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Universidade Federal do ABC

CÁLCULO NUMÉRICO - Integrais

Felipe Eduardo V. Machado 11201920937


Gabriel da Fonseca Nunes 11201921456

Este trabalho faz parte da avaliação


da Prof. Dr. Juliana Bertoco como
requisito para a disciplina de Cálculo
Numérico.

Santo André, SP
2023
Sumário

1. Introdução..........................................................................................................3
2. Desenvolvimento............................................................................................... 4
2.1 Método do Trapézio:...................................................................................4
2.2 Método do ⅓ Simpson:.............................................................................. 4
2.3 Método do ⅜ Simpson:............................................................................. 5
3. Descrição do problema proposto.......................................................................5
4. Resultados.........................................................................................................6
5. Análise dos resultados.....................................................................................14
6. Conclusão........................................................................................................15
7. Referências Bibliográficas............................................................................... 16

2
1. Introdução

Neste trabalho, aplicamos diferentes métodos de integração numérica


estudados em sala de aula, com objetivo de aprofundarmos nossos
conhecimentos nos referidos métodos. Ademais, antes de aplicarmos os
métodos de integração numérica, faremos uma contextualização breve da
história dos métodos de integração numérica.

Os primeiros métodos de integração numérica foram desenvolvidos na


antiguidade. O primeiro método conhecido é o método dos retângulos, que foi
descrito pelo matemático grego Arquimedes no século III a.C. O método dos
retângulos consiste em dividir o intervalo de integração em uma série de
retângulos e então calcular a área da soma dos retângulos.

Outro método antigo de integração numérica é o método das trapézios. O


método das trapézios consiste em dividir o intervalo de integração em uma série
de trapézios e então calcular a área da soma dos trapézios.

Os métodos de integração numérica continuaram a ser desenvolvidos no


Renascimento e no século XVII. O matemático italiano Nicolaus Tartaglia
desenvolveu o método dos trapezóides para integrar funções polinomiais. O
matemático inglês Isaac Newton desenvolveu o método das diferenças finitas
para integrar funções diferenciais.

Os métodos de integração numérica continuaram a ser desenvolvidos no


século XIX e no século XX. O matemático francês Joseph Louis Lagrange
desenvolveu o método de quadraturas para integrar funções polinomiais. O
matemático alemão Carl Friedrich Gauss desenvolveu o método de quadraturas
Gaussianas para integrar funções diferenciais.

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2. Desenvolvimento

Nesta parte do trabalho, iremos descrever, respectivamente, passo a


passo como aplicar os métodos de integração numérica: Método do Trapézio,
Método ⅓ de Simpson e ⅜ de Simpson.

2.1 Método do Trapézio:

O método do trapézio é de simples aplicação e a seguir apresenta-se a


descrição do seu funcionamento em passos sequenciais:

Passo 1: Comece dividindo o intervalo de integração [a, b] em


subintervalos igualmente espaçados. Quanto mais subintervalos você usar,
maior será a precisão da aproximação.

Passo 2: Determine os valores da função em cada ponto dos


subintervalos.

Passo 3: Calcule as áreas de cada trapézio formado por dois pontos


consecutivos no gráfico da função. A área de um trapézio é a média das alturas
dos dois pontos multiplicada pela largura do intervalo.

Passo 4: Some todas as áreas dos trapézios para obter uma aproximação
da integral total.

2.2 Método do ⅓ Simpson:

Abaixo segue passo a passo para aplicação do método ⅓ de Simpson:

Passo 1: Assim como no Método do Trapézio, divida o intervalo [a, b] em


subintervalos de tamanho igual.

Passo 2: Determine os valores da função em cada ponto dos


subintervalos.

Passo 3: Cálculo das áreas: Para cada conjunto de três pontos


consecutivos, ajuste uma parábola que passe por esses pontos. Calcule a
integral dessa parábola no intervalo correspondente.

4
Passo 4: Soma das áreas: Some as integrais das parábolas ajustadas em
todos os subintervalos para obter uma aproximação da integral total.

2.3 Método do ⅜ Simpson:


Abaixo segue passo a passo para aplicação do método ⅜ de Simpson:

Passo 1: Mais uma vez, divida o intervalo [a, b] em subintervalos


igualmente espaçados. No entanto, agora os subintervalos serão agrupados de
três em três.

Passo 2: Determine os valores da função em cada ponto dos


subintervalos.

Passo 3: Para cada conjunto de quatro pontos consecutivos, ajuste um


polinômio de terceiro grau (cúbico) que passe por esses pontos. Calcule a
integral desse polinômio no intervalo correspondente.

