Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Profa Lisandra Cruz Ribeiro
Curso de Homeopatia Popular
Não há como falar em homeopatia sem falar sobre seu idealizador: Samuel
Hahnemann.
Ele se sustentava através de traduções até que decidiu estudar medicina. Durante a
faculdade conseguia dinheiro traduzindo textos de medicina e de química, o que lhe
ajudou a ter uma sólida formação. Porém, devido a falta de resultados que a medicina
alopática proporcionava, largou a medicina e manteve-se como tradutor. Até que, um
dia, quando estava traduzindo um texto sobre Quina, percebeu que os sintomas da
intoxicação por Quina eram exatemente os mesmos da malária, moléstia da qual era
remédio. Então perguntou-se como o remédio pode provocar os mesmos sintomas da
doença que cura? Então tomou a Quina e constatou que desenvolveu os mesmos
sintomas da malária. Daí saiu a primeira lei da Homeopatia: Semelhante cura
semelhante.
Então Hahnemann passou a experimentar diversas substâncias e catalogar seus
sintomas quando ingeridas por uma pessoa saudável. Seria o equivalente hoje aos
efeitos colaterais de remédios. Após as Experimentações dos remédios, começou a
prescrevê-los para os doentes.
Aqui temos a segunda lei homeopática: administrar remédios que já foram
administrados em pessoas saudáveis, observados sintomas e os ter registrados.
Esses registros foram chamados de Matéria Médica.
Hahnemann notou que muitos remédios, apesar de prescritos adequadamente, eram
tóxicos e causavam reações adversas. Para conseguir administrá-los de forma mais
suave, começou a diluir as substâncias de modo a não provocar agravos ou deixá-los
muito suaves. Para atender os doentes, ele seguia a cavalo para diversos locais e
percebeu um fato curioso: as pessoas de que residiam em locais mais distantes
tinham melhor resposta ao tratamento. Por quê? Resposta: porque o trote do cavalo
chacoalhava os remédios e isso imprimia mais potência a eles. Então nasceu a
terceira lei: sucussão ( chacoalhar) e diluição ( diminuta dose).
Para provocar menos efeitos colaterais ainda, postulou a última lei que diz administrar
um remédio de cada vez. Dessa forma, também poderemos saber qual remédio de
fato causou cura em determinado doente com um conjunto específico de sintomas.
A teoria Homeopática foi muito criticada desde seus primórdios apesar dos bons
resultados. Ajudou a conter grandes epidemias inclusive. Porém o local que teve maior
aceitação e mais se desenvolveu foi na França, onde Hahnemann viveu seus últimos
dias.
A homeopatia no Brasil
Foi trazida pelo Homeopata Bento Mure em 1840. Naquela época, somente os ricos
tinham acesso aos médicos e a população se curava com ervas e chás difundidos pela
população indígena ou escrava. Em meio a essa população foi que Bento Mure
disseminou a homeopatia tratando os doentes. Fundou a Escola Homeopática no Rio
de Janeiro e partiu para o Cairo, no Egito. Até 1988, além dos ricos, tinham acesso a
médicos os trabalhadores de carteira assinada e suas famílias. Os demais brasileiros
tinham somente a assistência das Santas Casas, de outros projetos filantrópicos e
dos Terapeutas populares que dentre outras ferramentas usavam a Homeopatia. Em
1989 tornou-se especialidade médica, depois outras profissões também passaram a
ter a homeopatia no seu rol de atividades e, nos últimos anos, passou a ter
reconhecimento como profissão regulamentada pelo Ministèrio do Trabalho sob a
Alcunha de Homeopata não médico.
Está sempre triste. Geme e resmunga. Falar fatiga-o. A fraqueza faz com que se
sente. Humor variável. Depressão. Não é capaz de realizar os projetos a que se
propõe. Indeciso. É lento no que respeita ao pensamento e à atividade, mas
mesmo assim, quer fazer tudo apressadamente, confusão, alterações da memória,
confusão mental. Pensamento desorganizado. Tem a sensação de ter cometido
um crime. Falta de segurança como consequência de uma capacidade intelectual
diminuída. Envelhecimento precoce.
Sensação na face e à volta dos olhos como se o rosto estivesse coberto de clara
de ovo coagulada. Sensação de teia de aranha no rosto. Vertigem quando fecha
os olhos. Vertigem dos velhos.
