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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema do Trabalho:

Contratos Administrativos

Nome e Código do Estudante

Tatiana Pedro Rocha Massamba 708191990

Curso: Administração Pública.


Disciplina: Direito Administrativo
Ano de Frequência: 3º

Docente: Gercio Massie


Tete, Julho de 2021

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Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Índice

I. Introdução.....................................................................................................................................1

1.1. Contextualização................................................................................................................1

1.2. Objectivos..........................................................................................................................2

1.2.1. Objectivo Geral..............................................................................................................2

1.2.2. Objectivos Especificos...................................................................................................2

1.3. Metodologia...........................................................................................................................2

2. Conceito de Contrato Administrativo.......................................................................................3

2.1. Espécies de contratos administrativos...............................................................................4

2.2. Cláusulas necessárias.........................................................................................................5

2.3. Características dos contratos administrativos......................................................................7

2.4. Modalidades dos contratos administrativos.........................................................................8

2.5. Garantia do equilíbrio financeiro.........................................................................................9

2.6. Rescisão do contrato administrativo....................................................................................9

3. Conclusões..................................................................................................................................11

4. Referencias Bibliográficas..........................................................................................................13

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I. Introdução

Normalmente, a Administração Pública actua por via de autoridade e toma decisões unilaterais,
isto é, prática actos administrativos: o acto administrativo é o modo mais característico do
exercício do pode administrativo, é a forma típica da actividade administrativa.
Muitas vezes, porém, a Administração Pública actua de outra forma, desta feita em colaboração
com os particulares, usando a via do contrato, que é uma via bilateral, para prosseguir os fins de
interesse público que a lei põe a seu cargo. Isso significa que, estes casos, a Administração
Pública, em vez de impor a sua vontade aos particulares, necessidade chegar a acordo com eles
para obter a sua colaboração na realização dos fins administrativos, Amaral (2003).
Mas a utilização da via contratual pela Administração Pública pode-se traduzir no uso de dois
tipos completamente diferentes de contratos: se a Administração está no exercício de actividades
de gestão privada, lançará mão do contrato civil ou comercial; se, pelo contrário, se encontra no
exercício de actividade de gestão pública, lançará mão do contrato administrativo.
Significa isto que o contrato administrativo não é sinónimo de qualquer contrato celebrado pela
Administração Pública com outrem: só é contrato administrativo o contrato sujeito ao Direito
Administrativo, isto é, o contrato com um regime jurídico traçado por este ramo do Direito.

1.1. Contextualização

Ao abordarmos sobre contratos devemos expor a definição destes, a qual se apresenta como a
relação jurídica formada pela expressão de vontade das partes, em que estas obrigam-se de
maneira recíproca as prestações propostas neste acordo bilateral. Não permitindo, portanto,
alteração ou extinção do acordo de maneira unilateral.

Destarte, diante do exposto, devemos ressaltar que nos contratos administrativos existe
divergência doutrinária quanto a sua definição. A primeira vertente, defendida por Mello (2004),
nega a existência de contratos administrativos, visto que, tais contratos violariam de tal a forma a
autonomia de vontade das partes, pois há a possibilidade de alteração por vontade unilateral e
rescisão contratual podendo ocorrer a qualquer momento.

Por seu turno, a segunda vertente tem por entendimento que qualquer acordo celebrado pelo
Estado, sempre se farão presentes princípios e regras provenientes do interesse público, o qual
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possui supremacia quanto ao interesse privado. Sendo assim, todos os acordos celebrados pelo
Estado estariam sujeitos ao regime jurídico administrativo.

Conforme Mazza (2011), contratos administrativos são aqueles celebrados entre o Estado e
particulares, sob os princípios e regras do Direito Administrativo. Os contratos administrativos
têm características singulares que conferem ao Poder Público a possibilidade de alterar, em favor
do interesse público, e dentro de certos limites, os termos do contrato.

