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Araçatuba, _________/_________/2023.
Prof(a). Orientador(a)
ACADÊMICO(A) CLARA BEATRIZ VIEIRA GALHARDO RA 214001
DIREITO EMPRESARIAL
CARGA HORÁRIA 05 (cinco) horas/atividade
ACADÊMICO(A) -
DATA DE ENTREGA 28/02/22
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PROBLEMA
______RA_______________
Distribuidora de Medicamentos Mundo Novo Ltda. foi dissolvida em razão do falecimento do sócio
Pedro Gomes, ocorrido_______________
ARAÇATUBA, em 2013, com fundamento DE no Art. 1.035 do Código Civil. A sociedade foi
constituída, em 1997 , para atuar na comercialização de medicamentos e sempre atuou nesta atividade.
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Para manter a clientela do estabelecimento, mesmo após a dissolução da sociedade, Iguatemi, única
DE 2022.
sócia de Pedro Gomes, requereu seu registro como empresária individual, e, com o deferimento,
TERMO agora em nome
prosseguiu, NATUREZA
próprio, a empresa antes OBJETO
exercida pela sociedade.
sua advogada para que esta propusesse a medida judicial que assegurasse sua permanência no imóvel,
informando que o valor atual do aluguel mensal é de R$ 17.000,00 (dezessete mil reais) e que contratou
seguro de fiança locatícia.
Considerando que na Comarca de Chapadão do Sul/MS existem apenas duas varas (1ª e 2ª),
competindo ao Juiz da 1ª Vara o julgamento de ações cíveis, elabore a peça adequada.
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
APRESENTAR ROL DE DOCUMENTOS NA PEÇA.
OBSERVAÇÕES
a) Durante a fundamentação jurídica, devem ser citados, no mínimo, dois (01) trecho de texto
doutrinário e três (03) acórdãos, todos pertinentes à matéria, bem como, todos os dispositivos
legais aplicáveis ao caso;
b) Não é necessário instruir a petição com documentos;
c) A petição inicial, enquanto trabalho acadêmico deve observar as regras do Manual de Trabalhos
Acadêmicos da Instituição;
d) Observar os pontos abordados em sala de aula.
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM
NÚCLEO DE PRÁTICA DE CIÊNCIA JURÍDICA
LABORATÓRIO DE PRÁTICA JURÍDICA EMPRESARIAL - 2023
Clara Beatriz Vieira Galhardo
214001
1. DOS FATOS
A Distribuidora de Medicamentos Mundo Novo Ltda. foi dissolvida em razão do
falecimento do sócio Pedro Gomes, ocorrido em 2013, com fundamento no Art. 1.035 do
Código Civil. A sociedade foi constituída, em 1997, para atuar na comercialização de
medicamentos e sempre atuou nesta atividade.
Para manter a clientela do estabelecimento, mesmo após a dissolução da
sociedade, Iguatemi, única sócia de Pedro Gomes, requereu seu registro como empresária
individual, e, com o deferimento, prosseguiu, agora em nome próprio, a empresa antes
exercida pela sociedade.
O estabelecimento onde foi instalada a sociedade está situado na cidade de
Chapadão do Sul, Estado de Mato Grosso do Sul. O imóvel é alugado desde a constituição
da sociedade, sendo locadora a Imobiliária Três Lagoas Ltda. A vigência inicial do
contrato foi de 3 (três) anos, tendo sido celebrados contratos posteriores por igual prazo,
sucessiva e ininterruptamente. Durante a vigência do último contrato, que expirou em
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2. DO DIREITO
2.1.DA TEMPESTIVIDADE
Para aferir a tempestividade da presente ação renovatória, deve-se observar o
disposto no art. 51, § 5º, da Lei nº 8.245/91, segundo o qual a ação deve ser proposta entre
1 ano e 6 meses anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor ou X meses
antes da expiração do contrato em vigor.
No caso em tela, o último contrato celebrado entre as partes expirou em setembro
de 2015, conforme informado na petição inicial. Considerando que a presente ação foi
proposta em abril de 2014, verifica-se que ela foi ajuizada antes do prazo de X meses
previsto na lei.
