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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ECONOMIA

Departamento de Economia

MANUAL E MATERIAL DE APOIO À ECONOMIA INTERNACIONAL II

VERSÃO: ANO LECTIVO: 20161

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Índice

LIÇAO 1: CONTABILIDADE DE RENDA NACIONAL E A BALANÇA DE PAGAMENTOS 6


AS CONTAS DA RENDA NACIONAL 7
Produto Nacional e Renda Nacional 8
Depreciação do Capital e Transferências Internacionais 8
Produto Interno Bruto 9
CONTABILIDADE DE RENDA NACIONAL PARA UMA ECONOMIA ABERTA 9
Consumo 9
Investimento 9
Compras Governamentais 10
A Identidade de Renda Nacional para uma Economia Aberta 10
Uma economia aberta Imaginário 11
A Conta Corrente e Endividamento Externo 11
Poupança e Conta Corrente 12
A Poupança Privada e Pública (Governo) 13
A balança de pagamentos 14
A Identidade Fundamental do Balanço de Pagamentos 15
Transações de Reservas Oficiais 16
Lição 2 - Taxas de câmbio e o mercado externo: uma abordagem do ativo 17
Taxas de Câmbio e Transações Internacionais 17
Preços internos e Externos 18
Taxas de Câmbio e Preços Relativos 19
O Mercado Internacional de Câmbio 20
Os Atores 20
Características do Mercado 21
Taxas de câmbio no Local (“Spot”) e futuras (“Forward”) 22
Futuros e Opções 22
A demanda por ativos de moeda estrangeira 23
Os Ativos e Retornos dos Ativos 23
Definindo Retorno dos Ativos 23
Taxa de retorno real 24
Risco e Liquidez 24
Taxas de Juros 25
Taxas de câmbio e Retorno dos Ativos 25
O equilíbrio no mercado de câmbio 27
Paridade de Juros: A Condição Básica de Equilíbrio 27
O Equilíbrio da Taxa de Câmbio 29
Taxas de juros, expectativas e equilíbrio 30
Lição 3 – Considerações sobre o dinheiro, taxas de juros e de câmbio 33
Dinheiro definido: uma breve revisão 33
Dinheiro como uma Unidade de Conta 33
Dinheiro como uma Reserva de Valor 33
O que é o dinheiro? 33
Como a Oferta de Moeda é Determinada 34
A demanda por moeda por indivíduos 34
Retorno Esperado 34
Risco 35
Liquidez 35
Demanda agregada dinheiro 35
A taxa de juros de equilíbrio: a interacção entre a oferta e a demanda de dinheiro 38
Equilíbrio no Mercado Monetário 38
Taxas de juros e a oferta de moeda 39
Output e a taxa de juros 41
A oferta de moeda e a taxa de câmbio no curto prazo 41
Dinheiro e a Taxa de Câmbio no Longo Prazo 47
Lição 4: Níveis de preços e a taxa de câmbio no Longo Prazo 49
A lei do preço único 49
Paridade de poder de compra (ou poder adquisitivo) – ppc (ou ppa) 49
O relacionamento entre o PPC e a Lei do Preço Único 50
O modelo de taxa de câmbio de longo prazo com base na ppc 51
A Equação Fundamental Da Abordagem Monetária 51
Inflação Contínua, Paridade De Juros, E PPC 53
Lição 5: Clarificações dos Problemas com o PPC e a sua aplicação ao Longo Prazo 56
Explicando os problemas com o ppc 56
Barreiras Comerciais e Produtos Não-Comercializáveis 56
Quebra do Principio de Livre Concorrência 57
As Diferenças nos Padrões de Consumo e Medição de Níveis de Preço 57
Além de paridade de poder de compra: um modelo geral de câmbio de longo prazo 58
A Taxa de Câmbio Real 58
Demanda, Oferta e a Taxa de Câmbio Real no Longo Prazo 59
Taxas de Cambio Nominal e real de Equilíbrio ao Longo Prazo 60
Lição 6: Output e a taxa de câmbio no curto prazo – taxas de câmbio e a curva da demanda
derivada (DD) 63
Determinantes da demanda agregada em uma economia aberta 63
Determinantes do Consumo de Demanda 63
Determinantes da Conta Corrente 63
A Equação da Demanda Agregada 65
Como o Produto é Determinado no Curto Prazo 66
Equilíbrio de produto no mercado no curto prazo: a curva dd 67
Output, a Taxa de Câmbio e o Equilíbrio do Mercado de Output 67
Derivando a Curva DD 68
Fatores Que Deslocam a Curva DD 69
Lição 7: Output e a taxa de câmbio no curto prazo – Curva AA 73
Equilíbrio no mercado ativos no curto prazo: a curva aa 73
Output, a taxa de câmbio e Equilíbrio de Mercado de ativos 73
Derivando a Curva AA 74
Fatores que Deslocam a Curva AA 75
O equilíbrio no curto prazo para uma economia aberta: colocar as curvas dd e aa juntos 76
Política Monetária 78
Política fiscal 78
Lição 8 – Regimes de Intervenção do mercado de Cambio 80
O padrão-ouro 80
Os acordos de Bretton Woods 80
Arranjos de Pagamentos nos países em desenvolvimento 82
Intervenção no Mercado de Câmbio com Taxas de Câmbio Flutuantes 84
Instituições do mercado de câmbio 85
Lição 9 - Classificando Sistemas Monetários: O Trilema da Economia Aberta 88
Analisando Opções Políticas para Alcançar o Balanço Interno e Externo 89
Manter o equilíbrio interno 89
Manter o equilíbrio externo 91
Lição 10 - O Sistema Bretton Woods e o Fundo Monetário Internacional 93
Objetivos e Estrutura do FMI 93
Conversibilidade e a expansão dos fluxos financeiros privados 94
Fluxos de capital especulativo e crises 95
Lição 10 - A globalização financeira 97
O mercado de capitais internacional e os ganhos do comércio 97
Três tipos de Ganho de Comercio Oriundo de Transações de Ativos 97
Aversão ao Risco 98
O Menu de Ativos internacionais 99
Bancarização Offshore e Troca de moeda Offshore 101
A importância das assimetrias regulatórias 101
O Sistema Bancário Sombra (Paralelo) 102
Regulação bancária internacional 102
O problema da falência do banco 102
Lição 11 – Países em Desenvolvimento: Crescimento, Crise e Reforma 105
Rendimento, riqueza, e crescimento da economia mundial 105
O fosso entre ricos e pobres 105
Será que o intervalo de renda diminuiu ao longo do tempo? 106
Características estruturais dos países em desenvolvimento 107
Endividamento nos países em desenvolvimento 109
A Economia De fluxos financeiros para países em desenvolvimento 109
Formas alternativas de entrada de fundos 111
O problema do "pecado original" 112
LIÇAO 1: CONTABILIDADE DE RENDA NACIONAL E A
BALANÇA DE PAGAMENTOS
Entre 2004 e 2007, a economia mundial cresceu, o produto total cresceu a uma taxa anual
média de cerca de 5% ao ano. A taxa de crescimento da produção mundial desacelerou para
cerca de 3% ao ano em 2008, antes de cair para – 0,6% em 2009, uma redução na produção
mundial sem precedentes no período desde a II Guerra Mundial. Esses padrões globais
escondem diferenças nítidas entre países individuais. Alguns, como a China, tiveram uma
redução relativamente modesta em 2009, enquanto a produção de outros países, como os
EUA, contraiu-se acentuadamente. Será que a análise econômica pode ajudar-nos a
compreender o comportamento da economia global e as razões pelas quais as fortunas de
cada país, muitas vezes diferem?

Na economia internacional I, as lições focalizaram-se principalmente com a análise de como


fazer o melhor uso dos escassos recursos produtivos do mundo em um único ponto no tempo.
A microeconomia estuda estes problemas a partir da perspectiva de cada empresa e os
consumidores. A Microeconomia funciona "de baixo para cima" para mostrar como agentes
económicos individuais, prosseguindo os seus próprios interesses, coletivamente determinam
como os recursos são utilizados. Em nosso estudo da microeconomia internacional,
aprendemos como as decisões de produção e consumo individual produz padrões de comércio
e especialização na arena internacional. Vimos também que, embora o livre comércio
geralmente incentiva o uso eficiente de recursos, falhas de intervenção do governo ou do
mercado podem causar desperdícios, mesmo quando todos os fatores de produção estão
plenamente empregados.

Nesta segunda parte, muda-se foco e indagamos: Como pode a política econômica assegurar a
plena utilização dos fatores de produção? E o que determina a capacidade de uma economia
para produzir bens e serviços que variam ao longo do tempo? Para responder a essas (e outras)
perguntas, precisamos entender a macroeconomia, o ramo da economia que estuda como os
níveis gerais de emprego, produção e crescimento das economias são determinados. Como a
microeconomia, macroeconomia está preocupada com o uso eficaz dos recursos escassos.
Mas, enquanto a microeconomia concentra-se nas decisões econômicas dos indivíduos, a
macroeconomia analisa o comportamento de uma economia como um todo. Em nosso estudo
da macroeconomia internacional, vamos aprender como as interações das economias
nacionais influenciam o padrão mundial da atividade macroeconómica.

Análise macroeconómica enfatiza quatro aspectos da vida econômica que vale a pena lembrar
uma vez que irão simplificar a nossa discussão sobre economia internacional:

1. Desemprego. Sabemos que no mundo real, os trabalhadores podem ficar


desempregados e fábricas podem estar ociosos. A macroeconomia estuda os fatores
que causam o desemprego e os passos que governos podem tomar para evitar isso. A
principal preocupação de macroeconomia internacional é o problema de assegurar o
emprego total em economias abertas ao comércio internacional.
2. Poupança. Até aqui assumiu-se que cada país consome uma quantidade exatamente
igual à sua renda, nem mais nem menos. Na realidade, porém, as famílias podem
deixar de lado parte de sua renda para prever o futuro, ou eles podem emprestar
temporariamente a gastar mais do que ganham. O comportamento em relação a
poupança ou empréstimo de um país afeta o emprego doméstico e os futuros níveis de
riqueza nacional. Do ponto de vista da economia internacional como um todo, a taxa
de poupança mundial determina a rapidez com que o estoque mundial de capital
produtivo pode crescer.
3. Desequilíbrios Comerciais. Até aqui assumiu-se que o valor das importações de um
país é igual ao valor de suas exportações quando a despesa é o lucro. No entanto, este
estado de equilíbrio comercial raramente é alcançado pelas economias reais. Em lições
seguintes, os desequilíbrios comerciais desempenham um grande papel, porque eles
redistribuem a riqueza entre os países e são um canal principal através do qual as
políticas macroeconómicas de um país afetam os seus parceiros comerciais.
4. Dinheiro e o nível de preços. A teoria do comércio que você estudou até agora é uma
teoria de troca, em que as mercadorias são trocadas diretamente por outros bens, com
base em seus preços relativos. Na prática, é mais conveniente usar o dinheiro em
transações, e para cotar preços em termos de dinheiro. Uma vez que o dinheiro muda
de mãos em praticamente todas as transações que ocorre em uma economia moderna,
as flutuações no fornecimento de dinheiro ou na demanda por ela pode afetar tanto a
produção e o emprego. A macroeconomia internacional leva em conta que cada país
utiliza uma moeda e que uma mudança monetária (por exemplo, uma mudança na
oferta de dinheiro) em um país pode ter efeitos que se estendem para lá das suas
fronteiras. Estabilidade nos níveis de preços é uma meta importante na política
macroeconómica internacional.

Daremos os nos primeiros passos no estudo da macroeconomia internacional, explicando os


conceitos de contabilidade nacional usados para descrever o nível de produção de um país e as
suas transacções internacionais. Para obter um quadro completo das ligações
macroeconómicas entre as economias que se dedicam ao comércio internacional, temos que
dominar duas ferramentas relacionadas e essenciais. A primeira dessas ferramentas,
contabilidade da renda nacional, registra todas as despesas que contribuem para a renda e a
produção de um país. A segunda ferramenta, a contabilidade da balança de pagamentos,
ajuda-nos a manter o controlo de ambas as mudanças no endividamento de um país para os
estrangeiros e as fortunas de sua exportação e indústrias que competem com as importações.
O balanço de pagamentos mostra-nos também a conexão entre as operações estrangeiras e
suprimentos monetários nacionais.

AS CONTAS DA RENDA NACIONAL


Uma preocupação central para a análise macroeconómica é Produto Interno Bruto (PIB) do
país, o valor de todos os bens e serviços finais produzidos por fatores de produção do país e
vendidos no mercado num determinado período de tempo. Portanto, o PIB inclui o valor dos
bens vendidos como pão em um supermercado e livros vendidos em uma livraria, bem como o
valor dos serviços prestados pelos corretores da bolsa. Contudo, o output não pode ser
produzido sem o auxílio de factores de produção, as despesas que compõem o PIB estão
intimamente ligados ao emprego de mão-de-obra, capital e outros fatores de produção.

Para distinguir entre os diferentes tipos de despesas que compõem o PIB, esta é dividida entre
os quatro possíveis usos para os quais o output final de um país é comprado: consumo (a
quantidade consumida pelos residentes nacionais privados), o investimento (a quantidade
posta de lado por empresas privadas para construir novas fábricas e equipamentos para a
produção futura), as compras do governo (a quantidade utilizada pelo governo), e o saldo em
conta corrente (o valor das exportações líquidas de bens e serviços para o estrangeiro). O
termo contas da renda nacional, em vez de contas de produção nacional, é usado para
descrever esta classificação quádrupla porque a renda de um país, de fato, é igual ao seu
output. Assim, as contas da renda nacional podem ser tido como classificadores de cada
transação que contribui para a renda nacional de acordo com o tipo de despesa que o dá
origem.

Por que é útil dividir o PIB em consumo, investimento, compras governamentais, e a conta
corrente? Uma das principais razões é que não podemos esperar compreender a causa de uma
recessão ou crescimento determinado, sem saber como as principais categorias de gastos
mudaram. E sem essa compreensão, não podemos recomendar uma resposta política
adequada. Além disso, as contas nacionais fornecem informações essenciais para estudar por
que alguns países são ricos enquanto alguns são pobres.

Produto Nacional e Renda Nacional


Nossa primeira tarefa na compreensão e análise do impacto do PIB é explicar com mais
detalhes por que o PIB gerado num país ao longo do tempo deve ser igual a sua renda
nacional.

A razão para essa igualdade é que cada unidade de moeda usado para comprar bens ou
serviços automaticamente acaba no bolso de alguém. Uma visita ao médico é um exemplo
simples de como um aumento da produção nacional aumenta a renda nacional pelo mesmo
valor. Por exemplo, os KZ 75,000 que você paga o médico representam o valor dos serviços que
este oferece para você, por isso a sua visita eleva o PIB em KZ 75,000. Mas os KZ 75,000 que
você paga o médico também aumentam o rendimento dele. Assim, a renda nacional aumenta
em KZ 75,000.

Depreciação do Capital e Transferências Internacionais


A nossa análise do PIB e a renda nacional demostra que eles são necessariamente iguais; a sua
igualdade é realmente uma identidade. Devem ser feitos dois ajustes na definição do PIB, no
entanto, antes da identificação que o PIB e a renda nacional esteja totalmente correta na
prática.

1. O PIB não leva em conta a perda económica devido à tendência de máquinas e


estruturas a desgastar-se com o uso. Esta perda, chamada depreciação, reduz o
rendimento dos proprietários de capital. Para calcular a renda nacional durante um
determinado período, por isso, devemos subtrair do PIB a depreciação do capital
durante o período. PIB menos a depreciação é chamado produto interno líquido (PIL).
2. A renda de um país pode incluir presentes de residentes de países estrangeiros,
chamadas transferências unilaterais. As transferências unilaterais líquidas fazem parte
da renda de um país, mas não fazem parte de seu produto, e eles devem ser
adicionados à PIL nos cálculos da renda nacional.
Produto Interno Bruto
PIB deve medir o volume de produção dentro das fronteiras de um país. Para Angola, estas
receitas líquidas são principalmente a renda que residentes nacionais ganham em riqueza ou
investimentos que eles têm em outros países menos os pagamentos a residentes nacionais
fazem a proprietários estrangeiros de riqueza que está localizado dentro do país. O PIB não
corrige, como o PIL faz, a parte da produção do país adquirido através da utilização dos erviços
prestados utilizando o capital e mão-de-obra estrangeira.

Como uma questão prática, os movimentos no PIB e o PIL normalmente não são muito
diferentes. Vamos nos concentrar no PIL, no entanto, porque este contabiliza a renda nacional
mais de perto do que o PIB, e bem-estar nacional dependem mais diretamente no rendimento
nacional do que no produto interno.

CONTABILIDADE DE RENDA NACIONAL PARA UMA ECONOMIA ABERTA


Começamos com uma discussão sobre as contas da renda nacional, uma vez que eles destacam
o papel fundamental do comércio internacional na teoria macroeconómica de uma economia
aberta. Dado que os residentes de uma economia fechada não podem comprar o produto
externo ou vender a sua própria produção para estrangeiros, toda a renda nacional deve ser
alocado para consumo domestico, investimento, ou gastos governamentais nacionais. Em uma
economia aberta ao comércio internacional, no entanto, a versão de economia fechada de
contabilidade da renda nacional deve ser modificada porque alguma produção nacional é
exportada para o estrangeiro, enquanto alguma renda doméstica é gasto em produtos
estrangeiros importados.

A principal lição desta seção é a relação entre os desequilíbrios de poupança, investimento e


comércio nacionais. Veremos que em economias abertas, poupança e investimento não são
necessariamente iguais, como eles são representados em uma economia fechada. Isso ocorre
porque os países podem economizar na forma de riqueza exterior, exportando mais do que
importam, e eles podem perder a sua poupança – ou seja, reduzir a sua riqueza no estrangeiro
exportando menos do que importar.

Consumo
É a parcela do PIL adquirido por particulares para satisfazer os seus desejos. As compras de
ingressos de cinema, comida, tratamento dentário, e máquinas de lavar todos se enquadram
nesta categoria. A despesa de consumo é o maior componente do PIL na maioria das
economias.

Investimento
E a parte de produção utilizado por empresas privadas para produzir output. As despesas de
investimento podem ser vistos como a parte do PIL utilizada para aumentar o estoque de
capital nacional. Aço e tijolos utilizados para construir uma fábrica fazem parte das despesas de
investimento, bem como os serviços prestados por um técnico que ajuda a montar
computadores empresariais. Compras de estoques das empresas também são contados em
despesas de investimento, porque a inventários são uma outra maneira das empresas
transferirem o output de uso corrente para uso futuro.
O investimento é geralmente mais variável do que o consumo. Muitas vezes usamos a palavra
investimento para descrever as compras de ações, títulos ou imóveis das famílias individuais,
mas você deve ter cuidado para não confundir este sentido comum da palavra com a definição
econômica de investimento como parte do PNB. Quando você compra uma ação da Sonangol,
você está comprando nem um bem nem um serviço, portanto a sua compra não aparece no
PIL.

Compras Governamentais
Quaisquer bens e serviços adquiridos pelos governos são classificados como compras
governamentais nas contas da renda nacional. Incluído nas compras governamentais são gastos
militares, e os fundos do governo gastos em reparação da estrada e educação. As compras do
governo incluem investimento, bem como compras de consumo. Transferências
governamentais, como as prestações de segurança social e de desemprego não exigem que o
receptor forneça ao governo algum bem ou serviço em troca. Portanto, os pagamentos de
transferência não são incluídos nas compras governamentais.

A Identidade de Renda Nacional para uma Economia Aberta


Em uma economia fechada, qualquer bem ou serviço final que não é comprado pelas famílias
ou o governo deve ser utilizado pelas empresas para produzir outros capitais (ex. nova fábrica,
equipamentos) e estoques. Se os bens de consumo não são vendidos imediatamente para os
consumidores ou o governo, empresas adicioná-los-ão aos estoques existentes, aumentando
assim o seu investimento.

Esta informação leva a uma identidade fundamental para economias fechadas. Assuma que 𝑌
representa o 𝑃𝐼𝐵, 𝐶 o consumo, 𝐼 o investimento, e 𝐺 as compras governamentais. Dado que
toda a produção de uma economia fechada deve ser consumida, investida, ou comprada pelo
governo, nós podemos escrever

𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺

Derivamos a identidade da renda nacional para uma economia fechada, assumindo que toda a
produção é consumida ou investida por cidadãos do país ou comprados pelo seu governo.
Quando o comércio exterior é possível, no entanto, algum output é comprado por estrangeiros,
enquanto alguns gastos domésticos vai para a compra de bens e serviços produzidos no
exterior. A identidade do PIB das economias abertas mostra como a renda nacional que um
país gera com a venda de seus produtos e serviços é dividido entre as vendas para residentes
nacionais e as vendas para residentes estrangeiros.

Uma vez que residentes de uma economia aberta podem gastar algum do seu rendimento em
importações, somente a parte de seus gastos que não se dedica à importação faz parte do PIB.
O valor das importações, denotado por 𝐼𝑀, deve ser subtraído do gasto nacional total,
𝐶 + 𝐼 + 𝐺, para encontrar a parte da despesa interna que gera renda nacional doméstica.
As importações do exterior aumentam o PIB dos países estrangeiros, mas não aumentam
diretamente o PIB nacional.
Da mesma forma, os produtos e serviços vendidos aos estrangeiros compõem exportações de
um país. Exportações denotadas por 𝐸𝑋, representam a quantidade de compras dos residentes
estrangeiros acrescentados à renda nacional da economia doméstica.

A renda nacional de uma economia aberta é a soma das despesas nacionais e estrangeiros
sobre os bens e serviços produzidos por fatores internos de produção. Assim, a identidade de
renda nacional para uma economia aberta é:

𝑌 ≡ 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝐸𝑋 − 𝐼𝑀) (1)

Nota que podemos substituir a diferença (𝐸𝑋 − 𝐼𝑀) por 𝑁𝑋 o que representa exportações
netas.

Uma economia aberta Imaginário


Para tornar a identidade (1) mais concreta, consideremos uma economia fechada fictícia,
chamada Agraria, cuja única produção é o trigo. Cada cidadão da Agraria é um consumidor de
trigo, mas cada um também é agricultor e, portanto, pode ser visto como uma empresa.
Agricultores investem pondo de lado uma porção da produção para ser utilizado como
semente na próxima campanha.

Tabela 1 Contas nacionais da Agraria


PIB = Consumo +Investimento +compras +Exportação -Importação
Governamentais
100 = 75 +25 +10 +10 -20

Há também um governo que se apropria de parte da colheita para alimentar o exército da


Agrária. A produção anual total da Agraria é de 100 Sacos de trigo. Agraria pode importar leite
do resto do mundo em troca da exportação de trigo. Não podemos elaborar as contas da renda
nacional da Agrária sem saber o preço do leite em termos de trigo, porque todos os
componentes da identidade PIB (1) devem ser medidos utilizando as mesmas unidades. Se
assumirmos o preço do leite é de 0,5 de saco de trigo por galão, e que a esse preço, Agrarianos
querem consumir 40 galões de leite, em seguida, as importações da Agraria são iguais a 20
sacos de trigo.

Na Tabela 1, vemos que a produção total da Agraria é de 100 sacos de trigo. O consumo é
dividido entre o trigo e o leite, com 55 sacos de trigo e 40 litros de leite (iguais a 20 sacos de
trigo) consumidos ao longo do ano. O valor do consumo em termos de trigo é 55 + (0,5 * 40) =
55 + 20 = 75. Os 100 sacos de trigo produzidos por Agraria são usados ​da seguinte forma: 55
são consumidos por residentes nacionais, 25 são investidos, 10 são adquiridos pelo governo, e
10 são exportados no exterior. A renda nacional (𝑌 = 100) é igual a despesa interna
(𝐶 + 𝐼 + 𝐺 = 110) mais as exportações (𝐸𝑋 = 10) menos importações (𝐼𝑀 = 20).

A Conta Corrente e Endividamento Externo


Na realidade, o comércio exterior de um país é exatamente equilibrada apenas raramente. A
diferença entre as exportações de bens e serviços e importações de bens e serviços é
conhecido como o saldo (balanço) da conta corrente (ou conta corrente). Se representarmos a
conta corrente por 𝐶𝐶, podemos expressar esta definição em símbolos como
𝐶𝐶 = 𝐸𝑋 − 𝐼𝑀

Quando as importações de um país ultrapassam as exportações, diz-se que o país tem um


déficit em conta corrente. Um país tem um superávit em conta corrente quando suas
exportações excedem as importações.

A identidade do PIB (1), mostra uma razão pela qual a conta corrente é importante na
macroeconomia internacional. Uma vez que o lado direito de (1) dá as despesas totais em
produção interna, as mudanças na conta corrente podem ser associados as mudanças na
produção e, assim, o emprego.

A conta corrente também é importante porque mede o tamanho e a direção do empréstimo


internacional. Quando um país importa mais do que exporta, está comprando mais dos
estrangeiros do que vender para eles, deve de alguma forma financiar este déficit em conta
corrente. Como é que paga as importações adicionais, uma vez que gastou todas as suas
receitas oriundas da exportação? Uma vez que o país como um todo só pode importar mais do
que exporta apenas se pode emprestar a diferença dos estrangeiros, um país com um déficit
em conta corrente deve aumentar a sua dívida externa líquida pelo montante do défice.

Da mesma forma, um país com um superávit em conta corrente está ganhando mais de suas
exportações do que gasta em importações. Este país financia o déficit em conta corrente de
seus parceiros comerciais, emprestando a elas. A riqueza de um país estrangeiro excedente
aumenta porque os estrangeiros pagam para importações não abrangidas por suas exportações
através da emissão de notas promissórias que eventualmente terão de pagar acrescidos com os
juros. O raciocínio anterior mostra que o saldo da conta corrente do país é igual à mudança
na sua riqueza externa líquida.

Define-se a conta corrente como a diferença entre exportações e importações. A equação (1)
diz que a conta corrente também é igual à diferença entre a renda nacional e despesa total dos
residentes domésticos 𝐶 + 𝐼 + 𝐺:

𝑌 − (𝐶 + 𝐼 + 𝐺) = 𝐶𝐶

Um país com um déficit em conta corrente está importando o consumo presente e exportando o
consumo futuro. Um país com um superávit em conta corrente esta exportando o consumo
presente e importando o consumo futuro.

Poupança e Conta Corrente


Por mais simples que seja, a identidade PIB tem muitas implicações elucidantes. Para explicar
as implicações mais importantes, definimos o conceito de poupança nacional, ou seja, a parte
da produção, 𝑌, que não é dedicado ao consumo das famílias, 𝐶, ou compras governamentais,
𝐺. Em uma economia fechada, a poupança nacional é sempre igual a investimento. Isto diz-nos
que a economia fechada como um todo pode aumentar sua riqueza apenas pela acumulação
de capital novo. Assuma que 𝑃 representa a poupança nacional. Nossa definição de 𝑃 nos diz
que

𝑃 = 𝑌 − 𝐶 − 𝐺.
Como a identidade PIB da economia fechada, 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺, também pode ser escrito
como 𝐼 = 𝑌 − 𝐶 − 𝐺, em seguida,

𝑃 = 𝐼

e a poupança nacional deve ser igual ao investimento numa economia fechada. Considerando
que, em uma economia fechada, a poupança e o investimento deve ser sempre igual, em uma
economia aberta pode ser diferente. Lembrando que a poupança nacional, 𝑃, é igual a
𝑌 − 𝐶 − 𝐺 e que 𝐶𝐶 = 𝐸𝑋 − 𝐼𝑀, podemos reescrever a identidade PIB (1) como

𝑃 = 𝐼 + 𝐶𝐶

A equação destaca uma diferença importante entre as economias abertas e fechadas: Uma
economia aberta pode poupar através da acumulação de seu estoque de capital ou através da
aquisição de riqueza no exterior, mas uma economia fechada pode poupar somente através da
acumulação de seu estoque de capital.

Ao contrário de uma economia fechada, uma economia aberta com oportunidades de


investimento rentáveis ​não tem de aumentar a sua poupança, a fim de explorá-los. A expressão
anterior mostra que é possível, simultaneamente, aumentar o investimento e endividamento
externo, sem alterar a poupança. Por exemplo, se Nova Zelândia decide construir uma nova
usina hidreléctrica, pode importar os materiais de que necessita a partir dos EUA e emprestar
fundos americanos para pagar por eles. Esta transação eleva o investimento doméstico da
Nova Zelândia porque os materiais importados contribuirão para a ampliação do seu estoque
de capital. A transação também aumenta o déficit em conta corrente da Nova Zelândia por
uma quantia igual ao aumento do investimento. A economia da Nova Zelândia não tem que
mudar, mesmo que o investimento aumenta. Para que isso seja possível, no entanto, os
residentes dos EUA devem estar dispostos a poupar mais para que os recursos necessários para
construir a usina sejam liberados para uso da Nova Zelândia. O resultado é mais um exemplo
de comércio intertemporal, em que Nova Zelândia importa consumo presente (quando se toma
emprestado dos Estados Unidos) e as exporta o consumo futuro (quando se paga o
empréstimo).

Uma vez que a economia de um país pode ser emprestado para um segundo país, a fim de
aumentar o estoque de capital do segundo país, o superávit em conta corrente de um país é
muitas vezes referida como o investimento estrangeiro líquido. É claro que, quando um país
empresta a outro para financiar o investimento, parte da renda gerada pelo investimento nos
próximos anos deve ser usado para pagar o credor. O investimento nacional e o investimento
estrangeiro são duas maneiras diferentes em que um país pode usar poupança corrente para
aumentar a sua renda futura.

A Poupança Privada e Pública (Governo)


Até agora, a discussão sobre a poupança não sublinhou a distinção entre as decisões de poupar
tomadas pelo setor privado e as decisões de poupar tomadas pelo governo. Ao contrário de
decisões de poupança privada, no entanto, as decisões de poupança do governo são muitas
vezes feitas com um olho para o seu efeito sobre a produção e o emprego. A identidade de
renda nacional pode ajudar-nos a analisar os canais através dos quais as decisões de poupança
do governo influenciam as condições macroeconómicas. Para usar a identidade de renda
nacional desta forma, primeiro temos que dividir a poupança nacional em seus componentes
privados e governamentais (públicas).

A poupança privada é definida como a parte do rendimento disponível que é poupado em vez
de consumidos. A renda disponível é a renda nacional, 𝑌, menos os impostos líquidos
𝑝
recolhidos em famílias e empresas pelo governo, 𝑇. A poupança privada, denotado por 𝑃 ,
pode, ser expressa como

𝑝
𝑃 = 𝑌−𝑇−𝐶

Poupança do governo é definida de forma semelhante a poupança privada. "Renda" do


governo é a sua receita tributária líquida, 𝑇, enquanto o seu "consumo" é compras
𝑔
governamentais, 𝐺. Se deixar 𝑃 representar a poupança do governo, então

𝑔
𝑃 = 𝑇−𝐺

Os dois tipos de poupança que definimos, privado e do governo, somam a poupança nacional.
Para ver por que, lembre-se a definição de poupança nacional, 𝑆, como 𝑌 − 𝑇 − 𝐺. Em
seguida,

𝑝 𝑔
𝑃 = 𝑌 − 𝑇 − 𝐺 = (𝑌 − 𝑇 − 𝐶) + (𝑇 − 𝐺) = 𝑃 + 𝑃

Podemos usar as definições de poupança privada e do governo para reescrever a identidade


renda nacional de uma forma que é útil para analisar os efeitos das decisões de poupança do
𝑝 𝑔
governo em economias abertas. Como 𝑃 = 𝑃 + 𝑃 = 𝐼 + 𝐶𝐶, representado na
equação (2):

𝑝 𝑔
𝑃 = 𝐼 + 𝐶𝐶 − 𝑃 = 𝐼 + 𝐶𝐶 − (𝑇 − 𝐺) = 𝐼 + 𝐶𝐶 + (𝐺 − 𝑇) (2)

A equação (2) refere-se a poupança privada para o investimento interno, o superávit em conta
corrente e poupança do governo. Para interpretar a equação (2), definimos o déficit
orçamentário do governo como a poupança precedido por um sinal de menos. O déficit
orçamentário do governo mede a extensão em que o governo toma emprestado para financiar
seus gastos. A equação (2) afirma que a poupança privada de um país pode assumir três
formas: investimento em capital nacional (𝐼), as compras de riqueza de estrangeiros (𝐶𝐶), e as
compras de dívida recentemente emitido pelo governo nacional (𝐺 − 𝑇).

A balança de pagamentos
Além de contas da renda nacional, mantem-se também o equilíbrio das contas de pagamento,
um registro detalhado da composição do saldo em conta corrente e das várias transações que
as financiam. Os valores da Balança de Pagamentos são de grande interesse para o público em
geral.

O Balanço de Pagamentos de um país segue de perto ambos os seus pagamentos e as suas


receitas oriundas de estrangeiros. Qualquer transação que resulte em uma factura por
estrangeiros no Balanço de Pagamentos é registrado como um crédito. Qualquer transação
resultando em um pagamento a estrangeiros é inserido como um débito. Três tipos de
transações internacionais são registrados no balanço de pagamentos:

1. Operações que surgem a partir da exportação ou importação de bens ou serviços e


entram diretamente na conta corrente. Quando um consumidor francês importa calça
jeans americano, por exemplo, a transação entra na balança de pagamentos como um
crédito na conta corrente dos americanos.
2. Operações que surgem a partir da compra ou venda de ativos financeiros. Um ativo é
qualquer uma das formas em que a riqueza pode ser cativada ou conservada, tais
como dinheiro, ações, fábricas, ou dívida pública. A conta financeira do balanço de
pagamentos registra todas as compras ou vendas de ativos financeiros internacionais.
Quando uma empresa Angolana compra uma fábrica Moçambicana, a transação entra
na balança de pagamentos Angolano como um débito na conta financeira. Ele entra
como um débito porque a transação exige um pagamento a partir de Angola para o
estrangeiro (Moçambique). Do mesmo modo, a venda de ativos Angolano para o
estrangeiro entra na conta financeira Angolana como um crédito. A diferença entre
compras e vendas de ativos no exterior de um país é chamado de balança das contas
financeiras ou fluxos financeiros líquidos.
3. Outras atividades, resultando em transferências de riqueza entre os países são
registrados na conta de capital. Estes movimentos de que ativos diferem dos
registados na conta financeira. Para a maior parte, eles resultam de atividades não
mercantis ou representam aquisições ou alienação de activos não produzidos, não
financeiros, e, possivelmente, intangíveis (tais como direitos autorais e marcas
comerciais).

