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Aula 1 (26/01/2023)

Teste:
Teste 1: sobre os primeiros 6 temas

Parte I - 1 pergunta sobre cada tema da matéria (só responder às que quisermos 3/6)
Parte II - respostas rápidas, V/F, escolha múltipla

GRÉCIA
1. Conceção, Nascimento e Gravidez
Preferências quanto a o sexo da criança: Para gregos, romanos e muitas civilizações do Ocidente, há
preferência para se ter rapazes (por questões de transmissão de propriedade, mercado de trabalho…etc.;).
Ter um filho homem implica que este herde a casa paterna e a mantenha, contribuindo para a riqueza na
casa, ao contrário do que aconteceria com uma filha. As mulheres não herdam a propriedade, apenas
servem como meio transmissor da propriedade para outro elemento masculino de outra família. Assim,
pode-se dizer que ter uma filha era uma inconveniência, era não deixar nem herança nem herdeiro. Mas
também não convém ter muitos filhos homens porque quantos mais filhos homens, mais herança para
dividir.
EX.: Se os Deuses não gostarem da pessoa, essa terá 1 filha. Se os Deuses odiarem essa pessoa, ela terá,
então, várias filhas.
Controlar a natalidade: Se é conveniente não ter muitos filhos, nem filhas, é necessário controlar a
natalidade; O conhecimento da anatomia humana era zero;
Indique algumas técnicas anticoncecionais recomendadas pelos Gregos
 Reter a respiração e afastar-se um pouco (antes do homem coiso) - para que a "semente" não
chegue ao útero
 Levantando-se imediatamente e agachando-se deve provocar espirros, e limpar a vagina
 Beber alguma coisa fria
 Barrar antes do coito o colo do útero com: azeite velho, mel, resina de cedro ou a seiva da árvore do
bálsamo, com ou sem chumbo branco, creme de óleo de murta e chumbo branco, ou um tufo de lã
no colo do útero
 Casca de pinheiro, sumagre de curtir, em quantidades iguais de cada um
 Esfregar com vinho e aplicar na medida certa antes do coito depois de a lã ter sido enrolada. Ao fim
de 2/3h pode removê-lo e ter relações sexuais

 Pessário de óleo de cedro


 Pessário de azeite velho
 Pessário de mel
 Pessário de murta e chumbo
 Pessário de abóbora
 A mulher pode previamente lavar-se com água usada por um ferreiro
 Sílfio (semente de uma planta usada pelos gregos) - "pilula do dia seguinte"
 Cenoura brava
 Poejo
 Arruda
 Artemísia
 Amuletos vários
 C. interrompido + apneia + espirro
 Supositórios vaginais: Vinagre, azeite, casca de romã, figo seco

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Obs.: Caso a mulher engravide, esta é que tem culpa

Métodos abortivos (aplicados depois da relação sexual)


 Unguentos vários (cremes aplicados depois da relação sexual)
 À base de trigo cozido em vinagre
 Folhas de cipreste cozidas
 Banhos quentes
 Sangrias (fazer a mulher sangrar)
 Esforço físico pesado (correr, pesos)
 Andar numa carroça instável
 Sustos
 Chacoalhar a mulher (agarrar em 2 homens fortes e abanam-na)
 Cirurgia

Quando nada disto corre bem, quando a gravidez chegou ao fim:

Exposição (ekthesis) - significa deitar fora, deita-se a criança fora


A exposição de crianças é considerado o método abortivo

O quê que se entende por ekthesis?


É a exposição de uma criança indesejável, é o seu abandono, nas circunstâncias:

Que crianças é que se podiam abandonar: Qualquer, mas à partida os que mais facilmente se
abandonavam:
 Meninas
 Deficientes (à primeira vista)
 Ilegítimas
 Escravas

Como é que se expõe a criança:


Metê-lo dentro de uma pûcara (recipiente)

Síntese: (aquilo que pode ser perguntado no teste)


 Idealização de ter filhos homens e por outro lado não querer ter filhas
 Exemplos de métodos anticoncecionais
 Exemplos de métodos abortivos
 Exposição (Ekthesis)

Conceção
 Só o homem é que tinha um papel ativo na conceção
 A mulher tinha apenas o papel de ser um ninho para alojar o ovo que vinha do homem para a
criança se desenvolver
Aristóteles dizia:
A conceção funciona como um carpinteiro a trabalhar a madeira. A mulher é a madeira, é aquilo que se
não tiver um carpinteiro não funciona para nada, enquanto o homem é o carpinteiro que trabalha a
madeira. Mulher: matéria-prima que tem de ser trabalhada

O útero é a fonte de todas as doenças femininas: histeria

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O útero é a fonte de todas as doenças femininas: histeria

O útero estava solto no abdómen na mulher. Assim, a mulher ao movimentar-se podia provocar situações
de saúde complicadas
Secura (motivada por falta de sexo) - o problema resolve-se com sexo
Deslocamento (motivada ou por movimentos violento ou pelo sexo violento) - o problema resolve-se com:
 Aromas (aromo terapia)
 Palpação
 Aperto
 Pino
 Gravidez

Mulher como máquina reprodutora:


Quando há um problema de:
 Infertilidade ---» culpa da mulher ---» motivada por um bloqueio
Porque acredita-se que da vagina até à boca vai um tubo contínuo

Como é que percebemos se uma mulher é infértil - Diagnóstico:


Despia-se a mulher, enrolava-se num cobertor muito apertadinha (a única coisa que podia ficar de fora era
a cabeça e os pés). Depois metia-se um braseiro por baixo das suas pernas, aí metia-se incenso ao
queimar, deixava-se queimar um bocadinho. Pedia-se para a mulher abrir a boca e via-se se da sua boca
sai o cheiro a incenso:
Se saísse: Não era infértil
Se não saísse: Havia um bloqueio pelo caminho - era ela infértil

Punha-se na vagina da mulher supositórios vaginais (arruda, alho, ou de outra substância de cheiro forte),
e via-se se saia o cheiro da sua boca

Porquê que estava bloqueada?


 Excesso de peso

Tratamento
 Apanhar sol + fumigações vaginais (à base de absinto, alho, mirra, e outras substâncias com cheiro
forte)
 Incubação no templo de Asclépio (ia dormir ao templo na esperança de acordar curada)
 Dieta

Como é que se concebe:


Acreditava-se, portanto, que a conceção tinha a ver com o ciclos menstruais
Acreditava-se que a mulher tinha que deixar o marido ter relações sexuais com ela pelo menos 3x por mês

Conceber: como e quando?


 Final da menstruação - para não assoberbar o útero
 Presença de apetite sexual (ela tem que ter algum prazer sexual para conceber, mas não se quer
demasiado prazer nem vontade) - tal como a comida precisa
 Ausência de fome (não podem estar com fome)
 Ausência de fastio (não podem estar muito cheios)
 Ausência de bebedeira (não podem estar bebedas)
 Após massagem e refeição leve
 Boa disposição geral

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Síntese:
 O papel de cada sexo na geração (problema)
 Histeria - a ideia de que o utero vageia pelo corpo
 Infertilidade - é sempre culpa da mulher
 A geração: ocasiões propícias (exemplos)

Nascimento

Divindades:
Ilitias - associadas ao parto propriemente dito
Ártemis (Iphigéneia)
Hekáte (Kourotróphos) - alimentadora das crianças

Indique as divindades gregas ao nascimento

O fio da vida: (provavelmente não vem no teste)


As moiras
 Cloto, a fiadora - a divindade que quando nascíamos começava a fiar o fio da nossa vida
 Láquesis, a repartidora - determinava a duração da nossa vida (o tamanho do fio)
 Átropo, a inexorável - com uma tesoura, quando chegava ao dia cortava o fio

O parto:

Quem assiste:
Exclusivamente mulheres, não há homens a assistir ao parto

Quem ajuda:
A maia - Parteira (pode também ser muitas vezes uma ama) tem que ser uma mulher mais velha, de
preferência na menopausa (que já não possa ter filhos)
Equipamento da maia - quais são os instrumentos que ela tem que ter:
 Azeite
 Água quente
 Compressas
 Esponjas
 Agasalho
 Aromas
 Diphron maiotikon (cadeira da parteira)

Técnicas de dar à luz:


Sentada?
Deitada?
Agachada?

Pós-parto (partindo do ponto que correu tudo bem)


Ololugê - Gritos de alegria pelo nascimento da criança, olular de alegria - mantem se esta tradição por
todo o médio oriente
Exame visual - Para ver se tem deficiências, para ver o sexo da criança
Anúncio de sexo - Ao pai
Deposição - Pousar a criança no chão - contacto com a terra

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Deposição - Pousar a criança no chão - contacto com a terra
Omphaletómos - a maia assume a sua função de Omphaletómos - Significa cortadora do cordão umbilical
(tradicionalmente cortava-se com um pedaço de vidro ou cerâmica)

Banho ritual - para afastar as más energias


Purificação - da casa
Anúncio - À vizinhança, pondo na porta um ramo de oliveira se fosse umo menino, ou um tufo de lã se
fosse uma menina
Oferendas - a mãe faz oferendas aos deuses para agradecer

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Aula 2 (30/01/2023)
23 de fevereiro de 2023 14:31

Pós-parto (partindo do ponto que correu tudo bem)


 Ololugê - Gritos de alegria que as mulheres na Grécia dão para celebrar o
nascimento da criança, olular de alegria - mantem se esta tradição por todo
o médio oriente
 Exame visual - Para ver se tem deficiências, para ver o sexo da criança
 Anúncio de sexo - Ao pai
 Deposição - Pousar a criança no chão - contacto com a terra
 Omphaletómos - a maia quando assume a sua função de Omphaletómos -
Significa cortadora do cordão umbilical (tradicionalmente cortava-se com
um pedaço de vidro ou cerâmica)

 Banho ritual - para afastar as más energias


 Purificação (da casa) - como ato ritual
 Anúncio - À vizinhança, pondo na porta da casa um ramo de oliveira se
fosse umo menino, ou um tufo de lã se fosse uma menina
 Oferendas - a mãe faz oferendas aos deuses para agradecer

Mortalidade neonatal (infantil, era elevadíssima)


 Enfaixamento excessivo - a criança quando nasce, nos primeiros meses de
vida a criança é enfaixada, fica só com a cabeça de fora. Acreditava-se na
Grécia antiga que isto fazia com que os membros, tronco ficassem mais
fortes. (Dificuldade respiratória)
 Problemas intestinais (ex.: disenteria) -
 Infeções várias:
 Comida pré-mastigada - não há varinha mágica para fazer sopas ou
papas, por isso a mãe/ama é que tinha de mastigar e dar (basta a
pessoa ter uma doença transmissível)
 Falta de higiene
 Leite animal estragado - já havia alimentação com o leite animal

Indique quais as principais razões da mortalidade infantil na Grécia

Mortalidade materna (igualmente elevadíssima)


 Falta de higiene
 Idade

Síntese:
 Divindades auxiliadoras do nascimento (exemplos)
 O parto: problemas e rituais associados
 Mortalidade
 Participantes
 O pós-parto: problemas e rituais associados
 Mortalidade
 Rituais
 Oferendas

Os primeiros dias

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Os primeiros dias

Rituais associados à incerção da criança no mundo

Rituais:

Amphidrómia - vem no texto


Um ritual que se fazia, segundo alguns autores:
Significa: correr em volta/ corrida em volta (do fogo da lareira doméstica)
Toda a casa de quem pode tem uma lareira que é dedicada à deusa Héstia, a
deusa do ar, do fogo.
 5ºdia (alguém, provavelmente o pai ou a mae ou as mulheres da casa,
pegam na criança ao colo e andam à volta do fogo doméstico com a
criança, apresentando-a, dedicando-a à deusa Héstia
 Dedicação a Héstia
 Fogo doméstico
 Mulheres?
 Pai?
 Festa -
 Ofertas
 Opteria - coisas de ver (brinquedos)
 Baskania - amuletos que serviam para afastar as más energias e os
maus olhados

Dekáte (significa décima)


 10º dia
 Assunção de legitimidade - por parte do pai
 Nome
 Primogénito: avô paterno
 Nome + patronímico
ex.: fulano de tal, filho de fulano de tal
 Festa

Síntese
 Rituais após os primeiros dias
 Amphidrómia
 Dekáte
 Brinquedos e brincadeiras (exemplos)

ROMA

Patria potestas - É o poder que o pai tem sobre a sua descendência (filhos, netos)
Enquanto o pai for vivo, tudo aquilo que vem da sua linhagem está sobre o seu
poder
Por exemplo de decidir sobre o casamento, divórcio dos filhos
No caso das filhas: esgota-se num certo casamento
No caso dos filhos: esgota-se quando

Fomentar a natalidade:
Legislação
Lex Iulia maritandis ordinibus

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Lex Iulia maritandis ordinibus
Lex Papia Poppaea

 Solteiros não podem assistir a espetáculos


 Solteiros não podem receber heranças
 Benefícios vários para quem tem 2 ou mais filhos

A mulher está sempre sobre a tutela de um homem (seja o pai, um marido…etc.),


a não ser que tenham 3 ou mais filhos

Lex Iulia de adulterijs coercendis (Previa que as mulheres fossem apanhadas em


adultério)
 Exílio (Implica perda de propriedade, perda de cidadania, é basicamente
perder o direito a ser) ou relegação (vai se embora mas mantem a sua
cidadania, os seus direitos
 Morte de mulher e amante em determinadas circunstâncias
Quando é que a mulher apanhada em adultério poderia ser morta?
 Se fosse apanhada pelo marido e se tivesse sobre a tutela do marido. Se o
marido, no ato do momento, a matasse (tinha de ser logo)
 Se ela tivesse sobre o poder do seu pai, então o pai podia também matá-la
na hora

Truques e dicas para o antes:


Azeite
Mel
Alvaiade + resina
Testículos de mulo + seiva de salgueiro + esterco de abutre
Seiva de zimbo (ele)
Azeite (pessário)
Mel (pessário)

Aborto
 Fumo de lâmpadas
 Vinho de vinhas semeadas com heléboro
 Pepino do Diabo
 Malvas com gordura de ganso
 Semente de estragão (quente e tem um cheiro tão forte que só de cheirá-la
as mulheres abortam)

Exposição
Se um homem tem 10 filhos homens ele tem que os criar a todos, mas só a 1 filha
é que tem que ser obrigatoriamente criada, a 2º filha pode ser exposta

Quando é que se expõe?


 Quando há incertezas quanto à paternidade
 Deficiências óbvias
 Columna lactaria - depunham-se/expunham as crianças
 Proibida em 374 d.c.

Infertilidade

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Infertilidade
 Mulheres másculas
 Mulheres atarracadas (baixinha)
 Mulheres que coram facilmente - se a mulher cora facilmente é porque o
sangue que devia estar no útero sobe para a cara

Fertilidade
 Mulheres com intestinos saudáveis - ritmos intestinais saudáveis, vão à
casa de wc com frequência
 Mulheres bem dispostas - não podem ser muito bem dispostas, porque se
forem riem-se muito, se rirem muito fica muito vermelhas (coradas)
Culpa sempre da mulher! - fez coisas que não devia ter feito

Outros problemas:
Aborto espontâneo - poucos cuidados médicos
Mortalidade materna - muito frequente

Truques e dicas
Se uma mulher quer que a criança tenha os olhos negros, esta deve comer um
musaranho
Partos difíceis resolvem-se quando alguém manda por cima do telhado da casa
onde está a mulher grávida uma destas coisas: uma pedra, ou outro projétil que
tenha 3 golpes, um para cada um, matando um homem, um javali e um urso

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Aula 3 (02/02/2023)
23 de fevereiro de 2023 14:31

Roma
Mortalidade Infantil
Exemplo: Aos Deuses Manes. A ama dulcíssima fez este (monumento) ao seu
pupilo, Lúcio Valério Estáquio que viveu 8 meses e 25 dias.
É muito comum aos romanos contarem exatamente quanto viveu a criança;

SÍNTESE
• O conceito de pátria potestas
• Legislação para fomentar natalidade - saber que houve necessidade de
houver legislação para fomentar a natalidade, para que as pessoas se
casassem e tivessem filhos
• Métodos anticoncecionais (exemplos) - grego e romanos
• Problemas associados à gravidez e parto

Procedimentos e rituais
Quando a criança nasce e corre tudo bem:
O pai é que manda. O pai é chamado À sala e tem que tomar uma decisão.
Cria aquela criança ou não?
Ele pode: Liberum repudiare (repudiar a criança) e se ele o fizer, num ato
simbólico, vira as costas e sai da sala. As razões podem ser várias, ou porque
suspeita que a criança não é dele, ou porque parece deficiente…etc.;
Consequências:
Exposição (se o pai não quer criar a criança, não se cria aquela criança e esta
é exposta)
Ou pode: Filium Tolere (ele pode pegar na criança ao colo) e aceita a criança
como sua
Formas de anunciar:
Natus Cornelius Sabinus (Nasceu o Cornélio Sabino)
Iuuenilla nata die Saturni ora secunda uespertina IIII Nonas Augustas (= 2
Ag.) (Nasceu a Juvenilla no Sábado no 4º dia das nonas de agosto)

Perguntas para o teste:


 Apos o nascimento como e que o pai manifestava se aceitava ou não
criar a criança
 Ou virava as costas e saia (LR) ou pegava na criança e com isto
significava aceita-la e cria-la
 Diz o que que entende por Liberum Repudiare

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Dies Lustricus (Dia da purificação) – Uma espécie de batizado
Todas as civilizações tem qualquer tipo de cerimonia de comemoração de
sobrevivência da criança. Normalmente cerimónias que aconteciam após 1
semana do nascimento da criança.
• Ocorre ao oitavo (feminino) ou ao nono dia (masculino), isto porque as
meninas são mais resistentes do que o rapaz, então esperava-se mais 1
dia para os meninos;
• Água lustral (Água purificadora, a criança é lavada/banhada com esta
água);
• Bulla/lúnula (poe se ao pescoço da criança uma Bulla, que é usada
pelos meninos até aos 15/16 anos que é a altura em que entram na
idade adulta, e é tipo um amuleto em forma circular que servia para
afastar as más energias das crianças). No caso das meninas, podia-se
oferecer uma Bulla ou uma lúnula até ao dia do casamento, ou seja,
por volta dos 14/15 anos, que também é um amuleto que significa
“luazinha”;
• Crepundia (Também se oferecia isto)
• Votos e da mais velha mulher da família (A mulher mais velha da
família faz uma espécie de benzedura à criança, faz votos de felicidade
“que tenhas um bom marido...” depois ela molha os dedos nos seus
lábios e passa os dedos na testa, nos olhos e nos lábios, para limpar as
energias.);
• Atribuição do nome (Nesta altura, atribui-se um nome à criança).

Elementos apotropaicos – amuletos que serviam para afastar os maus


olhados. Podia ser usado quer o pescoço, pelas crianças, dentro das Bulla,
em fios, em pulseiras…etc.;

O nome do menino
Tria nomina (Sistema de 3 nomes)
• Praenomen - pronome
• Nomen – nome de família
• Cognomen – subdivisão dentro da família, dentro do grande clã
Exemplo: Gaius Iulius Caesar / Publius Vergilius Maro

O nome da menina
As mulheres em Roma não têm direito a ter nome. Como acontece então?
Exemplo: Publius Vergilius Maro tinha uma filha. Era a forma feminina do
nome de família: Vergilia. Se tivesse uma 2º filha era Vergilia também, mas
agora a mais velha seria Vergilia Maior e a mais nova Vergilia Minor. Se
tivesse uma 3º filha seria Vergilia Tertia

No teste:

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No teste:
Marcus Tullius Cicero teve uma filha. Como é que ela se chama? Tullia

Divindades da infância, alguns deuses:


• Lueana (aquela que pega ao colo)
• Vagitanues (É o deus que ajuda a criança a dar os primeiros choros
quando nasce)
• Cunina (Deusa protetora do berço)
• Ossipagina (Deusa que ajuda os dentes a romper)
• Fabulinus (O Deus que ajuda a criança a dizer as primeiras palavras)
• Potina (Deusa que ajuda a criança a beber)
• Rumina (Deusa que dá o leite à mãe)

Registo da criança
Professio (legítimas)
 Tem de ser feito até aos 30 dias
 Pode ser feito pelo pai
 Se tivermos em Roma é feito no Aerarium Saturni (o pai ia ao templo
de saturno e registava a criança)
 Se fosse na Provinçia ia ao Tabularium Publicum
Testatio (ilegítimos)
 Quem faz o registo é a mãe
 Trata-se de um documento privado
 Tem apenas a presença de 7 testemunhas

Amas (Nutrix), existem 2 tipos:


Nutrix lactaria (ama de leite, uma mulher, geralmente uma escrava, que
amamenta a criança. Depois pode passar a aser uma Assa nutrix)
Assa nutrix (ama seca, que serve para ajudar a tratar da criança e que pode
acompanhá-la o resto da criança)
Alumnus / Alumnua (“alimentado/a”, a criança que está a ser tratada por
uma ama)

Animais de estimação
Cães
Gatos – não é muito comum
Pássaros
Exemplos de nomes:

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Exemplos de nomes:
• Skílax (cachorrinho)
• Ferox (Feroz)

Brinquedos e brincadeiras
• Bonecas (pupae) – as meninas brincavam com pupae
• Miniaturas – carrinhos, carroças, cavalinhos…etc.;
• Nozes (podiam ser usadas para jogar aos berlins ou par impar)
• Moedas (par impar)

Síntese
• Rituais associados ao nascimento
• Divindades do nascimento e primeiros meses
• O Dies Lustricus: ritos associados (exemplos)
• Problemas associados à gravidez e parto
• Tipos de nutrix (exemplos)
• Brincadeiras e animais de estimação

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Aula 4 (06/02/2023)
23 de fevereiro de 2023 14:31

GRÉCIA (Atenas) sec. V a.c.


