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Epístola Universal de Tiago

A Fé verdadeira
manifesta-se em
vida verdadeira
Introdução

• A Epístola de Tiago, de maneira lógica, divide-se em três


seções desiguais: 1:2-2:26; 3:1-18; 4:1-5:20
• O versículo introdutório é a saudação comum da
correspondência normal do mundo antigo: o escritor
identifica-se, e a seus leitores e os saúda com (Xairein).
• Esta epístola traz o nome de seu autor, Tiago, que se
identifica como "Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus
Cristo" (1:1).
• O nome é uma tradução através do latim (Giacomo) da
palavra grega lácobos, e do hebraico Jacó, e era um
nome comum entre os judeus.
Mas quem seria este Tiago?
• Uma certeza é que o autor era judeu.
• Ele fala de Abraão como "nosso pai" (2:21), chama o lugar de
adoração de "sinagoga" (2:2), usa a palavra hebraica "geenna"
(3:6) e uma palavra especialmente judaica para Deus ("Senhor dos
Exércitos" (Sabaoth), em 5:4.
• O vocabulário é repleto de termos de agricultura e vida doméstica, e
sua familiaridade com a Palestina é mostrada nos nomes dos ventos
(1:11), as chuvas temporã e serôdia (5:7), o uso dos juramentos e
a vida nas sinagogas.
• O uso do Velho Testamento para finalidades ilustrativas é de
maneira comum, fazendo uso de Abraão, Jó, Isaque, Raabe e Elias.
• A menção de uma figueira (3:12), do adultério espiritual (4:4), dos
últimos dias (5:3) e a ordem para alimpar as mãos (4:8), tudo tem
um sabor veterotestamentário distinto.
• Além disso, a sintaxe da epístola é semítica e não grega, segundo
os conhecedores dos dois idiomas.
Mas quem seria este Tiago?

• Há quatro homens chamados Tiago no Novo


Testamento:
• 1. Tiago, o filho de Alfeu (Mar. 3:18), era o filho de
outra Maria (Mar. 15:40). Uma vez que Mateus (Levi) é
também chamado o filho de Alfeu (Mar. 2:14).
• Em Marcos 15:40, este Tiago é também chamado "o
menor".
• Depois da lista dos apóstolos contida em Atos 1:13, este
Tiago não é mencionado outra vez por nome no Novo
Testamento.
• Assim, não há qualquer evidência na história da igreja
para ligar seu nome com a carta.
Mas quem seria este Tiago?

• Há quatro homens chamados Tiago no Novo


Testamento:
• 2. Tiago, o pai do apóstolo Judas, é mencionado
em Lucas 6:16 e Atos 1:13.
• Nas listas de Mateus 10:3 e Marcos 3:17, este
Judas é chamado Tadeu.
• Este Tiago é desconhecido, a não ser como o pai
de Judas (não o Iscariotes).
• Assim, ele nunca foi seriamente considerado
como o autor.
Mas quem seria este Tiago?

• Há quatro homens chamados Tiago no Novo Testamento:


• 3. Tiago, o filho de Zebedeu e irmão de João, que foi um dos
primeiros seguidores de Jesus (Mar. 1:19) e um dos doze (Mar.
3:17).
• Segundo Atos 12:1,2, ele foi o primeiro dos doze a ser morto. Ele
foi decapitado por Herodes Agripa 1, por volta de 44 d.C.
• Quem defendeu o seu nome como autor foi a igreja Católica na
Espanha, que o tem como santo patrono.
• Contudo, Tiago, filho de Zebedeu, foi martirizado por Herodes
Agripa 1 em 44 d.C. o que forneceria uma data muito prematura
para a carta.
• Além disso, o autor não se identifica como um apóstolo, como o
fazem Paulo e Pedro, em suas cartas. A ausência deste termo em
1:1 apoia a conclusão de que nenhum dos dois apóstolos chamados
Tiago escreveu esta carta.
Mas quem seria este Tiago?

