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Psicopedagogia Institucional
FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA
1
LEMOS, Érica Fernanda Ursulino
GENGHINI, Edna Barberato
GHINI EDNA BARBERATO GENGHI EEDNA BARBATO
GENGHINDNA BARBERATO EDNA BARBERATO GENGHINI
I
Fundamentos da Psicopedagogia (livro-texto) / Érica
Fernanda Ursulino Lemos; Edna Barberato Genghini. – São
Paulo: Pós-graduação Lato Sensu UNIP, 2019.
163 p.: il.
2
FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA
Professor Conteudista
ERICA FERNANDA URSULINO LEMOS é natural do Estado de São Paulo. Cursou
Magistério (1997). Graduou-se em Pedagogia, com habilitação em Orientação Educacional
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2002). Pós-Graduação Lato Sensu em
Neurociências, Transtornos de Aprendizagem e Educação Especial, Psicanálise e Docência
de 3º grau pela Faculdade Escola Paulista de Direito (2012). Pós-Graduação Lato Sensu em
Formação em EAD- Educação a Distância pela Universidade Paulista (2014). É Mestre em
Psicologia Educacional formada pelo Centro Universitário UNIFIEO (2018). Atuou como
professora dos segmentos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I de 2004 a 2013.
Exerceu a liderança da equipe de tutores dos cursos de Sociologia e Artes Visuais na EAD na
Universidade Paulista – UNIP de 2012 a 2016. Possui experiência como professora
universitária nas disciplinas dos cursos de graduação em Pedagogia, pós-graduação em
Psicopedagogia, Deficiência Intelectual e AEE - Atendimento Educacional Especializado.
Atualmente realiza formações, cursos e palestras na área de Educação Inclusiva e Legislação.
Trabalha na Secretaria de Educação do Município de Osasco como Assistente Técnico
Pedagógico. É docente do Centro Universitário UNIFIEO.
Professora Colaboradora/coordenadora:
EDNA BARBERATO GENGHINI, Professora Universitária desde 2002. Atualmente
no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de três cursos ao nível de Pós
Graduação Lato Sensu: em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, DOCÊNCIA PARA O
ENSINO SUPERIOR e em FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, pela UNIP -
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP/EaD, onde também atua como Professora Adjunta, nas
modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da MENTOR ORIENTAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA LTDA. ME desde 1991. Possui graduação em Economia Doméstica -
Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), graduação em Pedagogia pela
Universidade Guarulhos (1985), Pós-graduação em Psicopedagogia pela Universidade São
Judas (1987), Mestrado em Ciências Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-
graduação Lato Sensu em Formação em Educação a Distância pela UNIP - Universidade
Paulista (2011). É autora e coautora de livros Textos para os cursos de Pós Graduação Lato
Sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em
Educação a Distância da UNIP - EaD. Áreas de Interesse: Neurociências - Educação Inclusiva
- Psicopedagogia Clínica e Institucional - Formação e Gestão em Educação a Distância -
Formação de Docentes para o Ensino Superior.
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SUMÁRIO
Apresentação 06
Introdução 08
Unidade I
INTRODUÇÃO À PSICOPEDAGOGIA: história, conceito e atuação profissional 10
1.1. Apresentação da Psicopedagogia e seu objeto de estudo: os processos de
ensino e de aprendizagem 11
1.1.1 A história da psicopedagogia, conceitos e as diferentes visões sobre o
“Fazer Psicopedagógico” 11
1.2. Jorge Visca e a Epistemologia Convergente: a psicopedagogia argentina que
influenciou o mundo 16
1.3. O conhecimento psicopedagógico no Brasil e a atuação da Associação Brasileira
de Psicopedagogia - ABPp 18
1.3.1 A Psicopedagogia: suas bases e conceitos 21
1.4. O objeto de estudo, a causa e a razão da Psicopedagogia 27
1.5. A práxis psicopedagógica no Brasil, campos de atuação e a APPp 30
Unidade II
PSICOPEDAGOGIA NA ATUALIDADE: ética, áreas de atuação e desafios 40
2.1. A psicopedagogia e o psicopedagogo 41
2.2. Multidisciplinaridade, Interdisciplinaridade, Transdisciplinaridade e as
Perspectivas Futuras do Trabalho Psicopedagógico 46
2.3. Campo de Atuação e Mercado de Trabalho 50
2.4. As diferentes nomenclaturas do trabalho Psicopedagógico 52
2.4.1. Psicopedagogia Clínica 52
2.4.2. Psicopedagogia Institucional 53
2.4.3. Psicopedagogia Hospitalar 54
2.4.4. Psicopedagogia Empresarial 57
2.5. A Psicopedagogia contemporânea e as Novas Tecnologias: Novos Enfoques no
Trabalho Psicopedagógico 58
2.6. Ética e Responsabilidade Social no Trabalho Psicopedagógico 62
2.6.1 Código de Ética do Psicopedagogo 64
Unidade III
A PSICOPEDAGOGIA DAS RELAÇÕES: dinâmica dos grupos e as relações
interpessoais na família, no trabalho e na escola 67
3.1. As Relações interpessoais na Família, no trabalho e na escola 71
3.2. Relações Interpessoais no cotidiano e a aprendizagem 75
3.3. Relações interpessoais no ambiente escolar: formas de intervenção
psicopedagógica 78
3.4. A importância do Feedback nas relações interpessoais 79
3.4.1. A Técnica do Sanduiche 81
3.5. Os pilares da relação interpessoal e convivência 83
4
3.6. Estudos sobre Dinâmica Grupal e Grupos Operativos 85
3.7. A abordagem centrada na pessoa: duas tendências em ação/educação poder ou
pessoas 89
3.7.1. Vínculo, comunicação e aprendizagem 91
3.7.2. A Janela Johari – o estudo da percepção humana 92
3.8. As principais correntes que influenciam o pensamento pedagógico 95
3.8.1. Fundamentações cognitivistas 97
3.8.1.1. SKINNER:- Condicionamento Operante 98
3.8.1.2. GAGNÉ: - Condições de Aprendizado 98
3.8.1.3. PIAGET: - Desenvolvimento das Estruturas Cognitivas 100
3.8.1.4. VYGOTSKY: - Desenvolvimento do Pensamento através da
Linguagem 103
3.8.1.5. AUSUBEL: - Aprendizagem Significativa 105
3.8.1.6. KÖHLER: - Objetivos Educacionais e Valores da
Gestaltpedagogia 107
3.8.1.7 GARDNER: - Expansão da Inteligência 111
3.8.2. Considerações humanistas na educação 113
3.8.2.1. ROGERS e a Aprendizagem Significante 113
3.8.2.2 FREUD e a Aprendizagem Centrada no Saber 115
3.8.2.3 GOLEMAN e a Inteligência Emocional 119
3.8.3. Implicações socioconstrutivistas 123
3.8.3.1. PIAGET e a Interação do Sujeito com o Meio Ambiente Favorecendo a
Aprendizagem 123
3.8.3.2 VYGOTSKY e a Troca de Estímulos no Desenvolvimento da
Linguagem e do Pensamento 125
3.8.3.3 WALLON: Afetividade e Cognição na Construção da Inteligência 128
3.8.3.4 FEUERSTEIN e o Programa de Enriquecimento Instrumental 130
Unidade IV
INTRODUÇÃO ÀS NEUROCIÊNCIAS: contexto histórico e contribuições para
Educação 136
4.1. Introdução às Neurociências: contexto histórico 139
4.2. Neurociências e Educação 140
4.2.1. Alfabetização em Neurociências 141
4.2.2. A relação entre cérebro e aprendizagem 143
4.2.3. Neurociência Cognitiva e Educação 145
4.2.3.1. Motivação para a aprendizagem 146
4.2.3.2. Atenção e aprendizagem 147
4.2.3.3. Plasticidade cerebral, memória e aprendizagem 148
5
APRESENTAÇÃO
É com muito prazer que lhe apresento o Livro Texto, seu principal material de
leitura e consulta durante o curso. Nele você encontrará os conteúdos pertinentes à
disciplina Fundamentos da Psicopedagogia, na qual serão discutidos,
fundamentalmente, a compreensão do processo de aprendizagem e a busca de
soluções para a difícil questão do problema de aprendizagem.
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Além disso, é importante para o aluno da UNIP INTERATIVA compreender
como funcionam os meios de comunicação em EAD, seu planejamento –
potencialidades e possibilidades e as concepções atuais e procedimentos
pedagógicos que reorientam a prática profissional do Psicopedagogo.
Também estudaremos a utilização das Tecnologias da Informação e
Comunicação – TICs, aplicadas à Educação, visando despertar atitudes de
aprendizagem mais complexas e significativas.
7
INTRODUÇÃO
Deste modo, e por essa razão, você, aluno (a) do curso de pós-graduação da
UNIP Interativa está aqui e agora estudando esse livro texto: para compreender e
refletir sobre o sistema educacional e enfatizar a importância da Psicopedagogia na
alfabetização, certo?
O material que agora você tem em seu poder está dividido em quatro unidades
didáticas distintas, porém complementares. Cada uma delas apresenta uma
particularidade do tema e foi organizada tendo em vista facilitar seu percurso dentro
da temática.
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Unidade 1: Introdução à Psicopedagogia: história, conceito e atuação
profissional: Histórico da psicopedagogia e as interfaces com as áreas da psicologia,
pedagogia, fonoaudiologia e neurociências. A Psicopedagogia: definição e seu objeto
de estudo - os processos de ensino e de aprendizagem; Perfil profissional: campos de
atuação no mercado de trabalho e desafios deste terceiro milênio. Psicopedagogia e
a realidade educacional brasileira.
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UNIDADE 1
Objetivos da Unidade:
Por ser a primeira unidade da primeira disciplina do curso, lembramos que seu
livro texto é uma excelente ferramenta de estudo, indicado para leitura prévia e acesso
à disciplina, facilitando a compreensão e assimilação do conteúdo. Além de possibilitar
o processo de reflexão a partir das leituras propostas, das indicações bibliográficas e
assim por diante, certo?
10
Com este pensamento em mente, vamos voltar um pouquinho na história e
trazer para nossa conversa a principal ferramenta que todo educador deve conhecer
para seguir em frente com seus estudos pedagógicos.
1
Texto fundamentado em: BARBOSA, L.M.S. A História da Psicopedagogia contou também com
Visca. in Psicopedagogia e Aprendizagem: Coletânea de Reflexões. Curitiba, 2002 e BOSSA,
N.A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Apresentado, também como introdução do Curso de Neuropsicologia, Módulo 1, ministrado por
www.gpeconline.com.br em 13/02/2019.
11
O conhecimento baseado em questionamentos típicos da Filosofia começou a
ser insuficiente para a sociedade. O conhecimento precisava ser mais sistemático,
crítico e rigoroso, e surgiu a utilização do método experimental, para consolidar uma
fonte de verdade e sabedoria, a Ciência. A primeira das ciências a se desvincular da
Filosofia foi a Matemática, já no ano 300 a.C. com Euclides. Outras ciências só muito
mais tarde se tornaram autônomas: a Física, na primeira metade do século XVII com
Galileu.
