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ANITA CATARINA MALFATTI: BIOGRAFIA

ETEC PAULO DO CARMO MONTEIRO


ANITA CATARINA MALFATTI: BIOGRAFIA

Trabalho de pesquisa sobra a vida e obra

Da Anita Catarina Malfatti, Rafaela Silva Moura

Estudante do primeiro Novotec Informática

Para internet, professor Erick, artes.

CAIEIRAS, SÃO PAULO


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ÍNDICE

Introdução ........................................ 4
Biografia ........................................ 6
Duas obras ........................................ 10
Leitura de imagem ........................................ 10
Algumas Obras ........................................ 14
Referências ........................................ 16

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS
Figura 1 - Retrato Anita Malfatti................................. 5
Figura 2 - Retrato de Lalive....................................... 10
Figura 3 - Retrato de senhora.................................... 10
Figura 4 - Primeira Tela.............................................. 14
Figura 5 - Menino Napolitano.................................... 14
Figura 6 - Um professor............................................. 14
Figura 7 - Academia................................................... 14
Figura 8 - Meu irmão Alexandre................................ 14
Figura 9 - Georgina.................................................... 14
Figura 10 - Retrato de Tarsila...................................... 15
Figura 11 - As Margaridas de Mário/Anita................... 15
Figura 12 - Xale vermelho........................................... 15
Figura 13 - O jardim..................................................... 15
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1 INTRODUÇÃO

Anita Catarina Malfatti, mais conhecida como Anita Malfatti, pode ser considerada uma
artista de muitas facetas, foi pintora, gravadora, ilustradora e professora de artes. A
semana de Artes modernas de 1922, gerou uma falácia na população elitista paulista
da época, alguns estudiosos apontam um pensamento diverso ao que comumente é
apresentado quando se refere a citar a semana de 1922.
Tem o conceito que a maioria das artistas mulheres foram esquecidas, ou até mesmo
anuladas a sua presença no ocorrido, e para ocultar tal fato somente é citado o nome
de Tarsila do Amaral, como descreve Vera Pugliese, professora do Departamento de
Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB).

"É interessante que, principalmente fora do meio universitário, Tarsila do


Amaral seja indicada como uma das principais participantes da Semana de
Arte Moderna. Em fevereiro de 1922, ela estava em Paris", diz Pugliese. A
pintora paulista foi, de fato, umas das principais modernistas do país," mas
não participou da Semana de Arte Moderna. Nenhuma de suas obras esteve
presente no festival artístico", conta a professora da UnB (Laís Modelli,
Malfatti, Graz, Novaes e Aita: as mulheres (esquecidas) da Semana de Arte
Moderna de 22, https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60381328, p.4-5, 15
de fevereiro de 2022).

Ao todo, as quatro artistas e pianista Guiomar Novaes que marcaram sua aparição ao
evento foram, a Anita Malfatti, Gomide Graz e Zina Aita. é conivente dizer que elas
sofreram algum tipo de censura datada a época, a artista, Zina Aita, pouco se sabe
sobre seus trabalhos, seja por falta de pesquisa no Brasil ou até mesmo por
considerarem a sua preferência artista em relação à cerâmica ultraje, fazendo com
que não fosse considerada artista por muitos, no meio das artes plásticas.
Regina Gomide Graz, foi tapeceira e decoradora, tinha grande inspiração em relação
à arte indígena, no qual estudou a tecelagem dos povos originários brasileiros para
fazer grande parte de sua obra, o que desbravaria o tema posteriormente nas artes,
todavia ela é lembrada exclusivamente como colaboradora da própria criação.
Guiomar Novaes, sua música no estilo Chopin, (significa batida/golpe violento) foi
satirizada por peças de teatro, o que a deixou um tanto quanto ofendida, já que esse
estilo era uma de suas especialidades, ela se apresentou na terceira noite da
exposição onde compunha obras de Debussy e Villa-Lobos, fui uma das únicas
artistas presente na noite.
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Tarsila, pode até não ter participado do evento de 1922, entretanto graças a Anita
Malfatti, foi apresentada aos modernistas alguns meses depois da exposição, sendo
eles, Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Menotti del Picchia, desse modo eles
acabaram por ter ideais parecidos, que era ter uma arte verdadeiramente brasileira,
no qual acabaram por formar "O grupo dos cincos", mas não durou por muito tempo,
já que o grupo se desfez quando Amaral voltou a Europa.
"A Semana foi se construindo como um "mito fundador" posteriormente,
assim como se foi construindo Tarsila como a musa do modernismo, e em
algum momento se atrelou uma coisa a outra, mas isso não tem nenhuma
veracidade", conclui a professora Simioni(Laís Modelli, Malfatti, Graz, Novaes
e Aita: as mulheres (esquecidas) da Semana de Arte Moderna de 22,
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60381328, p.47, 15 de fevereiro de
2022).
E por fim, e não menos importante, originária desta pesquisa, Anita Malfatti,
considerada por muitos como a primeira artista modernista do Brasil, pois antes
mesmo de cogitarem a exposição de 1922, cinco anos antes, em dezembro de 1917,
considerou expor sua obra que era diferente dos padrões da época, como tudo aquilo
que é "diferente" causa estranheza, foi muito mal falada, especialmente por Monteiro
Lobato que alegou uma comparação a desenhos feitos em manicômios.
Anita é conhecida por pintar bastantes paisagens e personagens típicos do Brasil
marcados bastante pelo nacionalismo, e apresentam traços do cubismo e do
expressionismo, e tinha por trás sempre alguma crítica a escolas artísticas tradicionais
que sempre impôs o "jeito certo", de pintar de transparecer a sua opinião ao público,
tudo um pouco censurado, o que chaga a ser engraçado, pois atualmente temos o
conceito de que arte é uma das maneiras mais "nobre" de se expressar.
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2 BIOGRAFIA