Os primeiros anos e a educação (Atenas)

Uma educação exclusivamente masculina


Kyrios: senhor da casa; a função do kyrios é:
 Educar o filho
 Preservar a virgindade da filha (preservar a filha para casar)
 Preservar a prosperidade do Oikos (Oikos=casa física)
Isto não quer dizer que as mulheres não eram educadas, apesar de não
irem à escola, são educadas informalmente em casa pelo pai quando são
meninas, ou pelo marido.

Características gerais da educação elementar ateniense

Regulação
• É uma educação privada, não é organizada pela polis/cidade (o
que não quer dizer que não seja regulada pela polis)
Polis (a cidade regulamentava coisas ao nível dos horários da escola)
Horário: Tinha obrigatoriamente de começar depois do nascimento do
sol e acabar obrigatoriamente antes do por do sol. Nada de permitir a
que ficassem fechados dentro de uma sala com pouca luz
Capacidade da sala: Não temos ideia
Idade de admissão: Por volta dos 6/7 anos
Vigiar paidagogoi (aquele que leva as crianças à escola, escravos): Eram
os escravos que ficavam encarregados de levar as crianças à escola

O quê que se aprendia?


• Ler
• Escrever
• Educação física (com vista na preparação militar)
• Música

Perguntas para o teste:


 A educação elementar em que que consistia? (3)
• Leitura e aritmética (Ler, escreve e contar)
• Música (Música e lírica porque é para ser acompanhada à lira, e os

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• Música (Música e lírica porque é para ser acompanhada à lira, e os
poetas que cantavam)
• Educação física, aprendia-se:
○ Corrida (vários tipos de corrida)
○ Lançamento do dardo
○ Lançamento do disco
○ Luta
○ Salto
-E fazia-se na palaistra (palestra)

Os professores
Grammatistes (Significa letrador): Ensina a ler, escrever e a contar
Kitharistes: Professor de música, ensina cítara (um instrumento), flauta e
os cantos líricos
Paidotribes: Cansador de rapazes; é o professor de educação física

Perguntas teste:
o Diga o que se entende por Grammatistes/Kitharistes/Paidotribes
o Escreva de forma sintética o sistema de ensino elementar em
Atenas

Paidagogos (pais + ago): Aquele que conduz ou aquele que leva os


rapazes

Educação “superior”
Escolas filosóficas
Exclusivamente para as classes privilegiadas
Aprendem-se coisas como: Biologia ciências, astronomia,
geometria…etc.;

Perguntas teste:
Quais as principais escolas filosóficas da transição do séc. V para o séc. IV
a.C em Atenas?
• Escola de Isócrates (c. 392 a.C.)
• Akademeia (c. 385 a.C.) – Platão – componente mais religiosa
• Lykeion / Peripatos (355 a.C.) – Aristóteles

ROMA

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Educação
Começa por ser: Familiar. Pode ser:
• Magister (Professor) – Um escravo grego que se compra para
educar o filho; Exemplo: Lívio Andronico: foi um escravo da Grécia.
• Ludus (Escola) – Ou então pode ocorrer num espaço especial.
Ludus pode significar campo de treinos de gladiador, escola…etc.;
Pode ser na rua (forum), num quarto alugado ou sob uma pérgula
(varanda)

OBS.: Roma não tinha edifícios dedicados à escola

• Maus-tratos: férula/uerber
• Férias:
Natal (Saturnalia) – 17-23 dezembro
Páscoa (Quinquatrus) – 19-23 março
Verão – junho/julho – outubro

Perguntas para o teste:


o Digam quais eram os períodos de férias escolares romanas

• As meninas podiam ir à escola


• As aulas começavam antes do nascer do dia
• Pagamento
• Os maus-tratos existiam e eram comuns

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Aula 5 (09/02/2023)
23 de fevereiro de 2023 14:31

Materiais de escrita

 Cerae - sistema de 4 tabuinhas; tabuinhas de cera utilizadas para


escrita temporária; cartas por exemplo, ou relatórios militares,
trabalhos de escola
 Atramentarium
 Calamus - caneta, palavra latina de origem grega que significa
"cana", significa caneta, uma pequena cana que se molha na
tinta que serve para escrever num uolumen por exempl
 Uolumen - uma coisa que se enrola

Stylus - Estilete, aguçado na ponta para escrever na cera, espalmado


na outra ponta para poder rapar, para poder reutilizar e voltar a
escrever

O sistema Romano

Magister - mestre/professor
Discipulus - aluno

Ludus: Ensino elementar (escola básica)


Misto - meninos e meninas (novidade)
Entre os 7-11 anos
É administrada pelo: Litterator/Magister (decorar uma palavra ou a
outra)
Litterator é a tradução literal de "gramatistes" (ver pq não está bem
escrito) que em grego significa letrador

O quê que se aprende?


 Ler
 Escrever
 Contar
Aprendem-se as letras, as sílabas e a separar palavras; Os antigos não
separavam palavras. O sistema de escrita antigo não separava
palavras. São linhas completas, em que não há pontuação, os antigos
desconhecem este conceito. Consequências: processo de leitura, é
preciso aprender a separa as palavras; próprio processo físico da
leitura, implica que a leitura silenciosa como a compreendemos é um
conceito raro na antiguidade (não quer dizer que não existisse, mas
era raro), o processo de leitura normal era sussurrada.

Escola bilingue: aprende-se latim e grego (ler e escrever)


Escola de elites. Só vão para esta escola os filhos das elites

Grammaticus (Escola do Grammaticus - o professor)


Sistema romano depois dos 12 anos, tem um sistema tipo "ensino
secundário
 Rapazes (não se ensina as meninas, elas nesta idade já têm
idade para terem filhos)
 11-15 anos
Estuda-se:
 Gramática
 Literatura (serve como base para aprender a gramática)

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 Literatura (serve como base para aprender a gramática)
Gregos: Homero, Hesíodo, Ésquilo, Sófocles, Eurípides (…)
Romanos: Horácio, Cícero, Terêncio, Vergílio, Salústio (…)
Estes autores gregos e romanos chegaram-nos porque eram os
autores estudados na escola

Pergunta para o teste:


 Que autores gregos e ou romanos se aprendiam na escola do
Grammaticus

Como é que se fazia o ensino:


Usava-se a técnica de Enarratio - Pega-se num pedaço do texto que
acabou de se ler e esmiuça-se até mais não poder
Fazem-se comentários. É aqui que se estuda astronomia, história,
mitos (…)
Estuda-se a história não pela história, conta-se para perceber o texto.
Não se dá uma aula de astronomia, explica-se para se perceber
porquê que o poeta falou daquilo. Na verdade, é com se fosse uma
nota de rodapé. Todos estes conhecimentos é para se perceber os
poetas e a sua poesia.

Rethor - Nome do professor, escola do Rethor


Escola de elites dentro das elites das elites. É a escola de quem vai
seguir uma carreira política, advocacia. Minoria das minorias, quase
ninguém estuda em Roma
 Rapazes
 16 anos
 Estudam em grego
 Estuda-se oratória (aprende-se a falar)
 Vão para: Roma, Atenas, Antioquia, Alexandria, Pérgamo

Como é que se estuda:


Suasoriae - Servem para treinar:
 Género deliberativo - género oratório das assembleias, para
quem quer seguir politica, por exemplo. Para isso dão-se:
 Temas históricos - para os alunos treinarem, debaterem-se
Controuersige
 Género judicial - criminal
 Casos práticos - são apresentadas leis inexistentes

GRÉCIA

Casamento
Mulheres: para gerar filhos legítimos e para serem fiéis guardiãs da
casa

O casamento é entendido como uma transferência comercial de uma


mulher de um Kyrios para outro Kyrios, de um Homem para outro
Homem, é um negócio.
Kyrios (pai, irmão pelo mesmo pai e pelo mesmo avô paterno), o
senhor, o homem responsável pela mulher.

Epikleros - A mulher não pode receber heranças. A mulher é


meramente transmissora de propriedade. A mulher, no caso se ser
filha única, se ela não for casada ainda, ele tem de casar essa filha com
alguém que seja da sua própria família para que quando ele morrer ela
possa herdar a sua propriedade, essa passar para o marido e ficar

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possa herdar a sua propriedade, essa passar para o marido e ficar
dentro da família paterna.

Quando é que se casa?


Um homem deve casar-se por volta dos 30 anos
Uma mulher não deve casar-se depois dos 20 anos
Para Platão: as mulheres tenham entre 15-19 anos; os homens 30
Para Aristóteles: as mulheres tenham 17 anos; os homens 35
Para Sólon: os homens tenham entre 27-34

Nesta altura não era garantido que as mulheres já tivessem entrado na


puberdade (por causa da alimentação)

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Aula 6 (13/02/2023)
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Procedimentos e rituais

Engye - garantia, contrato (significa noivado)


 Estabelece entre 2 homens: o pai da noiva e o noivo ou o pai do noivo
 Preocupação para a transmissão da linhagem paterna, preocupação com a
herança
 Estabelecimento de um dote: ter que casá-las

Partes interessadas: (Possível pergunta no teste, quem são)


 O marido
 Os pais da mulher

O dote - As mulheres é que levam o dote para o casamento por: (2 possibilidades)


 Necessidade competitiva - isto é uma sociedade em que é necessário; há
muitas mulheres para poucos homens por ser uma sociedade onde há
guerra. É uma necessidade competitiva oferecer quanto mais dinheiro eu
oferecer para que a minha filha se case, mais possibilidades eu tenho para
me livrar dela
 Segurança para o pai - em caso de divorcio uma parte do dote revertia,
voltava para o pai. É uma segurança na medida em que quanto maior o dote
eu oferecer maior são as garantias que o noivo não se farte dela

Divórcio - O dote volta à precedência ao seu Kyrios (pai, irmão…)


Viuvez - O dote reverte para os filhos ou em caso de serem mulheres (filhas ou se
não tiver filhos) volta para o Kyrios

Promnestria - Quem arranja o casamento, casamenteiras, alcoviteiras. Uma


mulher geralmente mais velha bem relacionada, dentro da comunidade e que vai
estabelecendo contactos para estabelecer também ela os casamentos entre as
famílias.

Estabelecemos um casamento, finalmente chegou a altura de fazert o casamento.


Gamos (casamento)
Os procedimentos:

Apatouria
 Festival religioso
 Acontecia entre outubro e novembro
 Havia a apresentação da noiva a sociedade
 Casamento ocorria entre janeiro e fevereiro

Talvez se fizesse:
Exame de linhagem - para ter a certeza de que aquela mulher que o homem vai
casar é filha de um cidadão ateniense e de uma mulher que nasceu em Atenas,
filha de um ateniense
Noiva presente? - não se sabe bem se esta estava presente na cerimónia
Gamelia - sacrifícios religiosos
Decorre no mês de Gamelion (Entre janeiro-fevereiro), dedicado à deusa Era

Nymphe - noiva
Tem que fazer sacrifícios:

Proteleia (coisas destinadas ao casamento)

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Proteleia (coisas destinadas ao casamento)
 Sacrifícios religiosos - série de ações:
○ Corte de cabelo (um pouco, uma madeixa) - passagem simbólica da
infância para a vida adulta
○ Brinquedos e roupas que usavam enquanto crianças - oferece-se aos
deuses
Estes deuses:
 Artemis - Artemis das passagens - transições da infância para a idade adulta,
associada à virgindade, ao nascimento, ao casamento
 Aphrodite
 Demeter - deusa da agricultura, fertilidade
 Hera - deusa do casamento
 Hermes - deus das transições

Pergunta para teste:


Exemplos de divindades deusas para o casamento (sem ter que explicar)

Na véspera do casamento, ou na manhã do próprio dia:


Banho nupcial - banho purificador, (usa-se água das fontes e mete-se num
recipiente "loutrophoros" - transportador de água; este recipiente é também
usado para lavar os cadáveres - associação curiosa entre o casamento e o funeral);
A noiva toma banho com essa água
Casa decorada (oliveira e loureiro) - São árvores de folha perene, portanto
perenidade, eternidade, fertinidade.
Banquete nupcial:
 Noiva velada
 Acompanhada por uma nympheutria (mulher mais velha que a acompanha,
pode ser a tia, a mãe, a avó; esta mulher é uma espécie de madrinha,
protetora da noiva, tem uma função: a meio da festa ela levanta-se e
começa a gritar "makar" (bem aventurada), felicidades)
 Bolos de sésamo e mel - equivalente ao bolo de noiva / sésamo:
consideradas proporcionadores de fertilidade
Oferecem-se prendas:
Cerâmicas de casamento: Lébes gamikós

Acabou o banquete (na casa do pai da noiva), e ele finalmente livra-se dela.
Os noivos reúnem-se e dá-se o ato simbólico do casamento
 Ékdosis - Entrega do produto/mercadoria; o pai entrega a filha ao marido
 Cortejo nupcional - da casa do pai da noiva para a sua futura casa, a csa do
marifo
 Canta-se o himeneu - cantico ao deus hymén (deus do casamento)

No novo oikos (nova casa)


Dá-se uma cerimónia
Katakhysmata - mandar frutos secos para cima da cabeça dos noivos, mais
concretamente para a noiva. Frutos secos porque duram muito tempo, significam
durabilidade, prosperidade. Fazia se isto pra a noiva e fazia-se isto também
quando entrava um novo escrava para a casa
 Culto ao fogo doméstico - o mesmo à volta do qual fazemos com a criança
quando nasce
 Pais amphitales - significa criança com os 2 pais vivos - temos uma criança
com os 2 pais vivos que distribuem o pão pelos convidados e pelos noivos
 Anakalypteria - significa retirada de um véu - o noivo tirava o véu da noiva
 Nesta altura ofereciam-se prendas à noiva: opteria (pequenas prendinhas)
 Thálamos - leva-se a noiva para o quarto. O novo leva a noiva para o quarto
invocando a ajuda de 2 divindades: Afrodite e Peito (significa persuasão)
 Os convidados ficam à porta a cantar Epithalámion (significa à porta do

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 Os convidados ficam à porta a cantar Epithalámion (significa à porta do
quarto)

Epáulia: o dia seguinte


A mulher (agora já é uma mulher, já se casou), no seu papel de esposa, recebe
pela 1 vez os convidados na sua nova casa. Estes convidados são a sua antiga
família:
 Recebe as prendas a sério
 Reunião das famílias
Agora começa a sua vida de casada.

Infidelidade
 Ter uma mulher é ter filhos dela, apresentá-la à sociedade, e dar as filhas a
casar. São para gerarem filhos legítimos e serem fiéis guardiãs da casa
 As prostitutas são para o prazer
 As amantes são para os cuidados do dia a dia (prazeres do dia a dia,
miminhos)

Divórcio
Expulsão da mulher - Ou o noivo farta-se da mulher ---» devolve-se o dote
Saída da mulher - Situações mais raras, a mulher desaparece/ volta à casa do pai;
iniciativa da mulher ---» não se devolve o dote

ROMA

Casamento

Curiosidades: Matrimonium - deriva da palavra mater (mãe)


Ducere - movimento (dito pelo homem)
Nubere - submissão (dito pela mulher)

Conubium - direito de se casar


Não é qualquer pessoa que se pode casar

Restrições:
Idade legal: rapaz (min. 14) rapariga (min. 12)
Idade Ideal: rapaz (min. 30) rapariga (14)

 Consanguinidade: irmãos, primos, pessoas da mesma família não se podem


casar
 Patrícios e plebeus não se podiam casar: (até 445 a.c.)
 Senadores e libertos(escravos): (até Augusto)
 Livres e profissões indignas (taberneiro/lavandaria/dançarina): (até
Augusto)
 Soldados de nível inferior: (até 197 d.c)
 Tutores e pupilas

Requerimentos:
Affectio maritalis - afeição/afeto marietal (expressão jurídica que significa a
vontade de querer encoeitar)

Para um casamento romano:


 Noivado - Sponsalia (significa garantir)
 Bastava um simples acordo para se constituírem esponsais
 Um acordo entre: o responsável pelo noivo e o responsável pela noiva (o
noivo e o pai da noiva). Em teoria, de acordo com a lei, também se poderia
fazer entre o pai da noiva e o pai do noivo

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fazer entre o pai da noiva e o pai do noivo
 Em teoria as raparigas poderiam dizer ao pai que não se queriam casar com
aquele homem, mas na prática isto não acontecia

Quando e como é que se faz os esponsais


 Idade mínima: 7 anos
 Estabelecimento do dote
 Dão se presentes e o anel (anulus pronubus - significa anel de noivado). Só
ela é que colocava o anel, este punha-se no dedo anelar esquerdo, isto
porque acreditava-se que havia um nervo que havia deste nervo até ao
coração - é uma marca de posse - está-se a estabelecer a posse da mulher
em relação ao homem

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Aula 7 (16/02/2023)
23 de fevereiro de 2023 14:33

Síntese
 O conceito de "conumbium" - é o conjunto de direitos que uma pessoa
(homem o mulher) tem para casar
 Os "sponsalia" (problema) - as partes envolvidas são o pai da noiva e o
noivo ou o pai do noivo. Ela não tem palavra na prática

A escola da data
Altura preferencial, mas pode ser mais ou menos em qualquer altura do ano.
Mas têm de ser num Dies hilarius (dia feliz). É no verão, na 2 metade do mês de
junho. É o mês dedicada a deusa juno

Nunca se pode casar:


 Parentalia: 13-21 Fevereiro (almas dos mortos, mas eram almas boas,
almas dos antepassados) estavam cá fora, era preciso fazer rituais, ir aos
túmulos dos antepassados)
 Mundus: Nos dias 2 de agosto, 5 de novembro, 8 de novembro: acreditava-
se que o Mundus (a abertura das fronteiras entre o mundo dos vivos e o
mundo dos mortos se abria)
 Lemuria: 9, 11 e 13 de maio (Mortos estão cá fora, almas más, almas dos
assassinos, dos suicidas, essas fazem mal e têm que ser afastadas)
 Vestalia: Primeira metade de Junho
 Calendas, Nonas, Idos e dia seguinte

A evitar (podia-se mas não era de bom tom)


 Dias de festas (festas religiosas)

Tipos de casamento
Cum manu - manus (mão, ou, poder (legal, juridico)) casamento com poder - o
poder sobre a mulher passa do pai para o marido (transferência de poder do pai
para o marido) - Loco filiae (está como se fosse filha do marido juridicamente

Confarreatio - (mais raro) Tradicional, aristocrático;


 Único que tem uma componente de certa forma religiosa, com sacerdotes
presentes: Pontifex maximus (aquele que tem mais prestígio) e Flamen
Dialis (sacerdote júpiter) - só os membros das famílias patrícias é que se
podem casar segundo este ritual
 Para se ser um Pontifex maximus e um flamen Dialis tem que se ser filho
de um casal que se tenha casado de acordo com este ritual
 Faz lembrar os casamentos cristãos
 Tem um sacrifício animal
 Requer 10 testemunhas
 Invocação dos Dii nuptiales - invocam-se os deuses nupciais
 Libum farreum - come-se uma espécie de "bolo de noiva"; Libum (bolo) e
farreum (espécie de trigo)
 Tabulae nuptiales - regista-se o casamento nas tábuas nupciais

Coemptio - Menos tradicionais, significa compra - deriva do verbo latino


coemere
 Compra ritual
 O noivo punha uma moeda numa balança (libra), um libripens (Aquele que
segura a balança). Ao fazer isto, ele faz a compra ritual da noiva, a partir
daquele momento a mulher é dele.

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daquele momento a mulher é dele.

