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DANIEL WERNECK

JUDAS
Comentários com interpretações versículo por versículo a última
carta antes do Apocalipse.

2023

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1. INTRODUÇÃO

O livro de Judas é uma das cartas mais pouco estudadas e subestimadas da Bíblia.
Talvez seja porque muitos consideram Judas um apóstolo menor, sem muita importância e,
portanto, suas palavras têm pouco significado. No entanto, essa visão é falha e ignora os ricos
ensinamentos deste livro.
Primeiramente, é importante observar que o livro de Judas trata de questões
fundamentais da fé cristã, como a SALVAÇÃO, a SANTIFICAÇÃO, a APOSTASIA e o
JUÍZO FINAL. Essas questões são muito importantes para todo cristão e, portanto, não
devem ser negligenciadas ou subestimadas.
Além disso, o livro de Judas também fornece informações importantes sobre a
situação da igreja primitiva naquele período e os desafios que ela enfrentou. Judas advertiu os
crentes sobre a existência de falsos mestres e ensinamentos heréticos e a necessidade de
permanecer firme na fé. Esses temas se aplicam não apenas à igreja primitiva, mas também à
igreja hoje, que ainda enfrenta os mesmos desafios.
Outra razão qual é importante estudar o livro de Judas versículo por versículo é
que ele nos ajuda a entender melhor a natureza do amor de Deus. Judas nos fala sobre a
MISERICÓRDIA e a GRAÇA DE DEUS, bem como sobre o seu julgamento justo. Essa
compreensão nos ajuda a aprofundar nossa relação com Deus e crescer em nossa fé.
Além disso, estudar o livro de Judas versículo por versículo nos permite
compreender melhor a autoridade da Bíblia e a importância da sã doutrina. Judas nos alerta
sobre a importância de se agarrar à fé que foi entregue uma vez por todos os santos e sobre a
necessidade de nos mantermos fiéis às Escrituras.
Por fim, estudar o livro de Judas versículo por versículo ajuda-nos a crescer em
nosso relacionamento com Jesus Cristo. Judas nos fala sobre a nossa posição em Cristo e
nossa chamada para imitá-lo. Quando entendermos melhor quem somos em Cristo, somos
capazes de viver de acordo com a Sua vontade e experimentar a plenitude da vida cristã.
Tenham todos uma boa leitura!

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2. AGRADECIMENTOS
É com muita gratidão que escrevo1 este texto para agradecer a Deus por mais uma
publicação de um livro que Ele me permitiu escrever. A minha fé em Deus e o amor pela
escrita sempre foram o que me motivaram a continuar escrevendo e compartilhando com
outros a mensagem de amor e esperança que encontro na Palavra de Deus.

Gostaria de agradecer a todos os meus amigos, pais e admiradores pelo apoio


incondicional que receberam ao longo deste projeto. A presença de vocês em minha vida tem
sido uma fonte constante de inspiração, encorajamento e suporte. Agradeço também pelas
críticas construtivas que me ajudaram a melhorar a qualidade deste trabalho.

Quero fazer um agradecimento especial à minha igreja, que tem sido minha
família espiritual e fonte de grande incentivo e estímulo. Sou grata aos pastores e líderes que
me acompanharam nessa jornada, orando, aconselhando e me encorajando a continuar.
Obrigado também aos irmãos em Cristo que se tornaram verdadeiros amigos e parceiros de
ministério.

Por fim, agradeço a Deus por me dar a oportunidade de compartilhar a mensagem


de esperança e amor que está presente em sua Palavra por meio deste livro. Que Deus abençoe
a todos os leitores deste livro e que eles possam encontrar nele um caminho para uma vida
mais plena e abundante em Deus.

Que este livro seja um instrumento nas mãos de Deus para levar muitas pessoas ao
conhecimento da verdade e da salvação em Jesus Cristo. Mais uma vez, muito obrigado a
todos que me apoiaram neste projeto e que Deus os abençoe abundantemente!

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Daniel Frederico Werneck Miranda, é brasileiro, Administrador, Teólogo, Advogado e Escritor e membro da
Assembleia de Deus no Estado de Alagoas.

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COMENTÁRIO DO LIVRO DE JUDAS

VERSÍCULO POR VERSÍCULO

Judas 1:1 - JUDAS, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados,
queridos em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo:

1. A. Judas2 era um meio irmão de Jesus por parte de Maria (já que Jesus foi
gerado por Deus no útero de Maria sendo ainda virgem) e irmão de Tiago pois ambos eram
filhos de José e Maria (Mateus 13:55 e Mc 6:3). Na lista de Mateus 13:55, Judas é o ultimo
citado dentre os 4 irmãos de Jesus e Tiago é o primeiro, que também é meio irmão de Jesus.
Esta lista é novamente citada, e ele é apresentado no terceiro nome citado no livro de Marcos:

“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José,


e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E
escandalizavam-se nele” (Mc 6:3).

Outros Judas são citados no novo testamento, como Judas Iscariotes (Mateus
10:4) que foi um dos doze discípulos, que traiu Jesus (Mateus 26:25) e se enforcou, Judas, o
Galileu (Atos 5:37) que promoveu um levante contra os romanos, Judas de Damasco (Atos
9:11) e um Judeu conhecido como Judas Barsabas (Atos 15:22). Judas estava no rol dos
irmãos que não creram em Jesus até a sua ressureição (João 7:5).

1-b. Servo. A palavra no original grego significa doulos, que se aplica a palavra
Escravo também, palavra esta que é frequentemente utilizada na bíblia em sentido qualificado
de sujeição ou subserviência. Ela é especialmente aplicada aos apóstolos (veja Romanos 1:1
onde Paulo também se apresenta como servo. Em Gálatas 1:10 ele também se apresenta como
servo. O apóstolo Pedro também em 2ª Pedro 1:1. Escravo e servo são palavras sinônimas nas
traduções e também aplicadas em forma de metáfora para se aplicar a um serviço voluntário
com obediência e devoção.

1-c. Jesus. O filho de Deus (Marcos 1:1), nos trouxe graça e verdade (João 1:17, 1
Coríntios 16:23), enviado por Deus (João 17:3), se batizavam em seu nome (Atos 8:12),

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Seu nome em hebraico é Y´hudah que significa: abençoado ou louvado.

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aquele que dá saúde (Atos 9:34), aquele que dá dons (Atos 11:17), Julgará os homens
(Romanos 2:16), nosso fundamento (1 Coríntios 3:11), aquele nos reconciliou com Deus (2
Coríntios 5:18), A benção apostólica é dada em seu nome (2 Coríntios 13:13), veio por agua e
sangue (1 João 5:6) e a Fiel testemunha (Apocalipse 1:5). A forma original hebraica do seu
nome é Yeshua.