Figura 1 – Retrato de Anita Malfatti.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60381328 , Malfatti, Graz, Novaes e Aita: as mulheres


(esquecidas) da Semana de Arte Moderna de 22 - BBC News Brasil, Anita Malfatti em foto de 1912.

Anita Catarina Malfatti, nasceu em 2 de dezembro em 1889 na cidade de São Paulo,


na rua Florêncio de Abreu, nº 67, com uma atrofia congênita no braço e mão direita,
seu irmão mais velho Alexandre tinha dois anos na época, filha do engenheiro italiano
Samuel Malfatti, e da pintora estadunidense originária da Alemanha, Eleonora
Elizabeth Krug Malfatti, mais conhecida nas artes como Betty Malfatti, além de seu
irmão Alexandre, Samuel e Betty tem mais dois filhos após Anita, Guilherme Malfatti,
nascido no ano de 1892 em Lucca na Itália, e em 1894, a família volta ao Brasil onde
nasce em São Paulo a quarta filha do casal, Georgina Malfatti. Anita faleceu aos seus
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74 anos, em 6 de novembro de 1964, no qual está enterrada no Cemitério dos


Protestantes.
Sua mãe ajudou a motivar a sua ânsia por conhecimentos artísticos, Anita devido a
sua atrofia utilizava a outra mão para as artes, teve uma infância um pouco deturpada,
pois devido ao problema congênito, houve um momento em que sua mãe foi às
pressas ao médico na Itália, mais precisamente Roma, Betty falava italiano, estava
com o sotaque carregado enquanto falava com o médico, até porque o susto foi
grande, pois sua filha, se encontrava com o braço enfaixado, pois ela se sucedeu a
uma operação para tentar corrigir sua mobilidade.
Foi a última vez que elas foram a um consultório na Itália, visto que vieram ao Brasil
para de fato fazer uma cirurgia para resolver o problema, todavia o doutor brasileiro
foi franco em suas palavras, o seu braço direito não ganhou mobilidade com o tempo,
como foi previsto, então ele aconselhou logo cedo, para que Catarina fosse
acostumada a usar a mão esquerda para todas a atividades, então Malfatti que nasceu
destra, pela necessidade se tornou canhota.
Como sua família era tradicional, teve uma governanta chamada Miss Browne de
linhagem alemã, Anita desde pequena foi muito interessada em seus estudos, Browne
ajudava incessantemente a desenvoltura de sua mão esquerda, Catarina passou pelo
exame da prova de seleção da escola Mackenzie College. Aos 17 anos por volta de
1906, seu pai morreu, sua mãe e irmãos foram morar na casa de seus avós, e para
ajudar na renda da casa sua mãe começou a dar aula de idiomas e pintura e Anita
seguindo o mesmo princípio começou a ser professora de pintura para crianças.
Como sempre fora esforçada, tivera muitos sonhos e um deles era estudar arte em
Paris, por mais que distante o sonho, seu tio Jorge Krug se compadeceu por sua
dedicação aos estudos, e obteve meios para que fosse possível seu aprendizado fora
do país, por mais que ela não fosse estudar em Paris, ele deu a ela, a oportunidade
de acompanhar duas amigas em seus estudos na Alemanha, em 1910 ao chegar na
capital da Alemanha, que ficará no país for volta de 1910 a 1914, diferentemente do
Brasil, a Europa estava no auge dos movimentos vanguardistas, fizeram várias
expedições em museus e concertos, e em uma dessas jornadas a fim de conhecer a
arte europeia, quando visitaram o Centro Musical, foi convidada para estudar no
ateliê de Fritz Burger, depois de sua mãe, ele pode ser considerado o primeiro mestre
concreto de Anita, que lhe instigou a curiosidade através das cores.
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Malfatti prestou provas para entrar na Academia Real de Belas Artes, para o curso de
história das artes, pintura e perspectiva, entretanto a academia não era como
pensava, no qual a desagradou que a fez desistir do curso com um ano de formação,
durante a suas férias aproveitou a brecha para ir à exposição, "a 4ª Sonderbund ", ou
seja, exposição de Colônia, que pode conhecer obras de Van Gogh, Cèzanne,
Picasso, Gauguin.
No término daquele ano conheceu Lovis Corinth, que tinha a fama de o “homem de
todas as cores”, teve aulas com ele e aprendeu a fazer gravuras em metal, surgiu seu
imenso interesse no movimento artístico expressionista, o professor Ernst Bischoff
Kulm ficou responsável por ensinar sobre tal movimento, com o estopim da 1ª Guerra