Per usum - (mais frequente) Espécie de união de facto


 Coabitação - requer 1 ano
 Vsurpatio trinoctii - a mulher não pode dormir 3 ou mais noites fora de
casa (na casa do pai) num espaço de 1 ano, a partir do momento em que
ela dorme 3x acabou. Mas esta V.T. não funciona a não ser que a 3º noite
seja a noite em que ia fazer 1 ano que ela estava com aquele homem, e em
que o pai arranjou um homem melhor

Sine manu - casamento sem poder (é o mais comum) - a mulher saindo de casa e
indo viver com o seu marido continua sob poder do seu pai, apesar de os seus
filhos não ficarem sob poder do seu pai mas sim do marido dela. Ela ao manter-
se na família do pai continua dentro da família do pai, continua a poder receber
heranças da família do pai, essas também estão a ser geridas pelo seu marido e
vão para o seu filho, há interesses dos 2 lados. Continua sob a Patria potestas /
sui iuris - independente (muito mais raro)

Na véspera do casamento: (Provavelmente)


 Consagração aos Lares (divindades domésticas) e/ou à Fortuna Virginalis (à
fortuna das virgens/jovens) tudo aquilo que simbolizava a sua infância:
○ Brinquedos
○ Bulla/Lunula (o seu amuleto)
○ Toga praetexta (roupa típica das crianças)
○ Screpulia se ainda usasse

A noiva (preparativo do dia)


Preparava-se, o seu aspeto geral:
 Tunica recta - ela vestia uma túnica branca de uma só peça (tipo tubo com
uma abertura para os braços e para a cabeça)
Cingurum - ela ia com um cinto, um cingurum, este era preso com um nó
(chamado nodus herculaneus)
 Sex crines - o cabelo dela é preparado, há um penteado próprio das
romanas. O cabelo é dividido em 6 tranças (crines). Estas são divididas com
uma Hasta caelbaris (lança de solteira, provavelmente uma agulha ou uma
lança). Prendiam-se com Vittae (guitas de lã)
 Flammeum - significa cor de chama, é um véu com a cor do fogo, era posto
na cabeça da noiva. Punha-se também uma corona (coroa de flor) podiam
ser de mangerona, ou mais tarde de laranjeira por exemplo (ainda hj
associadas às noivas)
 Jóias - depois era decorada com uma enorme quantidade de joias (anéis
por ex)
 Socci lutei - sapatinhos cor de lama

Em casa
 Flores e ramos de folhagem perene - para indicar a durabilidade
 Imagens dos antepassados - os romanos tinham uma tradição (as grandes
famílias) de ter numa parte da casa mascaras funerárias dos antepassados
 Oferendas aos deuses domésticos
 Auspícios - tomavam-se os auspícios, viam se havia algum sinal do céu se
não seria o dia ideal para o casamento. Se estivesse tudo bem:

Cine manu:
 Dextrarum iunctio - cerimonia da junção das mãos direitas, que simboliza o
casamento romano (apenas no casamento cine manu) a mulher mais velha
da família encarna naquele momento o papel de Pronuba (propiciadora do

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da família encarna naquele momento o papel de Pronuba (propiciadora do
casamento) e pega na mão direita da mulher e na mão direita do homem e
junta as duas mãos
 Feliciter! - quando isto acontece, toda a gente grita Feliciter (felicidades,
viva)
 Cena paga pelo noivo - o jantar (cena), pago pelo noivo

Cena nuptialis - jantar nupticial


 Deductio: Entrega da mercadoria, da noiva (aquilo que para os gregos era
a ekdosis), e faz-se um cortejo:
○ Feito ao fim do dia
○ Com a noiva vão 3 meninos: 3 patrimi e matrimi (ambos têm o pai e
a mãe vivos)Vai um de cada lado e uma à frente a segurar nela
(enquanto que o marido vai à frente)
○ O que vai à frente dela vai com uma tocha: Tocha de spina alba -
quando chegam à casa do noivo a tocha provavelmente ainda está
acesa, se ainda estiver apaga-se e distribuíam-se o resto da tocha e
dizia-se que quem ficasse com estes restos ficava com sorte. Mas, se
a noiva às escondidas pegasse num pedaço queimado da tocha e a
escondesse e levasse para casa e colocasse por baixo da cama isso
significaria que o marido morreria em pouco tempo
○ Ela levava uma roca e um fuso (provavelmente, não se sabe se era
ela ou as amigas) porque era aquilo que se esperava que uma
mulher fizesse, trabalhar a lã
○ Cantos obscenos - acreditava-se que espantavam os maus olhados e
as invejas, traziam boas energias
○ E gritava-se Thalassio, Thalasse (gritavam sem saber o que
significava)
○ À medida que o cortejo ia andando mandavam para cima da noiva
frutos secos, por outro lado, distribuíam-se pelas crianças nozes
para estas brincarem

Quando ela chega à sua nova casa:


 Oferta de água e fogo - o noivo oferece
 A noiva unge os umbrais da porta da casa com azeite e gordura
 O noivo entra com a noiva ao colo - para evitar que a noiva caísse ou
tropeçasse à entrada da casa
 Presta culto aos deuses domésticos
 Vão para o Lectus Genialis (cama geradora) guiada por várias uniuirae (de
um só homem, uma mulher que só teve 1 homem na vida, viúva, casada…)
 O marido desfaz-lhe o nó, a Nodus herculaneus

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Aula 8 (23/02/2023)
23 de fevereiro de 2023 14:05

Matrimonium

Cum manu - sob manus do marido


Sine manu - sob patria potestas

Síntese:
 Os dias favoráveis e desfavoráveis (exemplos)
 Os diversos tipos de casamento

Quando as coisas correm mal:

Violência
 Era maior do que era hoje
Infidelidade
 Admissível - marido
 Inadmissível - mulher (mas não quer dizer que não exista)
Consequências:
Lex Iulia de adulteriis coercendis (17 a.c.) - legislação muito severa para
penalizar todos os atos de infidelidade e de adultério para mulheres
(preciso saber quais eram as consequências legais da infidelidade)

Castigo:
Relegatio in insulam - a mulher é mandada para uma ilha isolada
 Metade do dote + 1/3 da propriedade ficavam com o marido

Se a mulher trair é mais do que uma questão de honra. O homem não tem
a certeza que o filho que ta a criar é seu, do seu sangue. E, se não for, ele
vai herdar a sua fortuna e as suas propriedades, está a cometer roubo, e
não vai ter autoridade para prestar honras únebres à sua alma

O marido não tem direito a perdoar. Mesmo que este goste muito da
mulher, este não a pode perdoar:
 Tem 60 dias para denunciar em tribunal a infidelidade
Se não denunciar:
 Acusado de lenocínio - auxílio à prostituição / proscenetismo
Obrigado a divorciar-se dela
 Determinadas circunstâncias, direito de matar o amante (lus
occidenti) só em 2 circunstâncias:
○ Apanhado em flagrante, no momento
○ Se ele for numa condição social inferior à do marido

Se ela estiver casada sine manu (sob o poder paterno)


 Se o pai a apanhar em flagrante, n momento pode matá-los aos 2
(não pode matar só a filha nem só o marido) - lus occidenti (ambos)

Divórcio
Dá-se quando acaba a Affectio maritalis (vontade de viver juntos)

Res tuas tibi habeto - "Fica com as tuas coisas"


I foras - "Vai lá para fora"
 Prenunciam-se estas frases rituais
 Há uma devolução do dote

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Razoes para divórcio:
 Política - ter que se divorciar para casar com outra
 Adultério
 Infertilidade - sempre culpa das mulheres

Uniões ilícitas (quem é que não se pode casar)


 Escravos
 Soldados (até 197 d.c.)
 Homossexuais

A mulher na sociedade
 É um mal necessário (para gregos e para romanos, mas mais para
gregos)
 Serve para cuidar dos homens
 Serve para transmitir propriedade
 Na sociedade ateniense, o homem é cidadão (Polítes), move-se na
cidade, na polis, domina na cidade e domina também no oikos
(Casa). Domina por completo. É cidadão, tem direitos políticos
 A mulher só domina na casa e é uma mera habitante da cidade, não
tem direitos políticos, não participa nas assembleias (Astê)
 Na Atenas do séc. V a.c. 451/450 a.c. - para que o homem possa ser
cidadão tem que ser filho de um cidadão e de uma mulher
ateniense - ela não pode ser cidadão, mas para que um homem seja
cidadão a sua mãe tem que ser ateniense
 A partir do séc. IV a.c. - se um cidadão se casar com uma mulher não
ateniense ele perda a sua cidadania e perde a sua propriedade
 A mulher está sempre submetida a um homem, que pode ser o pai,
o marido, ou um guardião
 Não tem direitos políticos
 As mulheres não se conseguem controlar, ao contrário dos homens
que são racionais
 Dotada de uma sexualidade misteriosa

Pergunta teste:
Classifique/diga a situação jurídica da mulher na sociedade ateniense do
séc. V
 Sem direitos políticos, não vota, não pode participar nas assembleias
populares, nas legislativas, não pode ser eleita para nenhuma
magistraturas
 Não pode fazer contratos comerciais, a não ser que esse contrato
fosse inferior a 1 medimno (moeda)
 Não podem gerir propriedade - até podem ter mas não podem geri-
la, tem que ter um guardião que faça isso por elas
 Juridicamente são equiparadas a crianças - ela até pode ir a tribunal
mas tem que ser acompanhada por um guardião; Podem servir de
testemunhas.

É inferior:
 Fisicamente - mais pequena, mais fraca
 Moralmente
 Intelectualmente

Síntese:
 A mulher está ausente da vida social masculina e em contexto
doméstico: o gineceu

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 Dever de gerar filhos (de preferência homens) legítimos
 Dever de tarefas domésticas

A mulher ideal:
Aquela de quem não se fala nem de bem nem de mal, não existe, só está
lá para gerar atenienses

ROMA

Mulher
 Piedosa
 Honesta
 Que fica em casa
 Fiadora de lã
 Pudica
 Obediente
 Generosa

Síntese da mulher:
 Não tem vida pública
 Não tem poder sobre os filhos - em caso de divórcio os filhos ficam
com o pai

Patria potestas:
 Sempre dependente de um homem, esse homem é o seu pai (se for
solteira ou em sine manu)
 Não tem direito de propriedade
Quem se escapa a isto:
 Virgens Vestais
 Casamento cum manu
 Ou morte do pai
Manus
 Mulher casada cum manu
Tutela
 Órfã
 Viúva

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Aula 9 (03/03/2023)
9 de março de 2023 17:57

Tutela mulierum - razões para ser atribuída:


 Pode ser atribuída ao menino ou uma menina por causa da
fraqueza da idade, da menoridade (se um menino/a perde um pai
quando são jovens, menores de idade, é-lhes atribuído a tutela
pelo tribunal, um elemento masculino que trata dele/a)
 Por causa da fraqueza do sexo - atribuída apenas a mulheres,
independente da idade
 Ignorância sobre as questões jurídicas

Opinião comum - apesar de a maioria pensar desta forma, havia quem


discordasse disto, mas muito raramente.

Tutor (uma mulher que já não tem pai nem marido)


Sem um tutor ela não pode:
 Estabelecer contratos comerciais
 Estabelecer nenhum negocio de direito civil - negotium iuris ciuilis
 Alienar propriedade, não pode vender as propriedades
Vantagens - no cenário em que ela quer mesmo vender a propriedade,
ela pode:
 Obrigar o tribunal a atribuir-lhe outro tutor
 Ou o tribunal a obrigar o tutor a deixá-la vender a propriedade
 Ela pode escolher um tutor que seja mais bem-disposto

Tipos de tutela existentes:


 Tutela legítima - chamada Agnatícia - só vigorou até ao inico do
séc. II d.c.; até ao Imperador Cláudio - morrendo o pai ou morrendo
o marido, aquele que é naturalmente o tutor da mulher, passa a
ser o seu tutor automaticamente o elemento masculino mais
próximo da família paterna
 Tutela testamentária - quando o pai ou o marido atribui em
testamento quem fica com a tutela da mulher
 Tutela dativa - em que o tribunal determina quem vai ser o tutor
daquela mulher

Exceções
 De acordo com a Lei Júlia e a Pápia Popeia - as mulheres libertam-
se da tutela pelo direito dos 3 filhos (ius trium liberorum) - uma
mulher livre (que nunca tenha sido escrava) que tenha 3 ou mais
filhos, se ela se divorciar ou ficar viúva ela não precisa de ter tutela
 Se for uma escrava (libertas) tem que ter 4 ou mais filhos
 Virgens Vestais - eram as únicas sacerdotisas da religião tradicional
romana; Elas eram obrigadas a cumprir 30 anos; Tinham
praticamente todos os direitos dos homens (menos serem eleitas
nas assembleias)
Abolição (394 d.C.) - o culto das virgens vestais

Mulheres trabalhavam - exemplos de alguns trabalhos que podiam fazer


(mal vistos):
 Atriz - scaenica
 Atriz de interlúdios - emboliaria
 Atriz de mimos - mima
 Cantora - cantatrix
 Musica - musica

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 Musica - musica
 Dançarina - saltatrix
 Gladiadora - gladiatrix

GRÉCIA

Sexualidade no mundo antigo

Como é que se encara a nudez e os corpos


Nu masculino: objetificação do corpo masculino /mulheres sempre
cobertas de cima a baixo
 Ubíquo - aparece por todo o lado
 Integral - aparece tudo
 Pormenorizado
 Idealizado
 Itifálico - pode aparecer em ereção
Tabu - representa-se tudo menos a glande, esta não aparece.

Representações idealizadas
 Peito vigoroso
 Tez luzidia
 Ombros largos
 Língua curta
 Cu avantajado
 Pila pequena

Porque que os gregos representavam os homens com uma pila


pequena? - ideia de inteligência, de racionalidade, ideia da contenção - o
homem tem de controlar as suas emoções

Representações itifálicas (quando é que vamos encontrar o contrário)


 O grotesto
 Sátiro itifálico
 Representações cómicas

O nu feminino - exatamente o contrário do que acontece atualmente


 Escondido
 Envergonhado
 Imperfeito
 Os seios não são sexualizados, apesar de estarem à mostra
 Genitais tapados
 Ou está tapada, ou não está lá nada
Isto se estivermos a falar de deusas e mulheres decentes

Se estivermos a falar de mulheres indecentes:


 Pelos púbicos

Corpos nus em contraste


 Mulher vestida dos pés à cabeça - por vezes até com véu
 O homem representa-se nu - mesmo nas situações mais
inesperadas e irrealistas (haviam representações em que
efetivamente haviam guerreiros nus, mas isso não acontecia por
ser real mas sim por ser idealizado)

Eros: uma força desigual


Eros feminino: comédia e tragédia - quando a mulher é controlada pelo
desejo erótico - comédia ou tragédia (porque a mulher não tem

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desejo erótico - comédia ou tragédia (porque a mulher não tem
capacidade para controlar emoções)

Relações homossexuais e paiderastia

Paiderastia - caracteriza a sexualidade grega


Paid (menino) erastia (amor) = amor pelos rapazes

Relação assimétrica entre 2 indivíduos:


Erastes - amante; elemento dominante da relação - adulto
Eromenos - amado; elemnto passivo da relação - jovem
(preferencialmente um jovem pré-adolescente entre os 12-17 anos)

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Aula 10 (09/03/2023)
9 de março de 2023 17:57

Teste:
Até 5 tema
Grupo I - repostas rápidas máx. 4 linhas (20/10)
Grupo II - desenvolvimento (5/2)

Pergunta teste:
 Diga o que se entenda por erastes/eromenos
 Fale sobre a sexualidade do mundo antigo

O homem deve seduzi-lo com prendas ou brinquedos


O jovem deve demonstrar ao máximo desinteresse

Prática sexual - em teoria:


 Não se espera que haja qualquer tipo de prática entre o homem
adulto e a criança: aquilo que se pressupõe que possa haver é
sexo intercrural

Sítios de encontro:
 Aulas de ginástica
 Escolas básicas

Eros feminino - sexo entre mulheres


Hetairistr - mulher indecente
É antinatural, são mulheres que se estão a comportar como homens

Fora da norma
Sonhos antinaturais
 Se alguém sonhar que tem sexo consigo mesmo - quer dizer que
vai perder propriedade
 Homens que sonhem que estão a fazer autofelação - vão ter as
suas dívidas saldadas
 Mulher com mulher (ativa) - transmissão de segredos
 Mulher com mulher (passiva) - divórcio ou viuvez
 Sexo com divindade:
○ Se estiver doente - morte do doente
○ Se gostou - benefícios de alguém superior
○ Não gostou - Terrores
○ Se sonhar com Artemis, Atena, Hera ou Hécate - mau
 Sexo com mortos - maus auspícios
 Sexo com animal (ativo) - bons auspícios
 Sexo com animal (passivo) - maus auspícios

Mais vale sonhar que está a ter sexo com um animal do que uma
mulher sonhar que está a ter sexo com outra mulher

Brinquedos sexuais
Referências na literatura
Dildo

Crossdressing - Homens que se vestem de mulheres ou vice-versa


Exemplos: Aquiles em Ciros - vestiu-se de mulher para tentar fugir à
guerra de Tróia
Mulheres que tiveram de se vestir de homens para apresentaram-se

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Mulheres que tiveram de se vestir de homens para apresentaram-se
como homens e desempenharam papeis de género que não estavam
atribuídos
Exemplo: Axiótea de Flio e Lasténia de Lantineia - assistir a aulas de
filosofia, para serem filósofas / Agnódice (médica); Calipateira
(treinadora)

Prostituição - atividade mal vista mas legal


 Sujeita ao pagamento de impostos (Pornéion)
 Em determinados tempos de Afrodite, haviam mulheres que se
prostituíam em alguns tempos - Prostitutas sagradas

Pórne - prostituta tradicional - a mulher que está na esquina ou num


bordel e que vende o seu corpo
Pórnos - prostituto
Hetaira - prostituta - companheira; além de vender o seu corpo, de
vender sexo, vende também a sua companhia e entretenimento -
geralmente mais educada, mais culta; Pode saber ler, recitar poesia,
canta, dança, toca flauta, pode oferecer conversa

Quem eram?
Geralmente escravas

ROMA

Nudez e sexualidade

Princípio da infâmia é desnudar o corpo entre cidadãos - Flagiti


principium est nudare inter ciuis corpora

 O homem não pode provocar o orgasmo (sobretudo se for


alguém inferior à sua escala social)

Homem + mulher
Permitido:
 Tradicional - sexo vaginal
 Anal: esposa mais ou menos/escrava à vontade
 Oral (mulher ao homem): esposa mais ou menos/escrava e
prostituta tudo bem
Não permitido:
 Oral (homem à mulher)

Homem + homem
Permitido:
 Anal (ativo)
 Oral (irrumatio): face fuck; parte ativa
Não permitido:
 Anal (passivo)
 Oral (fellatio)

Mulher + mulher - Não permitido

Threesome - frequente

Representações fálicas

Fascinum - para trazer a boa sorte, afastar más energias e os maus

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Fascinum - para trazer a boa sorte, afastar más energias e os maus
olhados; símbolo fálico; uma coisa pequena usada individualmente;
usado muitas vezes pendurado num fio, dentro de uma bulla, numa
pulseira
Tintinnabulum - Fascinum mais elaborado; Tipo espanta-espíritos;
pendurado perto de uma porta - função de com as correntes de ar ir
tocando quando as pessoas entram - trazer a boa sorte e afastar as más
energias

Prostituição
Sobretudo as mulheres que se prostituem
 Escravas - geralmente gregas
 Libertas - mulheres que em tempo foram escravas
 Livres - menos comum

As libertas e as Livres: pagavam imposto, sujeitas a infamia (julgamento


jurídico; implica perda de alguns direitos civis)

Infamia
 Atores/Atrizes
 Gladiadores/as
 Prostitutos/as
 Pessoas que lidavam com morte (pessoas que tratavam dos
mortos por exemplo)

 Proibição de testemunhar?
 Proibição de mover processos?
 Proibição de acesso a magistraturas (caso dos homens)

Vocabulário (tudo prostituto/a)


Meretrix
Prostibula
Lupa
Lupana
Scortum - pano velho
Leno/a - proxeneta

Homossexualidade masculina
A homossexualidade em si não é permitida. Homem com homem só em
determinadas circunstâncias (vistas acima); Mulher com mulher nunca
 Crime para um homem livre
 Necessidade para um escravo
 Dever para um liberto

Lex scantinia - lei que determinava que era proibido:


 Sexo homossexual com menores livres
 Sexo homossexual passivo de homens livres

Criminalização
 Proibição da prostituição masculina - séc. III
 Pena capital, punida com pena de morte - período cristão, final do
séc. IV

Homossexualidade feminina
Tribas
Fricatrix - esfregadora

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Fricatrix - esfregadora
Uirago - masculina

Transexualidade

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Teste 1
8 de março de 2023 15:03

GRÉCIA
1. Conceção, Nascimento e Gravidez
Preferências quanto a o sexo da criança: Para gregos, romanos e muitas civilizações do Ocidente, há preferência
para se ter rapazes (por questões de transmissão de propriedade, mercado de trabalho…etc.;). Ter um filho
homem implica que este herde a casa paterna e a mantenha, contribuindo para a riqueza na casa, ao contrário do
que aconteceria com uma filha. As mulheres não herdam a propriedade, apenas servem como meio transmissor da
propriedade para outro elemento masculino de outra família. Assim, pode-se dizer que ter uma filha era uma
inconveniência, era não deixar nem herança nem herdeiro. Mas também não convém ter muitos filhos homens
porque quantos mais filhos homens, mais herança para dividir.
EX.: Se os Deuses não gostarem da pessoa, essa terá 1 filha. Se os Deuses odiarem essa pessoa, ela terá, então,
várias filhas.
Controlar a natalidade: Se é conveniente não ter muitos filhos, nem filhas, é necessário controlar a natalidade; O
conhecimento da anatomia humana era zero;
Indique algumas técnicas anticoncecionais recomendadas pelos Gregos
 Reter a respiração e afastar-se um pouco (antes do homem coiso) - para que a "semente" não chegue ao
útero
 Levantando-se imediatamente e agachando-se deve provocar espirros, e limpar a vagina
 Beber alguma coisa fria
 Barrar antes do coito o colo do útero com: azeite velho, mel, resina de cedro ou a seiva da árvore do
bálsamo, com ou sem chumbo branco, creme de óleo de murta e chumbo branco, ou um tufo de lã no colo
do útero
 Casca de pinheiro, sumagre de curtir, em quantidades iguais de cada um
 Esfregar com vinho e aplicar na medida certa antes do coito depois de a lã ter sido enrolada. Ao fim de 2/3h
pode removê-lo e ter relações sexuais

 Pessário de óleo de cedro


 Pessário de azeite velho
 Pessário de mel
 Pessário de murta e chumbo
 Pessário de abóbora
 A mulher pode previamente lavar-se com água usada por um ferreiro
 Sílfio (semente de uma planta usada pelos gregos) - "pilula do dia seguinte"
 Cenoura brava
 Poejo
 Arruda
 Artemísia
 Amuletos vários
 C. interrompido + apneia + espirro
 Supositórios vaginais: Vinagre, azeite, casca de romã, figo seco

Obs.: Caso a mulher engravide, esta é que tem culpa

Métodos abortivos (aplicados depois da relação sexual)


 Unguentos vários (cremes aplicados depois da relação sexual)

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 Unguentos vários (cremes aplicados depois da relação sexual)
 À base de trigo cozido em vinagre
 Folhas de cipreste cozidas
 Banhos quentes
 Sangrias (fazer a mulher sangrar)
 Esforço físico pesado (correr, pesos)
 Andar numa carroça instável
 Sustos
 Chacoalhar a mulher (agarrar em 2 homens fortes e abanam-na)
 Cirurgia

Quando nada disto corre bem, quando a gravidez chegou ao fim:

Exposição (ekthesis) - significa deitar fora, deita-se a criança fora


A exposição de crianças é considerado o método abortivo

O quê que se entende por ekthesis?


