Você está na página 1de 37

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO

SEL5754 Dinâmica e Controle de Sistemas de Energia Elétrica

Prof. Dr. Rodrigo Andrade Ramos

TRABALHO 2

MURILO EDUARDO CASTEROBA BENTO

RAFAEL CRUZ BORGES

SÃO CARLOS
DEZEMBRO/2014
Sumário

1 Introdução 6

2 Controle Automático de Carga-Frequência 7

2.1 Modelagem da Máquina Síncrona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7


2.2 Cargas Dependentes da Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Modelagem da Turbina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.4 Controle Primário: Regulador de Velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5 Controle Automático de Geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.6 Modelagem do Intercâmbio de Potência entre Duas Áreas . . . . . . . . . . 9
2.6.1 Modelo linearizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.6.2 Erro de Controle de Área . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3 Pro jeto de Regulador de Velocidade e Controle Automático de Geração 12

3.1 Simulação com os PSSs já projetados . . . . . . . . . . . . . . . . .


. . . . . 13
3.2 Adição de cargas variantes com a frequência . . . . . . . . . . . . .
. . . . . 16
3.2.1 Cargas variando aleatoriamente . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . 20
3.3 Controle Primário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . 23
3.4 Controle Secundário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . 27
3.4.1 Simulação para TCH = 0, 3, TGOV = 0, 2, R = 0, 01, β = 120 e
kCAG = 1, 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.4.2 Resultados para diferentes valores de kCAG . . . . . . . . . . . . . . 32

4 Conclusão 35

5 Referências 36

2
Lista de Figuras

1 Diagrama de Blocos do Modelo Clássico do Gerador Síncrono . . . . . . . . 7


2 Diagrama de Blocos considerando Cargas Dependentes da Frequência . . . . 8
3 Diagrama de Blocos considerando Cargas Dependentes da Frequência . . . . 8
4 Diagrama de Blocos considerando a Modelagem da Turbina . . . . . . . . . 9
5 Diagrama de Blocos considerando a Modelagem do Regulador de Velocidade 9
6 Diagrama de Intecâmbio de Potência entre Duas Áreas . . . . . . . . . . . . 10
7 Diagrama de Blocos das Duas Áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
8 Diagrama de Blocos da Área 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
9 Sistema de duas áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
10 Ângulos dos geradores com os dois PSSs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
11 Velocidade dos geradores com os dois PSSs . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
12 Tensões transitórias com os dois PSSs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
13 Tensões de campo com os dois PSSs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
14 Ângulos dos Geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
15 Velocidade dos Geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
16 Tensões Transitórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
17 Tensões de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
18 Variação da Potência Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
19 Ângulos dos geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
20 Velocidade dos geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
21 Tensões transitórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
22 Tensões de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
23 Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 0, 3,
TGOV = 0, 2, β = 1020 e R = 0, 001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
24 Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 0, 12,
TGOV = 0, 8, β = 1020 e R = 0, 001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
25 Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 0, 12,
TGOV = 0, 8, β = 120 e R = 0, 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
26 Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 6, TGOV =
4, β = 1020 e R = 0, 001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
27 Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 6, TGOV =
4, β = 120 e R = 0, 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
28 Velocidade Angular dos Geradores sem Zona Morta e sem Comportamento
Aleatório das Cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
29 Velocidade Angular dos Geradores com Zona Morta e sem Comportamento
Aleatório das Cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3
30 Velocidade Angular dos Geradores sem Zona Morta e com Comportamento
Aleatório das Cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
31 Velocidade Angular dos Geradores com Zona Morta e com Comportamento
Aleatório das Cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
32 Velocidade Angular dos Geradores com Zona Morta, com Comportamento
Aleatório das Cargas e com Retorno aos 60Hz . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
33 Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 0, 1 . . . . . . . . . . . . . . 32
34 Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 0, 8 . . . . . . . . . . . . . . 32
35 Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 1, 0 . . . . . . . . . . . . . . 33
36 Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 3, 0 . . . . . . . . . . . . . . 33
37 Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 5, 0 . . . . . . . . . . . . . . 34