Mundial voltou ao Brasil em 1914. Com a sua volta sua família tinha grande
expectativas acerca de suas obras, esperavam que ela realizasse obras acadêmicas,
que era a tendência no momento, entretanto Anita não se intimidou com a elite
brasileira, e pintava quadros extremamente coloridos e vivos, com bruscas pinceladas,
foi na época que mostrou sua mais nova composição sobre seus irmãos, Alexandre e
Georgina, assim se deu início, a nova era da arte no Brasil.
Tinha o desejo de voltar a Europa, mas seu tio não conseguia mais ajudar para tal
feito, então ela decidiu ir a um destino mais "barato", os Estados Unidos da América,
em 1915, aconselhada pela família, em Nova York, foi estudar na escola de “Art
Students League”, cursava gravura e pintura, todavia parecia que algo estava errado,
se matriculou então na academia de "Independent School of Art", no qual conheceu o
filósofo pintor, Homer Boss, que não implicava com os alunos num jeito certo de se
expressar por meio da arte, encontrou finalmente o que procurava.
Acabou assim definindo o seu estilo, com distorções de equilíbrio, volta ao Brasil em
1916, com obras neste formato, o território nacional não estava preparado para
acolher tal aparência, foi extremamente criticada, perdeu apoio até mesmo de seus
parentes, seu tio Jorge chamou suas composições de “coisas dantescas”, suas telas
expressavam quem era, o que a deixou muito abalada como foi muito coagida a ser
tradicional o fez.
Sendo assim retornou a ensinar e receber encomendas, e acabou cada vez mais se
distanciando do expressionismo, não queria viver obrigada a se expressar contendo
as suas mazelas para agradar os demais, então novamente tenta expor suas obras
na sua exposição de 13 de dezembro de 1917, admirada e inspiração de muitos não
foi o suficiente para as críticas de desgosto não a envolverem em tristeza e mágoa
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profunda. Foi a época que grandes artistas como Monteiro Lobato, despiram críticas
com palavras insensíveis, comparou as obras expressionistas a desenhos feitos em
manicômios, fez ainda a descortesia de separar os artistas em dois grupos, os que
viam o mundo da maneira que é, e os que tinham a incrível incapacidade de não
aceitar a realidade como é, e ainda a inutilidade de distorcer o real, confundindo ao
imaginário.
A chuva de reprovação, comoveu a muitos a apoiar Catarina, como Oswald de
Andrade, que superestimou seus trabalhos, desse modo Anita deu o primeiro passo
para o que mais tarde seria a semana de 1922. Como de costume, novamente com a
censura acerca de suas obras, voltou ao tradicional, estudando no ateliê de
Pedro Alexandrino, conheceu Tarsila do Amaral, que inicialmente estranhou sua forma
de pintura.
Em 1920, fez outra exposição para ganhar uma bolsa de estudos, onde
conheceu Mario de Andrade, que aconselhou a pintar com a alma, pois não se pode
esconder o seu verdadeiro ser, em 1921 o movimento vinha ganhando bastante força,
que a fez pintar em cores vivas no ateliê de George Elpons, Tarsila havia virado amiga
de Anita, Amaral estava na Europa, onde recebeu a carta de Malfatti dizendo que
voltará a pintar o que gostava.
Então, em fevereiro de 1922, decidiram com a independência do Brasil em pauta,
fazer a Semana de Arte Moderna, mais conhecida como a semana de 1922, no Teatro
Municipal de São Paulo, em 1923 ganhou finalmente sua bolsa de estudos e voltou
para a Europa, ela fez amigos franceses que a fizeram mudar um pouco de seus
traços sendo assim desenhos mais delicados, com desenhos alongados e as
deformações de forma mais sutil.
Como a sua bolsa havia algumas condições, como dominar amplamente as
habilidades de pintura acadêmica, dessa forma ela tinha a permissão exclusiva para
entrar no Museu do Louvre, e em alguns Museus na Florença, para copiar e analisar
as exposições. Em 1928, voltou ao Brasil, e finalmente ela pode ser aceitam como
artista, dessa forma começou a expor livremente seus trabalhos e receber
encomendas, elaborou até mesmo um curso sobre história da Arte, e com 62 anos
participou da primeira Bienal de São Paulo, e na sétima Bienal foi homenageada com
uma sala inteira para as suas obras, faleceu em 6 de novembro de 1964, aos 74 anos.
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3 Duas Obras

