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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM

NÚCLEO DE PRÁTICA DE CIÊNCIA JURÍDICA


LABORATÓRIO DE PRÁTICA JURÍDICA EMPRESARIAL - 2023

À Secretaria do NPCJ À Secretaria do NPCJ

Encaminhe-se à orientação para análise e atribuição de hora(s)/atividade.

Atribua(m)-se _____(______) hora(s) atividade.


Araçatuba, _________/_________/2023.

Araçatuba, _________/_________/2023.

Profª. .Cibele Rodrigues


Prof(a). Orientador(a)
Coordenadora do NPCJ

Professor Daniel Barile da Silveira

Prof(a). Orientador(a)
ACADÊMICO(A) CLARA BEATRIZ VIEIRA GALHARDO RA 214001

ARAÇATUBA, 27 DE FEVEREIRO DE 2023.

TERMO NATUREZA OBJETO

9º PETIÇÃO PETIÇÃO INICIAL 2 – AÇÃO RENOVATÓRIA DE


LOCAÇÃO COMERCIAL

DIREITO EMPRESARIAL
CARGA HORÁRIA 05 (cinco) horas/atividade
ACADÊMICO(A) -
DATA DE ENTREGA 28/02/22
_________________________________________
PROBLEMA
______RA_______________
Distribuidora de Medicamentos Mundo Novo Ltda. foi dissolvida em razão do falecimento do sócio
Pedro Gomes, ocorrido_______________
ARAÇATUBA, em 2013, com fundamento DE no Art. 1.035 do Código Civil. A sociedade foi
constituída, em 1997 , para atuar na comercialização de medicamentos e sempre atuou nesta atividade.
_________________________________________
Para manter a clientela do estabelecimento, mesmo após a dissolução da sociedade, Iguatemi, única
DE 2022.
sócia de Pedro Gomes, requereu seu registro como empresária individual, e, com o deferimento,
TERMO agora em nome
prosseguiu, NATUREZA
próprio, a empresa antes OBJETO
exercida pela sociedade.

O9ºestabelecimento ondePETIÇÃO PETIÇÃO


foi instalada a sociedade está situado naINICIAL
cidade1de– AÇÃO DECLARATÓRIA
Chapadão DE
do Sul, Estado
de Mato Grosso do Sul. O imóvel é alugado desde a constituição da sociedade, FALÊNCIA sendo locadora a
Imobiliária Três Lagoas Ltda. A vigência inicial do contrato foi de 3 (três) anos, tendo sido celebrados
DIREITO EMPRESARIAL e PROCESSUAL
contratos posteriores por igual prazo, sucessiva e ininterruptamente.
CIVIL Durante a vigência do último
contrato,
CARGA que expirou em setembro de 2015, a sociedade
HORÁRIA 04 limitada
(QUATRO) foihoras/atividade
dissolvida. Diante da continuidade
da empresa posterior à dissolução da sociedade limitada, por Iguatemi, como empresária individual,
DATA
esta DE ENTREGA
procurou o locador e lhe apresentou proposta de21/02/22
novo aluguel, que foi rejeitada sem justificativa
plausível.
PROBLEMA
BELISSIMA
Em INDÚSTRIA
abril de 2014, temendoLTDA. inscrita
o prejuízo ao no Cadastro Nacional
estabelecimento de Pessoas
empresarial Jurídicas (CNPJ)
já consolidado, sob o
a perda
n.____, com sede na Rua____, n.____, endereço eletrônico e-mail ____, por seu administrador____,
considerável de clientela e os efeitos nefastos da transferência para outra localidade, Iguatemi procurou
CEP n.____, nesta cidade e comarca de Araçatuba/SP; com contrato social devidamente registrado
perante a JUCESP, segue anexo, por seu procurador infra-assinado (instrumento de mandato) vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE
FELÊNCIA, com fundamento no art. 94, ___, da Lei n. 11.101/2005 [Incisos I, II ou III, dependendo
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sua advogada para que esta propusesse a medida judicial que assegurasse sua permanência no imóvel,
informando que o valor atual do aluguel mensal é de R$ 17.000,00 (dezessete mil reais) e que contratou
seguro de fiança locatícia.

Considerando que na Comarca de Chapadão do Sul/MS existem apenas duas varas (1ª e 2ª),
competindo ao Juiz da 1ª Vara o julgamento de ações cíveis, elabore a peça adequada.

Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
APRESENTAR ROL DE DOCUMENTOS NA PEÇA.
OBSERVAÇÕES
a) Durante a fundamentação jurídica, devem ser citados, no mínimo, dois (01) trecho de texto
doutrinário e três (03) acórdãos, todos pertinentes à matéria, bem como, todos os dispositivos
legais aplicáveis ao caso;
b) Não é necessário instruir a petição com documentos;
c) A petição inicial, enquanto trabalho acadêmico deve observar as regras do Manual de Trabalhos
Acadêmicos da Instituição;
d) Observar os pontos abordados em sala de aula.
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Clara Beatriz Vieira Galhardo
214001

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DE CHAPADÃO DO SUL/MS.