É a exposição de uma criança indesejável, é o seu abandono, nas circunstâncias:

Que crianças é que se podiam abandonar: Qualquer, mas à partida os que mais facilmente se abandonavam:
 Meninas
 Deficientes (à primeira vista)
 Ilegítimas
 Escravas

Como é que se expõe a criança:


Metê-lo dentro de uma pûcara (recipiente)

Síntese: (aquilo que pode ser perguntado no teste)


 Idealização de ter filhos homens e por outro lado não querer ter filhas
 Exemplos de métodos anticoncecionais
 Exemplos de métodos abortivos
 Exposição (Ekthesis)

Conceção
 Só o homem é que tinha um papel ativo na conceção
 A mulher tinha apenas o papel de ser um ninho para alojar o ovo que vinha do homem para a criança se
desenvolver
Aristóteles dizia:
A conceção funciona como um carpinteiro a trabalhar a madeira. A mulher é a madeira, é aquilo que se não tiver
um carpinteiro não funciona para nada, enquanto o homem é o carpinteiro que trabalha a madeira. Mulher:
matéria-prima que tem de ser trabalhada

O útero é a fonte de todas as doenças femininas: histeria

O útero estava solto no abdómen na mulher. Assim, a mulher ao movimentar-se podia provocar situações de saúde
complicadas
Secura (motivada por falta de sexo) - o problema resolve-se com sexo
Deslocamento (motivada ou por movimentos violento ou pelo sexo violento) - o problema resolve-se com:
 Aromas (aromo terapia)
 Palpação

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 Palpação
 Aperto
 Pino
 Gravidez

Mulher como máquina reprodutora:


Quando há um problema de:
 Infertilidade ---» culpa da mulher ---» motivada por um bloqueio
Porque acredita-se que da vagina até à boca vai um tubo contínuo

Como é que percebemos se uma mulher é infértil - Diagnóstico:


Despia-se a mulher, enrolava-se num cobertor muito apertadinha (a única coisa que podia ficar de fora era a
cabeça e os pés). Depois metia-se um braseiro por baixo das suas pernas, aí metia-se incenso ao queimar, deixava-
se queimar um bocadinho. Pedia-se para a mulher abrir a boca e via-se se da sua boca sai o cheiro a incenso:
Se saísse: Não era infértil
Se não saísse: Havia um bloqueio pelo caminho - era ela infértil

Punha-se na vagina da mulher supositórios vaginais (arruda, alho, ou de outra substância de cheiro forte), e via-se
se saia o cheiro da sua boca

Porquê que estava bloqueada?


 Excesso de peso

Tratamento
 Apanhar sol + fumigações vaginais (à base de absinto, alho, mirra, e outras substâncias com cheiro forte)
 Incubação no templo de Asclépio (ia dormir ao templo na esperança de acordar curada)
 Dieta

Como é que se concebe:


Acreditava-se, portanto, que a conceção tinha a ver com o ciclos menstruais
Acreditava-se que a mulher tinha que deixar o marido ter relações sexuais com ela pelo menos 3x por mês

Conceber: como e quando?


 Final da menstruação - para não assoberbar o útero
 Presença de apetite sexual (ela tem que ter algum prazer sexual para conceber, mas não se quer demasiado
prazer nem vontade) - tal como a comida precisa
 Ausência de fome (não podem estar com fome)
 Ausência de fastio (não podem estar muito cheios)
 Ausência de bebedeira (não podem estar bebedas)
 Após massagem e refeição leve
 Boa disposição geral

Síntese:
 O papel de cada sexo na geração (problema)
 Histeria - a ideia de que o utero vageia pelo corpo
 Infertilidade - é sempre culpa da mulher
 A geração: ocasiões propícias (exemplos)

Nascimento
Divindades:

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Divindades:
Ilitias - associadas ao parto propriamente dito
Ártemis (Iphigéneia)
Hekáte (Kourotróphos) - alimentadora das crianças

Indique as divindades gregas ao nascimento

O parto
Quem assiste:
Exclusivamente mulheres, não há homens a assistir ao parto

Quem ajuda:
A maia - Parteira (pode também ser muitas vezes uma ama) tem que ser uma mulher mais velha, de preferência
na menopausa (que já não possa ter filhos)
Equipamento da maia - quais são os instrumentos que ela tem que ter:
 Azeite
 Água quente
 Compressas
 Esponjas
 Agasalho
 Aromas
 Diphron maiotikon (cadeira da parteira)

Técnicas de dar à luz:


Sentada?
Deitada?
Agachada?

Pós-parto (partindo do suposto que correu tudo bem)


 Ololugê - Gritos de alegria pelo nascimento da criança, olular de alegria - mantem se esta tradição por todo
o médio oriente
 Exame visual - Para ver se tem deficiências, para ver o sexo da criança
 Anúncio de sexo - Ao pai
 Deposição - Pousar a criança no chão - contacto com a terra
 Omphaletómos - a maia assume a sua função de Omphaletómos - Significa cortadora do cordão umbilical
(tradicionalmente cortava-se com um pedaço de vidro ou cerâmica)

 Banho ritual - para afastar as más energias


 Purificação - da casa
 Anúncio - À vizinhança, pondo na porta um ramo de oliveira se fosse umo menino, ou um tufo de lã se fosse
uma menina
 Oferendas - a mãe faz oferendas aos deuses para agradecer

Pós-parto (partindo do ponto que correu tudo bem)


 Ololugê - Gritos de alegria que as mulheres na Grécia dão para celebrar o nascimento da criança, olular de
alegria - mantem se esta tradição por todo o médio oriente
 Exame visual - Para ver se tem deficiências, para ver o sexo da criança
 Anúncio de sexo - Ao pai
 Deposição - Pousar a criança no chão - contacto com a terra
 Omphaletómos - a maia quando assume a sua função de Omphaletómos - Significa cortadora do cordão
umbilical (tradicionalmente cortava-se com um pedaço de vidro ou cerâmica)

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umbilical (tradicionalmente cortava-se com um pedaço de vidro ou cerâmica)

 Banho ritual - para afastar as más energias


 Purificação (da casa) - como ato ritual
 Anúncio - À vizinhança, pondo na porta da casa um ramo de oliveira se fosse umo menino, ou um tufo de lã
se fosse uma menina
 Oferendas - a mãe faz oferendas aos deuses para agradecer

Mortalidade neonatal (infantil, era elevadíssima)


 Enfaixamento excessivo - a criança quando nasce, nos primeiros meses de vida a criança é enfaixada, fica só
com a cabeça de fora. Acreditava-se na Grécia antiga que isto fazia com que os membros, tronco ficassem
mais fortes. (Dificuldade respiratória)
 Problemas intestinais (ex.: disenteria) -
 Infeções várias:
 Comida pré-mastigada - não há varinha mágica para fazer sopas ou papas, por isso a mãe/ama é que
tinha de mastigar e dar (basta a pessoa ter uma doença transmissível)
 Falta de higiene
 Leite animal estragado - já havia alimentação com o leite animal

Indique quais as principais razões da mortalidade infantil na Grécia

Mortalidade materna (igualmente elevadíssima)


 Falta de higiene
 Idade

Síntese:
 Divindades auxiliadoras do nascimento (exemplos)
 O parto: problemas e rituais associados
 Mortalidade
 Participantes
 O pós-parto: problemas e rituais associados
 Mortalidade
 Rituais
 Oferendas

Os primeiros dias

Rituais associados à incerção da criança no mundo

Rituais:

Amphidrómia - vem no texto


Um ritual que se fazia, segundo alguns autores:
Significa: correr em volta/ corrida em volta (do fogo da lareira doméstica)
Toda a casa de quem pode tem uma lareira que é dedicada à deusa Héstia, a deusa do ar, do fogo.
 5ºdia (alguém, provavelmente o pai ou a mae ou as mulheres da casa, pegam na criança ao colo e andam à
volta do fogo doméstico com a criança, apresentando-a, dedicando-a à deusa Héstia
 Dedicação a Héstia
 Fogo doméstico
 Mulheres?
 Pai?

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 Pai?
 Festa -
 Ofertas
 Opteria - coisas de ver (brinquedos)
 Baskania - amuletos que serviam para afastar as más energias e os maus olhados

Dekáte (significa décima)


 10º dia
 Assunção de legitimidade - por parte do pai
 Nome
 Primogénito: avô paterno
 Nome + patronímico
ex.: fulano de tal, filho de fulano de tal
 Festa

Síntese
 Rituais após os primeiros dias
 Amphidrómia
 Dekáte
 Brinquedos e brincadeiras (exemplos)

ROMA

Patria potestas - É o poder que o pai tem sobre a sua descendência (filhos, netos) Enquanto o pai for vivo, tudo
aquilo que vem da sua linhagem está sobre o seu poder
Por exemplo de decidir sobre o casamento, divórcio dos filhos
No caso das filhas: esgota-se num certo casamento
No caso dos filhos: esgota-se quando
É um poder que dura, no caso dos rapazes, enquanto o pai for vivo, e no caso das raparigas enquanto o par for vivo
ou então até que a rapariga se case de acordo com um determinado tipo de casamento em que o poder passa para
o marido. Esse poder pode ser a nível da decisão sobre o casamento, sobre o divórico, da vida ou da morte dos
filhos..etc;

Fomentar a natalidade:
Legislação
Lex Iulia maritandis ordinibus
Lex Papia Poppaea

 Solteiros não podem assistir a espetáculos


 Solteiros não podem receber heranças
 Benefícios vários para quem tem 2 ou mais filhos

A mulher está sempre sobre a tutela de um homem (seja o pai, um marido…etc.), a não ser que tenham 3 ou mais
filhos

Lex Iulia de adulterijs coercendis (Previa que as mulheres fossem apanhadas em adultério)
 Exílio (Implica perda de propriedade, perda de cidadania, é basicamente perder o direito a ser) ou relegação
(vai se embora mas mantem a sua cidadania, os seus direitos
 Morte de mulher e amante em determinadas circunstâncias
Quando é que a mulher apanhada em adultério poderia ser morta?
 Se fosse apanhada pelo marido e se tivesse sobre a tutela do marido. Se o marido, no ato do momento, a

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 Se fosse apanhada pelo marido e se tivesse sobre a tutela do marido. Se o marido, no ato do momento, a
matasse (tinha de ser logo)
 Se ela tivesse sobre o poder do seu pai, então o pai podia também matá-la na hora

Truques e dicas para o antes:


Azeite
Mel
Alvaiade + resina
Testículos de mulo + seiva de salgueiro + esterco de abutre
Seiva de zimbo (ele)
Azeite (pessário)
Mel (pessário)

Aborto
 Fumo de lâmpadas
 Vinho de vinhas semeadas com heléboro
 Pepino do Diabo
 Malvas com gordura de ganso
 Semente de estragão (quente e tem um cheiro tão forte que só de cheirá-la as mulheres abortam)

Exposição
Se um homem tem 10 filhos homens ele tem que os criar a todos, mas só a 1 filha é que tem que ser
obrigatoriamente criada, a 2º filha pode ser exposta

Quando é que se expõe?


 Quando há incertezas quanto à paternidade
 Deficiências óbvias
 Columna lactaria - depunham-se/expunham as crianças
 Proibida em 374 d.c.

Infertilidade
 Mulheres másculas
 Mulheres atarracadas (baixinha)
 Mulheres que coram facilmente - se a mulher cora facilmente é porque o sangue que devia estar no útero
sobe para a cara

Fertilidade
 Mulheres com intestinos saudáveis - ritmos intestinais saudáveis, vão à casa de wc com frequência
 Mulheres bem dispostas - não podem ser muito bem dispostas, porque se forem riem-se muito, se rirem
muito fica muito vermelhas (coradas)
Culpa sempre da mulher! - fez coisas que não devia ter feito

Outros problemas:
Aborto espontâneo - poucos cuidados médicos
Mortalidade materna - muito frequente

Truques e dicas
Se uma mulher quer que a criança tenha os olhos negros, esta deve comer um musaranho
Partos difíceis resolvem-se quando alguém manda por cima do telhado da casa onde está a mulher grávida uma
destas coisas: uma pedra, ou outro projétil que tenha 3 golpes, um para cada um, matando um homem, um javali e
um urso

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um urso

Roma
Mortalidade Infantil
Exemplo: Aos Deuses Manes. A ama dulcíssima fez este (monumento) ao seu pupilo, Lúcio Valério Estáquio que
viveu 8 meses e 25 dias.
É muito comum aos romanos contarem exatamente quanto viveu a criança;

SÍNTESE
• O conceito de pátria potestas
• Legislação para fomentar natalidade - saber que houve necessidade de houver legislação para fomentar a
natalidade, para que as pessoas se casassem e tivessem filhos
• Métodos anticoncecionais (exemplos) - grego e romanos
• Problemas associados à gravidez e parto

Procedimentos e rituais
Quando a criança nasce e corre tudo bem:
O pai é que manda. O pai é chamado À sala e tem que tomar uma decisão. Cria aquela criança ou não?
Ele pode: Liberum repudiare (repudiar a criança) e se ele o fizer, num ato simbólico, vira as costas e sai da sala. As
razões podem ser várias, ou porque suspeita que a criança não é dele, ou porque parece deficiente…etc.;
Consequências:
Exposição (se o pai não quer criar a criança, não se cria aquela criança e esta é exposta)
Ou pode: Filium Tolere (ele pode pegar na criança ao colo) e aceita a criança como sua
Formas de anunciar:
Natus Cornelius Sabinus (Nasceu o Cornélio Sabino)
Iuuenilla nata die Saturni ora secunda uespertina IIII Nonas Augustas (= 2 Ag.) (Nasceu a Juvenilla no Sábado no 4º
dia das nonas de agosto)

Perguntas para o teste:


 Apos o nascimento como e que o pai manifestava se aceitava ou não criar a criança
 Ou virava as costas e saia (LR) ou pegava na criança e com isto significava aceita-la e cria-la
 Diz o que que entende por Liberum Repudiare

Dies Lustricus (Dia da purificação) – Uma espécie de batizado


Todas as civilizações tem qualquer tipo de cerimonia de comemoração de sobrevivência da criança. Normalmente
cerimónias que aconteciam após 1 semana do nascimento da criança.
• Ocorre ao oitavo (feminino) ou ao nono dia (masculino), isto porque as meninas são mais resistentes do que
o rapaz, então esperava-se mais 1 dia para os meninos;
• Água lustral (Água purificadora, a criança é lavada/banhada com esta água);

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• Bulla/lúnula (poe se ao pescoço da criança uma Bulla, que é usada pelos meninos até aos 15/16 anos que é a
altura em que entram na idade adulta, e é tipo um amuleto em forma circular que servia para afastar as más
energias das crianças). No caso das meninas, podia-se oferecer uma Bulla ou uma lúnula até ao dia do
casamento, ou seja, por volta dos 14/15 anos, que também é um amuleto que significa “luazinha”;
• Crepundia (Também se oferecia isto)
• Votos e da mais velha mulher da família (A mulher mais velha da família faz uma espécie de benzedura à
criança, faz votos de felicidade “que tenhas um bom marido...” depois ela molha os dedos nos seus lábios e
passa os dedos na testa, nos olhos e nos lábios, para limpar as energias.);
• Atribuição do nome (Nesta altura, atribui-se um nome à criança).

Elementos apotropaicos – amuletos que serviam para afastar os maus olhados. Podia ser usado quer o pescoço,
pelas crianças, dentro das Bulla, em fios, em pulseiras…etc.;

O nome do menino
Tria nomina (Sistema de 3 nomes)
• Praenomen - pronome
• Nomen – nome de família
• Cognomen – subdivisão dentro da família, dentro do grande clã
Exemplo: Gaius Iulius Caesar / Publius Vergilius Maro

O nome da menina
As mulheres em Roma não têm direito a ter nome. Como acontece então?
Exemplo: Publius Vergilius Maro tinha uma filha. Era a forma feminina do nome de família: Vergilia. Se tivesse uma
2º filha era Vergilia também, mas agora a mais velha seria Vergilia Maior e a mais nova Vergilia Minor. Se tivesse
uma 3º filha seria Vergilia Tertia

No teste:
Marcus Tullius Cicero teve uma filha. Como é que ela se chama? Tullia

Divindades da infância, alguns deuses:


• Lueana (aquela que pega ao colo)
• Vagitanues (É o deus que ajuda a criança a dar os primeiros choros quando nasce)
• Cunina (Deusa protetora do berço)
• Ossipagina (Deusa que ajuda os dentes a romper)
• Fabulinus (O Deus que ajuda a criança a dizer as primeiras palavras)
• Potina (Deusa que ajuda a criança a beber)
• Rumina (Deusa que dá o leite à mãe)

Registo da criança

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Registo da criança
Professio (legítimas)
 Tem de ser feito até aos 30 dias
 Pode ser feito pelo pai
 Se tivermos em Roma é feito no Aerarium Saturni (o pai ia ao templo de saturno e registava a criança)
 Se fosse na Provinçia ia ao Tabularium Publicum
Testatio (ilegítimos)
 Quem faz o registo é a mãe
 Trata-se de um documento privado
 Tem apenas a presença de 7 testemunhas

Amas (Nutrix), existem 2 tipos:


Nutrix lactaria (ama de leite, uma mulher, geralmente uma escrava, que amamenta a criança. Depois pode passar a
aser uma Assa nutrix)
Assa nutrix (ama seca, que serve para ajudar a tratar da criança e que pode acompanhá-la o resto da criança)
Alumnus / Alumnua (“alimentado/a”, a criança que está a ser tratada por uma ama)

Animais de estimação
Cães
Gatos – não é muito comum
Pássaros
Exemplos de nomes:
• Skílax (cachorrinho)
• Ferox (Feroz)

Brinquedos e brincadeiras
• Bonecas (pupae) – as meninas brincavam com pupae
• Miniaturas – carrinhos, carroças, cavalinhos…etc.;
• Nozes (podiam ser usadas para jogar aos berlins ou par impar)
• Moedas (par impar)

Síntese
• Rituais associados ao nascimento
• Divindades do nascimento e primeiros meses
• O Dies Lustricus: ritos associados (exemplos)
• Problemas associados à gravidez e parto
• Tipos de nutrix (exemplos)

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• Tipos de nutrix (exemplos)
• Brincadeiras e animais de estimação

GRÉCIA (Atenas) sec. V a.c.


Os primeiros anos e a educação (Atenas)

Uma educação exclusivamente masculina


Kyrios: senhor da casa; a função do kyrios é:
 Educar o filho
 Preservar a virgindade da filha (preservar a filha para casar)
 Preservar a prosperidade do Oikos (Oikos=casa física)
Isto não quer dizer que as mulheres não eram educadas, apesar de não irem à escola, são educadas informalmente
em casa pelo pai quando são meninas, ou pelo marido.

