Você está na página 1de 1

1

1. O STF no julgamento do ADC 58 (18/12/2020 -


https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5526245) fixou os
parâmetros de correção monetária e juros de mora nas ações trabalhistas.
Diante disto questiona-se: a) o que é correção monetária e juros de mora? B)
Explique os parâmetros estabelecidos pelo STF para aplicação nas ações
trabalhistas.
R.: Conforme é cediço, a correção monetária e os juros de mora não possuem
conceitos coincidentes. Isto porque, enquanto a correção monetária é entendida
como atualização do valor da moeda em comparação à inflação decorrente do
decurso do tempo, os juros de mora funcionam como uma espécie de
compensação destinada ao credor como forma de reparar atraso do pagamento,
de responsabilidade do devedor.
Na ADC 58, que tratou especificamente da incidência da correção monetária e
dos juros de mora nos débitos de natureza trabalhista, o Pretório Excelsior,
conferindo interpretação conforme à Constituição aos arts. 879, § 7º e 899, § 4º,
ambos da CLT, pacificou o entendimento de que até que sobrevenha legislação
específica sobre o tema, deverão ser aplicados à atualização dos créditos
decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em
contas judiciais perante a Justiça do Trabalho os mesmos índices de correção
monetário e de juros de mora vigentes para as hipóteses de condenações cíveis
em geral, previstas no art. 406 do CC/02, à exceção das dívidas da Fazenda
Pública, que deverão observar o regramento específico a ela inerente (art. 1º-F
da Lei 9.494/1997).
Na mesma decisão, assentou-se a ideia de que, na fase extrajudicial - aquela
que antecede o ajuizamento da ação trabalhista -, deverá ser utilizado como
critério indexador da incidência da correção monetária o IPCA-E acumulado no
período de janeiro a dezembro de 2000, e, a partir de janeiro de 2001, deverá
ser utilizado o IPCA-E mensal. Além disso, deverá ser utilizado, para fins de
incidente de juros, aqueles previstos no art. 39, caput, da Lei 8.177/1991.
Já na fase judicial, o Supremo Tribunal Federal determinou que sobre os débitos
judiciais deve haver a incidência da atualização dos valores utilizando-se a Taxa
SELIC, haja vista ela incide como juros moratórios dos tributos federais, por força
do que dispõe os arts. 13 da Lei 9.065/95, 84 da Lei 8.981/95, 39, § 4º, da Lei
9.250/95, 61, § 3º, da Lei 9.430/96 e 30 da Lei 10.522/02, vedado, de forma
expressa, a cumulação da Taxa SELIC com outros índices de atualização
monetária.

Você também pode gostar