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Aos familiares por sempre nos apoiarem e incentivaram para a realização deste
projeto.
O presente estudo teve por objetivo realizar uma análise quanto a utilização de
plásticos na indústria automotiva, baseada na análise de um estudo de caso que
propõe a substituição do Tereftalato de Polibutileno (PBT) por Polipropileno (PP).
Neste trabalho será analisado o processo de fabricação, as influências das
especificações do produto e os testes laboratoriais para garantir os requisitos do
cliente (montadora), além da análise de eventuais ganhos econômicos resultante
desta substituição.
The current study was developed aiming engineering plastics with emphasis on
Polypropylene (PP) and Polybutylene Terephthalate (PBT), and a case study
regarding the exchange of raw materials (PBT for PP) in the automotive industry,
validating the manufacturing process, analyzing the influences of the product
specification and carrying out laboratory tests to guarantee the requirements of
customers (assemblers) and thus guarantee the reduction in the cost of the raw
material of the product, in the manufacturing process, in order to improve productivity.
GF - Fibra de Vidro
PBT - PolibutilenoTereflato
PP – Polipropileno
PA – Poliamidas
POM – Poliacetal
PPA –Poliftalamidas
ABS –Acrilonitrila-Butadieno-estireno
MP – Matéria-prima
FV – Fibra de Vidro
AP –Aprovado
REP –Reprovado
G –Gravidade
U –Urgência
T –Tendência
JAN –janeiro
FEV –fevereiro
MAR –março
ABR –abril
MAI –maio
JUN –junho
JUL –julho
AGO –agosto
SET –setembro
OUT –outubro
NOV –novembro
DEZ –dezembro
1.INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 4
1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ................................................................................. 4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 5
Polipropileno (PP) ....................................................................................................... 6
Polibutileno Tereftalato (PBT) ..................................................................................... 7
Necessidade do uso de plásticos pela indústria automobilística ................................. 7
2.1 RELEVÂNCIA COM TRABALHOS SIMILARES.................................................... 9
3. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 11
3.1 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS ................................................. 12
3.1.1 Brainstorming ................................................................................................... 12
3.1.2 Diagrama de Ishikawa ..................................................................................... 12
3.1.2.1 Material.......................................................................................................... 13
3.1.2.2 Medição ......................................................................................................... 13
3.1.2.3 Método .......................................................................................................... 14
3.1.2.4 Meio Ambiente .............................................................................................. 14
3.1.2.5 Mão de Obra ................................................................................................. 14
3.1.2.6 Máquina......................................................................................................... 14
3.1.3 Matriz GUT (Gravidade, Urgência, Tendência) ................................................ 15
3.1.4 5W 2H .............................................................................................................. 17
3.1.5 Diagrama de Gantt ........................................................................................... 18
3.1.6 Fluxograma ...................................................................................................... 19
3.1.7 Histograma ....................................................................................................... 21
3.1 CARACTERISTICAS E PROPRIEDADES DA MATÉRIA-PRIMA: ...................... 21
3.1.1 FIBRA DE VIDRO: ........................................................................................... 23
3.1.2 PBT-GF30:’ ...................................................................................................... 24
3.1.3 PP-GF30: ......................................................................................................... 25
3.4 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ....................................................................... 26
3.4.1 HIGROSCÓPICO – SECAGEM DO MATERIAL .............................................. 28
3.5 TESTES LABORATÓRIAIS................................................................................. 30