Tão diferente dos tempos atuais, vamos nos reportar a um período pré-
científico, que vai até o século XVIII. Não existiam conceitos de aprendizagem, muito
menos de dificuldades para isso. Tudo o que não era compreendido, apresentava-se
como doenças mentais, explicadas por forças sobrenaturais, por demônios que
ameaçavam ou as punia por falhas humanas.
Entre os finais do século XIX e começo do século XX, ocorreu uma etapa de
transição entre as explicações pré-científicas e as científicas. Neste período, estudos
realizados pelo Dr. Itard2 trouxeram uma visão ambiental para os fatos:
2
LEITE, L.B. & GALVÃO, I. (org.). A Educação de um Selvagem. São Paulo: Cortez, 2000. Livro
baseado em MALSON, L. Les Enfants Sauvages. Paris: Editora 10/18, 1964. Texto também pesquisado
em: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Victor_de_Aveyron.
12
Jacques Rousseau (1767) e Pinel não escapou à influência das ideias revolucionárias
de ambos.
Todas estas escolas preocupavam-se com a causa dos problemas, quer fosse
o inconsciente, o estímulo, a estrutura, o ambiente. Antes de mais nada, a Ciência
buscava explicações comprovadas para que pudesse ser reconhecida e aplicada. No
final do século XIX educadores, psiquiatras e neuropsiquiatras preocupavam-se com
as variantes que interferiam na aprendizagem e começaram a organizar novos
métodos para a educação infantil.
13
mental, marcado pela expressão: "o que é bom para o excepcional é
excepcionalmente bom para o normal".
Nos Estados Unidos, neste mesmo período, a ênfase era maior nos aspectos
médicos, dando um caráter biológico à abordagem das dificuldades de aprendizagem.
Com o avanço das ciências da Educação, as questões das dificuldades escolares
surgiram no sistema educativo regular, que reconheceu as influências da família, do
meio social e as características da própria criança em interação com a família.
O século XX foi marcado pela expansão dos sistemas educativos das nações
industrializadas, e a educação básica tornou-se obrigatória em praticamente todo o
mundo. Assim, o processo ensino-aprendizagem ganhou espaço, bem como
avançaram os estudos e pesquisas sobre as Dificuldades de Aprendizagem. Na
década de 30, começou um período de integração de ideias, quando os cientistas
abandonam suas posições irredutíveis para analisar o conhecimento de outros,
tomando consciência de limitações, descrições e explicações de distintas correntes,
gerando um movimento integracionista.
14
Educativas Especiais). O NEE defendia que as crianças, que por razões congênitas
ou adquiridas apresentassem dificuldades de aprendizagem ao longo da escolaridade,
necessitariam de atenção específica e de mais recursos educativos para minimizar as
desvantagens e aproveitar as suas capacidades. A preocupação com o
desenvolvimento infantil refletiu mudanças no pensamento do mundo com relação à
importância da Educação.
3
GRANDJEAN-THOMSEN, D.B. Psicopedagogia: Contexto, Conceito e Atuação. Artigo parte da
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação Lato-Sensu em Psicopedagogia, da
Universidade Braz Cubas. (fevereiro de 2007). www.abpp.com.br/artigos/74.htm. Consulta feita em
19/02/2019.
15
a psicopedagogia teve uma trajetória de caráter médico-pedagógico. Hoje essas
ações são independentes, mas complementares.
Para BOSSA (2000, p. 39), os trabalhos realizados na França por Janine Mery,
influenciaram fortemente a Psicopedagogia na Argentina, especialmente porque
colocou em discussão as questões relacionadas ao termo e concepção da
Psicopedagogia. A Psicopedagogia se tornou atividade popular em Buenos Aires,
onde existem cursos de graduação e o trabalho psicopedagógico é oferecido na rede
pública de ensino.
Segundo Visca4 (2000), foram três tristes fatos que contribuíram para o
desenvolvimento da Psicopedagogia na Argentina:
4 Na Argentina, Jorge Visca é considerado o “pai da Psicopedagogia”, porque foi um dos primeiros a
propor estudos fundamentados no construtivismo e interacionismo, em 1987.
16
do Sul um novo lar e difundisse suas práticas e conhecimentos, inclusive
a teoria piagetiana);
a repressão militar (nas décadas de 70 e 80) - a Argentina sofreu grande
repressão e intimidação, em que desaparecem 30.000 pessoas. Esse
triste episódio sensibilizou estudiosos à reflexão e busca de novos
recursos para a Educação.
17
aprendizagens em relação a um mesmo objeto, que se diferenciam conforme as
influências que sofram de seus ambientes socioculturais (VISCA, 1991, p. 66).
O termo psicopedagogia curativa foi usado e adotado pela primeira vez por
Janine Mery, para caracterizar uma ação terapêutica que considera aspectos
pedagógicos e psicológicos no tratamento de crianças que apresentam fracasso
escolar. Tais crianças “experimentam dificuldades ou demonstram lentidão em relação
aos seus colegas no qual diz respeito às aquisições escolares" (Janine Mery, 1985, p.
16).
18
A Psicopedagogia brasileira passou por um processo demorado de
regulamentação. O verdadeiro papel desta nova ciência foi bastante questionado e
indagado quanto a sua consistência e autonomia. Os primeiros psicopedagogos
eram profissionais da área da Educação que tinham como objetivo ajudar as crianças
que estavam à margem, por vez discriminadas e por isso sofriam. Visto que as
dificuldades eram atribuídas a uma inaptidão, o aprendiz deveria ser portador de
algum distúrbio que o impedia de aprender.
19
De acordo com Scoz, a identidade do psicopedagogo, relacionada à sua
atuação, refere-se ora à identidade clínica, ora à institucional, porém explica que
ambas estão vinculadas ao processo de aprendizagem. Encontra-se então o
Psicopedagogo como sendo um profissional ligado estritamente a educação.
20
Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que
tratem o fenômeno de aprendizagem humana;
5
Texto fundamentado em: SCHROEDER, M.M. & MECKING, M.L.M. Pedagogia e Psicopedagogia:
artigo publicado na FCHLA - Centro de Atendimento Psicopedagógico da Universidade Tuiuti do
Paraná.
21
Educação que lida com o processo de aprendizagem humana, seus padrões normais
e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e sociedade.
Vimos que a autora Nádia Bossa (2000) define a Psicopedagogia como linha
de atuação teórico-prática que se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de
uma demanda – o problema de aprendizagem6, colocado num território pouco
explorado, situado além dos limites da Psicologia e da própria Pedagogia – e evoluiu
devido à existência de recursos, ainda que embrionários, para atender essa demanda,
constituindo-se, assim, numa prática.
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mundo. Na aprendizagem essas vivências estão presentes motivando ou
perturbando o relacionamento do aluno com o ambiente e refletindo em seu
aprendizado. A Psicanálise dirige-se aos conhecimentos de Sigmund Freud,
com o principal objetivo de recorrer na compreensão dos diversos sintomas
apresentados pela criança, o termo sintoma remete-se aos princípios
psicanalíticos. O problema ou dificuldade de aprendizagem enquanto sintoma
se apresenta como patologia que surge no corpo, sem explicação médica. O
inconsciente investigado por Freud não se manifesta de forma direta, mas
aparece nos sonhos, nos erros, nas dores inexplicáveis. A psicanálise, como
ciência do inconsciente, desvenda o sintoma como uma manifestação humana
carregada de significado, que permanece desconhecido numa análise
superficial.
b) Psicologia: Algumas áreas da Psicologia são especialmente interessantes
para a Psicopedagogia:
Psicologia social é a área que se preocupar com a constituição do sujeito
social, que se relaciona com a família, grupos e instituições, em condições
socioculturais e econômicas específicas e que estão envolvidas com a
aprendizagem, inevitavelmente. A criança que vê nos pais uma rotina de
interesses em sua aprendizagem e lhe oferecem estímulos diversos, terá
uma reação diferente da criança que não recebe incentivo do meio nem
mesmo para ir à escola.
Epistemologia Genética, que teve Piaget como seu criador, descreve o
processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em interação com os
outros e com os objetos. Para compreender e intervir nas questões de
aprendizagem é essencial que se conheça o desenvolvimento da
inteligência, das etapas de aprendizagem, da forma como o conhecimento
se forma. A formação simbólica na linguística também foi investigada por
Piaget, uma vez que a linguagem é uma característica sociocultural do
homem, constitui seu processo de pensamento, essencial para a
aprendizagem, comunicação, produção e acesso à história.
c) Neuropsicologia é uma extensão desses estudos que se relacionam com a
construção do conhecimento, porque estuda o cérebro e as funções cognitivas
e os distúrbios de aprendizagem.
d) Pedagogia é a Ciência que trata do processo ensino-aprendizagem,
23
analisando-o e preocupando-se em criar novos instrumentos e saberes que
funcionem como facilitadores da aprendizagem. A Pedagogia com suas
questões educacionais e atividades especificamente humanas e socioculturais
liga-se à subjetividade dos estudos psicológicos relacionando os dois temas na
Psicopedagogia. Preocupa-se com o saber e como é transmitido para que
ocorra aprendizagem, na qual a verdadeira aprendizagem é aquela que se
incorpora nossa vida. Não aprendemos apenas para saber, mas para melhorar
em qualquer sentido: na saúde, no intelecto, na vida moral ou social, ou
econômica.
24
– paidos - criança; Agogia – agogé – condução) partindo da etimologia pedagogia
significa condução da criança, mas Libâneo (2010) rompe as barreiras da etimologia
e define a pedagogia como “prática cultural que envolve uma prática intencional de
produção e internalização de significados”.
25
d) Segundo o Código de Ética da Psicopedagogia, no Capítulo I, Artigo 1º,
afirma que “A Psicopedagogia é campo de atuação em saúde e educação
o qual lida com o conhecimento, sua ampliação, sua aquisição, distorções,
diferenças e desenvolvimento por meio de múltiplos processos”. A
Psicopedagogia é uma área de estudos nova que pode e está atendendo
os sujeitos que apresentam problemas de aprendizagem.
26
Ao psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se
transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de conhecimento de
que ele dispõe e a forma pela qual produz conhecimento e aprende.
Esse saber exige que o psicopedagogo recorra a teorias que lhe permitam
aprender, bem como às leis que regem esse processo: as influências afetivas e as
representações inconscientes que o acompanham, o que pode comprometê-lo e o que
pode favorecê-lo.
27
b) De acordo com Neves, "a psicopedagogia estuda o ato de aprender e
ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa da
aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais, procurando estudar a
construção do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando
colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que
lhe estão implícitos" (1991, p. 12).