• Há quatro homens chamados Tiago no Novo


Testamento:
• 4. Finalmente, há Tiago, o irmão de nosso Senhor Jesus
Cristo (este termo é usado por Paulo em Gál. 1:19).
• Ele está relacionado entre os irmãos de Jesus em Marcos
6:3 e Mateus 13:55.
• Aparentemente, ele teve alguma influência na igreja
primitiva, e, após a morte de Tiago, o filho de Zebedeu,
em 44 d.C., ele se tornou o porta-voz para a igreja em
Jerusalém, uma posição que manteve até sua morte, em
62 d.C.
Destinatários
• Tiago escreveu sua carta "às doze tribos que são da Dispersão"
(1:1).
• Isto significava “os judeus que estavam espalhados pelo mundo
gentio”.
• A expressão, "as doze tribos", era usada pelos judeus como um
sinônimo para expressar a unidade do povo escolhido de Deus
(Mat. 19:28; At. 26:7).
• A carta nos permite concluir também que os leitores eram judeus
convertidos, pois eram salvos (1.18); deviam zelar pelo nome de
cristãos; e deviam esperar com paciência pelo retorno do Senhor
(1.12).
• Assim, os destinatários seriam os judeus cristãos que viviam fora da
Palestina
Data e local em que foi escrita
• Antes de 62 d.C
• Por ser o ano da morte de Tiago, conforme Josefo registrou.
• Antes da Conferencia de Jerusalém, em 49 d C
• Na época em que foi escrita, não parecia ter surgido o problema
judaico-cristão.
• Na época da escrita da carta, o judeu cristão ainda podia adorar
lado a lado com o judeu não-cristão.
• Período bem primitivo do Cristianismo
• A simplicidade da organização eclesiástica (somente anciãos são
mencionados em 5:14), o ajuntamento na sinagoga (2:2) e os
"muitos mestres" (3:1) refletem um período primitivo no
cristianismo.
• A epístola é abundante de ensinos de Jesus. Contudo, as
referências não parecem ser de fontes escritas, mas do período no
qual a tradição estava-se tornando fixa.
• A intensa expectação pela volta do Senhor (5:7-9) também aponta
para uma data primitiva.
Conclusões quanto a autor,
destinatários e data de escrita
• O templo parece ainda estar de pé, e nenhum
dos problemas que apareceram depois no
cristianismo, como o gnosticismo e o problema
escatológico da volta de Jesus, estão presentes.
• Portanto, a carta é, provavelmente, o livro
escrito mais antigo de nosso Novo Testamento.
• Por estes argumentos acima podemos concluir
que o Tiago de Atos 12:17; 15:13-29 e Gálatas
1:19; 2:9 escreveu esta carta de Jerusalém, por
volta de 48 d.C.
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1:2-2:26)

• O assunto básico da primeira divisão é a verdade


contrastada com a hipocrisia ou imitação.
• Tiago afirma que a realidade na vida cristã é e tem que
ser distinta da falsidade ou imitação.
• Este contraste entre a realidade e a falsidade é visto em
quatro aspectos diferentes da vida cristã:
• 1) no caráter (1:2-18);
• 2) na vida cristã e nas reuniões públicas (1:19-27);
• 3) no amor (2:1-13);
• 4) na fé (2:14-26).
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1:2-2:26)

• Realidade em Caráter (Contra Imitação) (1:2-18)


• 1. Somos aprovados ao sermos provados (1:2-8)
• 2. A pobreza não é má; a riqueza não é vantajosa (1:9-11)
• 3. Reconhecer a provação como um teste à fé (1:12)
• 4. Culpar a Deus não é desculpa para os pecados (1:13-18)
• Conclusão:
• O homem é responsável pelos seus pecados – Deus deu ao homem
livre-arbítrio (1.14-15)
• Três razões pelas quais não podemos culpar a Deus pelos nossos
pecados:
• Deus não pode ser tentado e ele não tenta a ninguém (1.13)
• Deus é o pai - e, portanto, não tentaria (1.13)
• Deus é o benfeitor - todo o bem procede dele (1.16-18)
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1:2-2:26)