4
Lista de Tabelas

1 Parâmatros dos PSSs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

5
1 Introdução

A estabilidade de um sistema elétrico de potência refere-se à capacidade do mesmo em


voltar para a condição de operação inicial quanto submetido a perturbações. Dependendo
do grau de perturbação, os estudos de estabilidade apresentam abordagens matemáticas
distintas. Em estudos de estabilidade a pequenas perturbações utiliza-se comumente mo-
delos lineares a m de se trabalhar com o sistema, pois considera-se que o sistema não
se afasta signicativamente do seu ponto de operação original após a ocorrência de uma
pequena perturbação. Já para estudos de estabilidade a grandes perturbações deve-se
considerar as não linearidades do sistema [1].
Os principais estudos de estabilidade a pequenas perturbações referem-se aos modos
de oscilação eletromecânicos presentes nos sistemas de potência e podem ser observados,
por exemplo, no ângulo do rotor dos geradores. Estes modos eletromecânicos quando
mal amortecidos ou não amortecidos podem causar, por exemplo, desgastes mecânicos
nas máquinas, limitações de transferência de potência e até interrupção do suprimento de
energia elétrica.
Há diferentes tipos de oscilação eletromecânicas como, por exemplo, os modos locais
que ocorre tipicamente na frequência de oscilação de 0,7 e 2 Hz e os modos inter-área
que ocorrem tipicamente na frequência de oscilação de 0,1 a 0,8 Hz cuja identicação é
importante para se projetar os controladores para amortecer estas oscilações.
Há estudos de estabilidade que tratam das cargas dependentes da frequência que pro-
vocam desbalanço de potência no sistema e como consequência, o gerador pode operar com
velocidade diferente do valor síncrono.
A m de contornar este problema é prática comum utilizar um regulador de velocidade
conectado à turbina. No entanto, tal prática não garante o retorno da velocidade para o
valor síncrono. Este retorno é garantido com o uso de um Controle Automático de Geração.
Este trabalho visa analisar tanto o efeito do desbalanço de potência no sistema quanto
compreender o funcionamento do Controle Automático de Geração, a qual é responsável
por trazer novamente o sistema para a frequencia nominal, caso ocorra uma pertubação
que afasta a frequencia de seu valor síncrono.

6
2 Controle Automático de Carga-Frequência

2.1 Modelagem da Máquina Síncrona

O modelo em espaço de estados que descreve o comportamento dinâmico de origem


eletromecânica da máquina síncrona é:

δ̇ = ωs ω − ωs (1)
1
ω̇ = [Pm − Pe ] (2)
2H
onde δ é o ângulo da máquina síncrona com relação a um referencial girante, ω a velocidade
angular da máquina síncrona, H é a constante de inércia, Pm a potência mecânica e Pe a
potência elétrica [2]-[3].
O modelo linearizado e no domínio da frequência pode ser representado por:

∆ω(s)
∆δ(s) = (3)
s
1
∆ω(s) = [∆Pm (s) − ∆Pe (s)] (4)
2Hs
O diagrama de blocos que descreve esta modelagem de grandezas eletromecânicas no
domínio da frequência está ilustrado na Figura ??.

Figura 1: Diagrama de Blocos do Modelo Clássico do Gerador Síncrono

2.2 Cargas Dependentes da Frequência

A potência elétrica do sistema (Pe ) é a energia elétrica consumida em um determinado


período. O responsável por este consumo é denominado carga cuja modelagem pode as-
sumir diversas características. Uma delas é considerar a carga cuja variação de potência
apresenta dependência com relação à variação de frequência [1].
Assim sendo, a variação de potência elétrica (∆Pe ) pode ser representada por:

∆Pe = ∆PL + ∆PLF (5)

onde ∆PL representa a parcela de potência das cargas não variantes com a frequência
(ω ) e ∆PLF representa a parcela de potência das cargas variantes com a frequência (ω ).