Em contrapartida, a terceira vertente, doutrina majoritária, aceita a existência de contratos


administrativos como uma das espécies contratuais celebradas pela Administração Pública. Nesta
vertente, admite-se que a Administração Pública pode, também, celebrar contratos regidos pelo
direito privado, sob à luz do Direito Civil. De acordo com Mello (2004) Nem todas as relações
jurídicas travadas entre Administração e terceiros resultam de atos unilaterais. Muitas delas
procedem de acordos de vontade entre o Poder Público e terceiros. A estas últimas costuma-se
denominar contratos.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral


 Debruçar sobre o Contrato Administrativo

1.2.2. Objectivos Especificos


 Conceituar o Contrato Administrativo
 Classificar o Contrato Administrativo
 Caracterizar o Contrato Administrativo

1.3. Metodologia

A metodologia utilizada na realização do presente trabalho foi a pesquisa bibliográfica, visto que
a pesquisa bibliográfica utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos e
informações disponibilizadas na internet (Silva, 2011).

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2. Conceito de Contrato Administrativo

Contrato administrativo ou contrato público é o instrumento dado à administração pública para


dirigir-se e actuar perante seus administrados sempre que necessite adquirir bens ou serviços dos
particulares, Pietro (2001).

Contrato é o acordo recíproco de vontades que tem por fim gerar obrigações recíprocas entre os
contratantes. Assim como o particular, o Poder Público celebra contratos no intuito de alcançar
objetivos de interesse público.

Os contratos celebrados pelo ente administrativo dividem-se em contratos administrativos


e contratos civis (ou privados). No primeiro ocorre a supremacia da Administração sobre o
particular uma vez que busca-se a concretização de um interesse público enquanto no segundo a
Administração encontra-se análoga ao particular, Pietro (2001).

O contrato civil (ou privado) da administração caracteriza-se por ser um acordo de vontade entre
um particular e a Administração que submetem-se ao regime jurídico de Direito Privado uma vez
que o ente administrativo encontra-se em condições análogas ao particular, ou seja, aplicam-se a
esses contratos o disposto no Código Civil. Contudo, segundo Pietro (2001), essa forma de
contrato está praticamente extinta uma vez que a Lei enquadrou todos os tipos de contratos da
administração em seu regime.

Para Dias (1997), o contrato administrativo caracteriza-se por ser um acordo de vontades entre
um particular (objetivando o lucro) e a Administração que submetem-se ao regime jurídico
de Direito Público, instruído por princípios publicísticos, contendo cláusulas
exorbitantes e derrogatórias do direito comum. São cláusulas exorbitantes: a alteração unilateral,
rescisão unilateral, fiscalização, aplicação de penalidades, anulação, retomada do objeto,
restrições ao uso do princípio da exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não
cumprido).

Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas
em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

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A Lei de Licitações e Contratos prevê os casos em que a Administração pode realizar a
contratação direta por meio das dispensas e inexigibilidades de licitações.

Para a instauração das dispensas ou inexigibilidades, além dos preenchimentos dos requisitos
legais, faz-se necessário a realização de procedimentos tais como o parecer jurídico da assessoria
jurídica da Administração, a justificativa da compra, a reserva orçamentária, dentre outros (Dias,
1997).

2.1. Espécies de contratos administrativos

De obra pública: ajuste contratual que tem por objeto uma construção, reforma ou uma
ampliação de um imóvel destinado ao público ou ao serviço público. Essa modalidade admite
duas espécies de regimes de execução, a empreitada e a tarefa.

De serviço: ajuste que tem por objeto uma atividade prestada à Administração, para atendimento
de suas necessidades ou de seus administrados. Existem os serviços comuns, os trabalhos
artísticos e os técnico-profissionais (incluem-se nessa categoria, os contratos de manutenção,
transporte, comunicação, entre outros).

De fornecimento: ajuste pelo qual a Administração adquire bens e coisas móveis necessários à
manutenção de seus serviços e realização de obras.

De concessão: ajustes onde a Administração (o Estado ou o Município) concede a terceiros a


realização de determinadas atividades. Esta espécie divide-se em três modalidades: concessão de
serviço público, concessão de obra pública, e concessão de uso de bem público, para que o
explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais (São
exemplos de serviços públicos passíveis de concessão, os serviços de telecomunicações,
saneamento, energia elétrica, entre outros), Meirelles (2007).