28
Pode-se observar esse pensamento traduzido nas palavras de profissionais
argentinos como Alicia Fernandez, Sara Paín, Jorge Visca, Marina Müller, etc., que
atuam na área e estão envolvidos no trabalho teórico. Para eles, "a aprendizagem
com seus problemas" constitui-se no pilar-base da Psicopedagogia.
De acordo com Alicia Fernández (1991), todo sujeito tem a sua modalidade de
aprendizagem, ou seja, meios, condições e limites para conhecer. É necessário
incorporar conhecimentos sobre o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo,
estando estes quatro níveis basicamente implicados no aprender. Considerando-se o
problema de aprendizagem na interseção desses níveis, as teorias que ocupam da
inteligência, do inconsciente, do organismo e do corpo, separadamente, não
conseguem resolvê-lo.
29
Daí a importância de aprofundar conhecimentos e dedicar-se a leitura outros
autores, pois, uma teoria psicopedagógica fundamentada em conhecimentos de
outros corpos teóricos, ressignificam e embasem nossa essa prática.
30
todo Brasil. O psicopedagogo ainda encontra desafios e dúvidas com relação a sua
prática no dia-a-dia e o espaço que deve ocupar em uma instituição escolar.
As escolas, hoje, estão cada vez mais preocupadas com os alunos que
apresentam dificuldades de aprendizagem. Daí a importância da psicopedagogia se
ocupar com a aprendizagem humana, estudando suas particularidades, tais como se
aprende, como a aprendizagem transforma-se, como se criam as alterações na
aprendizagem, como reconhecê-las, preveni-las e tratá-las.
31
Fonte: neurosaber.com.br/psicomotricidade-na-concepcao-neuroeducacional
As escolas, hoje, estão cada vez mais preocupadas com os alunos que
apresentam dificuldades de aprendizagem. E muitas vezes não sabem qual
procedimento tomar, visto que muitas não possuem uma política de intervenção
capaz de contribuir para a superação destes problemas.
32
O Psicopedagogo tem a função de fortalecer a identidade da instituição
escolar e apoiar a equipe procurando sintonizá-la com a realidade que está sendo
vivenciada no momento histórico atual e buscando adequar esta escola às reais
demandas da sociedade.
33
Fonte: Pinterest / domínio público/ dificuldades de aprendizagem
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Ela tem como meta desenvolver projetos pedagógicos educacionais,
enriquecendo os processos de sala de aula, como: metodologia, planejamento,
avaliação.
35
reiterados erros de cálculos.
Área verbal: problemas na codificação/decodificação simbólica;
irregularidades na lectoescrita; disgrafias.
Emoções: desajustes emocionais leves; baixa autoestima.
Memória: dificuldades de fixação de conteúdos.
Percepção: reprodução inadequada de formas geométricas; confusão
entre figuras e fundos; inversão de letras.
Sociabilidade: inibição participativa; pouca habilidade social;
agressividade.
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Vale a pena conferir as sugestões de leituras sobre o tema da psicopedagogia
e neurociências! Aproveite!
37
e) A Psicopedagogia que surgiu na Europa através da junção de ciências como a
Psicologia e a Medicina e tinha como objetivo a reabilitação de crianças com
baixo desempenho escolar
ALTERNATIVA CORRETA: C
A Psicopedagogia, área científica que atua na aprendizagem humana, surgiu para
atender crianças, que por diferentes motivos, não conseguiam aprender. Como
ciência, seu objeto de estudo é o sujeito em processo de aprendizagem.
Fonte: https://www.fnac.com.br
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Nesta unidade você estudou e conheceu tudo sobre a Psicopedagogia: como
surgiu, sua trajetória ao longo da história no Brasil e no mundo, os principais autores
e as contribuições que a partir dela foram geradas visando o processo de ensino e de
aprendizagem.
Esperamos que os conteúdos tenham sido proveitosos para você, nas próximas
unidades você conhecerá um pouco mais sobre as neurociências e sua contribuição
para a educação.
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UNIDADE II
40
2.1. A psicopedagogia e o psicopedagogo
41
• Multidisciplinaridade: ocorre quando para a solução de um problema torna
necessário obter informação de duas ou mais ciências ou setores do
conhecimento sem que as disciplinas envolvidas no processo sejam elas
mesmas modificadas ou enriquecidas.
• Interdisciplinaridade: mais pela prática do que pela teoria, uma vez que a
interdisciplinaridade esta acontecendo, e a partir disso, uma teria tem sido
desenvolvida. A interdisciplinaridade confere ao trabalho psicopedagógico o
cunho científico ao estabelecer os vínculos entre a Pedagogia, a Filosofia, a
Sociologia.
• Transdisciplinaridade - abordagem científica que visa a unidade do
conhecimento, buscando elementos que passam entre, além e através das
disciplinas. Conhecimentos da neurolinguística, neurociência, psicologia,
sociologia, filosofia, pedagogia e psicologia.
42
considerados hoje, facilitadores nesse processo, já que permitem a expansão do
conhecimento e a atualização constante.
43
Participar e refletir com outros profissionais ligados à área do conhecimento
e da aprendizagem – discussão de casos e supervisão;
Contribuir com a comunidade, prestando serviços e desenvolvendo
pesquisas na área psicopedagógica.
8
SCOZ, B.J.L. Algumas Considerações sobre a Práxis Psicopedagógica na Realidade Educacional
Brasileira. In A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo: Editora ABPp,1994, p. 19. Práxis: termo
de origem grega que designa uma ação, mas uma ação com um fim em si mesma, que não cria, nem
produz qualquer objeto alheio à sua atividade. Práxis (definição marxista): atividade prática, material,
que coloca o homem como ser ativo e criador, que é transformado na medida em que transforma o
mundo pela sua ação material e social.
44
inibindo ou prejudicando a aprendizagem.
6) As falhas na estrutura e funcionamento da escola também desfavorecem o
trabalho dos professores que, premidos pela superlotação das salas de
aula e pela sobrecarga de trabalho, dificilmente conseguem atender aos
alunos individualmente.
45
Analisando os pensamentos de MENDES & SCOZ, vê-se que aprender tornou-
se um direito constitucional de todos os brasileiros e toda sociedade passou a ter o
dever de se empenhar em promover a educação, em seu sentido mais amplo, de
valorização das pessoas, oferecendo oportunidades que permitam a cada um a
possibilidade de ser um cidadão participante. É um dever que cabe à família, à escola,
às empresas, aos profissionais das diversas áreas, enfim, a toda a sociedade, que de
alguma forma tem um papel a cumprir na vida social de seu país.
Há muito que se fazer ainda, mas as bases já foram lançadas e cabe agora, à
sociedade civil, através de seus representantes legais, propor a legalização dos
serviços e do atendimento psicopedagógico, estendendo-o a todos os níveis
educacionais, em escolas públicas e particulares, de norte a sul do País.
Por isso, o Psicopedagogo precisa entender que seu trabalho não é feito
sozinho e que um dos princípios básicos, para tanto, é entender os conceitos de
Multidisciplinaridade, Interdisciplinaridade, Transdisciplinaridade no Trabalho
Psicopedagógico.
46
a) Atendimento Multidisciplinar é o conjunto de disciplinas a serem
trabalhadas simultaneamente, sem fazer aparecer as relações que possam
existir entre elas, destinando-se a um sistema de um só nível e de objetivos
únicos, sem nenhuma cooperação. (...). Segundo Piaget, a
multidisciplinaridade ocorre quando "a solução de um problema torna
necessário obter informação de duas ou mais ciências ou setores do
conhecimento sem que as disciplinas envolvidas no processo sejam elas
mesmas modificadas ou enriquecidas”. A multidisciplinaridade foi
considerada importante para acabar com um ensino extremamente
especializado, concentrado em uma única disciplina. A
multidisciplinaridade difere-se da pluridisciplinaridade porque esta, apesar
de também considerar um sistema de disciplinas de um só nível, possui
disciplinas justapostas situadas geralmente ao mesmo nível hierárquico e
agrupadas de modo a fazer aparecer as relações existentes entre elas. A
Psicopedagogia configura sua linha de ação na aprendizagem humana
utilizando-se, para tanto, diversas teorias do conhecimento, principalmente
nas áreas de comunicação e linguagem, raciocínio lógico-matemático,
ciências e línguas estrangeiras modernas.
47
Fonoaudiologia, a Neurologia, entre outros campos do saber.
48
1- Veja a imagem abaixo e responda: o que você entende sobre
Transdisciplinaridade?
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Vale mencionar que, além da demanda pelo profissional nas áreas clínicas, de
ensino e em hospitais, as grandes empresas e corporações costumam requerer o
psicopedagogo para orientar no processo de contratação de pessoas com alguma
deficiência, visto que elas têm garantido por lei uma cota de 5% das vagas de trabalho.
Como você viu, esta é uma importante área, que contribui para um processo
saudável de aprendizagem, ajudando o ser humano a desenvolver melhor suas
potencialidades.
Agora que você já sabe o que é Psicopedagogia, saiba mais sobre esta pós-
graduação inscrevendo-se na Associação Brasileira de Psicopedagogia in
www.abpp.com.br e comece a monitorar sua carreira!
51
2.4. As diferentes nomenclaturas do trabalho Psicopedagógico
Vamos ver o que são e quais são seus foco de atuação, embora a
recomendação da Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp seja a de que,
para fins de regulamentação da profissão, todos os cursos voltem à denominação
Pós-graduação em Psicopedagogia.
52
desenvolve técnicas remediativas, orienta pais e professores de forma que seu
trabalho seja integrado e não individual (FERNANDEZ, 2001).
53
construir um espaço adequado às condições de aprendizagem evitando
comprometimentos maiores.
54
Do ponto de vista da Psicopedagogia Hospitalar, segundo Gallar (1998, s/p),
“(...) a hospitalização pode acarretar à criança alguns problemas no seu
desenvolvimento, muitos dos quais a Psicopedagogia pode prevenir e/ou remediar...”.
Remediações de natureza emocional (ansiedade, depressão), cognitiva (dificuldades
de aprendizagem) e motivacional (autoestima negativa).
55
Segundo pesquisas de Vivian Rachman e Neide Noffs, apresentadas no artigo
“Psicopedagogia e Saúde”, da revista Psicopedagogia, edição 74, a Lei 10.685, de
30/11/2000, dispõe sobre acompanhamento educacional da criança e adolescente
internados. No Brasil, há diferentes projetos psicopedagógicos na área de saúde.
56
Suporte à família, profissionais e acompanhantes que permitem a
instalação e o resgate das potencialidades de parentes, e cuidadores, na
estimulação dos enfermos em suas habilidades cognitivas e afetivas.
57
subsídios significativos e perfis específicos aos treinamentos que se efetivam no
interior da organização.
58
Situamos aqui o contexto de construção de um corpo teórico psicopedagógico
que, usando as diversas áreas do conhecimento, tem o propósito de compreender o
sutil entrelaçamento entre a inteligência e o desejo do sujeito que "suporta" a
aprendizagem. Pain (1991), aponta o problema de aprendizagem como um lugar
privilegiado e talvez o único que permite observar as relações entre ambas às
estruturas.