Nesse sentido, é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa
de julgado:
"PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RENOVATÓRIA DE
LOCAÇÃO COMERCIAL. TEMPESTIVIDADE. RENÚNCIA À
PRORROGAÇÃO DO CONTRATO. PRAZO PRESCRICIONAL.
INTERPRETAÇÃO. SÚMULA 283/STF. 1. A ação renovatória de locação
comercial deve ser proposta nos seis meses anteriores ao término do prazo do
contrato, sob pena de decadência. 2. O fato de a ação renovatória ter sido
proposta dentro do prazo decadencial não implica, necessariamente, sua
tempestividade, pois, se a ação foi proposta depois de escoado o prazo de
locação, a ação renovatória se revela intempestiva. 3. Na hipótese dos autos,
verifica-se que a ação renovatória foi proposta no último dia do prazo legal
de seis meses, antes do término do contrato. 4. A renúncia do direito de
prorrogação não implica a interrupção do prazo prescricional, porquanto não
se confunde com a sua cessação, razão pela qual não pode ser considerada na
aferição da tempestividade da ação renovatória de locação comercial. 5. Não
há contradição entre a Súmula 283/STF e o enunciado nº 12 da Súmula do
extinto Tribunal Federal de Recursos. 6. Recurso especial não provido." (STJ,
REsp 1059016/RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 4ª Turma, DJe 24/6/2014)
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Assim, tendo em vista que a presente ação foi proposta dentro do prazo
estabelecido pela legislação aplicável, deve ser reconhecida a sua tempestividade.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem decidido que a ação
renovatória é uma forma de assegurar ao locatário o direito de renovar o contrato de
locação, desde que cumpridos os requisitos legais. Vejamos:
REsp 1.424.843/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta
Turma, julgado em 01/09/2015, DJe 08/09/2015: "O ajuizamento da ação
renovatória de locação comercial tem por objetivo principal assegurar ao
locatário o direito de renovar o contrato de locação, desde que cumpridos os
requisitos legais, previstos no art. 51 da Lei n. 8.245/91, devendo o valor do
aluguel ser fixado em juízo caso não haja acordo entre as partes."
1
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 26. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
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Outro ponto relevante a ser considerado é que a Autora contratou seguro de fiança
locatícia, o que garante ao locador a plena satisfação dos aluguéis e demais encargos
locatícios, caso ocorra eventual inadimplemento por parte da Autora.
Por fim, destaca-se que a recusa injustificada do locador em renovar a locação
pode acarretar prejuízos irreparáveis à Autora, como a perda da clientela já consolidada e
os efeitos nefastos da transferência da empresa para outra localidade.
Assim, em relação às jurisprudências que corroboram o entendimento exposto
acima, pode-se citar o Recurso Especial nº 1.540.854/SP, em que o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) decidiu que:
“O fato de ter havido alteração da forma jurídica da sociedade que
explora a atividade empresarial locada não afasta a possibilidade de
renovação do contrato de locação, desde que sejam preenchidos os requisitos
legais” (STJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª Turma, julgado em
14/03/2017, DJe 22/03/2017).
3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a. A procedência do pedido para declarar o direito da autora à renovação do contrato
de locação pelo prazo de 5 anos nas condições por ela propostas;
b. A citação do locador;
c. A condenação da ré ao pagamento das custas e honorários advocatícios;
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d. No que se refere às provas, conforme o art. 71, incisos I, II, III e VI da Lei nº
8.245/91, a autora instruiu a inicial com os seguintes documentos:
i. contratos de locação celebrados pela sociedade empresária dissolvida;
ii. prova(s) de que a autora, como subrogatária do direito à renovação, deu
continuidade ao mesmo ramo de negócio da sociedade empresária
(distribuição de medicamentos) perfazendo, sem interrupção, o prazo
mínimo de três anos;
iii. documentos atestando o cumprimento do contrato em vigor;
iv. comprovantes de quitação dos impostos e taxas sobre o imóvel;
v. apólice de seguro de fiança locatícia cobrindo o custo total da locação.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e Data.
____________________________
ADVOGADA
OAB Nº