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS MUNDO NOVO LTDA,


empresária individual, CNPJ nº ..., com sede na Rua ..., Chapadão do Sul/MS, por sua
advogada infra-assinada (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fundamento nos artigos 51 a 57 da Lei nº 8.245/91, propor a presente
AÇÃO RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO COMERCIAL em face de IMOBILIÁRIA
TRÊS LAGOAS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº ..., com
sede na Rua ..., Chapadão do Sul/MS, pelos motivos que passa a expor:

1. DOS FATOS
A Distribuidora de Medicamentos Mundo Novo Ltda. foi dissolvida em razão do
falecimento do sócio Pedro Gomes, ocorrido em 2013, com fundamento no Art. 1.035 do
Código Civil. A sociedade foi constituída, em 1997, para atuar na comercialização de
medicamentos e sempre atuou nesta atividade.
Para manter a clientela do estabelecimento, mesmo após a dissolução da
sociedade, Iguatemi, única sócia de Pedro Gomes, requereu seu registro como empresária
individual, e, com o deferimento, prosseguiu, agora em nome próprio, a empresa antes
exercida pela sociedade.
O estabelecimento onde foi instalada a sociedade está situado na cidade de
Chapadão do Sul, Estado de Mato Grosso do Sul. O imóvel é alugado desde a constituição
da sociedade, sendo locadora a Imobiliária Três Lagoas Ltda. A vigência inicial do
contrato foi de 3 (três) anos, tendo sido celebrados contratos posteriores por igual prazo,
sucessiva e ininterruptamente. Durante a vigência do último contrato, que expirou em
Clara Beatriz Vieira Galhardo
214001

setembro de 2015, a sociedade limitada foi dissolvida. Diante da continuidade da empresa


posterior à dissolução da sociedade limitada, por Iguatemi, como empresária individual,
esta procurou o locador e lhe apresentou proposta de novo aluguel, que foi rejeitada sem
justificativa plausível.
Em abril de 2014, temendo o prejuízo ao estabelecimento empresarial já
consolidado, a perda considerável de clientela e os efeitos nefastos da transferência para
outra localidade, Iguatemi procurou sua advogada para que esta propusesse a medida
judicial que assegurasse sua permanência no imóvel, informando que o valor atual do
aluguel mensal é de R$ 17.000,00 (dezessete mil reais) e que contratou seguro de fiança
locatícia.

2. DO DIREITO
2.1.DA TEMPESTIVIDADE
Para aferir a tempestividade da presente ação renovatória, deve-se observar o
disposto no art. 51, § 5º, da Lei nº 8.245/91, segundo o qual a ação deve ser proposta entre
1 ano e 6 meses anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor ou X meses
antes da expiração do contrato em vigor.
No caso em tela, o último contrato celebrado entre as partes expirou em setembro
de 2015, conforme informado na petição inicial. Considerando que a presente ação foi
proposta em abril de 2014, verifica-se que ela foi ajuizada antes do prazo de X meses
previsto na lei.
Nesse sentido, é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa
de julgado:
"PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RENOVATÓRIA DE
LOCAÇÃO COMERCIAL. TEMPESTIVIDADE. RENÚNCIA À
PRORROGAÇÃO DO CONTRATO. PRAZO PRESCRICIONAL.
INTERPRETAÇÃO. SÚMULA 283/STF. 1. A ação renovatória de locação
comercial deve ser proposta nos seis meses anteriores ao término do prazo do
contrato, sob pena de decadência. 2. O fato de a ação renovatória ter sido
proposta dentro do prazo decadencial não implica, necessariamente, sua
tempestividade, pois, se a ação foi proposta depois de escoado o prazo de
locação, a ação renovatória se revela intempestiva. 3. Na hipótese dos autos,
verifica-se que a ação renovatória foi proposta no último dia do prazo legal
de seis meses, antes do término do contrato. 4. A renúncia do direito de
prorrogação não implica a interrupção do prazo prescricional, porquanto não
se confunde com a sua cessação, razão pela qual não pode ser considerada na
aferição da tempestividade da ação renovatória de locação comercial. 5. Não
há contradição entre a Súmula 283/STF e o enunciado nº 12 da Súmula do
extinto Tribunal Federal de Recursos. 6. Recurso especial não provido." (STJ,
REsp 1059016/RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 4ª Turma, DJe 24/6/2014)
Clara Beatriz Vieira Galhardo
214001

Assim, tendo em vista que a presente ação foi proposta dentro do prazo
estabelecido pela legislação aplicável, deve ser reconhecida a sua tempestividade.