1-d. Cristo. Do grego Christos, o messias, o ungido. Palavra que aparece muito nos
evangelhos para o revelar como o messias esperado e profetizado no velho testamento. O
artigo “O” muitas vezes precede a palavra cristo (Mateus 16:20, Mateus 1:16, Mateus 16:16,
Lucas 2:26) porque define o indivíduo como o messias, o enviado prometido. No velho
testamento, a palavra ungido era aplicada a aqueles que eram ungidos com o óleo santo
principalmente o sumo sacerdote, reis e profetas.

1-e. Irmão de Tiago. Como abordado no tópico 1-a, Juras e Tiago eram irmãos por
parte de José e Maria (Mateus 13:55 e Marcos 6:3, Gálatas 1:19). Provavelmente Judas se
referia a Tiago devido ao fato do mesmo ser líder da igreja de Jerusalém e Judas ao se referir
como servo de Jesus não usou o parentesco com Jesus para não reivindicar qualquer cargo ou
privilégio, ou atenção especial a sua mensagem. Paulo cita Tiago como irmão de Jesus
(Gá1atas:19). Não confundir com Tiago filho de Zebedeu (Mateus 4:21).

O novo testamento cita pelo menos “três Tiagos” ligados ao Senhor. O Tiago irmão
do Senhor e de Judas (que escreveu uma epístola que leva o seu nome) e a quem Jesus
apareceu depois de ressurreto (1 Coríntios 15:7), Tiago filho de Zebedeu que foi Apóstolo
(Mateus 10:2), e Tiago filho de Alfeu irmão de João que também foi apóstolo (Mateus 10:3).

1-f. Aos chamados. Do grego kletos, que significada nomeados, convidados. E


comumente aplicada aos convidados a um banquete, logo, se aplicando a igreja, a mesma é
convidada a entrar no reino dos céus e seus privilégios (Mateus 20:16, Mateus 22:14,
Apocalipse 17:14). É um convite para sermos de Jesus Cristo também (Romanos 1:6,7,1
Coríntios 1:2).

1-g. Queridos em Deus pai. É uma forma carinhosa de se expressar (Filipenses 4:1, I
Tessalonicenses 2:8). Esta relacionada também a um indivíduo amado (Por Deus), a quem se
quer muito. Deus. Derivado da forma grega theos, a primeira pessoa da trindade, a suprema
divindade. O Deus criador de todas as coisas, o Deus dos deuses.

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1-h. conservados por Jesus Cristo. A palavra conservado nos dá a ideia de algo que
é preservado, que resiste ao passar dos anos, ao tempo. Isto denota que o Senhor Jesus guarda
os seus servos fieis. O apóstolo Paulo intercedeu pelos tessalonicenses a Deus pedindo que o
espírito, alma e corpo sejam conservados para a vinda de Jesus (1 Tessalonicenses 5:23). Algo
que se conserva é algo que se mantém do mesmo jeito, sem sofrer deterioração ou
decomposição. A palavra no original grego (Tereo) apoia este pensamento. Em sentido
figurado se aplica a manter alguém a salvo, preservado (como em Apocalipse3:10 e João
17:11, 12)

Essa foi a vontade dos apóstolos a qual nos recomendou a Deus nos encontrarmos
neste estado para a sua vinda: a salvos e seguros até o dia de Jesus vir buscar a igreja. Na
bíblia Judaica (2011, p. 1516) essa passagem esta escrita como: ... e guardados por Yeshua, o
messias.... Essa passagem muda um pouco o sentido, mas no fim guardados e conservados
soam como sinônimos. Se Jesus é quem esta nos guardando (ou nos conservando) significa
dizer que estamos aos cuidados dele, sendo vigiados com proteção, amparo, favor e
benevolência (Gloria a Deus por isso!). O apóstolo Pedro nos mostra que estamos guardados
na virtude (disposição firme e constante para a prática do bem) de Deus. Veja:

“Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a


salvação, já prestes para se revelar no último tempo...” (1 Pedro
1:5)
Essa proteção outorgada pelo senhor em nos preservar visa a salvação de nossa alma e
a nossa entrada no reino dos céus.

Judas 1:2- Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados.

2-a. Misericórdia e paz. Uma saudação comum judaica (mais que incluiu agora o
amor também) utilizada também pelo apóstolo Paulo (1 Timóteo 1:2) e João (2 João 1:3). A
palavra misericórdia (Eleos, em sua forma grega) significa compaixão (humana ou divina
especialmente de modo ativo) referindo– se a misericórdia de Deus por meio de Cristo. Ela é
multiplicada no sentido de haver abundância desta benção de Deus na vida do cristão.

A compaixão muitas vezes surge da necessidade de se condoer pela miséria alheia


(não só no sentido material) mas pela situação em que a pessoa se encontre, seja espiritual, ou
com problemas familiares, contendas no trabalho, rixas, etc.). Ela aparece pela primeira vez

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na bíblia em seu sentido prático na conversa do patriarca Ló, sobrinho de Abraão com o anjo
do Senhor enviado para destruir Sodoma e Gomorra onde Deus usou de misericórdia com ele
e sua família não permitindo que incorresse nos juízos derramados contra essas cidade:

“Eis que agora o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e
engrandeceste a tua misericórdia que a mim me fizeste, para guardar
a minha alma em vida; mas eu não posso escapar no monte, para que
porventura não me apanhe este mal, e eu morra.” (Gênesis 19:19)

Deus usa de misericórdia com aqueles que guardam os seus mandamentos (Êxodo
20:6, Deuteronômio 5:10), sua misericórdia é grande (Números 14:18, 19), sua misericórdia
alcança até mil gerações (Deuteronômio 7:9), suas misericórdias são muitíssimas (I Crônicas
21:13), podemos também pedir misericórdia a Deus em nossas orações (Salmos 6:2, 9:13,
31:9, 33:22, 40:11, 44:26, 51:1, 56:1, 57:1).

2-b. Paz. Palavra esta que pode ser aplicada em seu sentido literal ou figurado
dependendo do contexto. Como esta palavra consta na saudação inicial da epístola, se aplica o
desejo do autor em querer saúde, bem estar, prosperidade e todas as formas de bem. Paz é o
oposto de guerra. É ausência de conflitos, violências ou perturbações sociais.

Quando saudações os irmãos em via pública ou nas igrejas com a paz do Senhor,
desejamos para ele que haja tranquilidade de Deus na sua alma, sossego gozo. Jesus nos deu a
sua paz (João 14:26), a paz de Deus pode ser retirada de um povo (Jeremias 16:5) e isso
poderá acarretar sérios prejuízos espirituais. A paz de Deus será retirada da terra nos últimos
dias (Apocalipse 6:4) trazendo conflitos.

A paz normalmente acompanhava as saudações iniciais dos apóstolos e Jesus


depois de ressurreto (João 20:19, 21, 26, I Timóteo 1:2, II Timóteo 1:2, Tito 1:4, II Pedro, 1:2,
II João 1:3, Apocalipse 1:4)

2-c. Amor. Do grego ἀγάπη (ágape) que significa neste sentido afeição ou
benevolência. Esta palavra como esta em conjunto com misericórdia e paz na saudação
inicial, o amor ágape é um amor caridoso, de uns para com os outros. Em algumas versões
bíblicas os tradutores usam a expressão caridade para se referir a este tipo de amor. Neste
versículo, aplica-se aos cristãos (visto que a carta é endereçada a eles) como pessoas unidas a
Deus e entre si pelos laços de amor mútuo. Esse amor é o mesmo de 1 coríntios 13:1 e 14:1).

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Motivos que o levaram a escrever a carta

Judas 1:3 Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência


acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos
a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.

3- a. Amados (agapetos), expressão Carinhosa onde se refere aos cristãos como


pessoas unidas a Deus e entre si pelos laços do amor. O mesmo sentido é encontrado em 1
João 3:21, 1 Pedro 2:11, 2 Pedro 3:1, Romanos 12:19, Hebreus 6:9, etc. Percebemos que é
uma forma de tratamento muito utilizada pelos apóstolos no trato com os membros da igreja
sempre acompanhando algum ensino específico.

Em relação a um ou mais irmãos específicos como tratamento carinhoso (Colossenses


1:7, Atos 15:25), chamando a atenção para da igreja para uma doutrina específica (I João
4:11, Judas 1:17 e 20), aos santos da igreja (Romanos 1:7), a filhos na fé (1 Coríntios 4:14),
aos filhos de Deus (Efésios 5:1).

3-b. A partir deste versículo, Judas chama a atenção dos ouvintes (a igreja a qual sua
carta estava sendo dirigida) expressando carinho inicialmente pelos irmãos e expondo os
motivos de tê-la escrito. Inicialmente ele tinha um assunto em mente (Comum salvação) e
dirigido pelo Espírito Santo, resolveu falar sobre batalhar pela fé.

3-c. Comum salvação. A palavra comum (koinos, no original grego) esta em seu
sentido literal e significa “compartilhado por todos ou muitos”, particularmente algo que
pertence de igual maneira a todos (como em Atos 2:44 e 4:32), mas neste caso quer dizer a
salvação comum, isto é, de todos. Como citado por Finis Jenning (DAKE, 2011): “[...] assim
chamada (comum) porque ela pertence tanto a Judeus como a gentios, e é oferecida ao mundo
todo (João 3:16)”.

3-d. A palavra salvação em seu sentido original (sõteria) aplicada ao texto nos da á
ideia (2011, p. 2418) de “segurança, libertação, preservação do perigo ou destruição”. É a
libertação do pecado e suas consequências espirituais e a admissão à vida eterna, com bem
aventuranças no reino de cristo”. O mesmo sentido que em Lucas 1:77, João 4:22, Atos 4:12,
13:26, Lucas 19:9, Hebreus 1:14, Efésios 1:13).

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3-e. Continuando, Judas tinha em mente escrever sobre a nossa salvação em
Cristo, mas sentiu se impelido de escrever aos irmãos sobre “batalhar pela fé” que em outras
palavras, significa lutar, pelejar, defender a fé que recebemos de Deus. Isso denota uma
situação em que a igreja vinha passando em relação aos falsos mestres e falsos ensinos que
naquele tempo já começavam a impregnar a igreja.

Os irmãos deveriam lutar pelo que acredita, de modo positivo, não permitindo
ensinamentos distorcidos e ataques a fé cristã em nosso meio. A igreja de Éfeso, recebeu um
elogio da parte de Jesus por colocar a prova os que se diziam ser apóstolos e não eram, e
foram achados mentirosos. (Apocalipse 2:2).

O apóstolo Paulo certa vez pediu oração aos irmãos da igreja da Tessalônica para
que a palavra de Deus fosse propagada e que eles fossem livres dos homens maus e
lembrando que A FÉ NÃO É DE TODOS (2ª Tessalonicenses 3:1-2). E sem fé, é impossível
agradar a Deus (Hebreus 11:6).

Se vivermos por essa fé, precisamos lutar por ela com os meios necessários que
Jesus deixou para igreja. E o meio mais seguro é se revestir de toda armadura de Deus, dita
pelo apóstolo Paulo em Efésios 6:13-17 e sabermos manejar bem a palavra de Deus que é
chamada de “espada do Espírito”

Judas 1: 4 - Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos


para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a
graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus
Cristo.

4-a. Aqui está a razão porque Judas resolveu escrever sobre batalhar pela fé. A
palavra porque é uma conjunção explicativa que introduz a informação de que homens
ímpios, falsos cristãos, falsos mestres que estavam transtornando a palavra de Deus.

A igreja, desde a era apostólica sempre precisou conviver com isso e ao longo da
história, muitos dogmas e doutrinas, sem base bíblica foram criados em concílios fazendo
com que as pessoas esfriassem na fé se afastassem da simplicidade do evangelho.

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O apóstolo Paulo falou algo semelhante a isso em 2ª coríntios 11:3-4. Tanto no
livro dos salmos, provérbios e nos demais profetas, o Senhor alertou que os ímpios estavam
sendo preparados para a destruição final. O apóstolo Pedro em sua segunda carta em 2:1, algo
semelhante:

Assim como, no passado, surgiram falsos profetas entre o povo, da


mesma forma, haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão,
dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao cúmulo de negarem o
Soberano que os resgatou, atraindo sobre si mesmos repentina
destruição

Lembre-se que ainda haverá separação do joio e do trigo. Da ovelha e dos bodes.
Dos justos e dos ímpios preditas por Jesus.

4-b. O texto original em grego koine, da palavra "dissolução" usada nesse


versículo é "aselgeia", que pode ser traduzida como "licenciosidade" ou "desregramento
moral". Isso mostra a preocupação de Judas em relação a eles que, em nome da graça de
Deus, acabavam se tornando indulgentes com o pecado e vivendo de maneira imoral.

Essa questão continua sendo muito relevante para a igreja hoje em dia, já que
ainda há pessoas que tentam justificar seus pecados e comportar-se imorais em nome da
graça de Deus. No entanto, é importante lembrar que a graça não é uma licença para pecar,
mas sim um chamado para viver uma vida de SANTIDADE E RETIDÃO.

4-c. A negação de Deus também é mencionada nesse versículo, e sabemos que


negar a Deus significa negar a Sua autoridade sobre nossas vidas e nossa necessidade de
dependência dele. Isso é fundamental para a vida de todo cristão, pois é através de Jesus que
temos acesso a Deus, o único e Senhor da igreja.

Outro ponto importante é que a presença desses homens ímpios que Judas
menciona já havia sido prevista e escrita pelos apóstolos e profetas, o que mostra que a igreja
precisa estar sempre alerta para a entrada de falsos mestres e ensinamentos que vão contra a
Palavra de Deus. O apostolo Paulo disse isso certa vez:

Eu sei que, logo após minha partida, lobos ferozes se infiltrarão por
entre a vossa comunidade e não terão piedade do rebanho (Atos
20:29)

Por isso, é importante estudar a Bíblia e buscar o discernimento do Espírito Santo


para não sermos enganados por esses lobos em pele de cordeiro. Em suma, o ensinamento de

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Judas sobre dissolução da graça de Deus e a negação de Deus é um alerta importante para a
igreja. Precisamos ser vigilantes e firmes na nossa fé em Jesus Cristo como Senhor e
Salvador, buscando sempre viver uma vida de santidade e retidão, evitando cair nas
armadilhas dos falsos ensinamentos e dos comportamentos imorais.