Figura 2 – Retrato de senhora Figura 3 – Retrato de Lalive

Anita Malfatti. Retrato de Anita Malfatti. Retrato de Lalive,


senhora, 1935/37, óleo s/tela, 1917, óleo s/tela, 90,5 x 76,5 cm.
79,8 cm x 63,2 cm. Fonte: Acervo Artístico-Cultural dos
Corrigida_MorganaViana.pdf, Palácios do Governo do Estado de
Pg- 230. São Paulo. Palácio Boa Vista
(Campos do Jordão,SP), Fonte:
Corrigida_MorganaViana.pdf,
pg- 223.
4 Leitura de Imagem

• Leitura Formal:

Retrato de uma senhora: Aparenta uma mulher branca com seus cabelos curtos e
loiros, com penteado de coroa com suas tranças, bem maquiada com os lábios com
cor vermelha vibrante, semblante calmo, com os seus olhos azuis pastéis ao
horizonte, perdida em seus pensamentos, com a cabeça sutilmente inclinada para
cima, com suas costas descansadas, levemente corcunda, lembra ligeiramente uma
bailarina pelo penteado e pelo formato de seus braços em bacia, está usando um
vestido preto, com um decote em "v", a um jogo com as sombras, e com a iluminação,
e suas bochechas pela maquiagem estão levemente rosadas.
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Retrato de Lalive: Demonstra uma moça aparentemente jovem, com um lenço de


dona de casa em sua cabeça, com seus braços apoiados em suas pernas, sentada
no chão ou em um sofá, com uma parede atrás dela, uma pintura bem leve devido à
escolha da paleta de cores, está vestindo uma blusa bem grande e larga rosada
combinando com o lenço em sua cabeça, com um colar prata grande com um pequeno
pingente em sua ponta, ao que tudo indica está com um short florido, sorri levemente
e é possível visualizar uma parte de seu cabelo ondulado.

• Leitura Social:

Retrato de uma senhora: Foi pintada em uma época, um pouco complicada, para a
expressão, liberdade de fala e cultura, pois o Brasil passava pela ditadura de Getúlio
Vargas, como em toda ditatura as pessoas acabam por serem reprimidas, censuradas,
a pesquisa, e fatos quase não se encontram na internet, e sim a vivência das pessoas
da época, cada pessoa tem uma opinião diferente, apoio a um partido político, mas
normalmente devido ao momento não se expressão ou o fazem escondidos como a
música do Chico Buarque, "Apesar de você", ou então acabam falando e sendo
perseguidos como a música de Geraldo Vandré, "Pra não dizer que não falei das
flores", ou "caminhando", que é a mesma música.
Ou seja, é pressuposto que Catarina queria falar ao público o sentimento de
incapacidade, obediência, represália, onde tudo tem que ser feito e dito com
toda cautela, sobre a calada da noite, no qual quando um simples deslize te faz perder,
toda construção e estigma por sua vida em um piscar de olhos, por isso "a senhora"
tem o olhar tão distante da realidade, com cores tão opacas, onde só o rosto tem
algum resquício de vida, como uma máscara que diz que a vida vai bem, que a ditatura
faz bem, sem nenhum sinal de relutância, é o que o regime deseja, lembrando, são
apenas suposições, e minha interpretação da obra levando em conta o período
histórico.
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Retrato de Lalive: Não me cabe dizer com certeza o que levou Catarina a pintar este
quadro, e um quadro que me passa tamanha alegria não faz reflexo ao contexto do
Brasil ao entrar na Primeira Guerra Mundial, posso pensar que por ser o ano da sua
então tentativa de libertação da arte tradicional, pintou este quadro, feliz em poder se
expressar da maneira que agradasse a si e a mais ninguém.