Apetite anormal, desejos anormais por coisas indigestas, não comestíveis, tais
como cal, carvão, madeira, giz, grãos de café, ácidos. O paciente só consegue
deglutir pequenos pedaços. Pouca saliva. Eructações crónicas que agravam ao fim
do dia. Vómitos com tosse. Prisão de ventre. O paciente não tem desejo de
evacuar e o seu intestino parece estar paralisado, o que o obriga a esforços
enormes. Inatividade retal; mesmo as fezes moles exigem-lhe esforços imensos.
Só vai ao banheiro quando existe uma acumulação considerável de fezes. Prisão
de ventre das crianças que recebem alimentos artificiais. Prisão de ventre das
grávidas por inatividade retal. Dos velhos por reto inativo. Fezes secas e duras,
pequenas, cobertas de muco. Fezes moles difíceis de expulsar, aderentes como
argila molhada. Após defecar fica uma sensação de escoriação no ânus.
Asa do nariz inflamada. Secura do nariz com crostas. O corrimento nasal é
espesso e amarelado. Rouquidão frequente. Secura da faringe que obriga o
paciente a tossir de manhã quando acorda e à noite, para tornar a voz mais clara e
perceptível. Tosse seca, contínua, que agrava de manhã e à noite, levando o
doente a vomitar.
A urina demora bastante tempo a escoar-se. Assim como faz esforço para
evacuar, também o faz para urinar. Deve fazer esforços similares aos da
evacuação para urinar. Diarreia quando urina. Incontinência urinária feminina
quando tosse. Leucorreia aquosa, abundante, transparente, irritante. É tão
abundante que escorre até aos tornozelos. Agrava de dia, depois das regras e
melhora por lavagens com água fria.
Impotência dos velhos. Emissões de esperma quando se esforça para defecar.
Depois das regras, atrasadas ou adiantadas, a paciente fica esgotada física e
mentalmente.
Dores violentas nas costas como se um ferro quente fosse aplicado nas vértebras
lombares. Arrasta pesadamente as pernas. Dor na planta dos pés ao caminhar
com sensação de entorpecimento. Sensação de peso nas extremidades inferiores
que agrava à tarde. Caminha lentamente, com pequenos passos, de forma
descoordenada e com tremores.
Pele muito seca que não transpira. Erupções secas de inverno. Prurido pelo calor
da cama. AGRAVAÇÃO: pelo frio; no Inverno; no tempo seco; de manhã ao
despertar;
MELHORA: pelo calor; ao ar livre; pelos alimentos quentes; comendo.
ARNICA MONTANA
Profa Lisandra Cruz Ribeiro
Curso de Homeopatia Popular
O paciente está deprimido, triste. Quer ficar tranquilo, sozinho, em paz. Não quer
que lhe falem ou que se aproximem dele. Assusta-se com muita facilidade. Padece
de irritabilidade e alguma teimosia. Apresenta uma indiferença muito grande
causada pela fadiga.
Tem insónia: seja qual for o leito em que se deite, parece-lhe excessivamente
duro, muda constantemente de lugar em busca da maciez. Por vezes geme
enquanto dorme
De carácter nervoso, a dor torna-se insuportável. O corpo está hipersensível.
Apesar de doente, diz estar bem de saúde. Traumas psicológicos. O corpo parece
dorido e com contusões, como se tivesse sido pisado ou espancado. É o grande
remédio dos traumatismos, seja qual for o órgão lesado; mesmo que o
traumatismo não seja recente e tenha deixado sequelas. Afecções traumáticas dos
músculos. Fraturas que se complicam, com supuração abundante. Sensação de
quebra local ou geral, após qualquer tipo de acidente traumático: pancadas,
quedas, contusões, etc. Prevenção do traumatismo cirúrgico.
Acidentes vasculares cerebrais por efeito de violentos esforços, de uma grande
emoção. O rosto, ou a cabeça e o rosto estão quentes, enquanto o resto do corpo
está frio. Nariz frio. Meningite que surge após traumatismo. Apoplexia, perda de
consciência com relaxamento dos esfíncteres. Na apoplexia reabsorve os
derrames.
Descolamento traumático da retina. Hemorragias da retina ou da conjuntiva com
derramamento e como consequência de traumatismo.
Mau hálito. Arrotos de odor pútrido, como de ovos podres, especialmente de
manhã. Evacuação involuntária com incontinência durante o sono.
Tosse durante o sono. Tosse dos cardíacos à noite. Perturbações cardíacas dos
atletas. Situações de cansaço cardiovascular. Hipertensão arterial. Hemorragias
traumáticas. Prevenção das hemorragias post-partum.