Características gerais da educação elementar ateniense

Regulação
• É uma educação privada, não é organizada pela polis/cidade (o que não quer dizer que não seja regulada
pela polis)
Polis (a cidade regulamentava coisas ao nível dos horários da escola)
Horário: Tinha obrigatoriamente de começar depois do nascimento do sol e acabar obrigatoriamente antes do por
do sol. Nada de permitir a que ficassem fechados dentro de uma sala com pouca luz
Capacidade da sala: Não temos ideia
Idade de admissão: Por volta dos 6/7 anos
Vigiar paidagogoi (aquele que leva as crianças à escola, escravos): Eram os escravos que ficavam encarregados de
levar as crianças à escola

O quê que se aprendia?


• Ler
• Escrever
• Educação física (com vista na preparação militar)
• Música

Perguntas para o teste:


 A educação elementar em que que consistia? (3)
• Leitura e aritmética (Ler, escreve e contar)
• Música (Música e lírica porque é para ser acompanhada à lira, e os poetas que cantavam)
• Educação física, aprendia-se:

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• Educação física, aprendia-se:
○ Corrida (vários tipos de corrida)
○ Lançamento do dardo
○ Lançamento do disco
○ Luta
○ Salto
-E fazia-se na palaistra (palestra)

Os professores
Grammatistes (Significa letrador): Ensina a ler, escrever e a contar
Kitharistes: Professor de música, ensina cítara (um instrumento), flauta e os cantos líricos
Paidotribes: Cansador de rapazes; é o professor de educação física

Perguntas teste:
o Diga o que se entende por Grammatistes/Kitharistes/Paidotribes
o Escreva de forma sintética o sistema de ensino elementar em Atenas

Paidagogos (pais + ago): Aquele que conduz ou aquele que leva os rapazes

Educação “superior”
Escolas filosóficas
Exclusivamente para as classes privilegiadas
Aprendem-se coisas como: Biologia ciências, astronomia, geometria…etc.;

Perguntas teste:
Quais as principais escolas filosóficas da transição do séc. V para o séc. IV a.C em Atenas?
• Escola de Isócrates (c. 392 a.C.)
• Akademeia (c. 385 a.C.) – Platão – componente mais religiosa
• Lykeion / Peripatos (355 a.C.) – Aristóteles

ROMA

Educação
Começa por ser: Familiar. Pode ser:
• Magister (Professor) – Um escravo grego que se compra para educar o filho; Exemplo: Lívio Andronico: foi
um escravo da Grécia.
• Ludus (Escola) – Ou então pode ocorrer num espaço especial. Ludus pode significar campo de treinos de

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• Ludus (Escola) – Ou então pode ocorrer num espaço especial. Ludus pode significar campo de treinos de
gladiador, escola…etc.;
Pode ser na rua (forum), num quarto alugado ou sob uma pérgula (varanda)

OBS.: Roma não tinha edifícios dedicados à escola

• Maus-tratos: férula/uerber
• Férias:
Natal (Saturnalia) – 17-23 dezembro
Páscoa (Quinquatrus) – 19-23 março
Verão – junho/julho – outubro

Perguntas para o teste:


o Digam quais eram os períodos de férias escolares romanas

• As meninas podiam ir à escola


• As aulas começavam antes do nascer do dia
• Pagamento
• Os maus-tratos existiam e eram comuns
Materiais de escrita

 Cerae - sistema de 4 tabuinhas; tabuinhas de cera utilizadas para escrita temporária; cartas por exemplo, ou
relatórios militares, trabalhos de escola
 Atramentarium
 Calamus - caneta, palavra latina de origem grega que significa "cana", significa caneta, uma pequena cana
que se molha na tinta que serve para escrever num uolumen por exempl
 Uolumen - uma coisa que se enrola

Stylus - Estilete, aguçado na ponta para escrever na cera, espalmado na outra ponta para poder rapar, para poder
reutilizar e voltar a escrever

O sistema Romano

Magister - mestre/professor
Discipulus - aluno

Ludus: Ensino elementar (escola básica)


Misto - meninos e meninas (novidade)
Entre os 7-11 anos
É administrada pelo: Litterator/Magister (decorar uma palavra ou a outra)
Litterator é a tradução literal de "gramatistes" (ver pq não está bem escrito) que em grego significa letrador

O quê que se aprende?


 Ler
 Escrever
 Contar
Aprendem-se as letras, as sílabas e a separar palavras; Os antigos não separavam palavras. O sistema de escrita

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Aprendem-se as letras, as sílabas e a separar palavras; Os antigos não separavam palavras. O sistema de escrita
antigo não separava palavras. São linhas completas, em que não há pontuação, os antigos desconhecem este
conceito. Consequências: processo de leitura, é preciso aprender a separa as palavras; próprio processo físico da
leitura, implica que a leitura silenciosa como a compreendemos é um conceito raro na antiguidade (não quer dizer
que não existisse, mas era raro), o processo de leitura normal era sussurrada.

Escola bilingue: aprende-se latim e grego (ler e escrever)


Escola de elites. Só vão para esta escola os filhos das elites

Grammaticus (Escola do Grammaticus - o professor)


Sistema romano depois dos 12 anos, tem um sistema tipo "ensino secundário
 Rapazes (não se ensina as meninas, elas nesta idade já têm idade para terem filhos)
 11-15 anos
Estuda-se:
 Gramática
 Literatura (serve como base para aprender a gramática)
Gregos: Homero, Hesíodo, Ésquilo, Sófocles, Eurípides (…)
Romanos: Horácio, Cícero, Terêncio, Vergílio, Salústio (…)
Estes autores gregos e romanos chegaram-nos porque eram os autores estudados na escola

Pergunta para o teste:


 Que autores gregos e ou romanos se aprendiam na escola do Grammaticus

Como é que se fazia o ensino:


Usava-se a técnica de Enarratio - Pega-se num pedaço do texto que acabou de se ler e esmiuça-se até mais não
poder
Fazem-se comentários. É aqui que se estuda astronomia, história, mitos (…)
Estuda-se a história não pela história, conta-se para perceber o texto. Não se dá uma aula de astronomia, explica-
se para se perceber porquê que o poeta falou daquilo. Na verdade, é com se fosse uma nota de rodapé. Todos
estes conhecimentos é para se perceber os poetas e a sua poesia.

Rethor - Nome do professor, escola do Rethor


Escola de elites dentro das elites das elites. É a escola de quem vai seguir uma carreira política, advocacia. Minoria
das minorias, quase ninguém estuda em Roma
 Rapazes
 16 anos
 Estudam em grego
 Estuda-se oratória (aprende-se a falar)
 Vão para: Roma, Atenas, Antioquia, Alexandria, Pérgamo

Como é que se estuda:


Suasoriae - Servem para treinar:
 Género deliberativo - género oratório das assembleias, para quem quer seguir politica, por exemplo. Para
isso dão-se:
 Temas históricos - para os alunos treinarem, debaterem-se
Controuersige
 Género judicial - criminal
 Casos práticos - são apresentadas leis inexistentes

GRÉCIA

Casamento
Mulheres: para gerar filhos legítimos e para serem fiéis guardiãs da casa

O casamento é entendido como uma transferência comercial de uma mulher de um Kyrios para outro Kyrios, de
um Homem para outro Homem, é um negócio.
Kyrios (pai, irmão pelo mesmo pai e pelo mesmo avô paterno), o senhor, o homem responsável pela mulher.

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Kyrios (pai, irmão pelo mesmo pai e pelo mesmo avô paterno), o senhor, o homem responsável pela mulher.

Epikleros - A mulher não pode receber heranças. A mulher é meramente transmissora de propriedade. A mulher,
no caso se ser filha única, se ela não for casada ainda, ele tem de casar essa filha com alguém que seja da sua
própria família para que quando ele morrer ela possa herdar a sua propriedade, essa passar para o marido e ficar
dentro da família paterna.

Quando é que se casa?


Um homem deve casar-se por volta dos 30 anos
Uma mulher não deve casar-se depois dos 20 anos
Para Platão: as mulheres tenham entre 15-19 anos; os homens 30
Para Aristóteles: as mulheres tenham 17 anos; os homens 35
Para Sólon: os homens tenham entre 27-34

Nesta altura não era garantido que as mulheres já tivessem entrado na puberdade (por causa da alimentação)

Procedimentos e rituais

Engye - garantia, contrato (significa noivado)


 Estabelece entre 2 homens: o pai da noiva e o noivo ou o pai do noivo
 Preocupação para a transmissão da linhagem paterna, preocupação com a herança
 Estabelecimento de um dote: ter que casá-las

Partes interessadas: (Possível pergunta no teste, quem são)


 O marido
 Os pais da mulher

O dote - As mulheres é que levam o dote para o casamento por: (2 possibilidades)


 Necessidade competitiva - isto é uma sociedade em que é necessário; há muitas mulheres para poucos
homens por ser uma sociedade onde há guerra. É uma necessidade competitiva oferecer quanto mais
dinheiro eu oferecer para que a minha filha se case, mais possibilidades eu tenho para me livrar dela
 Segurança para o pai - em caso de divorcio uma parte do dote revertia, voltava para o pai. É uma segurança
na medida em que quanto maior o dote eu oferecer maior são as garantias que o noivo não se farte dela

Divórcio - O dote volta à precedência ao seu Kyrios (pai, irmão…)


Viuvez - O dote reverte para os filhos ou em caso de serem mulheres (filhas ou se não tiver filhos) volta para o
Kyrios

Promnestria - Quem arranja o casamento, casamenteiras, alcoviteiras. Uma mulher geralmente mais velha bem
relacionada, dentro da comunidade e que vai estabelecendo contactos para estabelecer também ela os
casamentos entre as famílias.

Estabelecemos um casamento, finalmente chegou a altura de fazert o casamento. Gamos (casamento)


Os procedimentos:

Apatouria
 Festival religioso
 Acontecia entre outubro e novembro
 Havia a apresentação da noiva a sociedade
 Casamento ocorria entre janeiro e fevereiro

Talvez se fizesse:
Exame de linhagem - para ter a certeza de que aquela mulher que o homem vai casar é filha de um cidadão
ateniense e de uma mulher que nasceu em Atenas, filha de um ateniense
Noiva presente? - não se sabe bem se esta estava presente na cerimónia
Gamelia - sacrifícios religiosos
Decorre no mês de Gamelion (Entre janeiro-fevereiro), dedicado à deusa Era

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Decorre no mês de Gamelion (Entre janeiro-fevereiro), dedicado à deusa Era

Nymphe - noiva
Tem que fazer sacrifícios:

Proteleia (coisas destinadas ao casamento)


 Sacrifícios religiosos - série de ações:
○ Corte de cabelo (um pouco, uma madeixa) - passagem simbólica da infância para a vida adulta
○ Brinquedos e roupas que usavam enquanto crianças - oferece-se aos deuses
Estes deuses:
 Artemis - Artemis das passagens - transições da infância para a idade adulta, associada à virgindade, ao
nascimento, ao casamento
 Aphrodite
 Demeter - deusa da agricultura, fertilidade
 Hera - deusa do casamento
 Hermes - deus das transições

Pergunta para teste:


Exemplos de divindades deusas para o casamento (sem ter que explicar)

Na véspera do casamento, ou na manhã do próprio dia:


Banho nupcial - banho purificador, (usa-se água das fontes e mete-se num recipiente "loutrophoros" -
transportador de água; este recipiente é também usado para lavar os cadáveres - associação curiosa entre o
casamento e o funeral); A noiva toma banho com essa água
Casa decorada (oliveira e loureiro) - São árvores de folha perene, portanto perenidade, eternidade, fertinidade.
Banquete nupcial:
 Noiva velada
 Acompanhada por uma nympheutria (mulher mais velha que a acompanha, pode ser a tia, a mãe, a avó; esta
mulher é uma espécie de madrinha, protetora da noiva, tem uma função: a meio da festa ela levanta-se e
começa a gritar "makar" (bem aventurada), felicidades)
 Bolos de sésamo e mel - equivalente ao bolo de noiva / sésamo: consideradas proporcionadores de
fertilidade
Oferecem-se prendas:
Cerâmicas de casamento: Lébes gamikós

Acabou o banquete (na casa do pai da noiva), e ele finalmente livra-se dela.
Os noivos reúnem-se e dá-se o ato simbólico do casamento
 Ékdosis - Entrega do produto/mercadoria; o pai entrega a filha ao marido
 Cortejo nupcional - da casa do pai da noiva para a sua futura casa, a csa do marifo
 Canta-se o himeneu - cantico ao deus hymén (deus do casamento)

No novo oikos (nova casa)


Dá-se uma cerimónia
Katakhysmata - mandar frutos secos para cima da cabeça dos noivos, mais concretamente para a noiva. Frutos
secos porque duram muito tempo, significam durabilidade, prosperidade. Fazia se isto pra a noiva e fazia-se isto
também quando entrava um novo escrava para a casa
 Culto ao fogo doméstico - o mesmo à volta do qual fazemos com a criança quando nasce
 Pais amphitales - significa criança com os 2 pais vivos - temos uma criança com os 2 pais vivos que distribuem
o pão pelos convidados e pelos noivos
 Anakalypteria - significa retirada de um véu - o noivo tirava o véu da noiva
 Nesta altura ofereciam-se prendas à noiva: opteria (pequenas prendinhas)
 Thálamos - leva-se a noiva para o quarto. O novo leva a noiva para o quarto invocando a ajuda de 2
divindades: Afrodite e Peito (significa persuasão)
 Os convidados ficam à porta a cantar Epithalámion (significa à porta do quarto)

Epáulia: o dia seguinte


A mulher (agora já é uma mulher, já se casou), no seu papel de esposa, recebe pela 1 vez os convidados na sua

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A mulher (agora já é uma mulher, já se casou), no seu papel de esposa, recebe pela 1 vez os convidados na sua
nova casa. Estes convidados são a sua antiga família:
 Recebe as prendas a sério
 Reunião das famílias
Agora começa a sua vida de casada.

Infidelidade
 Ter uma mulher é ter filhos dela, apresentá-la à sociedade, e dar as filhas a casar. São para gerarem filhos
legítimos e serem fiéis guardiãs da casa
 As prostitutas são para o prazer
 As amantes são para os cuidados do dia a dia (prazeres do dia a dia, miminhos)

Divórcio
Expulsão da mulher - Ou o noivo farta-se da mulher ---» devolve-se o dote
Saída da mulher - Situações mais raras, a mulher desaparece/ volta à casa do pai; iniciativa da mulher ---» não se
devolve o dote

ROMA

Casamento

Curiosidades: Matrimonium - deriva da palavra mater (mãe)


Ducere - movimento (dito pelo homem)
Nubere - submissão (dito pela mulher)

Conubium - direito de se casar


Não é qualquer pessoa que se pode casar

Restrições:
Idade legal: rapaz (min. 14) rapariga (min. 12)
Idade Ideal: rapaz (min. 30) rapariga (14)

 Consanguinidade: irmãos, primos, pessoas da mesma família não se podem casar


 Patrícios e plebeus não se podiam casar: (até 445 a.c.)
 Senadores e libertos(escravos): (até Augusto)
 Livres e profissões indignas (taberneiro/lavandaria/dançarina): (até Augusto)
 Soldados de nível inferior: (até 197 d.c)
 Tutores e pupilas

Requerimentos:
Affectio maritalis - afeição/afeto marietal (expressão jurídica que significa a vontade de querer encoeitar)

Para um casamento romano:


 Noivado - Sponsalia (significa garantir)
 Bastava um simples acordo para se constituírem esponsais
 Um acordo entre: o responsável pelo noivo e o responsável pela noiva (o noivo e o pai da noiva). Em teoria,
de acordo com a lei, também se poderia fazer entre o pai da noiva e o pai do noivo
 Em teoria as raparigas poderiam dizer ao pai que não se queriam casar com aquele homem, mas na prática
isto não acontecia

Quando e como é que se faz os esponsais


 Idade mínima: 7 anos
 Estabelecimento do dote
 Dão se presentes e o anel (anulus pronubus - significa anel de noivado). Só ela é que colocava o anel, este
punha-se no dedo anelar esquerdo, isto porque acreditava-se que havia um nervo que havia deste nervo até
ao coração - é uma marca de posse - está-se a estabelecer a posse da mulher em relação ao homem

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Síntese
 O conceito de "conumbium" - é o conjunto de direitos que uma pessoa (homem o mulher) tem para casar
 Os "sponsalia" (problema) - as partes envolvidas são o pai da noiva e o noivo ou o pai do noivo. Ela não tem
palavra na prática

A escola da data
Altura preferencial, mas pode ser mais ou menos em qualquer altura do ano. Mas têm de ser num Dies hilarius (dia
feliz). É no verão, na 2 metade do mês de junho. É o mês dedicada a deusa juno

Nunca se pode casar:


 Parentalia: 13-21 Fevereiro (almas dos mortos, mas eram almas boas, almas dos antepassados) estavam cá
fora, era preciso fazer rituais, ir aos túmulos dos antepassados)
 Mundus: Nos dias 2 de agosto, 5 de novembro, 8 de novembro: acreditava-se que o Mundus (a abertura das
fronteiras entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos se abria)
 Lemuria: 9, 11 e 13 de maio (Mortos estão cá fora, almas más, almas dos assassinos, dos suicidas, essas
fazem mal e têm que ser afastadas)
 Vestalia: Primeira metade de Junho
 Calendas, Nonas, Idos e dia seguinte

A evitar (podia-se mas não era de bom tom)


 Dias de festas (festas religiosas)

Tipos de casamento
Cum manu - manus (mão, ou, poder (legal, juridico)) casamento com poder - o poder sobre a mulher passa do pai
para o marido (transferência de poder do pai para o marido) - Loco filiae (está como se fosse filha do marido
juridicamente

Confarreatio - (mais raro) Tradicional, aristocrático;


 Único que tem uma componente de certa forma religiosa, com sacerdotes presentes: Pontifex maximus
(aquele que tem mais prestígio) e Flamen Dialis (sacerdote júpiter) - só os membros das famílias patrícias é
que se podem casar segundo este ritual
 Para se ser um Pontifex maximus e um flamen Dialis tem que se ser filho de um casal que se tenha casado de
acordo com este ritual
 Faz lembrar os casamentos cristãos
 Tem um sacrifício animal
 Requer 10 testemunhas
 Invocação dos Dii nuptiales - invocam-se os deuses nupciais
 Libum farreum - come-se uma espécie de "bolo de noiva"; Libum (bolo) e farreum (espécie de trigo)
 Tabulae nuptiales - regista-se o casamento nas tábuas nupciais

Coemptio - Menos tradicionais, significa compra - deriva do verbo latino coemere


 Compra ritual
 O noivo punha uma moeda numa balança (libra), um libripens (Aquele que segura a balança). Ao fazer isto,
ele faz a compra ritual da noiva, a partir daquele momento a mulher é dele.

Per usum - (mais frequente) Espécie de união de facto


 Coabitação - requer 1 ano
 Vsurpatio trinoctii - a mulher não pode dormir 3 ou mais noites fora de casa (na casa do pai) num espaço de
1 ano, a partir do momento em que ela dorme 3x acabou. Mas esta V.T. não funciona a não ser que a 3º
noite seja a noite em que ia fazer 1 ano que ela estava com aquele homem, e em que o pai arranjou um
homem melhor

Sine manu - casamento sem poder (é o mais comum) - a mulher saindo de casa e indo viver com o seu marido
continua sob poder do seu pai, apesar de os seus filhos não ficarem sob poder do seu pai mas sim do marido dela.
Ela ao manter-se na família do pai continua dentro da família do pai, continua a poder receber heranças da família
do pai, essas também estão a ser geridas pelo seu marido e vão para o seu filho, há interesses dos 2 lados.