De gerenciamento: que consiste na espécie em que o contratante comete ao gerenciador a


condução de um empreendimento, reservando para si a competência decisória final e
responsabilizando-se pelos encargos financeiros. É celebrado pelo Poder Público com órgãos e
entidades da Administração direta, indireta e entidades privadas qualificadas como organizações
sociais, para lhes ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira ou para lhes prestar
variados auxílios e lhes fixar metas de desempenho na consecução de seus objetivos. O contrato
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de gestão designa algumas espécies de acordos celebrados entre a Administração direta e
entidades da administração indireta, assim também com entidades privadas que atuam de forma
paralela com o Estado, e com dirigentes de órgãos da própria administração direta.

De permissão: conceitualmente, destaca-se pelos atributos da unilateralidade, discricionariedade


e precariedade. Destaca-se, por oportuno, (permissão de serviço público: a delegação, a título
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco).

De convênios e consórcio público: os convênios administrativos são pactos celebrados por


entidades públicas de diversas esferas do Poder Público, podendo haver a participação de entes
privados, para o alcance dos objetivos comuns. De acordo com a doutrina de Meirelles (2007),
convênio é acordo, mas não é contrato. No contrato as partes tem interesses diversos e opostos;
no convenio os partícipes tem interesses comuns e coincidentes. Por essa razão, no convênio a
posição jurídica dos signatários é uma só, idêntica para todos, podendo haver apenas
diversificação na cooperação de cada um, segundo suas possibilidades, para a consecução do
objetivo comum, desejado por todos.

Termo de parceria: instrumento a ser firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada
como organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para o fomento e
execução de atividades.

2.2. Cláusulas necessárias


Para Caupers (2009), em todo contrato, seguindo a regra geral estabelecida pelo Código Civil e
com base na teoria geral dos contratos, deverão estar presentes as cláusulas necessárias que
estabeleçam:
a) o objeto e seus elementos característicos;

b) o regime de execução ou a forma de fornecimento;

c) o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento


de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a
do efetivo pagamento;

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d) os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de
recebimento definitivo, conforme o caso;

e) o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática
e da categoria econômica;

f) as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

g) os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

h) os casos de rescisão;

i) o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa pela


inexecução parcial ou total do contrato;

j) as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

k) a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à


proposta do licitante vencedor;

l) a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;

m) a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em


compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação.

Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive
aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare
competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo no
caso de ocorrer licitação internacional o que deve ser observada a sede do contratante ou
contratado no exterior, Caupers (2009).
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2.3. Características dos contratos administrativos
O contrato administrativo em sentido estrito, segundo Pietro (2001), caracteriza-se pela
presença da Administração Pública como Poder Público; finalidade pública; obediência na
forma prescrita em lei; procedimento legal; natureza de contrato de adesão; natureza intuitu
personae; presença de cláusulas exorbitantes; e mutabilidade.
No que tange a presença da Administração Pública como Poder Público se dá pela
imperatividade do Estado, ou seja, supremacia sobre o particular presente no contrato através
das cláusulas exorbitantes. Em relação a finalidade pública, como visto anteriormente, esta
deverá se fazer presente em todos os contratos da Administração Pública, preservando assim o
interesse público.
A obediência na forma prescrita em lei, nos remete aos contratos realizados pela Administração
Pública que devem respeitar as normas expostas sobre seu aspecto formal. Essa obediência ao
aspecto formal visa proteger o interesse público, preservando o princípio da legalidade.
Por seu turno, a característica de procedimento legal se dá em atenção e respeito as normas
vigentes sobre o processo de realização contratual. Portanto, para a elaboração de determinado
contrato variam conforme a modalidade contratual.
Em relação a característica de natureza do contrato de adesão, esta refere-se as cláusulas
fixadas pela Administração Pública nos contratos administrativo, ou seja, apresenta a minuta
contratual aos interessados que desejam e tenham condições de atender a demanda posta.

