
procura hedónica do prazer e a manutenção da saúde (física e os 24 anos afirmam que a vida adulta lhes iria
e/ou mental); e da auto-realização, através da concretização proporcionar a possibilidade de “virem a obter aquilo que

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sonharam para as suas vidas”. Por outro lado, não parecem especificados quer os objetivos da investigação, quer as
querer entrar rapidamente e totalmente na idade adulta, se condições de participação. Ser apenas estudante, isto é, não
as circunstâncias o permitirem e não se vêem a si próprios ter uma atividade profissional durante o ano letivo, estar
para já como adultos. Nesta linha, o estudo de Reitzle pela primeira vez inscrito no ensino superior, ser solteiro e
(2006), por exemplo, revelou que muitos jovens não se ter idade inferior a 29 anos foram critérios de participação
percepcionam a si mesmos nem, como adolescentes no estudo. Os grupos foram também equilibrados do ponto
tardios, nem como jovens adultos, mas sim como estando de vista do género, sendo cada grupo constituído por 3
numa fase situada entre estas duas categorias. A autora estudantes do sexo feminino e três estudantes do sexo
concluiu que a perceção subjetiva de ser adulto só estava masculino. A amostra total para o estudo é assim composta
por 12 participantes com idades compreendidas entre os 17
associada aos papéis normativos de adulto para os jovens
e os 22 anos de idade, com uma média de 19 anos.
de classe baixa e pouco escolarizados. Para os restantes, as
Relativamente à residência todos afirmam residir
restrições no acesso ao emprego e a uma vida independente,
habitualmente em casa dos pais, contudo quatro estudantes
bem como a instabilidade das relações afetivas fazem com afirmam residir com colegas, durante o período de aulas.
que vivam o presente numa perspetiva de “hedonismo dos Todos afirmaram ser economicamente dependentes da
tempos modernos”, onde os papéis de adulto não têm um família e dois estudantes recebem, também, o apoio
significado muito importante. Para o contexto nacional, e económico através de uma bolsa de estudos.
no que se refere especificamente às transições para os
papéis de adulto efetuam-se em dois tempos: um primeiro Procedimento
período, caraterizado pela liberdade, pelas experiências e Foram formuladas duas questões que serviram de
pela ausência de compromissos; um segundo período, orientação para recolha de informação nos grupos focais. O
caraterizado pela responsabilidade, estabilidade e grupo focal é um grupo de discussão centrado num tema
compromissos (Andrade, 2009; Andrade, 2010a; Andrade, que envolve uma discussão e que utiliza respostas
2013; Guerreiro & Abrantes, 2007). A vivência de uma simultâneas no sentido de obter informação sobre
transição para a idade adulta “livre” contrasta com as determinado assunto (“foco”). O objetivo é conhecer as
atitudes relativas à vida adulta considerada rotineira, opiniões, valores, discurso e compreensão dos participantes
aborrecida e desinteressante (Guerreiro & Abrantes, 2004; sobre o assunto da investigação, partindo do princípio que
Sousa, 2007). toda a informação dada pelos participantes é válida. Foi
Globalmente, os estudos apresentados levam-nos a então solicitado aos participantes que indicassem
assumir que a representação partilhada pelos jovens sobre consideravam como critérios que devem ser usados para
o que significa ser adulto, bem como os seus marcadores, que se seja considerado como adulto. Depois de solicitada
está impregnada de alguma ambiguidade. Parece, assim, a respetiva autorização, o conteúdo foi gravado para
que alterações no processo de transição para a idade adulta, facilitar a posterior categorização da informação recolhida.
decorrentes de mudanças sociais mais globais em confronto Os dados provenientes dos grupos focais foram alvo de
com os valores culturais dominantes, são responsáveis por uma análise de conteúdo: definição de categorias,
novos modos de definir o que significa ser adulto. Pelo codificação e registo da frequência com que cada categoria
exposto os jovens portugueses a frequentar o ensino ocorreu. Este trabalho foi efetuado por duas assistentes de
superior parecem reunir um conjunto de caraterísticas que investigação sendo depois submetido a três juízes. Dado o
se inscrevem no quadro da adultez emergente. Tendo em caráter exploratório deste trabalho e para facilitar a tarefa
conta percursos de transição marcados pela instabilidade e de categorização da informação recolhida fez-se recurso
pela dificuldade em aceder a experiencias que, das dimensões temáticas encontradas no estudo de
tradicionalmente, marcavam a entrada na idade adulta, o Mendonça, Andrade e Fontaine (2009) que, na adaptação
objetivo deste estudo é perceber como é que os adultos de um instrumento relativo aos critérios para a aquisição do
emergentes a frequentar o ensino superior concetualizam a estatuto de adulto desenvolvimento originalmente por
idade adulta e as suas caraterísticas. Arnett (2001) encontraram, para a amostra portuguesa,
cinco dimensões relativas marcadores de transição para a
Método idade adulta, nomeadamente, competências familiares,
transições normativas, adesão às normas, independência
Participantes financeira e maturidade emocional. A partir do discurso dos
Neste estudo estiveram envolvidos dois grupos de participantes foram também registados exemplos
adultos emergentes a frequentar o 1º ano do ensino superior ilustrativos das categorias pré-estabelecidas.
numa licenciatura no domínio das ciências sociais (n=6,
para cada grupo, sendo cada grupo constituído por 3 Resultados e Discussão
rapazes e 3 raparigas). Os estudantes foram contactados A categorização dos temas abordados pelos
diretamente pela investigadora sendo solicitada a sua participantes permitiu identificar informação relevante para
participação voluntária no estudo, após as aulas. Foram cada uma das categorias previamente definidas: maturidade

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emocional e independência financeira. Estas categorias fundamental para futuras transições e a experimentação de
foram invocadas com maior frequência merecendo, assim, futuros papéis de adulto.
um destaque como sendo categorias principais. Deste “Nos dias de hoje sem ter pelo menos uma fonte
modo, a para facilitar a leitura dos resultados, apresentamos de subsistência não dá para ser visto como adulto.
passagens ilustrativas organizadas de acordo com a É-se sempre olhado de lado, quase como se fosse
importância das mesmas. adolescente, independentemente da idade. O que
Apesar da transição para a idade adulta, bem como a sua interessa mesmo é ser capaz de pagar as contas sem
caraterização e os seus marcadores terem sofrido alterações estar sempre a pedir dinheiro aos pais”. (F., sexo
por força de transformações nos contextos sociais, verifica- feminino, 19 anos).
se que os marcadores que, classicamente assinalavam a “Ter trabalho que permita uma vida autónoma
entrada na idade adulta, tendem a perder a sua importância, do ponto de vista financeiro. E mesmo com trabalho
a favor de outros marcadores que se aproximam mais de este muitas vezes não dá para ser independente. Mas
dimensões psicossociais, nem sempre relacionadas com o sem dinheiro não se conseguirá nunca ser alguém
exercício de papéis de adulto (Andrade, 2010a; Andrade, logo não se é visto como um adulto” (C., sexo
2010b). Um desses marcadores parece ser a maturidade feminino, 20 anos).
emocional. Tal como foi identificado por vários estudos “Os recursos económicos são fundamentais para
(Andrade, 2006; Arnett, 1998; Mendonça, Andrade, & fazer uma vida independente. Sem dinheiro nunca se
Fontaine, 2009), os adultos emergentes neste estudo consegue sair do controlo dos pais, por mais
consideram que a representação de ser adulto e as suas responsável que se seja. É sempre preciso prestar
manifestações se associam à maturidade psicológica. Nesta contas de tudo. Para mim, é isso mesmo: ter dinheiro
dimensão são salientados aspetos que se referem à para ser independente e não que se justificar. Aí é
capacidade do indivíduo para ser independente, do ponto que se começa a perceber o que é a vida. E, aos olhos
de vista psicológico e instrumental. dos outros, também se passa a ser encarado de outra
“Ser adulto é ser capaz de pensar e agir sem forma: como um adulto” (S, sexo masculino, 22
precisar de ouvir a opinião dos outros. É usar as anos).
capacidades que temos para nos organizarmos face
No que diz respeito às restantes categorias,
ao futuro, sem estar sempre a pedir conselhos aos
competências familiares, transições normativas e adesão às
pais e amigos. É ser capaz de tomar decisões
normas e parâmetros biológicas, legais e a acontecimentos
sozinho” (A., sexo masculino, 18 anos).
sociais, como casar, por exemplo, são, de uma forma geral,
“O adulto carateriza-se pela sua maturidade, ou
percecionados como pouco relevantes na definição da
seja, ser independente para gerir a sua vida e ser
idade adulta. Estes resultados são convergentes com os
capaz de enfrentar as adversidades sempre com
resultados obtidos por Mendonça, Andrade e Fontaine
espírito positivo. O que é mais importante é ter
(2009) onde a importância destas dimensões, enquanto
estabilidade emocional e pensar pela própria
marcadores de transição para a idade adulta, acolherem
cabeça” (G., sexo masculino, 17 anos).
pouca aceitação. Parece, deste modo, haver uma visão
“Ter coragem para lutar pelos objetivos de vida
comum no que se refere à representação da idade adulta,
sem esperar o apoio dos outros. Ser auto-suficiente
em países ocidentais e industrializados. Na verdade a
em termos emocionais: ser capaz de gerir as
presença de uma sociedade mais exigente e competitiva
emoções e de as controlar, agir com
encontra-se associado a inserções laborais difíceis e
responsabilidade” (D, sexo feminino, 20 anos.
instáveis e, consequentemente, a uma dependência mais
Destaca-se, também, o fato dos marcadores que prolongada, em termos temporais, da família de origem.
evidenciam aspetos associados à independência financeira Deste modo, é provável que haja uma maior valorização de
serem percecionados como relevantes pelos adultos aspetos que se centrem na questão da autonomia,
emergentes, para se adquirir o estatuto de adulto. Estes responsabilidade pessoal e independência financeira como
resultados estão de acordo com o que foi obtido por outros marcadores associados ao conceito de “ser adulto” em
estudos, noutros contextos culturais (Arnett, 2000; Greene deferimento dos marcadores mais tradicionais como, por
& Wheatley, 1992; Facio & Micocci, 2003). A realidade exemplo, ter uma profissão, uma carreira ou mesmo ser pai
dos adultos emergentes que participaram neste estudo, tal ou mãe. Em suma, parece que o modo como,
como a maior parte dos estudantes portugueses a frequentar tradicionalmente, se tende a definir a idade adulta, partindo
o ensino superior, dependem do apoio económico dado de critérios demográficos e sociais, pode não corresponder
pelos pais ou outros familiares (Andrade, 2006; Andrade, à perceção de adultez da maioria dos adultos emergentes da
2010; Guerreiro & Abrantes, 2007). Tal situação poderá amostra. Estas representações e critérios poderão ser, por
contribuir para tornar este critério particularmente saliente um lado, influenciados pelas dificuldades que os jovens
no modo como estes adultos emergentes perspetivam a sentem atualmente para efetuarem as transições que,
importância da independência financeira enquanto critério tradicionalmente, marcavam a entrada para a idade adulta,

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34 ANDRADE

valorizando assim, aspetos de caráter individual e Revista Galego-Portuguesa de Psicoloxia e Educación,


psicológico. Por outro lado, poderão, também, ser o reflexo 2(2), 41-48.
de mudanças nos valores e nas representações referentes a Almeida, L. S., Soares, A. P., & Freitas, A. C. (2004).
esta fase da vida. Integración y adaptación académica en la universidad:
Estudio considerando la titulación y el sexo. Revista
Conclusões Galego-Portuguesa de Psicopedagogía e Educación, 8
Em suma, apesar do papel relevante das transformações (II), 169-182.
sociais atuais nos contornos do processo de transição para Almeida, L., Marinho-Araújo, C., Amaral, A., & Dias, D.
a idade adulta, os critérios de natureza psicológica e como (2012). Democratização do acesso e do sucesso no
tal individual assumem destaque como marcadores da ensino superior: Uma reflexão a partir das realidades de
representação de adulto junto dos estudantes a frequentar o Portugal e do Brasil. Avaliação: Revista da Avaliação
ensino superior. Esta representação parece estar, assim, em da Educação Superior, 17(3), 899-920. http://dx.doi.org
consonância com uma sociedade pautada por novos valores /10.1590/S1414-40772012000300014
menos consensuais e que surge como menos previsível e Amorim, J. P., Azevedo, J., & Coimbra, J. L. (2010). On
mais incerta. the opening of higher education institutions to new
Apesar da importância que os resultados que este estudo publics: the Portuguese case. Revista Portuguesa de
permitiu evidenciar, algumas limitações devem ser Investigação Educacional, 9, 83-103.
referidas. É importante salientar que, na sociedade Andrade, C. (2006). Antecipação da conciliação dos papéis
portuguesa, o estatuto de estudante a tempo inteiro é familiares e profissionais na transição para a idade
dominante, sendo tal situação apenas possível graças ao adulta: Estudo diferencial e intergeracional. Dissertação
apoio instrumental dado pelas famílias durante a frequência de Doutoramento não publicada. Faculdade de
do ensino superior. Ora, a manutenção da residência Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade
conjunta com os progenitores durante este período pode do Porto
fomentar uma extensão do comportamento protetor dos Andrade, C. (2010). Transição para a Idade Adulta: das
pais em relação aos filhos (Andrade, 2010; Mendonça, Condições Sociais às Implicações Psicológicas. Análise
Andrade, & Fontaine, 2009). Este poderá traduzir-se na Psicológica, VIII (2), 255-267.
manutenção de regras de convivência familiar e pela Andrade, C. (2013). Relações trabalho-família e género:
exigência de sucesso escolar, elementos suscetíveis de Caminhos para a conciliação. Lisboa: Editora Coisas de
prolongar o tipo de relação estabelecida na adolescência o Ler.
que implica que a valorização da maturidade psicológica e Arnett, J. J., Ramos, K. D., & Jensen, A. (2001).
da independência financeira possam estar muito Ideological views in emerging adulthood: Balancing
valorizadas para este grupo de adultos emergentes. Deste autonomy and community. Journal of Adult
modo, estudos futuros com grupos de adultos emergentes Development, 8, 69-79. http://dx.doi.org/10.1023/A:
que frequentam o ensino superior, mas que apresentam 1026460917338
caraterísticas mais diversificadas (por exemplo, que vivam Arnett, J. (2000) Emerging adulthood: A theory of
de forma independente em relação à família de origem, que development from the late teens through the twenties.
tenham uma atividade profissional, que ingressem no American Psychologist, 55, 469-480. http://dx.doi.org/
ensino superior depois de um período de trabalho ou até que 10.1037/0003-066X.55.5.469
sejam pais) ou que frequentem o 2º ou 2º ciclos de formação Arnett, J. (2001) Conceptions of the transition to adulthood:
no ensino superior poderá contribuir para uma Perspectives from adolescence through midlife. Journal
compreensão mais abrangente e completa da importância of Adult Development, 8, 133-143. http://dx.doi.org/
dos critérios de natureza psicológica e individual que estão 10.1023/A:1026450103225
associados à representação de adulto. Também estudos com Arnett, J. J. (2006). Emerging adulthood: Understanding
adultos emergentes que não estejam a frequentar o ensino the new way of coming of age. In J. J. Arnett & J. L.
superior podem contribuir para um conhecimento mais Tanner (Eds.), Emerging adults in America: Coming of
alargado da importância dos critérios para se ser adulto age in the 21st century (pp. 3-19). Washington, DC:
num quadro de maior variação social e cultural favorecendo American Psychological Association.
o conhecimento desta realidade para o contexto nacional de Arnett, J. J. (2007). Emerging adulthood: What is it, and
forma mais aprofundada. what is it good for? Child Development Perspectives,
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Fecha de recepción: 19 de enero de 2016.


Fecha de aceptación: 7 de mayo de 2016.

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