7
O cálculo de ∆PLF é feito através da equação:

∆PLF = D · ∆ω (6)

onde o parâmetro D deve ser determinado e é comum assumí-lo constante. Assim a nova re-
presentação do diagrama da Figura ??, agora assumindo cargas dependentes da frequência,
passa a ser:

Figura 2: Diagrama de Blocos considerando Cargas Dependentes da Frequência

ou de maneira mais simplicada:

Figura 3: Diagrama de Blocos considerando Cargas Dependentes da Frequência

2.3 Modelagem da Turbina

A turbina, responsável pela geração de potência mecânica, pode ser representada em


espaço de estados por:

1
∆Ṗm = [∆Pv − ∆Pm ] (7)
TCH
onde Pm é o estado referente à potência mecânica, TCH a constante de tempo de carrega-
mento da turbina, Pv a posição da válvula de admissão.
O modelo linearizado e no domínio da frequência pode ser dado por:

1
∆Pm (s) = ∆Pv (s) (8)
1 + sTCH
A Figura ?? apresenta o diagrama de blocos considerando a modelagem de turbina:

8
Figura 4: Diagrama de Blocos considerando a Modelagem da Turbina

2.4 Controle Primário: Regulador de Velocidade

O controle primário possui o objetivo de manter a velocidade do gerador sucientemente


próxima da velocidade síncrona.
A Figura ?? apresenta o diagrama de blocos do Regulador Isócrono:

Figura 5: Diagrama de Blocos considerando a Modelagem do Regulador de Velocidade

onde TGOV é a constante de tempo do regulador de velocidade e R é o estatismo do gerador.

2.5 Controle Automático de Geração

Os objetivos do Controle Automático de Geração (CAG) são:

• Trazer a frequência do sistema de volta para o valor síncrono (do ponto de vista
prático);

• Manter o valor correto do intercâmbio de potência entre as áreas;

• Manter o ponto de operação do sistema especicado pelo despacho econômico.

2.6 Modelagem do Intercâmbio de Potência entre Duas Áreas

O intercâmbio de potência entre duas áreas (PT IE ), representado pela Figura ??, pode
ser denido como:

V1 V2
PT IE = sen(δ1 − δ2 ) (9)
XT IE

9
Figura 6: Diagrama de Intecâmbio de Potência entre Duas Áreas

2.6.1 Modelo linearizado

Linearizando o conjunto de equações diferenciais e considerando V1 = V2 = 1 pu:

1
PT IE = (∆δ1 − ∆δ2 ) (10)
XT IE
onde XT IE é a reatância entre as áreas de controle.

2.6.2 Erro de Controle de Área

O Erro de Controle de Área (ACE, do inglês Area Control Error ) é uma ponderação
entre a variação de frequência da área (∆ω ) e o valor de potência de intercâmbio (PT IE )
entre as áreas vizinhas.

ACE1 = −∆PT IE − β1 ∆ω (11)

onde β1 é ajustado como:

1
β1 = + D1 (12)
R1
A distribuição dos impactos de potência entre os geradores do sistema é determinada
pelo estatismo de cada um deles, de forma que, quanto menor o estatismo mais o gerador
contribui para equilibrar o desbalanço de potência.
É prática comum utilizar:

• β constante e estimada anualmente;

• β variável com variação e limites estimados anualmente.

O diagrama completo para duas áreas com inclusão do CAG está representado na
Figura ??, onde uma das áreas opera de maneira isócrona e o parâmetro kCAG é um ganho
de amplicação do ACE .

10
Figura 7: Diagrama de Blocos das Duas Áreas

O diagrama interno da área 1 com CAG está representado na Figura ??, onde os
parâmatros αCAG1 e αCAG2 denem a parcela de participação do ACE para cada um dos
geradores. Neste diagrama, por se tratar de dois geradores então αCAG1 + αCAG2 = 1.

