Você está na página 1de 5

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS VENDA NOVA DO IMIGRANTE

AGROINDÚSTRIA

LARA PRAVATO FIGUEIREDO

COMPORTAMENTOS DAS
PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS
ORGÂNICOS

VENDA NOVA DO IMIGRANTE


2023
Polaridade e forças intermoleculares dos
compostos orgânicos
A polaridade e as forças intermoleculares dos compostos orgânicos desempenham
papéis cruciais em suas propriedades físicas e químicas.

Polaridade:
A polaridade de uma molécula está relacionada à distribuição das cargas elétricas em
suas ligações e átomos constituintes. Uma molécula pode ser polar ou apolar.

Moléculas Polares: São aquelas em que há uma assimetria na distribuição de elétrons


entre os átomos, criando regiões com cargas parciais positivas e negativas. Isso ocorre
quando átomos diferentes estão ligados ou quando átomos iguais compartilham
elétrons de maneira desigual. A água (H2O) é um exemplo de molécula polar, devido à
diferença de eletronegatividade entre hidrogênio e oxigênio.

Moléculas Apolares: São aquelas em que a distribuição de elétrons é simétrica,


resultando em uma distribuição uniforme de cargas. Isso acontece quando átomos
iguais estão ligados ou quando átomos diferentes compartilham elétrons de maneira
igual. Um exemplo é o gás nitrogênio (N2), que é uma molécula apolar devido à simetria
de sua ligação tripla.

Forças Intermoleculares:
As forças intermoleculares são as atrações que ocorrem entre moléculas e influenciam
as propriedades físicas dos compostos, como ponto de ebulição, ponto de fusão,
solubilidade, etc. Algumas das principais forças intermoleculares incluem:

Ligações de Hidrogênio: Ocorrem quando um átomo de hidrogênio ligado a um átomo


altamente eletronegativo (como oxigênio, nitrogênio ou flúor) interage com outro átomo
eletronegativo de uma molécula diferente. Essa ligação é mais forte do que as forças de
Van der Waals e é responsável por propriedades especiais da água e de certos
compostos orgânicos, como álcoois.

Forças de Dipolo-Dipolo: Acontecem entre moléculas polares, onde os dipolos


(regiões de cargas parciais) interagem entre si, resultando em uma atração mais forte
entre as moléculas.

Forças de Van der Waals (Dipolo Instantâneo-Dipolo Induzido): Ocorrem em todas


as moléculas, mesmo as apolares. São forças temporárias que surgem de flutuações
nas nuvens eletrônicas dos átomos. Em moléculas apolares, essas forças são a
principal fonte de atração.

Forças de London (Dipolo Induzido-Dipolo Induzido): São um tipo de força de Van


der Waals que ocorrem em todas as moléculas, mas são mais significativas em
moléculas apolares. Elas resultam da formação transitória de dipolos induzidos em
moléculas vizinhas.

A polaridade e as forças intermoleculares desempenham papéis críticos nas


propriedades físicas e químicas dos compostos orgânicos, afetando sua solubilidade,
capacidade de dissolver outras substâncias, pontos de fusão e ebulição, entre outras
características.

Pontos de fusão e ebulição


Os pontos de fusão e ebulição são propriedades físicas importantes dos compostos
químicos, e eles são influenciados pela natureza das ligações presentes nas moléculas e
pelas forças intermoleculares que atuam entre elas.

Ponto de Fusão:
O ponto de fusão é a temperatura na qual um sólido se torna líquido à pressão atmosférica
normal (1 atm). Ele está relacionado à força das ligações intermoleculares que mantém as
moléculas do sólido unidas em uma estrutura cristalina. Quanto mais fortes forem essas
forças, mais elevado será o ponto de fusão.

Moléculas com ligações mais fortes, como as ligações covalentes polares ou iônicas,
tendem a ter pontos de fusão mais altos. Além disso, moléculas que formam forças
intermoleculares mais intensas, como ligações de hidrogênio ou dipolo-dipolo, também
tendem a ter pontos de fusão mais altos.

Ponto de Ebulição:
O ponto de ebulição é a temperatura na qual um líquido se transforma em vapor à pressão
atmosférica normal. Assim como o ponto de fusão, o ponto de ebulição é afetado pelas
forças intermoleculares presentes nas moléculas.

Compostos que formam forças intermoleculares mais fortes requerem mais energia para
superar essas forças e passar do estado líquido para o estado gasoso. Isso resulta em
pontos de ebulição mais altos para esses compostos. Moléculas que podem formar ligações
de hidrogênio ou que têm uma polaridade significativa tendem a ter pontos de ebulição mais
altos.

Relação entre Polaridade e Pontos de Fusão/Ebulição:


Moléculas polares geralmente possuem pontos de fusão e ebulição mais altos do que
moléculas apolares de massa molecular semelhante, devido à maior força das forças
intermoleculares em moléculas polares. Isso ocorre porque as ligações de hidrogênio e as
interações dipolo-dipolo são mais intensas em moléculas polares.

No entanto, a massa molecular também influencia essas propriedades. Moléculas maiores


têm mais átomos e, portanto, mais pontos de contato potencial para formar interações
intermoleculares, o que pode elevar os pontos de fusão e ebulição, mesmo que a molécula
não seja muito polar.
Em resumo, os pontos de fusão e ebulição são determinados pelas forças intermoleculares
presentes nas moléculas, incluindo ligações de hidrogênio, dipolo-dipolo e forças de Van der
Waals. A polaridade das moléculas desempenha um papel significativo na determinação
dessas forças, mas a massa molecular também é um fator importante a ser considerado.

Solubilidade em água
A solubilidade em água de compostos orgânicos está intimamente relacionada à polaridade
das moléculas e às interações intermoleculares envolvidas. A água é uma molécula polar,
com uma distribuição desigual de cargas (átomo de oxigênio parcialmente negativo e
hidrogênios parcialmente positivos). Isso a torna um solvente polar que tende a interagir
com outras substâncias polares.

Regra Geral de Solubilidade:


Uma regra geral de solubilidade é que "semelhante dissolve semelhante". Isso significa que
compostos com polaridades semelhantes têm maior probabilidade de se dissolverem uns
nos outros. Moléculas polares tendem a se dissolver em solventes polares, como a água,
enquanto moléculas apolares tendem a se dissolver em solventes apolares, como óleos ou
solventes orgânicos não polares.

Solubilidade de Compostos Polares em Água:


Compostos polares, como os que contêm grupos funcionais como álcoois, cetonas,
aldeídos e ácidos carboxílicos, geralmente são solúveis em água devido à capacidade de
formar ligações de hidrogênio e interações dipolo-dipolo com as moléculas de água. Essas
interações ajudam a "quebrar" as ligações intermoleculares no composto e dispersá-lo na
solução aquosa.

Solubilidade de Compostos Apolares em Água:


Compostos apolares, como hidrocarbonetos (alcanos, alcenos, alcinos) e grupos alquilas
em geral, têm baixa solubilidade em água. Isso ocorre porque as interações
intermoleculares entre moléculas apolares e moléculas de água (polar) são relativamente
fracas. A tendência de moléculas apolares é se agrupar entre si em vez de se misturarem
com a água.

Anfifílicos (Anfipáticos):
Existem também compostos chamados anfifílicos, que possuem uma região polar e uma
região apolar em sua estrutura. Esses compostos podem exibir solubilidade tanto em
solventes polares quanto apolares. Um exemplo clássico é o sabão, que possui uma cadeia
apolar e uma cabeça polar, permitindo que ele forme micelas e emulsione substâncias
apolares em água.

Lembre-se de que existem exceções e nuances para essas regras gerais de solubilidade.
Fatores como a temperatura, a concentração da solução e a estrutura específica da
molécula também podem influenciar a solubilidade em água. Em última análise, a
solubilidade é uma interação complexa entre as características da molécula e as
propriedades do solvente.

Acidez e basicidade dos compostos orgânicos


A acidez e a basicidade dos compostos orgânicos estão relacionadas à presença de grupos
funcionais e à capacidade de doar ou aceitar prótons (íons H+) em reações químicas.

Acidez:
Um composto orgânico é considerado ácido quando tem a capacidade de doar um próton
(H+) em uma reação química. Isso geralmente ocorre quando há um grupo funcional que
contém um hidrogênio ácido (ácido hidrogênio), ou seja, um hidrogênio que está ligado a
um átomo eletronegativo, como oxigênio ou nitrogênio.

Exemplos de grupos funcionais ácidos em compostos orgânicos incluem:

● Ácidos carboxílicos (R-COOH): Possuem um grupo -COOH, onde o hidrogênio ácido


é ligado ao átomo de oxigênio.
● Ácidos sulfônicos (R-SO3H): Contêm um grupo -SO3H, onde o hidrogênio ácido é
ligado ao átomo de enxofre.
● Fenóis (Ar-OH): Possuem um grupo -OH ligado a um anel aromático.

Basicidade:
Um composto orgânico é considerado básico quando tem a capacidade de aceitar um
próton (H+) em uma reação química. Isso geralmente ocorre quando há um grupo funcional
que contém um átomo de nitrogênio com um par de elétrons livres disponível para formar
uma ligação covalente com um próton.

Exemplos de grupos funcionais básicos em compostos orgânicos incluem:

● Aminas (R-NH2): Possuem um átomo de nitrogênio com um par de elétrons livres,


capaz de aceitar um próton.
● Aminas secundárias (R-NHR'): Possuem dois átomos de carbono ligados ao átomo
de nitrogênio, com um par de elétrons disponível para aceitar um próton.
● Aminas terciárias (R-NR'2): Possuem três átomos de carbono ligados ao átomo de
nitrogênio, também com um par de elétrons livres.

A acidez e a basicidade dos compostos orgânicos podem ser avaliadas através do valor do
pKa (constante de dissociação ácida), que indica a facilidade com que um próton é doado
ou aceito. Quanto menor o valor de pKa, mais ácido é o composto, enquanto um pKa maior
indica maior basicidade.

É importante observar que a acidez e a basicidade também podem ser influenciadas pelo
contexto da molécula e pelas condições reacionais. Além disso, alguns compostos
orgânicos podem agir tanto como ácidos quanto como bases, dependendo das condições
da reação.

Você também pode gostar