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EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) JUIZ(a) DA XXª VARA DO

TRABALHO DE XXXXXXXXX/XXX – TRT XXª REGIÃO.

PROCESSO Nº : XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX
RECLAMANTE : XXXXXXXX XX XXXXXX
RECLAMADO : XXXX XXXXX Ltda.

XXXX XXXXX Ltda., já devidamente qualificado nos autos do processo em


destaque, movido por XXXXXXXX, vem, por seu advogado signatá rio, mandato
incluso, perante Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO para o Egrégio
Tribunal do Trabalho da XX Regiã o, o que faz com fundamento nos termos da peça
anexa.

Requer seja o mesmo, recebido e processado e, cumpridas as formalidades legais,


sejam os autos - com as razõ es anexas - encaminhados ao Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da XX Regiã o.

Termos em que pede e espera deferimento.

XXXXXXXXXX, XX de março de 2018.

XXXXXX XXXXXXXX
OAB/XX nº. XXX.XXX
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

PROCESSO Nº. : XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX


RECLAMANTE : XXXXXXXX XX XXXXXX
RECLAMADO : XXXXXX XXXXX Ltda.

Colendo Tribunal,
Egrégia Turma,
Eméritos Julgadores,

Eminentes Desembargadores, conforme o Recorrente passará a expor, REQUER a


reforma da sentença a quo, no que tange ao índice de correçã o monetá ria.

I – DAS RAZÕES RECURSAIS


1. Da aplicação da TRD para correção monetária
Carece reforma a sentença, no que concerne o índice de correçã o monetá ria, uma
vez que nã o há que se falar na aplicaçã o do IPCA-E a partir de 26 de março de 2015
como indexador monetá rio dos débitos trabalhistas.

Ocorre que no julgamento das ADI's nº. 4.357 e 4.425 o Supremo Tribunal Federal
declarou tã o somente a inconstitucionalidade do § 12º do artigo 100 da
Constituiçã o Federal e, por arrastamento, do artigo 5º da Lei n. 11.960/09, que deu
nova redaçã o ao art. 1°-F da Lei n. 9.494/97.

Assim, permanece inalterado o caput do artigo 39 da Lei n. 8.177 /91, que prevê a
aplicaçã o da TRD para atualizaçã o monetá ria dos débitos trabalhistas.

Conforme o referido diploma legal, a correçã o será dará pela variaçã o da TR e


acrescidos de juros de mora de 1% ao mês desde o ajuizamento, conforme se
transcreve:

Art. 39. Os débitos trabalhistas de qualquer natureza, quando não


satisfeitos pelo empregador nas épocas próprias assim definidas em lei,
acordo ou convenção coletiva, sentença normativa ou cláusula
contratual sofrerão juros de mora equivalentes à TRD acumulada no
período compreendido entre a data de vencimento da obrigação e o
seu efetivo pagamento.
§ 1° Aos débitos trabalhistas constantes de condenação pela Justiça do
Trabalho ou decorrentes dos acordos feitos em reclamatória
trabalhista, quando não cumpridos nas condições homologadas ou
constantes do termo de conciliação, serão acrescidos, nos juros de
mora previstos no caput juros de um por cento ao mês, contados do
ajuizamento da reclamatória e aplicados pro rata die, ainda que não
explicitados na sentença ou no termo de conciliação.

Ademais, as açõ es diretas de inconstitucionalidade acima citadas tiveram por


objeto a EC 62/2009, que instituiu o regime especial de pagamento de precató rios,
sendo que os dispositivos tidos por inconstitucionais se referem à Fazenda Pú blica,
e nã o à s pessoas jurídicas de direito privado, como a Reclamada.

Sem prejuízo do exposto acima, muito embora a decisã o do STF tenha declarado a
inconstitucionalidade da TR como indexador para correçã o dos precató rios,
nenhum outro índice foi indicado em substituiçã o.

Portanto devem ser utilizados os índices divulgados pelo Conselho Superior da


Justiça do Trabalho.

Neste sentido, o ministro Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu
liminar para suspender os efeitos de decisã o proferidas pelo TST, noticia publicada
no sitio eletrô nico (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?
idConteudo=301778),
conforme se transcreve:

Notícias STF
Quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Liminar suspende decisão do TST sobre correção de débitos trabalhistas O ministro
Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar para suspender os
efeitos de decisão proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) que
determinou a substituição dos índices de correção monetária aplicada aos débitos
trabalhistas. A decisão do TST, proferida em agosto deste ano, afastou o uso da Taxa
Referencial Diária (TRD) e determinou a adoção do Índice de Preços ao Consumidor
Amplo Especial (IPCA-E). Segundo a liminar do ministro Dias Toffoli, concedida em
Reclamação (RCL 22012) ajuizada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a
decisão do TST extrapolou o entendimento fixado pelo STF no julgamento das Ações
Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4357 e 4425, relativas à sistemática de
pagamento de precatórios introduzida pela Emenda Constitucional (EC) 62/2009.
Além disso, a alteração da correção monetária determinada pela corte trabalhista
atingiu não só o caso concreto, mas todas as execuções em curso na Justiça
trabalhista. Isso porque na mesma decisão o tribunal decidiu oficiar ao Conselho
Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) para providenciar a ratificação da “tabela
única” da Justiça do Trabalho.
O relator destacou que a tabela em questão possui caráter normativo geral e tem o
condão de esvaziar a força normativa do artigo 39 da Lei 8.177/1991, na qual foi
fixada a TRD para a correção de débitos trabalhistas. Em análise preliminar do caso,
o ministro afirmou que a posição adotada pelo TST usurpou a competência do STF
para decidir, como última instância, controvérsia com fundamento na Constituição
Federal, uma vez que o referido dispositivo da Lei 8.177/1991 não foi
apreciado pelo Supremo em sede de controle concentrado de constitucionalidade ou
mesmo submetido à sistemática da repercussão geral.
Por fim, assinalou que a decisão do Supremo nas ADIs sobre o regime de precatórios
– julgando parcialmente inconstitucional a EC 62/2009 – não alcançou a hipótese
tratada pelo TST, relativa a débitos trabalhistas, mas tão somente débitos da fazenda
pública:“Essa tabela implementa o IPCA-E como índice de atualização monetária de
débitos em hipóteses diversas da que foi submetida à análise desta Suprema Corte
nas ADIs 4357 e 4425 – dívida da Fazenda Pública no período entre a inscrição do
débito em precatório e seu efetivo pagamento.” FT/AD (Fonte: TST)

De outra banda, os juros, se devidos, o serã o de forma simples, e nã o capitalizados,


à míngua de previsã o legal, bem assim face ao que dispõ em os artigos 192, § 3o da
Constituiçã o Federal e 39, § 1o, da Lei 8.177/91.
Pelo exposto, deve ser reformada a sentença, no sentido de afastar a aplicabilidade
do IPCA-E como índice de correçã o monetá ria dos débitos trabalhistas.

II - CONCLUSÃO:
Com fundamento no todo acima, conjugado com o que mais consta do bojo
probató rio dos autos e, ainda, pelos doutos suprimentos dos Eméritos Julgadores,
requer seja dado TOTAL PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO para reformar
a decisã o de primeiro grau nos pontos suscitados, conforme argumentaçã o
delineada acima.

Requer, ainda, que esta Colenda Turma se digne a prequestionar todos os


dispositivos legais elencados no presente Recurso.

Termos em que pede e espera deferimento.

XXXXXXXXXX, XX de março de 2018.

XXXXXXX XXXXXXXX
OAB/XX nº. XX.XXX

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