2.2.DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


A presente ação encontra fundamento no Art. 51, § 3º, da Lei nº 8.245/91, que
dispõe que, nas ações renovatórias de locação, o direito à renovação é assegurado ao
locatário que atenda aos requisitos legais, mesmo que a propriedade do imóvel tenha sido
transferida a terceiro.
No caso em questão, a Autora, embora dissolvida, continuou a exercer a mesma
atividade empresarial no imóvel alugado, agora por meio de sua sócia única, que requereu
seu registro como empresária individual. Assim, a Autora possui legitimidade ativa para
requerer a renovação da locação, tendo em vista que a atividade empresarial continua a
ser exercida no imóvel objeto do contrato de locação.
De acordo com a doutrina de Fábio Ulhoa Coelho (2019, p. 461)1:
A renovação da locação comercial possui caráter renovatório, ou
seja, busca garantir ao locatário a continuidade da exploração do seu
estabelecimento comercial no mesmo imóvel, que é essencial para a
manutenção da clientela e dos investimentos realizados.

Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem decidido que a ação
renovatória é uma forma de assegurar ao locatário o direito de renovar o contrato de
locação, desde que cumpridos os requisitos legais. Vejamos:
REsp 1.424.843/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta
Turma, julgado em 01/09/2015, DJe 08/09/2015: "O ajuizamento da ação
renovatória de locação comercial tem por objetivo principal assegurar ao
locatário o direito de renovar o contrato de locação, desde que cumpridos os
requisitos legais, previstos no art. 51 da Lei n. 8.245/91, devendo o valor do
aluguel ser fixado em juízo caso não haja acordo entre as partes."

Ademais, a vigência do último contrato de locação celebrado entre as partes


expirou em setembro de 2015, sem que houvesse a formalização de um novo contrato.
Ainda assim, a Autora continuou a ocupar o imóvel, explorando a atividade exercida no
local ininterruptamente por um prazo superior a três anos e assim continuou a efetuar os
pagamentos mensais do aluguel.
Tal fato demonstra a intenção da Autora em manter a relação contratual com o
locador, o que reforça seu direito à renovação da locação. Nota-se que o contrato de
locação a renovar foi celebrado por escrito e com prazo determinado entre às partes.

1
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 26. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
Clara Beatriz Vieira Galhardo
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Outro ponto relevante a ser considerado é que a Autora contratou seguro de fiança
locatícia, o que garante ao locador a plena satisfação dos aluguéis e demais encargos
locatícios, caso ocorra eventual inadimplemento por parte da Autora.
Por fim, destaca-se que a recusa injustificada do locador em renovar a locação
pode acarretar prejuízos irreparáveis à Autora, como a perda da clientela já consolidada e
os efeitos nefastos da transferência da empresa para outra localidade.
Assim, em relação às jurisprudências que corroboram o entendimento exposto
acima, pode-se citar o Recurso Especial nº 1.540.854/SP, em que o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) decidiu que:
“O fato de ter havido alteração da forma jurídica da sociedade que
explora a atividade empresarial locada não afasta a possibilidade de
renovação do contrato de locação, desde que sejam preenchidos os requisitos
legais” (STJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª Turma, julgado em
14/03/2017, DJe 22/03/2017).

Diante do exposto, requer a Autora seja reconhecido seu direito à renovação da


locação, nos termos do Art. 51, da Lei nº 8.245/91, que dispõe sobre as locações dos
imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. O referido dispositivo legal prevê
a possibilidade de renovação compulsória da locação comercial, desde que preenchidos
os requisitos legais, que estão presentes no caso, como demonstrado acima, e que seja
determinada a fixação do novo aluguel, bem como a condenação do locador ao pagamento
das custas processuais e honorários advocatícios.
Ainda de acordo com o Art. 71, incisos IV e V, da Lei nº 8.245/91, a petição incial
está apresentando a indicação das condições oferecidas para a renovação da locação ou,
caso seja o caso, mencionando que a proposta segue anexa ao processo.
Além disso, é importante destacar que a autora contratou seguro de fiança locatícia
com a seguradora [nome da seguradora], inscrita no CNPJ nº..., com endereço na Rua ...,
conforme comprovado pela apólice anexa.

3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a. A procedência do pedido para declarar o direito da autora à renovação do contrato
de locação pelo prazo de 5 anos nas condições por ela propostas;
b. A citação do locador;
c. A condenação da ré ao pagamento das custas e honorários advocatícios;
Clara Beatriz Vieira Galhardo
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d. No que se refere às provas, conforme o art. 71, incisos I, II, III e VI da Lei nº
8.245/91, a autora instruiu a inicial com os seguintes documentos:
i. contratos de locação celebrados pela sociedade empresária dissolvida;
ii. prova(s) de que a autora, como subrogatária do direito à renovação, deu
continuidade ao mesmo ramo de negócio da sociedade empresária
(distribuição de medicamentos) perfazendo, sem interrupção, o prazo
mínimo de três anos;
iii. documentos atestando o cumprimento do contrato em vigor;
iv. comprovantes de quitação dos impostos e taxas sobre o imóvel;
v. apólice de seguro de fiança locatícia cobrindo o custo total da locação.

Dá-se à causa o valor de R$ 204.000,00 (duzentos e quatro mil reais)


correspondente a doze meses de aluguel por ocasião do ajuizamento da ação.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e Data.

____________________________
ADVOGADA
OAB Nº

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