Na menopausa, grande fraqueza com palpitações, dores generalizadas. A cabeça
está quente, o corpo frio. Equimoses por qualquer toque ou pancada mesmo que
leve. Reumatismo e gota, com medo de ser tocado por quem se aproxima. Não
pode caminhar direito, já que tem uma sensação de contusão, pisadura, ao nível
da região pélvica. AGRAVAÇÃO: pelo menor contacto; pelo repouso; pelo
movimento; pelo vinho.
MELHORA: estando deitado com a cabeça baixa, mesmo que o leito pareça duro;
por aplicações quentes.
BELLADONA
Profa Lisandra Cruz Ribeiro
Curso de Homeopatia Popular
O paciente Gelsemium deseja ficar sozinho, tranquilo, em paz. Prefere a solidão, não
quer falar. Uma emoção súbita, um susto, medo ou má notícia desencadeia tremores,
diarreia. A aproximação de qualquer acontecimento pouco habitual – ir ao teatro, um
encontro, um exame – desencadeia diarreia. Fica apreensivo quando tem que
aparecer em público. Depressão após insolação ou excesso de fumo. O calor do
Verão provoca-lhe fadiga. Convulsões com espasmos da glote. Histeria devida a
onanismo. Fraqueza e tremores da língua, das mãos, das pernas.
Insónia por emoção, medo, apreensão ou susto. Insónia dos intelectuais.
Medo de aparecer em público. Diarreia por antecipação. Evacuações involuntárias por
medo. Fraco e esgotado após uma situação que lhe provocou um susto.
Febre com prostração muscular, dor de cabeça, catarro no nariz e no peito. Desejo de
repouso absoluto, torpor e ausência de sede. Padece de vertigem com diplopia, visão
obscurecida, perda da visão.
Dor de cabeça com sensação de peso, que começa na região occipital para depois se
fixar na região frontal, com sensação de uma tira que aperta acima dos olhos. Agrava
pelo calor do Sol e melhora deitado com a cabeça alta. O couro cabeludo está dorido,
sensível ao toque. Enxaqueca que é precedida por perturbações da visão, seguida de
depressão e tremores, com abundante emissão de urina, que melhora o paciente. O
rosto está vermelho e quente. A expressão é algo embrutecida. O doente só com
muita dificuldade consegue abrir os olhos. As pálpebras estão pesadas. Uma pupila
está dilatada, enquanto que a outra está contraída. Visão dupla. Dores nos globos
oculares. Inflamações serosas intraoculares.
Afonia que surge por emoção, susto ou má notícia. Quando em repouso o pulso é
lento, mas se se movimenta acelera. Pulso lento dos velhos. Tem a sensação de que
vai ter uma parada cardíaca se não se movimentar. Palpitações por emoção, susto ou
má notícia. Por vezes, tem a sensação de ir desmaiar. Tal fato, faz com que se levante
e caminhe.
Dores agudas, como as dores de parto, na região uterina que irradiam às costas e
quadris. Afonia ou rouquidão durante as regras. Dor de garganta após as regras. Os
membros estão fracos e tremem. Os movimentos são descoordenados, os músculos
não obedecem à vontade do doente. Sarampo.
AGRAVAÇÃO: pelo tempo húmido; pelo nevoeiro; pelo calor do Sol; no Verão; antes
de uma tempestade; por emoção, susto ou má notícia; às dez horas da manhã; ao
pensar nos seus padecimentos ou quando alguém lhe fala neles; pelo fumo do cigarro.
MELHORA: ao ar livre; pelo movimento contínuo; pelos estimulantes; após uma
micção abundante.
Arsenicum Album
Profa Lisandra Cruz Ribeiro
Curso de Homeopatia Popular
Sempre agitado
Aversão ao trabalho: físico e intelectual. Sem vitalidade, cansaço extremo. Fraqueza e
prostração com debilidade nervosa e tremores de todo o corpo. Custa-lhe pensar,
refletir. As ideias correm lentamente no seu cérebro. Tem uma extrema dificuldade em
se concentrar. Apático, não quer falar e quando lhe fazem perguntas responde
lentamente.
De dia está sonolento e dorme mal durante a noite. O sono é curto e os despertares
constantes. Sono agitado. Está angustiado e tem palpitações quando se deita do lado
esquerdo. Padece de insónia que agrava antes da meia noite.
Vertigem quando se levanta de manhã. Vertigem por debilidade nervosa
Os cabelos caem em tufos.
As gengivas estão inchadas e sangram com facilidade. Hemorragia que persiste após
extração dentária.
Desejo de alimentos frios. Fome excessiva mesmo depois das refeições. Necessita de
comer com frequência para não se sentir fatigado. Fome à noite. Náuseas colocando
as mãos em água quente. Regurgitações de bile, água ou alimentos. Vómitos após
comer, de manhã e à noite. Vómitos que se seguem a operações cirúrgicas. Vómitos
alimentares de sangue. Tem uma sensação de vazio no estômago, que se estende a
todo o abdómen.
Batimento das asas do nariz. Secura e obstrução nasal. Epistaxe à tarde,
acompanhada de suores. Epistaxe durante a evacuação. Epistaxe que substitui as
regras. Rouquidão mais marcada à tarde, agravando no princípio da noite. A laringe
está tão dolorida que não pode falar. Tosse seca, com dor, irritativa, que estremece o
corpo inteiro. Tosse com opressão e dores ardentes no peito, levando o paciente a
sentar-se na cama para expectorar mucosidades viscosas, purulentas e
sanguinolentas. Hemoptises.
Tendência a hemorragias frequentes, abundantes e que se repetem bastas vezes.
Qualquer ferimento sangra muito.
A visão desta faz com que vomite e deve fechar os olhos para tomar banho.
Sensação de quentura entre os dois ombros, que dá a sensação de uma onda de calor
ascendente da parte inferior dos rins até à nuca. Sensibilidade à pressão das apófises
espinhais de todas as vértebras dorsais. Os membros estão fracos tremendo logo que
o paciente faz qualquer exercício ou esforço. Sensibilidade da tíbia por inflamação do
periósteo. Formigamento dos braços e mãos que agrava ao despertar. Ao nível das
mãos sente um ardor intenso. Ulcerações sangrantes quando as regras estão para
aparecer. Quaisquer feridas, por mais pequenas que sejam, sangram abundantemente
AGRAVAÇÃO: ao crepúsculo; antes da meia noite;; no tempo frio; durante um
temporal. MELHORA: na obscuridade; mas só até ao momento em que estes
começam a aquecer no estômago; depois de ter dormido.
RHUS TOXICODENDRON
Profa Lisandra Cruz Ribeiro
Curso de Homeopatia Popular
Imerso em tristeza, ansioso, chora sem saber porquê. Tem aversão a ficar em casa.
Andar ao ar livre melhora consideravelmente o seu estado. É um agitado. Agita-se dia
e noite, mudando de posição e de lugar de modo a aliviar as dores que o atormentam.
Não pode ficar muito tempo na mesma posição. Apreensivo à noite. Não consegue
ficar na cama. Tem um sono pouco reparador. Sonha com grandes exercícios, com
grandes esforços físicos, que executa duramente o seu trabalho de todos os dias.
Acorda encurvado. Agitado. Não consegue permanecer na cama. Irritabilidade.
Inquietude. Agitação durante o dia e à noite. Cansado da vida.
Fadiga. Esgotamento psíquico. Andar ao ar livre melhora-o. Medo da morte. Medo de
ter uma doença grave ou incurável. Angústia. Memória deficiente. Tem vertigens
quando está de pé ou caminha.
Dores que melhoram pelo movimento e agravam pelo repouso.
Reumatismo, torcicolo, lumbago. Sensação de quebra na região lombo-sacra, com
rigidez intensa, que agrava estando sentado e melhora pelo movimento contínuo.
Rigidez dolorosa dos membros, que agrava de manhã. Os primeiros movimentos
aumentam a dor, mas a continuidade melhora; é como se o paciente se
desenferrujasse. Dores dilacerantes nos tendões que agravam pelo frio úmido.
A pele fica dorida no contacto com o ar frio. Pele vermelha com erupções vesiculosas
ardentes e pruriginosas. Herpes zoster e labial
AGRAVAÇÃO: pelo tempo frio, húmido e chuvoso; depois de se ter molhado, em
especial quando está suado; à noite, em especial por volta da meia noite; pelo
repouso; estando deitado sobre o lado dorido.
MELHORA: no tempo quente e seco; pelo movimento, continuando a mover-se;
mudando de posição; deitado numa esteira ou cama dura, no chão; pela massagem e
fricção; por aplicações quentes.
Sabina
Profa Lisandra Cruz Ribeiro
Curso de Homeopatia Popular