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do pai, essas também estão a ser geridas pelo seu marido e vão para o seu filho, há interesses dos 2 lados.
Continua sob a Patria potestas / sui iuris - independente (muito mais raro)

Na véspera do casamento: (Provavelmente)


 Consagração aos Lares (divindades domésticas) e/ou à Fortuna Virginalis (à fortuna das virgens/jovens) tudo
aquilo que simbolizava a sua infância:
○ Brinquedos
○ Bulla/Lunula (o seu amuleto)
○ Toga praetexta (roupa típica das crianças)
○ Screpulia se ainda usasse

A noiva (preparativo do dia)


Preparava-se, o seu aspeto geral:
 Tunica recta - ela vestia uma túnica branca de uma só peça (tipo tubo com uma abertura para os braços e
para a cabeça)
Cingurum - ela ia com um cinto, um cingurum, este era preso com um nó (chamado nodus herculaneus)
 Sex crines - o cabelo dela é preparado, há um penteado próprio das romanas. O cabelo é dividido em 6
tranças (crines). Estas são divididas com uma Hasta caelbaris (lança de solteira, provavelmente uma agulha
ou uma lança). Prendiam-se com Vittae (guitas de lã)
 Flammeum - significa cor de chama, é um véu com a cor do fogo, era posto na cabeça da noiva. Punha-se
também uma corona (coroa de flor) podiam ser de mangerona, ou mais tarde de laranjeira por exemplo
(ainda hj associadas às noivas)
 Jóias - depois era decorada com uma enorme quantidade de joias (anéis por ex)
 Socci lutei - sapatinhos cor de lama

Em casa
 Flores e ramos de folhagem perene - para indicar a durabilidade
 Imagens dos antepassados - os romanos tinham uma tradição (as grandes famílias) de ter numa parte da
casa mascaras funerárias dos antepassados
 Oferendas aos deuses domésticos
 Auspícios - tomavam-se os auspícios, viam se havia algum sinal do céu se não seria o dia ideal para o
casamento. Se estivesse tudo bem:

Cine manu:
 Dextrarum iunctio - cerimonia da junção das mãos direitas, que simboliza o casamento romano (apenas no
casamento cine manu) a mulher mais velha da família encarna naquele momento o papel de Pronuba
(propiciadora do casamento) e pega na mão direita da mulher e na mão direita do homem e junta as duas
mãos
 Feliciter! - quando isto acontece, toda a gente grita Feliciter (felicidades, viva)
 Cena paga pelo noivo - o jantar (cena), pago pelo noivo

Cena nuptialis - jantar nupticial


 Deductio: Entrega da mercadoria, da noiva (aquilo que para os gregos era a ekdosis), e faz-se um cortejo:
○ Feito ao fim do dia
○ Com a noiva vão 3 meninos: 3 patrimi e matrimi (ambos têm o pai e a mãe vivos)Vai um de cada lado e
uma à frente a segurar nela (enquanto que o marido vai à frente)
○ O que vai à frente dela vai com uma tocha: Tocha de spina alba - quando chegam à casa do noivo a
tocha provavelmente ainda está acesa, se ainda estiver apaga-se e distribuíam-se o resto da tocha e
dizia-se que quem ficasse com estes restos ficava com sorte. Mas, se a noiva às escondidas pegasse
num pedaço queimado da tocha e a escondesse e levasse para casa e colocasse por baixo da cama isso
significaria que o marido morreria em pouco tempo
○ Ela levava uma roca e um fuso (provavelmente, não se sabe se era ela ou as amigas) porque era aquilo
que se esperava que uma mulher fizesse, trabalhar a lã
○ Cantos obscenos - acreditava-se que espantavam os maus olhados e as invejas, traziam boas energias
○ E gritava-se Thalassio, Thalasse (gritavam sem saber o que significava)
○ À medida que o cortejo ia andando mandavam para cima da noiva frutos secos, por outro lado,
distribuíam-se pelas crianças nozes para estas brincarem

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distribuíam-se pelas crianças nozes para estas brincarem

Quando ela chega à sua nova casa:


 Oferta de água e fogo - o noivo oferece
 A noiva unge os umbrais da porta da casa com azeite e gordura
 O noivo entra com a noiva ao colo - para evitar que a noiva caísse ou tropeçasse à entrada da casa
 Presta culto aos deuses domésticos
 Vão para o Lectus Genialis (cama geradora) guiada por várias uniuirae (de um só homem, uma mulher que só
teve 1 homem na vida, viúva, casada…)
 O marido desfaz-lhe o nó, a Nodus herculaneus

Matrimonium

Cum manu - sob manus do marido


Sine manu - sob patria potestas

Síntese:
 Os dias favoráveis e desfavoráveis (exemplos)
 Os diversos tipos de casamento

Quando as coisas correm mal:

Violência
 Era maior do que era hoje
Infidelidade
 Admissível - marido
 Inadmissível - mulher (mas não quer dizer que não exista)
Consequências:
Lex Iulia de adulteriis coercendis (17 a.c.) - legislação muito severa para penalizar todos os atos de infidelidade e
de adultério para mulheres (preciso saber quais eram as consequências legais da infidelidade)

Castigo:
Relegatio in insulam - a mulher é mandada para uma ilha isolada
 Metade do dote + 1/3 da propriedade ficavam com o marido

Se a mulher trair é mais do que uma questão de honra. O homem não tem a certeza que o filho que ta a criar é seu,
do seu sangue. E, se não for, ele vai herdar a sua fortuna e as suas propriedades, está a cometer roubo, e não vai
ter autoridade para prestar honras únebres à sua alma

O marido não tem direito a perdoar. Mesmo que este goste muito da mulher, este não a pode perdoar:
 Tem 60 dias para denunciar em tribunal a infidelidade
Se não denunciar:
 Acusado de lenocínio - auxílio à prostituição / proscenetismo
Obrigado a divorciar-se dela
 Determinadas circunstâncias, direito de matar o amante (lus occidenti) só em 2 circunstâncias:
○ Apanhado em flagrante, no momento
○ Se ele for numa condição social inferior à do marido

Se ela estiver casada sine manu (sob o poder paterno)


 Se o pai a apanhar em flagrante, n momento pode matá-los aos 2 (não pode matar só a filha nem só o
marido) - lus occidenti (ambos)

Divórcio
Dá-se quando acaba a Affectio maritalis (vontade de viver juntos)

Res tuas tibi habeto - "Fica com as tuas coisas"


I foras - "Vai lá para fora"

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I foras - "Vai lá para fora"
 Prenunciam-se estas frases rituais
 Há uma devolução do dote

Razoes para divórcio:


 Política - ter que se divorciar para casar com outra
 Adultério
 Infertilidade - sempre culpa das mulheres

Uniões ilícitas (quem é que não se pode casar)


 Escravos
 Soldados (até 197 d.c.)
 Homossexuais

A mulher na sociedade
 É um mal necessário (para gregos e para romanos, mas mais para gregos)
 Serve para cuidar dos homens
 Serve para transmitir propriedade
 Na sociedade ateniense, o homem é cidadão (Polítes), move-se na cidade, na polis, domina na cidade e
domina também no oikos (Casa). Domina por completo. É cidadão, tem direitos políticos
 A mulher só domina na casa e é uma mera habitante da cidade, não tem direitos políticos, não participa nas
assembleias (Astê)
 Na Atenas do séc. V a.c. 451/450 a.c. - para que o homem possa ser cidadão tem que ser filho de um cidadão
e de uma mulher ateniense - ela não pode ser cidadão, mas para que um homem seja cidadão a sua mãe tem
que ser ateniense
 A partir do séc. IV a.c. - se um cidadão se casar com uma mulher não ateniense ele perda a sua cidadania e
perde a sua propriedade
 A mulher está sempre submetida a um homem, que pode ser o pai, o marido, ou um guardião
 Não tem direitos políticos
 As mulheres não se conseguem controlar, ao contrário dos homens que são racionais
 Dotada de uma sexualidade misteriosa

Pergunta teste:
Classifique/diga a situação jurídica da mulher na sociedade ateniense do séc. V
 Sem direitos políticos, não vota, não pode participar nas assembleias populares, nas legislativas, não pode
ser eleita para nenhuma magistraturas
 Não pode fazer contratos comerciais, a não ser que esse contrato fosse inferior a 1 medimno (moeda)
 Não podem gerir propriedade - até podem ter mas não podem geri-la, tem que ter um guardião que faça isso
por elas
 Juridicamente são equiparadas a crianças - ela até pode ir a tribunal mas tem que ser acompanhada por um
guardião; Podem servir de testemunhas.

É inferior:
 Fisicamente - mais pequena, mais fraca
 Moralmente
 Intelectualmente

Síntese:
 A mulher está ausente da vida social masculina e em contexto doméstico: o gineceu
 Dever de gerar filhos (de preferência homens) legítimos
 Dever de tarefas domésticas

A mulher ideal:
Aquela de quem não se fala nem de bem nem de mal, não existe, só está lá para gerar atenienses

ROMA

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Mulher
 Piedosa
 Honesta
 Que fica em casa
 Fiadora de lã
 Pudica
 Obediente
 Generosa

Síntese da mulher:
 Não tem vida pública
 Não tem poder sobre os filhos - em caso de divórcio os filhos ficam com o pai

3 Tipos de sujeição da mulher:


Patria potestas:
 Sempre dependente de um homem, esse homem é o seu pai (se for solteira ou em sine manu)
 Não tem direito de propriedade
Quem se escapa a isto:
 Virgens Vestais
 Casamento cum manu
 Ou morte do pai
Manus
 Mulher casada cum manu - sujeição ao seu marido
Tutela
 Órfã
 Viúva

Tutela mulierum - razões para ser atribuída:


 Pode ser atribuída ao menino ou uma menina por causa da fraqueza da idade, da menoridade (se um
menino/a perde um pai quando são jovens, menores de idade, é-lhes atribuído a tutela pelo tribunal, um
elemento masculino que trata dele/a)
 Por causa da fraqueza do sexo - atribuída apenas a mulheres, independente da idade
 Ignorância sobre as questões jurídicas

Opinião comum - apesar de a maioria pensar desta forma, havia quem discordasse disto, mas muito raramente.

Tutor (uma mulher que já não tem pai nem marido)


Sem um tutor ela não pode:
 Estabelecer contratos comerciais
 Estabelecer nenhum negocio de direito civil - negotium iuris ciuilis
 Alienar propriedade, não pode vender as propriedades
Vantagens - no cenário em que ela quer mesmo vender a propriedade, ela pode:
 Obrigar o tribunal a atribuir-lhe outro tutor
 Ou o tribunal a obrigar o tutor a deixá-la vender a propriedade
 Ela pode escolher um tutor que seja mais bem-disposto

Tipos de tutela existentes:


 Tutela legítima - chamada Agnatícia - só vigorou até ao inico do séc. II d.c.; até ao Imperador Cláudio -
morrendo o pai ou morrendo o marido, aquele que é naturalmente o tutor da mulher, passa a ser o seu tutor
automaticamente o elemento masculino mais próximo da família paterna
 Tutela testamentária - quando o pai ou o marido atribui em testamento quem fica com a tutela da mulher
 Tutela dativa - em que o tribunal determina quem vai ser o tutor daquela mulher

Exceções
 De acordo com a Lei Júlia e a Pápia Popeia - as mulheres libertam-se da tutela pelo direito dos 3 filhos (ius
trium liberorum) - uma mulher livre (que nunca tenha sido escrava) que tenha 3 ou mais filhos, se ela se

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trium liberorum) - uma mulher livre (que nunca tenha sido escrava) que tenha 3 ou mais filhos, se ela se
divorciar ou ficar viúva ela não precisa de ter tutela
 Se for uma escrava (libertas) tem que ter 4 ou mais filhos
 Virgens Vestais - eram as únicas sacerdotisas da religião tradicional romana; Elas eram obrigadas a cumprir
30 anos; Tinham praticamente todos os direitos dos homens (menos serem eleitas nas assembleias)
Abolição (394 d.C.) - o culto das virgens vestais

Mulheres trabalhavam - exemplos de alguns trabalhos que podiam fazer (mal vistos):
 Atriz - scaenica
 Atriz de interlúdios - emboliaria
 Atriz de mimos - mima
 Cantora - cantatrix
 Musica - musica
 Dançarina - saltatrix
 Gladiadora - gladiatrix

GRÉCIA

Sexualidade no mundo antigo

Como é que se encara a nudez e os corpos


Nu masculino: objetificação do corpo masculino /mulheres sempre cobertas de cima a baixo
 Ubíquo - aparece por todo o lado
 Integral - aparece tudo
 Pormenorizado
 Idealizado
 Itifálico - pode aparecer em ereção
Tabu - representa-se tudo menos a glande, esta não aparece.

Representações idealizadas
 Peito vigoroso
 Tez luzidia
 Ombros largos
 Língua curta
 Cu avantajado
 Pila pequena

Porque que os gregos representavam os homens com uma pila pequena? - ideia de inteligência, de racionalidade,
ideia da contenção - o homem tem de controlar as suas emoções

Representações itifálicas (quando é que vamos encontrar o contrário)


 O grotesto
 Sátiro itifálico
 Representações cómicas

O nu feminino - exatamente o contrário do que acontece atualmente


 Escondido
 Envergonhado
 Imperfeito
 Os seios não são sexualizados, apesar de estarem à mostra
 Genitais tapados
 Ou está tapada, ou não está lá nada
Isto se estivermos a falar de deusas e mulheres decentes

Se estivermos a falar de mulheres indecentes:


 Pelos púbicos

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Corpos nus em contraste
 Mulher vestida dos pés à cabeça - por vezes até com véu
 O homem representa-se nu - mesmo nas situações mais inesperadas e irrealistas (haviam representações em
que efetivamente haviam guerreiros nus, mas isso não acontecia por ser real mas sim por ser idealizado)

Eros: uma força desigual


Eros feminino: comédia e tragédia - quando a mulher é controlada pelo desejo erótico - comédia ou tragédia
(porque a mulher não tem capacidade para controlar emoções)

Relações homossexuais e paiderastia

Paiderastia - caracteriza a sexualidade grega


Paid (menino) erastia (amor) = amor pelos rapazes

Relação assimétrica entre 2 indivíduos:


Erastes - amante; elemento dominante da relação - adulto
Eromenos - amado; elemnto passivo da relação - jovem (preferencialmente/idealmente um jovem pré-adolescente
entre os 12-17 anos, quanto mais novo melhor) - só é aceitável quando ainda não é um homem, ainda é uma
criança. A partir do momento em que o rapaz mostra sinais exteriores da entrada da puberdade, a relação passa a
ser considerada indecente.

Teste:
Até 5 tema
Grupo I - repostas rápidas máx. 4 linhas (20/10)
Grupo II - desenvolvimento (5/2)

Pergunta teste:
 Diga o que se entenda por erastes/eromenos
 Fale sobre a sexualidade do mundo antigo

O homem deve seduzi-lo com prendas ou brinquedos


O jovem deve demonstrar ao máximo desinteresse

Prática sexual - em teoria:


 Não se espera que haja qualquer tipo de prática entre o homem adulto e a criança: aquilo que se pressupõe
que possa haver é sexo intercrural

Sítios de encontro:
 Aulas de ginástica
 Escolas básicas

Eros feminino - sexo entre mulheres


Hetairistr - mulher indecente
É antinatural, são mulheres que se estão a comportar como homens

Fora da norma
Sonhos antinaturais
 Se alguém sonhar que tem sexo consigo mesmo - quer dizer que vai perder propriedade
 Homens que sonhem que estão a fazer autofelação - vão ter as suas dívidas saldadas
 Mulher com mulher (ativa) - transmissão de segredos
 Mulher com mulher (passiva) - divórcio ou viuvez
 Sexo com divindade:
○ Se estiver doente - morte do doente
○ Se gostou - benefícios de alguém superior
○ Não gostou - Terrores
Se sonhar com Artemis, Atena, Hera ou Hécate - mau

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○ Se sonhar com Artemis, Atena, Hera ou Hécate - mau
 Sexo com mortos - maus auspícios
 Sexo com animal (ativo) - bons auspícios
 Sexo com animal (passivo) - maus auspícios

Mais vale sonhar que está a ter sexo com um animal do que uma mulher sonhar que está a ter sexo com outra
mulher

Brinquedos sexuais
Referências na literatura
Dildo

Crossdressing - Homens que se vestem de mulheres ou vice-versa


Exemplos: Aquiles em Ciros - vestiu-se de mulher para tentar fugir à guerra de Tróia
Mulheres que tiveram de se vestir de homens para apresentaram-se como homens e desempenharam papeis de
género que não estavam atribuídos
Exemplo: Axiótea de Flio e Lasténia de Lantineia - assistir a aulas de filosofia, para serem filósofas / Agnódice
(médica); Calipateira (treinadora)

Prostituição - atividade mal vista mas legal


 Sujeita ao pagamento de impostos (Pornéion)
 Em determinados tempos de Afrodite, haviam mulheres que se prostituíam em alguns tempos - Prostitutas
sagradas

Pórne - prostituta tradicional - a mulher que está na esquina ou num bordel e que vende o seu corpo
Pórnos - prostituto
Hetaira - prostituta - companheira; além de vender o seu corpo, de vender sexo, vende também a sua companhia e
entretenimento - geralmente mais educada, mais culta; Pode saber ler, recitar poesia, canta, dança, toca flauta,
pode oferecer conversa

Quem eram?
Geralmente escravas

ROMA

Nudez e sexualidade

Princípio da infâmia é desnudar o corpo entre cidadãos - Flagiti principium est nudare inter ciuis corpora

 O homem não pode provocar o orgasmo (sobretudo se for alguém inferior à sua escala social)

Homem + mulher
Permitido:
 Tradicional - sexo vaginal
 Anal: esposa mais ou menos/escrava à vontade
 Oral (mulher ao homem): esposa mais ou menos/escrava e prostituta tudo bem
Não permitido:
 Oral (homem à mulher)

Homem + homem
Permitido:
 Anal (ativo)
 Oral (irrumatio): face fuck; parte ativa
Não permitido:
 Anal (passivo)
 Oral (fellatio)

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Mulher + mulher - Não permitido

Threesome - frequente

Representações fálicas

Fascinum - para trazer a boa sorte, afastar más energias e os maus olhados; símbolo fálico; uma coisa pequena
usada individualmente; usado muitas vezes pendurado num fio, dentro de uma bulla, numa pulseira
Tintinnabulum - Fascinum mais elaborado; Tipo espanta-espíritos; pendurado perto de uma porta - função de com
as correntes de ar ir tocando quando as pessoas entram - trazer a boa sorte e afastar as más energias

Prostituição
Sobretudo as mulheres que se prostituem
 Escravas - geralmente gregas
 Libertas - mulheres que em tempo foram escravas
 Livres - menos comum

As libertas e as Livres: pagavam imposto, sujeitas a infamia (julgamento jurídico; implica perda de alguns direitos
civis)

Infamia
 Atores/Atrizes
 Gladiadores/as
 Prostitutos/as
 Pessoas que lidavam com morte (pessoas que tratavam dos mortos por exemplo)

 Proibição de testemunhar?
 Proibição de mover processos?
 Proibição de acesso a magistraturas (caso dos homens)

Vocabulário (tudo prostituto/a)


Meretrix
Prostibula
Lupa
Lupana
Scortum - pano velho
Leno/a - proxeneta

Homossexualidade masculina
A homossexualidade em si não é permitida. Homem com homem só em determinadas circunstâncias (vistas
acima); Mulher com mulher nunca
 Crime para um homem livre
 Necessidade para um escravo
 Dever para um liberto

Lex scantinia - lei que determinava que era proibido:


 Sexo homossexual com menores livres
 Sexo homossexual passivo de homens livres

Criminalização
 Proibição da prostituição masculina - séc. III
 Pena capital, punida com pena de morte - período cristão, final do séc. IV

Homossexualidade feminina
Tribas
Fricatrix - esfregadora

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Fricatrix - esfregadora
Uirago - masculina

Transexualidade

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Aula 11
21 de abril de 2023 16:26

A doença e a cura

GRÉCIA

Definição de doença e cura - Para gregos e romanos:

Doença, sobretudo aquela que não se vê (interior, ex.: febres) - vem dos deuses, estes é que provocam; ou são más energias,
ou invejas ou maus olhados. Se é algo que vem dos deuses são também os deuses, os amuletos e as forças sobrenaturais que
a vão curar

De quê que os gregos morriam, em geral:


 Anemia - devido à alimentação (era muito pobre em nutrientes)
 Cancro
 Lepra
 Malária
 Peste
 Raquitismo
 Tifo
 Tuberculose
 Varíola

Como é que se curavam estas doenças:


 Mezinhas - medicamentos tradicionais
 Orações
 Purgas
 Cirurgias - feitas nunca nas melhores condições
 Sangrias

Grandes epidemias que existiam na Antiguidade (Indique 3 pandemias que passaram durante a Antiguidade)
 A peste de Atenas (430-426 a.C.) - epidemia extremamente mortal; conferia imunidade àqueles que sobreviviam; era
uma doença infeciosa

A medicina do Templo (Do Deus Asclépio (versão grega)/ Esculápio (versão romana)
 Os templos de Esculápio chamavam-se asklepieia
 Epidauro (Atenas)
 Cós (Mar Egeu)

Nestes templos faziam-se sobretudo 3 coisas:


 Deposição de ex voto - expressão latina consagrada, são representações de partes do corpo que estão doentes e que se
depositam no templo com a esperança de que o Deus se apiede e traga a cura aquele orgão em particular que está
doente.
 Incubação (enkoimesis) - Ficar a dormir no templo e esperar que aconteça 1 das 2 coisas: acordar curado porque o Deus
me curou; ou esperar receber um sonho inspirado, que o Deus apareça em sonho, e me diga que para que a orelha (por
exemplo) deixe de doer tens que fazer x; ou não acontece nada e tem que passar mais 1 noite lá até o milagre
acontecer; incubação significa dormir/deitar-se
 Assistência médica (?) - porque em alguns asklepieia tem se encontrado instrumentos cirúrgicos

Definição de medicina do Templo


Está subjacente a ideia de que à doença subjás algo subnatural (pode ser o mau olhado, as más energia, ou a divindade…) e
que para curar essa doença tem que haver uma intervenção divina, sendo que a principal maneira que isso acontece é a
pessoa dirigir-se a um Templo do Deus Esclépio ou a um dos muitos asklepieiei que havia no mundo grego e fazer uma destas
coisas: deposição de ex voto (depositar uma representação que pode ser em pedra, cera, etc; que está afetada na esperança
de que se obtenha a cura) ou então dormir no templo, isto é, fazer incubação (enkoimesis) na esperança de que se acorde
curado ou se tenha um sonho inspirado, ou então simplesmente obter ajuda de alguém que esteja no Templo.