59
Pode-se pensar então, não seriam os espaços digitais virtuais instrumentos ou
recursos propícios para investigação e/ou manifestação dos problemas de
aprendizagem?
Visca (2009) destaca que a aprendizagem não é só escolar, por isso em uma
investigação psicopedagógica deve-se investigar o tipo de vínculo que o sujeito
estabelece com o professor, a sala de aula, os conteúdos, os colegas e a escola, mas
também a relação com as pessoas fora do contexto escolar. Nessa perspectiva, Weiss
aponta que é necessário investigar a relação da criança com os adultos significativos
que lhe oferecem ou não modelos de aprendizagem, bem como os cenários onde isto
ocorre.
60
Chamat (2004) também apresenta e resgata algumas técnicas projetivas, tais
como o par educativo, o par educativo familiar, a técnica do "eu" ideal e real, desenho
livre e da família, da figura humana, situação agradável e desagradável, entre outras.
A autora alerta que a aplicação dos instrumentos projetivos requer do psicopedagogo
sustentação teórica para subsidiar a interpretação e a compreensão de que tais
instrumentos não podem ser analisados individualmente, mas, sim, inseridos em um
determinado contexto, considerando a história de vida individual e familiar do sujeito.
Diante das considerações aqui referidas, podemos inferir que o uso das TDVs
na clínica psicopedagógica, por atuar no campo das representações virtuais, agiliza
os mecanismos da projeção no sentido de deslocamento, ou seja, o sujeito projeta
para fora de si o que se recusa a reconhecer em si mesmo. Então, através da
projeção, é possível que o inconsciente se manifeste liberto dos entraves que
habitualmente o impedem de expressar-se, deslocando para o plano objetivo os
conteúdos latentes que podem estar significando suas aprendizagens em aprender
ou não aprender (CHAMAT, 2004).
61
Relacionar conceitos, organizar e construir conhecimentos;
Comprovar e formular novas hipóteses;
Tomar decisões e resolver problemas;
Aguçar a curiosidade, criatividade e imaginação;
Trabalhar em equipe promovendo os processos de colaboração e
cooperação;
Promover situações que favoreçam a independência e a autonomia;
Instigar o desenvolvimento de diversas competências e habilidades;
Ampliar as possibilidades de interação por meio de atividades variadas,
criativas e com nível de complexidade.
62
espaços (oportunidades e condições) para o aluno identificar, incorporar e vivenciar
valores positivos. Uma educação assim, evidentemente, deve dar-se não somente
pelo discurso, mas pelo curso mesmo dos acontecimentos na comunidade educativa,
dentro e fora da sala de aula. A postura do psicopedagogo nesse processo deve ser
a de um líder, um co-organizador e um co-criador de acontecimentos.
Esse é o ponto forte da Ética psicopedagógica, tida como uma dimensão nova,
promissora – e, por que não dizer? Radical, no jeito de pensar e agir.
9
Ontoconstrutivista (onto = ser, em grego). Uma perspectiva ontoconstrutivista é aquela que pretende
extrair do educando, através da sua passagem por situações de aprendizagem, decisões, ações e
compromissos para consigo mesmo e com os outros. Este termo vem da ONTOPSICOLOGIA, QUE É
UMA CIÊNCIA QUE SEGUE A MESMA DIREÇÃO DA INTENCIONALIDADE DA VIDA NO INTERIOR
DO SER HUMANO. Para compreender essa ciência é necessário conhecer as premissas científicas da
Ontopsicologia, contidas no texto Ontopsicologia Clínica; do ponto de vista filosófico, em Ontopsicologia
Filosófica e Epistemologia Evangélica. Sucessivamente, foram diluídos em outros textos. Atualmente,
a prospectiva global teórico-prática é apresentada no texto Manual de Ontopsicologia. In
MENEGHETTI, ANTONIO. Projeto Homem. Florianópolis: Editora Meneghetti, 1999 – 2ª edição, pp. 9-
11.
63
de amor, reverência, zelo e respeito pela vida em todas as suas manifestações, a qual
vê o aluno/cliente:
10
Encontra-se anexo ao final deste Livro-texto.
64
A revisão do Código de Ética é prevista para que se mantenha atualizado com
as expectativas da classe profissional e da sociedade. O código em vigência,
atualmente, está disponível em:
http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html - acesso em
28/02/2019.
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Nesta unidade você aprofundou estudos sobre a Psicopedagogia:
regulamentação da profissão, exercício da atividade psicopedagógica, campos
diversos de atuação e regras e normas éticas para um bom trabalho. Sabemos que
ao longo dos anos, houve avanços significativos de um estudo teórico para um estudo
empírico.
Após passar por uma unidade que explanou os conhecimentos teóricos, bases
de estudos e o contexto histórico da psicopedagogia, essa unidade teve por objetivo
transmitir o campo das possibilidades da psicopedagogia em prática e nas práxis,
abordando as questões éticas no trabalho.
Bons estudos!
66
UNIDADE III
A PSICOPEDAGOGIA DAS RELAÇÕES: dinâmica dos grupos e as
relações interpessoais na família, no trabalho e na escola
Conteúdos da Unidade
Relações interpessoais; Tipos de comportamentos; Necessidades Humanas;
Formação de Grupos: primários e secundários; formais e informais; não diretivos e
semi-diretivos; Ambiente; atenuação de intimidações; liderança distribuída;
formulação de objetivos; flexibilidade; consenso; compreensão do processo e
avaliação contínua; Dinâmicas de grupo; Apresentação pessoal (formal e projetiva);
Ouvindo o outro; Doação pessoal; Auto avaliação; A importância do Feedback –
técnica do sanduiche; Inteligência, Afetividade, Aprendizagem e Obstáculos à
Aprendizagem. Teorias de conhecimento aplicadas ao trabalho psicopedagógico.
Teorias do Conhecimento e da Aprendizagem aplicadas ao trabalho do
psicopedagogo.
67
o Feuerstein e o Programa de Enriquecimento Instrumental
Preparar o Psicopedagogo Institucional para lidar com as diferenças individuais
e grupais no trabalho: tolerância, política, respeito, integração, adequação,
avaliação, feedback e continuidade.
68
As pessoas são produtos do meio em que vivem, têm emoções, sentimentos e
agem de acordo com o conjunto que as cercam seja o espaço físico ou social. De
acordo com os estudos de Bom Sucesso (1997, p. 36):
Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar a vida e assim
também o ambiente escolar ou de trabalho é visto de sua forma especial.
Esta questão foi observada por Bom Sucesso (1997, p. 38). Embora a autora
tenha um discurso voltado para a palavra “ambiente de trabalho”, a mesmo não excluir
qualquer outro ambiente onde se processam as Relações Interpessoais:
69
alimento diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes,
esperançosos.
70
lúdicas para desenvolver habilidades de autoconhecimento, empatia, cordialidade,
altruísmo e ética.
Relações Interpessoais são relações que ocorrem entre duas ou mais pessoas,
seja no núcleo familiar, escola ou corporativo. Seja nas escolas ou em ambiente
empresarial, encontraremos com pessoas com diferentes tipos de comportamento:
agressivo, manipulativo, não assertivo e assertivo.
71
dos outros, sabem dizer sim e não na hora certa, são honestas e
respeitam a si e aos outros. Pessoas que tendem a ter boa relação com
as demais, além de facilitar as relações sociais por serem sinceras e
respeitarem pelos outros. O Comportamento Assertivo pode vir desde a
infância através de mensagens positivas, incentivo a sinceridade ou pelo
simples fato do próprio adulto respeitar o outro, a criança já aprende.
c) Comportamento manipulativo: nome atribuído às pessoas artificiais,
pessoas que desvalorizam a capacidade dos outros, distorcem
informações para conseguir o que querem, são chantagistas, usam as
pessoas para benefício próprio, vivem para enganar as pessoas.
Comportamento que gera mal estar em qualquer relacionamento
interpessoal que essa pessoa estabelecer e provoca sentimento de culpa.
A origem de pessoas assim também é da infância, por pais que passaram
mensagens negativas às crianças, falta de estímulo, decepções e
insegurança na infância. A criança aprende a viver na mentira com os pais
e aprende a elaborar justificativas, o que dificulta a desistir da mentira.
d) Comportamento não assertivo: aquelas pessoas que são facilmente
manipuladas, “usadas” pelos colegas; frequentemente são vítimas de
reações agressivas à sua personalidade e não produzem reação a essas
agressividades. Esse comportamento tem origem na infância, quando a
criança aprende que “criança educada” é aquela que não atrapalha o
professor para fazer perguntas se tiver dúvida, tem medo de reagir e ser
punida, por isso é reprimida por motivos diversos (carência afetiva, perdas
familiares, forte impacto por rígida formação moral e/ou religiosa, etc.)
72
É mais difícil encontrar pessoas honestas ou de comportamento assertivo
porque nem todos respeitam as diferenças: a assertividade não garante a não
ocorrência dos conflitos, mas melhora as relações interpessoais a partir da forma que
agimos, com sinceridade, honestidade. Começar a ser assertivo é começar a respeitar
as diferenças, ter consciência de que ninguém precisa ser igual a você para ser
perfeito, reconhecer erros, aceitar críticas, ser flexível, aberto para opiniões, dar sua
opinião, expressar seu ponto de vista.
73
PARA REFLETIR....
Fonte: https://exame.abril.com.br/blog/sua-carreira-sua-gestao
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11
MAGALHÃES, L.R. Relações Interpessoais no Cotidiano e a Aprendizagem. Trechos extraídos
de entrevista concedida em 03/05/2004 à Revista Psicopedagogia online. Acesso em 18/02/2019.
75
as interseções de estruturas de pensamento. Elas poderão ser mais ou menos
abrangentes, confirmadas ou negadas. Mas, de qualquer forma, representarão
avanços em domínios cognitivos.
76
De acordo com Magalhães (1999), o psicopedagogo pode atuar procurando
tornar mais agradável à convivência das pessoas em diferentes espaços profissionais,
buscando minimizar atritos, a partir do momento em que percebe que em
determinados casos, as pessoas com quem lidamos não estão disponíveis e seus
percursos de pensamento e condutas seguem traços paralelos aos nossos. Usando
uma linguagem da informática os programas pessoais não são compatíveis, não
existe possibilidade de decodificação recíproca.
• Querer que o outro pense como eu penso, goste do que eu gosto, queira o
que eu quero;
77
3.3. Relações interpessoais no ambiente escolar: formas de intervenção
psicopedagógica
78
despesas, pois o banco estará fechado, não tendo como fazer novos
saques. Além disso, deve haver coerência sobre a hierarquia das coisas e
seus respectivos valores. Por exemplo: amizade deve valer mais que uma
bicicleta. Dentre as coisas a serem leiloadas, sugere-se: amizade, respeito,
harmonia, amor ao próximo, solidariedade, bondade, viagem, bicicleta,
buquê de flores, automóvel, religião, esportes, etc.
c) Confeccionar Crachás é outra forma de trabalhar o respeito ao próximo.