Figura 8: Diagrama de Blocos da Área 1

11
3 Projeto de Regulador de Velocidade e Controle Automá-

tico de Geração

Simular a resposta do sistema da Figura ?? a um aumento de carga na área 1. Os dados


para este sistema são os mesmos utilizados no primeiro trabalho. A simulação realizada
deve conter as seguintes características:

Figura 9: Sistema de duas áreas

1. Os PSSs projetados no primeiro trabalho devem ser incluídos na simulação;

2. Se possível, estas cargas das áreas 1 e 2 devem-se acrescentar uma parcela 200 MW
variante com a frequência, de forma que uma queda de 0,6 Hz produza uma redução
de 20% no valor destas cargas;

3. Também se possível, estas cargas devem conter também uma parcela que varia alea-
toriamente, com média de 0 MW e devio padrão de 80 MW;

4. Na ocorrência de um desbalanço de potência, cada gerador deve assumir uma parcela


desse desbalanço igual à parcela assumida pelos demais geradores de sua área - deve-
se denir o estatismo (constante R da regulação de velocidade) com base nesta regra
de distribuição de impactos de potência;

5. Os laços de regulação de velocidade devem conter zonas mortas que impeçam a


variação da potência mecânica durante as oscilações normais de carga descritas no
item 4);

6. A potência de intercâmbio entre as áreas 1 e 2 devem ser mantida constante através


de um esquema de controle automático de geração.

O sistema deve ser simulado em equilíbrio entre 0 ≤ t ≤ 3 s e, a partir de então, deve


responder a um aumento de carga (não variante com a frequência) de 300 MW na área 1.
A simulação deve terminar quando a velocidade do sistema retornar a um valor próximo
do equilíbrio. O relatório deve conter uma explicação detalhada dos passos realizados na

12
construção da simulação (a qual pode ser feita utilizando o ANATEM ou o PSS/E), bem
como uma análise dos resultados da mesma.

3.1 Simulação com os PSSs já projetados

Seguindo o procedimentos de projetos de PSS no relatório anterior, foram obtidos os


PSSs para os geradores G2 e G4 considerando a potência mecânica constante, ou seja, sem
desbalanço de potência e a exigência de amortecimento mínimo de 10%. Os parâmetros
dos PSSs estão descritos na Tabela ??

Tabela 1: Parâmatros dos PSSs


Gerador KP SS Tω [s] T1 [s] T2 [s]
G2 12,5 10 0,28566 0,13270
G4 14 10 0,27623 0,11046

As Figuras ??, ??, ?? e ?? fornecem os resultados dos ângulos dos geradores, velocidade
dos geradores, tensões transitórias e tensões de campo respectivamente.

Figura 10: Ângulos dos geradores com os dois PSSs

Como pode ser observado pela Figura ??, a presença dos dois PSSs no geradores G2 e
G4 proporcionou uma resposta de velocidade bem amortecida. Assim, tanto o modo local
como o modo inter-área estão bem amortecidos.

13
Figura 11: Velocidade dos geradores com os dois PSSs

Figura 12: Tensões transitórias com os dois PSSs

14
Figura 13: Tensões de campo com os dois PSSs

15
3.2 Adição de cargas variantes com a frequência

A potência das cargas (∆Pe ) pode ser representa por duas parcelas:

∆Pe = ∆PL + ∆PLF (13)

onde ∆PL representa a parcela de potência das cargas não variantes com a frequência
(ω ) e ∆PLF representa a parcela de potência das cargas variantes com a frequência (ω ).
O cálculo de ∆PLF é feito através da equação:

∆PLF = D · ∆ω (14)

onde o parâmetro D deve ser determinado e será constante.


Do enunciado, deve-se acrescentar uma parcela de 200 MW variante com a frequência,
de forma que uma queda de 0,6 Hz produza uma redução de 20% no valor destas cargas.
Assim,

∆PLF = 0, 2 · 200 = 40M W (15)


40 40
∆PLF = = = 0, 4pu (4)
Sb 100
0, 6
∆ω = = 0, 01pu (16)
60
∆PLF 0, 4
= = 40 (17)
∆ω 0, 01
Distribuindo o impacto de potência entre os geradores de cada área, tem-se:

D ∆PLF 40
= = (18)
2 ∆ω 2

D = 20 (19)

O sistema deve ser simulado em equilíbrio entre 0 ≤ t ≤ 3 s e, a partir de então, deve


responder a um aumento de carga (não variante com a frequencia - ∆PL ) de 300 MW
na área 1. Como são dois geradores na área 1 e distribuindo igualmente este aumento de
carga, então ∆PL = 150 MW e colocando na base de potência do sistema:

150 150
∆PL = = = 1, 5pu
Sb 100
Assim o código implementado seria:

16
• se gerador 1 ou 2 e tempo menor ou igual a 3:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω] (20)
2H

• se gerador 1 ou 2 e tempo maior que 3:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω − 1, 5] (21)
2H

• se gerador 3 ou 4:
1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω] (22)
2H

As Figuras ??, ??, ??, ?? e ?? fornecem os resultados de ângulo dos geradores, veloci-
dade dos geradores, tensões transitórias, tensões de campo e variação da potência mecânica
para estes requisitos de operação. Observa-se pela Figura ?? que a velocidade angular dos
geradores decresce indenidamente, não atinge um valor de regime.

Figura 14: Ângulos dos Geradores

17
Figura 15: Velocidade dos Geradores

Figura 16: Tensões Transitórias

18
Figura 17: Tensões de campo

Figura 18: Variação da Potência Mecânica

19
3.2.1 Cargas variando aleatoriamente

Foi considerado uma parcela de potência das cargas variantes com a frequência de
forma aleatória, com média de 0 MW e desvio padrão de 80 MW. Como a implementação
do códigos foi feita no Matlab, usou-se o comando rand que permite trabalhar com geração
de números aleatórios.
O código seria:

• se gerador 1 ou 2 e tempo menor ou igual a 3:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (23)
2H

• se gerador 1 ou 2 e tempo maior que 3:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω − 1, 5 − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (24)
2H

• se gerador 3 ou 4:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (25)
2H

As Figuras ??, ??, ?? e ?? mostram os resultados dos estados com esta variação
aleatória de carga. Observa-se pela Figura ?? que a velocidade angular dos geradores
decresce indenidamente, não atinge um valor de regime e se afasta do valor síncrono (60
Hz).

Figura 19: Ângulos dos geradores

20
Figura 20: Velocidade dos geradores

Figura 21: Tensões transitórias

21
Figura 22: Tensões de campo

22
3.3 Controle Primário

Devido ao acrescimento de uma parcela de cargas variantes com a frequência, provocou-


se um desbalanço de potência. Como pode ser observado pela Figura ?? a potência mecâ-
nica não assume mais uma valor constante, exigindo-se assim a consideração da modelagem
da turbina e do regulador de velocidade.
O bloco de controle primário foi mostrado na Figura ??, onde na mesma seção foi
apresentado as equações diferenciais que descrevem a turbina e o regulador de velocidade.
Assim o código seria:

• Para gerador 1 a 4:
1 1
Ṗv = − ∆Pv − ∆ω (26)
TGOV TGOV R

• Para gerador 1 a 4:
1 1
Ṗm = ∆Pm − ∆Pv (27)
TCH TCH

• se gerador 1 ou 2 e tempo menor ou igual a 3:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (28)
2H

• se gerador 1 ou 2 e tempo maior que 3:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω − 1, 5 − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (29)
2H

• se gerador 3 ou 4:

1
ẇ = [Pm − Pe − D∆ω − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (30)
2H

As Figuras ?? a ?? fornecem os resultados da velocidade angular para diferentes valores


de TCH , TGOV e R. Observa-se que estes diferentes valores alteram o comportamento
da velocidade angular e promoveu a estabilidade da velocidade em valores diferentes do
síncrono (60 Hz).
Percebe-se pelas Figuras ?? e ??, que apresentam os mesmos valores de TCH e TGOV
mas diferentes valores de R, que houve aumento do tempo para que a velocidade entrasse
em regime permanente com o aumento do parâmetro R. Além disso, tal valor de regime
foi mais distante do valor síncrono com o aumento do parâmetro R.
Já nas Figuras ?? e ?? houve diminuição do tempo para que a velocidade entrasse em
regime permanente com o aumento do parâmetro R. No entanto, tal valor de regime foi
mais distante do valor síncrono com o aumento do parâmetro R.

23
Figura 23: Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 0, 3, TGOV =
0, 2, β = 1020 e R = 0, 001

Figura 24: Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 0, 12, TGOV =
0, 8, β = 1020 e R = 0, 001

24
Figura 25: Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 0, 12, TGOV =
0, 8, β = 120 e R = 0, 01

Figura 26: Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 6, TGOV = 4,
β = 1020 e R = 0, 001

25
Figura 27: Velocidade Angular dos Geradores com Controle Primário TCH = 6, TGOV = 4,
β = 120 e R = 0, 01

26
3.4 Controle Secundário

O Controle Secundário foi implementado de maneira a respeitar o diagrama da Figura


?? . Assim, considerou-se a potência de intercâmbio (PT IE ) entre as áreas 1 e 2 denido

pela equação 10. Para o sistema em estudo o cálculo de PT IE é assumido como:

1
∆PT IE = [(∆δ1 + ∆δ2 ) − (∆δ3 + ∆δ4 )] (31)
XT IE
O parâmetro XT IE refere-se a reatância entre as áreas de controle a qual foi considerada
igual a 0,05 p.u.[5].
Assim, o código seria:

• Para gerador 1 a 2:

1 1 1
Ṗv = − ∆Pv − ∆ω + αCAG ACE (32)
TGOV TGOV R TGOV

onde αCAG é o fator de participação dos geradores da área 1, a qual foram ajusta-
dos como sendo iguais a 0,5, ou seja, cada gerador contribuindo de forma igual ao
desbalanço de potencia da área 1.

• Para gerador 3 a 4:
1 1
Ṗv = − ∆Pv − ∆ω (33)
TGOV TGOV R

• Para gerador 1 a 4:
1 1
Ṗm = ∆Pm − ∆Pv (34)
TCH TCH
1
∆PT IE = [(∆δ1 + ∆δ2 ) − (∆δ3 + ∆δ4 )] (35)
XT IE
∆ω1 + ∆ω2
ACE1 = −kCAG1 ∆P tie − kCAG1 β1 (36)
2

• se gerador 1 ou 2 e tempo menor ou igual a 3:

1
ẇ = [Pm − ∆PT IE − Pe − D∆ω − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (37)
2H

• se gerador 1 ou 2 e tempo maior que 3:

1
ẇ = [Pm − ∆PT IE − Pe − D∆ω − 1, 5 − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (38)
2H

• se gerador 3 ou 4:

1
ẇ = [Pm + ∆PT IE − Pe − D∆ω − 0, 4 × (2 × rand(1) − 1)] (39)
2H

27
Com o objetivo de avaliar o comportamento do CAG no sistema em estudo, foram
feitas as seguintes simulações:

• Sistema sem zona morta e sem comportamento aleatório das cargas;

• Sistema com zona morta e sem comportamento aleatório das cargas;

• Sistema sem zona morta e com comportamento aleatório das cargas;

• Sistema com zona morta e com comportamento aleatório das cargas;

• Sistema com zona morta, com comportamento aleatório das cargas e retorno aos 60
Hz

onde a faixa de operação da zona morta foi denida baseada nos procedimentos de rede
da ONS, em que considera a faixa de variação aceitável da frequencia entre 60,5 e 59,5 HZ.
A próxima seção fornece os resultados de velocidade angular para as simulações pro-
postas acima. A seção seguinte fornece os resultados para diferentes valores de kCAG para
o sistema com zona morta, com comportamento aleatório das cargas e retorno aos 60 Hz.

3.4.1 Simulação para TCH = 0, 3, TGOV = 0, 2, R = 0, 01, β = 120 e kCAG = 1, 4

Analisando a Figura ?? é possível vericar que com a presença do controle secundário,


a frequência do sistema é retornada para o valor nominal.
Das Figuras ?? e ?? observa-se que a frequência do sistema após atingir o limite inferior
da zona morta, de 59,5 Hz, mantém a mesma dentro da faixa estabelecida. Já na Figura
?? quando não há a presença da zona morta o CAG atua para qualquer valor da frequência

atingida, trazendo novamente a frequencia do sistema para seu valor síncrono.


Observa-se da Figura ?? que não há atuação do CAG durante o período em que a
velocidade angular está na zona morta (no período aproximado de 0 a 13 segundos). A
partir do momento em que a velocidade angular ultrapassou os limites da zona morta, o
CAG atuou com o objetivo de retonar a velocidade angular para o valor síncrono.

28
Figura 28: Velocidade Angular dos Geradores sem Zona Morta e sem Comportamento
Aleatório das Cargas

Figura 29: Velocidade Angular dos Geradores com Zona Morta e sem Comportamento
Aleatório das Cargas

29
Figura 30: Velocidade Angular dos Geradores sem Zona Morta e com Comportamento
Aleatório das Cargas

Figura 31: Velocidade Angular dos Geradores com Zona Morta e com Comportamento
Aleatório das Cargas

30
Figura 32: Velocidade Angular dos Geradores com Zona Morta, com Comportamento
Aleatório das Cargas e com Retorno aos 60Hz

31
3.4.2 Resultados para diferentes valores de kCAG

As Figuras ?? a ?? fornecem os resultados de velocidade angular dos geradores para


os valores de kCAG de 0,1, 0,8, 1,0, 3,0 e 5,0 para o sistema com zona morta, com compor-
tamento aleatório das cargas e retorno aos 60 Hz.
Observa-se pelas guras que os diferentes valores do parâmetro kCAG está diretamente
relacionado com o tempo para que a velocidade retorne ao valor síncrono, além disso,
quanto maior o valor de kCAG maior a oscilação de velocidade dos geradores da área 2 ao
retornar ao valor síncrono.

Figura 33: Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 0, 1

Figura 34: Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 0, 8

32
Figura 35: Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 1, 0

Figura 36: Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 3, 0

33
Figura 37: Velocidade Angular dos Geradores com kCAG = 5, 0

34
4 Conclusão

Como foi visto no primeiro trabalho, a m de amortecer os modos locais e inter-área


houve a necessidade de projetar dois PSSs, um para cada área.
Observou-se que a inclusão de uma carga variante com a frequência nas áreas provocou
um desbalanço de potência. Tal desbalanço de potência foi responsável pela saída do ponto
de operação síncrono (60 Hz) da velocidade dos geradores.
Além disso, considerou-se que as cargas apresentassem uma parcela de potência que
varia aleatoriamente.
Com o propósito de solucionar este desbalanço, foi incluído o modelo diferencial da
turbina e do regulador de velocidade que considera este desbalanço de potência. Foi de-
nido o estatismo (R) e observou-se o comportamento da velocidade dos geradores que
estabilizaram em um valor diferente do síncrono.
Para a velocidade retornar para o valor síncrono, é necessário um Controle Automático
de Geração que considere a potência de intercâmbio entre as áreas 1 e 2. Os resultados
mostraram a ecácia deste controle pois as velocidades dos geradores retornaram para o
valor síncrono.

35
5 Referências

[1] Kundur, P. (1994), Power System Stability and Control, New York, NY: McGraw-Hill,
1994.

[2] Bretas, N. G. e Alberto, L. F. C. (2000), Estabilidade Transitória em Sistemas Eletro-


energéticos, Publicações EESC, São Carlos, 2000.

[3] Demello, F. P. and Concordia, C. (1969), Concepts of Synchronous Machine Stability


as Aected by Excitation Control, IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems,
vol. 88, no. 4, 1969.

[4] Ramos, R. A.; Alberto, L. F. C. e Bretas, N. G., Modelagem de Máquinas Síncronas


Aplicada ao Estudo de Estabilidade de Sistemas Elétricos de Potência, Publicações EESC,
São Carlos.

[5] Fera, M. O. (2010), textitAnálises do Controle Automático de Geração Aplicado em


Áreas com Diferentes Tipos de Geração, dissertação de mestrado, Itajubá/MG, 2010.

36

Você também pode gostar