Iámata - também se podem deixar agradecimentos; quando a cura ocorre, pode deixar-se um agradecimento (iámata), que

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Iámata - também se podem deixar agradecimentos; quando a cura ocorre, pode deixar-se um agradecimento (iámata), que
são representações. São placas para agradecer a cura de algum orgao ou doença em particular que tenha sido curada.

Médicos (iatroi)
 Não há faculdades de medicina, os médicos aprendem o seu oficio tal como os oleiros, os carpinteiros…É um ofício que
se transmite a outros
 As principais escolas (quase todas no mundo geográfico grego):
○ Crotona
○ Cós
○ Cirene
○ Cnido

Nem tudo é religião, apesar de tudo há uma tentativa por parte de alguns autores e filósofos que tentam encontrar
explicações racionais para as doenças e tentam sintetizar esse conhecimento:

Corpus Hippocraticum (Corpo Hipocrático)


 Obras semióticas (interpretação de sintomas)
 Obras fisiológicas e etiológicas (para tentar encontrar a causa das doenças)
 Obras terapêuticas (cirurgia, dietas) - o tratamento
 Obras sobre a arte da medicina (obras teóricas)
 Obras de temática diversa (compêndios)

Mulheres - não podem exercer medicina na Grécia; quando estão doentes: se for uma doença que não seja feminina, de
anatomia feminina, elas são tratadas por homens, se for uma doença genecológica, eram tratadas por uma maia.

ROMA

As grandes pandemias
 A peste Antonina (165-180: principal vaga) - varíola (?); uma das mais mortais que atingiram o mundo Antigo; ocorre
durante a dinastia imperial Antonina (o 1º imperador foi Antonino Pio e os segundos imperadores foram os seus filhos
adotivos Lúcio Vero e Marco Aurélio), foi durante o período em que os seus acessores estavam no poder; em 189
reaparceu durante Cómodo
Vem do Oriente, provavelmente da zona da Babilónia
 A peste de Cipriano (250-262) - determina uma viragem no mundo Romano, na vitória de Constantino e na viragem do
império cristão; varíola ou talvez um tipo de febre hemorrágica; Chama-se Cipriano porque a única descrição que temos
desta peste é de Cipriano;

Como é que se previam as doenças?


 Fascinium
 Tintinabullum
 Ex voto

Incubação - era preciso:


 3 dias de purificação ritual
 Sacrifício animal
 Pagamento
Espera-se acordar curado ou receber sonhos inspirados (tal como na Grécia)

Tratamentos racionalistas
Corpus Hippocraticum
Racionalismo grego

Desinfeção
 Vinho
 Vinagre
 Terebentina

Cirurgias (sem quaisquer condições de higiene)


 Amputações
 Trepanações

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 Trepanações
 Remoção de pedras vesiculares
 Remoção de tumores
 Extração de dentes

Que anestésicos usavam-se no mundo antigo?


 Ópio
 Meimendro

Médicos, eram geralmente:


 Gregos
 Escravos
 Libertos
Eram, num geral, mal vistos (o que não quer dizer que estejam socialmente abaixo, pois podem ser pessoas com muito poder
económico)

Medica
 As mulheres podiam exercer medicina para outras mulheres, medicina feminina, genecologia
 Podiam ser Obstetrix (médica especializada a dar à luz em situações mais complicadas)

Onde é que se exercia a medicina


 Casa do doente
 Taberna medica (em latim taberna significa loja, assim "consultório médico", que podia ser a própria casa do médico)

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Aula 12
23 de abril de 2023 18:55

GRÉCIA

Os rituais da morte

A necessidade dos ritos fúnebres (teste)


-Sem honras fúnebres não há passagem para o outro lado
Átaphoi - não sepultados (aqueles que cometeram crimes especialmente
atroz)
 Assassinos(?)
 Parricidas - mata alguém da família, sobretudo um ascendente
 Infanticidas

Situação inversa: alguém que morreu em combate, por exemplo. É possível


prestar honras fúnebres e esse monumento funerário chama-se Cenotáfio
-Mortos em combate
Cenotáfio - monumento funerário (está lá o monumento para recordar a
pessoa mas o corpo não está lá)

Mais do que sepultar o corpo, o mais importante é prestar honras


fúnebres. Não prestar significa que a alma daquela pessoa não vai
conseguir passar para o mundo dos mortos (não vai ter descanso, e pode
atormentar e fazer com que alguém morra com as suas más energias)

A morte poluidora
Os próprios Deuses evitam a morte
Porquê que acham que a morte é poluidora?
 Receio dos daimones? Receio de que as divindades relacionadas com
a morte estejam à volta do cadáver para recolher a sua alma e a levar
 Receio da impureza física
 Poluição = proibido, sagrado?
Ágos = temor religioso, poluição
Morto sagrado porque está entre 2 mundos

Para os gregos a morte é um processo complicado. É o morrer, a pessoa


parou de respirar, continua enquanto a pessoa está insepulta, já não está
entre os vivos mas também não está entre os mortos, e depois o estado
sepultado, mesmo durante este é preciso continuar a prestar honras
fúnebres, porque se não continuar o morto pode voltar ao mundo dos
vivos.

O processo da morte
1. Morrer
2. Insepulto
3. Sepultado

Para onde vamos?


A religião antiga não fornece respostas ao nível da catalogia, a nível daquilo
que acontece depois da morte. Há uma séries de crenças que e vão
coexistindo:
 Da morte à sepultura existe um estado limiar
Ex.: Pátroclo, Elpenor
Mas depois da sepultura varia:
 As pessoas não têm contacto com os deuses quando morrem - as

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 As pessoas não têm contacto com os deuses quando morrem - as
almas permanecem numa zona linear perto da sepultura, portanto é
muito importante ir regularmente às sepulturas depositar alimentos,
bebidas…
 Em contacto com os deuses:
 Após a morte havia uma espécie de uma reunia familiar - quem
acreditava nisto tentava facilitar sepultando a família toda junta para
que se pudessem juntar depois da morte
 Possibilidade de punição - penalização depois da morte, podia haver
a ideia nascente (mais tarde desenvolvida pelo cristianismo) de que
havia um Tártatos, ou seja, uma parte dentro do mundo dos mortes
em que quem fazia crimes especialmente odiosos era penalizado
 Ideia de que havia umas ilhas dos bem aventurados (Nesoi Makaron),
ou então toda uma zona (Elysion) em que as pessoas, os heróis, as
pessoas que viveram uma vida especialmente justa, usufruíam numa
ilha paradisíaca separados de todos

Rituais fúnebres
Kedéia: tratamento, os rituais fúnebres e estes dividem-se em Consiste em
3 fases:
Próthesis - tratamento e exposição do corpo
Ekphorá - transporte do corpo, o funeral propriamente dito
Deposição - do corpo (cremação ou inemação)

Próthesis - velório
-O corpo é tratado geralmente pelas mulheres
 1º - Lava-se o corpo para purificá-lo
 Fechamento de olhos e boca
 Óbolo - tardio
 Banho
 Othóne - pegar numa fita, um pano e ata-se à volta para ter a certeza
que a madíbula não abre, e que a alma não volte a entrar dentro do
corpo
 Almofada - poe-se uma almofada para dar a entender que a pessoa
está a dormir
 Coroa (aipo, ouro…) - ás vezes
 Endyma (mortalha) - a pessoa era enrolada
 Epiblema (coberta)
A ideia é que quando está tudo pronto parecia que o indivíduo estava a
dormir
 Kline (cama) - decorada com lécitos com azeite e outros elementos
decorativos concretamente fitas, o azeite está em todo o lado,
quando se nasce, quando se casa, quando se morre
 O corpo fica exposto durante pelo menos 1 dia, faz-se uma vigília, e
durante esse dia as mulheres fazem cantos fúnebres (threnos)
 Achamos que se fazem manifestações rituais de dor - representações
simbólicas; mulheres sempre perto do corpo, mãos levantadas e a
puxar os cabelos, e os homens atrás com os braços erguidos ao céu,
há sempre uma mulher (mãe ou filha…) que está sempre perto do
morto e a mexer lhe na cabeça.
 Purificação: poluição da morte, quem vai ver o corpo da morte fica
poluído com a presença da morte e tem que se purificar. O morto
purifica-se: Banho; os lécitos: servem para conter essa poluição; à
porta da casa tem uma bacia com água (ardánion) as pessoas quando
entram molham as mãos e passam pela cara e pelo corpo para
afastarem as más energias purificarem o corpo.
 A porta da casa é decorada com um ramo de cipreste para avisar as

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 A porta da casa é decorada com um ramo de cipreste para avisar as
pessoas que vão passando que está um morto naquela casa e que
não convém aproximar para evitar a poluição.

Ekphorá
 Velório e a preparação do corpo
 Dura geralmente 1 dia
 Feito ao nascer do sol, de madrugada (se a morte é poluidora
convém evitá-la, quantas menos pessoas melhor)
 Klimakophoroi - aqueles que levam a padiola onde vai o corpo
 Nekrophoroi - transportadores do corpo
 Homens vão à cabeça (têm mais força física) e as mulheres atrás
 Transporta-se o corpo para fora da cidade.

Deposição
1. Feita por cremação - queima-se o corpo
• Predomina no período arcaico
2. Ou por Inumação - enterra-se o corpo
• Predomina no período micénico e no período helenístico
• Crianças sempre por inumação
-No período clássico - não predomina nenhum, vê-se tanto um quanto
outro

 Feita sempre fora da cidade porque a morte é poluidora


 Sem sacerdotes - não é um funeral religioso
 Libação - entorna-se um pouco de vinho ou de leite em homenagem
dos deuses (o mais próximo que temos de funeral religioso)
 Crema-se o corpo - limpeza dos ossos, eram limpos com vinho
 As cinzas eram recolhidas
 Tudo posto dentro de uma urna
 As pessoas presentes tinham que se purificar (através de um banho)
 Purificava-se as casas

Os mortos andam à solta - Há dias em que os gregos achavam isto:


 O dia de Khoes (segundo dia das Antestérias) - acreditava-se que as
almas dos mortos vinham cá cima. O que fazer?
○ Mascar espinheiro
○ Montar as portas com pez
 As almas dos assassinados e dos assassinos não andam à solta só
neste dia, andam sempre à solta e por isso é preciso ter cuidado
 Os parentes destes devem pedir vingança ou tentar vingar-se
 Os assassinos são eternamente condenados porque não têm
descanso eterno

O culto dos mortos


Perídeipnon - ir comer no túmulo e fazer um piquenique ao túmulo da tia
 Devo fazer no 3º dia após a sepultura e levar comida (acredita-se que
a alma dela ainda anda lá)
 Ao 9º dia e ao 30º dia
 Depois regularmente, mensalmente e anualmente - levar comida
(Melittouta - bolinhos de mel), romãs (alimento associado à morte e
à vida), ovos; bebida: fazer libações, entornar vinho em cima da
sepultura; levar coroas e grinaldas; levar lécitos; levar outras
cerâmicas.

ROMA

VQGR Página 97
Necessidade dos ritos fúnebres
-Os romanos homens precisavam de ritos funerários pelas mesmas razões
que os gregos, mas com mais uma razão: para a transmissão da linhagem,
da propriedade e para a perpetuação do culto familiar. Para isso, um
homem romano chega a uma idade em que tem que tomar uma decisão:
Adoptio - ou adotava para ter alguém que prestasse honras fúnebres e
alguém a quem transmitir as propriedades; tinha que ser um adulto, não
podia ser uma criança
Manumissio - Libertar um escravo em quem tenha confiança para este
prestar honras fúnebres;
Collegia funeraticia - Junta-se a um colégio funerário - associação por
cotas, paga-se uma joia de entrada e depois paga-se uma mensalidade.
Contrapartida: se se magoar, a associação faz-se um funeral e os sócios da
associação prestam honras fúnebres e vão regularmente prestar o culto
 Os escravos podiam pertencer a estas associações

Os insepultos
Há pessoas que pelo horror dos seus crimes não têm direito a serem
sepultados:
 Parricidas - matam alguém da família; Poena Cullei - era metido
dentro de um saco de couro, este era cozido e depois era mandado
ao rio Tigre, morrendo afogado.
 Profanadores de templos
 Crucificados - aqueles que cometem crimes horrendos

Rituais funerários

O momento da morte
(pessoas de bem)
Contacto com a terra - tal como quando se nasce pousa-se a criança,
quando se morre a pessoa deita-se na terra para um último contacto
(doença ou idade, quando morre em casa)
Tenta se recolher o úlitimo suspiro - uma pessoa muito próxima tenta fazer
isto dando um beijo na boca.
Conclamatio - fazia-se, essa mesma pessoa mais próxima da família,
chamar 3 vezes pelo nome da pessoa.

Preparação e exposição do corpo


 Banho de água quente - lava-se o corpo para purificar
 Perfumes e bálsamos
 Toga/Toga praetexta - veste-se no caso de ser homem, toga especial
branca no caso dos magistrados
 Lectus funebris no atrium - poe-se numa cama sobre um lectus
funebris (leito fúnebre) e põe se no atrium da casa, no centro da casa
 Pés virados para a porta - acredita que facilita a saída da alma
 Anúncio da morte
 Exposição: 3 dias - fica exposto o corpo, idealmente, duarante 3 dias;
um imperador fica 7 dias
 Põe-se ramos de cipreste à porta

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Aula 13
26 de abril de 2023 12:25

Funera

Funus priuatum / tacitium / plebeium - funeral privado do cidadão comum


vs.
Funus publicum - Funeral público da pessoa importante (ex.: imperador,
general, mulher de relevância)

Funus publicum
 Organiza-se sob a forma de uma Pompa (procissão - com grande
estilo):
 A procissão era aberta com pessoal a tocar: Tibicines (tocadores de
flauta) e cornicines (tocadores de tuba)
 Escravos com tochas
 Mulheres Praeficae - carpinteiras contratadas para entoar neniae
(nénias - cantos de louvor fúnebre)
 Imagines - mascaras de cera; imagens de cera dos antepassados, os
libertos e os familiares retiravam-nas que estavam postas
geralmente no atrium da casa, punham-na na cara como se os
próprios antepassados lá estivessem.
 Libertos
 Feretrum (cama onde vinha o morto) - o falecido não está deitado,
vai em posição natural; reclinar o falecido como se estivesse não
falecido, pronto para começar a comer; sentados, deitados mas
posição de repouso
 Familiares (masculinos) com toga pulla - toga escura

Profissões da morte
Praeficae - mulheres contratadas para lamentarem os mortos, carpideiras
Libitinarii - profissionais da morte, tratam dos corpos, sujeitos a infâmia, a
perda de alguns direitos civis
 Pollinctores - preparadores do corpos
○ Vespillones - para os pobres
○ Dissignatores - para os abastados

Pompa
 Paragem nos rostra - onde se faziam discursos importantes, para-se
ali e faz-se o Laudatio funebris (elogio fúnebre)
 Existência de um mimo - autor contratado que caricatura as coisas
que o falecido fazia em vida - intuito de fazer rir.

Deposição (do corpo)


 Prevalece a cremação
 Fora do pomerium (delimitação sagrada da cidade)
Exceções (os sepultados dentro do limite da cidade)
○ Virgens vegetais
○ Augusto
○ Trajano

Cremação
 Abertura e fechamento dos olhos do morto
 Deposição de pertencentes do morto
 Último chamamento - chamava-se uma última vez
 Libações - entornava-se um pouco de vinho sobre a terra à volta da

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 Libações - entornava-se um pouco de vinho sobre a terra à volta da
pira
 Fogo - lançamento à pira (demora tanto que as pessoas costumam ir
embora e, por isso, haviam ladrões que roubavam os pertences
deixados)
○ Lavagem dos ossos - talvez com vinhos; os ossos grandes eram
partidos;
Exceto: Os resectum - osso tirado (ossinho do dedo), este é
enterrado - ou seja tem também um momento de imunação
○ Humatio (significa por na terra)
 Purificação pela água e pelo fogo - não é do corpo, é da cerimónia -

Os ossos podiam ser postos em elementos funerários, mas também


podiam ser postas em Columbários - edifício subterrâneo que podiam ser
visitados onde se punham as urnas com as cinzas - tipo sepulturas
comunitárias

Depois da deposição
 No dia seguinte dava-se uma cerimónia chamada Silicernium -
sacrificava-se uma porca à deusa Ceres. Fazia-se uma refeição ritual,
onde havia ovos, favas, aves, lentilhas.
 Durante 9 dias, a família estava Funesta, ou seja, poluída pela morte.
Isto quer dizer, no caso dos homens (isto porque as mulheres
estavam a vida toda), eles ficavam de luto forçado, não podiam
exercer os seus cargos, nem vender os bens do falecido - estavam de
Feriae denicales
 Ao 9º dia faz-se a cena nouendialis - o jantar dos 9 dias, o jantar em
que se quebra o luto; é feita no sítio do sepulto
 Purifica-se a casa do falecido com uma vassoura de verbena

Casos especiais: bebés - não se sabe muito bem, só há 1 referência


daquilo que se fazia aos bebés

Monumentos funerários
Eram postos não em cemitérios, eram postos à beira das estradas - eram
dedicados aos vivos
 Mensagens aos vivos

Crenças da vida depois da morte


Crença generalizada entre os romanos de que todos nós temos uma
centelha divina e que quando morremos torna-se uma divindade
protetora - deuses manes; nós temos os deuses manes quando morremos,
são as nossas almas que se torna divina e que de certa forma nos protege
e que os vivos podem orar e pedir por eles.

Manes - "os bons"- almas que tiveram culto


Acultoados: - dê exemplo de festas aos cultos dos antepassados
 Parentalia
13-21 de fev: dies parentales
22 fev: caristia - reunia-se a família para resolver qualquer
desentendimento
 Feralia - visitar os sepultos dos antepassados - 21 fev
 Lemuria
 Aniversário

Lemures (fantasmas "maus", não têm culto) e Laurae (espíritos malignos -


ex.: assasinos); Para se defender: Lemuria:

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ex.: assasinos); Para se defender: Lemuria:
9,11,13 Maio - Feito à noite e 3 vezes
 Paterfamilias, tem de se descalçar e estalar os dedo pela casa
 Trazer água de uma nascente
 Chegar ao pé da porta de casa e tem de pegar em favas e lançar 9
favas para trás com 9 esconjuros
 Lavar outra vez as mãos
 Pegar em objetos de bronze e bater
 Pedir 9 vezes para que os lemures abandonem a casa
 Ir a trás, olhar para a porta, ver se as favas estão lá e se ainda lá
estiverem tem de repetir o esconjuro

A organização do tempo

GRÉCIA

1- Medir o ano agrícola - verão e o melhor vinho; vindimas

Não podemos falar de 1 calendário grego, vamos falar de calendário


ateniense. Todos os calendários gregos têm algo em comum:
 Organizados em 12 meses de 29/30 dias
 Todos são luni-solares: de base lunar mas procura também
acompanhar o movimento aparente do sol, a passagem das
estações, inserindo regularmente um 13º mês, um mês intercalar.
 354/384 dias (com o mês intercalar)

Calendário Luni-solar: calendário que tem meses lunares, segue o ciclo


lunar. Meses de 29-30 dias, não prefazem o ano solar, prefazem o ano que
tem entre 254-355 dias, o que quer dizer que ao fim de algum tempo ,o
ano acaba por ficar dessincronizado em relação as estações. Por exemplo,
o festival das vindimas deve ocorrer perto de agosto, setembro…Para
tentar reaquilibrara isto, quando o calendário já começa a estar muito
desregulado (ex: o festival das vindimas a fazer-se no início de agosto),
introduz-se um mês intercalar excecionalmnete aquele ano passa a ter 13
meses, de forma a que aquele calendário passe outra vez a estar
sincronizado com o ano solar.
Calendário que tem base lunar, ou seja, tem meses lunares, ao qual
regularmente se acrescenta um 13º mês de forma a ficar sincronizado com
o ciclo solar.

O ano Ateniense
 12 meses de 29/30 dias
 Início: Lua nova após solstício de Verão, começa em junho

O mês Ateniense
 Início: Lua nova (noumenia) - primeiro dia de cada mês

Os dias do mês - Como são contados


O mês é dividido em 3 grupos de 10, 3 décadas:
Os dias contam-se em grupos de 10, a primeira década correspondente
aos dias do quarto crescente, a segunda década aos dias da lua cheia e a
terceira década aos dias do quarto minguante.
 Quarto crescente
 Lua cheia
 Minguante

Como é que se contam os anos, como é que se idd o ano?