• Realidade em vida cristã


(contra a falsa vida cristã - imitação) (1:19-27)
• 1. Não em fala, mas em ouvido atencioso (1:19-21)
• 2. Não somente ouvido, mas obediência e fato
(1:22-25)
• 3. Não em falso culto (imitado), mas com boas
obras e pureza (1:26,27)
• Será que um sermão que somente oferece
conhecimento, mas sem conduzir os ouvintes a uma
continuidade prática, não seria contrário ao versículo 23?
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1:2-2:26)

• - Realidade em Amor
(Contra Imitação do verdadeiro) (2:1-13)
• 1. Falso Amor cristão (imitado) mostrado por
preconceitos e parcialidades (2:1-7)
• 2. Preconceitos e parcialidades são diferentes
do verdadeiro amor (2:8-13)
• Procure listar algumas formas modernas de falso
amor cristão (preconceitos)
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1:2-2:26)

• Qual é a vantagem da perfeição teológica?


• A fé que não transforma, que não duplica a vida de Cristo na vida
do homem é uma fé salvadora? Ou seja, Deus nos salva por causa
da “perfeição” de nossa teologia? Será que era desta fé que Paulo
falava?
• A verdade é que a fé cristã transforma a vida inteira: se assim não
for, podemos inclusive duvidar da conversão.
• Não seria por esta razão que pedimos uma “profissão de fé” aos
novos convertidos? O que perguntamos a eles não teria o objetivo
de, pela qualidade de sua experiência cristã, avaliarmos se houve
uma verdadeira regeneração?
• Não basta simplesmente aceitar certo credo religioso para imaginar
que esta “aceitação’ obriga Deus a aceitar a pessoa, simplesmente
por que sua “opinião” esteja teologicamente correta!
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1:2-2:26)
• Martinho Lutero denominou esta epístola uma "epístola bem desviada",
porque achava que ela contradiz a doutrina paulina da justificação pela
fé. Lutero estava emergindo de uma situação na história em que a fé
no Senhor Jesus havia-se tornado completamente subjugada às obras.
• Isto era quase que a mesma situação que Paulo confrontara, e como
resultado ele escreveu Gálatas e Romanos.
• Mas Tiago escreveu antes da grande controvérsia entre Paulo e os
judaizantes, entre a fé e as obras.
• Tiago não batalhou com Paulo; ele escreveu para contra-atacar a
tendência humana para o antinomianismo.
• Tiago insistiu que a fé deve ser demonstrada pelo viver correto.
• De fato, o viver incorreto é prova de nenhuma fé no Senhor Jesus
Cristo ou mesmo, de uma fé morta.
• Paulo teve que lutar contra o legalismo judaico: as bases para a
salvação; Tiago lutava contra o viver imoral e não-ético.
• Tiago nada diz acerca das "obras da lei"; ele afirma, sim, que o fruto da
fé deve ser comportamento tanto ético como moral. A fé deve produzir
o viver justo, o fruto do Espírito que Paulo relaciona em Gl 5:16-26.
• Paulo e Tiago não estavam combatendo um ao outro.
MESTRES (3:1-18)
• Tiago afirma que um mestre leva sobre si uma grande
responsabilidade e um perigo correspondente:
• I - Responsabilidade Maior e Perigo Maior(3:1-12)
• 1. Advertência Contra o Desejo Ardente de Ser Mestre
(3:1)
• 2. A Grande Necessidade de Controlar a Língua (3:2-12)
• Conclusão:
• O uso da facilidade de falar deve ser guardado em todo
o tempo; a língua é difícil de ser controlada.
MESTRES (3:1-18)
• Sabedoria Verdadeira Contra Sabedoria Imitada
(3:13-18)
• O único modo de controlar a língua e ser um bom
mestre é ser capaz de distinguir entre a sabedoria deste
mundo (3:13-16) e a verdadeira sabedoria, proveniente
de Deus (3:17,18).
• 1. A Vida Mostrará a Sabedoria (3:13)
• 2. A Sabedoria do Mundo e Seus Frutos (3:14-16)
• 3. A Sabedoria do Céu e Seus Frutos (3:17,18)
• Conclusão:
• O sinal de autoridade de um Mestre não é a capacidade
de discursar, mas uma vida sábia e plena de frutos.
O MUNDO CONTRA DEUS (4:1-5:20)