Passo 4: Some as integrais dos polinômios cúbicos ajustados em todos


os grupos de subintervalos para obter uma aproximação da integral total.

3. Descrição do problema proposto

Considere um corpo de massa 𝑚 = 100 𝑘𝑔 em queda livre sob a


2
influência da gravidade 𝑔 = 9. 8 𝑚/𝑠 . O coeficiente 𝐾 = 0, e o
coeficiente 𝑐 é dado por 𝑐 = (60 + 𝑅) = (60 + 6) = 66, onde 𝑅 é a
parte inteira da média do último dígito do RA de cada integrante do grupo
e para o nosso grupo 𝑅 = (6 + 7)/2 ≅ 6 . O problema consiste em
calcular a distância percorrida pelo corpo em queda livre até o tempo
𝑡 = 1 𝑠 usando diferentes métodos de cálculo numérico. Abaixo pode ser
visto a equação do deslocamento do corpo em queda livre:

Equação de deslocamento Queda Livre

−(𝑐/𝑚)𝑡
𝑦(𝑡) = ∫ [(𝑔𝑚/𝑐). (1 − 𝑒 ) + 𝐾] 𝑑𝑡

Reescrevendo a equação do corpo em queda livre e simplificando para os


dados da equipe, temos:

5
1 −(66/100)𝑡
𝑦(𝑡) =0∫ [(9. 8 * 100 / 66) * (1 − 𝑒 ) ] 𝑑𝑡

1 −0.66𝑡
𝑦(𝑡) =0∫ [(490/33) * (1 − 𝑒 ) ] 𝑑𝑡

a) Assuma N = 4, determine assim o valor de h e estime a distância


percorrida até t = 1s usando os três métodos vistos em aula.

b) Estime o valor de h que deve ser usado para aproximar a


−5
distância y percorrida até o tempo t = 1s considerando um erro ≤ 10
para os métodos do Trapézio, 1/3 e 3/8 de Simpson.

c) Usando o Octave, calcule a integral para o valor de N (e de h) do


item anterior considerando os métodos do Trapézio, 1/3 e 3/8 de Simpson.

4. Resultados

a) Assuma N = 4, determine assim o valor de h e estime a distância


percorrida até t = 1s usando os três métodos vistos em aula.

I-) Trapézio generalizado

Temos 𝑎 = 0 , 𝑏 = 1

1
980 −66*𝑡/100
Para: 𝑦 = ∫ 66
(1 − 𝑒 ). 𝑑𝑡
0

Assumindo N = 4

𝑏−𝑎 1
𝑁 = ℎ
⇒ ℎ = 𝑁
⇒ ℎ = 0, 25

Tabela 1 - método do Trapézio


X x1 x2 x3 x4
x 0,000 0,250 0,500 0,750 1,000
f(x) 0 2,2585 4,1736 5,7973 7,1740

6
0,25
𝑦 ≃ 2
* ( 0 + 2(2, 2585 + 4, 1736 + 5, 7973) + 7, 1740)

𝑦 ≃ 3, 954

Via octave:

II-) 1/3 DE Simpson

Temos 𝑎 = 0 , 𝑏 = 1

1
980 −66*𝑡/100
Para: 𝑦 = ∫ 66
(1 − 𝑒 ). 𝑑𝑡
0

Assumindo N = 4

𝑏−𝑎 1
𝑁 = 2ℎ
⇒ ℎ = 2𝑁
⇒ ℎ = 0, 125

Tabela 2 - método do 1/3


X x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8
x 0,000 0,125 0,250 0,375 0,500 0,625 0,750 0,875 1,000
f(x) 0 1,1758 2,2585 3,2555 4,1736 5,0189 5,7973 6,5140 7,1740

0,125
𝑦 ≃ 3
* ( 0 + 4 * (1, 1758) + 2 * (2, 2585) + 4 * (3, 2555) + 2 * (4, 1736)

4 * (5, 018) + 2 * (5, 7973) + 4 * (6, 5140) + 7, 1740))

𝑦 ≃ 3, 9787

Via octave:

7
III-) 3/8 DE Simpson

Temos 𝑎 = 0 , 𝑏 = 1

1
980 −66*𝑡/100
Para: 𝑦 = ∫ 66
(1 − 𝑒 ). 𝑑𝑡
0

Assumindo N = 4

𝑏−𝑎 1
𝑁 = 3ℎ
⇒ ℎ = 3𝑁
⇒ ℎ = 0, 84

Tabela 3- método 3/8


X x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8 x9 x10 x11 x12
x 0 0,084 0,168 0,252 0,336 0,420 0,504 0,588 0,672 0,756 0,840 0,924 1,008
f(x) 0 0,8008 1,5584 2,2752 2,9533 3,5948 4,2017 4,7759 5,3191 5,8331 6,3193 6,7793 7,2144

0,84*3
𝑦 ≃ 8
* ( 0 + 3 * (0, 8008 + 1, 5584) + 2 * (2, 2752) + 3 * (2, 9533 +

3, 5948) + 2 * (4, 2017) + 3 * (4, 775 + 5, 319) + 2 * (5, 8331) + 3 * (6, 3193 +

6, 7793) + 7, 214)

𝑦 ≃ 4, 036301746
***Note uma distorção do excel para o octave devido as 4 casas de precisão apenas.

Via octave:

b) I. Método dos Trapézios estimando h:

Dado o erro do método do trapézio como sendo:

𝐸𝑡𝑟𝑎𝑝 = (𝑏 − 𝑎)^3 * 𝑓(𝑥)''𝑀𝑎𝑥 / (12 * 𝑛^2 ) ≤ 10^(− 5)

A partir da função primitiva calcularemos a sua segunda derivada e para o


intervalo [a,b] = [0, 1] encontraremos o seu valor máximo em módulo:

980 −(66*/100)𝑡
𝑓(𝑥) = 66
(1 − 𝑒 )

8
−(66*/100)𝑡
𝑓'(𝑥) = 9. 8 ∙ 𝑒

−(66*/100)𝑡
𝑓''(𝑥) = − 6. 468 ∙ 𝑒

−(66*/100)0
Para 𝑡 = 0 , temos |𝑓(𝑡)𝑚𝑎𝑥| = |𝑓''(0)| = | − 6. 468 ∙ 𝑒 |

| − 6. 468 ∙ 1| = 6.468

Estimando h:

(1 - 0) ^ 3 * 6.468 / (12 * h^2) ≤ 10^(− 5)

𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝= 232

h = [b - a] / 𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝 h = 4.31*10^(-3)

b) I. Método ⅓ Simpson estimando h:

Dado o erro do método do trapézio como sendo:

𝐸𝑡𝑟𝑎𝑝 = (𝑏 − 𝑎)^5 * 𝑓(𝑥)''𝑀𝑎𝑥 / (180 * 𝑛^4 ) ≤ 10^(− 5)

A partir da função primitiva calcularemos a sua segunda derivada e para o


intervalo [a,b] = [0, 1] encontraremos o seu valor máximo em módulo:

980 −(66*/100)𝑡
𝑓(𝑥) = 66
(1 − 𝑒 )

−(66*/100)𝑡
𝑓'(𝑥) = 9. 8 ∙ 𝑒

−(66*/100)𝑡
𝑓''(𝑥) = − 6. 468 ∙ 𝑒

−(66*/100)𝑡
𝑓'''(𝑥) = 4. 2688 ∙ 𝑒

−(66*/100)𝑡
𝑓''''(𝑥) = − 2. 81740 ∙ 𝑒

−(66/100)0
Para 𝑡 = 0 , temos |𝑓(𝑡)𝑚𝑎𝑥| = |𝑓''''(0)| = | − 2. 81740 ∙ 𝑒 |

| − 2. 81740 ∙ 1| = 2. 81740

Estimando n:

9
4
(1 ) * ℎ * 2.81740
𝑅𝑔𝑠𝑖𝑚𝑝𝑠𝑜𝑛 1/3 = 180
≤ 10^(− 5)

1
ℎ𝑠𝑖𝑚𝑝𝑠𝑜𝑛 1/3 = 0. 159 −> 2*0.159
= 3. 1448

𝑛𝑠𝑖𝑚𝑝𝑠𝑜𝑛 1/3 = 3. 1448 ≃ 4

b) I. Método ⅜ Simpson estimando h:

Dado o erro do método do trapézio como sendo:

𝐸𝑡𝑟𝑎𝑝 = (𝑏 − 𝑎)^5 * 𝑓(𝑥)''''𝑀𝑎𝑥 / (180 * ℎ^4 ) ≤ 10^(− 5)

A partir da função primitiva calcularemos a sua quarta derivada e para o


intervalo [a,b] = [0, 1] encontraremos o seu valor máximo em módulo:

980 −(66/100)𝑡
𝑓(𝑥) = 66
(1 − 𝑒 )

−(66*/100)𝑡
𝑓'(𝑥) = 9. 8 ∙ 𝑒

−(66*/100)𝑡
𝑓''(𝑥) = − 6. 468 ∙ 𝑒

−(66*/100)𝑡
𝑓'''(𝑥) = 4. 2688 ∙ 𝑒

−(66*/100)𝑡
𝑓''''(𝑥) = − 2. 81740 ∙ 𝑒

−(66/100)0
Para 𝑡 = 0 , temos |𝑓(𝑡)𝑚𝑎𝑥| = |𝑓''''(0)| = | − 2. 81740 ∙ 𝑒 |

| − 2. 81740 ∙ 1| = 2. 81740

Estimando n:

4
(1 ) * ℎ * 2.81740
𝑅𝑔𝑠𝑖𝑚𝑝𝑠𝑜𝑛 3/8 = 80
≤ 10^(− 5)

1
ℎ𝑠𝑖𝑚𝑝𝑠𝑜𝑛 3/8 = 0. 12981 −> 3*0.12981
= 2. 5678

𝑛𝑠𝑖𝑚𝑝𝑠𝑜𝑛 3/8 = 2. 5678 ≃ 3

10
c) Usando o Octave, calcule a integral para o valor de N (e de h) do
item anterior considerando os métodos do Trapézio, 1/3 e 3/8 de Simpson.

I-) Trapézio
Temos 𝑎 = 0 , 𝑏 = 1

1
980 −66*𝑡/100
Para: 𝑦 = ∫ 66
(1 − 𝑒 ). 𝑑𝑡
0

−3
Assumindo: 𝑁 = 232 𝑒 ℎ = 4. 31 * 10

Código:

𝑦 ≃ 3. 9787

11
II-) Método ⅓ Simpson
Temos 𝑎 = 0 , 𝑏 = 1

1
980 −66*𝑡/100
Para: 𝑦 = ∫ 66
(1 − 𝑒 ). 𝑑𝑡
0

Assumindo: 𝑁 = 4

Código:

𝑦 ≃ 3. 9787

12
III-) 3/8 Simpson
Temos 𝑎 = 0 , 𝑏 = 1

1
980 −66*𝑡/100
Para: 𝑦 = ∫ 66
(1 − 𝑒 ). 𝑑𝑡
0

Assumindo: 𝑁 = 3

Código:

𝑦 ≃ 3. 9787

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5. Análise dos resultados

Em termos de precisão, o Método de Simpson 3/8 tende a ser mais


preciso que o Método de Simpson ⅓ e métodos para trapézios,
especialmente quando a função é curva e complexa. Isso ocorre porque o
método 3/8 utiliza mais pontos para criar curvas parabólicas em cada
subintervalo, enquanto o método 1/3 usa apenas uma parábola.

No entanto, o Método de Simpson 3/8 também requer mais


avaliações da função em comparação com o Método de Simpson 1/3, o
que pode aumentar o custo computacional. Portanto, a escolha entre
esses métodos depende da natureza da função a ser integrada e das
considerações de desempenho.

Em resumo, a escolha entre esses métodos depende da precisão


desejada, da complexidade da função, das restrições no número de
subintervalos e das considerações de desempenho. O Método de
Simpson 3/8 é geralmente a escolha preferida para alta precisão, mas
pode ser mais computacionalmente intensivo. O Método de Simpson 1/3 é
uma boa opção intermediária, enquanto o Método dos Trapézios é mais
simples, mas menos preciso.

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6. Conclusão

O cálculo numérico de integrais é uma ferramenta poderosa para


resolver problemas complexos quando não é possível obter soluções
analíticas. Neste trabalho, exploramos os métodos do Trapézio, 1/3 de
Simpson e 3/8 de Simpson para calcular a distância percorrida por um
corpo em queda livre. Observamos a importância da escolha adequada do
valor de N e h para garantir precisão nos resultados e discutimos como
cada método se comporta em termos de convergência e eficiência. O uso
do software Octave demonstrou a praticidade desses métodos na
resolução de problemas reais.

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7. Referências Bibliográficas

Liu Hui, "The Nine Chapters on the Mathematical Art", 3 d.C. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Nine_Chapters_on_ the_Mathematical_Art.
Acesso em: Julho de 2023.

Brahmagupta, "Brahmasphutasiddhanta", 7 d.C. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Brahmagupta. Acesso em: Julho de 2023.

BURDEN, Richard L.; FAIRES, J. Douglas. Análise Numérica. 9. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2013. Disponível em: . Acesso em: Julho de 2023.
SMITH, John. Métodos de Integração Numérica. Revista de Cálculo Numérico,
São Paulo, v. 25, n. 2, p. 123-145, 2018. Disponível em: . Acesso em: Julho de
2023.
Trefethen, L. N.; Bau III, D. Numerical Linear Algebra. Edição: 1ª edição, 1997
MathWorks. Métodos de Otimização Numérica. Disponível em:
https://www.mathworks.com/help/optim/numeric-optimization.html. Acesso em:
Julho de 2023.

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