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Como é que se contam os anos, como é que se idd o ano?
Através do:
 Arconte epónimo - arconte que dá o nome ao ano; existem listas
que podem ser consultadas em que se consegue fazer equivalências
 Sacerdócio - o ano em que alguém foi sacerdote (ex.: de zeus)
 Acontecimento
 III A.C.: Olimpíada

Dividir o dia
 12h diurnas - começam a contar a partir do momento em que o sol
nasce e para de se contar a partir do momento em que o sol de põe
 12h nocturnas
Tinham que dividir o tempo entre o nascer do sol e o por do sol nas 12h
diurnas e dividir o tempo entre o por do sol e o nascer do sol nas 12h
nocturas

Para saber que horas são:


 Posição do sol
 Recorrendo a relógios de sol
 Clepsidra - relógio de água

ROMA

Calendários romanos:
 Calendário de Rómulo
○ 10 meses
○ O ano começava em março
○ 304 dias
○ Muito antigo e não temos a certeza se existiu
○ Não se contavam o meses de inverno, é um calendário
puramente agrícola, só se contam os meses da primavera, do
verão e do outono.
 Calendário de Numa
○ Calendário luni-solar (Calendário que tem base lunar, ou seja,
tem meses lunares, ao qual regularmente se acrescenta um
13º mês de forma a ficar sincronizado com o ciclo solar).
○ Acrescentou-se no final do ano o Januarius e o mês de
Februarius
○ A partir daqui, o calendário romano passou a ser um
calendário luni-solar
○ 355 dias
○ Intercalaris - regularmente introduz-se um mês intercalar que
tinha entre 22-23 dias que se inseria em fevereiro
○ A partir de 153 a.C o ano começa em Janeiro
 Calendário Juliano
○ 45 a.C.
○ Número do dia dos meses igual ao de hoje
○ Apenas o ano 46 a.C teve 445 dias - para poder ficara a par do
calendário solar
○ 44 a.C Iulius - julho
○ 8 a.C Augustus - agosto

A contagem dos anos


Podemos identificar um ano:
 Cônsules
 Imperadores
 Ab Vrbe condita - 753 a.C (Varrão)

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 Ab Vrbe condita - 753 a.C (Varrão)
 Anno Domini - VI d.C - do nascimento de cristo

Dias do mês
 1 - Calendas (1 de cada mês)
 5/7 - Nonas (março, maio, julho, outubro)
 13/15 - Idos (março, maio, julho, outubro)
 Os romanos contam de trás para a frente

Os dias tinham qualidades próprias


Podiam ser marcados, por exemplo, com um:
 C - Dies comitialis (Dia em que era permitido reunir as assembleias)
 F - Dies fastus (permitido conduzir ações legais, tribunais podiam
abrir)
 N - Dies nefastus (não se podem conduzir ações legais nem reunir
assembleias
 EN - Dies endotercissus (de manhã era nefastus, à tarde fastus -
podia-se fazer tudo)

Dias que não eram marcados:


 Dies Religiosi: datas trágicas ex: Dies Alliensis 18 julho, em que se
tentava não fazer nada
 Dies Atri: nenhuma atividade permitida após calendas, nonas, idos

Horas
12h dirunas
12h noturnas
-1h no inverno não vale o mesmo que 1h no verão

Como se contavam:
 Relógios de sol
 Relógios de água - Clepsidra
 Posição do sol

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Aula 14
26 de abril de 2023 16:10

Habitação

GRÉCIA

Oikos - casa; divisão; propriedade doméstica

Habitação urbana - características:


• Pátio central
• Paredes de adobe ou pedra
• Chão de terra batida ou seixos
• Teto de madeira e telha
• Acabamentos interiores: podiam n ter nada para os mais pobres,
mas podiam ser também de gesso pintado (pessoas com mais
dinheiro)

Casa mais típica:


A casa de tipo pastás: espécie de corredor interior descoberto, à volta
do qual a casa se orienta.

• Pátio
• Andron - sala dos homens
• Gynaikon - gineceu; vem da palavra grega que significa mulher,
qualquer coisa do tipo "das mulheres"; dúvidas se seria uma sala,
uma divisão da casa, ou então, nas casas maiores, talvez fosse
todo um andar da casa.

Água para consumo


Havia água canalizada, onde se vai buscar?:
• Fontes e poços comunitários
• Poços privados
• Cisternas para águas pluviais

Sanitários
• Rua
• Fossa
• Bacio

Como é que se limpavam?


• Folhas
• Pedras
• Cerâmica
• Tecido
• Papiro

ROMA

A casa romana
• Insula -casa dos mais pobres; prédios de habitação; podem
chegar aos 6,7, ou mais andares.
• Domus - casa mais tradicional, mais familiar; casa das pessoas
que têm dinheiro.
• Villa - casa das pessoas mais ricas

Domus

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Domus
Casa de atrium :
• Planta retangular
• Orientada à volta de um Atrium central
Algumas divisões:
Vestibulum / Fauces - entrada
Triclinium - sala de jantar
Tablinum - escritório do patria familias
Culina - cozinha
Cubiculum - quartos
Casa de peristilo -

O atrium: parte central da casa que tinha:


Impluvium - tanque de recolha de águas fluviais (parte de cima)
Compluvium - de onde vem a água (parte de baixo)
Cartibulum - era uma mesa, não sabemos muito bem as suas funções:
muito provavelmente era uma recordação dos tempos em que o atrium
servia de cozinha e, portanto era provavelmente uma mesa de cozinha.
Provavelmente em ocasiões de cerimónia era apresentada com loiça
por cima.
Lararium - pequeno oratório, onde estavam as estátuas dos deuses
lares, para orar aos Lares (divindades da casa), onde o patria familias
presta culto regularmente aos Lares.

Tablinum
• Sala onde havia uma mesa e sítio para se sentar
• Armário onde estavam rolos de pregaminho comos registos de
família
• Podia haver livros, podia também ser a biblioteca da casa
• Onde o patria familias recebe os seus convidados, clientes…
• Área social do homem da casa
• Localização estratégica, de domínio. Do tablinum vê-se quem
está a entrar.

Triclinium
• Tem 3 leitos postos contra a parede onde os homens e as
mulheres
• Leitos para se inclinar para comer
• Os leitos podiam ser incorporados dentro da própria arquitetura
da casa
• Podiam ser também um leito único em forma de círculo onde
estavam todos juntos sentados ou reclinados

Outro tipo de casa: Casa de peristilo


• Casa de influência grega
• Bem maior, acrescenta-se um grande jardim
• Peristilo - parte da casa

Insula
• Significa em latim "ilha" - rodeada por estradas
• Cenacula (apartamento) em redor de um pátio
• Construção em altura; houve legislação para não ultrapassar os
20m altura, por isso deviam ter no máx. 20m (Augusto)
• Insula tradicional, o primeiro piso é de pedra sempre, às vezes o
2º e o 3º também, mas o normal é que a partir do 2º piso sejam
de madeira.
• Normalmente dentro do mesmo quarto dormem várias pessoas

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• Normalmente dentro do mesmo quarto dormem várias pessoas
• Óstia

Águas e santuários
Latrinas públicas
Tersorium - esfregador (pau com uma esponja na ponta) - que é
comunitário

Os perigos do espaço urbano - Roma é uma cidade perigosa


• Casas caem, prédios que caiam
• Incêndios contantes
• Trânsito das carroças
• Engarrafamentos
• Esmagamentos
• Acidentes

Manutenção da ordem
Coortes urbanas - destacamentos militares que andam por vezes pela
cidade para tentar manter a ordem
Vigiles - com Augusto; misto de polícia com bombeiros; por um lado,
são o primeiro corpo de "bombeiros" para apagar os incêndios, que
existe, e por outro lado também tentam manter a ordem

Villa
• Villa rustica - casa mais agrícola, tipo quinta
• Villa suburbana - quando queriam fugir à grande confusão de
Roma; grande casa; arquitetura rica; não vivem
permanentemente; passar férias
EX.: Villa dos Mistérios
• Villa maritima - casa de praia, à beira mar

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Aula 15
26 de abril de 2023 18:30

Alimentação

GRÉCIA

Dieta ateniense (normal do homem e da mulher)


 Cereais - talvez 70-75% da alimentação
○ Cevada
○ Trigo
 Outros vegetais
○ Leguminosas secas
▪ Grão
▪ Lentilhas
▪ Ervilhas
○ Azeitona
▪ Azeite
 Fruta
 Pescado (mais prepondorancia do que as carnes)
 Carnes (raro)
○ Criação
○ Caça

Porquê pouca carne?


 Geografia grega não é propicia à criação intensiva de gado de grandes
dimensões por causa da sua geografia adversa: + montanha; pouca
pastagem
Carnes que se comiam na Grécia - propícia (ordem de frequência)
 Caprinos
 Ovinos
 Suínos
 Cães (raro)
 Equídios

Domésticos - comem-se:
 Apenas em contexto religioso
 Pouco frequente
Aos deuses oferecem-se aquilo que não presta
Aos homens fica-se com as vísceras (fígado, rins, coração)

Caça
 Lebre
 Javali
 Veado
 Ónagro - já extinto, burro selvagem
 Raposa
 Leão
 Urso

Cereais
Relevantes: a palavra grega "sítos" significa cereal, mas o cereal é tão
prepondorante na alimentação dos gregos, que pode significar pão e comida.
Isto reforça a importância que o cereal tem na alimentação

Tipos de pão existem?

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Tipos de pão existem?
Máza - pão feito a partir da cevada + cascas (+ rude, escuro)
Ártos - pão feito de trigo (+caro, + fino)

Ópson - aquilo que se mete no pão


 Mel
 Queijo
 Azeite

Carne
 Vermelha
○ Escassa
○ Religião
 Caprinos
 Ovinos
 Suínos
 Branca
○ Comum
 Galinha
 Pato
 Ganso
 Caça
 Javali
 Veado
 Lebre
 Pelicano
 Pombo

Vinhos mais apreciados


 Quios
 Rodes
 Lesbos
 Samos

Preparação da comida
 Cozer
 Grelhar
 Fritar

Refeições
Quando se pode comer, come-se 3 vezes ao dia:
Akrátisma - pequeno almoço; deriva da palavra em grego que significa puro,
pureza. Havia o hábito de comer pão metido no vinho puro
Áriston - Refeição do meio-dia, o almoço
Déipnon - Jantar

Louça
 Apomagdalía - pedaços de pão; usar o pão como se fosse talher e louça
 Madeira
 Cerâmica
 Metal
Talheres
 Colher
 Faca

Para além das refeições normais, podíamos ter banquetes, e Sympósion

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Sympósion - significa beber em conjunto
 Acontecia depois dos banquetes (que aconteciam para comemorar
alguma coisa)
 Retira-se a comida
 Trazem-se as mesas da bebida
 Entretenimento
 Bebida
 Música
 Sexo

Em que ocasiões acontece:


 Nascimento
 Casamentos
 Viagens
 Etc.
Divertimentos
 Conversa
 Poesia
 Música
 Dança
 Kóttabos - jogo popular
 artistas

Komazein - vir cá para fora continuar a festa

ROMA

Base da alimentação romana:

Cereais - parte fundamental da alimentação romana; a partir de certa altura


os políticos romanos passam a usar o cereal como forma de fazer política de
forma cupulista. As chamadas Frumentationes (tem a ver com a palavra
frumentum, que em latim se utilizam para designar de forma genérica os
cereais) passam a ser distribuídas de forma regular a partir do ano 123 a.C
pelo Gaio Graco a preço muito baixo como forma de agradar ao povo.
 É distribuído o cereal a preço barato apenas aos cidadãos romanos.
 A partir de 58 a.C essas distribuições passam a ser gratuitas,
regularmente, pelo famoso Clódio.

Que cereais consomem?


 Farro - mais popular de todos os cereais e o mais barato
 Trigo
 Cevada

Como é que os consumiam?


 Naturalmente sob a forma de pão
 Forma de puls - espécie de papa de cereais; podia ser feita misturando
água, vinho; e que pode levar outras coisas misturadas:
○ Puls fabata - puls mais popular; além dos cereais levava também
farinha feita de fava seca

Tipos de pão:
 Panis mundus - em latim significa pão puro; o mais caro; pão dos ricos;
de trigo; praticamente sem casca.
 Panis secundarius - pão secundário; pão intermédio; não é tão puro
como o 1º mas não é tão integral como o panis ater; pão ligeiramente

VQGR Página 109


como o 1º mas não é tão integral como o panis ater; pão ligeiramente
refinado mas com algumas impurezas
 Panis ater - o mais barato; o que as pessoas mais normais comem;
significa pão escuro; pão com as impurezas todas

Carne

Criação:
 Suínos
 Ovinos
 Bovinos
 Aves
São consumidos por si mesmo mas também sob a forma de alimentos
transformados:
 Enchidos
 Almôndegas

Consumo da carne e religião


 Consome-se a carne, quase exclusivamente em contexto religioso. Há
um sacrifício animal e a carne desses animais sacrificados vai depois
para os mercados e então distribuído à população.

Extravagâncias e estranhezas
 Arganaz - popular, + comum; Glis
 Tetas de porca
 Línguas de flamingo

Glirarium - potes; metiam-se os bichos dentro, dava-se comida para eles


engordarem. Quando estivessem gordos, retiravam-no, matavam e comiam

Os melhores vinhos:
 Falernum
 Caecubum
Outras bebidas:
 Cervisia
 Hydromeli
 Cydoneum
 Posca

Thermopolium - Taberna; palavra de origem grega que significa "venda


quente". Balcão com acesso a recipientes de cerâmica, onde tem comida e
bebida.

Refeições

Ientaculum - pequeno almoço


 Pão (põe-se, por ex,: azeite, queijo…)
 Figos
 Ovos
 Queijo

Prandium - almoço
 Carnes frias
 Peixe
 Ovos
 Legumes
 Mulsum - vinho água e mel aquecido

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 Mulsum - vinho água e mel aquecido

Cena - jantar (refeição principal) - 3 fases:

Gustatio - aperitivos:
 Alface
 Cogumelos
 Ostras
 Ovos
 Saladas
 Mulsum
Cena - o jantar propriamente dito; pode ter vários serviços, normalmente3
Fercula (serviços)
 Carne (EX.: leitão, javali, lebre)
 Marisco
 Peixe
 Especiarias (EX.: pimenta, alho, salsa)
Secundae mensae - sobremesa
 Fruta (Ex.: melão, uva, amora)
 Doces

Como é que se come?


 Tradicionalmente num Triclinium (3 leitos)
 Inclinado
Stibadium - podemos também ter um banco único em forma de "C"

Comissatio (depois da comida) - Celebração pós jantar


 Rex conuiuii - deve ser escolhido; significa rei do convívio, rei da festa.
Deve manter a ordem, determinar a percentagem mistura da água com
o vinho (depende do tipo de convívio, mais vinho ou mais água) -
Arbiter bibendi; quantas taças de vinho cada pessoa pode beber;
determinar os jogos de banquete (Ex.: jogo bibere nomen - "beber o
nome")
 Bebida
 Petiscos
 Lazer (EX.: leituras, conversa, diversão)

Superstições
 Não sair antes do fim - significa que alguém vai morrer em breve do
grupo
 Pé direito
 Mão direita - comida toda apanhada com a mão direita
 Não entornar saleiro - dá azar
 Não falar de incêndios - convoca incêndios
 Evitar silêncios - os silêncios convocam a morte
 Cascas para o chão - os restos em geral, com isto acredita-se que estou
a reconhecer que as almas, os manes dos antepassados que estão ai, e
com isso estavam a homenageá-los

VQGR Página 111


VQGR Página 112
Aula 16
26 de abril de 2023 23:51

Escravatura

GRÉCIA

Escravo
 Objeto
 Propriedade sem direitos, pode ser propriedade:
○ De um kyrios (senhor da casa)
○ De outro elemento do oikos
○ De outro escravo
 Considerado um bem de primeira necessidade

Como tornar-se escravo


 Por nascimento - criação doméstica, pais escravos
 Venda - adquirido, alguém que era livre mas vende-se como
escravo
○ Filhos (arcaica)
○ Dívidas (arcaica)
○ Própria
 Tráfico
○ Guerras
○ Piratas
○ Andrapodistai - vendedores de homens, raptavam os
viajantes e vendiam-se.

Onde é que se empregavam-se os escravos


 Minas
 Trabalho pesado
 Entretenimento - festas, prostituição
 Trabalho doméstico

De onde vêm os escravos?


 Essencialmente das fronteiras do mundo grego
 Ilíria
 Trácia
 Lídia
 Cária
 Cítia
 Cólquida
 Síria

Geralmente, o nome pelo qual eram tratados era o nome da região


de onde eles vinham

Os principais mercados de escravos:


 Súnio
 Delos
 Quios
 Samos
 Bizâncio
 Chipre

Competências: (aquilo que se procura num escravo)

VQGR Página 113


Competências: (aquilo que se procura num escravo)
Adquiridas
 Escrita
 Aritmética
Inatas
 Idade (novos são mais caros)
 Sexo (dependendo das preferência de cada um)
 Robustez
 Aparência (conforme as preferências)

Síntese
 Parte integrante do oikos
 Bem material
○ Venda
○ Aluguer
 Maus tratos
 Incapacidade jurídica
○ Testemunho sob tortura (pode ser testemunho em
tribunal, que só é válido após tortura, uma vez que o
escravo é por natureza é mau, o seu testemunho só é
valido depois da tortura; não pode mover um processo
contra o seu dono)

Tipos de escravo:
Oiketes - escravo doméstico
 Mais priveligiado
 Membro do oikos
 Quase um membro da família
 Escravo com tarefas especializadas
 Katakhysmata - quando um escravo chega a casa, tal como a
noiva, ele recebe um banho de frutos secos; presta culto ao fogo
doméstico; e recebe um novo nome (aspeto diferente da noiva)

Khoris oikountes - ainda mais priveligiados; significa "moram fora";


vivem fora de casa; praticamente escravos no papel, vivem
independente dos seus donos, porque geralmente são:
 Artesãos
 Administradores
 Cambistas
 Gerentes de oficinas
 Lojistas

Como é que se liberta um escravo?


Manumissão - sinónimo de libertação de escravos;
 Declaração formal perante testemunhas
 Acordo escrito (paramonê) e esse acordo determinava um
período transitório (pode ser 6 meses, 1 ano, 10 anos…)
 Possibilidade de punição (caso o período transitório seria
rejeitado)
 Possibilidade de cedência de filhos
 Prestação de serviços (EX.: ir mensalmente lá a casa fazer x)

Porquê que é possível "libertar" um escravo?


 Incentivo aos outros escravos - como exemplo
 Pela idade - certa idade deixa de ser válido
 Doença
 Alistamento militar - em Atenas é proibido alistar escravos no

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 Alistamento militar - em Atenas é proibido alistar escravos no
exército
 Ostentação - pelo simples poder

ROMA

Escravatura romana pode ser considerada como um estado transitório

Escravos:
 Está sobre a dominica potestas do seu dono
 Fontes (onde ir buscar escravos):
○ Guerra
○ Pirataria
○ Exposição
○ Verna - escravos nascidos em casa; criação; alguém que já
nasce escravo
 Maus tratos
○ Muitas vezes marcados com ferro em brasa (marca de
propriedade)
 Alguns usavam coleiras - Collaria
 Usados em minas
 Usados em explorações agrícolas

Senatus Consultum Silanianum


 Se esta legislação existe, é porque era algo que era feito
 Trata-se de, quando alguém dentro de uma casa, nomeadamente
o patia familias, morria de forma violenta, todos os escravos
eram torturados e interrogados (de forma violenta) e depois são
executados
 Sem distinção se é só o patia familias ou se também acontece
com a mulher dele
 Suicídio - se acontecer, não se aplica a todos os escravos da casa,
aplica-se aos escravos que estavam em volta dele por não terem
impedido

Melhorias relativas
 Lex Petronia de Seruis (I d.C) - proibia o dono de venderem
escravos para mandá-los lutar contra as feras;
 Abandono de doentes (I d.C) - abandono de escravos doentes
 Proibição de prostituição (I d.C) - a não ser que tenham sido
compradas já para esse objetivo
 Proibiu: Homicídio, prostituição, Gladiadores, Cárceres privados,
S.CS (II.d.C) - Adriano
 Proteção dos escravos Cristãos (IV d.C)

Sinais de afeição
 Visível nas sepulturas

A perspetiva cristã
 Não há uma condenação expressa do cristianismo
 Preocupações de não se dividir a família

Manumissão
Razões para libertar
 Reconhecimento de qualidades
 Respeito para com passado de liberdade
 Ostentação de riqueza

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 Ostentação de riqueza
 Incentivo para os outros escravos
 Eventuais testemunhas em processos judiciais
 Amor erótico (casamento) ou filial (adoção)
 Idade e doença
 Necessidades militares

Como é que se pode libertar um escarvo?


Geralmente, a libertação equivale a um acesso automático à cidadania
romana. Existem 4 processos:
 Vindicta - consiste no dono, que leva o escravo até ao
magistrado, ele vai com um chapéu, o pileus, e esse magistrado
pega na varinha, o escravo ajoelha-se, e o magistrado bate-lhe
com a vareta e o dono dava-lhe uma bofetada que se
considerava que fosse a última humilhação que ele sofria
enquanto escravo.
 Censu - ir diretamente ao censor e escrevê-lo na lista dos
cidadãos - implica o registo no censo
 Testamento - é possível fazer um testamento em que diz
"quando morrer x escravo fica livre"
 Inter amicos - significa entre amigos; processo informal, bastava
dizer a forma "Liber esto"; não dava cidadania

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