3.5.1 DIMENSIONAL ................................................................................................. 30
3.5.2 TESTE FíSICO ................................................................................................. 32
4. ANÁLISE DE RESULTADOS ................................................................................ 33
4.1 RESULTADOS FINANCEIROS ........................................................................... 33
4.1.1 RESULTADOS FINANCEIROS – VOLUME VS CUSTO ................................. 33
4.1.2 RESULTADOS FINANCEIROS – DESUMIDIFICADOR .................................. 38
4.2 COMPARATIVOS DE PROPRIEDADE E CARACTERISTICAS......................... 39
4.2.1 CARACTERISTICAS FISICAS E SUAS INFLUÊNCIAS: ................................. 40
4.2.2 CARACTERISTICAS MÊCANICAS E SUAS INFLUÊNICIAS: ......................... 41
4.3 RESULTADOS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO .......................................... 41
4.4 RESULTADOS DOS TESTES ............................................................................ 43
4.4.1 RESULTADOS DE DIMENSIONAL ................................................................. 43
4.4.2 RESULTADOS DOS TESTES - DESEMPENHO ............................................. 46
5. CONCLUSÃO........................................................................................................ 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 51
1
1. INTRODUÇÃO
Polietileno (PE)
Polipropileno (PP)
Policloreto de vinila
(PVC)
TERMOPLÁSTICOS Policarbonato (PC)
Poliestireno (PS)
Nylon
POLÍMEROS
Politereftalato de
BORRACHAS etileno (PET)
Acrilonitrila butadieno
estireno (ABS)
Resinas de Engenharia
Tereftalato de
polibutileno (PBT)
FIBRAS Epoxy
Poliacetal
Poliueretano (PU)
TERMOFIXOS Fluoropolímero
Resinas Fenólicas (PF)
Melamina / Ureia-
formaldeído
Fonte :( American Chemistry Council Economics & Statistics Department. Plastic Resins in the
United States, p.6. 2013, adaptado)
Os dois tipos de plásticos que serão foco do estudo de caso neste trabalho,
possuem até 30% de compostagem de fibra de vidro, material utilizado para flexibilizar
e agregar resistência ao polímero, potencializando a estrutura do produto a fim de
garantir suas especificações dimensionais e resistência física, de acordo com Veiga,
Anderson Thiago Vasconcelos (2016, p.5):
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Polipropileno (PP)
PU 27
PS 25
Aditivos 25
Outros 16
Fonte: (Production, use, and fate of all plastic ever made SCIENCE ADVANCES. 2017,
adaptado).
Sua utilização vem aumentando pois ele reduz o peso dos automóveis, ajudando a
diminuir o consumo de combustível e emissão de gases poluentes (VEIGA, Anderson
Thiago Vasconcelos, 2016).
1974. A consequência imediata foi que o petróleo teve seu preço quadriplicado no final
deste ano (PEDROSA, OSVALDO E CORRÊA, ANTÔNIO, 2016).
Automóveis mais leves são mais eficientes energeticamente e, por isso, têm
menor consumo de combustível, gerando menos resíduos e emissões. A indústria
automobilística europeia, por exemplo, utiliza anualmente cerca de 2 milhões de
toneladas de plástico. Estudo publicado pela Associação dos Fabricantes de Plásticos
da Europa, divulgado na revista British Plastics, aponta que a média de aplicação do
material por veículo chega a 110 kg. Em média, cada 100kg de plástico, segundo o
estudo, substituem de 200kg a 300kg de peso provenientes de outros materiais
(MIRANDA, 2018).
Figura 3 - Gráfico do uso de plásticos em veículos leves ao longo dos anos
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
Ano
Fonte: (American Chemistry Council Economics & Statistics Department. Plastic Resins in the United
States, p.17. 2013)
9
Sendo assim, um carro com vida útil de 150 mil Km poderá economizar 750
litros de combustível para cada 100 kg de peças plásticas utilizadas no veículo.
(APME, 1999) Cálculos sugerem que a redução anual total de consumo de
combustível é equivalente a 12 milhões de toneladas de petróleo, representando uma
redução de 30 milhões de toneladas de CO² emitidos (MAGRINI, Alessandra e Col,
2012).
Peças fabricadas com polímeros de alto desempenho tem sido substituída por
materiais similares. Uma das composições mais comumente utilizadas é a junção do
polipropileno com fibras, resultando na formação de um novo material, com
características diferentes às dos seus constituintes. Este tipo de junção é denominado
compósito. O polipropileno (PP) é uma commodities nacional, encontrada facilmente
no mercado, vendida em lotes com menores quantidades e com precificação mais
baixa e estável. Menores ciclos de produção e dispêndio de insumos devidos à baixa
pressão de injeção e temperatura de plastificação em relação ao Nylon são pontos de
relevância observados no PP.