Judas 1:5 - Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto,
que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu
depois os que não creram;

5-a. Aqui Judas faz a igreja lembrar do plano de resgate do povo


hebreu do Egito, das mãos de faraó, e que posteriormente se rebelaram contra Deus,
infamando a terra que iriam possuir da mão dos Cananeus (Números 14:36) e que fez com
que Deus jurasse que não entrariam no repouso dele (Salmos 95:11 e Hebreus 3:11) e ficariam
no deserto andando 40 anos (Números 14:34, Números 32:13) provando eles (Deuteronômio
8;2).

A incredulidade do povo que foi tirado do Egito fez com que morressem no
deserto e não entrassem na terra prometida. Essa lembrança é para nos despertar que não
devemos cometer os mesmos erros que eles.

5-b. Outras passagens bíblicas que falam sobre o julgamento de Deus contra os
que não creem incluem a fala de Jesus em João 3:36, que afirma que aqueles que não
acreditam no Filho de Deus já estão condenados, e Apocalipse 20:12-15, que fala sobre o
julgamento final em que aqueles que não têm seus nomes escritos no Livro da Vida serão
lançados no lago de fogo.

Essas passagens reforçam a importância da fé em Deus e da obediência aos Seus


mandamentos, bem como consequência para aqueles que optam por não seguir a verdade
divina.

Judas 1:6 - E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram
a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao
juízo daquele grande dia;

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6-a. Aqui Judas vai mais além, remontando a história para o tempo da queda de
Lúcifer e seus anjos. Sabemos que existem hierarquia celestiais bem definidas no reino de
Deus nas Escrituras Sagradas.

6-b. Há anjos, arcanjos, querubins, serafins, dominações (colossenses 1:16) etc. E


no reino maligno também há essa hierarquia que envolve anjos caídos, demônios, espíritos
maus, principados e potestades (Romanos 8:38, Efésios 3:10) príncipes das trevas e hostes
espirituais (Efésios 6:12) que atuam no mundo espiritual.

6-c. Essa trecho da história a que judas se refere foi no reino de Deus levando 1/3
aproximadamente dos anjos (equivalente a 33,33%) a se rebelar contra Deus. O próprio
abismo (já presente em Gênesis 1:2) foi criado com essa finalidade: ser morada do diabo e
seus anjos, até que os homens começaram a pecar na terra e se rebelar contra Deus e
acabaram indo para o inferno. Uma família inteira de rebeldes desceu ao abismo vivos
(Números 16:30) cujo a localização fica abaixo de nossos pés (Deuteronômio 33:13, parte
b3).

6-d. No livro de Jó nos dá até umas pistas de suas possíveis entradas onde ele
afirma que sua superfície é congelada (Jó 38:30) e compara os cabelos da velhice (brancos)
a cor do abismo (Jó 41:32) que fica nas profundezas (salmos 88:6) dentro do ínferno
(Isaías 14:15). Além de outras referências que demostram que o mar cobre a face do Abismo,
quem sabe (uma hipótese) baseado no que Jó falou que suas entradas podem estar em um dos
polos norte ou sul? Só na eternidade saberemos quando o inferno for jogado no lago de fogo e
enxofre (Apocalipse 20:14).

6-e. Não sabemos o motivo ao certo de haverem anjos presos e anjos soltos. Acredito
que seja por causa nível de periculosidade que eles causariam se estivessem soltos e a
gravidade com que eles atuaram na rebelião contra Deus. Sabemos que tem anjos que estão
presos e serão soltos na grande tribulação (apocalipse 9:14). E os anjos serão julgados por nós
(1 Coríntios 6:3) um dia.

6-f. Contudo, vale salientar que os demônios são limitados por Deus em sua capacidade e
poder de causar mal. A Bíblia relata que Deus os pune, enviando-os ao abismo (Lucas 8:31)

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De José disse: Bendita de Jeová seja a sua terra, Pelos mais excelentes frutos do céu, pelo orvalho, E pelo
abismo que jaz abaixo; Deuteronômio 33:13

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local que eles tem medo, e que, às vezes, eles são soltos para cumprir um propósito específico
de Deus (Apocalipse 9:1-11). Esses propósitos podem incluir testar a fé das pessoas ou trazer
juízo sobre os ímpios.

Judas 1:7 - Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas,


que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra
carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.

7-a. O versículo de Judas 1:7 faz referência ao julgamento divino sobre as cidades
de Sodoma e Gomorra, que foram destruídas pelo fogo por causa de sua depravação moral e
pecados. A comparação feita por Judas sugere que aqueles que seguem o mesmo caminho
da imoralidade e se entregam à fornicação e outros pecados semelhantes sofrerão a
mesma punição.

7-b. O fogo eterno é uma referência ao inferno, onde aqueles que não se
arrependerem de seus pecados serão condenados a passar a eternidade. A analogia com outras
passagens da Bíblia pode ser feita com a história de Ló e sua família, que foram poupados da
destruição de Sodoma e Gomorra porque eram justos e seguiam a vontade de Deus.

7-c. O episódio de Sodoma e Gomorra é mencionado em outros livros da Bíblia,


como em Gênesis 19:24-25, onde é narrada a destruição das cidades.

7-d. Outra passagem que se relaciona com Judas 1:7 é 1 Coríntios 6:9-10, que
também lista a fornicação e outros pecados sexuais como comportamento que levará à
destruição eterna. Esses versículos lembram que aqueles que se entregam a tais
comportamentos não herdarão o reino de Deus.

Portanto, essas passagens da Bíblia reforçam a importância de seguir


os mandamentos de Deus e evitar a imoralidade, para que possamos ser poupados do
julgamento divino e receber a vida eterna.

Judas 1:8. E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos,


contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as
dignidades.

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8-a. Esse versículo pode ser interpretada como um alerta sobre aqueles que se
deixam levar por práticas pecaminosas e se recusam a seguir as regras protegidas por
autoridades legais. O trecho menciona pessoas que "adormecem", ou seja, que ficam
indiferentes aos ensinamentos morais e éticos, e acabam se contaminando com
comportamentos imorais.

8-b. Além disso, a passagem também faz referência à "dominação" e às


"dignidades", o que pode ser entendido como um chamado à obediência às autoridades
protegidas, tanto no âmbito religioso quanto no secular. Isso é reforçado em outras passagens
da Bíblia, como Romanos 13:1-2, que diz: "Toda alma esteja sujeita às autoridades
superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que
existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação
de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a examinados".

Por isso que este versículo nos alerta para a importância de manter uma vida
moral e ética, seguindo as autoridades protegidas por Deus e pelos homens, e evitando
práticas pecaminosas que podem nos contaminar espiritualmente.

Judas 1:10 - Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, embora
naturalmente conheçam, como animais irracionais se corrompem.

10-a. Aqui Judas se refere às pessoas que falam mal de coisas que não
entendem. Essas pessoas são comparadas a animais irracionais que se corrompem por instinto.
Em vez de buscar entendimento e sabedoria, essas pessoas escolhem seguir suas próprias
vontades e interesses egoístas.

Na Bíblia, há várias passagens que enfatizam a importância de buscar


a sabedoria e não se deixar levar pelas emoções e instintos carnais. Em Provérbios 3:5-6, está
escrito: "Confia no Senhor de todo o teu e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos coração, e ele endireitará as tuas veredas".

Isso significa que devemos confiar em Deus e buscar sua orientação


em todas as áreas de nossa vida enquanto estivermos militando em prol de seu reino aqui na
terra.

15
Judas 1:11 - Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram
levados pelo engano do prêmio de Balaão4, e pereceram na derrota de
Coré5.

11-a. Este versículo alerta sobre as consequências daqueles que seguem o


caminho da desobediência e rebeldia. Ele cita exemplos de Caim, que matou seu irmão Abel
por inveja, Balaão, que tentou amaldiçoar o povo de Deus por dinheiro, e Coré, que se rebelou
contra a liderança estabelecida por Deus. Todos eles sofreram graves consequências por suas
escolhas.

Essas histórias bíblicas servem como exemplos do perigo de ceder às tentativas do


pecado e seguir caminhos que vão contra os ensinamentos de Deus. O engano do prêmio de
Balaão nos lembra que o amor ao dinheiro e o desejo por recompensas materiais podem
facilmente nos levar ao erro. A derrota de Coré mostra a importância de obedecer e respeitar a
autoridade de Deus e seus líderes escolhidos.

Além disso, a passagem de Judas 1:11 também nos alerta também para a
existência de pessoas que seguem esse mesmo caminho de Caim, Balaão e Coré. São pessoas
que buscam seus próprios, que estão dispostos a trair e enganar outros para obter vantagens
pessoais. Devemos ficar atentos e evitar a companhia dessas pessoas, bem como não nos
deixar levar por suas ações e ensinamentos.

O texto alerta-nos a lembrar de que precisamos seguir o caminho de Deus, buscar


a santidade e resistir às tentações do pecado, para que não acabemos como Caim, Balaão e
Coré. Devemos estar vigilantes contra aqueles que seguem esses caminhos, para que não
sejamos levados pelo engano e perecemos.

Na Bíblia, há muitos exemplos de pessoas que vivenciaram as


consequências de suas escolhas. Em Gálatas 6:7, está escrito: "Não vos enganeis: Deus não se
deixa escarnecer. Todo que o homem plantar isso também colherá.

4
Balaão é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia, citado principalmente no livro de Números. Ele era
um profeta pagão da cidade de Petor, na região de Arã, e foi contratado pelo rei de Moabe para amaldiçoar os
filhos de Israel.
5
Coré é hebreu que aparece no velho testamento no livro de Números, da tribo de Levi, responsável pelos
cuidados do Tabernáculo, e que se rebelou contra a liderança de Moisés e Arão.

16
Judas 1:12 Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se
convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água,
levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas,
infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;

12-a. Essa descrição de pessoas que se infiltram nas comunidades de fé e vivem


uma vida de luxúria e egoísmo sem se importar com os outros, aparece em outras passagens
bíblicas. Por exemplo, em 2 Pedro 2:13-14, Pedro escreve:

"recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer


nos deleites cotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em
seus enganos, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios
de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes,
tendo o coração exercitado na avareza; filhos de maldição."

12-b. Além disso, a imagem das nuvens sem água e árvores murchas e infrutíferas
também é usada em outros contextos. Em Provérbios 25:14, por exemplo, lemos: "Como
nuvens e ventos sem chuva, assim é o homem que se gaba de dádivas que não fez." E em
Mateus 7:17-18, Jesus fala:

"Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má


produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar frutos maus; nem
uma árvore má pode dar frutos bons. "

Essas referências mostram que a descrição de Judas é consistente com outras


passagens bíblicas e enfatizam a importância de viver uma vida de retidão e produzir frutos
bons em nossas vida.

Judas 1:13. Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas


abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada
a negrura das trevas.

13-a. Neste versículo em Judas descreve os falsos mestres como "ondas


impetuosas do mar". Essa metáfora pode se referir à instabilidade e à imprevisibilidade desses
falsos líderes, que são como ondas testemunhas que vêm e vão. Além disso, as ondas

17
impetuosas são frequentemente associadas à destruição, o que sugere que esses falsos mestres
estão causando danos a outros e a si mesmos.

13-b. A segunda metáfora utilizada por Judas é a de "estrelas errantes". Esse


termo se refere a estrelas que não seguem uma trajetória definida, que vagam sem rumo e sem
direção, sem cumprir o seu propósito original. Essa imagem sugere que esses falsos mestres
se desviaram do caminho certo e da verdadeira fé, tornando-se "errantes" e desorientados.

13-c. A última parte do versículo afirma que a "negrura das trevas" está
eternamente reservada para esses falsos mestres. Essa frase é uma referência ao julgamento
final de Deus, que será aplicada aos que se desviaram da verdadeira fé. Essa negrura das
trevas é uma imagem forte e vívida da futura SEPARAÇÃO ETERNA DE DEUS. Aqueles
que se desviaram da verdadeira fé, como os falsos mestres ditos por Judas, estão destinados a
sofrer as consequências dessa decisão, por toda a eternidade.

Judas 1:14. E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão,


dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;

14-a. A passagem de Judas 1:14 faz referência a uma profecia de Enoque, o


sétimo patriarca mencionado na genealogia de Gênesis cap. 5. Embora não exista um registro
detalhado da profecia em questão nos livros canônicos da Bíblia, há uma obra apócrifa
chamada "Livro de Enoque " que contém uma suposta profecia semelhante.

A menção do Livro de Enoque neste versículo também indica que este livro era
conhecido e considerado válido pelos primeiros cristãos.

14-b. A profecia de Enoque, conforme descrita no Livro de Enoque, trata da vinda


do Senhor com milhares de seus santos. É importante notar que a palavra "santos" aqui não se
refere aos seres celestiais, mas sim aos santos fiéis da Terra. A profecia sugere que, quando o
Senhor vier, Ele julgará todos os homens justos e ímpios, e entregará o domínio da Terra aos
justos.

14-c. Além do que essa passagem de indica a confiança que os primeiros cristãos
tinham nas profecias do Antigo Testamento e outras escrituras antigas. Demonstra também a
importância que dá à vinda do Senhor e ao julgamento que Ele assumiu. O uso de uma

18
profecia de Enoque, que não é encontrada nos livros canônicos da Bíblia, mostra que os
primeiros cristãos levaram em conta outras fontes de conhecimento e revelação divina além
dos escritos sagrados tradicionais.

Judas 1:15 Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os
ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram,
e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.

15-a. Neste versículo, Judas cita uma profecia de Enoque sobre o julgamento
divino que será realizado contra todos os ímpios, que será condenado por todas as suas
obras de impiedade e duras palavras contra Deus. É uma descrição impressionante e
aterrorizante da justiça divina que será executada no Dia do Juízo.

A ideia de um julgamento final é encontrada em muitos lugares nas Escrituras,


como em Mateus 25:31-46, onde Jesus fala sobre a separação das ovelhas e dos cabritos.
Além disso, a Bíblia também fala sobre a responsabilidade de cada pessoa diante de Deus
em relação às suas ações e palavras, como em Romanos 14:12: "Assim, cada um de nós
prestará contas de si mesmo a Deus".

15-b. No entanto, a passagem também nos lembra da misericórdia e do perdão


de Deus. Embora o julgamento seja inevitável para aqueles que persistem em suas obras de
impiedade e rejeitam a graça de Deus, a salvação ainda está disponível para todos que se
arrependem e se voltam para Deus. Como 2 Pedro 3:9 diz:

"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por
tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que ninguém
se perca, senão que todos venham a arrepender-se".

Judas 1:16. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando


segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes,
admirando as pessoas por causa do interesse.

16-a. Neste versículo, Judas está descrevendo os falsos mestres e seus seguidores,
que são sentido como "murmuradores" e "queixosos da sua sorte". Isso indica que eles não
estão satisfeitos com a vida que levam e estão constantemente reclamando e criticando tudo

19
ao seu redor. Eles andam "segundo as suas concupiscências", ou seja, fazem o que querem,
sem se importar com a vontade de Deus.

16-b. Além disso, eles falam de forma arrogante e admiram as pessoas por causa
do interesse. Eles estão mais preocupados com o que podem ganhar com as pessoas do que
com o bem-estar deles. Toda essa atitude é contrária ao amor e à humildade que Jesus ensinou
e exemplificou.

Esses falsos mestres e seus seguidores estão sendo condenados por Judas, pois
estão se desviando do caminho da verdade e estão levando outros com eles. A mensagem para
os cristãos é que devemos estar vigilantes em relação a esses tipos de pessoas e não nos deixar
levar por suas palavras vazias e suas atitudes espirituais. Devemos seguir o exemplo de Jesus,
amando os outros e servindo-os com humildade e verdade.

16-c. A palavra "murmuradores" em grego koinê é "gongystes", que significa


"aquele que murmura, resmunga ou queixa". Já a palavra "concupiscências" é traduzida
do grego "epithumia", que pode ser interpretada como "desejo forte e egoísta". O termo
"arrogantes" vem do grego "huperephanos", que significa "orgulhoso, presunçoso, vaidoso".

"Não murmureis, irmãos, uns contra os outros, para que não sejam
julgados. Eis que o juiz está à porta." (Tiago 5:9)

"Não sejamos cobiçosos de vanglória, irritando-nos uns aos outros,


invejando-nos uns aos outros." (Gálatas 5:26)

E a expressão "admirando as pessoas por causa do interesse" em grego é


"prosopoleptes", que pode ser traduzida como "tomar partido pelas pessoas por motivos
egoístas".

16 -d. Ao contrário disso, Como cristãos, devemos buscar sempre nos


mantermos firmes na fé e vivermos em santidade, buscando agradar a Deus em tudo o que
fazemos. Isso inclui rejeitar as práticas mundanas e pecaminosas, resistir ao diabo e buscar a
Deus em oração e leitura da Palavra.

Como está escrito em Tiago 4:7, "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e
ele fugirá de vós." Devemos também buscar o amor e o serviço ao próximo, como está
escrito em Mateus 22:39, "Amarás o teu próximo como a ti mesmo".

20
Judas 1:17. Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram
preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo;

17- a. Este versículo exorta os crentes a lembrarem-se das palavras que foram
preditas e pregadas pelos apóstolos de Jesus Cristo. É uma chamada para manter a fé e a
verdade, conforme ensinado pelos apóstolos, e não ser enganado pelas doutrinas falsas e
enganosas que têm sido propagadas. A ênfase é colocada na importância da verdade e na
necessidade de permanecer fiel a ela.

17-b. Há várias passagens bíblicas que destacam a importância de lembrar-se das


palavras de Deus e dos ensinamentos dos apóstolos. Por exemplo, em 2 Timóteo 2:15, o
apóstolo Paulo diz a Timóteo para se esforçar para se apresentar a Deus como um obreiro que
não tem do que se envergonhar, manejando corretamente a palavra da verdade, mas no caso
em tela, se refere ao versículo seguinte, sobre o surgimento de escarnecedores.

Em 2 Pedro 3:2, Pedro exorta os crentes a lembrarem-se das palavras que foram
faladas pelos santos profetas e dos mandamentos do Senhor e Salvador, dados pelos
apóstolos. Essas passagens enfatizam a importância da verdade e da fidelidade aos
ensinamentos de Deus, transmitidas pelos apóstolos, contudo, o chamado é para ficar em
alerta, em estado de atenção contra o surgimento de zombadores, difamadores, atacando a
mensagem do evangelho pregada.

Judas 1:18 Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria
escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências.

18-a. Essa passagem alerta para a presença de escarnecedores nos últimos tempos,
que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. A palavra "escarnecedor" refere-se a
alguém que zomba, ridiculariza e menospreza as coisas sagradas. Essa atitude de respeito pela
verdade divina e pelos valores cristãos é uma marca registrada daqueles que andam segundo
as suas ímpias concupiscências. A Bíblia condena essa atitude e adverte os cristãos a estarem
atentos a esses falsos mestres.

18-b. A presença de escarnecedores é mencionada em outras partes da Bíblia. Em


2 Pedro 3:3, o apóstolo Pedro adverte que "nos últimos dias virão escarnecedores, andando

21
segundo as suas próprias concupiscências". Essa passagem alerta para o fato de que o
aumento do pecado e da imoralidade trouxe ao aprender de pessoas que zombarão da fé cristã
e dos ensinamentos bíblicos. Portanto, é importante que os cristãos estejam atentos a essas
falsas doutrinas e não caiam em sua armadilha.

18-c.Em Provérbios 21:24, encontramos uma referência aos escarnecedores: "O


soberbo e arrogante, escarnecedor é o seu nome; age com a arrogância da presunção". Aqui,
vemos que os escarnecedores são caracterizados pela sua arrogância e orgulho. Eles se
respeitam aos outros superiores e ridicularizam aqueles que seguem os caminhos do Senhor. É
importante que os cristãos sejam humildes e estejam dispostos a aprender com os
ensinamentos de Deus, em vez de seguir a arrogância dos escarnecedores.

Em resumo, a presença de escarnecedores nos últimos tempos é uma realidade


mencionada na Bíblia. Esses falsos mestres andam segundo as suas ímpias concupiscências,
zombando da fé cristã e dos valores divinos. No entanto, os cristãos devem estar alertas e se
apegar aos ensinamentos bíblicos, evitando cair nas armadilhas desses escarnecedores.

Judas 1:19. Estes são os que a si mesmos se separam, sensuais, que não
têm o Espírito.

19-a. Esta passagem descreve os falsos mestres que haviam se infiltrado nas
comunidades cristãs, que se caracterizavam por viverem de acordo com seus próprios desejos
e prazeres sensuais, sem levar em conta as leis morais e espirituais. Eles se separam de Deus e
dos verdadeiros cristãos, tornando-se uma ameaça à comunhão da igreja.

A expressão "não têm o Espírito" significa que não possuem o Espírito Santo, o
qual é o selo de Deus para aqueles que creem em Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor
(Efésios 1:13-14).

19-b. Aqueles que são "sensuais" são sentidos em outras passagens da Bíblia
como aqueles que vivem de acordo com suas próprias paixões e desejos, em vez de viverem
uma vida guiada pelo Espírito Santo.

Em Gálatas 5:19-21, a lista das obras da carne inclui coisas como imoralidade
sexual, impureza, lascívia e prazer, as quais são todas características dos falsos mestres

22
ocorridos em Judas 1:19. Esses indivíduos escolhem seguir seus próprios desejos e apetites
carnais em vez de buscar a vontade de Deus e se submeter a Ele.

19-c. A separação desses indivíduos de Deus e da comunhão da igreja é


consequência de suas próprias escolhas e ações. Em Romanos 8:5-8, Paulo fala sobre a
diferença entre aqueles que vivem de acordo com a carne e aqueles que vivem de acordo com
o Espírito, destacando que aqueles que vivem de acordo com a carne não podem agradar a
Deus.

A separação de Deus é uma consequência direta de viver de acordo com a carne e


não com o Espírito. Os falsos mestres de Judas 1:19 se separam de Deus ao escolherem seguir
seus próprios desejos e paixões em vez de viverem uma vida guiada pelo Espírito Santo.

Judas 1:20. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa
santíssima fé, orando no Espírito Santo,

20-a. O versículo 20 de Judas 1 é um chamado à ação para os cristãos: eles devem


se fortalecer em sua fé e permanecer firmes contra os falsos ensinamentos e a influência
corrompida dos que se separam da verdadeira comunidade cristã. A exortação para "edificar-
se" na fé é um tema comum nas epístolas do Novo Testamento. Paulo, em sua carta aos
Colossenses, encorajou os cristãos a "andarem nele [Cristo], arraigados e edificados nele, e
confirmados na fé" (Colossenses 2:7). Pedro também instruiu os crentes a "crescerem na
graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 3:18).

20-b. A ênfase na oração no Espírito Santo também é uma característica


importante deste versículo. A oração é vista como uma forma de comunhão com Deus e uma
maneira de fortalecer a fé. Paulo, em sua carta aos Efésios, enfatizou a importância da oração
no Espírito: "orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto
com toda perseverança e súplica por todos os santos" (Efésios 6:18).

Em suma, o, destaca a importância da edificação da fé e da oração no Espírito


Santo para fortalecer os cristãos contra as influências corruptas do mundo. A exortação para
"edificar-se" na fé é uma marca de que a fé cristã não é um evento único, mas um processo
contínuo de crescimento. A ênfase na oração no Espírito Santo é uma indicação de que a

23
oração é vista como uma parte essencial da comunhão com Deus e do fortalecimento da fé
cristã.

Judas 1:21. Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a


misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.

21-a. Este versículo é uma exortação para que os cristãos ganhem firmeza na fé,
esperando a misericórdia de Jesus Cristo para a vida eterna. O amor de Deus é a alicerce sobre
o qual os cristãos devem construir suas vidas, e isso só pode ser alcançado através de uma
constante comunhão com Ele. Aqueles que permanecem no amor de Deus são aqueles que
obedecem aos Seus mandamentos (1 João 2:5-6) e, consequentemente, experimentam a Sua
paz e alegria em suas vidas.

21-b. A exortação para conservar-se no amor de Deus também é uma


admoestação para não se afastar da verdade da Palavra de Deus, que é a base da fé cristã. É
importante lembrar que o amor de Deus não significa comprometer a verdade, mas sim
manter-se firme nela. Aqueles que permanecem na verdade da Palavra de Deus e permanecem
no amor de Deus serão recompensados com a vida eterna.

21-c. A esperança da misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna
é uma promessa que sustenta a fé dos cristãos. É uma esperança que transcende a vida terrena
e aponta para uma vida futura, na presença de Deus. É essa esperança que motiva os cristãos a
perseverar na fé e manter-se firmes no amor de Deus, mesmo em meio às adversidades e
provações da vida. Como afirma Paulo em Romanos 8:18, "Porque para mim tenho por certo
que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelado".

Judas 1:22. E apiedai-vos de alguns, usando de discernimento;

22-a. Aqui Judas incentiva os leitores a terem compaixão e misericórdia com


algumas pessoas, enquanto usam de discernimento para lidar com elas. A compaixão é uma
qualidade cristã importante que reflete o amor de Deus, e é exemplificada em várias
passagens bíblicas. Um exemplo disso pode ser encontrado em Colossenses 3:12, onde Paulo
exorta os crentes a se vestirem de compaixão, humildade, mansidão e paciência.

24
22-b. No entanto, o versículo também enfatiza a importância do discernimento na
interação com algumas pessoas. A Bíblia nos ensina que nem todo mundo tem boas intenções,
e algumas pessoas podem até mesmo tentar enganar e prejudicar os outros. Por isso, é
importante usar a sabedoria e o discernimento para avaliar as intenções das pessoas e se
proteger de possíveis danos. A prática do discernimento é destacada em várias passagens
bíblicas, como em Provérbios 2:3-6, onde é encorajado a buscar a sabedoria e o entendimento
para entender a justiça, a equidade e cada boa senda.

22-c. Além disso, é interessante notar que o versículo começa com a palavra "e",
indicando uma continuidade com o que foi dito anteriormente. Isso sugere que a compaixão e
o discernimento estão intimamente relacionados e devem ser sentimentos em conjunto. Os
cristãos devem ter um coração compassivo, mas também serem sábios e cautelosos ao lidar
com as pessoas. É possível ser compassivo sem ser ingênuo e imprudente, e o discernimento
ajuda a equilibrar essas duas qualidades.

22-d. Judas está nos ensinando neste versículo a ter compaixão e usar o
discernimento ao lidar com as pessoas. Deveriam ser compassivos e misericordiosos, mas
também sábios e cautelosos ao avaliar as intenções dos outros. A compaixão é uma qualidade
cristã importante que reflete o amor de Deus, enquanto o discernimento nos ajuda a proteger
contra possíveis danos. Ambas as qualidades são necessárias para interagir de forma saudável
e equilibrada com as pessoas.

Judas 1:23. E salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando


até a túnica manchada da carne.

23-a. Neste versículo, Judas exorta seus leitores a salvarem alguns com temor,
arrebatando-os do fogo e odiando até a túnica manchada da carne. Isso significa que os
cristãos devem se esforçar para salvar aqueles que estão em perigo espiritual e conduzi-los
para a salvação em Cristo, mesmo que isso signifique confrontar seus pecados e
comportamentos errôneos. Essa é uma tarefa importante e deve ser realizada com cuidado e
discernimento.

23-b. A ideia de arrebatar alguém do fogo é uma metáfora para a salvação. Em


outras palavras, os cristãos devem ser ativos em ajudar as pessoas a se libertarem do fogo do

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inferno e encontrarem a salvação em Jesus Cristo. Isso é consistente com as palavras de Jesus
em Mateus 28:19-20, onde ele comissiona seus discípulos a irem e fazerem discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a
guardar tudo o que ele ordenou.

23-c. O ódio à túnica manchada da carne significa que os cristãos devem se


distanciar do pecado e dos comportamentos imorais, e também encorajar os outros a fazerem
o mesmo. Isso é consistente com as palavras de Paulo em Efésios 5:11, onde ele exorta os
cristãos a não terem comunhão com as obras infrutíferas das trevas, mas antes reprová-las.
Portanto, a mensagem de Judas é uma exortação para que os cristãos sejam diligentes na
busca da salvação dos outros, enquanto se mantêm firmes em sua própria fé e santidade.

Judas 1:24. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e
apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,

24-a. Este versículo traz uma mensagem de encorajamento e esperança para os


cristãos, afirmando que Deus é poderoso para guardá-los de tropeçar e apresentá-los
irrepreensíveis diante de sua glória. Isso mostra que, mesmo diante das dificuldades e
tentações da vida, podemos confiar na proteção e cuidado de Deus. Essa proteção é dada por
meio da obra de Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para que pudesse ter vida eterna.

24-b. O fato de que Deus é poderoso para nos guardar de tropeçar é mencionado
em outras passagens bíblicas. Por exemplo, em Filipenses 1:6, Paulo escreve: "Tendo por
certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a perfeição á até ao Dia de
Jesus Cristo". Ou seja, Paulo estava confiante de que Deus continuaria a trabalhar em nós até
que o dia da volta de Cristo chegasse. Além disso, em 1 Pedro 1:5, Pedro escreve que somos
salvos pelo poder de Deus, por meio da fé.

24-c. Uma referência à apresentação irrepreensível diante da glória de Deus pode


ser relacionada a outras passagens bíblicas que falam sobre a necessidade de santidade e
pureza. Por exemplo, em Efésios 5:27, Paulo fala sobre Cristo apresentando a igreja a si
mesmo como "gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem
defeito". Assim, é importante buscar a santidade e a pureza em nossa caminhada cristã,
sabendo que Deus é fiel para nos proteger e nos ajudar a crescer nessa direção.

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Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e
poder, agora, e para todo o sempre. Amém. Judas 1:25

25-a. Este versículo final de Judas é uma declaração de consideração a Deus,


reconhecendo a sua sabedoria e poder salvador. A palavra "único" destaca a unicidade de
Deus e o fato de que não há outro Deus além dele. Além disso, a palavra "Sábio" destaca a
sabedoria incomparável de Deus e sua capacidade de julgar com justiça e sabedoria.

25-b. O termo "Salvador nosso" reconhece a salvação que Deus nos oferece
através de Jesus Cristo. A salvação é uma obra de Deus, que é a única que pode nos livrar do
pecado e da morte. A palavra "glória" enfatiza o louvor que é devido a Deus por sua grande
obra de salvação. Além disso, a palavra "majestade" destaca a grandeza e soberania de Deus.

26-c. a frase "domínio e poder" ressalta a autoridade e o controle absoluto que


Deus exerce sobre todas as coisas. O termo "agora e para todo o sempre" enfatiza a eternidade
de Deus e sua permanência inabalável. A palavra "Amém" é uma expressão de confirmação e
confirmação, significando "que assim seja". Em resumo, este versículo é uma declaração
poderosa de adoração e reconhecimento da grandeza e soberania de Deus.

26-d. A palavra Amém é usada nas escrituras para expressar concordância,


confirmação e certeza, com aquilo que foi dito e nos ritos religiosos atuais em missas e cultos,
sendo verbalizados por todos, conforme a cerimônia litúrgica se processa, significando
"certamente", "verdadeiramente" ou "assim seja", muito usado ao final de orações.

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CONCLUSÕES FINAIS

Fazendo uma analogia com nossos dias, o livro de Judas nos alerta sobre a
presença de falsos ensinamentos e falsos mestres, que podem ser encontrados em todas as
épocas e lugares, e principalmente nestes últimos dias. Devemos estar vigilantes em relação às
doutrinas que são contrárias à verdadeira fé e buscar constantemente a sabedoria divina para
nos proteger contra a influência desses ensinamentos.

Hoje em dia, é especialmente importante estarmos atentos às informações que


transmitimos através da internet e das redes sociais, onde a disseminação de notícias falsas
pode ser rápida e prejudicial a fé cristã onde as pessoas “comem de tudo” do que assistem em
aplicativos de celulares e outros aparatos tecnológicos sem passar pelo crivo analítico das
escrituras.

Além disso, o livro de Judas nos exorta a permanecer firmes em nossa fé, mesmo
quando somos tentados ou enfrentamos dificuldades. Devemos buscar o fortalecimento
através da oração e da leitura das Escrituras, além de nos apoiarmos mutuamente como
irmãos em cristo. No mundo moderno, muitas pessoas enfrentam desafios e pressões de
diferentes tipos, mas a mensagem de Judas nos incentiva a confiar em Deus e manter nossa fé
como nossa maior fortaleza e segurança.

Ademais, o livro de Judas destaca a importância da prática da compaixão e da


misericórdia em nossas vidas. Devemos buscar amar e ajudar uns aos outros, especialmente
aqueles que estão privados de necessidade. Hoje em dia, o mundo está enfrentando muitos
desafios e crises, como a pandemia de Covid-19, crises climáticas e rumores de guerras.

Nesses tempos difíceis, a mensagem de Judas nos lembra de que devemos mostrar
compaixão e solidariedade uns aos outros e ser a luz do mundo em meio às trevas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BÍBLIA JUDAICA COMPLETA: O Tanakh. Tradução do original para o inglês


David H Stern; Tradução do Inglês para o português Rogério Portela, Celso Eronildes
Fernandes. - São Paulo: Editora vida, 2010.
2. Bíblia Sagrada: Nova Almeida Atualizada (J. Ferreira de Almeida, Trad.). Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
3. https://bibliaportugues.com/ acessado por último em 02 de maio de 2023
4. https://www.bibliaonline.com.br/ acessado por último em 02 de maio de 2023.
5. Bíblia de Estudo Dake: edição revisada e ampliada. Editora Atos, 2011

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