A presença de cláusulas exorbitantes, alteram certas cláusulas contratuais, nos termos da lei, a
fim de atender ao interesse público. Estas cláusulas são prerrogativas conferidas a
Administração Pública a qual exerce o Poder Público.
Decorrente das cláusulas exorbitantes temos a característica de mutabilidade, a qual se
apresenta na possibilidade de alteração das cláusulas contratuais, a fim de garantir o interesse
público.
Por sua vez, Carvalho (2017) aponta as seguintes características constantes em todos os
contratos administrativos: comutativo; consensual; de adesão; oneroso; sinalagmático;
personalíssimo; e formal.

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Comutativo se refere ao contrato que previamente estabelece direitos e deveres as partes, vale
salientar que no Direito Administrativo inexiste contrato sujeito a risco.
Consensual se apresenta pela formalização contratual pelo simples consenso entre as partes, no
Direito Administrativo caracterizar-se-á o consenso a partir da abertura do envelope de
documentação.
Da adesão, de igual teor à característica de natureza de contrato de adesão, já exposta
anteriormente. Em regra, não se admite gratuidade no contrato administrativo, ou seja, é
oneroso.
Sinalagmático é a reciprocidade de obrigações entre as partes dispostas no contrato.
Personalíssimo, de igual teor, da característica de natureza intuito personae apresentada
anteriormente.
Formal, se refere a forma do contrato administrativo, disposta na legislação vigente, a qual se
torna indispensável para a regularidade contratual.

2.4. Modalidades dos contratos administrativos


Segundo Mazza (2011), as modalidades dos contratos administrativos subdividem-se em cinco
tipos específicos: contrato de obra pública (por empreitada ou por tarefa); contrato de serviço;
contrato de fornecimento; contrato de gestão; e contrato de concessão.

O contrato de obra pública refere-se ao contrato administrativo de construção, reforma ou


ampliação de determinada obra pública. Esta modalidade contratual só pode ser pactuada com
profissionais ou empresas de engenharia registradas. Nesta modalidade é possível dois tipos de
contrato, por empreitada (execução de determinada obra, total ou parcial) ou por tarefa (através
de medições das tarefas executadas).

Em relação ao contrato de serviço, se dá através do contrato celebrado pela Administração


com determinado particular para o fornecimento de serviços, p.ex., transporte, montagem,
instalação, entre outros.

No que tange o contrato de fornecimento, este se dá através do contrato entre a Administração


e contratado particular, com intuito de aquisição (compra) de bens, p.ex., contrato de
fornecimento de materiais de escritório.

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O contrato de gestão, este refere-se ao contrato celebrado pela Administração Pública para
com uma entidade ou órgão da Administração Direta, Indireta e/ou Organizações não
governamentais.
No que se refere ao contrato de concessão, trata-se de contrato administrativo pelo qual o
Estado transfere, através do poder concedente, a uma pessoa jurídica privada, denominada
concessionária, a prestação de serviço público mediante tarifa paga diretamente pelo usuário.

2.5. Garantia do equilíbrio financeiro


Os contratos administrativos envolvem diversos riscos ao contratado, visto que, existem
circunstâncias, além das cláusulas exorbitantes, que podem vir a tornar o contrato mais
oneroso, sendo assim o equilíbrio financeiro do contrato se torna essencial a fim de manter a
lucratividade do contratado diante dos seguintes eventos: álea administrativa ou fato
administrativo; fato do príncipe; e álea extraordinária, Mello (2004).
Álea administrativa ou fato administrativo ocorre com o aumento do objecto contratual, o qual
é decorrente do poder de alteração unilateral do contrato administrativo. O fato do príncipe
refere-se a circunstâncias causadas pelo Estado, as quais acabam por tornar o contrato mais
oneroso ao contrato, p.ex., aumento de impostos. No que se refere a álea extraordinária, diz
respeito a fatos que ocorrem de maneira excepcional, sem qualquer interferência do Estado,
p.ex., geada em plantações.

2.6. Rescisão do contrato administrativo.


A rescisão do contrato administrativo, como posto anteriormente, pode se dar através da falta
de cumprimento, da contratada no que se refere as cláusulas contratuais, sendo a rescisão
unilateral uma das cláusulas exorbitantes, sendo denominada, portanto, de rescisão
administrativa, Pietro (2001).
Há, também, a rescisão amigável decorre de razões de conveniência da Administração com
aquiescência do contratado e somente poderá ser aplicada se demonstrado não haver prejuízo
ao interesse público (aplica-se o princípio da indisponibilidade do interesse público).
Por seu turno, a rescisão judicial, por fim, decorre de decisão do Poder Judiciário, em face de
ação proposta por aquele que tiver interesse e direito à rescisão.

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A rescisão do contrato administrativo vincula-se às hipóteses e meios tratados na legislação,
exigindo-se, para sua formalização, a demonstração, em processo próprio, dos motivos fáticos e
jurídicos que a ensejam, acompanhada da devida justificativa e motivação.

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3. Conclusões
Os contratos administrativos buscam, na maioria das vezes, a satisfação do interesse público, são
dotados de cláusulas exorbitantes e contem em seu bojo cláusulas de cunho obrigatório. Os
contratos administrativos não podem ser considerados mera formalidade, devendo ser
rigorosamente cumpridos e formalmente editados pelos órgãos da Administração Pública.

Os contratos administrativos são regidos por Lei e possuem como principais características: a)
consensual; b) formal; c) oneroso; d) comutativo; e) realizado intuitu personae; f) geralmente
precedido de licitação e g) possuir cláusulas exorbitantes (dentre as quais destaca-se a exigência
de garantia; alteração unilateral por parte da Administração; rescisão unilateral por parte da
Administração; fiscalização; retomada do objeto; aplicação de penalidades; anulação; restrições
ao uso da exceção do contrato não cumprido, Pietro (2001).

No que se refere ao critério subjetivo ou orgânico trata-se do poder imperativo da


Administração Pública na celebração contratual, não apresentando tal forma, considerar-se-á de
direito privado. Em relação ao critério do objeto, tem-se que: o contrato administrativo tem a
organização e funcionamento dos serviços públicos como objeto, ao contrário se em seu
conteúdo contiver a prestação de atividade privada, será contrato de direito privado, regido pelo
Direito Civil, Caupers (2009).
Por sua vez, o critério de finalidade pública, contestado, afinal mesmo agindo sob regime
privado cabe à Administração Pública atuar com tal objetivo, ao contrário disto poderá incidir
em desvio de poder. Já no critério de procedimento, o contrato administrativo exige
formalidades, as quais são inerentes à presença da Administração Pública, como, p.ex., da
forma, da motivação e da publicidade.
Por fim, a presença de cláusulas exorbitantes ao direito comum existentes no contrato
administrativo, tendo como finalidade assegurar a supremacia da Administração Pública em
relação ao particular, como exemplo deste tipo de cláusula temos o poder de alteração
unilateral do contrato.
Diante da propositura temática demonstramos que o contrato administrativo, em regra, é regido
pelo Direito Público (Direito Administrativo), porém existem casos que cabem regimento a
esfera do Direito Civil.

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Em suma, o contrato administrativo tem como premissa o atendimento das necessidades do
interesse público, sem se desviar dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência que regem a Administração Pública.

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4. Referencias Bibliográficas

Amaral, D. F. (2003). Manual de Direito administrativo. Almedina.


Caupers, J. (2009). Introdução ao Direito Administrativo. (10ª ed.). Lisboa: Âncora.
Carvalho, M. (2017). Manual de Direito Administrativo. (4ªed.). Salvador: JusPODIUM.
Dias, E. R. (1997). Sanções Administrativas Aplicáveis a Licitantes e Contratados. São Paulo:
Dialética.
Mazza, A. (2011). Direito Administrativo, Colecção OAB Nacional. (3ªed.). São Paulo:
Saraiva.
Mello, C. A.B. (2004). Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Malheiros.
Meirelles, H. L. (2007). Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros.
Pietro, M. S. Z. (2001). Direito administrativo. (13ª ed.). São Paulo: Atlas.
Silva, R.,K., (2011). Manual de metodologia científica do USJ. Centro Universitário Municipal
de São José.

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