• Leitura Pessoal:

Retrato de uma senhora: Em suma, o estilo de Anita não me agrada muito, então
com dificuldade, escolhi ao que agradasse visualmente minha pessoa, havia vários
vasos de flores lindíssimos, feitos pela Anita Catarina Malfatti, mas escolhi trazer o
"Retrato de senhora", pois achei algo bem sombrio, misterioso e, ao mesmo tempo,
calmo.
A moça, aparenta estar com um olhar distante, intrigante, no qual instigou minha
curiosidade por trás do nome do quadro já que visualmente não se parece nada com
uma senhora e sim uma senhorita, entretanto recordando bem agora, antigamente
senhora era desferido a mulheres casadas, e não de idade mais madura, como se tem
o conceito atualmente.
Em 1935, vendo o contexto social da obra é possível entender por que a obra aparenta
ser tão triste e distante, o Brasil estava em plena ditadura de Getúlio Vargas. O que
faz sentido o quadro não ser tão conhecido, por mais que a pintora seja extremamente
famosa devido à semana de 1922, por causa das constantes censuras sofridas pelos
artistas na época.
Não sei porque, por mais que a pessoa representada não esteja devidamente
apresentada como uma dançarina, toda vez que presencio a imagem me lembro
ligeiramente da figura de uma bailarina, talvez pela posição de suas mãos que
lembram um passo de balé, ou pela forma que seu cabelo está preso, ou até mesmo
pela forma de seu vestido preto, é curioso como sua maquiagem chega a ser um
pouco destoante do cenário, já que está tão intensa com cores vibrantes, e as demais
cores estão neutras mais apagadas.
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Retrato de Lalive: Escolhi falar sobre o quadro "Retrato de Lalive", pois além de ser
completamente contrário a outra pintura escolhida, aprecio imensamente quadros
nesse estilo, leves, com cores pasteis, são aconchegantes, e este quadro me lembra
bastante um estilo que acho esbelto da mesma maneira deste, quadros com
pinceladas leves e um pouco difíceis de entender alguns elementos na imagem, como
borrões, porém entendível o que a imagem remete são bastante intensos com cores
vivas, lembram bem a natureza, o que traz o sentimento de paz.
Esse quadro na primeira vez que o vi achei muito formoso, para fundo de curiosidade
a moça pintada, provavelmente foi amiga de Anita Malfatti, já que a maioria de seus
retratos são de familiares, amigos ou alunos.
A tabela a seguir resume as informações recuperadas sobre os retratos da
década, tornando mais fácil de identificar as relações que se constroem em
torno da produção a partir dos agentes envolvidos. Novamente, as
mesmas categorias da tabela anteriores estão presentes: amigos,
alunos e familiares (Morgana Souza Viana,pg.128,p.2,
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-10022021-
180131/publico/Corrigida_MorganaViana.pdf, grafia própria.)
Portanto, assumindo que esse retrato seja de alguma amiga, familiar ou aluna, torna
a emoções transmitidas pelo quadro ainda mais relevantes, já que transparece paz,
alegria, um lar, acho interessante pensar que a autora retratou o que essa pessoa
transmite a ela, por meio da arte, gosto também da sensação de lar e natureza, pois
o lenço na cabeça dela me passa a impressão de camponesa e dona de casa, e
acolhimento, como uma pessoa ouvinte e amigável, e bastante serena, o que mais
ajuda nessa abstração são a escolha da paleta de cores.
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5 Algumas Obras

