Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Máquinas Eléctricas
ESTG-IPL
2000/2001
Conteúdo
1 Generalidades 2
1.1 Particularidades construtivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.1 Máquinas de rotor cilíndrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.2 Máquinas de pólos salientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.3 Enrolamento amortecedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Excitação 4
5 Curvas de capabilidade 14
6 Geradores independentes 14
1
1 Generalidades
As máquinas síncronas constituem uma das famílias de máquinas eléctricas mais importantes.
Os geradores síncronos produzem a maior parte da energia eléctrica consumida no mundo. Os
motores síncronos por sua vez são muito utilizados, tanto pela característica de possuirem uma
velocidade garantida em função da frequência, como pela característica, de resto comum aos dois
modos de funcionamento, do seu factor de potência ser regulável.
Segundo o vocabulário electrotécnico internacional, “uma máquina síncrona é uma máquina
de corrente alterna na qual a frequência da tensão induzida e a velocidade possuem uma relação
constante”. VEI 411-01.06
A sua velocidade de rotação é por esse motivo designada a velocidade de sincronismo e é dada
por n = f × p/60 (rpm), em que f é a frequência e p o número de pares de pólos.
MS GS
3~ 3~
2
O indutor, normalmente no rotor, é constituido por um enrolamento monofásico alimentado
por corrente contínua, também designado enrolamento de campo ou de excitação, embora se assis-
ta a um progressivo uso de ímanes permanentes em substituição desse enrolamento, nas unidades
de menor potência.
Normalmente este último orgão apresenta-se sob duas formas possíveis, originando duas fa-
mílias de máquinas:
3
Figura 4: Rotor de turbo-gerador
As unidades de potência superior a 125 MVA rodam em hidrogénio para reduzir perdas por
ventilação e aumentar a potência específica.
As potências máximas ultrapassam os 1200 MVA a 3000 rpm e os 1650 MVA a 1500 rpm
(valores de 1982).
2 Excitação
A máquina síncrona possui normalmente o enrolamento induzido (ou de armadura) no estator,
sendo um enrolamento normalmente polifásico, onde circulam correntes alternas. O enrolamento
4
Figura 5: Estator de um gerador de central-hidroeléctrica
5
de excitação (ou indutor) está no rotor e é alimentado por corrente contínua através de anéis de
colector colocados no veio, sobre os quais deslizam escovas.
A potência DC requerida para a excitação aproxima-se de 1% da nominal, podendo ser forne-
cida a partir da rede através de rectificadores controlados, ou através de uma “excitatriz”, gerador
mais pequeno autoexcitado ou não, DC ou AC com rectificadores, montado sobre o mesmo veio.
Neste último caso a excitatriz é fabricada com os enrolamentos ao contrário de forma a que o
induzido esteja no rotor, e deste modo, montando o rectificador no próprio rotor é possível evitar
as escovas intermédias, tornando o conjunto mais eficiente e robusto. A figura 7 representa um
esquema ilustrativo de sistemas com excitatriz DC no mesmo veio, actualmente em desuso. A
figura 8 ilustra um exemplo de máquina e excitatriz AC no mesmo veio em que se podem observar
os rectificadores electrónicos junto ao induzido desta última à esquerda
Figura 7: Excitatriz DC
O uso de excitatrizes AC é mais conveniente porque evita escovas e os aneis, elementos cau-
sadores de problemas de manutenção e de perdas, que se tornam intoleráveis para máquinas de
grande potência e que exigem grande disponibilidade. Apenas em máquinas pequenas este tipo de
6
solução pode não ser economicamente atractivo. As excitatrizes DC cairam em desuso porque não
possuem actualmente qualquer vantagem sobre quaisquer uma das outras duas opções, uma vez
que não evitam o uso de escovas devido à necessidade do comutador.
O controlo da excitação da máquina principal faz-se assim através do controlo da excitação da
máquina mais pequena, que estando montada ao contrário possui este enrolamento no estator. A
figura 2 mostra Um circuito de excitação sem escovas. O controlo da excitação é aqui feito pelo
reóstato RF, embora possa ser feito logo na ponte rectificadora, usando tiristores
Em certos casos pode existir uma segunda excitatriz piloto, esta com îmã permanente no rotor,
cujo estator alimenta então o estator da excitatriz principal, evitando assim o uso de qualquer fonte
externa de tensão.
Apesar do uso de excitação no próprio veio, certas máquinas podem ainda possuir anéis e
escovas para possibilitar a alimentação externa em caso de emergência.
No caso de não existir uma excitatriz piloto auto-excitada com imã permanente (ou no passado
um gerador DC autoexcitado), a alimentação ao circuito de excitação tem de provir da rede a abas-
tecer, tendo normalmente como alternativa um circuito secundário alimentado por outro gerador e
eventualmente até baterias de acumuladores para situações de arranque isolado.
7
Figura 10: Um circuito de excitação com excitatriz piloto
8
3 Funcionamento enquanto gerador
Um simples gerador síncrono a fornecer potência activa a uma impedância de carga, actua como
uma fonte de tensão com frequência determinada pela velocidade da máquina primária. A corrente
e o factor de potência são então determinados pela excitação, e pela impedância do gerador e da
carga.
Os geradores síncronos estão prontos a ser ligados em paralelo, e de facto, as redes eléctri-
cas dos países industrializados compõem-se de centenas de alternadores a funcionar em paralelo.
interligados por centenas de quilómetros de linhas de transmissão, e fornecem energia a cargas
situadas a grande distância. Estes sistemas monstruosos, apesar de muito difíceis de gerir, possi-
bilitam a continuidade do serviço eléctrico, face a falhas, necessidades de manutenção, e questões
económicas.
Quando um gerador síncrono está ligado a uma rede de grande dimensão, contendo muitos ou-
tros geradores síncronos (diz-se uma rede infinita ou de inércia infinita) a tensão aos seus terminais
e a frequência das correntes geradas são fixadas pelo sistema. Na realidade dado que as correntes
que circulam na armadura possuem a frequência da rede, vão criar um campo girante que roda à
velocidade de sincronismo. Para que haja um binário estável, como é sabido o rotor tem de girar
à mesma velocidade. Como um gerador individual é uma pequena fracção de um grande sistema,
não poderá afectar significativamente nem a tensão nem a frequência, dai o pressuposto normal-
mente usado para análise, de representar o sistema como uma fonte de tensão fixa e de frequência
fixa denominada barramento infinito
9
Figura 11: Gerador elementar
φri + φ f
Cada componente do fluxo induz uma componente da tensão no estator, respectivamente eri
e e, sendo que tal como os fluxos possuem sinais opostos pelo que a tensão resultante pode ser
representada pela soma dos fasores Ēri e Ē. O primeiro estando relacionado com a corrente no
induzido dá origem a um fluxo de indução λri = Ni φri , e por isso pode ser representado por uma
indutância Lri = λri /ii . Sendo Ēri uma tensão induzida, pode ser representada como o simétrico
da queda de tensão na reactância Xri = ωLri , ou:
O induzido pode assim ser representado por uma fonte de tensão Ē dependente apenas da
velocidade, que em cada análise se considerará constante pois só assim se garante a frequência
e o valor das reactâncias, e do fluxo criado pelo indutor; por uma resistência que representa a
resistência do próprio enrolamento em funcionamento, a reactância de fugas do enrolamento Xσi
e a reactância de reacção do induzido Xri . Estas últimas representam-se normalmente associadas
numa reactância síncrona Xs (figura 12).
A resistência Rs é a resistência efectiva do enrolamento e é cerca de 1,6 vezes a resistência
DC medida aos seus terminais, devido ao efeito da temperatura e ao efeito pelicular (ver textos de
apoio). É no entanto frequentemente desprezada na análise, principalmente em máquinas grandes.
Como só existe queda de tensão na impedância síncrona se circular corrente no estator, em
circuito aberto, a tensão aos terminais iguala a tensão interna E, correspondendo portanto ao que
já havia sido descrito.
10
Rs Xs
E ~ Vt
1. Como Rs << Xs , a corrente Ii está em atrazo praticamente 90◦ . A fmm de reacção opõe-se
então à fmm do indutor e a resultante é muito pequena. O circuito magnético mantém-se
assin não saturado mesmo para valores elevados de Ii e I f .
1 de open-circuit caracteristic
11
Figura 13: Curvas de circuito-aberto, curto-circuito e representação da reactância síncrona
2. Na ausência de saturação a tensão interna E vai variar linearmente ao longo da linha de en-
treferro e portanto a corrente de induzido vai variar linearmente com a corrente de excitação.
12
rede, sem perda de sincronismo.
∗
Seja V̄t = |Vt |6 0◦ , Ē = |E|6 δ e Zs = Rs + jXs = |Zs |6 θs então S = V̄t I¯i
Pelo circuito equivalente, vem que:
¯ ¯∗ ∗
¯ ¯ ∗
¯Ii ∗ = ¯ Ē − V̄t ¯ = Ē − V̄t
¯ Zs ¯ Zs∗ Zs∗
|E|e− jδ |Vt |e j0
= −
|Zs |e− jθs |Zs |e− jθs
|E| j(θs −δ) |Vt | jθs
= e − e
|Zs | |Zs |
e portanto:
|Vt ||E| j(θs −δ) |Vt |2 jθs
S= e − e VA/fase (2)
|Zs | |Zs |
A potência activa corresponde à parte real:
Se se desprezar Rs , vem que Zs = Xs e θs = π/2 rad, logo, para uma máquina trifásica:
3|Vt ||E f |
P= sin δ = Pmax sin δ (W) (5)
|Xs |
e
3|Vt ||E f | 3|Vt |2
Q= cos δ − (VAR) (6)
|Xs | |Xs |
A potência varia sinusoidalmente com o ângulo δ, designado por ângulo de carga e atinge o
seu máximo para δ = π/2rad. A figura 14 é uma representação física do ângulo de carga. Os
pólos rotóricos ficam desfasados relativamente aos pólos estatóricos e esse desfasamento depende
da carga. Laboratorialmente pode verificar-se este efeito através de uma marca no veio e de uma
luz estroboscópica, alimentada com a mesma frequência do estator
13
5 Curvas de capabilidade
Se as potências activa e reactiva por fase forem representadas no plano complexo S, o resultado
(locus) será um círculo de raio |Vt ||E f |/|Xs | com centro em (0, −|Vt |2 /|Xs |). Para um dado ponto
de funcionamento x, o ângulo de carga δ e o ângulo de fase ϕ são facilmente determinados. O
locus da potência máxima, representando o limite em regime permanente é a linha horizontal, para
a qual δ = π/2.
No entanto a máquina síncrona não pode funcionar em todos os pontos do interior do círculo
sem ultrapassar os seus limites estabelecidos. As restrições devem-se a:
Região de funcionamento
P
|Vt ||Et |
δ
Xs Limite de estabilidade δ = π/2
(0, −|Vt |2 /Xs )
6 Geradores independentes
Um gerador síncrono pode ser usado isoladamente para alimentar cargas pequenas ou de emergên-
cia, através de motores a gasolina ou Diesel. Interessa sobretudo nestes casos garantir a frequência
e a tensão aos terminais do gerador, uma vez que principalmente a tensão varia facilmente com a
14
carga (ver circuito equivalente). Na realidade a variação da tensão com a carga depende do factor
de potência desta. Uma carga com factor de potência unitário teria uma queda de tensão ligeira,
mas com factor de potência reduzido a tensão tende a cair significativamente em caso de carga
indutiva, ou a subir no caso de carga capacitiva.
A variação de tensão permite-nos determinar a regulação percentual de tensão de um gerador
que,na situação de carga nominal, é determinada por:
Ē − V̄t
× 100 (%) (7)
Ē
sendo que a tensão interna E corresponde à tensão aos terminais na situação de vazio.
E
jXs Ii
δ Vt
θ
Ii
O controlo da tensão para diversas situações de carga depende assim de um ajuste automático
da corrente de excitação, através de um controlo realimentado.
1. Muitos geradores conseguem servir uma carga bem maior do que um só.
2. A fiabilidade aumenta, pois a probabilidade de falha afecta uma pequena parcela da capaci-
dade instalada de cada vez.
4. Quando a carga parcial, um gerador torna-se pouco eficiente, pelo que é melhor ter vários
geradores de tamanho adequado a que cada um deles possa estar em cada instante perto da
sua carga nominal.
15
7.1 Condições para paralelismo
Se o seccionador que interliga um gerador a uma rede fosse fechado num qualquer momento
arbitrário, a segurança de equipamentos e operadores poderia ser posta em causa. É necessário as-
segurar que a tensão instantânea entre os pólos do seccionador seja realmente nula, caso contrário,
a reduzida impedância poderia levar à circulação de correntes muito elevadas.
Para que a tensão aos terminais do seccionador seja nula é necessário que:
2. A sequência de fases seja a mesma. Se tal não suceder é necessário trocar duas das ligações
ao gerador.
3. A frequência seja praticamente igual, sendo normal usar uma frequência ligeiramente supe-
rior na máquina que entra na rede.
A razão para que a frequência não seja exactamente igual mas seja ligeiramente superior é
de que muitos geradores reais possuem uma protecção para inversão de potência, i.e., para evitar
que possam consumir em vez de fornecer potência num dado instante. Ao ligar o gerador numa
situação de perfeita igualdade de frequências este poderia passar por uma momentânea quebra de
velocidade e logo de frequência, e essa situação poderia ocorrer.
Figura 17: Sistema prático para verificação do paralelismo, composto por três lâmpadas ligadas em paralelo com o
seccionador
3. Uma lâmpada entre fases homólogas, e as outras duas entre fases não homólogas.
No primeiro dos casos, quando as condições de sincronismo se derem, as três lâmpadas estarão
apagadas. O problema poderá ser determinar quando é que as lâmpadas estão realmente apagadas
uma vez que uma pequena tensão pode levar a que praticamente não tenham brilho.
16
No segundo caso, a verificação é ainda mais difícil pois trata-se de determinar quando é que
as três estão acesas em simultâneo, e quando é que isso corresponde ao máximo brilho.
O terceiro circuito é o mais garantido uma vez que se trata de determinar o instante em que
uma esteja apagada e as outras duas acesas, e isso só é possível no exacto instante em que as
condições de paralelismo se verificam.
Em qualquer dos casos, se as lâmpadas acenderem uma de cada vez trata-se de uma inversão
na sequência de fases que tem de ser corrigida invertendo duas das ligações ao gerador ou à rede.
O ajuste das condições de paralelismo é feito acertando a velocidade de rotação e a corrente
de excitação.
Actualmente a monitorização é feita directamente às grandezas tensão e frequência, usando
voltímetros e frequencímetros duplos, e à diferença de fase entre duas fases homólogas, usando
um sincronoscópio (figura 18). Neste caso, quando as tensões e frequências forem iguais e o
ponteiro do sincronoscópio passar pela posição das zero horas deve efectuar-se o paralelismo, e
tal pode ser efectuado por um autómato. O ponteiro do sincronoscópio deve estar a rodar devagar
no sentido horário indicando assim uma ligeira diferença entre as frequências tal como descrito
acima. De notar que o sincronoscópio dá indicação apenas sobre uma fase não alertando para uma
possível sequência errada.
17
O que é importante reter aqui, é que numa situação de funcionamento isolado, as potências
activa e reactiva geradas têm de igualar as potências pedidas pela carga, não sendo portanto con-
troláveis pelo gerador. Os reguladores automáticos têm assim de controlar a frequência e tensão
necessárias para obter aqueles valores de potência.
Numa situação de paralelo com a rede (barramento infinito) é o inverso que se passa, i.e., a
frequência e a tensão já não são controláveis directamente, e são estas que determinam as potências
activa e reactiva a entregar.
Raciocinando sobre o diagrama fasorial do gerador em paralelo, com base na figura 16 e na
equação 5, verifica-se que se a frequência e a tensão aos terminais são fixas, o aumento de potên-
cia activa a fornecer, correspondendo a um aumento da potência entregue pela máquina primária
reflecte-se no ângulo δ ou ângulo de carga. Quanto à potência reactiva esta depende essencialmen-
te do módulo de E, logo vai ser controlada pela excitação da máquina síncrona. A partir de uma
situação de referência, a sobre-excitação ou aumento da corrente de excitação aumenta o forneci-
mento de energia reactiva indutiva (partindo do pressuposto que o barramento infinito a absorve),
e diminuindo a excitação, reduz-se esse fornecimento, podendo mesmo absorver energia reactiva.
A ideia pode ser melhor entendida se se imaginar que tendo o gerador síncrono a sua própria
excitação não necessita de consumir qualquer energia reactiva externa como acontece no caso do
gerador assíncrono. Um excesso de excitação tem assim que ser entregue à rede sob a forma de
energia reactiva, e um défice de excitação leva à necessidade de consumir um pouco dessa energia.
A capacidade de controlar a potência reactiva a entregar é uma das características mais im-
portantes das máquinas síncronas, e contribui decisivamente para a sua escolha como gerador,
dada a grande importância que o controlo das trocas de energia reactiva numa rede tem para uma
companhia eléctrica.
18
8.1 Circuito equivalente
O circuito equivalente do motor síncrono é idêntico ao já determinado para o gerador, invertendo
o sentido da potência e obviamente da corrente.
As equações resultam então em:
ou
Ē = V̄t − jXs I¯i − Rs I¯i (9)
Ii
θ
Vt
δ
E jXs Ii
A equação 9 resulta no diagrama fasorial da figura 19. Por análise do diagrama e da equação
podemos encontrar agora explicações para questões já referidas anteriormente.
A equação de potência é análoga à equação 5, sendo que agora o ângulo de carga, δ, representa
a carga mecânica, e pode ser visualizado dado o atrazo que o eixo polar rotórico tem relativamente
ao eixo polar estatórico. Laboratorialmente pode verificar-se que esse ângulo aumenta com a
carga, e o seu máximo é novamente π/2.
O binário decorre então da expressão da potência e vem:
P 3|Vt ||E| 3p|Vt ||E|
T= = sin δ = sin δ (Nm) (10)
Ωs Ωs Xs 2π f Xs
onde Ωs é a velocidade de sincronismo em rad/s, p é o número de pares de pólos, e f a frequência.
Pode então demonstrar-se que variações no binário de carga, dado que tanto Vt , f , como E
são constantes, sendo as primeiras fixados pela rede, e E fixada pela excitação, só pode então
reflectir-se sob a forma de variações no ângulo δ.
Já a variação da excitação para uma mesma carga vai proporcionar diferentes ângulos de fase
entre a corrente e a tensão, demonstrando o efeito de controlo sob o factor de potência já referido.
O módulo da corrente I¯i também é afectado por esta variação, sendo que o gráfico desta face à
corrente de excitação, I f , mostra uma característica forma em V. Na figura 20, A linha tracejada
indica as situações de f.p. unitário.
8.2 Arranque
Tal como já foi afirmado, um motor síncrono não possui binário de arranque. Um de três métodos
tem assim de ser usado para o levar à velocidade de sincronismo:
19
Figura 20: Corrente no induzido vs corrente de excitação para vários valores de carga.
1. Reduzir a velocidade de sincronismo para valores suficientemente baixos para que o binário
oscilante consiga arrancar o motor. Isto pode ser feito com um conversor de frequência
3. Usando o arranque assíncrono já explicado. Neste caso, deve não se alimentar o indutor até
que a velocidade alcançada seja máxima, devendo para isso estar sem carga. Ao alimentar
então o indutor, o binário oscilante criado provocará o salto para o sincronismo, podendo a
partir dai acrescentar-se carga ao veio.
20
Figura 21: Chapa de características de um motor síncrono. De notar o factor de potência unitário desta unidade, assim
como a indicação da tensão de excitação nominal. A potência está expressa em hp embora pudesse estar em kW. Esta
seria a grande diferença para um gerador síncrono, em que a potência nominal estaria representada em kVA
21