Silva, Gilmar (2019) realizou o estudo da substituição de nylon por PP, ambos
com fibra de vidro e obteve a redução no peso médio da peça e no preço da matéria
prima, correspondendo respectivamente à 15,78% e 37% de redução, concluindo que
a substituição apresentou resultados positivos tanto na montagem quanto nos testes
e visualizou-se uma redução de custos geral entre 18% e 22%, comparando também
a vantagem da fabricação ser nacional no caso do PP quando comparado com o Nylon
(importado).
3. DESENVOLVIMENTO
3.1.1 Brainstorming
“Uma das vantagens de sua utilização é que ele torna o processo de escolha
de ideias mais rápido, fazendo com que os resultados também sejam alcançados em
um espaço de tempo menor” (WERKEMA, C., 2004, p.194).
Fonte: Autores
3.1.2.1 Material
Higroscópico: Possui uma baixa resistência à absorção da água, o que gera processos
adicionais de fabricação;
3.1.2.2 Medição
3.1.2.3 Método
3.1.2.6 Máquina
Pressão de injeção: Devido seu nível de fluidez ser baixo, requer maior pressão de
injeção.
Para isto, a matriz considera alguns fatores, sendo eles a Gravidade, Urgência
e Tendência, onde é preenchida com uma pontuação que varia de 1 a 5 de acordo
com seu grau de gravidade:
Gravidade: Caso o problema não seja resolvido, esse fator indica o impacto
dele, sobre todas as coisas, resultados, processos que sugiram em longo prazo;
Essa ferramenta nos tempos atuais torna-se indispensável para resoluções dos
problemas encontrados, pois prioriza os defeitos a serem corrigidos com mais
urgência e que apresentem uma maior tendência ao erro contínuo e um alto teor de
gravidade causando uma parada na produção.
Fonte: Autores
17
125 Pontos – Densidade: Devido a sua maior densidade, utiliza mais matéria
prima consumindo mais recursos;
3.1.4 5W 2H
Fonte: Autores
Tabela 4 – Cronograma
CRONOGRAMA
DURAÇÃO
AÇÃO INÍCIO FIM
(dias)
Avaliação dos Impactos 01/10/2019 20 21/10/2019
Injeção do Lote Piloto com PP-GF30 21/10/2019 20 10/11/2019
Avaliação do Dimensional 10/11/2019 30 10/12/2019
Avaliação dos Testes Laboratoriais 10/12/2019 30 09/01/2020
Envio das Amostras para Aprovação do Cliente 09/01/2020 10 19/01/2020
Prazo de Aprovação do Cliente 19/01/2020 40 28/02/2020
Consumo do Estoque de PBT-GF30 28/02/2020 40 08/04/2020
Início do uso de PP-GF30 08/04/2020 10 18/04/2020
Fonte: Autores
Fonte: Autores
3.1.6 Fluxograma
Figura 6 - Fluxograma
Fonte: Autores
21
3.1.7 Histograma
Commodities Especialidades
Necessária produção eficiente, com
Constante aprimoramento do Produto
baixos custos
Dinamismo e sofisticação tecnológica -
Necessária boa estrutura de mercado
técnologia de ponta
Este tipo de material é composto por filamentos muito finos de vidro, que se
agregam por meio de aplicações de resinas, silicones, fenóis e outros compostos
solúveis em solventes orgânicos.
De acordo com o gráfico acima, podemos avaliar que quanto menor o tamanho
da fibra, menor sua concentração e orientação durante a injeção e melhor a adesão.
A fibra de vidro no grânulo do polímero, possui duas divisórias que são fibras longas
e curtas, mensurando respectivamente, 12mm e 3mm:
24
Ambas as matérias primas que estão sendo substituídas, são compostas por
fibra de vidro curta, seguindo a definição do desenho de produto com 30% de inserção
permitida da fibra no polímero.