Neles, os integrantes colocam suas características principais, como: nome,
apelido (se tiver), o que o deixa feliz, o que o chateia, seu maior sonho, etc.
O crachá deverá ser usado todos os dias, sendo que todos os membros do
grupo devem ficar atentos para os gostos dos outros integrantes.
A dificuldade das pessoas em receber feedback, isso nos inclui, está no fato de
não aceitarmos nossas ineficiências, nossas falhas e resistir às mudanças. Podemos
dizer que quanto menor o nível de feedback dado e recebido por uma pessoa, menor
79
será seu nível de transparência e, consequentemente, maior índice de ineficiência nas
relações interpessoais.
80
Ferramenta útil na condução das relações humanas, o feedback deve ser:
Específico (objetividade)
81
Entende-se que o feedback pode ser aplicado com os educadores em relação
á sua prática pedagógica, as famílias em relação aos encaminhamentos e
tratamentos iniciados quando necessários e solicitados, aos gestores das escolas
em relação a organização do Projeto Politico Pedagógico da instituição de ensino e
para o sujeito que aprende, que precisa ser valorizado, elogiado e ter reconhecido
seus avanços, bem como sinalizado o que precisa ser melhorar e buscar.
Fonte: http://psidinamicus.blogspot.com
82
Buscando em suas experiências pessoais e profissionais, relate um momento
positivo e um momento negativo em que o Feddback (dado ou recebido) alterou suas
relações, seja: na família, no trabalho ou na escola. Relate sua experiência.
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a) Autoconhecimento: Fundamental para administrar bem os
relacionamentos, autoconhecimento implica reconhecer nossos traços
de comportamento, o impacto que causamos nos outros e que
comportamentos dos outros nos incomodam. Por exemplo: uma pessoa
objetiva e dinâmica, que gosta de agir com independência e rapidez para
atingir seus objetivos, pode ter conflitos na interação com um colega de
perfil mais cauteloso e metódico, que segue regras à risca e tem um
ritmo mais lento por se preocupar com detalhes. Porém, se pelo menos
um dos dois tiver autoconhecimento, pode utilizar estratégias que
minimizam o conflito com o outro.
b) Empatia: Trata-se de considerar os outros, suas opiniões, sentimentos
e motivações. A empatia também nos torna capazes de ampliar nossa
percepção da realidade com os pontos de vista dos outros. Entre as
várias coisas que se pode fazer para praticá-la, a mais básica é saber
ouvir.
c) Assertividade: Para ter relacionamentos saudáveis, não basta ouvir: É
preciso também falar, expressar nossas opiniões, vontades,
dificuldades. É aí que entra a assertividade, a habilidade para nos
expressar de forma franca, direta, clara, serena e respeitosa.
d) Cordialidade: Tratar as pessoas com cordialidade é ser gentil, solícito e
simpático, é demonstrar consideração pelo o outro de várias formas. A
cordialidade desinteressada, que oferecemos por iniciativa própria, sem
esperar nada em troca, é um facilitador do bom relacionamento no
ambiente de trabalho.
e) Ética: Ser ético é ter atitudes que não prejudiquem os outros, não
quebrem acordos e não contrariem o que se considera certo e justo.
Podemos ter muito autoconhecimento, ser altamente empáticos,
assertivos e cordiais, mas, se não nos conduzirmos pela ética, não
conseguiremos manter relacionamentos equilibrados.
84
Os Pilares da Relação interpessoal e convivência
https://www.google.com.br/search?q=rela%C3%A7%C3%A3o+interpessoal+e+conviv%C3%AAncia&
source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiW3JfWnq_hAhXQILkGHZ5hDd0Q_AUIDigB&biw=136
0&bih=657#imgrc=zgMuwnaVEJyHyM: acesso em 25/02/2019.
85
artes, nas ciências, nos esportes, etc. Hoje, isso vai ficando cada vez mais difícil: são
sempre grupos de pessoas que, com seu trabalho em conjunto, realizam feitos em
tempo menor e com resultados bem mais avançados e práticos.
a) Formação de Grupos:
formais e informais;
não-diretivos e semi-diretivos;
b) Dinâmicas de grupo:
Ouvindo o outro;
Doação pessoal;
Auto-avaliação.
86
c) Grupos Operativos no Ensino: teoria, organização, funções e etapas de
desenvolvimento dos Grupos Operativos, segundo Pichon-Rivière;
87
Grupos Operativos no Ensino: teoria, organização, funções e etapas de
desenvolvimento dos Grupos Operativos, segundo Pichon-Rivière. Chamamos grupo
operativo a todo grupo no qual a explicitação da tarefa e a participação através dela
permite não só sua compreensão, mas também, sua execução (...). O grupo pode ser
visualizado em dois planos: o da temática, extensão de temas que constituirão a
armação da tarefa; e o da dinâmica, no qual a inter-relação evidenciará o sentir que
se mobiliza em dita temática.
88
da interferência dos fatores inconscientes. O referencial de grupos operativos dá conta
em certa medida de nos informar sobre estes fatores inconscientes, pois ele focaliza
os elementos que mobilizam as estruturas internas dos sujeitos, fazendo com que eles
superem suas dificuldades de aprendizagem e comunicação.
Aceitação incondicional da pessoa por parte da outra, tal como ela é, sem
juízos de valor ou críticas a priori. Desta forma, a pessoa pode sentir-se
livre (liberdade experiencial) para reconhecer e elaborar as suas
89
experiências da forma como entender e não como julga ser conveniente
para o outro. Poderá então sentir que não é necessário abdicar das suas
convicções para que os outros a aceitem. A aceitação positiva incondicional
é uma atitude assente na crença no potencial interno humano, derivando
do principal conceito proposto por Rogers a Tendência Atualizante (Gobbi
et al., 1998: 14).
Respeito;
90
Confiança;
Aceitação;
Autenticidade;
Tolerância.
91
orientada por cinco classes principais de dados: 1) contorno, 2) conduta exterior, 3) a
vivência, 4) modificações somáticas, 5) produtos da atividade do sujeito.
92
imagine uma janela com quatro "vidros" e em que cada "vidro", corresponde a uma
área anteriormente descrita, sendo a definição de cada uma delas:
93
outras pessoas também preenchem. (No caso de crianças pequenas a técnica é feita
com o Mediador anotando as características que, oralmente as crianças vão falando
a respeito dos coleguinhas ou de professores ou membros da escola). Para crianças
maiores e adolescentes (com o conhecimento de palavras subjetivas em relação a si
mesmo e aos outros, são os próprios indivíduos que preenchem as fichas).
Esses conceitos podem ser vistos por meio da animação “A janela de Johari”,
http://www.youtube.com/watch?v=s9JzrwCQO4M e do vídeo Janela de JOHARI
em http://www.youtube.com/watch?v=fb2yBWwQZso. Acesso em 23/02/19.
94
A prática da Janela Johari é usada nas equipes para que as pessoas percebam
quais são suas características e saibam notar as dos demais colegas, o que é
importante para o relacionamento, porque a técnica visa aproximar ainda mais as
pessoas, a partir do momento em que elas entendem a si mesmas, compreendem
seus limites e passam a entender e compreender os limites e a atitudes dos demais
colegas e membros de equipe (seja de trabalho, seja de estudo, seja de lazer).
As consequências disso são uma melhor conexão entre a equipe que, a partir
do conhecimento das qualidades de seus membros, passarão a respeitá-los mais e
saber com quem contar para cada tipo de trabalho. Resultado: melhor aprendizado,
melhor rendimento profissional, aumento da interatividade e tudo num ambiente
harmonioso.
Como ensinam Bordenave & Pereira (2004, 65) “o professor não pode obrigar
o aluno a aprender. Por isso, se o aluno não aprender, todo esforço feito para ensiná-
lo estará perdido.” Muitas vezes, não conseguimos obter êxito na educação de
crianças, jovens e adultos em função da inadequação das práticas pedagógicas, da
95
metodologia de ensino e dos referenciais teóricos utilizados ou aplicados em muitas
instituições tradicionais, por falta de conhecimento ou adaptabilidade à sua clientela.
12
BORDENAVE, J.D. & PEREIRA A.M. Estratégias de ensino-aprendizagem. 25ª ed. Petrópolis:
Vozes; 2004. p. 9-14.
96
micro, da instituição para a qual presta serviços), agregando à sua formação
profissional e intelectual, informações sobre Teorias Educacionais que venham
confirmar, reforçar ou modificar a práxis adotada.
97
realidade educacional brasileira, para que se possa ter parâmetros de comparação e
análise de dados, tecendo comparações entre pontos convergentes e divergentes
entre as citadas Teorias Cognitivistas da Educação.
98
A importância destas classificações é que cada tipo requer diferentes tipos de
instrução. Gagné identifica cinco categorias de aprendizado:
a) informação verbal;
b) habilidades intelectuais;
c) estratégias cognitivas;
d) habilidades motoras;
e) atitudes.
99
Estes eventos devem satisfazer ou fornecer as condições necessárias para o
aprendizado e servir como base para criar a instrução e selecionar os meios
apropriados (Gagné, Briggs & Wager, 1992). Embora a estrutura teórica de Gagné
cubra todos os aspectos do aprendizado, o foco da teoria está nas habilidades
intelectuais. A teoria foi aplicada para criar instruções em todos os domínios (Gagné
& Driscoll, 1988).
Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de
condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o
meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia =
estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo, como
adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta
interação do indivíduo com o meio.
Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente”
será o indivíduo. As teorias piagetianas abrem campo de estudo não somente para a
psicologia do desenvolvimento, mas também para a sociologia e para a antropologia,
além de permitir que os pedagogos e psicopedagogos tracem uma metodologia
baseada em suas descobertas. De acordo com (HAIDT, 2002, p. 48), um dos
pressupostos pedagógicos da teoria de Piaget é:
100
natural de cada indivíduo. Os estudos experimentais de Piaget permitem ao
professor identificar o estágio em que uma criança está atuando, e ao mesmo
tempo, lhe mostra o que esperar dos alunos nos diferentes estágios de
desenvolvimento.
101
vê diretamente, o que significa que os objetos já têm uma realidade cognitiva além
da realidade física.
102
substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho
(grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou
operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos
maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo
fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é
uma linguagem socializada), sem que, no entanto, possam discutir diferentes
pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.
Para Vygotsky, o pensamento e a palavra não são ligados por um elo primário,
mas, ao longo da evolução do pensamento e da fala, tem início uma conexão entre
ambos, que se modifica e se desenvolve. Segundo ele, o fato mais importante
revelado pelo estudo genético do pensamento e da fala é que a reação entre ambos
passa por várias mudanças. O progresso da fala não é paralelo ao progresso do
pensamento. As curvas de crescimentos de ambos cruzam-se muitas vezes; podem
atingir o mesmo ponto e correr lado a lado, e até mesmo fundir-se por algum tempo,
103
mas acabam se separando novamente. Isso se aplica tanto à filogenia 13 como à
ontogenia14.
1) A linguagem social, que seria esta que tem por função denominar e comunicar, e
seria a primeira linguagem que surge.
13
Filogenia: História evolucionária das espécies. In FERREIRA, A. B.H Novo Aurélio: o Dicionário
da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, p. 905.
14 Ontogenia: Desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até a maturidade para a reprodução.
In FERREIRA, A. B.H Novo Aurélio: o Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1999, p. 1447.
15 RIBEIRO, A. M. Curso de Formação Profissional em Educação Infantil. Rio de Janeiro: EPSJV /
104
coisas novas (“o que é isso?”) e pelo enriquecimento do vocabulário.
Ausubel17 foi taxativo quando afirmou que: “(...) o fator isolado mais importante
influenciando a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe; determine isso e ensine-
o de acordo”. Moreira & Masini (op. cit. pp 3-5) destacam que a atenção de Ausubel
estava constantemente voltada para a aprendizagem tal como ela ocorre em sala de
16
Ausubel, D.P. Educational Psychology: a Cognitive View. New York: Holt, Rinehart and Winston Inc.,
1968, pp 37-41. In Moreira, M.A & Masini, E.F.S. Aprendizagem Significativa: A Teoria de David
Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982, p. 4. “(…) uma experiência consciente, claramente articulada e
precisamente diferenciada, que emerge quando sinais, símbolo, conceitos e proposições
potencialmente significativos são relacionados à estrutura cognitiva e nela incomporados.”
17 Ausubel, D.P. op. cit., p. 13 e p 61.
105
aula, no dia-a-dia da grande maioria das escolas, exemplificando propostas para a
sistematização e aplicação de sua teoria no ensino de diversas disciplinas. Novas
ideias e informações podem ser aprendidas e retidas na medida em que conceitos
relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura
cognitiva do indivíduo e funcionem como ancoragem às novas ideias e conceitos.
Assim, Moreira & Masini (op. cit. pp 62) afirmam que:
106
assimilados) a conceitos mais gerais, mais inclusivos. Estrutura
Cognitiva significa, portanto, uma estrutura hierárquica de
conceitos que são representações das experiências sensoriais
do indivíduo.
18 Antony, S. & Ribeiro, J. P. (2004). A Criança Hiperativa: Uma Visão da Abordagem Gestáltica.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 20, n. 2, 127-134.
19 CÓRIA-SABINI (1986, p 15). Na área da aprendizagem, um dos principais representantes do
movimento gestaltista, que surgiu em oposição aos teóricos do condicionamento, foi Köhler. “A
107
a transição da incapacidade para o domínio do problema;
a boa retenção;
e o imediatismo com que a solução pode ser transferida para outras situações
semelhantes.
preocupação básica dos gestaltistas refere-se às condições que possibilitam a descoberta da resposta
adequada a um problema proposto. Essa descoberta é feita por meio de ‘insight’.”
108
A aprendizagem significativa fecha a gestalt, dá sentido à experiência e
organiza harmonicamente o indivíduo em sua totalidade funcional; seja ela montada
por disciplinas escolares ou oriunda da vida cotidiana, promove a awareness20 por
meio da integração dos sistemas cognitivo, sensório e motor, cuja figura objeto de
conhecimento passa a fazer parte da totalidade indivíduo, retornando ao fundo e
criando condições para novas figuras.
Goldstein (1995) aponta que, nesse processo, o material consciente que não é
necessário em determinada situação retorna ao fundo inconsciente de onde emerge
quando se torna apropriado em nova situação. Assim, verifica-se que os conteúdos
aprendidos em momentos anteriores tendem a emergir em uma nova solução de
problemas, tornando-se figura a partir da mobilização do fundo repleto de experiências
já vividas e assimiladas. A aprendizagem refere-se, nesse caso, à aquisição de
respostas por meio da introvisão (insight21) resultante de uma súbita alteração no
campo perceptual, enquanto a solução de problemas consiste na combinação de
elementos já existentes.
20
AWARENESS: é sentimento inteligente da presença ou de perturbação, ou bem estar, ou alegria
interior, ou afeto, afeição – que provoca reação de pensamento curioso ou indagador.
http://www.igt.psc.br/Artigos/Awareness.htm Consultado em 12/03/2010.
De acordo com o site: http://www.proz.com/kudoz/english_to_portuguese/psychology/655953-
awareness.html Consultado em 12/03/2010, awareness significa: Compreensão, cognição, percepção,
conscientização.
21 INSIGHT: palavra de origem inglesa que significa: perspicácia, discernimento; penetração,
introspecção. In: SERPA, O. Dicionário Escolar Inglês Português. Rio de Janeiro: MEC/FAE, 1992,
p 363. Em sentido figurado, insight quer dizer aquele “estalo”, aquela luz, aquele momento em que o
cérebro se abre para a aprendizagem; vulgarmente, é o momento do “click”, quando o aluno está pronto:
assimila, compreende e realiza a aprendizagem. (interpretação nossa).
109
igual forma, dificuldades no contato dentro do contexto escolar tendem a representar
figuras que concorrem com os conteúdos trabalhados em sala de aula.
110
Pode-se então verificar que a abordagem essencial da Gestaltpedagogia é
formulada partindo-se das necessidades dos indivíduos, tentando desencadear um
processo de crescimento que tem como meta a sua modificação e do meio. Segundo
Burow & Scherpp (1985, p 123), “o processo de ensino e aprendizagem não começa
na matéria, mas nas possibilidades e necessidades dos alunos. Em outras palavras,
aquilo que se encontra no aluno é importante e ponto de partida de todas as reflexões.”
O ensino gestalpedagógico implica criar sempre novas situações e possibilidades que
permitam uma aprendizagem repleta de sentido por meio da vivência e da experiência.
111
4. Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com
precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências
visuais até mesmo sem estímulos físicos.
uma educação centrada na criança c com currículos específicos para cada área
do saber;
112
desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica.
113
Significante, enfatiza os aspectos dinâmicos e ativos do ensino que reforçam o
processo de interação na aprendizagem e considera o aluno capaz de auto-direção,
desde que em ambiente propício e interessante. Rogers classifica o aprendizado da
seguinte forma:
114
balancear os componentes intelectual e emocional do aprendizado;
a dimensão racional;
22
SILVA, Maria Cecília Almeida. Psicopedagogia em busca de uma fundamentação teórica. São
Paulo: Ed. Scipione, 1989. p. 31/35.
23 HOUAISS. Dicionário Eletrônico Antônio Houaiss da Língua Portuguesa. Versão para Windows.
115
próprio desejo da criança, capaz de explicar-lhe porque ela tem desejos e capaz de
auxiliar a ultrapassar os seus desejos primitivos, dirigindo-os para desejos culturais,
superiores.
Por que a criança pergunta tanto? Quando a criança pergunta por que chove,
por que existem noite e dia, por que... e todo o resto, responde Freud, está na verdade
interessada em dois porquês fundamentais: por que nascemos e por que morremos,
ou, dito do modo clássico, de onde viemos e para onde vamos. Há um momento
capital e decisivo na vida de todo ser humano: o momento da descoberta daquilo que
Freud chama de diferença sexual anatômica. Se até então, os meninos e meninas
acreditavam que todos os seres humanos eram ou deviam ser providos de pênis, a
partir desse momento “descobrem” que o mundo se divide em homens e mulheres,
em seres com pênis e seres sem pênis.
A criança que vai à escola para aprender a ler e escrever denuncia – ou não –
uma dessas preocupações. Ela pergunta, quer respostas. Ela cria expectativas em
24
Kupfer, Maria Cristina. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo: Ed. Scipione,
1989, p.78.
116
relação ao professor e também espera se tornar um aluno que agrade esse mesmo
professor. Mas essa relação professor-aluno nem sempre se passa dessa maneira.
Pelo contrário: a criança sente-se literalmente castrada: não pergunta, não porque não
deseje saber, mas porque não sente uma demanda de ensinar. E no mundo, a
aprendizagem muitas vezes fica sob o domínio da repressão: um fala, e o outro
escuta.
25FERNANDEZ, Alícia. A mulher escondida na professora. Trad.. Neuza Kein Kickel. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 1994, p. 58-61 e 68.
117
Qual é o desafio? Qual o lugar da Pedagogia nesse campo desejante? A escola é um
lugar de enunciação. É neste espaço que a criança vai aprender a dizer a sua palavra,
a colocar um sentido na sua intenção.
26
FREIRE, P.. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1978, p. 13. Ao dizer a sua
palavra, o homem assume conscientemente sua essencial condição humana. E o método que lhe
propicia essa aprendizagem comensura ao homem todo, e seus princípios fundam toda a pedagogia
desde a alfabetização até os mais altos níveis do labor universitário.
118
alguém. Freud enfatizava a relação professor aluno, porque acreditava se tratar de
uma relação transferencial27.
27
Sobre transferência, cf.: Obras de Freud, vol. I, no artigo “Análise fragmentária de uma histeria”
(1901) e também “Interpretação dos sonhos” (vol. IV e V) quando mencionou a palavra transferência
pela primeira vez. Nesse último artigo, Freud se deu conta da constância com que a transferência
também ocorria nas diferentes relações estabelecidas pelas pessoas no decorrer de suas vidas,
chegando a afirmar que a transferência está presente, também, na relação professor-aluno.
28 GOLEMAN, D. Inteligência Emocional: Teoria Revolucionária. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2001.
119
O autor afirma que existem duas mentes: a que raciocina e a que sente. Esses
dois modos de conhecimento diferentes interagem na construção de nossa vida
mental. Um, a mente racional, é o modo de compreensão, de que quase sempre temos
consciência, é mais destacado na consciência, mais atento, capaz de ponderar e
refletir. Já, o outro modo, a mente emocional, é um sistema de conhecimento
impulsivo. Na maior parte do tempo, essas duas mentes operam em harmonia,
mesclando seus modos de conhecimento para que nos orientemos no mundo.
A mente racional demora mais para registrar os fatos e para reagir a eles do
que a mente emocional. Em circunstâncias emotivas, o primeiro impulso vem do
coração e não da cabeça. Existe também o tipo de reação emocional que não é tão
rápida, desenvolve-se e fermenta-se no pensamento até configurar-se como
sentimento. Esse caminho é mais deliberado e permite que se tenha consciência do
raciocínio que leva à eclosão da emoção. Nesse caso, a reação que se desencadeia
é precedida de uma avaliação extensa que engloba o pensamento, o processo
cognitivo. Nesse processo mais lento, um pensamento mais articulado precede o
sentimento e surge a resposta emocional adequada.
120
No processo de resposta rápida, ao contrário, o sentimento precede ou é
simultâneo ao pensamento. Essa reação emocional assume o comando em situações
de urgência, por isso, essa reação tem o poder de mobilizar-nos quando se trata de
sobreviver a um iminente perigo. Da mesma forma que há caminhos rápidos e lentos
para o desencadeamento de uma emoção, há emoções que alimentamos e que
convidamos para permanecer conosco. São sensações provocadas propositalmente.
Por isso, é muito difícil fazer com que uma pessoa, sob perturbação emocional,
raciocine; não há argumento do ponto de vista lógico que o demova de suas
convicções. A mente emocional reage, no presente, a um fato, como reagiu no
passado a esse mesmo fato.
3 - Motivar-se.
121
A pedra basilar da inteligência emocional é a autoconsciência, isto é, o
reconhecimento de um sentimento enquanto ele decorre. O sentimento desempenha
um papel crucial na nossa navegação pelas decisões que temos que tomar. Segundo
Goleman, "a chave para tomar boas decisões pessoais é ouvir os sentimentos".
122
outros requer a maturação de duas habilidades emocionais: autocontrole e
empatia.
123
portanto, de desequilibração e, consequentemente, de desenvolvimento. Ou seja,
também desta forma, são consideradas para a construção do conhecimento social.
124
Se a pessoa não tem estrutura suficiente para compreender determinado
conhecimento, deve-se criar um ambiente melhor de trabalho, clima,
diálogo, porque é impossível criar estruturas necessárias. EX: não se deve
ensinar conhecimentos abstratos, teorias complicadas para uma criança
que ainda não atingiu a faixa etária esperada, que se encontra no período
das operações concretas;
Se a pessoa possui estruturas em formação, o professor deve trabalhar
com a ideia de que o erro é construtivo, deve fazer a mediação, ajudando
o aluno a superar as dificuldades;
Se a pessoa possui estruturas e não aprende, os procedimentos estão
errados. O professor fará intervenção para que o aluno tome consciência
do erro. Em muitos casos quem deve mudar os seus procedimentos é o
professor.
125
crianças internalizam e constroem o conhecimento, sob influência desse meio e como
são passados os conhecimentos.
126
Para Vygotsky (1998), a Zona de Desenvolvimento Proximal representa o
espaço entre o nível de desenvolvimento real, ou seja, aquele momento, onde a
criança era apta a resolver um problema sozinha, e o nível de desenvolvimento
potencial, a criança o fazia com colaboração de um adulto ou um companheiro. A
referência da zona de desenvolvimento proximal implica na compreensão de outras
ideias que completa a ideia central, tais como:
Vygotsky coloca que no cotidiano das crianças, elas observam o que os outros
dizem, porque dizem, o que falam, porque falam, internalizando tudo o que é
observado e se apropriando do que viu e ouviu. Recriam e conservam o que se passa
ao redor. Em função desta constatação. Assim, a aprendizagem da criança se dá
pelas interações com outras crianças de seu ambiente, fator este que determina o que
por ela é internalizado. A criança vai adquirindo estruturas linguísticas e cognitivas,
conhecimento este mediado pelo grupo.
127
3.8.3.3 Wallon: Afetividade e Cognição na Construção da Inteligência.
29
ARANTES, V.A. Afetividade e Cognição: Rompendo a Dicotomia na educação. Psicóloga,
doutora em Psicologia pela Universidade de Barcelona e professora da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo. Publicações recentes: ARANTES, V. Cognição, afetividade e moralidade.
São Paulo, Educação e Pesquisa, 26(2): 137-153, 2001; ARANTES, V. & SASTRE, G. Cognición,
sentimientos y educación. Barcelona, Educar, v. 27, 2002. varantes@usp.br In
http://www.hottopos.com/videtur23/valeria.htm, consultado em 23/02/2019.
30 Tassoni, E.C.M. AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM: A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO.
128
assim como suas múltiplas relações com outras atividades psíquicas. Afirma que a
afetividade desempenha um papel fundamental na constituição e funcionamento da
inteligência, determinando os interesses e necessidades individuais. O autor atribui às
emoções um papel de primeira grandeza na formação da vida psíquica, funcionando
como uma amálgama entre o social e o orgânico. Para Wallon (1971, p. 262), as
relações da criança com o mundo exterior são, desde o início, relações de
sociabilidade, visto que, ao nascer, não tem
31
WALLON, H. Do acto ao pensamento. Lisboa: Moraes Editores, 1978.
129
A base desta relação vincular é afetiva, pois é através de uma forma de comunicação
emocional que o bebê mobiliza o adulto, garantindo assim os cuidados que necessita.
Portanto, é o vínculo afetivo estabelecido entre o adulto e a criança que sustenta a
etapa inicial do processo de aprendizagem. Seu status é fundamental nos primeiros
meses de vida, determinando a sobrevivência.
130
A ideia de que inteligência pode ser desenvolvida está associada ao trabalho do
Professor Feuerstein, o qual estudou na Universidade de Genebra sob orientação de
Jean Piaget, André Rey, Barbel Inhelder e Marguerite Loosli Uster e é um seguidor de
Lev Vygotsky. Ele é o presidente do Centro Internacional pelo Desenvolvimento do
Potencial de Aprendizagem (ICELP)32 em Jerusalém. Os conceitos de que a
inteligência é plástica e modificável, e que a inteligência pode ser pensada, são
centrais na teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural. Para Feuerstein, a
Inteligência pode ser desenvolvida em um ambiente de aprendizagem mediado, criado
a partir da teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada.
Feuerstein desenvolveu uma versão básica do PEI para uso com crianças e
adolescentes com dificuldades cognitivas profundas. Projetos através do estado do
Alasca (EUA), Grã-Bretanha, Itália, Índia e Japão tem sido desenvolvidos, explorando
a aplicabilidade de novos instrumentos com jovens com dificuldades diversas de
aprendizagem.
científicas com várias populações, incluindo engenheiros da Motorola (USA), estudantes carente em
comunidades rurais do Brasil (Bahia), imigrantes não-alfabetizados (Etiópia), crianças autistas e com
síndrome de Down (Jerusalém-Israel), estudantes do ensino médio com baixo aproveitamento em
matemática (Cleveland, Ohio, USA) e muitos outros grupos.
131
De acordo com o Prof. Feuerstein35
35
Pronunciamento do Prof. Feuerstein na cerimônia de abertura da 18ª Conferência Anual do ICELP
(Centro Internacional pelo Desenvolvimento do Potencial de Aprendizagem), em Julho de 1997:
132
b) Mediação de transcendência: Transcendência da realidade concreta, “do
aqui-e-agora” e da tarefa aprendida, generalizando para posterior
aplicação da compreensão de um fenômeno apreendido em outras
situações e contextos. Por transcendência, entende-se algo que foi
aprendido e logo foi extrapolado para outras dimensões espaço-temporal
da vida do mediado. Ou seja, no processo de mediação o mediador deve
ter a capacidade de conduzir o aprendiz para além do problema a ser
resolvido. Universalizando ou transcendendo as soluções adquiridas ante
uma situação-problema imediata, conduzindo-o a pensar sobre a
aplicabilidade destes conceitos em outras situações de sua realidade.
c) Mediação de significado: Construção (incitada pelo mediador) de
significados que permitam compreender a importância da aprendizagem e
interpretar os resultados alcançados. A construção de significados é
quando o mediador trabalha com a elaboração de valores e códigos
culturais (linguagem). Para que haja mediação, é necessário trabalhar com
o uso apropriado das palavras e a significação de símbolos e
representações que estão antepostas ao mediado. O mediador introduz
problematizando, conceitos e significados. Afinal o mediado compreenderá
uma realidade dada a partir de sua leitura de mundo, que por sua vez é
elaborada por sentidos e significados que ele dá aos estímulos de sua
realidade objetiva. Aqui a linguagem, na perspectiva vygotskyana, é um
instrumento ou uma ferramenta psicológica de intervenção e estruturação
do pensamento. O mediador tem como função introduzir e aprimorar no
mediado estes instrumentos.
133
funções cognitivas e operações mentais necessárias à aprendizagem. O PEI pode ser
utilizado em grupo ou individualmente em crianças na idade escolar e em adultos de
vários níveis de funcionamento e pode ser aplicado em diferentes áreas:
134
Na Unidade III você teve oportunidade de conhecer e explorar o universo das
relações interpessoais, compreender os diferentes conceitos de grupos e como estão
organizados. Aprendeu sobre a importância de receber feedback, de estar preparado
para ouvir críticas sobre nosso trabalho e entendeu que, essa ferramenta deve ser
usada para elogiar, apontar melhorias e apoiar o outro no momento de devolutiva dos
seus resultados e no planejamento de metas.
Até a próxima!
135
UNIDADE IV
INTRODUÇÃO ÀS NEUROCIÊNCIAS: contexto histórico e contribuições para
Educação
Caro(a) aluno(a)
136
das pesquisas realizadas nesse sentido, alcancem a sociedade e pudessem melhorar
a qualidade de vida das pessoas, foi necessário um esforço científico muito grande.
Um deles tinha como objetivo integrar conhecimentos de diferentes áreas que
estudam a aprendizagem e desenvolvimento humano, por meio da educação, biologia
e ciências cognitivas, gerando assim a proposta da Neurociência da Educação.
137
Ao longo do curso você terá a oportunidade de estreitar seu interesse acerca
dos conteúdos. Em cada disciplina futura você irá conhecer e se aprofundar nos
conhecimentos que envolvem o desenvolvimento humano e aprendizagem, em seus
vários aspectos.
Você deve estar se perguntando: mas por quê? Lembre-se de que você se
tornará um Psicopedagogo e precisa conhecer o funcionamento do cérebro. O
sistema nervoso é algo complexo a quem se destina a estudá-lo a fim de desenvolver
pesquisas para algum conhecimento científico ou voluntário. Sendo assim, é preciso
separar por partes para que haja uma divisão que facilite a assimilação dos
profissionais e estudiosos.
138
Neurociência comportamental: quem segue esta linha procura
estabelecer uma ligação entre o contato do organismo e seus fatores
internos (emoções e pensamentos) ao comportamento visível, como a
forma de falar, de se postar e até mesmos os gestos usados pela pessoa.
139
A evolução da neurociência permite, atualmente, visualizar cada parte do
cérebro vivo em ação, do maior circuito até a sinapse no diminuto espaço entre
neurônios. É possível registrar a atividade elétrica de uma única molécula no cérebro.
140
esclarecer como funciona o sistema nervoso (Purpura, 1992; Purves et al., 1997;
Kandel et al., 2000; Lent, 2001).
141
A função do Psicopedagogo com especialização em Neurociências é justamente a de
propor novos olhares educativos, pautados na neurofisiologia do indivíduo que aliadas
às práticas pedagógicas vão procurar a facilitação da aprendizagem, além de
identificação e redução dos problemas educacionais nos diversos níveis de
escolaridade.
142
"Quanto mais emoção contenha determinado evento, mais ele será gravado no
cérebro", afirma o Iván Izquierdo36, médico, neurologista e coordenador do Centro de
Memória da PUC-RS. De acordo com Piaget (1998) que valorizava o termo
afetividade, em vez de emoção, e em seus estudos ponderou que ela (emoção)
influencia positiva ou negativamente os processos de aprendizagem, acelerando ou
atrasando o desenvolvimento intelectual.
36
Iván Izquierdo in http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2013/01/experiencia-conta-
muito-mas-saber.html acesso em 22/02/2019.
143
A aprendizagem e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento do
cérebro, o qual é moldável aos estímulos do ambiente (Fischer & Rose, 1998).
144
método de ensino, do contexto da sala de aula e da família e comunidade. Todos
estes fatores interagem com as características do cérebro dos indivíduos.
Você já deve ter ouvido falar que a alimentação afeta o cérebro da criança em idade
escolar. Se a dieta é de baixa qualidade, o aluno não responde adequadamente a
excelência do ensino fornecido, daí a necessidade de garantir uma alimentação
saudável e equilibrada. O Psicopedagogo geralmente consegue identificar situações
como essas nos momentos de conversas e entrevistas com os pais e professores nas
escolas.
Claro que isso exigirá novos métodos de educação especial, ao mesmo tempo
a identificação de estilos individuais de aprendizagem e a descoberta da melhor
maneira de introduzir informação nova no contexto escolar, (Byrnes & Fox, 1998).
145
o que é um meio estimulante para cada tipo de aprendizado? Quais devem ser as
intervenções para intensificar o efeito do meio? Como o aluno irá reagir?
A pergunta que não quer calar, no entanto, é como então o professor pode
enriquecer o processo de ensino e aprendizagem usando as contribuições da
Neurociência em sua prática educativa?
Além dos aspectos já vistos acima, além da emoção, o cérebro também precisa
de outros fatores para aprender: a motivação, a atenção e a memória.
A motivação, para Ausubel, deve estar associada ao prazer, mais do que estar
na situação de ensino ou mediação, ela pode fazer parte do próprio ato de aprender.
Quando o estudante se percebe capaz de explicar certo fenômeno ou de vencer um
desafio usando apenas o que já sabe, trata-se de um momento de superação e
motivação.
De acordo com Vygotsky, a cognição tem origem na motivação. Mas ela não
brota espontaneamente, como se existissem algumas crianças com vontade e
naturalmente motivadas e outras não. Esse impulso para agir em direção a algo é
146
também culturalmente modulado, isto significa que o sujeito aprende a direcioná-lo
para aquilo que quer, como estudar, por exemplo.
Por tudo isso, você há de concordar que a escola deve ser um espaço que
motive e não somente que se ocupe em transmitir conteúdo. Para que isso ocorra, o
professor precisa propor atividades que os alunos tenham condições de realizar e que
despertem a curiosidade deles e os faça avançar. É necessário levá-los a enfrentar
desafios, a fazer perguntas e procurar respostas.
147
Muitas vezes as dificuldades de aprendizagem incorrem desse discurso, para
evitar isso, o professor deve focar a interação entre ele, o saber e o aluno, refletindo
sobre as atividades propostas e modificando-as se necessário.
Você sabia que o cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a
vida? Isso acontece graças a interferência do ambiente no sistema nervoso que causa
mudanças anatômicas e funcionais no cérebro. Assim, a quantidade de neurônios e
as conexões entre eles (sinapses) mudam dependendo das experiências pelas quais
se passa. Antes, acreditava-se que as sinapses formadas na infância permaneciam
imutáveis pelo resto da vida, mas há indícios de que não é assim.
148
Em 1980, um estudo pioneiro do neurocientista norte-americano Michael
Merzenich, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstrou que o
cérebro de macacos adultos se modificava depois da amputação de um dos dedos da
mão. A perda do membro provocava atrofia dos neurônios da região responsável pelo
controle motor do dedo amputado. Porém ele observou também que essa área
acabava sendo ocupada pelos neurônios responsáveis pelo movimento do dedo ao
lado.
Ela também se consolida do concreto para o abstrato, pois o lobo frontal, sede
do nosso pensamento abstrato, demora mais a se desenvolver, até por volta da
segunda década de vida.
149
1- "A Neurociência mostra que o desenvolvimento do cérebro decorre da
integração entre o corpo e o meio social. O educador precisa potencializar essa
interação por parte das crianças", afirma Laurinda Ramalho de Almeida37,
professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação, da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e especialista em
Wallon. Partindo dos estudos e pesquisas apresentadas recentemente nessa
área, é possível ao Psicopedagogo estabelecer uma relação entre as
contribuições das neurociências e o trabalho realizado nas instituições de
ensino. De que maneira o Psicopedagogo pode auxiliar o educador a
potencializar os conhecimentos dos seus alunos?
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37
Entrevista concedida sob o título de: Neurociência: como ela ajuda a entender a aprendizagem
https://novaescola.org.br/conteudo/217/neurociencia-aprendizagem Reportagem de Fernanda Salla
para a Revista Nova Escola em 15/06/12. Acesso em 14/02/2019.
150
Chegamos ao final da disciplina Fundamentos da Psicopedagogia
apresentando a você, aluno(a), questionamentos acerca da importância do
conhecimento das neurociências para o atendimento psicopedagógico nas instâncias
clínica e institucional. É claro que estes conhecimentos não se esgotam aqui e serão
melhor detalhados nas disciplinas seguintes. Você conheceu os diferentes enfoques
das neurociências para o desenvolvimento e aprendizagem e as ideias dos principais
autores e suas teorias sobre as contribuições que, a partir delas, foram geradas.
Até a próxima!
151
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
152
CAMARGO, M. Ética na Empresa. Petrópolis: Vozes, 2009.
CASTORINA, J.A.; FERREIRO, E.; LERNER, D. & OLIVEIRA, M.K. Piaget &
Vygotsky: Novas Contribuições para o Debate. São Paulo: Ática, 1995.
153
IGEA, B. D. R. Presente e o Futuro do Trabalho Psicopedagógico. Porto Alegre:
Artmed, 2005.
LIBÂNEO. J. C. Pedagogia e pedagogos, para que? 12. Ed. São Paulo: Cortez,
2010.
LIMA, L.O. Dinâmicas de Grupo na Empresa, no Lar e na Escola. 3ª. Ed. Petrópolis:
Vozes, 2009.
154
PORTILHO, E. Como se aprende? Estratégias, Estilos e Metacognição. Rio de
Janeiro: WAK, 2009
PRIOTTO, E.P. Dinâmicas de Grupo para Adolescentes. 3ª. Ed. Petrópolis: Vozes,
2009.
VEIGA, E.C. & GARCIA, E.G. Psicopedagogia e a Teoria Modular da Mente. Porto
Alegre: Artmed, 2006.
155
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BOM SUCESSO, E.P. Trabalho e qualidade de vida. Rio de Janeiro: Dunya, 1997.
LA TAILLE, Y.; OLIVEIRA, M.K. & DANTAS, H. Piaget, Vigotsky, Wallon: Teorias
Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1992.
156
Portugal. Adeus professor, adeus professor? (Questões de nossa época). São
Paulo: Cortez, 1997.
MARCOZZI, A.M.; DORNELLES, L.W. & RÊGO, M.V.S. Ensinando à Criança. Rio
de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1983.
NÉRICI, I.G. Metodologia do Ensino: Uma Introdução. São Paulo: Atlas, 1981.
POZO, J.I. Teorias Cognitivas da aprendizagem. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
ROGERS, C.R. Sobre o Poder Pessoal. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
157
_______ . Liberdade para Aprender em Nossa Década. Porto Alegre: Artmed, 1985.
SILVA, T.T. (org.). O Sujeito da Educação. 7ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
158
MORAIS, M.L.C. Com açúcar e com afeto: das relações psicopedagógicas
vinculares entre aprendentes e ensinantes. http://www.abpp.com.br/artigos/66.htm
novembro de 2006, consultado em 05/03/2010.
159
ANEXO I
Artigo 1º
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do
processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e
o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em
diferentes referenciais teóricos.
§1 A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento,
relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre
os processos de aprendizagem e as suas dificuldades.
§2 A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes
âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o
institucional e o clínico.
Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos, instrumentos
e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem, cabíveis na
intervenção.
Artigo 3º
A atividade psicopedagógica tem como objetivos:
a) promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão escolar e
social;
b) compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
c) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
d) mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.
Artigo 4º
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a
organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que
concerne às questões psicopedagógicas.
160
Capítulo II – Da formação
Artigo 5º
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de pós-
graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.
Artigo 6º
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados
e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” - e os
profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de titulação acadêmica
e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicopedagogo submeter-se à
supervisão psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal.
Artigo 7º
O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e
não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e
instituições sob seu atendimento.
§ 1º Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas
e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o atendimento.
§ 2º O psicopedagogo não revelará como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade judicial.
Artigo 8º
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados, mediante
concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal.
Artigo 9º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não será
franqueado a pessoas estranhas ao caso.
Artigo 10º
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O psicopedagogo procurará desenvolver e manter boas relações com os
componentes de diferentes categorias profissionais, observando para esse fim, o
seguinte:
a) trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
b) reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização,
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento.
Artigo 11º
São deveres do psicopedagogo:
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que
tratem da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela
atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos parâmetros
da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu
parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento
pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de
exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da
classe e a manutenção do conceito público.
Artigo 12º
São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de estudo –
a aprendizagem. Sua escolha decorrerá de formação profissional e competência
técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não reconhecidos
como psicopedagógicos.
Artigo 13º
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes normas:
a) as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e não
ao seu autor;
b) em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos
autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em nenhum caso o
psicopedagogo se valerá da posição hierárquica para fazer publicar, em seu
nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação;
c) em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências bibliográficas
utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas e as ilustrações
extraídas de cada autor, de acordo com normas e técnicas científicas vigentes.
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Capítulo VII – Da publicidade profissional
Artigo 14º
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo com
exatidão e honestidade.
Artigo 15º
O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deverá considerar como parâmetros
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada
e o tempo despendido.
Artigo 16º
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.
§ Único Constitui infração ética:
a) utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
b) permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas psicopedagógicas;
c) fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática
psicopedagógica;
d) encaminhar ou desviar, por qualquer meio, cliente para si;
e) receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
f) assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, ou
solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos.
Artigo 17º
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos
princípios éticos da classe e advertir infrações se necessário.
Artigo 18º
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do Conselho Nacional
da ABPp, devendo ser aprovado em Assembleia Geral.
Artigo 19º
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos Nacional e
Estaduais da ABPp.
O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da ABPp do biênio
1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 1995/1996, passa por nova
reformulação feita pelas Comissões de Ética triênios 2008/2010 e 2011/2013,
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submetida para discussão e aprovado em Assembleia Geral em 05 de novembro de
2011.
Quézia Bombonatto
Presidente do Conselho Nacional da ABPp
Presidente Nacional da ABPp - Gestão 2008/2010 e 2011/2013
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