Figura 4 – Primeira Tela Figura 5 – Menino Napolitano Figura 6 – Um professor

Anita Malfatti. Primeira tela, Anita Malfatti. Menino Anita Malfatti. Um professor,
1909-1910, óleo s/tela,61 x 50 Napolitano, 1912-1913 c., óleo 1912-1913 c., óleo s/tela, 50,5
cm. Col. Georgina Malfatti s/tela a/madeira, 42 x 36 cm. x 40 cm. Museu de Arte
(19177). Fonte: Col. Orandi Momesso, São Brasileira, FAAP Fonte:
Corrigida_MorganaViana.pdf, Paulo. Fonte: Corrigida_MorganaViana.pdf.
Pg- 219. Corrigida_MorganaViana.pdf, Pg-220.
Pg-219.

Figura 7 – Academia Figura 8 – Meu irmão Alexandre Figura 9 – Georgina

Anita Malfatti. Academia, 1912- Anita Malfatti. Meu irmão Alexandre, 1914., Anita Malfatti. Georgina,
1913 c., óleo s/tela, 72,5 x 48 óleo s/tela 43 x 57 cm. Coleção particular. 1914., óleo s/tela 98 x 73 cm.
cm. Museu de Arte Brasileira, Fonte: Corrigida_MorganaViana.pdf, Pg - 221. Coleção particular. Fonte:
FAAP. Fonte: Corrigida_MorganaViana.pdf,
Corrigida_MorganaViana.pdf, Pg - 221.
Pg- 221.
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Figura 10- Retrato de Tarsila Figura 11- As Margaridas de Mário/Anita Figura 12- Xale vermelho

Anita Malfatti. Retrato de As Margaridas de Mário, 1922 Anita Malfatti Anita Malfatti. Xale
Tarsila, c. 1919, pastel, Óleo sobre tela, c.i.d. 51,50 cm x 53,00 cm vermelho, s.d., óleo s/tela
43x32x4cm. Museu de Arte de Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos s/madeira, 71 x 54cm. Fonte:
São Paulo Assis Chateaubriand. Brasileiros - USP (São Paulo, SP) Corrigida_MorganaViana.pdf,
Pg - 224.

Figura 13- O jardim

O Jardim, 1912 Anita Malfatti Óleo sobre tela sobre cartão


23,50 cm x 29,50 cm Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ
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8 Referências

Malfatti, Graz, Novaes e Aita: as mulheres (esquecidas) da Semana de Arte Moderna


de 22, Laís Modelli. De São Paulo para a BBC Brasil, 15 fevereiro
2022,https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60381328

ANITA MALFATTI. História das Artes > Prazer em conhecer > Anita Malfatti. Por
Margaret Imbroisi 08 abr 2016,https://www.historiadasartes.com/prazer-em-
conhecer/anita-malfatti/

CRÍTICA DE MONTEIRO LOBATO À OBRA DE ANITA MALFATTI INTRIGOU


PÚBLICO DA SEMANA DE 22. O artigo em que o escritor comparou composições
modernistas aos desenhos produzidos em manicômios havia contribuído para atiçar
a curiosidade do público, para o bem ou para o mal, RAPHAELA DE CAMPOS
MELLO PUBLICADO EM 13/02/2022, ÀS 06H00,
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/critica-de-monteiro-lobato-
contra-obra-de-anita-malfatti-deixou-publico-da-semana-de-22-curioso.phtml

Anita Malfatti: a pintora brasileira está no ar. O site da artista, com a sua história em
cartas, desenhos e documentos pertencentes ao acervo do Instituto de Estudos
Brasileiros (IEB) da USP, está à disposição de todos, https://jornal.usp.br/cultura/ver-
anita-malfatti-a-pintora-brasileira-esta-no-ar/

Biografia, Anita Malfatti (São Paulo SP 1889 - idem


1964),https://www.escritoriodearte.com/artista/anita-malfatti

ANITA MALFATTI: VIVER NA ARTE SÃO PAULO DOS ANOS 1930-1920,


MORGANA SOUZA VIANA, https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-
10022021-180131/publico/Corrigida_MorganaViana.pdf

O Jardim. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo:
Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra1368/o-
jardim. Acesso em: 25 de outubro de 2023. Verbete da Enciclopédia.

ISBN: 978-85-7979-060-7

AS Margaridas de Mário. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura


Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em:
17

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra1396/as-margaridas-de-mario. Acesso em:


25 de outubro de 2023. Verbete da Enciclopédia.

ISBN: 978-85-7979-060-7

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