• A última seção, 4:1-5:20, fala do mundo, que está em oposição a


Deus, e como o cristão deve viver nesta comunidade antagônica.
• I - Prazeres (Como o Alvo da Vida) Contra Deus (4:1-10)
• 1. Guerras e contendas vêm de prazeres como o alvo da vida
(4:1,2)
• O prazer, como um fim em si mesmo, ocasiona dissenções, brigas
civis e guerra
• 2. Os prazeres roubam duma pessoa a fonte de satisfação real
(4:2,3)
• 3. A Felicidade pessoal (prazer) Como Alvo da Vida é Adultério (4:4)
• Conclusão:
• Tiago declara que uma pessoa que faz da felicidade pessoal o alvo
da vida está em oposição a Deus.
O MUNDO CONTRA DEUS (4:1-5:20)

• A Necessidade de Escolher Entre Deus e o Mal


(4:5-10)
• 1. Deus requer lealdade sem vacilar (4:5)
• 2. Deus dá graça mais do que o suficiente
(4:6)
• 3. Esta graça é para aqueles que se submetem a
Deus(4:7-10)
• Como podemos resistir ao Diabo?
• Sujeitando-se a Deus.
O MUNDO CONTRA DEUS (4:1-5:20)

• Humildade contra a Presunção (4:11-5:6)


• 1. Presunção é usurpar o lugar de Deus como
Juiz (4:11,12)
• 2. Presunção é querer controlar o seu próprio
destino (4:13-16)
• 3. Advertência contra a omissão(4:17)
• 4. Presunção é querer confiar nas riquezas
(5:1-6)
• Ter alvos pessoais é uma forma de presunção?
O MUNDO CONTRA DEUS (4:1-5:20)

• A Conduta Cristã Neste Mundo Transitório (5:7-20)


• 1. Devemos ter paciência até a volta do senhor (5:7,8)
• 2. Não devemos culpar uns aos outros por causa da
aflição (5:9)
• 3. Ilustração de paciência (os profetas e Jó) (5:10,11)
• 4. Sobretudo não fazer juramentos, pois nada
controlamos (5:12)
• 5. Orar, cantar, compartilhar nos tempos de
transtorno, doença, tentação e erro (5:13-20)
• Se você é um “homem” semelhante a Elias, você pode
controlar a chuva?
Conclusão
• A carta foi escrita para corrigir certas tendências conhecidas na
conduta, para confrontar os cristãos com as responsabilidades da
vida cristã.
• Deve-se observar que nos seus 108 versículos há 54 imperativos.
Foi escrita como literatura de sabedoria derivada de experiência
pessoal.
• Esta carta é um quadro da vida cristã primitiva em meio às mais
difíceis condições sociais e num ambiente que não era simpático,
se não completamente hostil.
• As pessoas a quem Tiago estava escrevendo não eram desprovidas
das doutrinas básicas do cristianismo, senão Tiago teria corrigido
isso, e nós teríamos outro livro sobre doutrina.
• O que ele escreveu foi sobre uma falha no viver diário prático.
Conclusão
• Este livro seria sem valor se ficasse sozinho.
• Ele não assenta os alicerces da fé cristã (como Paulo e os escritores
do evangelho o fazem); mas mostra a necessidade de edificar-se
uma vida cristã honesta sobre o alicerce já construído.
• As faltas contra as quais Tiago escreveu (fé sem obras, palavras
sem atos, censuras, ambição, amor desordenado pelo ensino, dar
lugar à riqueza e à posição, tratamento depreciativo dos pobres,
cobiça sob a capa de religião) eram e são tipicamente farisaicas.
• Tiago estava exortando seus leitores a transcenderem o judaísmo
formalístico na prática, como já o haviam transcendido em sua fé no
Senhor Jesus Cristo.
• Eles haviam aceito Jesus como o Cristo (Messias); agora, que eles
se portem como verdadeiros discípulos do Senhor, não como os
discípulos dos fariseus.
• Segundo Tenney, a carta é “um protesto contra a hipocrisia de se
fingir ter fé, sem a demonstrar pelas obras” (2.18).
Conclusão
• A Fé verdadeira manifesta-se em vida
verdadeira

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