As complexidades nestas análises serão menos confusos se tivermos em mente a seguinte


regra simples de contabilidade sobre dupla entrada: Toda a transação internacional entra
automaticamente no balanço de pagamentos duas vezes, uma como um crédito e outra vez
como um de débito. Este princípio de equilíbrio de contabilidade pagamentos é válido, porque
cada transação tem dois lados: Se você comprar algo de um estrangeiro, você deve pagá-lo de
alguma forma, e que o estrangeiro deve, de alguma forma, gastar ou registar o seu pagamento.

A Identidade Fundamental do Balanço de Pagamentos


Dado que qualquer transação internacional automaticamente dá origem a uma compensação
de registros de crédito e débito no balanço de pagamentos, a soma do saldo da conta corrente
e da balança de capital é igual automaticamente ao saldo da conta financeira:

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎. (3)

Você pode entender essa identidade de outra maneira. Lembre-se da relação que correlaciona
a conta corrente com o crédito e empréstimos internacionais. Como a soma das contas
correntes e de capital é a mudança total dos ativos externos líquidos do, aquela soma
necessariamente é igual à diferença entre as compras de bens do país a estrangeiros e suas
vendas de ativos para os estrangeiros, isto é, o saldo da conta financeira (também chamado de
fluxos financeiros líquidos).
Transações de Reservas Oficiais
Embora existam muitos tipos de transações de contas financeiras, um tipo é suficientemente
importante para merecer discussão em separado. Este tipo de operação é a compra ou venda
de activos de reserva oficiais de bancos centrais.

O banco central da economia é a instituição responsável pela gestão da oferta de moeda. Em


Angola, o banco central é o Banco Nacional de Angola (BNA). Reservas oficiais internacionais
são ativos detidos pelos bancos centrais como uma almofada contra o infortúnio econômico
nacional. Em tempos idos, as reservas oficiais eram mormente ouro, mas hoje, as reservas dos
bancos centrais incluem ativos financeiros externos substanciais, particularmente ativos em
dólares, euros, títulos do Tesouro e outros.

Os bancos centrais costumam comprar ou vender reservas internacionais em mercados de


ativos privados no intuito de afetar as condições macroeconómicas em suas economias. As
operações oficiais desse tipo são chamados de intervenções oficiais de câmbio (ou
simplesmente operações de mercado).

Quando um Banco Central compra ou vende um ativo estrangeiro, a transação aparece na


conta financeira de seu país como se a mesma operação foi realizada por um cidadão privado.
A operação em que o banco central do Japão (Banco do Japão) adquire ativos em dólar pode
ocorrer da seguinte forma: Uma concessionaria de automóveis Angolana importa um Toyota
Land Cruiser do Japão e paga a empresa de Carros com um cheque de US $ 20.000. A Toyota
não quer investir o dinheiro em ativos em dólar, mas acontece que o Banco do Japão está
disposto a dar a Toyota o dinheiro japonês em troca do cheque de US $ 20.000. As reservas
internacionais do Banco do Japão sobem por 20 mil dólares como resultado do negócio. Uma
vez que as reservas em dólares do Banco do Japão são parte do total de ativos japoneses
detidos em Angola, o aumento de US $ 20.000 nas contas do Japoneses. Por conseguinte, esta
operação resulta em um crédito de 20 mil dólares na conta financeira Angolana, do outro lado
do $ 20.000 de débito na conta corrente Angolana devido à importação do carro.
Lição 2 - Taxas de câmbio e o mercado externo: uma
abordagem do ativo
Em tempos idos (agora podemos falar do “ano passado”), se fosses ao aeroporto 4º de
fevereiro numa dada tarde depararias um cenário excitante: voos para qualquer destino
estrangeiro totalmente lotados de Angolanos. Os objectivos destes “turistas” eram vários, mas
a realidade era uma: quando medido em termos de Kwanzas, os preços nestes locais
estrangeiros eram relativamente mais baixos quando comparados com os preços locais a
alguns anos anteriores. Tirando o exemplo mais claro, no período compreendido entre 2008 a
2014, normalmente a poupança de alguém poderia compensar o custo de um bilhete de avião
de Luanda à Dubai. Um ano mais tarde, no entanto, os preços dos bens no exterior começam a
ajustar-se. Que forças econômica fizeram os preços dos produtos oscilar tão amplamente? Um
fator importante pode ser a queda do valor do Kwanza em relação a moeda mais utilizada
nestas transacções.

O preço de uma moeda em relação a outra é chamado de taxa de câmbio. No dia 1 de janeiro
de 2015, você precisaria de AOA 102 por USD 1. Atualmente, você necessita de AOA 165.65 por
USD 1. O que estaria por detrás destas oscilações do preço da moeda? Por causa de sua forte
influência sobre a conta corrente e outras variáveis ​macroeconómicas, taxas de câmbio
afiguram-se entre os preços mais importantes da economia aberta.

Uma vez que a taxa de câmbio também é o preço dos ativos, os princípios que regem o
comportamento de outros preços de ativos também governam o comportamento das taxas de
câmbio. A característica definidora de um ativo é que ele é uma forma de riqueza, uma
maneira de transferir o poder de compra do presente para o futuro. O preço que um ativo
tem hoje é, portanto, diretamente relacionado ao poder de compra sobre produtos e serviços
que os compradores esperam que ele dê no futuro. Da mesma forma, a taxa de câmbio de hoje
está intimamente ligado as expectativas sobre o futuro nível da referida taxa.

Taxas de Câmbio e Transações Internacionais


As taxas de câmbio desempenham um papel central no comércio internacional porque
permitem-nos comparar os preços dos bens e serviços produzidos em diferentes países. Por
exemple, estas num processo de decidir adquirir um carro económico: Renault Sandero ou
Hyundai i20. No processo de decidir qual dos dois tipos de carros a comprar em Angola, terá
que comparar os preços em Kwanzas, por exemplo, KZ 3,793,916.17 (Renault Sandero) e KZ
4,045,300.14 (Hyundai i20). Mas como é que o mesmo consumidor compara qualquer um
desses preços com os 2,5 milhões de ienes japoneses que custa para comprar um Nissan Sentra
no Japão? Para fazer essa comparação, ele(a) deve saber o preço relativo de KZ em termos de
ienes.

Os preços relativos das moedas são reportados diariamente nas seções financeiras dos jornais.
Uma taxa de câmbio pode ser citada em duas formas: como o preço da moeda estrangeira em
termos de Kwanzas (por exemplo, KZ 0,4197 por yen) ou como o preço do Kwanza em termos
da moeda estrangeira (por exemplo, ¥ 2,385 por Kwanza). A primeira dessas cotações da taxa
de câmbio (Kwanza por unidade de moeda estrangeira) está a ser dito em termos diretos, o
segundo (moedas por Kwanza) em termos indiretos.
Preços internos e Externos
Se sabemos que a taxa de câmbio entre as moedas de dois países, podemos calcular o preço de
exportação de um país em termos de dinheiro do outro país. Por exemplo, quantos Kwanzas
custariam para comprar uma camisola de lã de Edimburgo que custa 50 libras esterlinas? A
resposta é encontrada pela multiplicação do preço da camisola em libras, 50, pelo preço de
uma libra em termos de taxa de câmbio de Kwanzas – do Kwanza em relação à libra. A uma taxa
de câmbio por libra (expressa em termos de AOA), o preço em Kwanza da camisola é

(197. 11 ) *
𝐾𝑍
£
(50 £) = 𝐾𝑍 9, 855. 5

A mudança na taxa de câmbio KZ/libra alteraria o preço da camisola em KZ. A uma taxa de
câmbio de 180.11 por Libra, a camisola custaria apenas

(180. 11 ) *
𝐾𝑍
£
(50 £) = 𝐾𝑍 9, 005. 5,

assumindo o seu preço da camisola em termos de Libras permaneceu o mesmo. A uma taxa de
câmbio 207.11 por Libra, preço da camisola em Kwanza seria maior,

(207. 11 ) *
𝐾𝑍
£
(50 £) = 𝐾𝑍 10, 355. 5,

Alterações nas taxas de câmbio são descritas como depreciações ou valorizações. A


depreciação da Libra em relação ao Kwanza é uma queda do preço de Libras em Kwanzas,
por exemplo, uma mudança na taxa de câmbio de KZ 197.11 por Libra para KZ 180.11 por libra.
O exemplo anterior mostra que, todo o resto igual, uma depreciação da moeda de um país
torna seus produtos mais baratos para os estrangeiros. Um aumento no preço do Libra em
termos de Kwanzas – a partir de KZ 197.11 por Libra para KZ 207.11 por Libra – seria uma
valorização da libra em relação ao Kwanza. Tudo o mais constante, uma apreciação da moeda
de um país torna seus produtos mais caros para os estrangeiros.

As variações cambiais analisadas acima alteram simultaneamente os preços que os britânicos


pagam por bens Angolanos. A uma taxa de câmbio de KZ 161.56 por Libra, o preço em Libras de
uma estatueta do Pensador custando KZ 20,000 é

(
(𝐾𝑍 20, 000)/ 161. 56
𝐾𝑍
£ )= £ 123. 7

A mudança na taxa de câmbio de KZ 161.56 por libra para KZ 150.56 por libra, embora uma
depreciação da libra em relação ao Kwanza, é também um aumento no preço dos Kwanzas em
Libra, isto é, uma valorização do Kwanza em relação à libra. Esta valorização do Kwanza torna a
Estatueta Angolana mais cara para os britânicos, elevando seu preço de Libra para

(
(𝐾𝑍 20, 000)/ 150. 56
𝐾𝑍
£ )= £ 127. 75

A mudança na taxa de câmbio de KZ 161.56 por libra para KZ 170.56 por libra – uma
valorização da libra em relação ao Kwanza, mas a desvalorização do Kwanza em relação à libra
– baixa o preço da estatueta em libra a partir de £ 123.7 até

(
(𝐾𝑍 20, 000)/ 170. 56
𝐾𝑍
£ )= £ 117. 26
Como você pode ver, as descrições de variações cambiais como depreciações ou valorizações
pode ser desconcertante, porque quando uma moeda se desvaloriza contra o outro, a segunda
moeda deve apreciar simultaneamente contra o primeiro. Para evitar confusão na discussão de
taxas de câmbio, devemos sempre manter o controlo de qual das duas moedas que estamos
examinando depreciou ou valorizou em relação ao outro.

Se lembrarmos que a depreciação do Kwanza em relação à libra é ao mesmo tempo uma


valorização da libra em relação ao Kwanza, chegamos à seguinte conclusão: Quando a moeda
de um país se desvaloriza, os estrangeiros acham que suas exportações são mais baratas e
residentes nacionais acham que importações do exterior são mais caras. Uma valorização tem
efeitos opostos: estrangeiros pagam mais por produtos nacionais e os consumidores
domésticos pagar menos por produtos estrangeiros.

Taxas de Câmbio e Preços Relativos


A demanda pela importação e exportação, tal como as demandas de todos os bens e serviços,
são influenciados pelos preços relativos, tal como o preço de camisolas em termos de jeans.
Acabamos de ver como taxas de câmbio permitem que os indivíduos comparem preços
internos e externos exprimindo-os em uma unidade monetária comum. Continuando nesta
linha de pensamento, podemos ver que as taxas de câmbio também permitem que os
indivíduos calculem os preços relativos dos bens e serviços cujos preços são cotados em
moedas diferentes.

Um Angolano tentando decidir quanto gastar em uma calça jeans nacional e quanto gastar em
camisolas britânicas deve converter os preços em uma moeda comum para calcular o preço de
camisolas em termos de jeans. Como vimos, uma taxa de câmbio de KZ 161,56 por libra
significa que um Angolano paga KZ 8,078 para uma camisola que custa £ 50 na Grã-Bretanha.
Uma vez que o preço de um par de jeans Angolano é de KZ 4,846, o preço de uma camisola em
termos de um par de jeans é

(𝐾𝑍 8,078 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎)


(𝐾𝑍 6,500 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑗𝑒𝑎𝑛𝑠)
= 1, 24 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑗𝑒𝑎𝑛𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎.

Naturalmente, um britânico enfrenta o mesmo preço relativo

£ 50 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎
£ 40.1 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑗𝑒𝑎𝑛𝑠
= 1, 24 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑗𝑒𝑎𝑛𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎.

Recorde: KZ 6,500 é equivalente a ₤ 40.1.

Estes exemplos mostram que, se o preço monetário do bem manter-se constante, uma
apreciação da moeda local em relação a moeda estrangeira torna o bem estrangeiro mais
baratos em relação ao bem nacional; enquanto uma depreciação da moeda local em relação a
moeda estrangeira torna os bens nacionais mais caros que os bens estrangeiros. Portanto,
generalizado: certeris paribus, uma apreciação da moeda nacional aumenta o preço relativo
das suas exportações e baixa o preço relativo das suas importações e vice-versa.

O Mercado Internacional de Câmbio


Tal como os outros preços na economia são determinados pela interação de compradores e
vendedores, taxas de câmbio também são determinadas pela interação das famílias, empresas
e instituições financeiras que compram e vendem moeda estrangeiras. O mercado em que
negócios cambiais internacionais acontecem é chamado o mercado internacional de câmbio.

Os Atores
Os principais participantes do mercado de câmbio são bancos comerciais, empresas que se
dedicam ao comércio internacional, as instituições financeiras não bancárias, tais como
empresas de gestão de ativos e companhias de seguros, e bancos centrais. Os indivíduos
podem também participar no mercado de divisas, mas esse dinheiro é uma fracção
insignificante do total negociado no mercado de câmbio – por isto é ignorado aqui.

Vamos agora descrever os principais intervenientes no mercado e os seus papéis.

1. Bancos Comerciais. Os bancos comerciais são o centro do mercado de câmbio, porque


quase todas as transações internacionais consideráveis envolve o débito e o crédito nas
contas nos bancos comerciais em vários centros financeiros. Assim, a maioria das
operações de câmbio envolve a troca de depósitos bancários denominados em moedas
diferentes.

Vejamos um exemplo. Suponha que a Sonangol pretende pagar € 160.000 a um fornecedor


alemão. Primeiro, Sonangol recebe uma cotação da taxa de câmbio a partir de seu próprio
banco comercial, o Banco Angolano de Investimentos (BAI). Em seguida, ele instrui o BAI a
debitar a conta em KZ da Sonangol e pagar € 160.000 para a conta do fornecedor em um
banco alemão. Se a taxa de câmbio cotado a Sonangol pelo BAI é de KZ 140 por euro, KZ
22.400.000 (= 140*160.000) são debitados na conta da Sonangol. O resultado final da
operação é a troca de um depósito de KZ 22.400.000 no BAI (hoje pertencente ao banco
alemão que forneceu os euros) para o depósito € 160.000 usado por BAI para pagar o
fornecedor alemão da Sonangol.

Como mostra o exemplo, os bancos rotineiramente entram no mercado de câmbio para


atender às necessidades de seus clientes – principalmente corporações. Além disso, um
banco também fornecerá aos outros bancos, a outras taxas às quais ele está disposto a
comprar moedas e vende-los a eles. Troca de moeda estrangeira entre os bancos –
chamado comércio interbancários (Interbank trading) – é responsável por grande parte da
atividade no mercado de câmbio.

2. Corporações. Empresas com operações em vários países frequentemente fazem ou


recebem pagamentos em vários países também. Para pagar trabalhadores de uma
fábrica no México, por exemplo, a IBM pode precisa de Pesos mexicanos. Se a IBM só
ganhou dólares com a venda de computadores nos EUA, ele pode adquirir os pesos
Mexicanos necessários, comprando-os com os seus dólares no mercado de câmbio.

3. Instituições financeiras não-bancárias. Ao longo dos anos, a desregulamentação dos


mercados financeiros mundo tem incentivado as instituições financeiras não bancárias,
tais como fundos de investimento a oferecer aos seus clientes uma gama mais ampla
de serviços, muitos deles indistinguíveis daqueles oferecidos pelos bancos. Entre estes
foram os serviços que envolvem operações de câmbio. Os investidores institucionais
como fundos de pensões, muitas vezes trocam moedas estrangeiras.
4. Bancos Centrais. Enquanto o volume de transações do banco central normalmente não
é grande, o impacto destas operações pode ser grande. A razão para esse impacto é
que os participantes do mercado de câmbio observam as ações dos bancos centrais de
perto em busca de pistas sobre as futuras políticas macroeconómicas que podem
afetar a taxa de câmbio.

Características do Mercado
O comércio de divisas ocorre em muitos centros financeiros; os maiores volumes de comércio
ocorrem nos grandes centros urbanos tal como Londres (o maior mercado), Nova Iorque,
Tóquio, Frankfurt e Singapura. O volume mundial de comércio de divisas é enorme, e
aumentou nos últimos anos. Em Abril de 1989, o valor total médio de negociação de câmbio
global estava perto a US $ 600 bilhões por dia. Em agosto de 2016, o valor medio de moeda
comercializado diariamente estava estimado em 4,8 triliões!2

Telefone, fax, Internet ligam os principais centros de comércio de divisas tornando-os parte de
um único mercado mundial que comercializa os 24h do dia. Notícias econômicas liberadas a
qualquer hora do dia é imediatamente transmitida ao redor do mundo e pode desencadear
uma onda de atividade nos participantes do mercado. Mesmo depois de ter terminado as
negociações em Nova Iorque, bancos e corporações com base em Nova Iorque com filiais em
outros fusos horários podem permanecer ativas no mercado.

A integração dos centros financeiros implica que não pode haver diferença significativa entre a
taxa de câmbio dólar/euro cotado em Nova Iorque (NY), 09:00 e a taxa de câmbio dólar/euro
cotado em Londres, ao mesmo tempo (o que corresponde a 14h, horário de Londres). Se o
euro estava vendendo por US $ 1,1, em NY e 1,2 dólares em Londres, os lucros poderiam ser
feitas por meio de arbitragem. Com os preços listados acima, um comerciante poderia, por
exemplo, comprar € 1 milhão em NY por US $ 1,1 milhão e imediatamente vender os euros em
Londres por US $ 1,2 milhão, fazendo um lucro puro de US $ 100.000. Se todos os comerciantes
tentassem lucrar com a oportunidade, no entanto, a demanda por euros, em NY elevaria o
preço de Euros em dólar em NY, e o aumento da oferta de Euros em Londres reduziria o preço
dos Euros em NY. Muito rapidamente, a diferença entre as taxas de NY e Londres
desapareceria.

Enquanto uma operação de câmbio pode combinar quaisquer duas moedas, a maioria das
transações são as trocas de moedas estrangeiras para dólar. Isso é verdade mesmo quando a
meta de um banco é vender uma moeda que não é o dólar (ex., Franc CFA) e comprar outro
(ex., Meticais Moçambicanos). Isto é, um banco que queira vender Rands e comprar Meticais,
normalmente vende seus Franc CFA para dólares e, em seguida, usa os dólares para comprar
Meticais. Embora este procedimento possa aparecer rotunda, é realmente mais barato para o
banco do que a alternativa de tentar encontrar um detentor de Meticais que deseja comprar
Franc CFA. A vantagem de negociação através do dólar é resultado da importância dos Estados
Unidos na economia mundial.

2
Fonte: http://www.wsj.com/articles/currency-trading-volumes-jump-1422390726
Taxas de câmbio no Local (“Spot”) e futuras (“Forward”)
As operações de câmbios tratados ocorrem em duas formas: (a) no local ou “Spot” e (b)
transações futuras ou “forward”. Nas taxas “no local” as partes concordam em troca de
depósitos bancários e executar o negócio imediatamente. As taxas de câmbio que regem esse
tipo de comércio "on-the-spot" são chamados de taxas de câmbio à vista ou no local (spot), e
o negócio é chamado de transação à vista. Transacções cambiais, por vezes, especificam uma
data futura transação, uma que pode ser de 30 dias, 90 dias, 180 dias, ou até mesmo vários
anos para além. As taxas de câmbio cotadas em tais transações são chamadas taxas de câmbio
futuras ou “forward”.

Um exemplo mostra por que as partes podem querer envolver-se em transações cambiais a
prazo. Suponha que a Sistec sabe que em 30 dias ele deve pagar, em dólares Americanos, a um
fornecedor Americano para um carregamento de computadores que chegam dentro de 30
dias. A Sistec pode vender cada computador por KZ 68,000 e deve pagar seu fornecedor US
$400 por computador; seu lucro depende da taxa de câmbio KZ/$. À taxa de 165 KZ/$ à vista, a
Sistec pagaria (165 KZ por US $) * (US $ 400 por computador) = $ 66,000 por computador e,
portanto, sendo KZ 2,000 o lucro em cada computador importado. Mas a Sistec não terá os
fundos para pagar ao fornecedor até que os computadores cheguem e são vendidos. Se nos
próximos 30 dias, o KZ se desvaloriza inesperadamente para 171 KZ/$, a Sistec terá que pagar
KZ 68,400 (171*400) por computador e assim terá uma perda KZ 400 em cada um.

Para evitar este risco, a Sistec pode fazer um acordo de câmbio a prazo de 30 dias, com o BAI.
Se o BAI concorda em vender $US para a Sistec em 30 dias a uma taxa de KZ/$ 167, a Sistec
tem a garantia de pagar exatamente (167 KZ/$) * ($400 por computador) = KZ 66,800 por
computador para o fornecedor. Em fazendo o contrato futuro, a Sistec garante um lucro de KZ
1,200 por computador e é assegurado contra a possibilidade de que a variação cambial súbita
irá virar um negócio rentável de importação em uma perda.

Futuros e Opções
Vários outros instrumentos financeiros negociados no mercado de câmbio, tais como contratos
a prazo, envolvem trocas futuras de moedas. O prazo e o termo de troca pode ser diferente do
especificado em contrato a prazo, dando comerciantes flexibilidade adicional para evitar o risco
cambial.

Quando você compra um contrato de futuros, você compra uma promessa de que uma
determinada quantidade de moeda estrangeira o será entregue em uma data específica no
futuro. Um contrato de futuros envolvendo você e qualquer outra entidade é uma forma
alternativa de garantir que você receba a mesma quantidade de moeda estrangeira na data em
questão. Mas enquanto você não tem escolha sobre cumprimento de sua parte neste negócio,
você pode vender seu contrato de futuros em bolsa de futuros organizados, adquirindo um
lucro ou perda imediatamente. Essa venda pode parecer vantajosa, por exemplo, se o seu
ponto de vista sobre a taxa de câmbio à vista numa data futura mudasse.

A opção de taxa de câmbio dá ao seu titular o direito de comprar ou vender uma


determinada quantidade de moeda estrangeira a um preço determinado, a qualquer
momento até a data de validade especificada no contrato. A outra parte do negócio,
vendedor da opção, é obrigado a vender ou comprar a moeda estrangeira, a critério do
proprietário da opção, que não tem a obrigação de exercer o seu direito.

Imagine que você está incerto sobre quando, no próximo mês, um pagamento em moeda
estrangeira vai chegar. Para evitar o risco de uma perda, você pode querer comprar uma opção
de venda (put option) que lhe dá o direito de vender a moeda estrangeira a uma taxa de
câmbio conhecida em qualquer momento durante o mês. Se em vez você espera para fazer
um pagamento no exterior em algum momento do mês, uma opção de compra (call option),
que o dá o direito de comprar a moeda estrangeira para fazer o pagamento a um preço
conhecido, pode ser atraente. Portanto, o ponto a ser feito aqui é que a taxa de cambio é
conhecido – o comprador ou vendedor esta a proteger-se sobre as oscilações do mercado.

A demanda por ativos de moeda estrangeira


A procura de um depósito bancário em moeda estrangeira é influenciada pelas mesmas
considerações que influenciam a demanda por qualquer outro bem. A principal dessas
considerações é a nossa visão de que o depósito vai valer a pena no futuro. Valor futuro de um
depósito em moeda estrangeira depende por sua vez, de dois fatores: a taxa de juros que
oferece e a mudança esperada na taxa de câmbio da moeda em relação as outras moedas.

Os Ativos e Retornos dos Ativos


O objeto de aquisição de riqueza – poupar – é a transferência de poder de compra para o
futuro.

Definindo Retorno dos Ativos


Dado que o objeto da economia é poupar para o consumo futuro, a desejabilidade de um ativo
em grande parte depende da sua taxa de retorno, ou seja, o aumento percentual no valor do
ativo que oferece durante algum período de tempo. Por exemplo, suponha que, no início de
2013, você pagou KZ 100 para uma quantidade de ações da Pombinhos Comercial, Lda (PC,
Lda). Se cada ação o paga um dividendo de KZ 1 no início de 2014, e se o preço de cada ação
sobe de KZ 100 a KZ 109 por ação durante o ano, então você ganhou uma taxa de retorno de
10% sobre o estoque de 2013, isto é, seus KZ 100 de investimento inicial cresceu em valor, para
KZ 110, a soma de KZ 1 de dividendos e a 109 dólares você pode obter por vender a sua quota.
Se o estoque da PC, Lda pagasse o seu $ 1 de dividendos, mas caísse de preço para KZ 89 por
ação, seus KZ 100 de investimento valeria a penas KZ 90 no final do ano, dando uma taxa de
retorno de 10% negativo.

Para calcular a taxa de retorno esperado durante algum período de tempo, você faz a sua
melhor previsão do valor total do ativo no final do período. A diferença percentual entre o
valor futuro esperado e o preço que você paga para o ativo hoje é igual a taxa esperada do
activo de retorno ao longo do período.

Quando medimos a taxa de retorno de um ativo, comparamos como um investimento num


ativo muda de valor total entre duas datas. No exemplo anterior, comparamos a forma como o
valor de um investimento em estoque da PC mudou entre 2013 (KZ 100) e 2014 (KZ 110) e
concluímos que a taxa de retorno sobre o estoque foi de 10% ao ano. Chamamos isso de taxa
de retorno do Kwanza porque os dois valores comparados são expressos em termos de
Kwanzas. Também é possível, no entanto, calcular diferentes taxas de retorno, expressando os
dois valores em termos de uma moeda estrangeira ou uma mercadoria, tal como ouro.

Taxa de retorno real


A taxa de retorno que os poupadores consideram para decidir quais ativos manter é a taxa de
retorno real esperado. Este retorno é calculado medindo os valores dos ativos em termos de
uma ampla cesta representativa de produtos que os poupadores adquirem periodicamente. Na
realidade é o retorno real esperado que importa, pois o objetivo final da economia é o
consumo futuro, e somente o retorno real mede os bens e serviços um poupador pode
comprar no futuro em troca de poupar hoje.

Continuando com o nosso exemplo acima, vamos supor que o valor em Kwanzas de um
investimento em um estoque na PC, Lda aumenta em 10% entre 2013 e 2014, mas que os
preços em Kwanza de todos os bens e serviços também aumentam em 10%. Então, em termos
de produção, isto é, em termos reais, o investimento não valeria mais em 2013 do que em
2014. Portanto, teria uma taxa real de retorno de zero, o estoque da PC, Lda não seria um ativo
muito desejável.

Risco e Liquidez
Certeris paribus, as pessoas preferem manter aqueles activos que oferecem a mais alta taxa
real de retorno esperado. Contudo, nem sempre as coisas são iguais. Alguns ativos podem ter
valor noutras áreas em que a taxa real de retorno esperado não revela todos os atributos.
Poupadores preocupam-se com duas características principais de um activo, para além do seu
retorno: o risco, a variabilidade que contribui para a riqueza dos poupadores, e sua liquidez, a
facilidade com que o ativo pode ser vendido ou trocado por bens.

1. Risco. Retorno real de um ativo é geralmente imprevisível e pode vir a ser muito
diferente do que os poupadores esperavam quando compraram o ativo. Poupadores
não gostam de incerteza e são relutantes em manter ativos que tornam a sua riqueza
altamente variável. Um activo com uma alta taxa de retorno esperado pode assim
aparecer indesejável para os poupadores se a sua taxa de retorno é percebido como
altamente oscilante ou variável.

2. Liquidez. Os ativos também diferem de acordo com o custo e a velocidade com que os
poupadores podem desfazer-se deles. Uma casa, por exemplo, não é muito líquido
porque a sua venda geralmente requer tempo e os serviços de corretores e inspetores.
Para vender uma casa rapidamente, poderá ter que vender a um preço relativamente
baixo. Em contraste, o dinheiro é o mais líquido de todos os bens: É sempre aceitável
pelo valor de face. Poupadores preferem manter alguns ativos líquidos, como
precaução contra despesas urgentes inesperadas que pode forçá-los a vender ativos
menos líquidos em uma perda. Eles vão considerar, portanto, a liquidez de um ativo,
bem como seu retorno esperado e risco para decidir quanto dele para segurar.

Taxas de Juros
Como em outros mercados de ativos, os participantes do mercado de câmbio baseiam suas
demandas por depósitos de moedas diferentes na comparação entre taxas esperadas de
retorno desses ativos. Para comparar os retornos de diferentes depósitos, os participantes do
mercado precisam de duas peças de informação. Primeiro, eles precisam saber como os
valores monetários dos depósitos irão mudar. Em segundo lugar, eles precisam saber como as
taxas de câmbio vão mudar para que possam traduzir taxas de retorno medido em moedas
diferentes em termos comparáveis​​.

A primeira parte da informação necessária para calcular a taxa de retorno sobre um depósito
de uma determinada moeda é a taxa de juros da moeda, a quantidade de moeda que um
indivíduo pode ganhar emprestando uma unidade da moeda por um ano. A uma taxa de juros
em Kwanza de 10%, o credor de KZ 1 recebe $ 1,10 no final do ano, KZ 1 dos quais é o principal
e 10 centavos de que é interesse. Quando você compra um título de Tesouro Nacional, você
ganha a taxa de juros em KZ, porque você está emprestando KZ ao governo Angolano.

Taxas de câmbio e Retorno dos Ativos


As taxas de juros oferecidas por depósitos em uma moeda diz-nos como os valores iniciais irão
mudar ao longo de um ano. A outra peça de informação que precisamos, no intuito de
comparar as taxas de retorno oferecidos, é a mudança esperada na taxa de câmbio de uma
moeda comparado com outro ao longo do ano. Para ver quais depósitos oferecem uma maior
taxa de retorno esperado, pergunte-se: se eu usar KZ para comprar Euros, quantos KZs terei
daqui a um ano? Quando você responder a essa pergunta, você está calculando a taxa de
retorno do KZ sobre um depósito de Euro porque você está comparando o preço do KZ hoje,
com seu valor, em KZ, por ano a partir de hoje.

Para ver como abordar este tipo de cálculo, vamos olhar para a seguinte situação: Suponhamos
que a taxa de câmbio de hoje é 165 KZ/$, mas espera-se uma taxa de 171 KZ/$, daqui a um
ano. Suponha também que a taxa de juros em KZ é de 10%, enquanto a taxa de juro do dólar é
de 7% ao ano. Isso significa que um depósito de KZ 1,00 paga 1,10 KZ depois de um ano,
enquanto um depósito de $ 1 paga $1,07 depois de um ano. Qual destes depósitos oferece o
maior retorno?

A resposta pode ser encontrada em cinco etapas.

Passo 1: Use a taxa de câmbio KZ/$ o de hoje para descobrir o preço em KZ de um depósito de
dólar de, digamos, $ 1. Se a taxa de câmbio hoje é 165 KZ/$, o preço em KZ de um depósito de
$ 1 é de apenas 𝐾𝑍 165.

Passo 2: Use a taxa de juro do dólar para encontrar a quantidade de dólares que você terá
daqui a um ano, se você comprar um depósito de $ 1 hoje. Você sabe que a taxa de juros sobre
os depósitos em dólares é de 7 por cento ao ano. Assim, no final de um ano, o seu depósito
será que vale $ 1,07.

Passo 3: Use a taxa de câmbio que você espera prevalecer um ano a partir de hoje para calcular
o valor do KZ esperado do montante de dólares determinado no passo 2. Como você espera
que o KZ deprecie em relação ao dólar durante o próximo ano, a taxa de câmbio dentro de 12
meses a partir de hoje é 171 KZ/$. Portanto, espera-se que o valor do KZ do seu depósito em
dólar, depois de um ano, ser

171 𝐾𝑍/$ 𝑋 $1. 07 = 𝐾𝑍 181, 9


Passo 4: Agora que você sabe o preço em KZ de um depósito de $ 1 hoje (KZ 125) e pode
prever o seu valor em um ano (KZ 139,1), é possível calcular a taxa de retorno do KZ esperado
sobre um depósito de dólar

(181,9−165)
165
= 0. 108

ou 11% ao ano.

Passo 5: uma vez que a rácio de retorno do KZ dos depósitos em KZ (a taxa de juros em KZ) é de
apenas 10% ao ano, espera-se que a riqueza em dólares providencie melhor retorno. Apesar do
fato de que a taxa de juros em KZ ser superior à taxa de juro do dólar em 3% ao ano, a
valorização esperada do dólar em relação ao KZ dá aos titulares de dólar um prospectivo ganho
capital maior, fazendo o depósito em dólar o ativo com maior retorno.

Uma Regra Simples

Uma regra simples encurta esse cálculo. Primeiro, defina a taxa de depreciação do KZ em
relação ao US$ como o aumento percentual na taxa de câmbio KZ/$, durante um ano. No
último exemplo, a taxa de depreciação esperada do dólar é

(171−165)
165
= 0. 04

ou cerca de 4% ao ano. Depois de ter calculado a taxa de depreciação do KZ em relação ao US$,


a nossa regra é a seguinte: A taxa de retorno do KZ sobre os depósitos em US$ é de,
aproximadamente, a taxa de juro do US$, mais a taxa de depreciação do KZ face ao US$.

Do exemplo acima, a soma da taxa de juro do US$ (7%) e a taxa de depreciação esperada do KZ
(4%) é de cerca de 11 por cento, que é aproximadamente o retorno em KZ esperado em
depósitos em US$ no nosso primeiro cálculo.

Resumindo, introduzindo alguma notação:

𝐽𝐾𝑍 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑢𝑚 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐾𝑍 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑜

𝑇𝐶𝑘𝑧 𝐾𝑍
$
= 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑚𝑏𝑖𝑜 $
𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑗𝑒,

𝑒
𝑇𝐶𝑘𝑧 𝐾𝑍
$
= 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑚𝑏𝑖𝑜 $
𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑐𝑒𝑟 𝑑𝑎𝑞𝑢𝑖 𝑎 1 𝑎𝑛𝑜

Usando esses símbolos, podemos escrever a taxa de retorno esperado para um depósito em
US$, medido em termos de KZ, como a soma de (1) a taxa de juro do US$ e (2) a taxa esperada
de desvalorização do KZ em relação ao US$:

𝐽𝑘𝑧 +
(𝑇𝐶 𝑒
𝑘𝑧/$
−𝑇𝐶𝑘𝑧/$)
𝑇𝐶𝑘𝑧/$

Este retorno esperado é o que deve ser comparado com a taxa de juros sobre depósitos em
dólares de um ano, para decidir se depósitos em Kwanzas ou em dólares oferecem a maior taxa
de retorno esperado. A taxa esperado de retorno é a diferença entre depósitos em Kwanzas e
em Dólares é, portanto, igual a, (1)

( (𝑇𝐶 )
) ( (𝑇𝐶 )
)
𝑒 𝑒
⎡ 𝑘𝑧/$
−𝑇𝐶𝑘𝑧/$ ⎤ 𝑘𝑧/$
−𝑇𝐶𝑘𝑧/$
𝐽𝑘𝑧 − ⎢𝐽$ + ⎥= 𝐽 − 𝐽 −
⎢ 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ ⎥ 𝑘𝑧 $ 𝑇𝐶
⎣ ⎦

Quando a diferença acima é positivo, depósitos em KZ produzem a maior taxa de retorno


esperado; quando é negativo, os depósitos em US$ produzem a maior taxa de retorno
esperado.

O equilíbrio no mercado de câmbio


A taxa de câmbio em que o mercado assume é o nível na qual os participantes do mercado
estão satisfeitos em manter a oferta existente de depósitos de todas as moedas. Quando os
participantes do mercado voluntariamente mantêm a oferta existentes de depósitos de todas
as moedas, dizemos que o mercado de câmbio está em equilíbrio.

Paridade de Juros: A Condição Básica de Equilíbrio


O mercado de câmbio está em equilíbrio quando os depósitos de todas as moedas oferecem
a mesma taxa de retorno esperado. A condição de que os retornos esperados sobre os
depósitos de quaisquer duas moedas são iguais quando medidos na mesma moeda é chamada
de condição de paridade dos juros. Isso implica que os potenciais titulares de depósitos em
moeda estrangeira vêm todos os ativos como igualmente desejáveis​​, desde que as suas taxas
esperadas de retorno são os mesmos.

Veremos porque o mercado de câmbio está em equilíbrio apenas quando a condição de


paridade de juros se mantém. Suponha que a taxa de juros em KZ é de 10% e a taxa de juro do
USD é de 6%, mas o KZ é esperado desvalorizar face ao USD a uma taxa de 8% daqui a um ano.
Nas circunstâncias descritas, a taxa esperada de retorno sobre os depósitos em USD seria de
4% ao ano maior do que nos depósitos em KZ. Assume-se que os indivíduos sempre preferem
manter depósitos de moedas que oferecem o maior retorno esperado. Isto implica que, se o
retorno esperado sobre os depósitos em USD é de 4 % maior do que em depósitos em dólares,
ninguém estará disposto a continuar mantendo depósitos em KZ, e os titulares de depósitos
em KZ vão tentar vendê-los para depósitos em USD. Haverá, portanto, um excesso de oferta
de depósitos em KZ e um excesso de demanda por depósitos em USD no mercado de câmbio.

Somente quando todas as taxas esperadas de retorno são iguais é que não há excesso de oferta
de algum tipo de depósito e sem excesso de procura de outro. Podemos, portanto, dizer que o
mercado de câmbio está em equilíbrio quando, e somente quando, a condição de paridade
dos juros se mantém.

Para representar paridade de juros entre depósitos em KZ e em USD, simbolicamente, usamos


a expressão abaixo, que mostra a diferença entre as duas taxas esperadas de retorno dos ativos
medidos em KZ. As taxas esperadas de retorno são iguais quando


𝐽𝐾𝑍 = 𝐽$ + ⎢
( 𝑒
𝑇𝐶 𝐾𝑍 −𝑇𝐶 𝐾𝑍
$ $
) ⎤⎥.
⎢ 𝑇𝐶 𝐾𝑍 ⎥
⎣ $

Portanto, quando depósitos em KZ oferecerem um retorno maior do que os depósitos em USD,
o KZ vai valorizar em relação ao USD, com os investidores todos tentando transferir seus fundos
em KZ. Por outro lado, o KZ deve desvalorizar face ao USD quando os depósitos em USD
oferecem o maior retorno. Analisemos no entanto como este mecanismo funciona.

Como as mudanças na atual taxa de câmbio afetam os retornos esperados

Certeris paribus, a depreciação da moeda de um país hoje reduz o retorno esperado da


moeda nacional sobre os depósitos de moeda estrangeira. Por outro lado, a valorização da
moeda nacional hoje, ceteris paribus, aumenta o retorno esperado em moeda nacional sobre
os depósitos em moeda estrangeira.

A Tabela abaixo mostra um exemplo da conclusão descrita acima. O retorno do KZ sobre os


depósitos em USD para vários níveis de taxa de câmbio KZ/$ de hoje sempre supondo que a
taxa de câmbio futura esperada permanece fixada em KZ 165 por USD e a taxa de juro do USD
é de 5% ao ano. Vê-se que a desvalorização do KZ em relação ao USD hoje sempre reduz o
retorno do KZ esperado em depósitos em USD, enquanto a valorização da taxa de câmbio KZ/$
de sempre aumenta esse retorno.
𝑒
TABELA 1 taxa de cambio do KZ/$ e o retorno esperado do KZ nos depósitos de $ quando 𝑇𝐶𝐾𝑍/$ = 165 por $
Taxa de câmbio actual Taxa de Juro nos Depreciação esperada do Retorno esperado do KZ
depósitos de USD KZ com relação ao USD em relação aos depósitos
de USD

165−𝑇𝐶𝑘𝑧/$ 165−𝑇𝐶𝑘𝑧/$
𝑇𝐶𝑘𝑧/$ 𝐽$ 𝐽$ +
𝑇𝐶𝑘𝑧/$ 𝑇𝐶𝑘𝑧/$

169 0,05 -0,024 0,025


168 0,05 -0,018 0,032
167 0,05 -0,012 0,038
166 0,05 -0,006 0,044
165 0,05 0,000 0,050

Figura 1 abaixo mostra os cálculos da Tabela 1 em uma forma gráfica que será útil para nossa
análise de determinação da taxa de câmbio. O eixo vertical na figura mede a da taxa de câmbio
KZ/$ de hoje e o eixo horizontal mede o retorno do KZ esperado sobre os depósitos em USD.
Para valores fixos da taxa de câmbio do KZ/$ esperado no futuro e a taxa de juro do USD, a
relação entre a taxa de câmbio do KZ/$ hoje e o retorno do KZ esperado em depósitos em USD
define uma curva negativamente inclinada.

Figura 1 – Efeito da depreciação no retorno esperado.


O Equilíbrio da Taxa de Câmbio
Continuamos a assumir que a taxa de juros em KZ, 𝐽𝑘𝑧 , e a taxa de juros de USD, 𝐽$ , e a taxa
𝑒
esperada de cambio de KZ/$ esperado no futuro 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ são todas dadas.

Figura 2 ilustra como a taxa de câmbio de equilíbrio do KZ/$ é determinado de acordo com
essas premissas. A parte horizontal no gráfico indica o nível dado do 𝐽𝑘𝑧 , o que é o retorno
sobre depósitos em USD medidos em termos de KZ. A tendência negativamente inclinada
mostra como o retorno esperado dos depósitos em USD, medido em termos de KZ, depende da
taxa de câmbio KZ/$ atual. Esta segunda parte é derivada da mesma forma como a ilustrada na
Figura 1.
A taxa de equilíbrio do KZ/$ é o indicado pela interseção das duas projeções no ponto 1, nesta
taxa de câmbio, os retornos dos depósitos em KZ e USD são iguais, de modo que a condição de
paridade de juros (2),

⎡ (𝑇𝐶 −𝑇𝐶 ) ⎤
𝑒 1

𝐽𝑘𝑧 = 𝐽$ + ⎢ 𝑘𝑧/$ 1 𝑘𝑧/$ ⎥,


⎢ 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ ⎥
⎣ ⎦

é satisfeita.

A taxa de câmbio terá sempre a tendência de mover-se para este ponto, não importando por
onde estiver. Veremos porque: suponha primeiro que estamos no ponto 2, com a taxa de
2
câmbio igual a 𝑇𝐶𝑘𝑧/$. O gráfico com tendência para baixo medindo o retorno esperado dos
2
depósitos de KZ em termos de USD nos diz que à taxa de câmbio 𝑇𝐶𝑘𝑧/$, a taxa de retorno
sobre os depósitos em USD, é menos do que a taxa de retorno sobre os depósitos em KZ. Nesta
situação todos que possuem depósitos em USD querem vendê-los para os depósitos em KZ que
são mais lucrativas: o mercado de câmbio está fora de equilíbrio, porque os participantes,
como bancos e corporações multinacionais não estão dispostos a guardar os seus depósitos
em USD.

Como é que a taxa de câmbio ajusta-se? Os donos de depósitos em USD tentam vendê-los para
depósitos em KZ, mas uma vez que o retorno sobre depósitos em KZ é maior do que os
2
depósitos em USD à taxa de câmbio 𝑇𝐶𝑘𝑧/$, nenhum titular de um depósito em KZ está
disposto a vendê-lo para um depósito em USD a essa taxa. Como portadores de USD tentam
persuadir detentores de KZ ao comércio, oferecendo-lhes um melhor preço para os KZ, a taxa
1
de câmbio move em direção 𝑇𝐶𝑘𝑧/$; ou seja, USD torna-se mais barato em termos de KZ. Uma
1
vez que a taxa de câmbio atinge 𝑇𝐶𝑘𝑧/$, os depósitos em USD e KZ oferecem retornos iguais, e
os titulares de depósitos em USD não têm mais incentivos para tentar vendê-los por KZ. O
mercado de câmbio estará em equilíbrio neste caso. O mesmo processo funciona de sentido
3
inverso. Se começarmos no ponto 3, com uma taxa de câmbio de 𝑇𝐶𝑘𝑧/$. No ponto 3, o retorno
sobre os depósitos em USD excedem os depósitos em KZ, por isso agora há um excesso de
oferta deste último. Como portadores de depósitos em KZ demostram a sua intenção de
adquirir depósitos em USD mais atraentes, o preço de USD em termos de KZ tende a aumentar;
1
ou seja, o KZ tende a desvalorizar face ao USD. Quando a taxa de câmbio move para 𝑇𝐶𝑘𝑧/$, as
taxas de retorno equalizam-se e o mercado estaria em equilíbrio. A depreciação do KZ de
3 1
𝑇𝐶𝑘𝑧/$ para o ponto 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ torna os depósitos em USD menos atractivos em relação ao KZ,
reduzindo assim o rácio de depreciação do KZ no futuro.

Taxas de juros, expectativas e equilíbrio


Veremos que a taxa de câmbio responde a fatores que alteram as taxas esperadas de retorno
sobre esses dois ativos.
O Efeito de Mudar as Taxas de Juros Sobre a Atual Taxa de Câmbio

Muitas vezes escutamos que uma determinada moeda está forte porque as taxas de juros
desta moeda estão altos. Qual é realmente o significado desta afirmação? Será que podemos
explicar estas (e outras) afirmações usando a nossa análise do mercado de câmbio?

1 2
A figura 3 mostra um aumento da taxa de juros em Kwanza, a partir de 𝐽𝑘𝑧 a 𝐽𝑘𝑧 com um
movimento para a direita da curva vertical representando os depósitos em KZ. Na taxa de
1
câmbio inicial 𝑇𝐶𝑘𝑧/$, o retorno esperado dos depósitos em KZ é agora maior do que nos
depósitos em USD de um montante igual à distância entre os pontos 1 e 1'. Como vimos, essa
2
diferença faz com que o KZ se valorize para 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ (ponto 2). Uma vez que não houve nenhuma
alteração na taxa de juro do USD ou da taxa de câmbio esperado no futuro, valorização do KZ
hoje aumenta o retorno em KZ esperado sobre os depósitos em USD, aumentando a taxa em
que se espera que o KZ deprecie no futuro. Figura 4 mostra o efeito de um aumento na taxa de
juro do USD, 𝐽$. Essa mudança faz com que a curva negativamente inclinada mova para a
direita.

1
À uma taxa de câmbio inicial 𝑇𝐶𝑘𝑧/$, a taxa de depreciação esperado do KZ é o mesmo que
antes do aumento de 𝐽$, portanto o retorno esperado dos depósitos em USD agora excede os
1 2
depósitos em KZ. A taxa de câmbio aumenta (de 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ a 𝑇𝐶𝑘𝑧/$) para eliminar o excesso de
oferta de ativos em KZ no ponto 1. Tal como antes, a depreciação do KZ face ao USD elimina o
excesso de oferta de ativos em KZ, diminuindo a taxa de retorno do KZ esperado sobre os
depósitos em USD. O aumento do 𝐽$, resulta em uma desvalorização do KZ em relação ao USD
ou, olhando de uma perspectiva americana, uma valorização do USD face ao KZ.
Portanto, ceteris paribus, um aumento dos juros pagos aos depósitos de uma dada moeda faz
com que esta moeda se valorize em relação às moedas estrangeiras.

O Efeito da Mudança de Expectativas Sobre a Atual Taxa de Câmbio

Dada a taxa de câmbio de hoje, um aumento no preço de USD esperado no futuro em termos
de KZ eleva a taxa de depreciação esperado do KZ. Por exemplo, se a taxa de câmbio de hoje é
de KZ 165 por USD e a taxa esperada de prevalecer daqui a um ano é de 167, a taxa de
depreciação esperada do KZ em relação ao USD é

( (167−165)
165 )= 0, 012,

se a taxa de câmbio esperada no futuro agora sobe para 168, a taxa de depreciação esperada
também sobe, para

( (168−165)
165 )= 0, 018.

Dado que um aumento na taxa de depreciação esperada do KZ aumenta o retorno esperado do


KZ sobre os depósitos em USD, a curva negativamente inclinada move para a direita, como na
1
Figura 4. À taxa de câmbio inicial 𝑇𝐶𝑘𝑧/$, haverá um excesso de oferta de depósitos em KZ: os
depósitos em USD oferecem uma maior taxa de retorno esperada (medido em KZ) do que os
depósitos em KZ. Por isso, o KZ se desvaloriza em relação ao USD até que o equilíbrio seja
alcançado no ponto 2.

Conclui-se que, ceteris paribus, um aumento da taxa de câmbio esperado no futuro provoca
um aumento na taxa de câmbio atual. Da mesma forma, uma queda na taxa de câmbio
esperada no futuro provoca uma queda na taxa de câmbio atual.
Lição 3 – Considerações sobre o dinheiro, taxas de juros e de
câmbio
Até aqui concluímos que a taxa de câmbio entre as moedas é influenciada por dois fatores, o
juro que pode ser obtido em depósitos dessas moedas e a taxa de câmbio esperado no futuro.
Para entender completamente a determinação das taxas de câmbio, no entanto, temos que
analisar como as taxas de juros em si são determinadas e como as expectativas de taxas de
câmbio futuras são formadas. Portanto, iremos examinar esses temas através da construção de
um modelo econômico que liga taxas de câmbio, taxas de juros e outras variáveis
​macroeconómicas importantes, tais como a taxa de inflação e a produção nacional liquida
(output).

Dinheiro definido: uma breve revisão


Estas características são fundamentais para a análise da demanda por moeda.

Dinheiro como um Meio de Troca

A função mais importante do dinheiro é servir como um meio de troca, um meio de


pagamento geralmente aceitos. Dinheiro elimina os enormes custos de pesquisa relacionados
com um sistema de troca porque o dinheiro é universalmente aceite. Ele elimina os custos de
busca, permitindo que um indivíduo venda os seus produtos e serviços para além dos produtos
e bens e serviços que ela deseja consumir à outras pessoas. Uma economia moderna e
complexa deixaria de funcionar sem alguns meios padronizados e convenientes de pagamento.

Dinheiro como uma Unidade de Conta


Segundo papel importante de dinheiro é como uma unidade de conta, ou seja, como uma
medida de valor amplamente reconhecida. É neste papel do dinheiro que nos permite analisar
as taxas de câmbio: Os preços de bens, serviços e ativos são normalmente expressa em
termos de dinheiro. As taxas de câmbio nos permitem traduzir preços monetários dos
diferentes países em termos comparáveis​​.

Dinheiro como uma Reserva de Valor


Dado que o dinheiro pode ser usado para transferir poder de compra do presente para o
futuro, é também um ativo, ou uma reserva de valor. Esse atributo é essencial para qualquer
meio de troca, porque ninguém estaria disposto a aceitá-la em pagamento, se o seu valor em
termos de produtos e serviços evaporasse imediatamente.

A utilidade do dinheiro como meio de troca, no entanto, faz com que seja o mais líquido de
todos os ativos automaticamente. Um ativo é dito ser líquido quando ele pode ser
transformado em bens e serviços de forma rápida e sem custos de transacção elevados, tais
como comissões de corretagem. Uma vez que o dinheiro é facilmente aceitável como meio de
pagamento, o dinheiro define o padrão contra o qual a liquidez de outros ativos é julgada.

O que é o dinheiro?
Moeda e depósitos bancários qualificam como dinheiro. Estes são os meios de pagamento
amplamente aceite que pode ser transferido entre os proprietários a baixo custo. Famílias e
empresas detêm moeda e depósitos de contas correntes como uma maneira conveniente de
financiar operações de rotina que possam surgir. Ativos, como imóveis não se qualificam como
dinheiro, porque, ao contrário de moeda e depósitos a constatação, eles não têm a
propriedade essencial de liquidez. Quando referimos ao “dinheiro”, estamos nos referindo ao
agregado monetário que comummente refere-se como M1, ou seja, a quantidade total de
moeda e depósitos em contas bancarias correntes detidos por famílias e empresas.

Como a Oferta de Moeda é Determinada


Oferta de moeda de uma economia é controlada pelo banco central. O banco central regula
diretamente a quantidade de moeda em existência e também tem controlo indireto sobre a
quantidade e verificação de depósitos emitidos por bancos privados. Os procedimentos através
dos quais o banco central controla a oferta de moeda são complexas, por agora assumimos
agora que o banco central simplesmente define o volume da oferta de moeda no nível que
deseja.

A demanda por moeda por indivíduos


Os determinantes da demanda de moeda por individuais podem ser derivados da teoria da
demanda de ativos analisados na lição passada. Vimos que os indivíduos baseiam sua demanda
por um ativo em três características:

1. O retorno esperado que um ativo oferece comparado com os retornos oferecidos por
outros ativos.

2. O grau de risco do retorno esperado do ativo.

3. Liquidez do ativo.

Retorno Esperado
A Moeda em propriedade privada não paga juros. Contas bancarias correntes normalmente
pagam algum juro, mas eles oferecem uma taxa de retorno que normalmente não consegue
manter o ritmo com os mais altos retornos oferecidos por formas de riqueza menos líquidas.
Quando você mantém o dinheiro consigo, você sacrifica a taxa de juros mais alta que você
pode ganhar mantendo a sua riqueza em um título de tesouro, um depósito a prazo, ou de
algum outro ativo relativamente ilíquidos como imóveis. É este tipo de taxa de juros que
temos em mente quando nos referimos a "a" taxa de juros. Uma vez que o juro pago sobre
moeda é zero, enquanto pagos sobre depósitos "verificáveis​​" tende a ser relativamente
constante, a diferença entre a taxa de retorno do dinheiro em geral e de ativos alternativos
com menor liquidez é refletida pela taxa de juros do mercado: quanto maior a taxa de juros,
mais você sacrifica quando você mantem a riqueza na forma de dinheiro.

Suponha, por exemplo, que a taxa de juros que você pode ganhar a partir de um investimento
na compra de um título de tesouro Angolano é de 10 por cento ao ano. Se você usar KZ
100.000 de sua fortuna para comprar um Título de Tesouro, você será pago 110 mil KZ pelo
Governo Angolano no final de um ano, mas se você escolher, em vez de manter os KZ 100.000
em dinheiro em um cofre, você abre mão de KZ 10.000 de juros que você poderia ter ganho
comprando a conta do Tesouro. Você, portanto, sacrifica uma taxa de 10 por cento de retorno,
mantendo o seu KZ 100.000 como dinheiro.
A teoria da demanda de ativos afirma que, outras coisas iguais, as pessoas preferem ativos
oferecendo retornos esperados maiores. Uma vez que um aumento na taxa de juros é um
aumento da taxa de retorno dos ativos menos líquidos em relação à taxa de retorno sobre o
dinheiro, as pessoas vão querer manter mais de sua riqueza em ativos não monetários que
pagam a taxa de juros de mercado e menos de sua riqueza na forma de dinheiro, se a taxa de
juros sobe. Conclui-se que, ceteris paribus, um aumento na taxa de juros faz com que a
demanda por moeda a caia.

Risco
Risco não é um fator importante na demanda por moeda. É comumente assumido que é
arriscado guardar dinheiro, porque um aumento inesperado dos preços de bens e serviços
pode reduzir o valor de seu dinheiro em termos de produtos que consomes. Dado que os
ativos que pagam juros, tal como os títulos de tesouro têm valores nominais fixos em termos
de dinheiro, no entanto, o mesmo aumento inesperado dos preços reduziria o valor real desses
ativos pela mesma percentagem. Uma vez que qualquer mudança no grau de risco de dinheiro
causa uma mudança igual no grau de risco dos títulos, as mudanças no risco de manter o
dinheiro não dever causar redução na demanda por dinheiro por indivíduos e aumentar a
sua demanda por ativos que pagam juros.

Liquidez
O principal benefício de manter o dinheiro vem de sua liquidez. Famílias e empresas detêm o
dinheiro, porque é a maneira mais fácil de financiar suas compras diárias. Para financiar um
fluxo contínuo de gastos menores em vários momentos e em diferentes quantidades, as
famílias e as empresas têm de ter algum dinheiro.

Necessidade de liquidez de um indivíduo aumenta quando o valor médio diário de suas


transações aumenta. Um estudante que utiliza o táxi ou autocarro todos os dias, por exemplo,
não precisa manter tanto dinheiro como um PCA que aluga carros na hora de ponta. Conclui-se
que um aumento no valor médio das transações realizadas por uma família ou uma empresa
faz com que sua demanda por moeda a suba.

Demanda agregada dinheiro


A demanda agregada por dinheiro é apenas a soma de todas as demandas individuais de
dinheiro da economia. Existem três fatores principais que determinam a demanda agregada
por dinheiro:

1. A taxa de juros (J). Um aumento na taxa de juros faz com que cada indivíduo na
economia reduza a sua demanda por dinheiro. Portanto, tudo o resto igual, a demanda
agregada por dinheiro cai quando a taxa de juros sobe.

2. O nível de preços (P). Nível de preços da economia é o preço de uma cesta de bens e
serviços de referência em termos de moeda. Geralmente a cesta de referência inclui os
itens de consumo cotidianos, como alimentação, vestuário e habitação, mas também
menos compras de rotina, tais como assistência médica. Se o nível de preços aumenta,
as famílias e as empresas devem gastar mais dinheiro do que antes para comprar as
suas cestas habituais de produtos e serviços. Para manter o mesmo nível de liquidez,
como antes o aumento do nível de preços, têm que possuir mais dinheiro.
3. Renda nacional real. Quando a renda nacional real sobe, mais bens e serviços estão
sendo vendidos na economia. Este aumento do valor real das transações aumenta a
demanda por moeda, dado o nível de preços.

Se 𝑃 é o nível de preços, 𝐽 é a taxa de juros, e 𝑌 é o PIL, a demanda agregada de dinheiro, pode


ser expressa como

𝑑
𝐷 = 𝑃 * 𝐿(𝐽, 𝑌) (1)

onde o valor de 𝐿(𝐽, 𝑌) diminui quando 𝐽 aumenta, e aumenta quando 𝑌 aumenta. Para ver por
que especificamos que a demanda agregada de dinheiro é proporcional ao nível de preços,
imagine que todos os preços dobraram, mas a taxa de juros e os rendimentos reais de cada um
manteve-se inalterado. O valor em dinheiro da média de transações diárias de cada indivíduo,
então, simplesmente dobraria, tal como a quantidade de dinheiro que cada um desejava
possuir.

Costumamos escrever a relação de demanda agregada dinheiro (1) na forma equivalente


𝑑
𝐷
𝑃
= 𝐿(𝐽, 𝑌) (2)

e neste caso 𝐿(𝐽, 𝑌) representaria a demanda agregada real por dinheiro. Esta forma de
expressar a procura de moeda mostra que a demanda agregada de liquidez, 𝐿(𝐽, 𝑌), não é uma
demanda por um determinado número de unidades da moeda, mas em vez disso é uma
𝑑
𝐷
exigência para manter um certo grau de poder de compra real na forma líquida. A relação 𝑃

isto é, a possessão de dinheiro desejado medidos em termos de uma cesta de referência típica
de produtos – é igual à quantidade do poder de compra real que as pessoas gostariam de
manter em forma líquida. Por exemplo, se as pessoas desejavam possuir KZ 1,000 em dinheiro
à um nível de preços de KZ 100 por cesta de produtos, as suas possessões reais de dinheiro
seria equivalente a

𝐾𝑍 1,000
𝐾𝑍 100 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎
= 100 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎𝑠.

Se o preço duplicar (KZ 200 por cesta), o poder de compra de seu KZ 1,000 em dinheiro seria
reduzido pela metade, uma vez que agora poderia adquirir somente 5 cestas.

Figura 3-1 mostra como a procura agregada real de dinheiro é afetada pela taxa de juros a um
nível fixo de renda real, 𝑌. A curva de demanda agregada real por dinheiro 𝐿(𝐽, 𝑌) se inclina
para baixo porque a queda na taxa de juros aumenta as possessões desejadas de dinheiro real
de cada família e empresa na economia.

Para um dado nível de PIL, mudanças na taxa de câmbio causa movimentos ao longo da curva
𝐿(𝐽, 𝑌). Mudanças no PIL, no entanto, fazem com que a própria curva mova.
1 2
Figura 3-2 mostra como um aumento no PIL real de 𝑌 a 𝑌 afeta a posição da curva de
demanda agregada real de dinheiro. Dado que um aumento do PIL real aumenta a demanda
2
(
agregada real de dinheiro para uma determinada taxa de juros, a curva 𝐿 𝐽, 𝑌 ) encontra-se à
1 2 1
(
direita de 𝐿 𝐽, 𝑌 ) quando 𝑌 é maior que 𝑌 .
A taxa de juros de equilíbrio: a interacção entre a oferta e a demanda de
dinheiro
O mercado monetário está em equilíbrio quando a oferta de moeda definido pelo banco
central é igual a demanda agregada dinheiro. Analisemos então o impacto da taxa de juros na
determinação do equilíbrio do mercado monetário, dado o nível de preços e produção, sendo
que ambos estão temporariamente assumido estar afetado por variações monetárias.

Equilíbrio no Mercado Monetário


𝑜
Se 𝐷 é a oferta de dinheiro, a condição de equilíbrio no mercado monetário

𝑜 𝑑
𝐷 =𝐷 (3)

Depois de dividir ambos os lados desta igualdade com o nível de preços, podemos expressar a
condição de equilíbrio do mercado monetário em termos de demanda agregada dinheiro real
como
𝑜
𝐷
𝑃
= 𝐿(𝐽, 𝑌) (4)

Dado o nível de preços, 𝑃, e o nível de produção, 𝑌, a taxa de juros de equilíbrio é aquele em


que a procura agregada real de dinheiro é igual à oferta real de moeda.

Na Figura 3, a curva de demanda agregada real de dinheiro intercepta a curva de oferta real de
dinheiro no ponto 1 para dar uma taxa de juros de equilíbrio. A curva de oferta de moeda é
𝑜
𝐷 𝑜
vertical em 𝑃
porque 𝐷 é fixado pelo banco central, enquanto 𝑃 é tomado como dado.
Vamos ver por que a taxa de juros tende a estabelecer-se em seu nível de equilíbrio,
considerando o que acontece se o mercado está inicialmente no ponto 2, com uma taxa de
2 1
juros, 𝐽 , que está acima de 𝐽 .

1 2
No ponto 2, a oferta real de dinheiro excede a demanda por posse de dinheiro 𝑄 − 𝑄 , o que
lida a um excesso de oferta de dinheiro. Se as pessoas estão mantendo mais dinheiro do que
2
eles desejam, dada a taxa de juros de 𝐽 , eles vão tentar reduzir sua liquidez usando algum
dinheiro para comprar ativos que rendem juros. Em outras palavras, as pessoas vão tentar
livrar-se do seu excesso de dinheiro, emprestando-o aos outros. Uma vez que há um excesso de
oferta agregada de dinheiro, nem todos podem conseguir fazer isso: Há mais pessoas que
gostariam de emprestar dinheiro para reduzir a liquidez do que há pessoas que gostariam de
pedir dinheiro emprestado para aumentar o que eles já possuem. Aqueles que não podem
descarregar seu dinheiro extra tentarão seduzir potenciais mutuários através da redução da
2
taxa de juros que eles cobram para empréstimos abaixo de 𝐽 . A pressão descendente sobre a
1
taxa de juros continua até que a taxa atinge 𝐽 . Com essa taxa de juros, qualquer pessoa que
pretenda emprestar dinheiro pode fazê-lo porque o excesso de oferta agregada de dinheiro
desapareceu; isto é, a oferta é igual demanda. Uma vez que o mercado atinge o ponto 1,
portanto, não há mais tendência para a taxa de juros para baixar. O oposto, isto é, quando a
1 3
taxa de juros está abaixo de 𝐽 , como o caso de 𝐽 , ela tenderá a subir. Você pode explicar o
processo?

Concluindo: O mercado move-se sempre em direção a uma taxa de juros em que a oferta real
de moeda é igual a demanda agregada real de dinheiro. Se houver inicialmente um excesso
de oferta de dinheiro, a taxa de juros cai, e se houver inicialmente um excesso de demanda, a
taxa de juros sobe.

Taxas de juros e a oferta de moeda


O efeito do aumento da oferta de dinheiro a um determinado nível de preços é ilustrado na
Figura 3-4. Inicialmente, o mercado monetário está em equilíbrio no ponto 1, com uma oferta
𝑜 1
de moeda 𝐷1 e taxa de juros 𝐽 . Uma vez que estamos mantendo constante P, um aumento na
𝑜 𝑜
𝑜 𝐷1 𝐷2
oferta de dinheiro para 𝐷2 aumenta a oferta de dinheiro real de 𝑃
a 𝑃
. Com esta oferta de
2
dinheiro real, o ponto 2 é o novo equilíbrio e 𝐽 é a nova taxa de juros, uma taxa de juros baixa
que induz as pessoas a manter a oferta de dinheiro real disponível no seu nível aumentado .

𝑜
O processo através do qual a taxa de juros cai é agora familiar. Depois de que 𝐷 é aumentada
pelo banco central, há inicialmente um excesso de oferta real de moeda na antiga taxa de juros
1
de equilíbrio 𝐽 , que anteriormente equilibrou o mercado. Como as pessoas estão mantendo
mais dinheiro do que eles desejam, eles usam seus excedentes financeiros na compra de ativos
que pagam juros. A economia como um todo não pode reduzir sua quantidade de dinheiro em
circulação, então as taxas de juros são movidos para baixo dado que os detentores de moeda
competem para emprestar as suas reservas em excesso. No ponto 2 na Figura 3-4, a taxa de
juros caiu o suficiente para induzir um aumento na demanda de dinheiro real igual ao aumento
na oferta de dinheiro real.

Ao executar o experimento de política acima na ordem inversa, podemos ver como uma
𝑜
redução das taxas de juros força a oferta de moeda para cima. A queda em 𝐷 nos causa um
excesso de demanda por dinheiro na taxa de juros que anteriormente equilibrou oferta e
demanda. As pessoas tentam vender ativos que rendem juros para reconstruir suas
depauperadas detenções de moeda real. Uma vez que todos eles não podem ser bem-sucedido
quando há excesso de demanda por moeda, a taxa de juros é empurrada para cima até que
todos estejam satisfeitos em manter o restante de estoque de dinheiro real. Conclui-se que um
aumento na oferta de moeda reduz a taxa de juros, enquanto a queda na oferta de moeda
aumenta a taxa de juros, dado o nível de preços e de output.
Output e a taxa de juros
1 2
Figura 5 mostra o efeito do aumento no nível de produção de 𝑌 para 𝑌 sobre a taxa de juros,
dada a oferta de moeda e o nível de preços. Como vimos anteriormente, um aumento da
produção faz com que toda a curva de demanda agregada de dinheiro real desloque-se para a
1
direita, deslocando o equilíbrio para além do ponto 1. No antigo ponto de equilíbrio, 𝐽 , há um
2 1 '
excesso de demanda por dinheiro igual a 𝑄 − 𝑄 (ponto 1 ). Uma vez que a oferta real de
moeda é dada, a taxa de juros é aumentado até que ele atinja o novo nível de equilíbrio mais
2
elevado 𝐽 (ponto 2). A queda na produção tem efeitos opostos, fazendo com que a curva de
demanda agregada de dinheiro real desloque-se para a esquerda e, portanto, fazendo com que
a taxa de juros de equilíbrio a caia.

Conclui-se que um aumento do produto real eleva a taxa de juros, enquanto uma queda no
produto real reduz a taxa de juros, dado o nível de preços e da oferta de moeda.

A oferta de moeda e a taxa de câmbio no curto prazo


Nas lições passadas falamos da condição de paridade dos juros, que prevê como movimentos
da taxa de juros influenciam a taxa de câmbio, dada as expectativas sobre o nível futuro da taxa
de câmbio. Agora que sabemos como mudanças na oferta de moeda de um país afetam a taxa
de juros sobre os ativos não monetários cotados em sua moeda, pudemos também ver como
as mudanças monetária afeta a taxa de câmbio. Veremos que um aumento na oferta de
moeda de um país desvaloriza sua moeda no mercado de câmbio, enquanto uma redução na
oferta de dinheiro valoriza a sua moeda.

Continuaremos a assumir que o nível de preços e o PIL são dados daí a análise desta parte ser
de curto prazo. A análise de longo prazo de um evento econômico permite o ajuste completo
do nível de preços e o pleno emprego de todos os fatores de produção.
Ligando dinheiro, a taxa de juros e da Taxa de Câmbio

Para analisar a relação entre o dinheiro e a taxa de câmbio no curto prazo tal como
representado na Figura 3-6, combinamos dois diagramas já estudados separadamente. Iremos
assumir que estamos analisando a taxa de câmbio KZ/USD.

O primeiro diagrama (inicialmente analisado como Figura 2-2 – isto é: lição 2 figura 2) mostra o
equilíbrio no mercado de câmbio e como ela é determinada uma vez que as taxas de juros e
expectativas sobre taxas de câmbio futuras são dadas. Este diagrama aparece como a parte
superior da Figura 3-6. A taxa de juros em KZ, o que é determinado no mercado monetário,
define a curva vertical.

A curva negativamente inclinado do retorno do USD mostra o retorno esperado dos depósitos
em USD, medido em KZ. A curva inclina-se para baixo por causa do efeito da variação cambial
sobre as expectativas atuais de depreciação futura: a apreciação do KZ hoje em relação a um
determinado nível esperado no futuro faz depósitos em USD mais atraentes, levando as
pessoas a antecipar uma depreciação mais acentuada do KZ no futuro.

'
No cruzamento das duas curvas (ponto 1 ), as taxas esperadas de retorno sobre depósitos em
1
KZ e em USD são iguais e, portanto, a paridade de juros se mantém. 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ é a taxa de câmbio
de equilíbrio.

O segundo diagrama foi introduzido como Figura 3-3. Esta figura mostra como a taxa de juros
de equilíbrio de um país é determinado no seu mercado de dinheiro, e ele aparece como a
parte inferior da Figura 3-6. Por conveniência, no entanto, o gráfico foi girado no sentido
horário em 90 graus para que as taxas de juro do KZ fossem medidos a partir do 0 no eixo
horizontal e a oferta real de KZ é medido a partir de 0 no eixo vertical descendente. Equilíbrio
1
do mercado monetário é mostrado no ponto 1, onde a taxa de juros em KZ 𝐽𝑘𝑧 induz as pessoas
𝑜
𝐷𝑘𝑧
a demandar saldos reais iguais a oferta real de KZ, 𝑃𝑘𝑧
.

Figura 3-6 enfatiza a ligação entre o mercado de dinheiro nacional (parte inferior) e do
mercado de câmbio estrangeiro (em cima) – o mercado nacional determina a taxa de juros em
KZ, que por sua vez afeta a taxa de câmbio que mantém paridade de juros.

Figura 3-7 ilustra estas ligações. Os bancos centrais Angolanos e Americanos determinam a
𝑜 𝑜
oferta de dinheiro nacional e dos EUA, 𝐷𝑘𝑧 e 𝐷$, respectivamente. Dado o nível dos preços e
dos rendimentos nacionais dos dois países, o equilíbrio nos mercados monetários nacionais
resulta em taxas de juro do KZ e do USD. Estas taxas de juro alimentam o mercado de câmbio,
onde, dadas as expectativas sobre o futuro da taxa de câmbio, a taxa atual é determinada pela
condição de paridade dos juros.

Oferta de moeda nacional e a taxa de câmbio KZ/USD

Este efeito é analisado na figura 3-8. Isto é, como as mudanças no fornecimento de moeda pelo
BNA afecta a taxa de câmbio KZ/$.

1
Na oferta inicial de dinheiro 𝐷𝑘𝑧, o mercado monetário está em equilíbrio no ponto 1, com uma
1
taxa de juros 𝐽𝑘𝑧. Dada a taxa de juro do USD e a taxa de câmbio esperada no futuro, a taxa de
1 '
juros em KZ de 𝐽𝑘𝑧 implica que o equilíbrio do mercado cambial ocorre no ponto 1 , com uma
1
taxa de câmbio igual ao 𝑇𝐶𝑘𝑧/$.
2
O que acontece quando o BNA aumenta a oferta de dinheiro para 𝐷𝑘𝑧? Este aumento põe em
movimento a seguinte sequência de eventos:

1
1) à taxa de juro inicial 𝐽𝑘𝑧, há um excesso de oferta de dinheiro no mercado nacional, por
isso a taxa de juros em KZ cai a medida que o mercado de dinheiro atinge o sua nova
posição de equilíbrio (ponto 2).
1 2
2) Dada a taxa de câmbio inicial 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ e a nova baixa taxa de juros em KZ, 𝐽𝑘𝑧, o retorno
esperado sobre os depósitos em USD é maior do que em depósitos em KZ. Os titulares
de depósitos em KZ, portanto, tentam vendê-los para depósitos em USD, que estão
momentaneamente mais atraente.
2
3) O KZ desvaloriza-se para 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ assim que os titulares de depósitos em KZ tentam
comprar depósitos em USD. O mercado de câmbio estrangeiro está novamente em
' 2
equilíbrio no ponto 2 porque o movimento da taxa de câmbio para 𝑇𝐶𝑘𝑧/$ causa a
queda na taxa esperada de depreciação futura do KZ, o suficiente para compensar a
queda na taxa de juros em dólar.

Conclui-se que um aumento na oferta de moeda de um país faz com que sua moeda se
desvalorize no mercado de câmbio. Ao executar Figura 3-8 no sentido inverso, você pode ver
que uma redução na oferta de moeda de um país faz com que sua moeda se valorize no
mercado de câmbio.

Oferta de Moeda da nos EUA e a Taxa de Câmbio do KZ/USD

As conclusões a que chegámos também aplicam-se quando o Banco de Reserva Federal dos
EUA (“FED”) muda a oferta monetária dos EUA. Suponha que o FED teme uma recessão nos
EUA num futuro próximo e espera solucioná-lo através de uma política monetária mais
𝑜
expansionista. Um aumento em 𝐷$ causa uma depreciação do USD (isto é, uma valorização do
𝑜
KZ), enquanto uma redução no 𝐷$ provoca uma apreciação do USD (isto é, a depreciação do
KZ).

Aqui usamos uma abordagem diferente para mostrar como as mudanças na oferta de moeda
americana afetam a taxa de câmbio KZ/$ em Angola. Na lição anterior, aprendemos que a
queda na taxa de juro do USD, muda a curva com inclinação para baixo na parte superior da
Figura 3-6 para a esquerda. A razão é que, para qualquer nível da taxa de câmbio, uma queda
em 𝐽$ baixa a taxa de retorno esperado sobre os depósitos em USD. Uma vez que um
aumento na oferta de moeda americana reduz podemos ver o efeito sobre a taxa de câmbio,
deslocando a curva de retorno esperado do USD na parte superior da Figura 3-6 para a
esquerda.

O resultado de um aumento na oferta de dinheiro americano é mostrado na Figura 3-9.


Inicialmente, o mercado monetário nacional está em equilíbrio no ponto 1 e o mercado de
' 1
câmbio estrangeiro está em equilíbrio no ponto 1 com uma taxa de câmbio 𝑇𝐶𝑘𝑧/$. Um
aumento na oferta de moeda americana diminui 𝐽$ e, portanto, se desloca para a esquerda a
curva ligando ao retorno esperado dos depósitos em USD à taxa de câmbio. Equilíbrio do
' 2
mercado cambial é restaurado no ponto 2 com uma taxa de câmbio de 𝑇𝐶𝑘𝑧/$. Vemos que o
aumento do USD deprecia esta moeda em relação ao KZ. A mudança na oferta monetária
Americana não incomoda o equilíbrio do mercado monetário Angolano, que permanece no
ponto 1.

Dinheiro, o nível do preço, e a taxa de câmbio no longo prazo

Nossa análise de curto prazo sobre a ligação entre os mercados monetários e de câmbio dos
países baseou-se na hipótese simplificadora de que os níveis de preços e as expectativas da
taxa de câmbio foram dados. Para ampliar nossa compreensão de como a oferta de moeda e
demanda de moeda afetam taxas de câmbio, devemos examinar como fatores monetária
afetam o nível de preços de um país no longo prazo.
Equilíbrio de longo prazo de uma economia é a posição que acabaria por chegar se não houver
novos choques económicos ocorridos durante o ajuste relacionados ao pleno emprego. Este é
o equilíbrio que manteria depois de que todos os salários e os preços tiveram tempo suficiente
para se adaptarem a seus níveis de equilíbrio de mercado.

Dinheiro e Preços

Se o nível de preços e produção são fixos no curto prazo, a condição (4) do equilíbrio do
mercado monetário,
𝑜
𝐷
𝑃
= 𝐿(𝐽, 𝑌) (4)

determina a taxa de juros doméstico, 𝐽. O mercado financeiro sempre move para o equilíbrio,
no entanto, mesmo se relaxamos a suposição de “curto-prazo” e pensar de períodos em que 𝑃
e 𝑌, bem como 𝐽, pode variar. A condição de equilíbrio acima pode, por conseguinte, ser
rearranjado para dar
𝑜
𝐷
𝑃= 𝐿(𝐽,𝑌)
(5)

que mostra como o nível de preços depende da taxa de juros, o produto real, e a oferta de
moeda doméstica.

O nível de preço de equilíbrio de longo prazo é apenas o valor de P que satisfaz a condição (5),
quando a taxa de juros e output estão em seus níveis de longo prazo, ou seja, em níveis
compatíveis com o pleno emprego. Quando o mercado monetário está em equilíbrio e todos os
fatores de produção estão plenamente empregados, o nível de preços permanecerá constante
se a oferta de moeda, em função da procura de moeda global, e os valores de longo prazo de J
e Y permanecer estável.

Uma das previsões mais importantes da equação acima para P diz respeito à relação entre o
𝑜
nível de preços de um país e a sua oferta de dinheiro, 𝐷 : Tudo o resto igual, um aumento na
oferta de moeda de um país provoca um aumento proporcional no seu nível de preços. Se,
𝑜
por exemplo, a oferta de moeda duplica (para 2𝐷 ), mas o output e a taxa de juros não
mudam, o nível de preços também deve duplicar (para 2𝑃) para manter o equilíbrio no
mercado monetário.

O raciocínio econômico por trás dessa previsão muito precisa vem da observação acima de que
a demanda por moeda é uma demanda por possessão real de dinheiro: demanda por moeda
𝑜
real não é alterado por um aumento de 𝐷 que deixa 𝑅 e 𝑌 (e, portanto, a demanda agregada
de dinheiro real 𝐿(𝐽, 𝑌)) sem alterações . Se a demanda agregada por dinheiro real não muda,
no entanto, o mercado de dinheiro permanecerá em equilíbrio somente se a oferta real de
moeda, também permanece o mesmo.

Dinheiro e a Taxa de Câmbio no Longo Prazo


O preço em moeda nacional da moeda estrangeira é um dos muitos preços na economia que
se elevam a longo prazo depois de um aumento permanente na oferta de moeda. Se você
pensar de novo sobre os efeitos de uma reforma monetária, verás como a taxa de câmbio
move ao longo prazo. Suponha, por exemplo, que substitui-se cada nota de KZ "velhos" com
um "novo" do KZ. Então, se a taxa de câmbio KZ/$ tinha sido 100 KZ velho por dólares, antes da
reforma, mudaria para 50 novos KZ por dólares imediatamente após a reforma. Da mesma
forma, uma redução para metade da oferta de moeda acabaria por levar o KZ a apreciar a
partir de uma taxa de câmbio de 100 KZ/dólares por um de 50 KZ/dólares. Uma vez que os
preços em KZ de todos os bens e serviços Angolanos também diminuiriam pela metade, esta
apreciação de 50 por cento do KZ deixa todos os preços relativos (nacionais e estrangeiros) de
bens e serviços inalterados.

Conclui-se que, ceteris paribus, um aumento permanente na oferta de moeda de um país


provoca uma depreciação ao longo prazo proporcional ao aumento da sua moeda em relação
às moedas estrangeiras. Da mesma forma, uma diminuição permanente na oferta de moeda
de um país provoca uma apreciação ao longo prazo proporcional á diminuição da sua moeda
em relação às moedas estrangeiras.
Lição 4: Níveis de preços e a taxa de câmbio no Longo Prazo
Nesta lição analisaremos as forças económicas que estão por trás dos movimentos dramáticos
da taxa de câmbio ao longo prazo. Para entender completamente os movimentos da taxa de
câmbio de longo prazo, no entanto, temos que expandir o nosso modelo em duas direcções.
Primeiro, temos de completar os vínculos existentes entre as políticas monetárias, inflação,
taxas de juros e taxas de câmbio. Em segundo lugar, temos de examinar factores para além da
oferta e demanda de dinheiro – por exemplo, deslocamentos da demanda em mercados de
bens e serviços – que também podem ter sofrido efeitos através das taxas de câmbio.

No longo prazo, os níveis de preços nacionais desempenham um papel fundamental na


determinação das taxas de juro e dos preços relativos em que os produtos dos países são
negociados. Uma teoria de como níveis de preços nacionais interagem com taxas de câmbio é
fundamental para compreender por que a taxa de câmbio pode mudar drasticamente ao longo
de um período de vários anos.

A lei do preço único


A Lei do preço único estipula que em mercados competitivos, livre de custos de transporte e as
barreiras oficiais ao comércio, bens idênticos vendidos em diferentes países devem vender pelo
mesmo preço quando seus preços são expressos em termos da mesma moeda. Por exemplo, se
a taxa de câmbio AOA/Euro é $125 AOA por euro, um suéter que custa €45 em Lisboa deve
vender por AOA 5.625 em Luanda. O preço em euro da camisola quando vendido em Luanda é
então (AOA 5,625)/(AOA 125 por euro) = € 45 por camisola, o mesmo preço que em Luanda.

𝑖
Podemos afirmar a lei do preço único formalmente da seguinte forma: se 𝑃𝐴𝑂 representa o
𝑖
preço em AOA do bem 𝑖 quando vendido em Angola, 𝑃𝐸 o preço correspondente em euros na
Europa. Em seguida, a lei do preço único implica que o preço em AOA do bem é o mesmo onde
quer que seja vendido (1).

𝑖
(
𝑃𝐴𝑂 = 𝑇𝐶𝐾𝑍/€ 𝑥 𝑃𝐸) ( ) 𝑖

De forma equivalente, a taxa de câmbio AOA/euro é o rácio entre os preços Angolano e


europeus do bem 𝑖 ,
𝑖
𝑃𝐴𝑂
𝑇𝐶𝐾𝑍/€ = 𝑖
𝑃𝐸

Paridade de poder de compra (ou poder adquisitivo) – ppc (ou ppa)


A teoria da paridade do poder de compra (ou poder aquisitivo) afirma que a taxa de câmbio
entre duas moedas é igual ao rácio dos níveis de preços dos países.3 A teoria do PPC prevê que
uma queda no poder de compra interno de uma moeda (indicado por um aumento no nível de
preços doméstico) será associada a uma depreciação proporcional da moeda no mercado de

3
Daqui em diante utilizaremos o termo Paridade do Poder de Compra PPC
câmbio. Simetricamente, PPC prevê que um aumento no poder de compra interno da moeda
será associado a uma valorização proporcional da moeda.

Para expressar a teoria da PPC em símbolos, se 𝑃𝐴𝑂 representa o preço do AOA de uma cesta
de referência de mercadorias vendida em Angola e o 𝑃𝐸 representa o preço em euro da mesma
cesta na Europa. Então PPP prevê uma taxa de câmbio dólar/euro

𝑃𝐴𝑂
𝑇𝐶𝐾𝑍/€ = 𝑃𝐸

Se, por exemplo, a cesta de referência mercadoria custa AOA 20.000 em Angola e €160 na
Europa, PPC prevê uma taxa de câmbio de AOA/euro de $125. Se o nível de preços Angolano
triplicasse (por cesta), o preço do euro em AOA também triplicaria.

Reorganizando a equação (1) para passar a ser:

𝑃𝐴𝑂 = 𝑇𝐶𝐾𝑍/€ 𝑥 𝑃𝐸 ( ) ( )
temos uma interpretação alternativa do PPC. O lado esquerdo desta equação é o preço em
AOA da cesta de referência de mercadorias em Angola; o lado direito é o preço em AOA da
cesta de referência quando comprado na Europa. Estes dois preços são os mesmos se o PPC
funciona. PPC afirma que os níveis de preços de todos os países são iguais quando medidos em
termos da mesma moeda.

De forma equivalente, o lado direito da última equação mede o poder de compra de um AOA
quando trocados por euros e gastos na Europa. Portanto PPC mantém que o poder de compra
interno de cada moeda é sempre o mesmo tal como o seu poder de compra estrangeiro.

O relacionamento entre o PPC e a Lei do Preço Único


Superficialmente, a especificação de PPC fornecido pela equação (1) parece-se com a lei do
𝑖 𝑖
preço único, que diz que 𝑇𝐶𝐾𝑍/€ = 𝑃𝐴𝑂/𝑃𝐸 para qualquer produto 𝑖 . Existe uma diferença
entre o PPP e a lei do preço único: A lei do preço único aplica-se a produtos específicos,
enquanto PPC aplica-se ao nível geral de preços, que é uma composição dos preços de todas
as mercadorias que entram na cesta de referência.

PPC absoluta e PPC relativa

A afirmação de que taxas de câmbio devem igualar os níveis de preços relativos (equação (1)) é
muitas vezes referida como PPC absoluta. O PPC absoluta implica uma proposição conhecida
como PPC relativa, que afirma que a variação percentual da taxa de câmbio entre duas
moedas em qualquer período é igual à diferença entre as variações percentuais nos níveis de
preços nacionais. PPC relativa traduz PPC absoluta a partir de uma declaração sobre o nível de
preços e taxa de câmbio para uma sobre mudança de preços e taxas de câmbio. Mais
formalmente, PPC relativa entre Angola e a Europa seria escrito como (2)

(𝑇𝐶 𝐾𝑍 −𝑇𝐶 𝐾𝑍

,𝑡 €
) =π
, 𝑡−1
− π𝐸, 𝑡
𝑇𝐶 𝐾𝑍 𝐴𝑂, 𝑡

. 𝑡−1
onde π 𝑡 denota uma taxa de inflação. Ao contrário da PPC absoluta, PPC relativa só pode ser
definido em relação ao intervalo de tempo durante o qual os níveis de preços e taxas de
câmbio mudam.

PPC absoluta não faz sentido a menos que as duas cestas cujos preços que estão a ser
comparados na equação (1) são os mesmos. O conceito de PPC relativa vem a calhar quando
temos que confiar em estatísticas do nível de preços do governo para avaliar a PPC. Faz sentido
lógico comparar percentuais de taxa de câmbio com as diferenças no nível de inflação, mesmo
quando os países baseiam suas estimativas do nível de preços em cestas de produtos que
diferem em termos de cobertura e composição.

PPC relativa é importante também porque pode ser válida mesmo quando PPC absoluta não é.
Desde que os fatores que causam desvios do PPC absoluto são mais ou menos estáveis ao
longo do tempo, variações percentuais nos níveis de preços relativos podem aproximar
variações percentuais das taxas de câmbio.

O modelo de taxa de câmbio de longo prazo com base na ppc


Dado que os factores que não influenciam a oferta ou demanda de dinheiro não têm uma
função explícita nesta teoria, esta parte da teoria é conhecida como a abordagem monetária
da taxa de câmbio.

A Equação Fundamental Da Abordagem Monetária


No intuito de desenvolver as previsões da abordagem monetária para a taxa de câmbio
AOA/euro, vamos supor que, a longo prazo, o mercado de câmbio define a seguinte taxa para
que PPC funcione (ver equação (1)):

𝑃𝐴𝑂
𝑇𝐶𝐾𝑍/€ = 𝑃𝐸

Em outras palavras, assumimos que a equação acima aplica-se num mundo que não existem
rigidez do mercado para impedir que a taxa de câmbio e outros preços ajustem-se
imediatamente a níveis consistentes com o pleno emprego.

Anteriormente observamos que os níveis de preços domésticos podem ser explicados em


termos de dinheiro demando e oferecido no mercado interno. Em Angola, (3)
𝑜
𝐷𝐴𝑂
𝑃𝐴𝑂 =
(
𝐿 𝐽𝐾𝑍 , 𝑌𝐴𝑂 )

enquanto, na Europa (4),


𝑜
𝐷𝐸
𝑃𝐸 =
(
𝐿 𝐽€ , 𝑌𝐸 )

𝑜
Como antes, utilizamos o símbolo 𝐷 para representar fonte de dinheiro de um país e de
𝐿(𝐽, 𝑌) para representar a sua demanda dinheiro real agregado, o que diminui quando a taxa
de juros sobe e aumenta quando o produto real aumenta.
Portanto, a equação fundamental (traduzindo a situação europeia para o caso de Angola) seria
expresso da seguinte forma:
𝑜
⎡ 𝐷 ⎤
𝑃𝐴𝑂 = 𝑇𝐶𝐾𝑍/€ ⎢ 𝐿 𝐽 ,𝐸𝑌 ⎥

( € 𝐸)

As equações (3) e (4) mostram como a abordagem monetária para a taxa de câmbio chega ser
referenciado como tal. De acordo com a declaração de PPC na equação (1), o preço em AOA de
um euro é simplesmente o preço em AOA do output Angolano dividido pelo preço em euros da
produção europeia. Estes dois níveis de preços, por sua vez, são determinados completamente
pela oferta e demanda por moeda de cada uma das áreas: nível de preços Angolano é a oferta
de moeda Angolana dividido por demanda real de dinheiro Angolano, como mostrado em (3), e
nível de preços da Europa de forma semelhante é a oferta de dinheiro europeu dividido por
demanda real por moeda europeia, como mostrado em (4). Por conseguinte, a abordagem
monetária faz a previsão geral de que a taxa de câmbio é totalmente determinado a longo
prazo pelas ofertas relativas dessas moedas e as demandas reais relativas destes. Mudanças
nas taxas de juros e níveis de produção afetam a taxa de câmbio só através de suas influências
sobre a demanda por moeda.

Além disso, a abordagem monetária faz uma série de previsões específicas sobre os efeitos a
longo prazo sobre a taxa de câmbio a partir de mudanças nas ofertas de dinheiro, taxas de
juros e níveis de produção:

1. Oferta de dinheiro. Tudo o mais constante, um aumento permanente na oferta


𝑜
monetária Angolana, 𝐷𝐴𝑂 provoca um aumento proporcional no nível de preço 𝑃𝐴𝑂 no
longo prazo tal como a equação (3) mostra. Dado que sob PPC 𝑇𝐶𝐾𝑍/€ = 𝑃𝐴𝑂/𝑃𝐸, no
entanto, também se eleva, a longo prazo, em proporção com o aumento da oferta de
moeda Angolana. Assim, um aumento na oferta de moeda Angolana provoca uma
depreciação de longo prazo proporcional do AOA em relação ao euro. Por outro lado, a
equação (4) mostra que um aumento permanente na oferta de moeda europeia
provoca um aumento proporcional no nível de preços europeu a longo prazo. De
acordo com PPC, este aumento do nível dos preços implica uma apreciação de longo
prazo proporcional do AOA face ao euro.

2. Taxas de juros. Um aumento na taxa de juros 𝐽𝐾𝑍 sobre os ativos denominados em


( )
dólar reduz a demanda real do dinheiro Angolana 𝐿 𝐽𝑘𝑧, 𝑌𝐴𝑂 . Através de (3), a longo
prazo o nível de preços Angolano aumenta, e sob PPC o AOA deve desvalorizar face ao
euro em proporção a este aumento do nível de preço Angolano . Um aumento na taxa
de juros 𝐽€ sobre os ativos denominados em euros tem o efeito inverso da taxa de
( )
câmbio de longo prazo. Porque demanda real do dinheiro Europeu 𝐿 𝐽€, 𝑌𝑒 cai, o
nível de preço na Europa sobe, por (4). De acordo com PPC, o AOA deve valorizar em
relação ao euro em proporção ao aumento do nível de preços da Europa.

3. Níveis de output. Um aumento na produção Angolana aumenta a demanda real do


AOA tal como sugerido por (3) a uma queda no nível de preços de longo prazo em
Angola. De acordo com o PPC, há uma valorização do AOA em relação ao euro.
( )
Simetricamente, um aumento na produção Europeia aumenta 𝐿 𝐽€, 𝑌𝑒 e, por (4),
provoca uma queda no nível de preços da Europa a longo prazo. PPC prevê que este
desenvolvimento vai fazer o AOA desvalorizar face ao euro.

Para entender essas previsões, lembre-se que a abordagem monetária, como qualquer teoria
de longo prazo, essencialmente pressupõe que os níveis de preços ajustam-se tao rápido como
as taxas de câmbio – ou seja, imediatamente.

A abordagem monetária conduz a um resultado anteriormente visto, que o valor da taxa de


cambio de longo prazo de um país move na mesma proporção que a sua oferta de moeda
(previsão 1). A teoria também levanta o que parece ser um paradoxo (previsão 2).
Anteriormente concluímos que uma moeda aprecia quando a taxa de juros que oferece sobe
em relação às taxas de juros externas. Como é que chegamos agora, precisamente a uma
conclusão oposta que um aumento na taxa de juros de um país desvaloriza sua moeda,
diminuindo a demanda real para seu dinheiro?

Recorde-se que explicamos também que o senário de como uma taxa de juros afeta a taxa de
câmbio não está completo até que nós especificamos exatamente porque as taxas de juros
mudaram. Este ponto explica a aparente contradição em nossas descobertas sobre juros e
taxas de câmbio. Para resolver o quebra-cabeça, no entanto, devemos primeiro examinar mais
de perto como as políticas monetárias e taxas de juros estão ligadas a longo prazo.

Inflação Contínua, Paridade De Juros, E PPC


Concluímos que um aumento permanente no nível de oferta de moeda de um país resulta em
um aumento proporcional em seu nível de preços, mas não tem efeito sobre os valores da taxa
de câmbio e o nível de output real ao longo prazo. Enquanto o experimento de mudança
conceitual de uma só vez da oferta de dinheiro é útil para pensar sobre os efeitos a longo prazo
da moeda, não é muito realista como uma descrição das políticas monetárias reais. Mais
frequentemente, as autoridades monetárias escolhem uma taxa de crescimento da oferta de
dinheiro, por exemplo, 5, 10, ou 50 por cento ao ano, e, em seguida, permitem que o dinheiro
cresça gradualmente, através de aumentos incrementais, mas frequentes. Portanto, quais são
os efeitos a longo prazo de uma política que permite a oferta de dinheiro cresça sem
problemas para sempre a uma taxa positiva?

O raciocínio apresentado nas lições anteriores sugere que um crescimento continuo da oferta
monetária requere um aumento contínuo no nível de preço – uma situação de inflação
contínua. Assim que as pessoas apercebem-se do fato de que a oferta de moeda cresce
uniformemente, digamos, uma taxa anual de 10 por cento, eles irão ajustar-se, aumentando os
preços e os salários pelo mesmo 10 por cento a cada ano, mantendo assim os seus
rendimentos reais constantes. A produção oriundo do pleno emprego depende de
fornecimento de factores de produção, mas é seguro assumir que oferta de fatores e, assim, de
produção, não são afetados a longo prazo por diferentes escolhas de uma taxa de crescimento
constante da oferta de dinheiro. Certeris Paribus, o crescimento da oferta de dinheiro a uma
taxa constante, eventualmente, resulta na inflação contínua na mesma proporção, mas
mudanças nesta taxa de inflação de longo prazo não afetam o nível de output de pleno
emprego ou os preços relativos de bens e serviços ao longo prazo.

A taxa de juros não é definitivamente independente da taxa de crescimento da oferta


monetária no longo prazo. Enquanto a taxa de juros de longo prazo não depende do nível
absoluto da oferta de moeda, o crescimento contínuo da oferta de moeda, eventualmente, irá
afetar a taxa de juros. A maneira mais fácil de ver como um aumento permanente da inflação
afeta a taxa de juros de longo prazo é através da combinação de PPC com a condição de
paridade da taxa de juros em que a nossa análise anterior de determinação da taxa de câmbio
foi construído.

Recordando, a condição de paridade de juros entre ativos em dólar e euro é

𝐽𝐾𝑍 = 𝐽€ +
(𝑇𝐶
𝑒
𝐾𝑍/€
−𝑇𝐶𝐾𝑍/€)
𝑇𝐶𝐾𝑍/€

Agora vamos perguntar como essa condição de paridade, que deve ser verídico a longo prazo,
tal como a curto prazo, encaixa-se com a PPC. De acordo com a PPC relativa, a variação
percentual da taxa de câmbio AOA/euro no próximo ano, por exemplo, será igual à diferença
entre as taxas de inflação Angolana e da Europa durante esse ano. Dado que as pessoas
entendem essa relação, deve ser também verdade que eles esperam que a variação percentual
da taxa de câmbio igual e a diferença de inflação Angolana-Europeia. A condição de paridade
dos juros escrito acima diz agora o seguinte: Se as pessoas esperam a PPC relativa funcionar, a
diferença entre as taxas de juros oferecidas pelos depósitos em AOA e euro será igual à
diferença entre as taxas de inflação esperada, ao longo do horizonte relevante, em Angola e
na Europa.

𝑒
Alguma notação adicional é útil na determinação desse resultado mais formalmente. Se 𝑃 é o
nível de preços esperado em um país daqui a um ano, a taxa de inflação actual naquele país,
𝑒
π , é o aumento percentual esperado no nível de preços ao longo do próximo ano
𝑒
π = ( 𝑃 )
𝑒 𝑃 −𝑃

Se PPC relativa for correcto, no entanto, os participantes do mercado esperarão também que a
PPC relativa funcione, o que significa que podemos substituir as taxas de depreciação actuais e
taxa de inflação na equação (2) com os valores que o mercado espera materializar:

(𝑇𝐶𝑒
𝐾𝑍/€
−𝑇𝐶𝐾𝑍/€) 𝑒
= π𝐴𝑂 − π𝐸
𝑒
𝑇𝐶𝐾𝑍/€

Ao combinar esta versão "esperada" de PPC relativa com a condição de paridade dos juros

𝐽𝐾𝑍 = 𝐽€ +
(𝑇𝐶
𝑒
𝐾𝑍/€
−𝑇𝐶𝐾𝑍/€)
𝑇𝐶𝐾𝑍/€

e reorganizando, chegamos a uma fórmula que expressa a diferença da taxa de juros


internacional como a diferença entre as taxas de inflação nacionais esperados (5):
𝑒 𝑒
𝐽𝐾𝑍 − 𝐽€ = π𝐴𝑂 − π𝐸

Se, como PPC prevê, a depreciação da moeda é esperado compensar a diferença internacional
de inflação, a diferença da taxa de juros deve ser igual à diferença de inflação esperada.

O Efeito Fisher

A equação (5) dá-nos a relação de longo prazo entre inflação e taxas de juros em curso que
precisamos para explicar as previsões da abordagem monetária sobre como as taxas de juros
afetam taxas de câmbio. A equação diz-nos que tudo o resto igual, um aumento na taxa de
inflação esperada de um país acabará por causar um aumento igual na taxa de juros nos
depósitos que sua moeda oferece. Da mesma forma, uma queda na taxa de inflação
esperada, eventualmente, causa uma queda na taxa de juros. Esta relação de longo prazo
entre as taxas de inflação e de juros é o chamado efeito Fisher.

O efeito Fisher está por trás da previsão aparentemente paradoxal da abordagem monetária
que uma moeda se desvaloriza no mercado de câmbio, quando a taxa de juros aumenta, em
relação às taxas de juros em moeda estrangeira. No equilíbrio de longo prazo assumido pela
abordagem monetária, um aumento na diferença entre as taxas de juros nacionais e externas
ocorre somente quando a inflação esperada nacional sobe em relação à inflação estrangeira
esperado. Isso certamente não é o caso no curto prazo, quando o nível de preço interno é fixo.
Lição 5: Clarificações dos Problemas com o PPC e a sua
aplicação ao Longo Prazo
Explicando os problemas com o ppc
Há vários problemas imediatos com a fundamentação da teoria da PPC da taxa de câmbio, que
foi baseada na lei do preço único (LPU):

1. Ao contrário da presunção da LPU, os custos de transporte e restrições ao comércio


certamente existem. Estas barreiras comerciais podem ser suficientemente altas para
impedir que alguns bens e serviços sejam comercializados entre países

2. Práticas monopolistas ou oligopolistas nos mercados de bens podem interagir com os


custos de transporte e outras barreiras comerciais para enfraquecer ainda mais a
relação entre os preços dos produtos similares vendidos em diferentes países.

3. Uma vez que os dados de inflação, relatados em diferentes países são baseados em
diferentes cestas de básicas, não há nenhuma razão para variações cambiais
compensarem as medidas oficiais das diferenças de inflação, mesmo quando não
existem barreiras ao comércio e todos os produtos são comercializáveis​​.

Barreiras Comerciais e Produtos Não-Comercializáveis


Os custos de transporte e restrições comerciais governamentais tornam caro transportar
mercadorias entre os mercados localizados em diferentes países e, portanto, enfraquecem a
LPU e o mecanismo de preços PPC subjacentes. Suponha de novo que a mesma camisola custa
€45 em Lisboa e por KZ 5,625 Luanda, mas que custa KZ 300 para enviar cada suéter entre as
duas cidades. A uma taxa de câmbio de AOA 120 por €, o preço em AOA de uma camisola de
Lisboa é apenas ($120 x €45) = $5.400, mas um importador Angolano teria que pagar AOA
5.400 +AOA 300 = AOA 5.700 para comprar a camisola em Lisboa e levá-lo a Luanda. A uma
taxa de câmbio AOA120 por €, não haveria incentivos para importar suéters de Lisboa para
Luanda, apesar de seu preço em AOA seria maior em Luanda.

A lição deste exemplo é que os custos de transporte eliminam o vínculo estreito entre taxas de
câmbio e os preços dos bens implicados pela LPU. Quanto maior for os custos de transporte,
maior será o intervalo em que a taxa de câmbio pode mover-se, dados os preços dos bens em
diferentes países. Restrições oficiais comerciais, tais como tarifas têm um efeito semelhante,
porque a taxa paga afeta o lucro do importador, da mesma forma como a taxa de envio
equivalente. Qualquer tipo de impedimento ao comércio enfraquece a base de PPC,
permitindo que o poder de compra de uma determinada moeda venha a divergir mais
amplamente de país para país.

Os custos de transporte podem ser tão elevados em relação ao custo de produção de alguns
bens e serviços tornando impossível a comercialização destes produtos no mercado
internacional com lucro. Esses bens e serviços são chamados de não-comercializáveis​​. O
exemplo claro e o corte de cabelo. Um Angolano que desejam um corte de cabelo de um
barbeiro Americano teria que transportar-se para os EUA ou, alternativamente, transportar um
barbeiro americano para Angola; Em ambos os casos, o custo de transporte é tão grande em
relação ao preço do serviço que está sendo comprado.
A existência, em todos os países de bens e serviços não-comercializáveis​​, cujos preços não
estão ligados a nível internacional, permite desvios sistemáticos até mesmo na PPC relativa.
Uma vez que o preço de um bem não comercializável ​é determinado inteiramente pelas suas
curvas de oferta e demanda no mercado interno, as mudanças nessas curvas podem fazer com
que o preço doméstico de uma cesta de mercadorias mude em relação ao preço externo da
mesma cesta. Tudo o mais constante, um aumento no preço dos bens não comercializáveis ​de
um país vai aumentar o seu nível de preços em relação aos níveis de preços no exterior.
Olhando por outro lado, o poder de compra de determinada moeda vai cair em países onde os
preços dos bens não comercializáveis ​sobem.

Quebra do Principio de Livre Concorrência


Quando as barreiras comerciais e estruturas de concorrência imperfeita de mercado ocorrem
juntos, ligações entre os níveis de preços nacionais são enfraquecidas ainda mais. Um caso
extremo ocorre quando uma única firma vende um produto a preços diferentes em diferentes
mercados.

Quando uma empresa vende o mesmo produto a preços diferentes em diferentes mercados,
dizemos que ela está praticando preçários para o mercado. Preçário para o mercado pode
reflectir diferentes condições de demanda em diferentes países. Por exemplo, os países onde a
demanda é mais preço-inelástica tenderão a ser cobrado marcações superiores sobre o custo
de produção de um vendedor monopolista.

Em 2007, por exemplo, um Ford Focus custava €5.000 a mais na Alemanha do que na Finlândia,
apesar de moeda comum desses países (o euro) e, apesar dos esforços da União Europeia ao
longo de muitos anos para remover as barreiras ao comércio intra-europeus. Tais diferenças de
preços seria difícil de aplicar, se não fosse caro para os consumidores comprar carros na
Finlândia e conduzir ou enviá-los para a Alemanha, ou se os consumidores encontrassem
carros mais baratos disponíveis na Alemanha como bons substitutos para o Ford Focus. A
combinação de diferenciação de produtos e mercados segmentados, no entanto, leva a
grandes violações da LPU e o PPC absoluto. Mudanças na estrutura do mercado e da demanda
ao longo do tempo podem invalidar PPC relativa.

As Diferenças nos Padrões de Consumo e Medição de Níveis de Preço


As medidas governamentais sobre o nível de preços diferem de país para país. Uma das razões
para estas diferenças é que as pessoas que vivem em diferentes países gastam os seus
rendimentos de diferentes maneiras. Em geral, as pessoas consomem proporções
relativamente mais elevadas de produtos do seu próprio. Este processo de colocar um peso
relativamente alto no produto local do que o estrangeiro é conhecido como ponderação.

Uma vez que a PPC relativa faz previsões sobre mudanças de preços, em vez de níveis de
preços, é um conceito sensato, independentemente das cestas utilizadas para definir níveis de
preços nos países que estão sendo comparados. Se todos os preços aumentar em 10 por cento
e a moeda desvaloriza-se em relação às moedas estrangeiras em 10 por cento, a PPC relativa
será satisfeitas (assumindo que não há mudanças no exterior) para todas as escolhas nacionais
e estrangeiros em relação aos índices de preços.
Mudança nos preços relativos dos componentes da cesta, no entanto, pode causar a PPC
relativa a falhar os testes que são baseados em índices oficiais de preços. Por exemplo, um
aumento do preço relativo dos peixes elevaria o preço em AOA de uma cesta básica de
referência que o governo japonês calcula em relação a de uma cesta que o governo dos
Angolano calcula, simplesmente porque o peixe tem uma maior ponderação na cesta japonesa.

Além de paridade de poder de compra: um modelo geral de câmbio de longo


prazo
Por que dedicar tanta discussão para a PPC quando está repleta de excepções? Nós
examinamos as implicações da PPC tão perto, porque a ideia básica de relacionar taxas de
longo prazo para níveis de preços nacionais de longo prazo é um ponto de partida muito útil. A
abordagem monetária apresentado acima, que assumiu que a PPC é simples demais para dar
previsões precisas sobre o mundo real, mas podemos generalizar, tendo em conta algumas das
razões pelas quais porque PPC prediz mal na prática. A análise de longo prazo abaixo continua a
ignorar as complicações de curto prazo causado ​pela rigidez de preços.

A Taxa de Câmbio Real


Como primeiro passo na ampliação da teoria da PPC, definimos o conceito de uma taxa de
câmbio real. A taxa de câmbio real entre as moedas de dois países é uma medida sumaria
congregando amplos preços de bens e serviços de um país em relação ao outro país. É natural
introduzir o conceito de taxa de câmbio real neste ponto porque a maior previsão de PPC é que
taxas de câmbio reais nunca mudam, pelo menos não de forma permanente.

Como veremos, taxas de câmbio reais são importantes não apenas para quantificar desvios da
PPC, mas também na análise das condições de oferta e demanda macroeconómicas em
economias abertas. Quando queremos diferenciar uma taxa de câmbio real do preço relativo
de duas moedas, vamos referir-nos a este último como uma taxa de câmbio nominal.

Taxas de câmbio reais são definidas em termos de taxas de câmbio nominais e níveis de preços.
Uma vez que não assumiremos a PPC absoluta, já não assumimos que o nível de preços pode
ser medido pela mesma cesta básica em Angola como na Europa. Uma vez que pretendemos
ligar a nossa análise a fatores monetários, exigimos que o índice de preços de cada país dê uma
boa representação das compras que motiva seus cidadãos a demandar a sua oferta de moeda.

Para ser concreto, pense que o 𝑃𝐴𝑂 é o preço em AOA de uma cesta contendo as compras
semanais típicas das famílias e das empresas Angolanas; 𝑃𝐸, similarmente, é baseado em uma
cesta reflectindo as compras semanais típicas europeias. O ponto a ser lembrado é que o nível
de preços em Angola colocará um peso relativamente elevado em produtos produzidos e
consumidos em Angola, e o nível de preços europeu terá uma ponderação relativamente
elevada em produtos produzidos e consumidos na Europa.

Tendo descrito as cestas de básicas de referência utilizados para medir os níveis de preços,
agora podemos definir formalmente a taxa de câmbio AOA/euro real, denotado como o preço
em AOA da cesta relativa Europeia ao da cesta Angolana. Podemos expressar a taxa de câmbio
real como o valor do AOA de nível de preços da Europa, dividida pelo nível de preços Angolano
ou, em símbolos, como (6)
(𝑇𝐶𝐾𝑍/€ 𝑥 𝑃𝐸)
𝑞𝐾𝑍/€ = 𝑃𝐴𝑂

Um exemplo numérico irá esclarecer o conceito de taxa de câmbio real. Imagine que a cesta
Europeia referência mercadoria custa €250, que os custos da cesta Angolana KZ20.000, e que a
taxa de câmbio nominal é $125 por euro. A taxa de câmbio real dólar/euro seria, então,

(𝐾𝑍 125 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑢𝑟𝑜) 𝑥 (€ 250 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑒𝑢𝑟𝑜𝑝𝑒𝑖𝑎)


𝑞𝐾𝑍/€ = (𝐾𝑍 20.000 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎 𝐴𝑛𝑔𝑜𝑙𝑎𝑛𝑎)

(𝐾𝑍 31.250 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑒𝑢𝑟𝑜𝑝𝑒𝑖𝑎)


= (𝐾𝑍 20.000 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑎𝑛𝑔𝑜𝑙𝑎𝑛𝑎)

= 1, 5 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑎𝑛𝑔𝑜𝑙𝑎𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑒𝑢𝑟𝑜𝑝𝑒𝑖𝑎.

A subida da taxa de câmbio real do AOA/euro (que chamamos de uma depreciação real do
dólar em relação ao euro) pode ser pensado em várias maneiras equivalentes. Mais
obviamente, (6) mostra que esta mudança seria uma queda no poder de compra de um AOA
dentro das fronteiras da Europa em relação ao seu poder de compra em Angola. Essa mudança
de poder de compra relativo ocorre porque os preços em AOA dos produtos europeus sobem
em relação aos dos produtos Angolanos.

Demanda, Oferta e a Taxa de Câmbio Real no Longo Prazo


Não seria surpreendente que num mundo onde a PPC não funciona, os valores de taxa de
câmbio real ao longo prazo, assim como outros preços relativos que equilibram os mercados,
dependem das condições de oferta e demanda. Uma vez que uma taxa de câmbio real
acompanha as mudanças no preço relativo de cestas de despesa dos dois países, no entanto, as
condições em ambos os países importa.

1. Uma mudança na demanda relativa mundial de produtos Angolanos. Imagine que a


despesa total mundial em produtos e serviços nacionais sobe em relação ao gasto total
mundial em produtos e serviços europeus. Qualquer aumento relativo da demanda
mundial dos produtos nacionais provoca um excesso de demanda por eles na taxa de
câmbio real anterior. Para restaurar o equilíbrio, o preço relativo da produção nacional
em termos de produção europeia terá que aumentar: Os preços relativos dos bens não
comercializáveis ​Angolanos irão subir, e os preços dos bens comercializáveis ​produzidos
e consumidos intensamente nos em Angola irão subir em relação aos preços dos bens
comercializáveis ​fabricados na Europa. Conclui-se que um aumento na demanda
relativa mundial por output nacional provoca uma apreciação real da moeda local
face a moeda estrangeira em longo prazo e vice-versa (uma queda no 𝑞𝐾𝑍/€).

2. Uma mudança na oferta relativa de output. Suponha-que a eficiência produtiva da


mão-de-obra e do capital nacional aumenta. Uma vez que os angolanos gastam parte
do seu aumento de renda em bens estrangeiros, os suprimentos de todos os tipos de
bens e serviços dos Angolanos aumentam em relação à demanda por eles, sendo o
resultado de um excesso de oferta relativa de output Angolano à taxa de câmbio real
anterior. A queda no preço relativo de produtos nacionais muda a demanda em relação
a eles e elimina o excesso de oferta. Esta variação de preço é uma depreciação real do
AOA em relação ao euro, ou seja, um aumento no 𝑞𝐾𝑍/€. A expansão relativa da
produção nacional provoca uma depreciação real de AOA face ao euro ao longo prazo
(aumento 𝑞𝐾𝑍/€). A expansão relativa da produção na Europa provoca uma apreciação
real do AOA face ao euro ao longo prazo (quedas 𝑞𝐾𝑍/€).

Taxas de Cambio Nominal e real de Equilíbrio ao Longo Prazo


Lembre-se de nossa definição da taxa real de câmbio do AOA/euro

(𝑇𝐶𝐾𝑍/€ 𝑥 𝑃𝐸)
𝑞𝐾𝑍/€ = 𝑃𝐴𝑂

Se agora resolver esta equação para a taxa de câmbio nominal, obtemos uma equação que nos
dá a taxa de câmbio AOA/euro nominal como a AOA/euro real vezes o rácio da taxa de câmbio
e o nível de relação preço Angola-Europa (7):

𝑇𝐶𝐾𝑍/€ = 𝑞𝐾𝑍/€ 𝑥 ( )
𝑃𝐴𝑂
𝑃𝐸

Formalmente, a única diferença entre (7) e a equação (1), no qual baseamos nossa exposição
da abordagem monetária para a taxa de câmbio, que é (7) é responsável por possíveis desvios
de PPC, acrescentando a taxa de câmbio real como um determinante adicional da taxa de
câmbio nominal. A equação implica que, para uma determinada taxa de câmbio real do
AOA/euro, mudanças na demanda ou oferta de dinheiro afetam a taxa de câmbio nominal de
longo prazo como na abordagem monetária. Alterações na taxa de câmbio real de longo prazo,
no entanto, também afetam a taxa de câmbio nominal de longo prazo. A teoria de longo prazo
de determinação da taxa de câmbio implícita pela equação (7) inclui os elementos válidos da
abordagem monetária, mas, além disso, corrige a abordagem monetária, incorporando os
fatores não monetários que podem causar desvios sustentados de PPC.

Supondo-se que todas as variáveis ​começam em seus níveis de longo prazo, podemos agora
entender os determinantes mais importantes de mudanças nas taxas de câmbio nominais:

1. A mudança nos níveis de oferta monetária relativos. Suponha que o BNA pretende
estimular a economia e, portanto, aumenta o nível da oferta de moeda. Assim,
equação (3) implica que uma vez que 𝑃𝐴𝑂 se eleva na proporção de 𝐷𝐴𝑂, enquanto a
equação (7), mostra que o nível de preços em Angola é a única mudança variável no
longo prazo, juntamente com a taxa de câmbio nominal 𝑇𝐶𝐾𝑍/€. Uma vez que a taxa de
câmbio real 𝑞𝐾𝑍/€ não muda, a variação nominal da taxa de câmbio é consistente com
PPC relativa: O único efeito de longo prazo do aumento da oferta de dinheiro
Angolano é aumentar todos os preços em AOA, incluindo o preço em AOA do euro,
na proporção do aumento da oferta de moeda.

2. Uma mudança nas taxas de crescimento da oferta monetária relativos. Um aumento


permanente na taxa de crescimento da oferta monetária Angolana eleva a taxa de
inflação de longo prazo Angolano e, através do efeito Fisher, eleva a taxa de juros do
AOA em relação à taxa de juro do euro. A demanda de dinheiro real relativa Angolano
diminui, a equação (3) implica que 𝑃𝐴𝑂 sobe. Dado que a mudança trazendo este
resultado é meramente monetária, no entanto, é neutra aos efeitos de longo prazo;
Especificamente, ele não altera a taxa de câmbio real do AOA/euro no longo prazo. De
acordo com a equação (7) e, em seguida, sobe na proporção do aumento (a
desvalorização do AOA em relação ao euro).

3. A mudança na demanda relativa de output. Esse tipo de mudança não é coberto pela
abordagem monetária, então agora a perspectiva mais geral que nós desenvolvemos,
em que a taxa de câmbio real pode mudar, é essencial. Dado que os níveis de preços
nacionais ao longo prazo mantêm-se inalterados, no entanto, a equação (7) nos diz que
uma apreciação nominal do AOA em relação ao euro de longo prazo (uma queda
𝑇𝐶𝐾𝑍/€.) também deve ocorrer. Essa previsão destaca o importante fato de que,
apesar de taxas de câmbio são os preços nominais, eles respondem a eventos
monetários como também não-monetários, mesmo em horizontes longos.

4. Uma mudança na oferta relativa de output. Um aumento na oferta relativa de output


nacional provoca a depreciação do AOA em termos reais em relação ao euro, a redução
do preço relativo de produção Angolano. Este aumento da 𝑞𝐾𝑍/€ não é a única
mudança na equação (7) implícito por um aumento relativo da produção Angolana.
Além disso, o aumento da produção Angolana aumenta a demanda de transações com
o dinheiro real Angolano, elevando a demanda agregada real por moeda e, por
equação (3), empurrando a nível de preços de longo prazo Angolano para baixo.
Voltando à equação (7), verás que uma vez que 𝑞𝑘𝑧€ sobe, enquanto 𝑃𝐴𝑂 cai, o efeito
do cambio na oferta de produto no mercado monetário e de produto funcionam em
direcções opostas, tornando assim o efeito líquido sobre 𝑇𝐶𝐾𝑍/€ Ambíguo.

Conclui-se que, no longo prazo, uma perturbação monetária só afeta o poder de compra de
uma moeda, e essa mudança no poder de compra muda igualmente o valor da moeda em
termos de bens domésticos e estrangeiros. Quando ocorrem distúrbios nos mercados de
output, a taxa de câmbio provavelmente não obedecerá a PPC relativa, mesmo a longo prazo.

DIFERENÇAS DE JUROS INTERNACIONAIS E DA TAXA DE CÂMBIO REAL

Aqui estendemos nossa discussão anterior sobre o efeito Fisher para incluir os movimentos da
taxa de câmbio real. Mostramos que as diferenças de taxas de juros entre os países dependem
não apenas nas diferenças de inflação esperada, como a abordagem monetária afirma, mas
também das mudanças esperadas na taxa de câmbio real.

A relação de correspondência entre a mudança esperada na taxa de câmbio real, a variação


esperada da taxa nominal e a inflação esperada seria portanto (8):

(𝑞
𝑒
−𝑞𝐾𝑍/€ ) ⎡ (𝑇𝐶 −𝑇𝐶𝐾𝑍€) ⎤
𝑒
𝐾𝑍/€
𝑞𝐾𝑍/€
= ⎢ 𝐾𝑍/€


𝑇𝐶𝐾𝑍/€ (


𝑒
⎥− π − π
𝐴𝑂
𝑒
𝐸)
𝑒
onde 𝑞𝐾𝑍€ (como por nossa notação usual) é a taxa de câmbio real esperado para um ano a
partir de hoje.
Agora vamos voltar à condição de paridade dos juros entre depósitos em dólares e euros,

𝐽𝐾𝑍 − 𝐽€ =
(𝑇𝐶 𝑒
𝐾𝑍/€
−𝑇𝐶𝐾𝑍€ )
𝑇𝐶𝐾𝑍/€

um rearranjo de (8) mostra que a taxa esperada de variação da taxa de câmbio AOA/euro
nominal é apenas a taxa esperada de mudança na taxa de câmbio real do AOA e do euro mais
a diferença de inflação nos EUA-Europa esperado. Combinando (8) com a condição de paridade
de juros acima, portanto, são levados para a seguinte divisão da diferença da taxa de juros
internacional (9):

⎡ ( 𝑒
𝑞 𝐾𝑍 −𝑞 𝐾𝑍 ) ⎤⎥ +
𝐽𝐾𝑍 − 𝐽€ = ⎢

𝑞 𝐾𝑍

⎥ (π 𝑒
𝐴𝑂
𝑒
− π𝐸 )
⎣ €

𝑒
Observe que quando o mercado espera que a PPC relativa a prevalecer, 𝑞𝐾𝑍/€ = 𝑞𝐾𝑍/€ e o
primeiro termo do lado direito desta equação portanto cancela-se. Neste caso especial, (9)
reduz-se para um caso mais simples de (5), que foi derivada assumindo PPC relativa.

Em geral, no entanto, a diferença de juros em AOA/euro é a soma de dois componentes: (1) a


taxa esperada de depreciação real do AOA frente ao euro e (2) a diferença entre a inflação
esperada Angolana e da Europa.
Lição 6: Output e a taxa de câmbio no curto prazo – taxas de
câmbio e a curva da demanda derivada (DD)
As economias mundiais raramente têm as mesmas experiencias em termos de performance.
Existem economias em que as suas moedas valorizam e outras que as moedas desvalorizam no
mesmo período. O que explica essas experiências contrastantes?

Lições anteriores apresentaram as conexões entre taxas de câmbio, taxas de juros e níveis de
preços, mas sempre assumiu-se que os níveis de produção foram determinados fora do
modelo. Isto é um quadro parcial. Usando a teoria de taxa de câmbio real apercebemo-nos
como os acontecimentos que mudam de taxas de câmbio, taxas de juros e níveis de preços
podem também afetar a produção. Agora vamos completar o quadro, examinando como o
output e a taxa de câmbio são determinadas no curto prazo.

Determinantes da demanda agregada em uma economia aberta


Para analisar como o output é determinado no curto prazo na imutabilidade de preços,
reintroduzimos o conceito de demanda agregada para a produção de um país. A demanda
agregada é a quantidade de bens e serviços de um país demandado por consumidores em todo
o mundo. O nível de output de curto prazo de um país depende da demanda agregada para os
seus produtos. No longo prazo, a produção nacional depende apenas das fontes de factores de
produção domésticas disponíveis. No entanto, esses fatores produtivos podem ser super ou
sub-empregados, no curto prazo, como resultado de mudanças na demanda agregada que
ainda não tiveram seus efeitos totais de longo prazo sobre os preços.

Determinantes do Consumo de Demanda


𝑑
A quantidade que os residentes de um país deseja consumir, depende da renda disponível, 𝑌 .
Com esta hipótese, o nível de consumo desejado do país pode ser escrita como uma função do
rendimento disponível:

𝐶=𝐶 𝑌 ( 𝑑)
dado que cada consumidor demanda mais bens e serviços com o a aumento da sua renda real,
esperamos que o consumo aumente com o aumento da renda disponível ​no nível agregado
também. Assim, a demanda de consumo e rendimento disponível estão positivamente
relacionado. No entanto, quando o rendimento disponível aumenta, a demanda de consumo
geralmente aumenta por menos, porque parte do aumento de renda é poupado.

Determinantes da Conta Corrente


O saldo da conta corrente é determinado por dois fatores principais: taxa de câmbio real da
moeda nacional em relação à moeda estrangeira e o rendimento disponível nacional.

Expressamos saldo da conta corrente de um país, em função da taxa de câmbio real da sua
*
𝑃 𝑑
moeda, 𝑇𝐶𝑟 = 𝑇𝐶 * 𝑃
, e do rendimento disponível doméstico, 𝑌 :

( )
*
𝑃 𝑑
𝐶𝐶 = 𝐶𝐶 𝑇𝐶𝑁 * 𝑃
, 𝑌
*
onde 𝑇𝐶𝑁 é a taxa de cambio nominal; 𝑃 é o nível de preços estrangeiro, 𝑃 e é o nível de
preços domestico.

Mudanças nas taxas de câmbio real afetam a conta corrente porque reflectem as variações nos
preços dos bens e serviços relativos a bens e serviços estrangeiros no mercado interno.
Rendimento disponível afeta a conta corrente através de seu efeito sobre a despesa total por
parte dos consumidores domésticos. Para entender como a taxa de câmbio real e o rendimento
disponível funcionam, é útil olhar separadamente na demanda por exportações de um país, EX,
e a demanda por importações efectuadas por residentes do país, IM. Esta identidade é

𝐶𝐶 = 𝐸𝑋 − 𝐼𝑀

Como Mudanças na Taxa de Cambio Real Afeta a Conta Corrente

Para determinar como a mudança no preço relativo da produção nacional afeta a conta
*
𝑃
corrente, devemos nos perguntar como isso afeta tanto EX e IM. Quando 𝑇𝐶 𝑃
desvaloriza,
por exemplo, os produtos estrangeiros ficam mais caros em relação aos produtos nacionais:
Cada unidade de produção doméstica agora compra menos unidades de produção
estrangeira. Consumidores estrangeiros vão responder a essa mudança de preços, exigindo
mais das nossas exportações. Esta resposta por estrangeiros, portanto, aumenta EX e tenderá a
melhorar a conta corrente do país doméstico.

O efeito da mesma depreciação da taxa de câmbio real no IM é mais complicado.


Consumidores domésticos respondem à mudança de preço comprando menos unidades dos
produtos estrangeiros mais caros. Sua resposta não implica, no entanto, que o IM deve cair,
porque IM denota o valor das importações medidos em termos de produção nacional, e não o
volume de produtos estrangeiros importados. Uma vez que uma depreciação da TCr tem
tendência em aumentar o valor de cada unidade de importação em termos de unidades de
output interno, importação medidos em unidades de output interno pode aumentar, como
resultado de uma depreciação mesmo se as importações diminuem quando medido em
unidades de output estrangeiros. IM pode, portanto, aumentar ou diminuir quando aumenta
𝑇𝐶𝑟, de modo que o efeito de uma alteração da taxa de câmbio real sobre o atual CC é
ambíguo.

Se a conta corrente melhora ou piora depende de qual efeito de uma alteração da taxa de
câmbio real é dominante – o efeito volume dos gastos dos consumidores que muda as
quantidades de exportação e importação, ou o efeito valor, o que altera o equivalente à
produção doméstica de um determinado volume de importações estrangeira. Por enquanto
assumimos que o efeito volume real sempre supera o efeito do valor, de modo que, tudo o
mais constante, uma depreciação real da moeda melhora da conta corrente e uma apreciação
real da moeda piora a conta corrente.
Como as Mudanças na Renda Disponível Afetam a Conta Corrente

O segundo fator que influencia a conta corrente é o rendimento disponível nacional. Uma vez
𝑑
que um aumento na 𝑌 faz com que os consumidores domésticos aumentem os seus gastos em
todas as mercadorias, incluindo as importações do exterior, um aumento na renda disponível
piora da conta corrente, as outras coisas iguais.

Tabela 1 resume os resultados dos impactos da taxa de câmbio real e as mudanças de renda
disponíveis ​na conta corrente doméstica.

Tabela 1. Factores que determinam a Conta Corrente


Mudança Efeito na Conta Corrente, CC
Aumento na Taxa de cambio real, TC(P*/P) Aumenta a CC
*
Diminuição na Taxa de cambio real, TC(P /P) Diminui a CC
d
Aumento na Renda Disponível, Y Diminui a CC
Diminuição na Renda Disponível, Yd Aumenta a CC

A Equação da Demanda Agregada


Vamos agora combinar os quatro componentes da demanda agregada para obter uma
expressão para a demanda agregada total, D:

( )
*
𝑃
𝐷 = 𝐶(𝑌 − 𝑇) + 𝐼 + 𝐺 + 𝐶𝐶 𝑇𝐶𝑁⎡⎢ 𝑃 ⎤⎥, 𝑌 − 𝑇
⎣ ⎦
𝑑
onde nós escrevemos rendimento disponível 𝑌 como output, 𝑌 , menos impostos,𝑇. Esta
equação mostra que a demanda agregada para o output doméstico pode ser escrita como uma
função da taxa de câmbio real, o rendimento disponível, a demanda de investimento e gastos
do governo:

( )
*
𝑃
𝐷 = 𝐷 𝑇𝐶𝑁⎡⎢ 𝑃 ⎤⎥, 𝑌 − 𝑇, 𝐼, 𝐺
⎣ ⎦

Queremos agora ver como a demanda agregada depende da taxa de câmbio real e PIL
doméstico dado o nível de impostos, demanda de investimento, e compras de governo.

A Taxa Real de Câmbio e da Demanda Agregada

Uma depreciação da TCr torna bens e serviços domésticos mais baratos em relação aos
produtos e serviços estrangeiros e muda os gastos de estrangeiro e nacionais para as
mercadorias nacionais. Como resultado, o CC sobe e a demanda agregada, portanto sobe. Uma
depreciação real da moeda nacional aumenta a demanda agregada para a o output
nacional; a valorização real reduz a demanda agregada para o output doméstico.

Renda Real e a Demanda Agregada

Se os impostos são fixados a um determinado nível, um aumento no Y representa um aumento


𝑑
igual da renda disponível. Embora este aumento do 𝑌 aumenta o consumo, piora a conta
corrente, elevando os gastos domésticos das importações estrangeiras. O primeiro destes
efeitos (consumo) aumenta a procura agregada, mas o segundo (importação) baixa. Uma vez
que o aumento do consumo é dividido entre maiores gastos em produtos domésticos e
maiores gastos com importações estrangeiras, no entanto, o primeiro efeito (o efeito do
rendimento disponível no consumo total) é maior do que o segundo (o efeito do rendimento
disponível em somente nas despesas com importações). Portanto, um aumento na renda real
doméstica aumenta a demanda agregada para o output domestico, outras coisas iguais, e
uma queda na renda real doméstica reduz a demanda agregada para o output doméstico.

Como o Produto é Determinado no Curto Prazo


Tendo analisado os fatores que influenciam a demanda de produção de uma economia aberta,
agora passamos por analisar como o produto é determinado no curto prazo. Mostramos que o
mercado de produção está em equilíbrio quando a produção interna real, Y, é igual à demanda
agregada para a produção interna: (1)

( )
*
𝑃
𝑌 = 𝐷 𝑇𝐶𝑁⎡⎢ 𝑃 ⎤, 𝑌 − 𝑇, 𝐼, 𝐺

⎣ ⎦

A igualdade de oferta e demanda agregada, portanto, determina o nível de equilíbrio de output


ao curto prazo

Nossa análise da determinação do produto real aplica-se a curto prazo, porque assumimos que
os preços monetários de bens e serviços são fixos temporariamente.

A determinação da produção nacional no curto prazo é ilustrada na Figura 1, onde a demanda


agregada é representada em função do output para níveis fixos da taxa real de câmbio, os
impostos, a demanda de investimento e gastos do governo. A interseção (no ponto 1) da curva
de demanda agregada e uma linha de 45 graus elaborado a partir da origem (da equação D=Y)
nos dá o nível único de output em que a demanda agregada é igual à produção doméstica.

Usemos a Figura 1 para vermos por que o output tende estabelecer-se no ponto Y1 no curto
prazo. Ao nível da produção Y2, a demanda agregada (ponto 2) é maior do que a produção. As
empresas, portanto, aumentam sua produção para atender a essa demanda excedente. Assim,
a produção se expande até que a renda nacional alcance o ponto Y1.

No ponto 3, há um excesso de oferta de produção nacional, e as empresas encontram-se


involuntariamente acumulando estoques. Dado que os estoques começam a acumular-se, as
empresas de reduzem a produção; apenas quando o output cai para o ponto Y1 e que as
empresas estarão satisfeitas com o seu nível de produção. Mais uma vez, o output move para o
ponto 1, o ponto em que o output é exatamente igual a demanda agregada.

Equilíbrio de produto no mercado no curto prazo: a curva dd


Analisemos agora a forma como a taxa de câmbio e o output são determinados
simultaneamente no curto prazo. Para entender esse processo, precisamos de dois elementos.
O primeiro elemento é a relação entre a produção e a taxa de câmbio (a curva DD) que deve
ser aplicável quando o mercado de produção está em equilíbrio. O segundo elemento é a
relação entre a produção e a taxa de câmbio, que deve ser aplicável quando o mercado de
dinheiro nacional e o mercado de câmbio (os mercados de ativos) estão em equilíbrio. Ambos
os elementos são necessários, porque a economia como um todo está em equilíbrio apenas
quando tanto o mercado de produção e os mercados de ativos estão em equilíbrio.

Output, a Taxa de Câmbio e o Equilíbrio do Mercado de Output


Figura 2 ilustra a relação entre a taxa de câmbio e output implícito no equilíbrio do mercado de
output. Especificamente, a figura ilustra o efeito de uma depreciação da moeda nacional em
relação à moeda estrangeira (isto é, um aumento de TC de TC1 a TC2) para valores fixos do nível
de preços doméstico, P, e do nível de preços estrangeiro, P*. Com os níveis de preço fixos, a
depreciação da taxa de câmbio nominal torna os produtos e serviços estrangeiros mais caros
em relação aos bens e serviços domésticos. Esta mudança de preços relativos desloca a curva
de demanda agregada para cima.

A queda no preço relativo da produção doméstica desloca a curva de demanda agregada para
cima, porque em cada nível de produção nacional, a demanda por produtos nacionais é maior.
A produção expande de Y1 para Y2 uma vez que as empresas vêem-se confrontadas com
excesso de demanda aos níveis iniciais de produção. Embora tenhamos considerado o efeito de
uma mudança na taxa de câmbio com P e P* mantido fixo, é muito simples de analisar os
efeitos das mudanças no P ou P* no output. Qualquer aumento na taxa de câmbio real
*
( )
𝑇𝐶 𝑃 /𝑃 irá causar um deslocamento para cima da função de demanda agregada e uma
expansão da produção, ceteris paribus.
Derivando a Curva DD
Se assumirmos que P e P* são fixos no curto prazo, uma desvalorização da moeda doméstica
está associada a um aumento da produção interna, enquanto uma apreciação está associada a
uma queda no Y. Esta associação fornece-nos com uma das duas relações entre TC e Y
necessárias para descrever o comportamento macroeconómico de curto prazo de uma
economia aberta. Esta relação está resumida na curva DD, que mostra todas as combinações
de output e a taxa de câmbio que o mercado de output está em equilíbrio ao curto prazo.

Figura 3 mostra como derivar a curva DD, que relaciona TC e Y quando P e P* são fixos. A parte
superior da figura reproduz o resultado da Figura 2. A curva de DD na parte inferior representa
graficamente a relação resultante entre a taxa de câmbio e o output. Ponto 1 da curva DD dá o
nível de output, Y1, no qual a demanda agregada é igual a oferta agregada quando a taxa de
câmbio é TC1. A depreciação da moeda para TC2 resulta na obtenção de um nível de output Y2
mais elevada, de acordo com a parte superior da figura, e essa informação nos permite
localizar o ponto 2 no DD.
Fatores Que Deslocam a Curva DD
Uma série de fatores influenciam a posição da curva DD: os níveis de demanda do governo,
impostos e investimentos; os níveis de preços domésticos e estrangeiros; variações no
comportamento do consumo internam; e a demanda externa para output nacional. Abaixo
apresenta-se a análise de cada um dos factores.

1. Uma mudança na G. A Figura 4 mostra o efeito sobre DD de um aumento nas compras


0
governamentais de G1 para G2, dada uma taxa de câmbio constante 𝑇𝐶 . Como
0
mostrado na parte superior da figura, a taxa de câmbio 𝑇𝐶 leva a um nível de output
de equilíbrio Y1 no nível inicial de procura governamental; assim o ponto 1 é um ponto
1
no 𝐷𝐷 .

Um aumento no G causa a curva de procura agregada na parte superior da figura para


deslocar-se para cima. Tudo o mais permanecendo inalteradas, o output aumenta de Y1
para Y2. O ponto 2 na parte inferior mostra o nível mais alto de output na qual a
demanda agregada e da oferta agora são iguais, dada uma taxa de câmbio inalterada
0 2
𝑇𝐶 . Ponto 2 está em uma nova curva DD, 𝐷𝐷 .

Para qualquer taxa de câmbio, o nível de produção igualando oferta e demanda


agregada é maior após o aumento de G. Isto implica que um aumento de G causa a
curva DD a deslocar-se para a direita, como mostrado na Figura 4. Da mesma forma,
a redução das causas DD para deslocar para a esquerda.

2. Uma mudança na T. Impostos, afetam a demanda agregada, alterando a renda


disponível e, portanto, o consumo, para qualquer nível de Y. Portanto, um aumento de
T faz com que a função de demanda agregada da Figura 1 a mude para baixo, dada a
taxa de câmbio 𝑇𝐶. Uma vez que este efeito é o oposto do que a de um aumento no G,
o aumento no T deve causar um movimento para a esquerda da curva DD.

3. Uma mudança no I. Um aumento na demanda de investimento tem o mesmo efeito de


um aumento na G: A curva da demanda agregada se desloca para cima e DD se desloca
para a direita. A queda na demanda de investimento muda DD para a esquerda.

*
4. Uma mudança no P. Dado 𝑇𝐶 e 𝑃 , um aumento P torna a produção doméstica mais
caro em relação à produção estrangeira e reduz a procura líquida de exportação. A
curva DD move para a esquerda, assim que demanda agregada cai. A queda no P torna
os produtos nacionais mais barato e causa um desvio para a direita da curva DD.

* *
5. Uma alteração no 𝑃 . Dado 𝑇𝐶 e 𝑃, um aumento no 𝑃 faz os bens e serviços
estrangeiros tornem-se relativamente mais caros. A demanda agregada para a
produção doméstica aumenta e DD desloca-se para a direita. Da mesma forma, uma
*
queda em 𝑃 causa um movimento do DD para a esquerda.

6. Uma mudança na função de consumo. Se o aumento dos gastos de consumo não é


inteiramente dedicado às importações do exterior, a demanda agregada para o
aumento de produção doméstica e a curva da demanda agregada se desloca para cima,
para uma dada taxa de câmbio 𝑇𝐶. Isto implica um desvio para a direita da curva DD.
Uma queda no consumo autónomo (se ele não é inteiramente devido a uma queda na
demanda de importação) desloca a curva DD para a esquerda.
7. A mudança de demanda entre bens nacionais e estrangeiras. Suponha que não há
nenhuma mudança na função consumo interno dos residentes nacionais e
estrangeiros; mas cada consumidor decide dedicar mais de seus gastos com bens e
serviços produzidos nos seus países de origem. Se o rendimento disponível nacional e a
taxa de câmbio real permanecer o mesmo, essa mudança na demanda melhora a conta
corrente, aumentando as exportações e diminuindo as importações. A curva da
demanda agregada se desloca para cima e, portanto, DD se desloca para a direita. O
mesmo raciocínio mostra que uma mudança na demanda mundial a favor de produtos
estrangeiros e provoca uma deslocação para esquerda da curva DD.

Você deve ter notado que uma simples regra permite prever o efeito sobre o DD de qualquer
um dos distúrbios que analisamos: Qualquer perturbação que aumenta a demanda agregada
para a produção interna muda a curva DD para a direita; qualquer distúrbio que diminui a
demanda agregada para a produção interna muda a curva DD para a esquerda.
Lição 7: Output e a taxa de câmbio no curto prazo – Curva AA
Equilíbrio no mercado ativos no curto prazo: a curva aa
Para completar a história de equilíbrio de curto prazo iremos introduzir um segundo elemento
para garantir que a taxa de câmbio e o nível de output compatível com o equilíbrio do mercado
de output também são consistentes com o equilíbrio de mercado dos ativos. A curva de taxa de
câmbio e as combinações de output que são consistentes com o equilíbrio no mercado
monetário doméstico e o mercado de câmbio é chamado de curva AA (Ativos e Ações).

Output, a taxa de câmbio e Equilíbrio de Mercado de ativos


Aqui vamos combinar as condições de equilíbrio do mercado de ativos para ver como a taxa de
câmbio e o output devem ser relacionados quando todos os mercados de ativos estão
simultaneamente em equilíbrio. Como o foco agora é sobre a economia doméstica, a taxa de
juros externa é tomada como dado.

Recordando, para uma determinada taxa de câmbio esperada futuro, a condição de paridade
dos juros descrevendo o equilíbrio do mercado de câmbio é a equação:

( )
𝑒
* 𝑇𝐶 −𝑇𝐶
𝐽 =𝐽 + 𝑇𝐶

Vimos também que a taxa de juros doméstica satisfazendo a condição de paridade dos juros
𝑜
𝐷
também deve igualar a oferta real de moeda doméstica, 𝑃
para a demanda agregada real por
moeda:
𝑜
𝐷
𝑃
= 𝐿(𝐽, 𝑌)

Recordando as ferramentas esquemáticas desenvolvidas anteriormente sobre as mudanças na


taxa de câmbio, que deve acompanhar as mudanças de output para que os mercados de ativos
permanecem em equilíbrio, veremos como a taxa de juros doméstica e a taxa de câmbio de
equilíbrio associado com o nível de output para uma determinada oferta de moeda nominal;
dado um nível de preços; um nível de taxas de juros internacionais; e dado uma taxa de cambio
1
esperado no futuro. Na parte inferior da figura 1, vemos que com o output real 𝑌 e a oferta de
𝑜
𝐷 1
dinheiro real 𝑃
,a taxa de juro 𝐽 equilibra o mercado de moeda nacional (ponto 1), enquanto
1 1
que a taxa de câmbio 𝑇𝐶 equilibra o mercado de câmbio (ponto 1’). A taxa de câmbio 𝑇𝐶
equilibra o mercado de câmbio, porque equivale a taxa de retorno esperado sobre os depósitos
1
estrangeiros, medido em termos de moeda nacional, para 𝐽 .

1 2
Um aumento da produção a partir 𝑌 para 𝑌 aumenta a demanda agregada real da moeda a
1 2
( ) ( )
partir de 𝐿 𝐽, 𝑌 para 𝐿 𝐽, 𝑌 , deslocando para fora toda a curva da procura de moeda na
parte inferior da Figura 1. Essa mudança, por sua vez, eleva a taxa de juros doméstica de
equilíbrio para 𝐽 ( 2) (ponto 2). Com a 𝑇𝐶𝑒 e 𝐽* fixa, a moeda nacional deve apreciar a partir de
1 2
𝑇𝐶 para 𝑇𝐶 para trazer o mercado de câmbio de volta em equilíbrio no ponto 2’. A moeda
nacional aprecia por apenas o suficiente para que o aumento da taxa na qual espera-se
desvalorizar no futuro compensa o aumento da vantagem da taxa de juros dos depósitos em
moeda nacional. Para os mercados de ativos permanecer em equilíbrio, um aumento da
produção interna deve ser acompanhado por uma apreciação da moeda doméstica, tudo o
resto igual, e uma queda na produção interna deve ser acompanhada por uma
desvalorização.

Derivando a Curva AA
A curva AA relaciona taxas de câmbio e os níveis de produção que mantêm os mercados de
moeda e os mercados cambiais em equilíbrio. A Figura 2 mostra a curva AA. A partir do nosso
raciocínio anterior sabemos que tudo o mais constante, um aumento de Y1 para Y2 produzirá
uma valorização da moeda nacional de TC1 para TC2. Por conseguinte, a curva AA tem uma
inclinação negativa, como se mostra na Figura 2.
Fatores que Deslocam a Curva AA
Cinco fatores causam mudança na curva AA. A seguir, estes fatores são tratados com algum
detalhe abaixo.

1. Uma mudança no Do. Para um nível fixo de output, um aumento na oferta da moeda
desvaloriza a moeda nacional no mercado de câmbio, tudo igual. Como para cada nível
de produção a taxa de câmbio é maior, um aumento na oferta de moeda desloca a
curva AA para cima e vice-versa.

2. Uma mudança no P. Um aumento em P reduz a oferta real de moeda e impulsiona a


taxa de juros para cima. Outras coisas iguais, este aumento da taxa de juros faz com
que TC se desvalorize. O efeito de um aumento da P é, portanto, um deslocamento
para baixo da curva AA. A queda no P resulta em um deslocamento para cima do AA.

3. Uma alteração na TCe. Uma valorização da taxa de câmbio esperada desloca a curva na
parte superior da Figura 1 para a direita. A valorização da moeda estrangeira, portanto,
desvaloriza a moeda nacional. Porque a taxa de câmbio produzindo equilíbrio no
mercado cambial é maior depois de um aumento em TCe, dado o output, AA desloca
para cima quando um aumento na taxa de câmbio futura esperada ocorre. A Curva AA
move para baixo quando a taxa de câmbio esperada cai.

4. Uma alteração na J*. Normalmente isto é tomado como dado. Mas no caso que exista
um aumento no J* o resultado será o aumento do retorno esperado dos depósitos em
moeda estrangeira e, portanto, muda a curva com inclinação para baixo na parte
superior da Figura 1 para a direita. Dado o output, a moeda nacional deve depreciar
para restaurar a paridade de juros. Um aumento no J* provoca um deslocamento para
cima da curva AA.

5. Uma mudança na demanda real por moeda. Uma redução na demanda por moeda
implica uma mudança dentro da função de demanda agregada real de moeda L(J,Y)
para qualquer nível fixo de Y, e, portanto, resulta em uma taxa de juro mais baixa e um
aumento na TC. Uma redução na demanda por moeda, portanto, tem o mesmo efeito
que um aumento na oferta de moeda, na medida em que desloca AA para cima.

O equilíbrio no curto prazo para uma economia aberta: colocar as curvas dd


e aa juntos
Ao assumir que os preços dos produtos são fixados temporariamente, derivamos duas curvas
distintas sobre a taxa de câmbio e os níveis de produção: a DD, ao longo do qual o mercado de
produção está em equilíbrio, e a AA, ao longo do qual os mercados de ativos estão em
equilíbrio. Um equilíbrio de curto prazo para a economia como um todo deve estar em ambas
curvas, porque tal ponto deve trazer equilíbrio simultâneo nos mercados de produtos e
ativos. Podemos, portanto, encontrar equilíbrio de curto prazo da economia, encontrando o
ponto de intersecção das curvas DD e AA.

Figura 3 combina as curvas DD e AA para localizar equilíbrio de curto prazo. A interseção de DD


e AA no ponto 1 é a única combinação de taxa de câmbio e output consistente tanto com a
igualdade da demanda agregada e da oferta agregada e equilíbrio de mercado dos ativos. Os
níveis de equilíbrio de curto prazo da taxa de câmbio e de output são, portanto, TC1 e Y1.

Para convencer-se de que a economia vai realmente mover (e ficar) no ponto 1, imagine que a
economia está, em vez, em uma posição como ponto 2 na Figura 4. No ponto 2, que fica acima
de AA e DD, tanto a produção e os mercados de ativos estão fora de equilíbrio. Dado que TC é
muito alto em relação ao AA, o ritmo a que TC deverá cair no futuro também é elevada em
relação à velocidade que mantenha a paridade juros. A taxa de valorização futura alta esperada
da moeda nacional implica que o retorno esperado em moeda nacional sobre os depósitos em
moeda estrangeira é inferior à dos depósitos domésticos, resultando num excesso de demanda
por moeda doméstica no mercado de câmbio. O alto nível de TC no ponto 2 também faz que os
bens domésticos sejam mais baratos para compradores estrangeiros, causando um excesso de
demanda para o output naquele ponto.

O excesso de demanda por moeda doméstica leva a uma queda imediata na taxa de câmbio de
TC2 para TC3. Essa valorização equaliza os retornos esperados sobre os depósitos nacionais e
estrangeiros e coloca a economia no ponto 3 na curva AA que reflete o equilíbrio no mercado
de ativos. Mas, dado que o ponto 3 está acima da curva DD, ainda há excesso de demanda para
a produção interna. Como as empresas aumentam a produção para evitar esgotar seus
estoques, a economia move ao longo da linha AA para o ponto 1, onde a demanda agregada e
a oferta são iguais. Dado que o preço dos ativos pode saltar imediatamente, mas, porem, as
mudanças nos planos de produção demoram algum tempo em alterarem-se, os mercados de
ativos permanecem em equilíbrio constante, mesmo quando o output está mudando.

A taxa de câmbio valoriza-se mais assim que a economia se aproxima do ponto 1 ao longo de
AA porque aumento da produção nacional faz com que a procura de moeda a suba,
empurrando a taxa de juros de forma constante para cima. Uma vez que a economia tenha
atingido o ponto 1 em DD, a demanda agregada é igual à produção e os produtores já não
enfrentam o esgotamento de estoque involuntária. Por conseguinte, a economia se instala no
ponto 1, o único ponto em que os mercados de produtos e ativos são iguais.
ALTERAÇÕES TEMPORÁRIAS NA POLÍTICA MONETÁRIA E FISCAL

Nesta seção, vamos aprender como as políticas governamentais podem ser usados ​para
manter o pleno emprego em economias abertas. Nós nos concentramos em dois tipos de
política do governo, a política monetária e a política fiscal. Examinaremos aqui mudanças
temporárias na política económica, que podem ser alteradas no futuro.

Política Monetária
O efeito de curto prazo de um aumento temporário da oferta de moeda nacional é mostrado
na Figura 5. Um aumento da oferta de moeda desloca AA1 para cima para AA2, mas não afeta a
posição de DD. O deslocamento para cima do equilíbrio de mercado de ativos move a
economia do ponto 1, com a taxa de câmbio TC1 e de output Y1, para o ponto 2, com a taxa de
câmbio TC2 e de output Y3. Um aumento na oferta de moeda provoca uma depreciação da
moeda nacional, uma expansão da produção e, portanto, um aumento do emprego.

Política fiscal
A política fiscal expansionista pode assumir a forma de um aumento nos gastos do governo, um
corte nos impostos, ou alguma combinação dos dois que eleva a demanda agregada. A
expansão fiscal temporária (que não afeta a taxa de câmbio futura esperada), portanto, move a
curva DD para a direita, mas não se move AA.

Figura 6 mostra como a política fiscal expansionista afeta a economia no curto prazo.
Inicialmente, a economia está no ponto 1, com uma taxa de câmbio TC1 e produção Y1.
Suponhamos que o governo decide aumentar os gastos. Este aumento discreto em compras
governamentais movimenta a economia ao ponto 2, apreciando assim a moeda para TC2 e
expandindo a produção para Y2. A economia iria responder de forma semelhante a um corte
temporário de impostos.

Que forças econômicas produzem o movimento do ponto 1 para o ponto 2? O aumento da


produção causada pelo aumento nos gastos do governo aumenta a demanda das transações a
dinheiro real. Dado o nível de preço fixo, esse aumento na demanda por moeda empurra a taxa
de juros, para cima. Porque a taxa de câmbio futura esperada, e a taxa de juros externa, não
mudaram, a moeda nacional deve apreciar a criar a expectativa de uma depreciação suficiente
para compensar a diferença de taxa de juros internacional maior em favor dos depósitos em
moeda nacional.
Lição 8 – Regimes de Intervenção do mercado de Cambio
O padrão-ouro
Sob o padrão-ouro, os bancos centrais estabelecem as taxas de câmbio indirectamente através
do estabelecimento de preços relativos de ouro, e em seguida, prometendo comprar e vender
ouro em quantidades ilimitadas nesses preços. Se, por exemplo, o governo britânico definir o
preço do ouro em £4 libras esterlinas por onça, enquanto o preço do Tesouro dos EUA foi US $
20, desde que ambos os governos ou bancos centrais mantiveram uma vontade de comprar e
vender a esses preços, a taxa de câmbio teria que ser cerca de cinco dólares iguais £1. Se, por
exemplo, a libra esterlina caiu significativamente abaixo desse valor, residentes britânicos
estariam dispostos a vender no mercado de câmbio, porque eles tinham a alternativa óbvia de
vender as suas libras esterlinas ao governo britânico por ouro, transportar o ouro a Nova
Iorque, e vendê-lo por dólares ao Tesouro norte-americano. Um déficit na balança de
pagamentos britânica que produziu um excesso de oferta de libras esterlinas no mercado de
câmbio e pressão de baixa sobre o valor de troca da libra esterlina resultaria automaticamente
na perda das reservas de ouro do Reino Unido e um ganho de tais reservas pelo país
excedente, neste caso, os Estados Unidos.

Se os EUA tivessem um défice de pagamentos que produzisse um excesso de oferta de dólares


e desvalorizasse a moeda, os americanos não teriam que aceitar um preço pouco atraente para
a sua moeda. A razão é que eles teriam a alternativa de transformar seus dólares em ouro,
levá-lo a Londres, e convertendo os em libras esterlinas a uma taxa de câmbio de US$ 5 para
£1. É importante notar que as taxas de câmbio fixas foram mantidas indirectamente pela
vontade de ambos os bancos centrais de comprar e vender o mesmo produto a preços fixos.
Ouro não tinha nenhum significado especial neste arranjo. Qualquer mercadoria (prata, trigo,
ou o que for) que poderia facilmente ser enviados através do Atlântico poderia ter sido usado.

Os acordos de Bretton Woods


O sistema de Bretton Woods, como descrito nos Artigos de Acordo do Fundo Monetário
Internacional, surgiu a partir de uma conferência no verão 1944 em um local de mesmo nome,
perto do Monte Washington, em New Hampshire – EUA. O Banco Mundial, o Fundo Monetário
Internacional, e uma variedade de outros acordos económicos e financeiros do pós-II guerra
mundial foram acordados nessa conferência. Um dos resultados foi o sistema de intervenção
no mercado de câmbio que prevaleceu a partir do final de 1940 até agosto de 1971. O dólar
estava ligado ao ouro a US $35 por onça, e o governo dos EUA prometeu comprar e vender a
esse preço, fazer negócios apenas com os Bancos Centrais Estrangeiros ou governos. Outros
países criaram paridades fixas para as suas moedas em relação ao dólar e intervirem em seus
mercados de câmbio para manter as taxas de mercado dentro de uma faixa estreita em torno
dessas paridades. Por exemplo, para a libra esterlina foi estabelecida um preço de US$ 2,80 por
libra por muitos anos, e do Banco da Inglaterra (o banco central britânico) fez o compromisso
de manter a taxa de mercado entre US$2,78 e US$2,82.

Sempre que o Reino Unido teve um défice de pagamentos, a pressão para baixo, resultando em
esterlina levaria a taxa para baixo em direção $2,78. Antes que chegasse a essa taxa, o Banco
da Inglaterra iria começar a vender dólares e comprar esterlina para retardar seu declínio. Se
ele caísse significativamente abaixo de US $2,80, ou seja, se ele se aproximasse $2,78,
aumentar-se-ia o rácio de vendas de dólares/compras de libras esterlinas para impedir a sua
queda. Se o Reino Unido tivesse um superávit de pagamentos, a pressão ascendente resultante
sobre a moeda iria levá-la acima de US $ 2,80 e do Banco da Inglaterra iria comprar dólares e
vender esterlina em volumes suficientes para garantir que ele não chegaria a US $ 2.82.

No caso de um excedente britânico, os dólares que o Banco da Inglaterra comprasse no


mercado de câmbio de Londres seriam depositados no Banco de Reserva Federal de New York,
acrescentando, assim, para os activos de reserva do Reino Unido e de passivos de reserva
norte-americanos. Quaisquer reservas que não fossem necessários num breve período seriam
convertidos em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, com o Fed de Nova Iorque actuando
como custódio do Banco da Inglaterra. Se os britânicos acumulassem mais dólares do que eles
queriam, eles tinham a opção de usá-los para comprar ouro do governo dos EUA. Se os
pagamentos dos déficits britânicos esgotassem as suas reservas de dólares, o ouro poderia ser
vendido para os EUA para reabastecer as reservas em dólar do Banco da Inglaterra. Reservas
poderiam ser feitas tanto em dólares ou ouro, com os países serem livres na escolha,
dependendo de sua confiança na capacidade dos EUA de manter o preço fixo de US $35 para o
ouro e as taxas de juros que poderiam ganhar em títulos do Tesouro dos EUA.

Este arranjo colocou os EUA em uma situação única e um pouco de desvantajosa, porque não
tinha controlo sobre sua taxa de câmbio. Se há N moedas do mundo, existem N-1 taxas de
câmbio do dólar. Se N - 1 países atrelassem suas moedas ao dólar, a taxa de câmbio do dólar
seria definida automaticamente em relação à de todos os outros países sem o envolvimento ou
controle dos EUA. Os EUA poderiam alterar seu preço de ouro, que seria de interesse para as
minas Sul-Africanos e Russas, mas não podia mudar qualquer taxa de câmbio bilateral. Esta
acabou por ser uma desvantagem significativa para os EUA no final dos anos 1960 e início de
1970.
Arranjos de Pagamentos nos países em desenvolvimento
A maioria dos países em desenvolvimento tiveram uns arranjos um pouco diferentes ao longo
da era de Bretton Woods. O sistema descrito acima implica uma moeda de convertibilidade
livre; ou seja, os residentes de um país eram livres de comprar e vender moeda estrangeira, a
fim de realizar operações em contas correntes e de capital, apesar de que alguns países
industrializados tivessem algumas restrições sobre os fluxos de capitais internacionais. Muitos
países em desenvolvimento não têm a tal livre conversibilidade da moeda em que
praticamente todas as operações estão sujeitas a regulação governamental. Estas disposições
legais são estabelecidas para garantir que as receitas em moeda estrangeira recebidos por
residentes fluem para as reservas oficiais imediatamente. Residentes nacionais são obrigados a
vender todos esses fundos, seja ela recebido de exportações, turismo, ou qualquer outra
transacção, ao banco central prontamente à taxa de câmbio oficial, na medida em que o
objectivo deste sistema é o de maximizar a disponibilidade de divisas de reserva. Em segundo
lugar, o governo ou banco central, em seguida licencia todas as operações que requerem
câmbio, de conceder a aprovação apenas para aqueles vistos como sendo importante ou, pelo
menos, útil. Investimentos no exterior, as importações de bens de luxo ou viagens ao exterior
não são susceptíveis de receber licenças e são, portanto, juridicamente impossível. O objetivo
desta parte do sistema regulatório é alocar escassas divisas para usos que o governo considera
vital para o desenvolvimento do país e para evitar o uso desses fundos para actividades
consideradas menos importante. A existência de tais controles de câmbio é justificada pela
constante ameaça à deficits de balança de pagamentos e uma escassez resultante das reservas
cambiais. Diante de tal escassez, os governos decidem controlar a utilização dos fundos
disponíveis para garantir a disponibilidade de importações vitais, tais como alimentos, petróleo
e medicamentos, e para evitar gastos não-essenciais.

Esta abordagem ao racionamento de divisas escassas soa razoável, mas tem uma série de
grandes desvantagens. Os moradores que não têm acesso legal ao câmbio provavelmente vão
começar a procurar fontes ilegais de fundos. Em particular, é provável que eles estejam
dispostos a pagar um prémio em divisas num mercado ilegal. A existência deste prémio
constitui um forte incentivo para exportadores e outros destinatários de divisas para desviar os
seus fundos do mercado legal. Os governos geralmente tentam impor a exigência de que tais
fundos sejam vendidos apenas para o banco central, mas esses esforços raramente são muito
bem-sucedidas. Os turistas estrangeiros são susceptíveis de ser abordado por um grande
número de pessoas que oferecem preços muito atraentes para dinheiro local na rua. É
extremamente difícil impedir as pessoas de arbitragem entre as duas taxas. Como resultado, o
fluxo de divisas para reservas legais é susceptível de estagnar ou diminuir à medida que mais
negócios são desviados para o mercado ilegal. Funcionários do ministério das finanças ou da
Banca Central podem ser oferecidos subornos para permitir a compra de divisas à taxa legal
para o que deveria ser transacções ilegais. Tais sistemas de controlo do mercado de câmbio são
frequentemente a fonte de suborno e corrupção.

O mercado ilegal, por vezes, torna-se tão importante para o comércio e as finanças que sua
taxa de câmbio é visto como o barómetro mais preciso do que está acontecendo com o balanço
de pagamentos nacional. Se, por exemplo, a taxa legal ficou fixado em 90 KZ por dólar, mas a
taxa de rua de repente tornou-se KZ 100 por dólar, isto seria tomado como evidência de uma
situação de pagamentos em deterioração, e, talvez, de um desejo crescente de residentes
locais de circulação de capitais para fora do país e em moedas estrangeiras. Dado que o medo
de aceleração da inflação ou de instabilidade política poderia produzir tal desejo, a taxa de
câmbio ilegal é muitas vezes visto como uma medida de confiança no futuro do nível de preços
e do sistema político. Uma queda repentina no valor da moeda local neste mercado indica uma
deterioração de tal confiança.

Os meios alternativos de evadir controlos cambiais são inúmeros. Por exemplo, a moeda local
pode ser usado para comprar pequenos itens valiosos (diamantes de ouro ou gemas) que são
levadas no exterior e vendidos. Os diamantes são favorecidos para esse fim, porque uma
grande quantidade de capital pode ser movido em um volume físico muito pequeno, e os
diamantes não são detectados no controle de metal em um aeroporto. Alternativamente,
muitos países em desenvolvimento têm fronteiras longas e costas marítimas ou terrestres que
são mal vigiados. Qualquer mercadoria exportável pode ser contrabandeada para fora do país e
vendidos sem a papelada normal, permitindo que o proprietário das mercadorias mova capital
para o estrangeiro secretamente. Uma outra forma de mover capital é a facturação falsa ou
preços de transferência. O valor de um embarque de exportação é subfacturado na nota fiscal
e outros documentos. O valor registrado é pago ao país exportador, e o restante é depositado
em uma conta no país de importação, que é de propriedade do exportador. Sobrefacturação
das importações obtém o mesmo resultado. Uma empresa importa itens no valor de US $ 1
milhão, mas a nota fiscal e outros documentos mostram o valor como sendo de US $
1.200.000. Este último valor é pago ao exportador no país de origem, que, em seguida,
deposita $ 200.000 na conta bancária de escolha do importador.

As atracções de um mercado de câmbio regulado para um país em desenvolvimento que


enfrentam déficits pagamentos são óbvias, mas o resultado de tais sistemas de controlo é
pobre. A aplicação é difícil e frequentemente produz um declínio no respeito pela lei. O
aumento do volume de receitas de exportação (em especial de turismo) são desviadas para o
mercado ilegal, portanto, a disponibilidade de moeda estrangeira para fins importantes estagna
ou declina. Sabemos que o estudo da ciência económica incide sobre a análise de como os
agentes racionais económicos maximizam seus próprios interesses, o que significa que se
trata de avareza e engenhosidade. Poucas situações trazem estes aspectos de comportamento
de maximização mais rapidamente do que um sistema de controlo do mercado de câmbio, que
nega às pessoas a oportunidade de adquirir divisas legalmente, levando-os, assim, para
alternativas ilegais. Tais sistemas quase que garantem a quebra ampla da lei e, assim, minam o
respeito à ordem jurídica. Apesar dos argumentos dos economistas e um recorde histórico
pobre, estes sistemas de controlos do mercado de câmbio continuam a ser comuns no mundo
em desenvolvimento.

Intervenção no Mercado de Câmbio com Taxas de Câmbio Flutuantes


Em teoria, um sistema de taxa de câmbio flexível significa que nenhum banco central
intervém no mercado de câmbio e que as taxas são determinadas a forma como os preços
das ações ordinárias são resolvidos: através de mudanças na oferta e demanda sem
estabilização oficial. Em um sistema flutuante limpo ou puro, as oscilações das taxas de câmbio
movem em consonância com mudanças nos pagamentos internacionais, e esses movimentos
cambiais mantem o balanço de pagamentos em equilíbrio constante (ou seja, o saldo oficial
transações de reserva = 0). Se a balança de pagamentos e o mercado de câmbio estão em
equilíbrio quando um grande aumento das importações ocorre, a moeda local deveria
depreciar a um nível em que as operações de compensação fossem incentivadas e o mercado
reestabeleceria o equilíbrio novamente. O preço cai o suficiente para que bastante
compradores são atraídos para equilibrar o mercado. Movimentos grandes ou rápidas sobre as
taxas de câmbio são vistos como tão perturbador que os bancos centrais operam em vez as
taxas de câmbio flexíveis (sujos) ou gerenciados.

A intervenção discricionária ocorre sempre que o mercado está se movendo em uma direção
ou em uma velocidade que o governo deseja evitar. Se, por exemplo, o iene se desvalorizar
além dos desejos de Tóquio, o Banco do Japão iria comprar ienes e vender moedas estrangeiras
em uma tentativa de retardar esse movimento. Sendo um país desenvolvido e com influência
em vários mercados internacionais, tais aquisições podem ser coordenadas com ações
semelhantes por parte dos bancos centrais na Europa e na América do Norte, criando um
efeito mais forte no mercado. Desde meados dos anos 1980 essa intervenção tem aumentado,
e muito mais do que está sendo coordenado entre os bancos centrais dos principais países
industrializados. Muitos economistas continuam cépticos, no entanto, que essa intervenção
pode ter mais do que efeitos temporários sobre as taxas de câmbio se não for acompanhada
por mudanças nas políticas monetárias nacionais. As compras de ienes pelo Banco do Japão
podem diminuir temporariamente a depreciação, mas uma redução na oferta total de ienes,
ou seja, uma política monetária mais apertada, teria um impacto mais duradouro.

Instituições do mercado de câmbio


O mercado de câmbio é mantida por grandes bancos comerciais em centros financeiros como
Nova Iorque, Londres, Frankfurt, Singapura e Tóquio. Não se deve interpretar isto como que a
New York Stock Exchange, é onde a negociação ocorre num único local, mas ao contrário, é um
"mercado digital (telefone e internet na maior parte) ", em que os comerciantes estão
localizados nos vários bancos e efectuam o comércio electrónico. Apesar de que a negociação
ocorre em outras cidades, a grande maioria do mercado dos EUA está em Nova Iorque, onde se
inclui bancos de Nova Iorque, os bancos estrangeiros com filiais ou sucursais nos EUA, e os
bancos de outros estados que estão autorizados a fazer apenas Bancarização internacional em
Nova Iorque. Os bancos em geral, mantêm salas comerciais que estão em serviço por pelo
menos um operador para cada grande moeda.

Ordens vêm aos comerciantes de grandes empresas que tenham estabelecido laços com esse
banco como também de bancos menores que têm uma relação com a instituição. Os bancos
mantem os estoques de cada uma das moedas com que comercializam sob a forma de
depósitos em bancos estrangeiros. Se, por exemplo, a Citibank de Nova Iorque compra ienes
de um cliente, esses fundos serão colocados em sua conta, em Tóquio, e as vendas de ienes por
Citibank vai sair dessa conta. Dado que esses estoques sobem e descem como rendimentos
comerciais, os bancos assumem riscos por que frequentemente têm exposições líquidas em
várias moedas. Se, por exemplo, o Citibank vendeu muitos ienes e, consequentemente,
mantém ativos em ienes que são menos do que os passivos de ienes, o banco terá uma posição
curta em ienes, e vai perder dinheiro se o iene valoriza e ganhar se ele cai. Alguns bancos
tentam impor limitações estritas sobre essa exposição, comprando moedas para compensar
quaisquer posições curtas ou longas emergentes, enquanto os outros vêem essa exposição
como uma forma de buscar lucros especulativos.

O comércio de moedas é feito da seguinte forma: moedas, como o dólar canadense ou o marco
alemão (DM) são, normalmente, quotados em centésimos de centavo ou pontos base, com
diferenças em licitação geralmente sendo cerca de cinco pontos-base ou um vigésimo de
centavo para grandes transações. O dólar canadense, por exemplo, pode ser citado em
75,42-47 centavos de dólar, o que significa que os bancos estão dispostos a comprá-lo por
75,42 centavos ou vendê-lo para 75,47 centavos. Antes do advento das taxas de câmbio
flexíveis no início de 1970, as diferenças de licitação eram mais estreitas, pois a volatilidade da
taxa de câmbio e risco era menor. As diferenças de licitação alargaram a cerca de dez pontos
percentuais a partir de 1970 e diminuiu para a faixa de corrente de cerca de cinco pontos na
década de 1980. Estes diferenciais estreitas são para transações muito grandes para os
melhores clientes dos bancos, e eles se alargam quando essa circunstância não prevalece.
Quando os turistas trocam dinheiro em dependências de bancos nos aeroportos ou instituições
semelhantes, as diferenças de licitação são muito mais amplos, porque as instituições precisam
cobrir seus custos e obter lucros em pequenas transações.

A separação de cinco pontos-base também opera no que é conhecido como o "mercado


interbancário", no qual os bancos comerciais vendem moeda entre si. Se, por exemplo, Chase
Manhattan tinha comprado um grande volume de dólares canadenses por um período de
alguns minutos e os comerciantes tornaram-se desconfortáveis com a posição longa
resultante, eles iriam vender o excesso de fundos canadenses no mercado interbancário, talvez
usando um corretor como intermediário ou talvez lidando diretamente a um outro banco para
poupar uma taxa de corretagem. Informações sobre taxas interbancárias são fornecidos
eletronicamente, principalmente pela Reuters, que fornece monitores de televisão com as
taxas atuais para as principais moedas. Reuters reúne informações sobre as transações atuais e
sobre a disponibilidade dos bancos para trocar várias moedas. As diferenças resultantes
aparecem nas suas telas, tanto nos grandes bancos e nas grandes empresas industriais que têm
amplas relações comerciais internacionais. Como resultado, todos no mercado devem ter a
mesma informação. No entanto os serviços da Reuters às vezes podem atrasar por 30 a 45
segundos, quando a negociação é particularmente activa, e que a negociação com os clientes
em "taxas de tela" pode, portanto, tornar-se arriscado. Em tais situações, os comerciantes
estão muitas vezes em contacto telefónico direto com outras salas de negociação para tentar
descobrir o que as taxas mais atuais.

Redução de custos e aumento da velocidade para comunicações internacionais significa que


durante a sobreposição de horário comercial, os mercados europeus e de Nova Iorque são
realmente um mercado único. Logo no início do dia, Bancos em Nova Iorque pode
comercializar facilmente como em Londres ou Frankfurt como em Nova Iorque. Assim, as
diferenças nas taxas de câmbio entre essas cidades são arbitrados quase que
instantaneamente. Chicago e San Francisco continuam a negociação depois de Nova Iorque, e
em seguida, Tóquio e Hong Kong abrem para negócios, portanto negociação está acontecendo
em algum lugar no mundo em torno do relógio. Os grandes bancos de Nova Iorque têm
sucursais ou filiais em Tóquio, Frankfurt e Londres; portanto, esses bancos estão negociando
em algum lugar o tempo todo durante dias úteis.

As operações de câmbio no mercado à vista (spot) são normalmente completados com um


atraso de dois dias. Portanto, as operações feitas na segunda-feira irão resultar em pagamentos
que estão sendo feitos na quarta-feira. Este atraso é em parte do resultado de diferenças de
fuso horário e é necessário para permitir a papelada para ser concluída.

Os pagamentos são normalmente feitos por transferência electrónica através de uma


"transferência de cabo" (“cable transfer4”), que é simplesmente uma mensagem electrónica a
um banco instruindo-o a transferir fundos de uma conta para outra. Para os principais países
industrializados, as transferências de cabo são tratados através de um sistema conhecido como
Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT, em inglês),
que iniciou suas operações em 1987. O sistema electrónico por meio do qual as transferências
cambiais são feitas em Nova Iorque é conhecido como a Câmara Internacional de Sistema de
Pagamentos (CHIPS, em inglês). Em 2013, em todo o mundo, o comércio de divisas foi de cerca
de $ 4,500 bilhões por dia, mais de 90 por cento do comércio sendo em comércio de capital.
Embora a maior parte de negociações de divisas envolve o dólar, Londres continua a ser o
maior mercado de, seguido por Nova Iorque, Tóquio e depois Singapura.

A Internet e outros sistemas de comércio electrónico são particularmente atraentes para


transacções relativamente pequenas, onde as licitações feitas são mais largas do que as
descritas acima para grandes transações. Alguns participantes do mercado esperam que 50 por
cento das operações de câmbio deve ser feito sem o envolvimento de uma sala comercial de
um banco comercial dentro de poucos anos.

4
A terminologia vem dos tempos passados quando utilizava-se telex que estava baseada na utilização
extensiva de cabos para transmissão de informação.
Lição 9 - Classificando Sistemas Monetários: O Trilema da
Economia Aberta
A economia mundial tem evoluído através de uma variedade de sistemas monetários
internacionais desde o século 19. Uma visão simples dos modelos que estudamos vai ser muito
útil para compreender as principais diferenças entre esses sistemas, bem como os fatores
económicos, políticos e sociais que levam os países a adoptar um sistema em vez de outra. Esta
visão irá demostrar o que os formuladores de políticas em uma economia aberta enfrentam
um trilema inescapável na escolha dos arranjos monetários que melhor lhes permitam atingir
os seus objectivos de equilíbrio interno e externo.

Normalmente um país que fixa a taxa de câmbio da sua moeda, permitindo movimentos de
capitais internacionais gratuitas abdica a sua política monetária. Este sacrifício ilustra a
impossibilidade de um país de ter mais do que dois itens da lista a seguir:

1. Estabilidade da taxa de câmbio.


2. A política monetária voltada para objetivos domésticos.
3. A liberdade de movimentos de capitais internacionais.

Dado que esta lista contém propriedades de um sistema monetário internacional mormente
considerado desejável, a necessidade de escolher apenas duas é um trilema de regimes
políticos. É um trilema, em vez de um dilema porque as opções disponíveis são três: 1 e 2, 1 e
3, ou 2 e 3.

Os países com taxas de câmbio fixas que permitem a mobilidade do capital gratuito sacrificam
o ponto 2 acima, uma política monetária orientada ao mercado interno. Por outro lado, se um
país com uma taxa de câmbio fixa restringe os fluxos financeiros internacionais para que a
*
condição de paridade dos juros, 𝐽 = 𝐽 , não seja verdade (sacrificando assim item 3 acima), ele
ainda é capaz de alterar a taxa de juros domestico no intuito de influenciar a economia
doméstica (preservando assim item 2). Desta forma, por exemplo, o país pode ser capaz de
reduzir o superaquecimento interno (chegando mais perto do equilíbrio interno, elevando a
taxa de juros), sem causar uma queda em suas exportações. Finalmente, um país que tem uma
taxa de câmbio flutuante (e, portanto, dá-se o item 1 acima) pode usar a política monetária
para orientar a economia, embora os fluxos financeiros através de suas fronteiras são livres.

Figura 1 mostra as últimas três propriedades desejáveis ​de um regime monetário internacional
esquematicamente como os vértices de um triângulo. Apenas dois podem ser alcançados
simultaneamente. Cada ponta do triângulo representa um regime de política consistente com
as duas propriedades mostradas em pontos finais da ponta.

Naturalmente, o trilema não implica que os regimes intermédios são impossíveis, só que eles
vão exigir que o formulador de políticas escolhe entre objetivos diferentes. Por exemplo, a
intervenção monetária mais agressiva para administrar a taxa de câmbio pode reduzir a
volatilidade da taxa de câmbio, mas somente à custa de reduzir a capacidade da política
monetária para perseguir outros objectivos que a taxa de câmbio pode oferecer. Da mesma
forma, uma abertura parcial da conta financeira permitirá que alguns empréstimos
transfronteiriços e empréstimos aconteçam. Ao mesmo tempo, no entanto, a fixação da taxa
de câmbio em face das alterações das taxas de juros domésticas vai exigir maiores volumes de
intervenção, e drenos potencialmente maiores em reservas cambiais, do que seria necessário
se as transações financeiras transfronteiriças fossem totalmente proibidas. A capacidade do
banco central para garantir a estabilidade da taxa de câmbio (evitando desvalorizações e
crises), portanto, diminui.

Analisando Opções Políticas para Alcançar o Balanço Interno e Externo


Como é que os diferentes países eram capazes de atingir o equilíbrio interno e externo sob as
regras do sistema de Bretton Woods? Um diagrama simples irá ajudá-lo a visualizar as opções
políticas disponíveis. De acordo com as condições aproximadas mais tarde no sistema de
Bretton Woods, vamos assumir um alto grau de mobilidade do capital financeiro através das
fronteiras, de modo que a taxa de juros doméstica não pode ser definido de forma
independente da taxa de câmbio.

O diagrama mostra como a posição de um país no que diz respeito aos seus objectivos internos
e externos depende do nível de sua taxa de câmbio, TC, e o nível de gastos domésticos; e que a
posição não depende do regime de taxa de câmbio. Durante toda análise, TC é o preço em
moeda nacional da moeda estrangeira. A análise aplica-se a curto prazo, porque os níveis de
preços domésticos e estrangeiros (P e P*, respectivamente) são assumidos ser fixos.

Manter o equilíbrio interno


Primeiro, considere o equilíbrio interno, que exige que a demanda agregada seja igual ao nível
de pleno emprego da produção, Yp.

Lembre-se que a demanda agregada para a produção interna é a soma do consumo, C, o


investimento, I, as compras governamentais, G, e a conta corrente, CC. Deste montante, o gasto
nacional total, também chamado de absorção doméstica, é indicado por 𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺.
Anteriormente, expressamos o superávit em conta corrente como uma função da renda
disponível e uma função crescente da taxa de câmbio real, 𝑇𝐶(𝑃 * /𝑃), mas dado que os
gastos de importação sobe tal como o total de gastos domésticos sobe, podemos expressar de
forma semelhante a conta corrente como uma função decrescente de gastos e uma função
crescente da taxa de câmbio real, 𝐶𝐶(𝑇𝐶(𝑃 * /𝑃)). Sob esta nova notação, a condição de
equilíbrio é, portanto (1),

( ) ( )
* *
𝑝 𝑃 𝑃
𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝐶𝐶 𝑇𝐶∙⎡⎢ 𝑃 ⎤⎥, 𝐴 = 𝐴 + 𝐶𝐶 𝑇𝐶∙⎡⎢ 𝑃 ⎤⎥, 𝐴
⎣ ⎦ ⎣ ⎦

A equação (1) sugere os instrumentos de política que afetam a demanda agregada e, portanto,
a produção no curto prazo. O governo pode influenciar diretamente o gasto total por meio da
política fiscal, por exemplo. Expansão fiscal (um aumento 𝐺 ou uma queda na 𝑇) estimula a
demanda agregada e faz com que o output suba, embora uma fração do gasto adicional vai
para compras de importação. Da mesma forma, a desvalorização da moeda torna os produtos
nacionais e os serviços mais barato em relação aos vendidos no exterior e, assim, aumenta a
demanda e produção. O formulador de políticas pode manter o output constante em seu nível
𝑝
de pleno emprego, 𝑌 através de política fiscal ou variações cambiais.

Note-se que a política monetária não é um instrumento de política sob taxas de câmbio fixas.
Isto porque, uma tentativa por parte do banco central para alterar a oferta de moeda através
da compra ou venda de ativos domésticos causará uma mudança de compensação das reservas
internacionais, deixando a oferta de moeda doméstica inalterada. Se estivéssemos
interpretando o esquema para aplicar a uma situação de taxas de câmbio flutuantes, no
entanto, gostaríamos de pensar a política monetária como potencial em provocar mudanças
nas taxas de câmbio coerentes com uma situação de equilíbrio interno e externo.

A curva II na Figura 2 mostra as combinações de taxas de câmbio e os gastos domésticos que


mantêm constante o output e, assim, mantem o equilíbrio interno. A curva é
descendentemente inclinada porque uma alta desvalorização da moeda e absorção doméstica
ambos tendem a aumentar a produção. Para manter constante o output, uma revalorização da
moeda (o que reduz a demanda agregada) deve, portanto, ser acompanhado por gastos
domésticos mais elevada (que aumenta a demanda agregada de output). Curva II mostra
precisamente como os gastos domésticos deve mudar à medida que as mudanças para manter
o pleno emprego. À direita do II, o gasto é maior do que o necessário para o pleno emprego,
assim fatores produtivos da economia são sobre-empregues . À esquerda do II, os gastos são
muito baixos, e não há desemprego.
Manter o equilíbrio externo
Vimos como gastos e câmbios domésticos influenciam a produção e, assim, ajudar o governo a
atingir seu objetivo interno de pleno emprego. Como essas variáveis ​afetam o equilíbrio
externo da economia? Para responder a esta pergunta, assuma o governo tem um valor-alvo, X,
para o superávit em conta corrente. O objetivo do equilíbrio externo exige que o governo
gerencie os gastos domésticos e da taxa de câmbio, de modo que a equação (2)

*
( )
𝐶𝐶 (𝑇𝐶 𝑃 / 𝑃 , 𝐴) = 𝑋

seja satisfeito.

Dado P e P*, um aumento de TC torna os produtos nacionais mais barato e melhora a conta
corrente. Um aumento nos gastos domésticos, A, no entanto, tem o efeito oposto sobre a
conta corrente, porque faz com que as importações a subam. Para manter sua conta corrente
em que desvaloriza a moeda, o governo deve adotar políticas que aumentam os gastos
domésticos. Figura 2 mostra, portanto, que a curva XX, ao longo do qual o equilíbrio externo é
representado, é positivamente inclinada. A curva XX mostra a quantidade de gastos adicionais
que irá manter o superávit em conta corrente no X como a moeda é desvalorizada por uma
determinada quantidade. Dado que um aumento de TC aumenta as exportações líquidas, a
conta corrente está em excesso, em relação ao seu nível a sua meta X, acima de XX. Da mesma
forma, a abaixo de XX a conta corrente é deficitária em relação à sua meta.
Lição 10 - O Sistema Bretton Woods e o Fundo Monetário
Internacional
Em Julho de 1944 representantes de 44 países reunidos em Bretton Woods, New Hampshire,
elaboraram e assinaram os Estatutos do Fundo Monetário Internacional (FMI). Lembrando os
eventos económicos desastrosos do período entre guerras, estadistas dos países aliados
esperavam projectar um sistema monetário internacional que promova o pleno emprego e a
estabilidade dos preços, permitindo que os países individuais alcançassem o equilíbrio externo
sem restrições de sistema internacional criados pelas instituições de Bretton Woods.

Objetivos e Estrutura do FMI


Os artigos do acordo do FMI foram estabelecidos através de uma mistura de disciplina e
flexibilidade no intuito de evitar a repetição da experiência turbulenta ocorrida entre guerras.

A maior disciplina na gestão monetária era a exigência de que as taxas de câmbio fixada ao
dólar, o que, por sua vez, estava ligado ao ouro. Se um banco central que não seja o Fed
perseguido uma expansão monetária excessiva, ela perderia reservas internacionais e,
eventualmente, tornar-se incapaz de manter a taxa de câmbio do dólar fixo de sua moeda.
Desde elevado crescimento monetário dos Estados Unidos levaria a acumulação de dólares
pelos bancos centrais estrangeiros, o próprio Fed foi constrangido em suas políticas monetárias
pela sua obrigação de resgatar os dólares para o ouro. O preço oficial do ouro de uma onça
serviu como um freio sobre a política monetária americana, uma vez que o preço seria
empurrado para cima se muitos dólares fossem criados.

Taxas de câmbio fixas eram vistos como mais do que um dispositivo para impor a disciplina
monetária no sistema, no entanto. Com ou sem razão, a experiência do tempo de guerra havia
convenceu os arquitectos do FMI de que as taxas de câmbio flutuantes eram uma causa de
instabilidade especulativa e eram prejudiciais para o comércio internacional. A experiência do
tempo de guerra havia demonstrado também que os governos nacionais não estariam
dispostos a manter tanto o livre comércio e taxas de câmbio fixas, ao preço de desemprego
nacional de longo prazo. Após a experiência da Grande Depressão, os governos foram
amplamente visto como responsável por manter o pleno emprego. Por isso, o acordo com o
FMI tentou incorporar a flexibilidade suficiente para permitir aos países para alcançar o
equilíbrio externo de forma ordenada, sem sacrificar os objetivos internos ou taxas de câmbio
fixas.

Duas grandes características dos Artigos do Acordo do FMI ajudou a promover esta
flexibilidade no ajustamento externo. Em primeiro lugar, os membros do FMI contribuíram com
suas moedas e ouro para formar um pool de recursos financeiros que o FMI poderia emprestar
aos países em necessidade. Em segundo lugar, embora as taxas de câmbio em relação ao dólar
foram fixados, estas paridades pode ser modificada com o acordo do FMI. Tais desvalorizações
e reavaliações deveriam ser freqüentes e realizadas apenas em casos de uma economia em
desequilíbrio fundamental. Embora os artigos do FMI não definiu "desequilíbrio fundamental",
o termo foi destinado a cobrir países que sofreram mudanças adversas permanentes na
demanda por seus produtos, de modo que, sem desvalorização, o país teria de enfrentar um
longo período de desemprego e déficits externos. A flexibilidade da taxa de câmbio ajustáveis
não estava disponível, no entanto, a "moeda Nth" do sistema de Bretton Woods, o dólar
norte-americano.

Como o sistema de Bretton Woods resolver o trilema? Em essência, o sistema baseava-se na


presunção de que o movimento do capital financeiro privado poderia ser restrito, permitindo
algum grau de independência para as políticas monetárias orientadas internamente. O novo
sistema, portanto, era diametralmente oposta à subordinação do padrão-ouro da política
monetária para considerações externas, tais como a liberdade de fluxos financeiros. Após a
experiência de alto nível de desemprego entre guerras, os arquitectos do sistema de Bretton
Woods esperava garantir que os países não fossem forçados a adoptar políticas monetárias
contracionistas para o equilíbrio das razões pagamentos em face de uma crise econômica.

Apoiando essa ênfase no nível de emprego elevado, restrições sobre os fluxos financeiros
transfronteiriços permitiria variações cambiais "ordenada" em situações de desequilíbrio
persistente. Em teoria, os decisores políticos seriam capazes de alterar as taxas de câmbio de
forma deliberada, sem a pressão de enormes ataques especulativos. Como veremos, no
entanto, enquanto essa abordagem funcionou bem no início, o próprio sucesso do sistema de
Bretton Woods, em reconstruir o comércio internacional tornou progressivamente mais difícil
para os decisores políticos evitar ataques especulativos com a passagem dos anos.

Conversibilidade e a expansão dos fluxos financeiros privados


Tal como a aceitação geral da moeda nacional elimina os custos de troca dentro de uma única
economia, o uso de moedas nacionais no comércio internacional torna a função económica
mundial mais eficiente. Para promover o comércio multilateral eficiente, os Artigos do Acordo
do FMI exortou os membros a fazer as suas moedas nacionais conversível mais rapidamente
possível. A moeda conversível é aquele que pode ser trocado livremente para moedas
estrangeiras. Os dólares norte-americanos e canadenses tornaram-se conversíveis em 1945.
Isso significa, por exemplo, que um residente canadense que adquiriu dólares poderia usá-los
para fazer compras nos Estados Unidos, poderia vendê-los no mercado de câmbio para dólares
canadenses, ou poderia vender los para o Banco do Canadá, que então tinha o direito de
vendê-los para o Federal Reserve (à taxa de câmbio fixa dólar/ouro), em troca de ouro.
Inconversibilidade Geral faria comércio internacional extremamente difícil. Um cidadão
francês pode não estar disposto a vender bens para um alemão em troca de marcos alemães
porque esses Marcos, que são inconvertíveis, só seriam usado apenas sujeitos a restrições
impostas pelo governo alemão. Sem um mercado em francos franceses inconversíveis, o
alemão seria incapaz de obter moeda francesa para pagar os produtos franceses. A única forma
de negociação seria, portanto a troca directa de bens de bens. A maioria dos países da Europa
só restauraram a convertibilidade após o final de 1958, e o Japão seguinte em 1964.

A conversibilidade início do dólar, juntamente com a sua posição especial no sistema de


Bretton Woods e da dominação econômica e política dos Estados Unidos, ajudou a tornar o
dólar moeda-chave do mundo do pós-guerra. Porque dólares foram livremente convertível,
muito comércio internacional tendia a ser faturado em dólares, e os importadores e
exportadores realizada saldos dólar para transações. Com efeito, o dólar tornou-se um
dinheiro-um meio universal de troca internacional, unidade de conta e reserva de valor. Os
bancos centrais naturalmente acharam vantajoso manter suas reservas internacionais na forma
de ativos que rendem juros em dólar.

A restauração da convertibilidade na Europa, em 1958, começou gradualmente a mudar a


natureza da restrição externa dos responsáveis políticos. Como o comércio de divisas expandiu,
os mercados financeiros em diferentes países tornou-se mais integrado, um passo importante
para a criação do mercado de câmbio em todo o mundo de hoje. Com a crescente
oportunidade para movimentar fundos através das fronteiras, as taxas de juros nacionais
tornaram-se mais intimamente ligados, e a velocidade com que as mudanças políticas podem
causar um país para perder ou ganhar as reservas internacionais aumentaram. Depois de 1958,
e cada vez mais ao longo dos próximos 15 anos, os bancos centrais tiveram de estar atento às
condições financeiras estrangeiras ou assumir o risco de perdas súbitas de reserva pode
deixá-los sem os recursos necessários para atrelar as taxas de câmbio. Diante de um aumento
repentino nas taxas de juros externas, por exemplo, um banco central seria forçado a vender
ativos domésticos e elevar a taxa de juros doméstica para manter suas reservas internacionais
estável.

A restauração da convertibilidade não resultou em integração financeira internacional imediata


e completa. Pelo contrário, a maioria dos países continuou a manter restrições relativamente
às transacções financeiras, uma prática que o FMI explicitamente não permitia. Mas a
oportunidade para os fluxos de capital disfarçados aumentou dramaticamente. Por exemplo, os
importadores de um país podem efetivamente comprar ativos estrangeiros, acelerando os
pagamentos a fornecedores estrangeiros relativos às transferências reais de mercadorias; eles
poderiam efetivamente emprestar de fornecedores estrangeiros por atrasar os pagamentos.
Essas práticas comerciais conhecidas, respectivamente, como "leads" e "lags" -Desde duas das
muitas maneiras através das quais as barreiras oficiais para os movimentos de capitais privados
poderiam ser contornadas. Mesmo que a condição de igualdade taxa de juros internacional
assumido anteriormente não funcionasse exatamente, as ligações entre as taxas de juros dos
países mais rigorosos como o sistema de Bretton Woods amadureceu. A resolução Bretton
Woods do trilema foi gradualmente se desfazendo.

Fluxos de capital especulativo e crises


Déficits em conta corrente e superávits assumiu um significado adicional sob as novas
condições de fluxos financeiros privados cada vez mais móveis. Um país com um déficit em
conta corrente grande e persistente pode ser suspeito de estar em "desequilíbrio fundamental"
nos artigos de acordos do FMI, e, portanto, propício para uma desvalorização da moeda. A
suspeita de uma desvalorização iminente poderia, por sua vez, desencadear uma crise de
balanço de pagamentos.

Qualquer pessoa mantendo depósitos em libra durante uma desvalorização da libra, por
exemplo, sofreria uma perda, uma vez que o valor da moeda estrangeira de ativos libra iria
diminuir repentinamente pelo valor da variação da taxa de câmbio. Se a Grã-Bretanha teve um
déficit em conta corrente, portanto, os detentores de libras iria tornar-se nervoso e mudar sua
riqueza em outras moedas. No intuito de manter a taxa de câmbio da libra atrelado ao dólar, o
Banco da Inglaterra (banco central britânico) teria que comprar Libras e fornecer os ativos
estrangeiros que os participantes do mercado desejavam comprar. Esta perda de reservas
internacionais, se grande o suficiente, pode forçar uma desvalorização, deixando o Banco da
Inglaterra, sem reservas suficientes para sustentar a taxa de câmbio.

Da mesma forma, países com grandes superávits em conta corrente podem ser visto pelo
mercado como candidatos para reavaliação. Neste caso, os respectivos bancos centrais iriam
encontrar-se inundado com reservas oficiais, o resultado da venda da moeda local no mercado
de câmbio para evitar que a moeda apreciasse. Um país nesta posição teria de enfrentar o
problema de ter seu fornecimento de dinheiro crescer de forma incontrolável, um
desenvolvimento que poderia empurrar o nível de preços para cima e desalinhar o equilíbrio
interno. Os governos tornaram-se cada vez mais relutantes em contemplar realinhamentos
cambiais, temendo os ataques especulativos resultantes.

A balança de pagamentos, no entanto, observou crises cada vez frequentes e violentas ao


longo dos anos 1960 e início dos anos 1970. Um déficit recorde na balança comercial britânica
ocorreu no início de 1964 e levou a um período de especulação intermitente contra a libra que
complicou a elaboração de políticas económicas britânica até Novembro de 1967, quando a
libra foi finalmente desvalorizado. França desvalorizou seu Franco e Alemanha reavaliou a seu
Marco em 1969, após os ataques especulativos semelhantes em que a França enfrentou. Estas
crises tornaram-se tão grande no início da década de 1970 que eventualmente derrubou a
estrutura de Bretton Woods de taxas de câmbio fixas. A possibilidade de uma crise do balanço
de pagamentos, portanto, agregou importância crescente para a meta externa de um alvo em
conta corrente.
Lição 10 - A globalização financeira
No início de 1960, por exemplo, a maioria dos negócios bancários era puramente interna,
envolvendo a moeda e os clientes do país de origem do banco. Cinco décadas depois, muitos
bancos foram derivando uma grande parte de seus lucros das atividades internacionais. Por
exemplo, hoje podemos ver agências do Citibank em São Paulo, Brasil, e filiais de Westminster
Bank Nacional da Grã-Bretanha, em Nova Iorque. Tornou rotina para uma filial de um banco
americano localizado em Londres aceitar um depósito denominados em ienes japoneses de
uma empresa sueca, ou de emprestar de francos suíços a um fabricante holandês. Finalmente,
existem muito maior participação de instituições financeiras não-bancárias nos mercados
internacionais, e uma enorme expansão no volume de transações internacionais.

O mercado em que os residentes de países diferentes negociam ativos é chamado de


mercado de capitais internacional. O mercado internacional de capitais não é realmente um
mercado único; é, em vez um grupo de mercados estreitamente interligados em que as trocas
de ativos com alguma dimensão internacional acontecem. Negócios cambiais internacionais
ocorrem no mercado de câmbio, o que é uma parte importante do mercado internacional de
capitais.

O mercado de capitais internacional e os ganhos do comércio


Anteriormente analisamos que ao fornecer um sistema de pagamentos em todo o mundo, que
reduz os custos de transação, os bancos que operam no mercado internacional de capitais
ampliam os ganhos comerciais resultantes de tais trocas. Mas a maioria dos negócios que
acontecem no mercado internacional de capitais são as trocas de bens entre residentes de
diferentes países, por exemplo, a troca de uma ação da IBM para alguns títulos do governo
britânico. Embora tais comércios de ativos são, por vezes ridicularizado como “especulação”
improdutivo, eles, de fato, levam a ganhos de comércio que podem melhorar as condições de
vida dos consumidores em todos os lugares.

Três tipos de Ganho de Comercio Oriundo de Transações de Ativos


Todas as transações entre os moradores de diferentes países se enquadram em uma das três
categorias: (a) Negociações de bens ou serviços de bens ou serviços, (b) comércios de bens ou
serviços por ativos e (c) comércios de ativos para ativos. A qualquer momento, um país
geralmente realiza negócios em cada uma dessas categorias. Figura 1 (que assume que existem
dois países, Nacional e Exterior) ilustra os três tipos de transação internacional, cada um dos
quais envolve um conjunto diferente de possíveis ganhos do comércio. Previamente,
analisamos dois tipos de ganho comercial. Vimos que que os países podem ganhar
concentrando-se nas atividades de produção em que são mais eficientes e usando um pouco
de seu output para pagar as importações de outros produtos do exterior. Este tipo de ganho
comércio envolve a troca de bens ou serviços por outros bens ou serviços. A seta horizontal
superior na Figura 1 mostra o intercâmbio de bens e serviços entre a Nacional e o Exterior.

Um segundo conjunto de ganhos comerciais resultados do comércio intertemporal, que é a


troca de bens e serviços para reivindicações de bens e serviços futuros, isto é, para os ativos.
Quando um país em desenvolvimento toma emprestado no exterior (isto é, vende um título
para estrangeiros) para que ele possa importar materiais para um projeto de investimento
interno, que está envolvido em comércio intertemporal. As setas diagonais em Figura 1 indicam
comércio de bens e serviços para os ativos. Se a Nacional tem um déficit em conta corrente
com a Exterior, ela é um exportador líquido de ativos para a Exterior e um importador líquido
de bens e serviços de Exterior.

A seta horizontal inferior na Figura 1 representa a última categoria de transação internacional,


negócio de ativos para ativos, como a troca de bens imóveis situados em França, para os títulos
do Tesouro dos EUA. Assim, enquanto os Estados Unidos poderiam ter financiado o déficit em
conta corrente simplesmente vendendo ativos para estrangeiros e não comprar qualquer deles,
EUA e residentes estrangeiros também envolvidos em troca de ativos puro.

Aversão ao Risco
Quando os indivíduos seleccionam ativos, um fator importante em suas decisões é o grau de
risco do retorno de cada ativo. Outras coisas iguais, as pessoas não gostam de risco. Isto é
aversão ao risco nas preferências das pessoas.

Se as pessoas são avessos ao risco, eles valorizam uma colecção (ou carteira) de ativos não
apenas com base em seu retorno esperado, mas também em função do grau de risco do que o
retorno. De acordo com a aversão ao risco, por exemplo, as pessoas podem estar dispostos a
deter obrigações denominadas em diversas moedas, mesmo que as taxas de juros que eles
oferecem não estão ligados pela condição de paridade dos juros, se a carteira resultante de
ativos oferece uma combinação desejável de retorno e risco.

Em geral, uma carteira cujo retorno varia muito de ano para ano é menos desejável do que
uma que oferece o mesmo retorno médio com apenas leves flutuações de ano para ano. Esta
observação é fundamental para entender por que os países comercializam activos.

Diversificação da Carteira como um motivo para Comércio Internacional de Ativos

O comércio internacional de bens pode fazer ambas as partes no comércio melhor,


permitindo-lhes reduzir o grau de risco do retorno de sua riqueza. Comércio realiza esta
redução do risco, permitindo que ambas as partes diversifiquem as suas carteiras dividindo sua
riqueza entre um amplo espectro de ativos e, assim, reduzir a quantidade de dinheiro que eles
têm em cada ativo individual. Isto chama-se Diversificação de Portfolio. Quando uma
economia está aberta ao mercado internacional de capitais, ele pode reduzir o grau de risco de
sua riqueza diversificando os seus investimentos. Esta redução do risco é o motivo básico para
o comércio ativo.

O Menu de Ativos internacionais


Comércios ativos internacionais podem ser trocas de diversos tipos de ativos. Entre os muitos
ativos negociados no mercado internacional de capitais são obrigações e depósitos
denominados em moedas diferentes, de ações e instrumentos financeiros mais complexos, tais
como opções de ações ou moedas. A compra de imóveis estrangeiro e a aquisição directa de
uma fábrica em outro país são outras formas de diversificação no exterior.

Ao pensar sobre negociações de ativos, frequentemente é útil fazer uma distinção entre os
instrumentos de dívida e instrumentos de capital. As obrigações e depósitos bancários são
instrumentos de dívida, uma vez que especificam que o emitente do instrumento deve pagar
um valor fixo (a soma do principal acrescido de juros), independentemente das circunstâncias
econômicas. Em contraste, uma parte do estoque é um instrumento capital: É uma
reivindicação para os lucros de uma empresa, ao invés de um pagamento fixo, e a sua
recompensa vai variar de acordo com as circunstâncias. Ao escolher como dividir seus
portfólios entre dívida e instrumentos de capital, os indivíduos e as nações podem organizar
para ficar perto de consumo desejado e os níveis de investimento, apesar das diferentes
eventualidades que possam ocorrer.

A linha divisória entre dívida e capital próprio não é tao claro na prática. Mesmo que o dinheiro
do pagamento de um instrumento é a mesma em diferentes estados do mundo, o seu
pagamento real em um estado específico dependerá dos níveis de preços nacionais e taxas de
câmbio. Além disso, os pagamentos que um determinado instrumento promete fazer podem
não ocorrer em casos de falência, apreensão governo dos ativos de propriedade estrangeira, e
assim por diante. Ativos como títulos corporativos de baixo grau, que superficialmente
parecem ser da dívida, pode na realidade ser como equidade na oferta de recompensas que
dependem das fortunas financeiras duvidosas do emitente.

BANCARIZAÇÃO INTERNACIONAL E O MERCADO DE CAPITAIS INTERNACIONAL

Como o número de ativos disponíveis no mundo real é enorme, instituições especializadas


surgiram para reunir compradores e vendedores de ativos localizados em diferentes países.

A estrutura do mercado de capitais internacional

Como observamos acima, os principais atores do mercado internacional de capitais incluem


bancos comerciais, empresas, instituições financeiras não-bancárias, bancos centrais e outras
agências governamentais.

1. Os bancos comerciais. Os bancos comerciais estão no centro do mercado de capitais


internacional, não só porque eles correm o mecanismo de pagamentos internacionais,
mas também por causa da ampla gama de atividades financeiras que realizam. Passivos
bancários consistem principalmente de depósitos de vários prazos, bem como
empréstimos de curto prazo de outras instituições financeiras, enquanto seus ativos
consistem principalmente de empréstimos (para empresas e governos), depósitos em
outros bancos (depósitos interbancários), e títulos. Bancos multinacionais também
estão fortemente envolvidos em outros tipos de transação de ativos. Por exemplo, os
bancos podem subscrever emissões de ações e títulos corporativos, concordando, por
uma taxa, para encontrar compradores para os títulos a um preço garantido. Um dos
principais fatos sobre Bancarização internacional é que os bancos são muitas vezes
livre para exercer actividades no exterior que não seriam autorizados a prosseguir em
seus países de origem. Este tipo de assimetria regulatória tem estimulado o
crescimento da banca internacional ao longo dos últimos 50 anos.

2. Corporações. As corporações, especialmente aqueles com operações multinacionais,


como Coca-Cola, IBM, Toyota, Nike -rotineiramente financiar seus investimentos
recorrendo a fontes externas de fundos. Para obter esses recursos, as empresas podem
vender ações, que dão uma reivindicação de proprietários de capital para os ativos da
companhia, ou eles podem usar o financiamento da dívida. Financiamento da dívida
muitas vezes toma a forma de empréstimos de bancos internacionais e/ou através de
outros credores institucionais; quando os empréstimos de longo prazo é desejado, as
empresas podem vender títulos de dívida corporativa no mercado de capitais
internacional. As corporações frequentemente denominam seus títulos em moeda do
centro financeiro em que as ligações estão sendo oferecidas para venda. Cada vez
mais, no entanto, as empresas têm buscado novas estratégias denominação que fazem
seus títulos atraentes para um espectro mais amplo de potenciais compradores.

3. As instituições financeiras não-bancárias. Instituições não bancárias, tais como


companhias de seguros, fundos de pensão, e fundos mútuos se tornaram importantes
participantes no mercado internacional de capital uma veze que estão preferindo
ativos estrangeiros no intuito de diversificar suas carteiras. De particular importância
são os bancos de investimento que não são bancos em todos, mas se especializam na
venda de subscrição de ações e títulos de corporações e (em alguns casos) os
governos.

4. Os bancos centrais e outras agências governamentais. Os bancos centrais estão


rotineiramente envolvidos nos mercados financeiros internacionais através de
intervenção cambial. Além disso, outras agências governamentais frequentemente
emprestam no exterior. Os governos de países em desenvolvimento e as empresas
estatais têm emprestado substancialmente de bancos comerciais estrangeiros.

Por qualquer medida, a escala das operações no mercado de capitais internacional tem
crescido muito mais rapidamente do que o PIB mundial desde o início dos anos 1970. Um fator
importante nesse desenvolvimento é que, começando com o mundo industrial, os países têm
progressivamente eliminados os obstáculos ao fluxo de capital privado através das suas
fronteiras.
Bancarização Offshore e Troca de moeda Offshore
Uma das características mais comuns dos de hoje setor bancário comercial é que as atividades
bancárias tornaram-se globalizadas como os bancos têm ramificações fora de seus países de
origem em centros financeiros estrangeiros.

O termo operação bancária offshore é usado para descrever o negócio que os representações
(agencias, sucursais, etc.) dos bancos locais no estrangeiro conduzem fora de seus países de
origem. Os bancos podem realizar negócios no estrangeiro através de qualquer um dos três
tipos de instituições:

1. Uma agência localizada no exterior, que organiza empréstimos e transferências de


fundos, mas não aceita depósitos.
2. Uma subsidiária banco localizada no exterior. A subsidiária de um banco estrangeiro
difere de um banco local apenas em que um banco estrangeiro é o proprietário
controlador. Subsidiarias estão sujeitas às mesmas regras que os bancos locais, mas
não estão sujeitos aos regulamentos do país de origem do banco.
3. A sucursal estrangeira, que é simplesmente um escritório do banco local em outro
país. Sucursais fazem o mesmo negócio que os bancos locais e são geralmente sujeitos
a regulamentações bancárias locais e domésticos. Muitas vezes, porém, as sucursais
podem tirar partido das diferenças de regulamentação transfronteiras.

O crescimento da troca de moeda offshore tem andado de mãos dadas com a de operação
bancária offshore. Um depósito no exterior é simplesmente um depósito bancário
denominados em outra moeda que não a do país em que reside o banco, por exemplo,
depósitos de ienes em um banco de Londres ou depósitos em dólares em Zurique. Muitos dos
depósitos negociados no mercado de câmbio são depósitos offshore.

A importância das assimetrias regulatórias


A história mostra como o crescimento do comércio mundial, o regulamento financeiro e as
considerações políticas todos ajudaram a formar o atual sistema. O principal fator por trás da
rentabilidade contínua de negociação nas moedas é, no entanto, regulamentar: Na formulação
de regulamentos bancários, os governos nos principais centros de moeda discriminam entre
depósitos denominados em moeda locais e os denominados em outros e entre as transações
com os clientes domésticos e aqueles com os clientes estrangeiro. Depósitos em moeda
nacional, geralmente são mais fortemente regulados, como forma de manter o controle sobre
a oferta de moeda doméstica, enquanto os bancos recebem mais liberdade em seus negócios
em moedas estrangeiras.

Assimetrias regulatórias explicam por que os centros financeiros cujos governos


historicamente impuseram o menor número de restrições sobre a actividade bancária em
moeda estrangeira tornaram-se os principais centros de transação de moeda estrangeira.
Londres é a líder nesse aspecto, mas foi seguido por Luxemburgo, Bahrain, Hong Kong e outros
países que competiram para o negócio bancário internacional, diminuindo as restrições e os
impostos sobre operações de bancos estrangeiros dentro de suas fronteiras.
O Sistema Bancário Sombra (Paralelo)
Nas últimas décadas, uma grande assimetria regulatória tem surgido entre os bancos e que é
muitas vezes referido como o sistema bancário Sombra (paralelo). Hoje em dia, inúmeras
instituições financeiras fornecem serviços de pagamento e de crédito semelhantes aos que os
bancos oferecem. Fundos mútuos do mercado monetário dos Estados Unidos, por exemplo,
prestam serviços de cheques para os clientes e também são grandes jogadores na concessão
de crédito a empresas e na concessão de empréstimos de dólares para bancos fora dos Estados
Unidos. Os bancos de investimento também deram crédito a outras entidades, oferecendo
serviços de pagamento. O sistema bancário sombra tem desenvolvido mecanismos de
investimento que são patrocinados por bancos, mas são supostamente independente dos
próprios balanços dos bancos. No entanto, os bancos sombra têm geralmente sido
minimamente regulamentado em relação aos bancos comerciais.

Por que esse foi o caso? Historicamente, os formuladores de política monetária têm visto
bancos como o principal foco de preocupação devido à sua centralidade para o sistema de
pagamentos e para a implementação da política monetária. Mas o sistema bancário sombra
tem crescido dramaticamente. Os ativos totais do setor bancário sombra são difíceis de medir
com precisão.

Além disso, os bancos sombra estão intimamente ligados com os bancos como credores e
devedores. Como resultado, a estabilidade da rede bancário sombra não pode ser facilmente
divorciado da dos bancos: Se um banco sombra começa a ter problemas, por isso, podem os
bancos que emprestaram dinheiro a ele. Isto tornou-se dolorosamente claro durante a crise
financeira global 2007-2009.

Regulação bancária internacional


Muitos observadores acreditam que a natureza de laissez-faire da atividade bancária global até
agora deixou o sistema financeiro mundial vulneráveis a falha de banco em uma escala maciça.
A crise financeira de 2007-2009 suporta essa crença. Que medidas os governos haviam tomado
antes de 2007 para reduzir o risco bancário?

O problema da falência do banco


Um banco falha quando ele é incapaz de cumprir as suas obrigações para com os seus
depositantes e outros credores. Os bancos usam fundos emprestados para fazer empréstimos e
comprar outros ativos, mas alguns dos mutuários do banco podem encontrar-se incapaz de
reembolsar os seus empréstimos, ou os ativos do banco podem diminuir de valor por algum
outro motivo. Quando isso acontece, o banco pode ser incapaz de pagar suas dívidas de curto
prazo, incluindo depósitos, que são em grande parte pagáveis à vista.

Uma característica peculiar da banca é que a saúde financeira de um banco depende da


confiança dos depositantes no valor de seus ativos. Se os depositantes passaram a acreditar
que muitos dos ativos do banco caíram em valor, cada um tem um incentivo para retirar seus
fundos e colocá-los em um banco diferente. Um banco confrontado com a perda maciça de
depósitos é provável que feche as suas portas, mesmo que o lado do activo do balanço é
fundamentalmente saudável. A razão é que muitos ativos bancários são ilíquidos e não podem
ser vendidos rapidamente para atender às obrigações de depósito, sem perda substancial para
o banco. Se uma atmosfera de pânico financeiro desenvolve, portanto, falha de banco não
pode ser limitada aos bancos que administram mal os seus bens. É do interesse de cada
depositante a retirar seu dinheiro de um banco, se todos os outros depositantes estão fazendo
o mesmo, mesmo quando os ativos do banco são, basicamente, de saudáveis.

Falências de bancos, obviamente, causar danos financeiros graves sobre os depositantes


individuais que perdem seu dinheiro. Mas para além destas perdas individuais, falência
bancária pode prejudicar a estabilidade macroeconómica da economia. Problemas num banco
pode facilmente se espalhar para grande parte de bancos mais saudáveis, se eles forem
suspeitos de terem emprestado para o banco que está em apuros. Tal perda geral de confiança
nos bancos prejudica o sistema de crédito e pagamentos em que a economia funciona. A onda
de falências de bancos pode trazer uma redução drástica na capacidade do sistema bancário
para o financiamento de investimentos, despesas, bens de consumo duráveis, e outros,
reduzindo assim a demanda agregada e lidando assim para uma recessão. Há fortes evidências
de que a sequência de encerramento de bancos norte-americanos na década de 1930 ajudou a
iniciar e piorar a Grande Depressão, e pânico financeiro certamente agravou a recessão
mundial severa que começou em 2007.

Dado que as potenciais consequências de um colapso do sistema bancário são tão prejudiciais,
os governos tentam evitar falências bancárias por meio de extensa regulamentação de seus
sistemas bancários domésticos. Ao próprios bancos bem geridos tomam precauções contra o
fracasso, mesmo na ausência de regulamentação, mas os custos do fracasso estendem muito
além dos proprietários do banco. Assim, alguns bancos, tendo em conta a sua própria
auto-interesse, mas ignorando os custos de falência bancária para a sociedade, podem ser
levados a assumir um nível de risco maior do que o que é socialmente óptimo. Além disso, até
mesmo os bancos com estratégias de investimento prudentes podem falhar se os rumores de
problemas financeiros começam a circular.

Na maioria dos países, uma ampla "rede de segurança", foi criado para reduzir o risco de
falência do banco. As principais garantias são:

1. O seguro de depósito. Um legado das históricas “corridas” aos bancos causados pela
Grande Depressão da década de 1930 é o seguro de depósito. Por exemplo, nos
Estados Unidos, existe a Corporação Federal do Seguro de Deposito (FDIC) que garante
os depositantes dos bancos contra perdas de até um limite de corrente de US $
250.000. Os bancos são obrigados a fazer contribuições para o FDIC para cobrir o custo
deste seguro. Seguro FDIC desencoraja a "corrida" aos bancos, porque os pequenos
depositantes, sabendo as suas perdas serão garantidas por parte do governo, não têm
mais um incentivo para retirar seu dinheiro só porque os outros estão fazendo isso. A
ausência de seguro do governo é uma das razões para a regulamentação relativamente
leve de operações offshore dos bancos, bem como do sistema bancário paralelo.

2. As reservas mínimas. As reservas obrigatórias são um possível instrumento de política


monetária, influenciando a relação entre a base monetária e os agregados monetários.
Ao mesmo tempo, as reservas mínimas forçar o banco a manter uma parte de seus
ativos na forma líquida que é facilmente mobilizadas para atender as saídas repentinas
de depósito. Por exemplo, em Angola, os bancos são obrigados a fazer um depósito de
garantia no BNA para iniciarem as operações.

3. Os requisitos de capital e restrições de ativos. A diferença entre os ativos de um banco


e de seus passivos, iguais a equidade líquido do banco, também é chamada de capital
do banco. Capital do banco é a equidade que os accionistas do banco adquirem
quando compram ações do banco, e uma vez que é igual à parcela dos ativos do banco
que não está em dívida para com os depositantes e outros credores, que dá ao banco
uma margem extra de segurança no caso de alguns dos seus ativos vão mal. Outras
regras impedem os bancos de detenção de activos que são "muito arriscado", como
ações ordinárias, cujos preços tendem a ser voláteis. Os bancos também têm de lidar
com regras contra empréstimos muito grande numa fração de seus ativos a um único
cliente particular ou a um único mutuário de governo estrangeiro.

4. Examinação (avaliação/monitoria) Bancaria. Supervisores do governo têm o direito de


examinar os livros de um banco para garantir a conformidade com os padrões de
capital dos bancos e outras regulamentações. Os bancos podem ser forçados a vender
ativos que o examinador considere demasiado arriscado ou para ajustar seus balanços,
escrevendo os empréstimos, o examinador acha que não será reembolsado. Em alguns
países, o banco central é o principal supervisor bancário, enquanto em outros a
autoridade de supervisão financeira separado lida com esse trabalho.

5. Emprestador de última instância. Os bancos podem emprestar a partir da intervalo de


redesconto do banco central ou de outras facilidades que o banco central pode
disponibilizar. Enquanto os empréstimos para os bancos é uma ferramenta de gestão
monetária, o banco central também pode usar o desconto para evitar pânicos
bancários. Uma vez que um banco central tem a capacidade de criar moeda, pode
emprestar para bancos que enfrentam enormes saídas de depósitos, tanto quanto eles
precisam para satisfazer as reivindicações dos seus depositantes. Quando o banco
central age desta forma, ele está agindo como um emprestador de última instância
(EUI) para o banco. Quando os depositantes sabem que o banco central está agindo
como EUI, eles têm mais confiança na capacidade do banco em resistir a um pânico. A
administração das instalações de EUI é complexa, no entanto. Se os bancos acharem
que o banco central vai sempre socorrê-los, eles vão assumir riscos excessivos. Assim,
o banco central deve tornar o acesso aos seus serviços EUI condicionais sobre a boa
gestão.

6. Salvamentos organizados pelo governo. Quando todo o resto falha, o banco central ou
as autoridades fiscais podem organizar a compra de um banco em dificuldades por
instituições saudáveis, às vezes jogando seu próprio dinheiro no negócio como um
aliciante. Neste caso, a falência é evitado graças à intervenção do governo como um
gestor de crises, mas talvez à custa do público.
Lição 11 – Países em Desenvolvimento: Crescimento, Crise e
Reforma
Até agora, estudamos as interações macroeconómicas entre economias de mercado com
desenvolvimento médio a alta. Estes países têm o nível de capital e de mão-de-obra qualificada
necessária, e são também politicamente estáveis gerando assim altos níveis de renda para seus
moradores.

Ao longo das décadas seguintes à Segunda Guerra Mundial, o comércio entre países em
desenvolvimento e nações industrializadas se expandiu. Por sua vez, as relações mais amplas
entre os dois grupos de economias tornaram cada grupo mais dependente do que antes sobre
a saúde econômica do outro. Eventos em países em desenvolvimento, portanto, têm um
impacto significativo no bem-estar e políticas nas economias mais avançadas. Desde a década
de 1960, alguns países que antes eram pobres têm aumentado seu nível de vida drasticamente,
enquanto muitos deles caíram ainda mais para trás. Ao compreender essas contrastantes
experiências de desenvolvimento, podemos tirar lições políticas importantes que podem
estimular o crescimento econômico em todos os países.

Rendimento, riqueza, e crescimento da economia mundial


A pobreza é o problema básico que os países em desenvolvimento enfrentam, e escapar da
pobreza é o seu desafio económico e político primordial. Em comparação com as economias
industrializadas, a maioria dos países em desenvolvimento são pobres em fatores de produção
essenciais para a indústria moderna: o capital e mão-de-obra qualificada. A escassez relativa
desses fatores contribui para os baixos níveis de renda per capita e, muitas vezes impede que
os países em desenvolvimento implementem as economias de escala a partir do qual muitas
nações mais ricas se beneficiam. Mas fator escassez é em grande parte um sintoma de
problemas mais profundos. A instabilidade política, os direitos de propriedade inseguros, e as
políticas econômicas equivocadas frequentemente têm desencorajado o investimento em
capital e habilidades, além de reduzir a eficiência econômica de outras maneiras.

O fosso entre ricos e pobres


As economias do mundo podem ser divididas em quatro categorias principais de acordo com
seus níveis de renda per capita anuais: (1) Países de baixa renda (inclui o Afeganistão,
Bangladesh, Nepal, Camboja, e Haiti, juntamente com partes da África subsaariana); (2) Países
de renda média-baixa (incluindo China, Índia, Paquistão, Filipinas, Indonésia, vários países do
Oriente Médio, muitos países da América Latina e do Caribe, muitos ex-países soviéticos, e a
maioria dos restantes países africanos);(3) Países de renda média-alta (inclui os países
latino-americanos restantes, alguns países africanos, vários países do Caribe, Turquia, Malásia,
Polónia, Letónia, Lituânia e Rússia); e (4) Países de alta renda (inclui os países desenvolvidos; os
restantes países do Caribe; alguns dos países anteriormente em desenvolvimento, como Israel,
Coréia e Singapura; os ricos em petróleo como o Kuwait e da Arábia Saudita, e alguns países da
Europa de Leste como as Repúblicas Checa e Eslovaca, Hungria e Estónia). Tabela 1 mostra a
média de níveis de renda per capita anual em 2008 para estes grupos de países, juntamente
com um outro indicador de bem-estar econômico, a esperança média de vida à nascença.
Tabela 1 ilustra as grandes disparidades nos níveis de renda internacionais próximas ao início
do século 21. Rendimento médio nacional per capita nas economias mais ricas é 76 vezes
maior do que a média dos países em desenvolvimento mais pobres. Mesmo os países de renda
média alta desfrutam apenas cerca de um quinto da renda per capita do grupo industrializado.
Os números de expectativa de vida geralmente reflectem diferenças internacionais nos níveis
de renda. Média de vida a nascença diminui assim que os níveis relativos a pobreza aumentam.

Tabela 1 – Indicadores do bem-estar económico em quatro grupos de países, níveis de 2008

Grupo de Renda GDP per capita Esperança de vida


(USD níveis de 2008) (anos)
Baixa Renda 523,00 60
Renda Media-Baixa 2.073,00 70
Renda Media-Alta 7,852,00 75
Renda Alta 39.688,00 83
Fonte: Banco mundial, 2008
A expectativa de vida reflecte uma média simples de mulheres e homens.

Tabela 1A – Indicadores do bem-estar económico em quatro grupos de países, níveis de 2013

Grupo de Renda PIB per capita Esperança de Vida


(dados de 2013 em USD) (media de anos)
Renda Baixa $1.045,00 ou Menos 61,6
Renda Media-Baixa $1,046 a $4,125 66,2
Renda Media-Alta $4,126 to $12,745 74,2
Renda Alta $12,746 ou mais 79,3

Será que o intervalo de renda diminuiu ao longo do tempo?


Explicando as diferenças de renda entre os países é uma das metas mais antigas da economia.
Desde pelo menos os dias dos mercantilistas, os economistas têm procurado não só explicar
por que a renda dos países diferem em um determinado ponto no tempo, mas também
resolver o quebra-cabeça mais difícil de por que alguns países se tornam ricos, enquanto
outros estagnam.

Durante o período de 1960 a 2007, os Estados Unidos cresceu em aproximadamente a taxa per
capita anual de 2 para 2,5 por cento que muitos economistas argumentam é o máximo de
longo prazo para uma economia madura. Os países industrializados que eram mais prósperos
em 1960 em geral cresceram a taxas mutuamente comparáveis. Como resultado, suas
diferenças de renda, em comparação com os Estados Unidos mudou relativamente pouco. Os
mais pobres países industrializados a partir de 1960, no entanto, muitas vezes, cresceram
muito mais rapidamente do que os Estados Unidos, em média, e, como resultado, sua renda
per capita tende a acercar-se ao dos Estados Unidos.

Existe uma tendência para as diferenças entre os padrões de vida dos países industrializados a
diminuir durante a era pós-guerra. A teoria por trás desta observada convergência na renda
per capita é enganosamente simples. Se o comércio é livre, se o capital pode se mover para
países que oferecem os maiores retornos, e se o capital humano move para os países que
têm acesso a tecnologias de produção de ponta, então não há razão para as diferenças de
renda internacionais persistir por muito tempo. Algumas lacunas persistem na realidade por
causa das diferenças políticas entre os países industriais; no entanto, as forças anteriores de
convergência parece ser forte o suficiente para manter a renda de um país industrial mais ou
menos no mesmo patamar. Lembre-se, também, que as diferenças na produção per capita
podem exagerar as diferenças de produção por trabalhador empregado, porque a maioria dos
países industriais têm taxas de desemprego mais elevadas e menores taxas de participação na
força de trabalho do que os Estados Unidos.

Não vemos grandes discrepâncias nas taxas de crescimento de longo prazo entre os diferentes
grupos de países regionais, mas nenhuma tendência geral para os países mais pobres a crescer
mais rapidamente. Vários países da África Subsaariana, embora na parte inferior da escala de
renda do mundo, têm crescido (para a maioria dos anos do pós-guerra) a rácios muito
inferiores aos do crescimento países industrializados. O crescimento também tem sido
relativamente lenta na América Latina, onde apenas alguns países (nomeadamente Brasil e
Chile) ultrapassaram a taxa de crescimento dos Estados Unidos, apesar dos níveis de renda
mais baixa.

Em contraste, os países do Leste Asiático têm tendência a crescer a taxas muito superiores às
dos países industrializados. Coréia do Sul, com um nível de renda abaixo do Senegal em 1960,
tem crescido a melhor do que 5 por cento ao ano (em termos per capita) e, desde então, em
1997, foi classificada como um país em desenvolvimento de alta renda pelo Banco Mundial.
Taxa de crescimento de médio anual 5,2 por cento Singapura da mesma forma impulsionou-o
ao status de alta renda. Alguns dos países da Europa de Leste que viveram sob o domínio
soviético até 1989 também transitaram rapidamente para as faixas de renda superiores.

Um país que pode conseguir uma taxa de crescimento anual de 3 por cento verá o seu
rendimento real per capita a duplicar a cada geração. Mas, nas taxas de crescimento
observadas nos países do Leste Asiático, como Hong Kong, Singapura, Coréia do Sul e Taiwan,
a renda real per capita aumenta em cinco vezes a cada geração!

O que explica os padrões de crescimento de longo prazo nitidamente divergentes? A resposta


está nas características econômicas e políticas dos países em desenvolvimento e as formas que
estes mudaram ao longo do tempo em resposta a ambos os eventos mundiais e as pressões
internas. As características estruturais dos países em desenvolvimento também têm ajudado a
determinar o seu sucesso na perseguição de objectivos macroeconómicos chave para além do
crescimento rápido, tais como baixa inflação, baixo desemprego e estabilidade do setor
financeiro.

Características estruturais dos países em desenvolvimento


Os países em desenvolvimento são muito diferentes entre si nos dias de hoje, e não existe uma
lista única de características "típicas" que descreveria com precisão todos os países em
desenvolvimento. No início de 1960, esses países eram muito mais semelhantes entre si em
suas abordagens à política, a política macroeconómica, e outras intervenções do governo
comércio na economia. Então, as coisas começaram a mudar. Países do Leste Asiático
abandonaram a industrialização substitutiva de importações, abraçando em vez uma estratégia
de desenvolvimento orientada para a exportação. Esta estratégia revelou-se muito
bem-sucedida. Mais tarde, os países da América Latina reduziram as barreiras comerciais
tentando controlar o papel do governo na economia, reduzir alta inflação, e, em muitos casos,
abrir as contas de capital às transações privadas. Estes esforços, inicialmente, teve um sucesso
misto, mas cada vez mais estão a dar frutos.

Enquanto muitos países em desenvolvimento reformaram suas economias para se aproximar


das estruturas das economias industriais bem-sucedidas, o processo permanece incompleto e
a maioria dos países em desenvolvimento tendem a ser caracterizado por pelo menos algumas
das seguintes características:

1. Há uma história de um grande controlo direto do governo na economia, incluindo as


restrições ao comércio internacional, propriedade do governo ou controle de grandes
empresas industriais, controle direto do governo de transações financeiras internas, e
um alto nível de consumo do governo como proporção do PIB. Os países em
desenvolvimento são muito diferentes entre si, na medida em que o papel do governo
na economia foi reduzido nestas diversas áreas ao longo das últimas décadas.

2. Existe um histórico de inflação alta. Em muitos países, o governo não foi capaz de
pagar por seus gastos pesados e as perdas de empresas estatais só por meio de
impostos. A evasão fiscal era galopante, e muita atividade económica foi impulsionada
para o mercado ilegal, assim foi mais fácil simplesmente imprimir dinheiro.
Senhoriagem é o nome economistas dão aos recursos reais um governo ganha quando
se imprime dinheiro que gasta em bens e serviços. Quando seus governos foram
expandindo a liquidez continuamente para extrair altos níveis de senhoriagem, os
países em desenvolvimento experimentaram inflação e até mesmo a hiperinflação.

3. Onde os mercados financeiros domésticos foram liberalizados, as instituições de


créditos fracos abundam. Bancos frequentemente fornecem créditos que têm
emprestado para financiar projectos muito arriscados. Os empréstimos podem ser
feitos com base em conexões pessoais ao invés de retornos potenciais, e as garantias
do governo contra a fragilidade financeira, tais como supervisão bancária, tendem a
ser ineficazes devido à incompetência, inexperiência e fraude absoluta. Embora o
comércio público em ações desenvolveu-se em muitos mercados emergentes, é
geralmente mais difícil nos países em desenvolvimento para os accionistas
descobrirem como o dinheiro de uma empresa está sendo gasto ou para controlar
gerentes de empresas. O quadro jurídico para a resolução de posse de bens em caso de
falência normalmente também é fraco. Não obstante a recente instabilidade nos
mercados financeiros de países avançados, ainda é verdade que, por comparação, os
mercados financeiros dos países em desenvolvimento continuam a ser menos eficazes
em direccionar poupanças para os seus usos mais eficientes de investimento. Como
resultado, os países em desenvolvimento continuam a ser ainda mais propenso a crise.

4. Sempre que as taxas de câmbio não estão atrelados a título definitivo (como na China),
eles tendem a ser gerenciado mais fortemente por governos de países em
desenvolvimento. As medidas do governo para limitar a flexibilidade da taxa de câmbio
reflectem tanto um desejo de manter a inflação sob controlo e o medo de que as taxas
de câmbio flutuantes estaria sujeito a enorme volatilidade nos mercados relativamente
limitados para as moedas de países em desenvolvimento. Há uma história de alocação
de divisas por meio de decreto do governo, em vez de através do mercado, uma prática
(chamado de controle de câmbio) que alguns países em desenvolvimento ainda
mantêm. A maioria dos países em desenvolvimento, em particular, tentam controlar os
movimentos de capitais, limitando operações de câmbio relacionadas com o comércio
de bens. Mais recentemente, no entanto, muitos mercados emergentes abriram suas
contas de capital.

5. Os recursos naturais ou produtos agrícolas compõem uma parte importante das


exportações para muitos países em desenvolvimento.

6. As tentativas de burlar os controles do governo, impostos e regulamentações têm


ajudado a tornar as práticas de corrupção, como o suborno e extorsão de um modo de
vida em muitos, se não a maioria dos países em desenvolvimento. Embora que em
alguns casos o desenvolvimento da actividade económica ilegal tem ajudado a
eficiência econômica, restaurando um grau de alocação de recursos com base no
mercado, em termos globais, é evidente, a partir dos dados, que a corrupção e a
pobreza andam de mãos dadas.

Endividamento nos países em desenvolvimento


Uma outra característica dos países em desenvolvimento é crucial para entender os seus
problemas macroeconómicos: Muitos dependem fortemente de fluxos financeiros no exterior
para financiar o investimento interno.

A Economia De fluxos financeiros para países em desenvolvimento


Lembre-se da identidade que liga a poupança nacional, S, o investimento interno, I, e o saldo
em conta corrente, se a poupança nacional está aquém do investimento doméstico, a
diferença é igual ao déficit em conta corrente. Por causa da pobreza e das instituições
financeiras pobres, a poupança nacional, muitas vezes é baixa nos países em desenvolvimento.
Porque estes mesmos países são relativamente pobres em capital, no entanto, as
oportunidades para rentavelmente introduzir ou ampliar instalações e equipamentos pode ser
abundante. Tais oportunidades justificar um alto nível de investimento. Ao executar um déficit
em sua conta corrente, um país pode obter recursos do exterior para investir, mesmo que o seu
nível de poupança interna é baixa. No entanto, um déficit em conta corrente implica que o país
está tomando emprestado no exterior. No retorno para poder importar mais mercadorias
estrangeiras hoje do que suas exportações atuais podem pagar, o país deve prometer pagar
no futuro os juros e principal de empréstimos ou os dividendos de acções de empresas
vendidas a estrangeiros.

Assim, grande endividamento dos países em desenvolvimento poderia ser explicada pelos
incentivos para o comércio intertemporal examinados anteriormente.

Note-se que os países em desenvolvimento, quando emprestado para realizar investimentos


produtivos de que eles não seriam capazes de realizar, tanto eles como os credores colher
ganhos do comércio. Mutuários ganham porque eles podem construir os seus estoques de
capital apesar das economias nacionais limitadas. Os credores ganhar simultaneamente porque
eles ganham maiores retornos para suas economias do que poderia ganhar em casa.
Enquanto o raciocínio acima fornece uma base racional para o desenvolvimento de déficits
externos dos países e da dívida, isso não implica que todos os empréstimos de países
desenvolvidos para países em desenvolvimento são justificados. Os empréstimos que
financiam investimentos não rentáveis exemplo-para, grandes shoppings que nunca são
ocupados, ou a importação de bens de consumo podem resultar em dívidas que os devedores
não podem pagar.

O Problema da inadimplência

Ganhos potenciais de empréstimo internacional não será realizado a menos que os credores
estão confiantes de que será reembolsado. Um empréstimo está inadimplente quando o
devedor, sem o consentimento do credor, não pagar dentro do prazo de acordo com o
contrato de empréstimo. Ambos instabilidade social e política nos países em desenvolvimento,
bem como as fraquezas frequentes em suas finanças públicas e instituições financeiras,
torná-lo muito mais arriscado emprestar para o desenvolvimento do que para os países
industrializados. E, de fato, a história dos fluxos financeiros para os países em desenvolvimento
está repleto de destroços de crises financeiras e contratos de empréstimos inadimplentes:

1. No início do século 19, um número de estados americanos tornaram-se inadimplentes


em empréstimos europeus que tinham contraído para financiar a construção de canais.

2. Ao longo do século 19, os países latino-americanos tiveram problemas de reembolso.


Isso foi particularmente verdadeiro para a Argentina, que desencadeou uma crise
financeira global em 1890 (a crise de Baring) quando ele se mostrou incapaz de
cumprir as suas obrigações.

3. Em 1917, o novo governo comunista da Rússia repudiou as dívidas externas que


haviam sido feitas pelos governantes anteriores. Os comunistas fecharam a economia
soviética para o resto do mundo e embarcaram em um programa de desenvolvimento
econômico centralmente planejado, que foi muitas vezes brutalmente executada.

4. Durante a Grande Depressão dos anos 1930, a atividade econômica mundial entrou em
colapso e os países em desenvolvimento se viram excluídos dos mercados de
exportação dos países industrializados por um muro de protecção. Quase todos os
países em desenvolvimento ficaram inadimplentes nas suas dívidas externas, como
resultado, e os fluxos financeiros privados para os países em desenvolvimento secou
por quatro décadas. Mesmo alguns países industrializados, como a Alemanha nazista,
ficaram inadimplentes.

5. Alguns países em desenvolvimento ficaram inadimplentes nas últimas décadas. Por


exemplo, em 2005, após longas negociações, a maioria dos credores privados da
Argentina concordaram que se contentar com apenas um terço dos valores contratuais
dos seus créditos sobre o país.

Contracções acentuadas na produção e no emprego de um país, invariavelmente ocorrem


depois de uma parada repentina em que o país de repente perde o acesso a todas as fontes
externas de fundos. Em um nível muito básico, a necessidade de tais contracções pode ser visto
a partir da identidade da conta corrente, Imagine que um país está executando um déficit em
conta corrente que é de 5 por cento do seu PIB inicial, quando, de repente, os credores
estrangeiros ficar com medo de inadimplência e cortam todos os novos empréstimos. Uma vez
que esta ação obriga o saldo em conta corrente a ser, pelo menos, zero, a identidade diz-nos
que, por uma combinação de uma queda do investimento ou um aumento na poupança, deve
elevar-se imediatamente em pelo menos 5 por cento. A queda acentuada na demanda
agregada necessária deprime necessariamente o output do país de forma dramática. Mesmo
que o país não estavam à beira da inadimplência inicialmente – imagine que os credores
estrangeiros foram originalmente tomado por um pânico súbito irracional – a contracção dura
no output nacional tornaria a inadimplência uma possibilidade real.

Formas alternativas de entrada de fundos


Quando um país em desenvolvimento tem um déficit em conta corrente, que está vendendo
ativos aos estrangeiros para financiar a diferença entre os seus gastos e a sua renda. Embora
tenhamos aglomeradas essas vendas de ativos em conjunto sob o termo genérico devedor, as
entradas financeiras que financiam os déficits dos países em desenvolvimento (e, de fato,
deficit de qualquer país) pode assumir várias formas. Diferentes tipos de fluxos financeiros têm
predominado em diferentes períodos históricos. Como diferentes obrigações para com os
credores estrangeiros resultam, uma compreensão do cenário macroeconómico nos países em
desenvolvimento requer uma análise cuidadosa das cinco principais canais através dos quais
esses países financiaram seus déficits externos.

1. Financiamento por títulos. Os países em desenvolvimento têm, por vezes vendidos


títulos para cidadãos estrangeiros privados para financiar seus déficits. Financiamento
por títulos foi dominante no período até 1914 e nos anos entre guerras (1918-1939).
Ele recuperou a popularidade depois de 1990, como muitos países em
desenvolvimento tentaram liberalizar e modernizar seus mercados financeiros.

2. Financiamento bancário. Entre o início da década de 1970 e final de 1980, os países


em desenvolvimento emprestaram extensivamente de bancos comerciais nas
economias avançadas. Em 1970, cerca de um quarto do financiamento externo dos
países em desenvolvimento foi fornecido pelos bancos. Em 1981, os bancos
forneceram uma quantidade de finanças aproximadamente igual ao agregado déficit
em conta corrente dos países em desenvolvimento não-petrolíferos para esse ano. Os
bancos ainda emprestaram diretamente aos países em desenvolvimento, mas em 1990
a importância do crédito bancário diminuiu.

3. Empréstimos Oficial. Os países em desenvolvimento, por vezes emprestam de agências


oficiais estrangeiras, como o Banco Mundial. Esses empréstimos podem ser feitos em
uma base "concessional", ou seja, com taxas de juros abaixo do mercado, ou numa
base de mercado, o que permite que o credor ganhe a taxa de retorno do mercado.
Durante o período pós-Segunda Guerra Mundial, o crédito oficial fluindo para as
nações em desenvolvimento têm diminuído em relação aos fluxos totais, mas
continuam a ser dominante para alguns países, por exemplo, a maioria das pessoas na
África sub-saariana.

4. O investimento estrangeiro direto. Em investimento estrangeiro direto, uma empresa


mormente de propriedade de residentes estrangeiros adquire ou amplia uma filial ou
fábrica localizada no país em desenvolvimento. Desde a Segunda Guerra Mundial, o
investimento estrangeiro direto tem sido uma fonte importante de capital de forma
consistente dos países em desenvolvimento.

5. O investimento no Portfolio de possessão de empresas. Desde o início de 1990, os


investidores de países desenvolvidos têm demonstrado um aumento do apetite para a
compra de ações de empresas em países em desenvolvimento. A tendência tem sido
reforçada pelos esforços de muitos países em desenvolvimento no momento da
privatização, ou seja, a venda a proprietários privados de grandes empresas estatais
em áreas-chave, tais como energia eléctrica, telecomunicações e petróleo.

O problema do "pecado original"


Quando os países em desenvolvimento incorrer em dívidas a estrangeiros, essas dívidas são
esmagadoramente denominados em termos de uma ou outra moeda estrangeira – o US dólar,
o euro ou o iene. Esta prática não é uma questão de escolha. Em geral, os credores de países
mais ricos, temendo a desvalorização extrema e da inflação que ocorreu tantas vezes no
passado, insistem que os países mais pobres façam a promessa de reembolsá-los nas próprias
moedas dos credores. Em contraste, os países mais ricos normalmente pode pedir em termos
de suas próprias moedas. Assim, os Estados Unidos emprestam dólares de estrangeiros, a
Grã-Bretanha pede libras esterlinas, etc.

Para estes países mais ricos, a capacidade para denominar suas dívidas externas em suas
próprias moedas, mantendo ativos estrangeiros denominados em moedas estrangeiras, é uma
vantagem considerável. Por exemplo, suponha que uma queda na demanda mundial por
produtos norte-americanos leva a uma depreciação do dólar. Vimos que tal depreciação pode
amortecer a produção e o emprego nos Estados Unidos. O portfólio de ativos e passivos
externos dos EUA, de fato, obtém uma vantagem adicional: dado que os ativos dos EUA são
principalmente denominados em moedas estrangeiras, o valor em dólares desses ativos sobe
quando o dólar se desvaloriza em relação às moedas estrangeiras. Ao mesmo tempo, porque
os passivos externos dos EUA são predominantemente (cerca de 95 por cento) em dólares, o
valor do dólar sobe muito pouco. Assim, uma queda na demanda mundial por produtos
norte-americanos leva a uma transferência de riqueza substancial de estrangeiros para os
Estados Unidos, uma espécie de pagamento de seguro internacional.

Para os países pobres que têm de pedir emprestado em uma moeda estrangeira, uma queda
na demanda de exportação tem o efeito oposto. Como os países mais pobres tendem a ser
devedores líquidos nas principais moedas estrangeiras, uma depreciação da moeda nacional
provoca uma transferência de riqueza para os estrangeiros, elevando o valor da moeda
nacional da dívida externa líquida. Isso equivale a seguro negativo!

Um país que pode tomar emprestado no exterior em sua própria moeda pode reduzir os
recursos reais que ela deve aos estrangeiros, sem entrar em inadimplência, simplesmente
desvalorizando sua moeda. Um país em desenvolvimento forçados a tomar empréstimos em
moeda estrangeira não tem essa opção, e pode reduzir o que deve aos estrangeiros somente
através de algum tipo de inadimplência.
O termo “pecado original” descreve a incapacidade dos países em desenvolvimento em
contrair empréstimos em sua própria moeda.

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