3.1.2 PBT-GF30:
O teor de fibra de vidro no PBT pode variar de 10% AA 50%, sendo mais
comuns os que contêm 30%. O PBT não reforçado tem boa resistência à
tração e estabilidade dimensional, mas uma temperatura de distorção térmica
relativamente baixa (55°C com carga de 1,82 MPa). O reforço com 30% de
fibra aumenta o HDT para 200°C sob mesma carga, praticamente triplica a
resistência à tração e o módulo de flexão e reduz o coeficiente de dilatação
térmica para aproximadamente 1/3 do PBT não reforçado.
3.1.3 PP-GF30:
O uso de polipropileno (PP) com fibras de vidro (FV) é ainda hoje objeto de
muita investigação científica e tecnológica, em função do grande atrativo
deste compósito de baixo custo para aplicações de engenharia cada vez mais
exigentes, como requeridas na indústria automobilística, onde os requisitos
da relação custo/desempenho mecânico devem ser otimizados em função do
entendimento das correlações processamento - estrutura - propriedades
mecânicas de termoplásticos reforçados com fibras de vidro curtas (TPRFVc).
Fonte: (NEI,2018)
3.5.1 DIMENSIONAL
Figura 20 – Paquímetro
Figura 21 – Micrômetro
Fonte: Autores
4. ANÁLISE DE RESULTADOS
10000
5000
Fonte: Autores
34
CONSUMO 2018
PERÍODO QNT.PEÇAS KG PBT-GF30
JAN 43.288 5.281
FEV 65.868 8.036
MAR 53.592 6.538
ABR 69.564 8.487
MAI 45.408 5.540
JUN 48.584 5.927
JUL 59.592 7.270
AGO 74.493 9.088
SET 25.084 3.060
OUT 43.915 5.358
NOV 31.467 3.839
DEZ 20.353 2.483
Fonte: Autores
Fonte: Autores
35
CONSUMO DE MATÉRIA-PRIMA EM KG
20.000
18.000
16.000
14.000
KG PBT-GF30
12.000
KG PP-GF30
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Fonte: Autores
Figura 26 Figura 27
Fonte: Autores
Fonte: Autores
37
Por sua vez, o PP-GF30 tem seu valor congelado em contrato com o custo do
quilo de R$ 7,90, conforme dados de 2019 tivemos o consumo de 108.531 quilos de
PBT-GF30.Considerando os dados com PP-GF30, temos:
Fonte: Autores
R$ 2.344.897,85
R$ 1.875.918,28
R$ 1.406.938,71
R$ 937.959,14
R$ 468.979,57
Fonte: Autores
Fonte: Autores
CARACTERISTICAS /
PBT-GF30 PP-GF30
PROPRIEDADES
VALORES VALORES
FÍSICAS MÉTODO UNIDADE MÉTODO UNIDADE
TÍPICOS TÍPICOS
DENSIDADE ISO 1183 G/CM³ 1,53 ISO 1183 G/CM³ 1,13
INDICE DE FLUIDEZ
ISO 1133 G/10MIN 15 ISO 1133 G/10MIN 5
(230°/2,16 KG)
TEOR DE CARGA ISO 294-4 % 30 A 70 ISO 3451 % 30
MECÂNICAS
RESISTENCIA A
TRAÇÃO NO
ISO 527 Mpa 130 ISO 527 Mpa 71
ESCOAMENTO
(5MM/MIN)
MODULO DE FLEXÃO
ISO 178 Mpa 9700 ISO 178 Mpa 5500
A 23° C
IMPACTO
IZOD COM ENTALHE 2,44 para ISO
ASTM D256 ft·lb/in² kj/M² 7,5
23° C 19,0 180/1A
CHARPY SEM ENTALHE ISO
ISO 179/1eA kj/M² 8,5 kj/M² 35
23° C 179/1eU
TÉRMICAS
TEMPERATURA DE
DEFLEXÃO NO CALOR ISO 75 °C 205 ISO 75 °C 140
(1.82 Mpa)
OUTROS
FLAMABILIDADE ISO 3795 MM/MIN 99,6 ISO 3795 MM/MIN 55
para injetar o PP-GF30 utiliza-se aproximadamente 460 bar nas três fases de injeção,
já para o PBT-GF30 são aproximadamente 1.450 bar para realizar o mesmo processo.
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
49
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS