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República de Angola

Ministério de Ensino Superior


Escola Superior Pedagógica de Bengo
Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Ciências da Educação

PLANO DE ACÇÕES DE INTERVENÇÃO PARA MELHORAR O PROCESSO DE


ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL DOS ALUNOS DO LICEU JOAQUIM PAXE Nº
243, MUNICÍPIO DE BULA ATUMBA

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências da Educação como requisito para a


obtenção do Título de Licenciado em Ensino de Psicologia

Autores:

1. Luis Chicola Cacongo


2. Nsiala Pedro
3. Victorino Muenho Henda Martins

Região Académica I
◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Caxito, Julho de 2018
República de Angola
Ministério de Ensino Superior
Escola Superior Pedagógica de Bengo
Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Ciências da Educação

PLANO DE ACÇÕES DE INTERVENÇÃO PARA MELHORAR O PROCESSO DE


ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL DOS ALUNOS DO LICEU JOAQUIM PAXE Nº
243, MUNICÍPIO DE BULA ATUMBA

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências da Educação como requisito para a


obtenção do Título de Licenciado em Ensino de Psicologia, sob a orientação da Profª. MSc.
Gercelina Jacinto.

Região Académica I
◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Caxito, Julho de 2018
Dedicatória

Aos nossos pais Teodoro Cacongo e Clarice Nacanjo Chicola, Eugénia Henda Adelino,
Francisca Judith Henda (em memória), António Figueiredo e Luísa António (em memória) e
aos nossos irmãos Domingos Figueiredo, João Teodoro Kacongo, Adelino Sórides Henda
Martins, as nossas esposas Isabel Loriana Morgado Pedro, Hirmayolanda F. E. Rodrigues por
significarem a razão da nossa luta acadêmica, nossa existência e todo nosso esforço mental.

I
Agradecimentos

Agradecemos a Deus Pai Todo Poderoso por ter iluminado nossa inteligência e guiar os
nossos passos todos os dias da nossa vida.

À Professora MSc. Gercelina Jacinto por nos ter aceite como seus orientandos e partilhado
connosco momentos difíceis de preparar e redigir a pesquisa. Apreciamos a sua orientação
precisa, atenciosa e pelo rigor científico.

Ao Prof. Doutor Isaías Simão, Coordenador do Projecto FOOVOP, por nos ter aceite como
membros do mesmo e permitir que os primeiros para a investigação tivessem sucesso.

A todos docentes da ESP-Bengo que ao longo da nossa trajectória, souberam transmitir-nos


conhecimentos e nos encorajaram a atingir o objectivo.

À Professora Francisca L. Morais, porque foi com ela que pela primeira vez recebemos
conhecimentos sobre a cadeira de OEP.

À Direcção Geral e Professores do Liceu Joaquim Paxe, pelo apoio e atenção dispensada
durante a investigação.

Ao casal Pedro Timóteo, Esperança Figueiredo, Isabel Figueiredo, Maria K. Avelino pelos
conselhos e apoio prestado durante o percurso da minha formação.

Aos meus tios Lázaro Chicola, José Chicola, André Chicola, ao meu irmão e pai João
Teodoro Kakaongo pelo apoio financeiro e conselhos científicos.

Ao pai Afonso Zangui, meu irmão sucessor José Franga, meu primo/irmão Florindo Ndulo
pela força e coragem dada nesta longa trajectória.

Aos nossos queridos irmãos, familiares pelo apoio incondicional.

A Direcção da Escola Superior Pedagógica do Bengo, por ter permitido que pudéssemos
concluir o curso no ensino de Psicologia.

II
Citação

A melhor escolha é sempre aquela realizada de modo consciente, levando em conta as


informações sobre si e sobre o mundo a sua volta.

“Rafaela Brissac”

III
Resumo

O entendimento da falta de Orientação Profissional foi o objecto desta investigação, como


parte das tarefas do Projecto de Formação Vocacional e Orientação Profissional (FOVOOP).
A Orientação Escolar e Profissional refere-se aos serviços e actividades que pretendem apoiar
as pessoas, de qualquer idade e em qualquer ponto ao longo do seu ciclo de vida, nas escolhas
escolares, formativas e profissionais e na gestão das suas carreiras. A carcteriaçãlo inicial
permitiu identificar como problema científico: Como melhorar o processo de orientação
profissional dos alunos da 12ª classe do liceu Joaquim Paxe, Município do Bula Atumba? –
Para a resolução do mesmo elaborou-se um plano de acções de intervenção para melhorar o
processo de orientação profissional aos alunos do Liceu Joaquim Paxe nº 243. Utilizou-se
metodologia mista, com uma população de 89 participantes, entre professores e alunos da 12ª
classe. A implementação do plano de acções demonstrou ser eficaz e criou-se as condições
para a criação do Gabinete de Orientação Profissional de Apoio aos Alunos (GOPAA),
reflectindo os objectivos do projecto acima supracitado.

Palavras-chave: Orientação Profissional, Orientação Escolar Profissional

IV
Summary

The understanding of the lack of Professional Orientation was the object of this investigation,
as part of the tasks of Project of Vocational Formation and Professional Orientation
(FOVOOP). the School and Professional Orientation refers to the services and activities that
intend to support the people, of any age and in any point along his/her life cycle, in the
choices school, formative and professionals and in the administration of their careers. The
initial characterization allowed identifying as scientific problem: How to improve the process
of the students' of the 12nd class of the school Joaquim Paxe professional orientation,
Municipal district of the Bula Atumba? - For the resolution of the same a plan of intervention
actions was elaborated to improve the process of professional orientation to Liceu Joaquim's
students Paxe no. 243. Mixed methodology was used, with a population of 89 participants,
between teachers and students of the 12nd class. The implementation of the actions plan
demonstrated to be effective and he/she grew up the conditions for the creation of the Cabinet
of Professional Orientation of Support to the Students (GOPAA), to reflect the objectives of
the project above foregoing.

Word-key: Professional orientation, Professional School Orientation

ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA .........................................................................................................................I

AGRADECIMENTO ................................................................................................................II

CITAÇÃO ................................................................................................................................III

RESUMO ................................................................................................................................ IV

SUMMARY ..............................................................................................................................V

Introdução...................................................................................................................................1
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................5
I.1- Definição de Termos e Conceitos........................................................................................5
I.2- Evolução Histórica da Orientação Escolar e Profissional....................................................5
I.4- Orientação Profissional no Contexto Angolano...................................................................8
I.5- Factores que Influenciam na Escolha Profissional...............................................................9
I.6-Teorias de Orientação Escolar e Profissional......................................................................10
I.6.1- Teorias Psicológicas Referentes à Escolha Profissional.................................................10
I.6.2- Teoria de Traço e Factor.................................................................................................11
I.6.3- Teoria da Psicodinâmica.................................................................................................11
1.6.3- Teoria dos Valores de Spanger.......................................................................................11
I.6.4- Teoria de Necessidades...................................................................................................12
I.6.5- Teorias Psicanalíticas em Orientação Vocacional..........................................................12
I.6.6- Teorias Decisionais.........................................................................................................13
I.7- Princípios da Orientação Escolar e Profissional................................................................13
I.8- Objectivos da Orientação Escolar e Profissional...............................................................15
I.9- Funções de Orientação Escolar e Profissional...................................................................15
I.9.1- Função de planeamento...................................................................................................16
I.9.2- Função de Organização...................................................................................................16
I.9.4- Função de Atendimento Individual.................................................................................17
I.9.5- Função de Aconselhamento............................................................................................18
I.9.6- Função de Relacionamento.............................................................................................18
I.10- Requisitos Para a Escolha Profissional............................................................................19
I.10.1- O Autoconhecimento.....................................................................................................19
I.10.2- A Inteligência Predominante.........................................................................................19
I.10.3- Preferências Vocacionais..............................................................................................20
I.10.4- Traços de Personalidade................................................................................................20
I.11- Orientação escolar e Profissional nas Escolas..................................................................20
I.12- Contextos de Intervenção em Orientação Escolar Profissional.......................................21
I.13- Papel dos Pais na Orientação Escolar e Profissional........................................................21
I.13.1-Papel dos Professores na Orientação Escolar e Profissional..........................................22
I.14- Orientação Escolar e Profissional com Jovens Angolanos no Âmbito da Escolha de uma
Carreira.....................................................................................................................................22
CAPÍTULO II- METODOLOGIA DE PESQUISA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS..............................................................................................................23
II. 1- Tipo e Modelo de Pesquisa..............................................................................................23
II.2- Caracterização da Escola..................................................................................................23
II.2.1- Tipologia da Instituição.................................................................................................23
II.3-População e Amostra.........................................................................................................23
II.4-Métodos e Instrumentos de Pesquisa.................................................................................24
II.4.1-Métodos Teóricos............................................................................................................24
II.4.2-Métodos Empíricos.........................................................................................................24
II.4.3-Instrumentos de Pesquisa................................................................................................25
II.5-Questões de Ordem Ética...................................................................................................25
II.6-Procedimentos e Dificuldades Encontradas.......................................................................25
II.6.1-Procedimentos.................................................................................................................25
II.6.2- Dificuldades...................................................................................................................25
II.7.1-Resultado do Questionário Aplicado aos Alunos...........................................................26
II.7.2- Resultados do Guião de Entrevista Aplicada aos Professores.......................................33
II.7.3- Resultado do Guião de entrevista Aplicado aos Encarregados de Educação................37
CAPÍTULO III – PROPOSTAS E ACÇÕES METODOLÓGICAS DE
INTERVENÇÃO PARA MELHORAR O PROCESSO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR
PROFISSIONAL.....................................................................................................................42
III.1-Propostas...........................................................................................................................42
III.2- Implementação das acções metodológicas.....................................................................42
III.3- Duração dos Módulos......................................................................................................43
III.4- Avaliação.........................................................................................................................44
CONCLUSÕES........................................................................................................................45
Sugestões...................................................................................................................................46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................47
Introdução

Escolher uma área de estudos ou um curso de carácter técnico-profissional nem sempre se


afigura uma tarefa fácil, pelo que é natural e frequente existirem indecisões, angústias e
receios. Porém, O presente trabalho debruça-se sobre Plano de Acções de Intervenção Para
Melhorar o Processo de Orientação Profissional dos Alunos do Liceu Joaquim Paxe nº
243, Município de Bula Atumba. A Orientação Escolar e Profissional (OEP) é uma tentativa
para estabelecer uma fusão entre as aspirações do educando, suas potencialidades e
oportunidades, de acordo com Zassala (2012, p.125). Porém, a prática da Orientação Escolar e
Profissional, independentemente de seu contexto, deve sustentar-se em uma compreensão
teórico-conceitual a partir da qual suas acções serão desdobradas. Observando o contexto
histórico-social contemporâneo, com os obstáculos enfrentados por jovens frente às demandas
quando da inserção no mercado de trabalho, com as opções aí implicadas, constitui tarefa
central da OEP em facilitar esse momento de escolha, cabe ao profissional de orientação
considerar a questão da conscientização de jovens e adultos a partir de sua sensibilização para
o que ocorra efectivamente na sociedade e em suas várias dimensões: económica, política,
social e educacional, segundo Soares (1987; 2002).

Assim o mundo apresenta muitas oportunidades, e fica difícil escolher com facilidade o que
realmente se quer. Daí a necessidade da implementação da orientação escolar e profissional
(OEP) nas escolas, como um processo dinâmico que visa a orientar a formação da
personalidade integral do educando, levando-o ao conhecimento de si mesmo, de suas
capacidades e problemas, oferecendo-lhe elementos para um melhor ajustamento ao meio e
para uma escolha consciente da profissão que melhor lhe convier.
De acordo com a constatação feita, são várias as dificuldades que os alunos enfrentam no
momento da escolha do curso a seguir para o ingresso ao ensino superior. Acreditamos que a
situação em estudo é de carácter importante porque poderá ajudar na identificação dos
factores que estão na base do problema. Vários autores afirmam que a escolha profissional é
uma decisão importantíssima para vida dos jovens.
Por esta razão, a preocupação em investigar o tema em referência e contribuir para o
decrescimento do fenómeno. Sendo assim, o trabalho apresentado compreende três capítulos e
as considerações finais.
O capítulo I debruça-se sobre os fundamentos teóricos da orientação escolar profissional que
sustenta a análise dos resultados apresentados.

O capítulo II apresenta a Metodologia, Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados


e o diagnóstico do campo de acção.

O capítulo III se apresenta o plano de acções de intervenção para melhorar o processo de


orientação profissional dos alunos da 12ª classe da instituição alvo e a sua implementação.

Seguidamente as conclusões e sugestões direcionadas na criação das condições para a


sisitematização das acções implementadas, como contributo prático da presente pesquisa.

Situação Problemática

Ao longo da vida fazemos muitas escolhas. Mas considera-se como uma das mais difíceis a
escolha profissional. Os jovens que terminam o II ciclo precisam tomar uma decisão que pode
definir o seu futuro. Além disso, sofrem influência do meio social por informações das
melhores profissões para trabalhar e também são pressionados pelos pais e grupos de amigos.
Porém, esta problemática não foge da realidade vivida pelos alunos do Liceu Joaquim Paxe.

A caracterização inicial realizada na mesma instituição permitiu identificar um conjunto de


dificuldades relacionadas ao processo de orientação profissional que a seguir se mencionam:

o Existência de alunos insatisfeitos com as escolhas feitas, incidindo no fraco


aproveitamento dos mesmos, visto que as escohas feitas por influência dos pais e/ ou
encarrregads de educação;
o Desconhecimento da importância da orientação profissional por parte da maioria dos
professores;
o Inexistência de acções na instituição relacionadas ao processo de orientaçção profissional.

As insuficiências acima descritas entram em contradição com as orientações dos órgãos de


tutela quanto ao papel de orientação aos alunos que as esscolas devem desenvolver. Dessa
contradição, permitiu identificar o seguinte problema científico:

Como melhorar o processo de orientação profissional dos alunos da 12ª classe do liceu
Joaquim Paxe, Município do Bula Atumba?

Objecto de Investigação

O Processo de Orientação Profissional.


Campo de Acção

A Orientação Escolar Profissional nos alunos da 12ª Classe do Liceu Joaquim Paxe.

Objectivos do Trabalho

Objectivo Geral

Elaborar um plano de acções de intervenção para melhorar o processo de orientação


profissional aos alunos do Liceu Joaquim Paxe nº 243.

Objectivos Específicos

1. Fundamentar alguns referentes Teórico-metodológicos que sustentam o impacto da


orientação escolar e profissional na escolha e tomada de decisões assertivas sobre os cursos
e carreiras a abraçar no futuro.
2. Diagnosticar o estado actual da Orientação Profissional nos alunos da 12ª Classe do Liceu
Joaquim Paxe.
3. Propor acções de intervenção para melhorar o processo de Orientação Escolar Profissional
nos alunos da 12ª Classe do Liceu Joaquim Paxe.
4. Implementar acções de intervenção para melhorar o processo de Orientação Escolar
Profissional nos alunos da 12ª Classe do Liceu Joaquim Paxe.

Ideia a Defender

A implementação do plano de acções de intervenção permitirá melhorar o problema da falta


de orientação escolar e profissional aos alunos do Liceu Joaquim Paxe nº 243.

Importância do estudo

O advento da orientação escolar e profissional representa uma tomada de consciência em


relação à realidade do aluno e a complexidade da vida social do educando, como confirma
Nérici (1986, p.19) apud Zassala (2012, p.114). A orientação escolar e profissional alicerça-se
principalmente, no respeito às diferenças individuais e no reconhecimento de que o ser
humano, em qualquer fase da sua vida é um ser carente e que, com maior ou menor
intensidade, necessita de compreensão, ajuda e orientação.

Assim, as dificuldades enfrentadas pelos jovens no momento de decisão de cursos


profissionais é um assunto muito abordado no nosso País, sobretudo para aqueles que não
recebem nenhuma orientação profissional. Fruto de observações realizadas no Liceu Joaquim
Paxe nº 243 do município de Bula Atumba, mostram que a situação se tornou de facto um
problema social que carece de reflexão e investigação.

Segundo Jully, apud Nérici (1986), a Orientação Escolar e Profissional representa um esforço
para ajudar o indivíduo a tornar-se capaz de fazer escolhas, é também um processo educativo
através do qual se assiste o educando, a fim de que ele possa obter pleno rendimento das
actividades escolares, formular e realizar planos conforme suas capacidades e seus interesses
e assim atingir mais harmoniosamente os fins de uma educação integral.

Portanto, a OEP é de carácter importante porque visa fornecer ferramentas técnico-científicos


que ajudarão os alunos nas suas escolhas futuras de modo mais adequado, consciente e
assertivo nos níveis subsequentes de Ensino.

Logo, a importância do tema em estudo reside na preocupação de se entender as dificuldades


enfrentadas pelos alunos. Assim, no desenrolar do trabalho, apresentaremos algumas medidas
de intervenção para minimizar as dificuldades dos alunos no momento de fazerem escolhas de
cursos profissionais, e tentar encontrar resultados satisfatórios e desejados pela sociedade.
Esperamos que o presente trabalho, junto de outras propostas científicas possa trazer alguma
coisa nova e ajude a encontrar meios e possíveis soluções.

Delimitação e Limitação

Delimitação do Tema

Considerando a extensão do tema, o estudo foi delimitado à Orientação Escolar e Profissional.

Limitação do Tema

O estudo foi limitado a orientação escolar e profissional dos alunos da 12ª classe do Liceu
Joaquim Paxe nº 243.
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

I.1- Visões e pontos convergentes de Alguns Autores Sobre Orientação Profissional.


A orientação profissional é um tema que já vem sendo estudado por alguns autores desde
tempos remotos, mas a sua abragência ainda é restrita isto porque ainda verifica-se um certo
nível de desconhecimento e falta de interesse por outros. Mas dos autores que abordaram
sobre a orientação profissional, concordam que a mesma ajuda o indivíduo a fazer uma
escolha assertiva e prepara o indivíduo para a vida laboral, académica, social e familiar.

I.1.2- Definição de Orientação Escolar e Profissional

De acordo com Vera (2009), a Orientação Escolar é um apoio ou suporte a vida académica
dos alunos e também uma ajuda nas dificuldades dos alunos em adoptar técnicas de estudo.
Ainda afirma que, a Orientação Profissional é uma selecção e preparação para a vida laboral.

E segundo Levenfus (1997) apud Elaine Cristina et.all (2015), a Orientação Profissional deve
se referir a trabalhos que se limitam a informar sobre as profissões, mercado de trabalho, onde
são aplicadas técnicas de aprendizagem, sem que dê ênfase a questões intrapsíquicas.

Já na visão de CODE & COMISSÃO EUROPEIA (2004) a orientação escolar e profissional


refere-se a serviços e actividades que pretendem apoiar as pessoas, de qualquer idade e em
qualquer ponto ao longo do seu ciclo de vida, nas escolhas escolares, formativas e
profissionais e na gestão das suas carreiras.

Como se observou, todas abordagens desses autores convergem e apegamo-nos mais na visão
de CODE & COMISSÃO EUROPEIA por ser a que engloba as visões dos outros autores e
alinha-se com o objecto e o campo de acção da nossa pesquisa.

I.2- Evolução Histórica da Orientação Escolar e Profissional


De acordo com Bock (2006) apud Sousa et all (2015, p. 23) no passado a escolha de uma
profissão ou ocupação não era vista como um problema universal da humanidade, pois os
homens trabalhavam e viviam apenas para sobreviver. Os trabalhos organizavam-se como
actividade de colecta e mais tarde como caça, não havendo diferenciação de funções, excepto
aquelas determinadas pelo sexo.
Na vida tribal, pode ser encontrada a preservação de culturas advindas de seus descendentes,
não estipulando actividades e ocupações diferentes entre seus membros, sendo organizadas
apenas por meio de uma hierarquia, no que se refere às questões de guerra e aos cuidados com
a saúde, levando em conta funções exercidas por questões de coragem ou ainda idade
avançada. A actividade da caça, por exemplo, eram atribuídas especificamente aos homens,
devido ao porte físico, já a agricultura e o cuidado dos filhos eram destinados exclusivamente
às mulheres. Nesse período não havia possibilidades e nem necessidades de grandes escolhas
no que se refere a funções, tanto para a sobrevivência material ou não.

O problema da escolha das profissões, que é uma consequência lógica da escolha da carreira
escolar, de harmonia com as inclinações e aptidões de cada um, tem sido considerado pelos
autores portugueses desde longa data. Não é um problema novo; é sim, um problema
equacionado, hoje, de modo distinto daquele que era colocado noutros tempos.

Antigamente, os diversos aspectos da orientação profissional eram postos incidentalmente


num plano geral e sem grandes preocupações de pormenor. Numerosos clássicos portugueses
chamaram a atenção dos leitores para este magno problema, em obras das mais diversas
categorias.

O advento da orientação escolar e profissional representa uma tomada de consciência em


relação à realidade do aluno e a complexidade da vida social. O educando, como confirma
Nérici (1986: 19) apud Zassala (2012, p.114), não era levado em conta na execução do
processo de ensino. Os sucessos escolares corriam, quase sempre, por conta da eficiência do
professor, e as repelências, por conta da inadequada aplicação do aluno aos estudos. A vida
social também não era considerada e, a escola funcionava alienadamente, não visando, com
objectividade, o meio social. Pois, os três pólos de ensino: o aluno, o professor, e a vida
social, em verdade, não eram tidos em conta.

Somente no princípio do século XX, o aluno começou a ser visto como um ser carente e
diferente do outro, com as suas virtudes, deficiências, inadaptações, dificuldades e aspirações.
O professor, por sua vez, passou a ser visto como um ser falível e que, possivelmente, poderia
apresentar algumas falhas de acordo com Zassala (2012, p.115).

O aluno foi encarado, com mais compreensão e com a intenção de ser apreendido na realidade
sócio-humana e de serem caracterizadas as suas dificuldades de adaptação. O objectivo era
assisti-lo e fortalecê-lo, para enfrentar os seus aspectos negativos, estimulá-lo nos seus
aspectos positivos, e melhor prepará-lo para integrar-se no meio social, como cidadão
participante. Era o advento da “orientação escolar e profissional.”Ibidem.

O professor, também, quase que simultaneamente, foi visto com maior compreensão, com
vista a ser amparado nas suas dificuldades e deficiências técnicas, bem como, sensibilizado
em relação à realidade do aluno. Deste modo, a actuação do professor passou a ser estimulada
para que se efective uma acção mais adequada em relação à realidade do aluno e do meio,
originando assim, o advento da “orientação pedagógica,” de acordo com Zassala (2012).

Porém, a tomada de consciência da realidade do aluno em si, das suas fases evolutivas com a
sua problemática própria, e não mais como adulto em miniatura, o seu reconhecimento como
pessoa única, com aspectos positivos e negativos, representam um grande passo para a
educação ajustada e eficiente, cujo objectivo é formar cidadãos conscientes das suas
possibilidades, deveres, direitos e aspirações. Assim, a orientação escolar e profissional
reconhece a realidade do aluno como portador de possíveis dificuldades, que precisam ser
atendidas para que possa decidir-se aos estudos com possibilidades de rendimento satisfatório
de acordo com Zassala (2012, p.115-116).

Mas esta orientação não visa somente bons resultados nos estudos, mas também a adequada
integração do aluno na escola, no lar, na sociedade e no “mundo do trabalho”. Assim, o
rendimento escolar e o ajustamento social inadequado passaram a ser compreendidos como
consequência de dificuldades do aluno e não como simples má vontade do mesmo.

A orientação escolar e profissional baseia-se principalmente, no respeito às diferenças


individuais e no reconhecimento de que o ser humano, em qualquer fase da sua vida é um ser
carente e que, necessita de compreensão, ajuda e orientação.

Pode dizer-se que o advento da orientação escolar e profissional está ligado ao surgimento da
era industrial, que afastou os pais de casa para a fábrica, ficando os filhos sem aquele apoio e
supervisão que anteriormente tinham no lar.

Segundo Pimenta (1981), o primeiro escritório de orientação profissional surgiu em 1902 em


Munich. Em 1908, Frank Parson criou um serviço de orientação vocacional em Boston e
formulou um modelo de orientação vocacional para colocar o homem certo no lugar certo. O
contexto da sociedade dessa época era pós-guerra que teria de se adaptar às mudanças sociais,
à necessidade de mão-de-obra e ampliando as oportunidades ocupacionais, o que fez surgir a
necessidade de colocar o homem certo no lugar certo, para que este pudesse desenvolver a
função conforme suas habilidades na área. Assim, as orientações vocacionais e profissionais
puderam contribuir para que as habilidades e aptidões dos homens fossem direccionadas para
determinada tarefa que desempenharia com excelência

I.3- Orientação Profissional e Vocacional


A orientação vocacional é um instrumento psicológico que mediante a pesquisa e a análise
das potencialidades de um indivíduo indica os elementos básicos e indispensáveis à
verdadeira realização profissional e pessoal do mesmo. É um trabalho que visa a instrumentar
o jovem para que ele exerça a sua escolha profissional, ou seja, é através dela que o indivíduo
será preparado.

A orientação vocacional e profissional teve sua criação historicamente vinculada, tendo em


vista que se complementam e que as duas são necessárias para que ocorra um processo de
escolha mais assertiva, segundo Zassala (2012, p.116). Esta orientação surgiu, praticamente,
no início do século XX, nos Estados Unidos e, portanto, com o objectivo de orientar os
estudantes para uma adequada escolha de trabalho profissional.

Mas o contacto directo com o aluno foi revelando as suas inseguranças e dificuldades,
ampliando-se, a acção para uma assistência mais ampla e completa, orientando-o para a vida
pessoal e social. A orientação vocacional e profissional teve sua criação historicamente
vinculada, tendo em vista que se complementam e que as duas são necessárias para que ocorra
um processo de escolha mais assertiva, segundo Zassala (2012, p.116). Logo no início do
século XX deu-se um aumento natural no campo da orientação, obedecendo à necessidade de
assistir o aluno no desenvolvimento de todas as suas estruturas – físicas, sociais, estéticas,
científicas, políticas e religiosas. Deste modo, a orientação evoluiu e atravessou as fronteiras
dos Estados Unidos de acordo com Zassala (2012, p.116).

I.4- Orientação Profissional no Contexto Angolano


Em Angola, apesar das obras literárias portuguesas, versadas na matéria, datadas do século
XVII, nunca existiu, durante o período colonial, uma instituição sobre orientação escolar e
profissional. Havia apenas o serviço de Emprego de Luanda, cujo objectivo era seleccionar e
colocar a mão-de-obra nos centros de trabalho, de acordo com as solicitações. Depois da
independência, as instalações deste Centro, que pertenceram ao Ministério do Trabalho e
Segurança Social, foram esvaziando paulatinamente até ao seu completo desaparecimento.

A primeira camada social que se preocupou com o problema da orientação profissional,


precisamente, a juventude, através da organização partidária JMPLA – Juventude do Partido,
que a partir de 1987, promoveu vários encontros sobre a orientação técnico-profissional com a
participação das estruturas de recursos humanos dos órgãos do governo central, segundo
Zassala (2012).

Orientam cientificamente, esses encontros Carlinhos Zasssala e o sociólogo Filipe Amado,


ambos docentes da Universidade Agostinho Neto. Em sequência, foi realizada uma palestra,
sob o patrocínio da citada organização juvenil, no Ministério da Saúde em Luanda,
dinamizada pelo autor, subordinada ao tema “A Juventude e o futuro profissional”. Mais
tarde, em Julho de 1991, sob o patrocínio do Departamento de Actividades Extra-Escolares do
Ministério da Educação, outra palestra ocorreu no anfiteatro do Gamek, dinamizada
igualmente pelo autor, cujo tema foi “ A problemática da orientação escolar e profissional em
Angola” de acordo com Zassala (2012, p.118-119).

O departamento acima referido estrutura e está encarregue da organização e dinamização de


todas as actividades extra-escolares em todas as instituições de ensino, do geral, de base ao
geral médio e Médio Técnico, como o seu regulamento estipula. Este departamento criou um
Centro Piloto de Orientação Escolar e Profissional na escola Nzinga Mbandi que, no entender
do autor, está longe de ser considerado como ponto de partida, a nível nacional, por carecer de
recursos, principalmente material, até este momento, não existe uma instituição vocacionada
para as actividades de Orientação Escolar e Profissional, regulamentada legislativamente, a
nível nacional, ibidem.

I.5- Factores que Influenciam na Escolha Profissional


A escolha profissional bem como o exercício da profissão refere-se a uma temática complexa
em abordar, pois engloba um conjunto de factores. É bem verdade que essa realidade é
influenciada quer pelo meio circundante, bem como pela maneira como o indivíduo
compreende o mundo. Existem factores subjectivos “emocionais e pessoais” e objectivos que
estão envolvidos na escolha e no exercício de uma profissão.

Ao examinar alguns dos factores que condicionam ou interferem na tomada de decisão para a
escolha de um curso ou profissão, é necessário delinear algumas directrizes para a recolha de
informações que dêem sustento às hipóteses principais deste estudo. Temos clareza, a partir
das inúmeras pesquisas realizadas nessa área do conhecimento, de que há uma série de
determinantes internos e externos que interferem na escolha de um curso ou profissão, dentre
os quais:
Factores Intrínsecos
No grupo destes factores, ressaltam-se todos os elementos que tornam o indivíduo, dentro da
sua desigualdade, apto para o exercício de uma determinada profissão e, consequentemente,
motivado para a formação ou aprendizagem e o exercício futuro, de acordo com Chocolate,
(2013).

Para Silva (1992) apud Chocolate (2013), o modo como os alunos diferem em termos de
aptidões, capacidades, interesses, traços de personalidade, valores, necessidades, ajustamento
e motivação, é um aspecto que apresenta notável importância na opção vocacional. Entre as
diferenças evidenciadas pelos educandos, destaca-se a da maior ou menor facilidade com que
aprendem intrinsecamente relacionadas à sua inclinação e à potencialidade de cada um.

Em função dos aspectos apresentados, pode-se considerar que, independentemente de todos


estarem numa mesma classe, neste caso particular, num determinado curso, cada aluno
apresenta as suas expectativas, interesses e motivações. Estes elementos serão os
impulsionadores da capacidade de aprender, no empenho, na dedicação e na consecução dos
seus objectivos pelos quais foi feita a escolha.

Factores Extrínsecos
Os valores, crenças e as divisões de classes que a sociedade estabelece, desempenham um
importante papel na escolha profissional. Na medida em que nela o indivíduo desenvolve
todas as suas actividades quotidianas, o sujeito estabelece relações com outros parceiros que
lhe permitem ter informações, conhecimentos, experiências para a sua auto-realização através
do exercício da profissão. As oportunidades e o contacto com os outros servem de meio
essencial para que a pessoa se possa realizar no interior da sociedade em que ele tiver
inserido.
Os factores externos têm a ver com as influências do meio que orientam a escolha e
motivação profissional do indivíduo, para além destes existem determinantes individuais que
são proporcionados pelo meio ambiente no qual se insere o sujeito, incluindo oportunidades
do mercado de trabalho, tipo de instrução ou treino necessário e barreiras económicas e
sociais. Estas variam desde a política familiar até às limitações geográficas e financeiras que o
indivíduo tem de enfrentar para conciliar a opção por determinado curso de estudo e de
preparação profissional exigida com opções relacionadas à própria subsistência.

Dentre os vários factores externos existentes, destacam-se alguns: a família, a


educação/escola, e o meio social, de acordo com (Chocolate, 2013).
I.6-Teorias de Orientação Escolar e Profissional

I.6.1- Teorias Psicológicas Referentes à Escolha Profissional


A maior parte das teorias que existem em orientação vocacional ou orientação profissional é
de natureza psicológica. Por isso é importante que cada indivíduo tenha o autoconhecimento
quanto à escolha profissional. De acordo com Sócrates apud Chiavienato (2012) cada pessoa
deve buscar em si próprio os segredos da vida. Porém, o indivíduo deve buscar o
autoconhecimento como ponto de partida para o conhecimento do mundo exterior. O
conhecimento externo deve vir depois do conhecimento interior.

I.6.2- Teoria de Traço e Factor


Esta teoria prende-se à Psicologia Diferencial, supõe-se que cada indivíduo tenha suas
características próprias quanto às aptidões, interesses, características físicas e traços de
personalidade. A teoria de traço e factor afirma que uma actividade profissional implica a
execução de uma série de tarefas que exigem certas condições para serem levadas acabo de
acordo com Nérici (1986).

I.6.3- Teoria da Psicodinâmica


Procura explicar a escolha profissional como formas de serem atendidas, de maneira
sublinhada, os impulsos inconscientes, assim, o ginecologista procuraria de forma sublinhada
e socialmente aceite, satisfazer os impulsos de curiosidade sexual; o cirurgião procuraria
satisfazer os impulsos agressivos ou sádicos, salvando vidas por intermédio do bisturi. Esta é
a concepção psicanalítica tradicional, posteriormente surgiram duas outras concepções: de
Roe e Holland.
Roe apud Nérici (1986, p.132), diz que o indivíduo escolhe uma profissão visando a
satisfação de necessidades, e que a disposição de lidar com pessoas ou coisas, se estabelece
com base no relacionamento entre pais e filhos, na infância, pela maneira como são satisfeitas
as primeiras necessidades da criança.
Holland, apud Nérici (1986, p.133), afirma que o indivíduo, quando opta por uma actividade
profissional, o faz para entender o seu tipo de personalidade e o seu estilo de vida. Assim, a
escolha profissional tenderá para a actividade ocupacional que mais se ajuste ao seu tipo de
personalidade, levando em conta outros factores de natureza social, familiares e mesmo
amigável. Porém, Holland indica seis tipos de personalidades, com suas características
predominantes: personalidade motora, intelectual, de apoio, adaptativa, persuasiva e estética.
Assim, o indivíduo seleccionaria a profissão que melhor se ajuste ao seu tipo de
personalidade, levado em consideração outros factores de ordem ambiental.

1.6.3- Teoria dos Valores de Spanger


Esta teoria enquadra-se em um esquema dinâmico de motivação, com raízes no inconsciente,
e que pode orientar para uma escolha profissional. A concepção de Spanger é que o homem,
ao nascer, se vê mergulhado em um ambiente histórico-cultural, composto de seis grupos de
valores que vão actuar na formação de personalidade de cada indivíduo. Todos esses valores
influenciam na formação da personalidade, mas um ou dois grupos acabam prevalecendo, isto
é, ter maior desenvolvimento do que os outros dentro do indivíduo, determinando assim, o seu
tipo de personalidade, a maneira de sentir o mundo e de se orientar dentro do mesmo o que
vai influenciar na escolha profissional. Para tal, Spanger classificou seis tipos de
personalidade que são: teórico, estético, social, político, religioso e económico. Cada um com
o seu valor máximo e área correspondente que a seguir se apresentam:
 Os valores máximos correspondentes são: verdade, belo, bem, mando, salvação da
alma e bens.
 As áreas vocacionais correspondentes são: Ciências, artes, assistência ao próximo,
chefia em geral religião e economia.

I.6.4- Teoria de Necessidades


Teorias das necessidades em orientação vocacional são as que procuram explicações para as
escolhas profissionais na satisfação de desejos e necessidades psicológicas dos indivíduos.
Esta teoria tem como representante principal a autora Roe, que comparou cientistas de três
áreas: ciências biológicas, exactas e humanas, tendo em conta os diferentes tipos de relações
pais-filhos. Segundo Roe (1960) apud Giacaglia (2003, p.21), os cientistas sociais tiveram
pais super-protectores e firmes, que na maioria das vezes, era contraposto com rebeliões,
enquanto que os biólogos e físicos, eram provenientes de famílias em que havia pouca
interacção pessoal entre pais e filhos, havendo menor possibilidade de rebelião.
Roe elaborou uma série de hipóteses. Embora levado em consideração o papel da genética na
determinação de cada um, ela partiu da ideia de que são as relações familiares na infância que
determinam a satisfação ou não de necessidades do adulto, por sua vez, determinam as
escolhas e adaptação profissional. Também pressupõe a existência de uma energia que se
deslocaria na escala de Maslow diferentemente para cada indivíduo, de acordo com suas
satisfações e frustrações.
I.6.5- Teorias Psicanalíticas em Orientação Vocacional
 Teoria de Ginzberg: explica que o processo da terminação vocacional tem origem na
interacção do indivíduo com a realidade, assunto pouco estudado e, sintetiza-se em
seguintes tópicos:
1. A escolha vocacional: é um processo evolutivo, que passa por um período
aproximadamente de dez anos. Tem, carácter evolutivo, o indivíduo toma
consciência de si mesmo, da realidade que o envolve e como ele poderia actuar
nela.
2. O processo vocacional atinge o seu desfecho quando é alcançada certa adequação
entre capacidades, interesses, valores e oportunidades de actividades profissionais.
3. A escolha profissional passa por fases que são: da fantasia, das tentativas e da
realidade.

I.6.6- Teorias Decisionais

Estas teorias veiculam seus propósitos na administração de empresas e da economia visando


racionalidade das escolhas. Assim, a decisão deve ser resultado de uma análise cuidadosa dos
elementos que intervêm no processo da escolha. As mesmas afirmam quea racionalidade
prevê as seguintes etapas:

Preditiva: é nesta etapa em que se identificam as possibilidades oferecidas e se analisam as


consequências de cada uma dessas possibilidades;

Avaliativa: onde se analisam a “desejabilidade” das consequências referidas na etapa


anterior.
Decisória: é nesta etapa que se avaliam as decisões e finalmente se chegaria a uma escolha.

I.7- Princípios da Orientação Escolar e Profissional


Segundo Zassala (2012, p. 126), os trabalhos da orientação escolar e profissional precisam ser
orientados por princípios que lhe possam dar unidade e direcção segura na consecução dos
seus objectivos. Os princípios que devem nortear os trabalhos da orientação escolar e
profissional devem ser normas gerais, orientadas para uma acção positiva e construtiva junto
do aluno. Os princípios mais significativos da orientação escolar e profissional são os que se
seguem:

• Ver o aluno na sua realidade biopsicossocial com todo o respeito e consideração, para
que, a partir dessa realidade, se possa estabelecer uma personalidade ajustada, segura
de si e compreensiva.
• Os trabalhos da orientação exigem o maior número possível de relatórios a respeito do
aluno, devendo ser diligenciados por todos os meios e também do meio em que o
mesmo vive.

• Assistir todos os alunos, desde os mais aos menos carentes, bem como aos que não
revelam carências.

• Dá ênfase aos aspectos preventivos do comportamento humano, uma vez que é muito
mais fácil evitar um acidente do que recuperar do mesmo. Este princípio guarda
analogia com outro de natureza médica que diz: “um grama de prevenção vale mais do
que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal para a orientação escolar e profissional
seria agir, preferencialmente, de maneira profiláctica do que curativa.

• Procurar envolver todas as pessoas relacionadas com o processo de educação do aluno,


como directores, professores, pais, sacerdotes, para que todos cooperem com a
orientação escolar e profissional, no sentido de proporcionar a melhor maneira de
ajudar o aluno.

• A OEP deve ser levada a efeito como um processo contínuo e não como uma acção
esporádica nos momentos em que faltarem professores ou surgirem dificuldades de
maior envergadura. Deve ser planeado para todo o ano lectivo, sem aquelas
características de tapa-buracos.

• A orientação escolar e profissional deve agir, como órgão de estudo e de pesquisa de


medidas que levam a superação de dificuldades de natureza disciplinar e, não deve
funcionar como “órgão disciplinador”.

• A OEP tem de trabalhar em estreita colaboração com a direcção da escola, jamais em


sentido de subserviência ou petulância, mas em sentido de cooperação e compreensão.

• A OEP deve ter muito cuidado ao formular juízos a respeito do aluno, não esquecendo
que este é um ser em evolução, em marcha para a maturidade e que uma série de
factores pode estar a influenciá-lo para que ocorra comportamento anormal que tem
apresentado.

• A OEP deve estar alerta para a realidade comunitária, para que o seu trabalho esteja
articulado com o meio, para melhor ajudar o aluno e integrar-se no mesmo.
• De ressaltar que a OEP precisa dar muita atenção ao serviço de anotações, que deve
ser o mais perfeito possível, para que os dados a respeito de um aluno estejam sempre
à mão e actualizados.

• A orientação escolar e profissional deve esforçar-se por criar na escola um clima de


comunidade e sensibilizar todos quanto à necessidade da cooperação nas suas
actividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade.

• Princípio de Prevenção: de acordo com Vera (2009, p.51) a orientação educativa é,


sobretudo preventiva e que a prevenção é uma espécie de controlo e neutralização de
factores que geram conflitos. A acção orientadora tem que se antecipar às situações de
conflitos e não centrar-se numa coisa ou pergunta concreta.

I.8- Objectivos da Orientação Escolar e Profissional


Os objectivos da orientação escolar e profissional (OEP) concordam com os da educação,
porque são formulados para que estes sejam alcançados com maior plenitude e segurança; são
múltiplos, como afirma Nérici (1986, p. 45) apud zassala (2012).

Para o autor os objectivos da orientação escolar e profissional são os seguintes:


• Orientar o aluno nos seus estudos, para que sejam mais proveitosos.
• Como complemento desse primeiro objectivo, ensinar o aluno a estudar. É
impressionante a quantidade de alunos, de todos os níveis, que se perdem nas
obrigações escolares por não saberem estudar, desperdiçando tempo e energia.
• Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar, e na vida social em geral. É
necessária uma boa interacção entre o professor e o aluno, colegas,pais e encarregados
de educação.
• Discriminar aptidões e aspirações do aluno, para melhor orientação na sua plena
realização.
• Auxiliar o aluno quanto ao seu autoconhecimento, à vida intelectual e à sua vida
emocional.

De acordo com Sousa (2015), o orientador deve estar habilitado a coordenar o processo de
OEP para que as dificuldades possam ser trabalhadas e assim auxiliar os jovens a pensar,
facilitando suas escolhas. Para facilitar essas escolhas devem ser trabalhados os seguintes
aspectos:
• Conhecimento de Si: está relacionado à identidade do jovem em quem ele foi, é e
será, o projecto que espera para o futuro em sua vida profissional, suas expectativas
em relação à família, seus principais valores e interesses.
• Conhecimento das Profissões: está relacionado às profissões, quais são, o que fazem
e como fazem, o mercado de trabalho dentro do sistema político-económico, quais as
possibilidades de actuação, visitas aos locais de trabalho e cursos de universidades,
informações sobre currículos e entrevista com profissionais.
• Escolha propriamente dita: que se refere à decisão pessoal, deixar de lado o que não
é escolhido e viabilizar à escolha.

I.9- Funções de Orientação Escolar e Profissional


Segundo Zassala (2012), as funções da orientação escolar e profissional (OEP) podem
confundir-secom os objectivos mas, convém observar que se revestem de sentido mais prático
e mais próximo da execução de tarefas que têm de levar a cabo. Porém, apresentam-se seis
tipos: função de planeamento, organização, atendimento geral, atendimento individual,
aconselhamento e relacionamento.

I.9.1- Função de planeamento


Refere-se à elaboração dos planos de trabalho a desenvolver durante um ano lectivo. Pode
incluir planos a médio e a longo prazo, quando os objectivos o justificarem. Tem como
elementos fundamentais:
• Resultados do ano anterior: A Orientação Escolar e Profissional precisa de ter um
bom arquivo e com todos os trabalhos executados devidamente registados, para que os
mesmos sirvam de material de reflexão para os próximos planeamentos.

• Observação: A observação é componente essencial para toda a vida da orientação


escolar e profissional, que consiste em obter dados a respeito do funcionamento da
escola em todos os seus aspectos. Destina-se também, a registar o comportamento, o
desempenho e a maneira de ser dos alunos, para notar-lhes as aptidões, preferências,
interesses e desajustamentos, visando motivar novos planos de acção e assistência aos
mesmos.

I.9.2- Função de Organização


Esta prende-se com o material de orientação escolar e profissional preciso para manter o seu
serviço em funcionamento. Trata-se de fichas, questionários, testes e outros registos que
permitem obter dados a respeito dos alunos e de outras pessoas, onde estão devidamente
anotadas, para que possam ser utilizados quando necessários. Esta função é vital e trabalhosa,
sem à qual os trabalhos não se poderiam desenvolver.

I.9.3- Função de Atendimento Geral


Esta função refere-se àquelas actividades a serem desenvolvidas durante todo o ano lectivo e
que dizem respeito a todos os alunos. Citaremos apenas algumas actividades:
 Actividades de Estudo: destina-se a todos os alunos, para orientá-los quanto às
melhores formas de estudar as diversas áreas de estudo e disciplina. Os alunos através
da observação e de testes podem ser avaliados quanto aos seus hábitos de estudo, com
a finalidade de melhorar o seu desempenho enquanto estudantes e futuros cidadãos,
aproveitando mais o seu tempo, como afirma Zassala (2012, p. 133) é o único bem que
realmente pertence ao homem, e o seu gasto, bem ou mal, é irrecuperável. Assim,
concomitantemente ao trabalho de “ensinar a estudar”, o aluno deveria ser orientado
para melhor aproveitar seu tempo, planeando melhor suas actividades.
 Actividade Vocacional: esta actividade compreende o esclarecimento sobre as
profissões e mercado de trabalho correspondente. O aluno deve ser orientado quanto
às necessidades profissionais regionais, como se preparar para as mesmas, requisitos
para o seu ingresso. Poderá programar se possível, estágios bem como visitas a
variados locais de trabalho e a todas as instituições da comunidade, que, deveriam
favorecer este trabalho. Mas a actividade fundamental neste caso específico consiste
em levar o aluno ao autoconhecimento quanto às suas possibilidades de actuação e às
actividades que poderia desenvolver com mais eficiência e maior satisfação.
 Actividades de Actualidade: consiste em aproveitar a motivação do meio, em todas
as suas variedades para informar e formar os alunos. Assim, se em determinado ano
houver eleições, a orientação escolar e profissional, poderá aproveitar a motivação da
propaganda eleitoral para esclarecer os alunos quantos as eleições, voto e vida
democrática, ressaltando ainda a responsabilidade do votante e do eleito.
 Actividade de encontro à realidade: O seu objectivo essencial é evitar a alienação do
aluno em relação a realidade, para que ele não se prepare para uma sociedade
imaginária, mas que tome consciência da realidade que o envolve, com espírito e
determinação de melhorá-la nomeadamente, nos seus possíveis aspectos negativos e
positivos.
I.9.4- Função de Atendimento Individual
O objectivo desta função é atender alunos com maiores dificuldades em relação aos estudos,
ao ajustamento escolar, familiar e social, encaminhando-os para o Serviço de Orientação
Escolar e Profissional. Igual atendimento será dado aos que espontaneamente procurem o
referido serviço. Destina-se prioritariamente, a assistir os alunos mais carenciados, de maneira
pronta e continuada, na esperança de que possam, o quanto antes, integrar-se ou reintegrar-se
plenamente na vida escolar.

São várias as actividades desta função. Apresentaremos apenas algumas:


• Actividade existencial: Nesta actividade, o serviço deverá assistir alunos que
precisam e querem orientação pessoal, não só quanto à vida escolar como à vida
particular, para fazerem frente a situações problemáticas, dúvidas, inseguranças,
conflitos, desajustamentos, etc. o serviço funciona como conselheiro dos alunos em
relação aos seus problemas existenciais, que podem parecer insignificantes para quem
não os vive. Nesta actividade, o orientador precisa ser o mais discreto possível para
não trair a confiança daqueles que o procuram e a quem confiam as suas confidências.
• Actividade terapêutica: Está direccionada para os alunos com dificuldades no estudo
ou de comportamento, que requerem uma assistência assídua e especializada. Se um
aluno começar a fracassar nos estudos e antes de a situação se tornar crítica o serviço
poderia assisti-lo, levá-lo a superar as dificuldades com que se depara nas tarefas
estritamente escolares. Se as dificuldades forem de adaptação ao ambiente escolar,
familiar ou social, com prejuízo para o seu comportamento normal o serviço actua
para que o aluno se integre melhor no sector em que mais sente dificuldades. Assim, é
uma actividade de socorro ao aluno com problemas.
• Actividade de recuperação: refere-se à assistência aos alunos que apresentam défices
definido de aprendizagem e que precisampassar por estudos de recuperação. Esta
recuperação não se limitará apenas a alcançar certas notas ou conceitos, mas,
principalmente a pesquisar junto dos alunos deficitários as causas que os levaram a
esse estado de desinteresse, desorganização pessoal, conflitos íntimos,
desajustamentos, estado de saúde, mau funcionamento na escola.
• Actividade de auto-superação e de auto-realização: A orientação escolar e
profissional (OEP) deve incutir em cada aluno o sentimento e a atitude de auto-
superação, mostrando que a formação de cada um é uma marcha ascendente, degrau
por degrau, conforme as reais possibilidades de cada um, na marcha do seu
aperfeiçoamento pessoal, efectivada através da auto-superação.

I.9.5- Função de Aconselhamento


Esta função refere-se a uma actividade de muita responsabilidade para a orientação escolar e
profissional, daí a necessidade de ser exercida com base em dados suficientes para cada caso e
cada tipo de aconselhamento. Os princípios clínicos devem orientar esta actividade, evitando-
se os casos de aconselhamento estereotipado porque não se pode moldar dois indivíduos
utilizando o mesmo modelo. O aconselhamento pode ser de natureza existencial, de estudos
ou vocacional.

I.9.6- Função de Relacionamento


Também é uma função de alta responsabilidade para a orientação escolar e profissional,
porque muito do sucesso das actividades dependem dessa função. As condições básicas para o
bom desempenho das actividades são as seguintes: o adequado relacionamento com a
direcção, professores, pais, comunidade ecom os alunos.

I.10- Requisitos Para a Escolha Profissional


Segundo Chiavenato (2012, p.46), para se alcançar o ápice da carreira profissional, há um
longo caminho a percorrer. Este poderá ser extremamente agradável e gratificante se a escolha
for bem-feita, ou poderá ser difícil se a escolha não for adequada. Tudo depende de cada
pessoa.

I.10.1- O Autoconhecimento
Já dizia Sócrates “conheça-te a ti mesmo”. Quem não se conhece suficientemente bem, jamais
poderá conhecer o mundo em que vive. Para ele, a condição humana requer que cada pessoa
tenha um profundo conhecimento de si próprio para poder conhecer os outros e o mundo real
que o cerca. Apenas para tentar desvendar alguns aspectos importantes para conhecer melhor
a sua bagagem pessoal em termos de tipo de inteligência, preferências vocacionais e alguns
traços básicos da personalidade, de acordo com Chiavenato (2012).

I.10.2- A Inteligência Predominante


Cada pessoa é dotada de uma bagagem genética única e exclusiva, que a torna mais esperta,
mais forte, mais ágil, mais articulada, ou mais sociável. É o que se chama de aptidões ou
habilidades, que indicam o que cada pessoa tem como potencial para utilizar em uma
determinada situação ou experiência. Inicialmente nos ocuparemos apenas da chamada
habilidade mental ou inteligência. As pessoas variam enormemente quanto à sua inteligência
em termos de intensidade, características e tipos.

Mais recentemente, Howard Gardner, do centro para Tecnologia na Educação de Nova


Yorque, desenvolveu uma teoria das múltiplas inteligências para facilitar o trabalho de
orientação profissional. A teoria pressupõe que as pessoas podem ter sete diferentes tipos de
inteligência, cada uma delas determinando certas habilidades específicas. O importante é que
cada pessoa saiba exactamente qual é o seu tipo de inteligência ou qual predomina em seu
comportamento, para seguir sua carreira profissional nessa direcção. Quando a pessoa decide
pela área com a qual se identifica, ela tem mais possibilidades de sucesso profissional e de
satisfação pessoal. O alinhamento da carreira profissional com o tipo predominante de
inteligência permite as seguintes vantagens para a pessoa:

 Facilidade no aprendizado;
 Rapidez no aprendizado;
 Adequação de suas habilidades pessoais à carreira que escolheu;
 Facilidade nas actividades típicas da carreira escolhida;
 Rapidez nas actividades da carreira escolhida;
 Maior satisfação pessoal na condução da carreira escolhida;
 Maior sucesso na carreira escolhida.

I.10.3- Preferências Vocacionais


Cada pessoa apresenta seus traços específicos de personalidade, seu teor de inteligências
específicas e suas preferências. Essa constelação de características pessoais – personalidade,
inteligência e interesses – é única e complexa, e identifica cada pessoa. Você precisa saber
exactamente onde você se situa e conhecer adequadamente a sua própria constelação pessoal.
Isso é importante para você poder definir os rumos de sua vida e quais os caminhos mais
indicados para as suas características pessoais. As preferências vocacionais estão relacionadas
com aquilo que a pessoa gosta de fazer ou tem bastante interesse nos assuntos a elas
relacionados, de acordo com Chiavenato (2012 p.77-78).

I.10.4- Traços de Personalidade


Além do tipo de inteligência das preferências vocacionais, outro aspecto para escolha da
carreira é o autoconhecimento dos traços de personalidade predominantes. A personalidade se
refere ao padrão típico de comportamento de uma pessoa frente ao ambiente que o rodeia.
Cada pessoa apresenta certos traços de personalidade que o identificam e a personalizam.
Existem muitas teorias a respeito da personalidade e várias abordagens diferentes. Contudo,
existe um consenso, entre os psicólogos, de que existem cinco factores básicos da
personalidade denominados “Big Five”, a saber:

• Extrovertido: sociável, agradável, gregário, caloroso, assertivo, activa;


• Agradável: cortês, confiável, flexível, franco, emotivo;
• Consciente: cuidadoso, perfeccionista, trabalhador, ambicioso, perseverante;
• Neurótico: ansioso, deprimido, irritadiço, complicado;
• Aberto a experiências: original, imaginativo, criativo, curioso, ousado.

Cada um desses factores básicos varia de pessoa para pessoa que vai desde a ausência até uma
concentração muito forte.

I.11- Orientação escolar e Profissional nas Escolas


As bases para a aquisição de competências de auto-gestão da carreira, por exemplo, tomada
de decisão, conhecimento de si próprio, auto-confiança desenvolvem-se numa idade precoce.
Contudo, a educação e a orientação escolar e profissional nas escolas do Iº ciclo, são limitadas
ou quase não existem sobre tudo na nossa realidade. A prestação sistemática de serviços
visando a exploração do mundo do trabalho é igualmente limitada nesse nível de escolaridade.
Os jovens necessitam de prepararem-se para a transição do Iº ciclo para os ciclos seguintes,
dado que as escolhas nesse ponto de tomada de decisão têm implicações importantes nas
opções escolares e profissionais posteriores. A orientação deve ser parte integrante do
processo que ajuda os alunos a preparar essa transição, nas suas escolhas e tomadas de
decisões assertivas.

I.12- Contextos de Intervenção em Orientação Escolar Profissional


Este conceito de orientação escolar foca, sobretudo a ajuda que o aluno precisa para
ultrapassar as dificuldades e encontrar soluções eficazes no processo de aprendizagem.
Autores como Garcia Hoz (1982, p.8) apud Vera (2009, p.36) olham para orientação escolar
como um apoio ou suporte na vida académica dos alunos e também uma ajuda nas
dificuldades dos alunos em adoptar técnicas de estudo.

Para Vera (2009, p.36), a ajuda presta-se para que o processo de aprendizagem
individualizado seja eficiente e que o aluno realize as tarefas escolares de forma mais eficaz e
alcance um bom rendimento escolar. No entanto, o campo de actuação do orientador escolar
abarca tanto os professores como o curriculum e o aluno, dado que todos incidem no processo
escolar. Neste caso o orientador terá de obter um conhecimento do sujeito para realizar uma
conjectura sobre o que o sujeito pode alcançar informando o mesmo aluno de todo o
conhecimento que o orientador possui de si.
Logo, a orientação profissional no âmbito escolar, na nossa perspectiva, tem como objectivo
proporcionar a exploração do “Self”, avaliando as capacidades e interesses dos alunos e
ajudando-os juntamente com todos os membros da comunidade educativa a conceber um
processo de ensino aprendizagem individualizado. Assim, a orientação escolar como refere
Vera (2009, p.37), é um processo em que o aluno recebe ajuda para um bom rendimento
académico e também para uma progressão nos estudos.

I.13- Papel dos Pais na Orientação Escolar e Profissional


A pesquisa sobre o papel dos pais na orientação escolar e profissional, segundo diferentes
referenciais teóricos (psicodinâmico, desenvolvimentista sistémico, contextualista,
construtivista e sócio-cognitivo), revela a influência destes no desenvolvimento vocacional
dos filhos e, consequentemente, nos processos de orientação escolar e profissional de acordo
com Almeida & Silva (2011). Estes processos de influência tendem a ocorrer por duas vias: A
primeira através da comunicação pais - filhos, destacando-se o acompanhamento do percurso
escolar dos filhos, o apoio às suas escolhas e decisões, o diálogo sobre distintas temáticas, as
crenças e valores, o suporte, e a afectuosidade. E a segunda através da interacção dos pais
com o meio quer na organização e participação em actividades diversas directas e indirectas,
quer no contacto e articulação com outros intervenientes educativos, segundo Carvalho &
Taveira, (2013).
O grupo familiar constitui o grupo de participação e de referência fundamental, e é por este
motivo que os valores deste grupo formam as bases significativas na orientação do
adolescente. A necessidade de escolher uma profissão surgiu após a instalação do modo de
produção capitalista. Até então cada indivíduo tinha sua profissão determinada pela família. A
família ocupa um importante papel na sociedade por ser o primeiro grupo social do qual o
indivíduo faz parte, por isso influencia muito na escolha da carreira do adolescente, de acordo
com Bohoslavsky (1993, p. 251).

I.13.1-Papel dos Professores na Orientação Escolar e Profissional


Desde há muito que a investigação comprova que os professores influenciam os estudantes no
desenvolvimento de objectivos, quer educativos, quer vocacionais ao longo do percurso
escolar e ao longo da realização profissional, carvalho et. all, (2013).
A investigação tem vindo a demonstrar que os professores influenciam o desenvolvimento
académico e vocacional dos alunos em termos dos seus interesses, aspirações, escolhas e
realizações. Estas influências ocorrem quer directamente, através da relação que estabelecem
com os alunos, do apoio às suas escolhas, das expectativas em relação à sua realização, do
modo como organizam o ensino e aprendizagem no âmbito da disciplina que lecionam e,
indirectamente, através das interacções com outros educadores e agentes da comunidade.

I.14- Orientação Escolar e Profissional com Jovens Angolanos no Âmbito da Escolha de


uma Carreira.
Segundo Zassala (2012), a escolha profissional dos jovens angolanos é fortemente
influenciada pelas tradições familiares e socioculturais. A situação difícil e complexa dos
jovens angolanos no momento da escolha profissional são factores endógenos que
determinam a mesma. Para isso é necessário que os adolescentes realizem as suas acções de
formação com paixão e expectativa laboral, e não por lhe terem escolhido um curso, para o
qual não tem vocação. A orientação deve começar no terceiro nível para que os jovens em
função das suas aptidões físicas e mentais possam avaliar e obter rendimento, aproveitamento
para a satisfação da sociedade angolana.
CAPÍTULO II- METODOLOGIA DE PESQUISA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS

II. 1- Tipo e Modelo de Pesquisa


Trata-se de uma investigação descritiva exploratória, baseada na sondagem de opiniões dos
intervenientes da pesquisa. O trabalho assenta-se no modelo de pesquisa qualitativa e
quantitativa, não houve manipulação de variáveis nem hipóteses a controlar. Os resultados da
pesquisa foram procurados em função da questão científica levantada no início do trabalho, o
que permitiu atingir os objectivos traçados a partir das informações obtidas sobre o tema em
estudo.

II.2- Caracterização da Escola

II.2.1- Tipologia da Instituição


O estudo foi desenvolvido na escola do IIº Ciclo do Ensino Secundário designada Liceu
Joaquim Paxe nº 243, localizada na província do Bengo, Município do Bula Atumba, próximo
das residências protocolares. É construída de raiz, isto é, de blocos, teto de chapas. Possui
condições aceitáveis e funciona com um corpo docente de 13 professores e duas auxiliares de
limpeza. Possui 5 salas de aula, 6 WC, 3 Gabinetes 1 para a Directora Geral, 1 para o
Subdirector Pedagógico e 1 para Director Administrativo, as Secretarias Geral, Pedagógica e
Administrativa partilham uma única sala. Ao todo a escola possui 23 funcionários onde 15 são
masculinos e 8 feminino. A mesma funciona em dois turnos, manhã e tarde.

A Escola tem capacidade para 500 alunos distribuídos nos dois períodos lectivos. Os alunos
que terminam os seus estudos no Joaquim Paxe, normalmente sentem necessidade em
ingressar para o ensino superior e, acorrem para a instituição mais próxima, neste caso à
Escola Superior Pedagógica do Bengo.

II.3-População e Amostra
O inquérito foi realizado com uma população total de 325 indivíduos e uma amostra escolhida
a partir do critério aleatório simples, na ordem de 89 indivíduos entre eles: 67 alunos
correspondentes a 75,28%; 15 pais e encarregados de educação que corresponde a 16,85.
Foram também inquiridos 7 Professores, incluindo o Subdirector Pedagógico fazendo 7,87 no
geral corresponde a 100 %.
II.4-Métodos e Instrumentos de Pesquisa
Tendo em conta os objectivos formulados para a realização da investigação, achou-se
conveniente combinar diferentes métodos de investigação.

II.4.1-Métodos Teóricos
Permitiu uma abordagem à situação, fenómenos ou problemas que se pretende estudar,
partindo da perspectiva teórica. Dentre os vários, foram aplicados os abaixo descritos:

Histórico-lógico: Possibilitou a elaboração da problemática sobre a orientação escolar


eprofissional, tendo em conta o seu percurso.

Pesquisa Bibliográfica: como sempre é o suporte para as etapas seguintes da investigação.


Coadjuvou a identificação do problema, definição dos objectivos bem como na elaboração do
marco teórico.

Indutivo-Dedutivo: Permitiu que a partir das abordagens teóricas, pesquisa de campo, dos
resultados obtidos, em função de uma aclarada interpretação chegar a uma conclusão geral
sobre a orientação escolar e profissional.

Análise Síntese: este método facilitou a interpretação dos dados colectados e, permitiu a
descodificaçãoe a sua explicação do tema em estudo.

II.4.2-Métodos Empíricos
Oferecem suporte à pesquisa de campo, desde a estruturação do trabalho, selecção da
população e amostra.

Questionário: Este método foi o método aplicado ao Subdirector Pedagógico, professores,


pais/encarregados de educação, de forma estruturada, com objectivo de recolher informações.

Observação: Permitiu avaliar o comportamento dos alunos acerca do tema em referência,


como eles encaram e vivenciam a problemática da escolha profissional e quais as suas
opiniões.

Entrevista: é a técnica que permitiu colher informações sobre o problema em estudo, por
meio de uma conversa que o entrevistador mantém com o entrevistado, de forma estruturada.

Método estatístico: este método permitiu uma descrição quantificada da amostra, que
constitui a população do problema em estudo.
II.4.3-Instrumentos de Pesquisa
A organização dos instrumentos de investigação é difícil, carece de tempo, mas é uma etapa
importante no planeamento da pesquisa.
Porém, para a concretização da pesquisa tivemos como suporte:
 Guião de entrevista
 Questionário
 Grelha de observação

II.5-Questões de Ordem Ética


Para a efectivação do trabalho, escolheu-se o grupo alvo em função do tipo de estrutura da
investigação a realizar. Assim, escolheu-se a escola do secundo ciclo nº 243, de forma
intencional e as questões foram direccionadas ao Subdirector Pedagógico, professores,
pais/encarregados de educação e alunos, obedecendo ao princípio de anonimato.

II.6-Procedimentos e Dificuldades Encontradas

II.6.1-Procedimentos
Para se atingir determinado objectivo é essencial à utilização de procedimentos que ajudam a
concretizar a consecução do trabalho.
Para concretização a pesquisa foram observados os seguintes procedimentos:
 Efectuou-se o levantamento da bibliografia relacionada com o tema em estudo fez-se
os respectivos acertos com a tutora e à sua aprovação.
 Foram seleccionadas técnicas e elaborados instrumentos de pesquisa que foram
distribuídos pelos elementos que fazem parte da nossa amostra.
 O grupo teve o primeiro contacto com a direcção da escola abrangida pela pesquisa,
para facilitar o trabalho na recolha e tratamentos de dados, análise e interpretação e
avaliação dos dados, elaboração do relatório de investigação científica, apresentação
oral e escrita do relatório de investigação.

II.6.2- Dificuldades
Durante a realização do trabalho foram encontradas dificuldades de vária ordem tais como:
 Dificuldades em encontrar bibliografia variada e actualizada para execução do
trabalho.
 A demora na recolha dos guiões de entrevista e questionário dirigido aos
pais/encarregados de educação, professorese alunos, por desconhecerem esta
modalidade.
 A comunicação com os pais/encarregados de educação deficiente por mostrarem
pouco interesse em responder as questões;
 Os alunos não dão muita importância a noção de orientação escolar e profissional
(OEP);
 A influência dos amigos e dos pais tem sido muito prepoderante na tomada de suas
decisões.

II.7- Apresentação, Análise, Interpretação de Dados e Proposta do Trabalho


Para a realização da pesquisa, optou-se pela abordagem mista, fazendo o uso dos métodos
qualitativo e quantitativo, de forma a possibilitar maior compreensão do fenómeno estudado,
tornando possível a localização de pontos ocultos que um único método não é capaz de
alcançar.

II.7.1-Resultado do Questionário Aplicado aos Alunos

Tabela nº 1: Distribuição das respostas dos alunos em função da Idade e género.

Faixa-etária Género Frequência

Masculino Feminino Fas Frs

17-25 anos 23 17 40 59,70%

26-32 anos 15 5 20 29,85%

33-39 anos 07 00 07 10,45%

Total 45 22 67 100%

De acordo com a tabela nº 1, a idade mínima dos alunos inquiridos é de 17 anos e a máxima
39 anos, tendo 40 alunos com idade compreendida entre os 17 a 25 anos correspondente a
59,70%; dos 20 com idade entre 26 a 32 anos correspondendo a 29,85 % e por fim, dos 7
alunos com idade entre os 33 a 39 anos, corresponde a 10, 45 %. Quanto ao género, tem maior
predominância o sexo masculino com 45 alunos correspondente a 67,16% ao contrário do
género feminino representado por 22 alunos perfazendo 32,84%.
Tabela nº 2: Distribuição das respostas dos alunos em função da pergunta nº 1

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Pais 32 16 48 71,64%

Com quem vive? Tio 03 02 05 7,46%

Avôs 05 02 07 10,45%

Outros 05 02 07 10,45%

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos investigados 48 vivem com os pais o que corresponde 71,64%,05 vivem com
tios correspondendo a 7,46%; 07 vivem com os avôs resultando em 10,45% e igualmente 07
vivem com outros o que perfaz 10,45%.

Tabela 3: Distribuição das respostas dos alunos em função da pergunta nº 2.

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

C. E. Jurídicas 27 10 37 55,22%

Que curso frequenta? C. F. Biológicas 0 0 0 00%

C. Humanas 18 12 30 44,78%

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos inquiridos 37 são do curso de Ciências Económicas Jurídicas o que


corresponde 55,22% e 30 são do curso de Ciências Humanas correspondendo a 44,78%.
Tabela nº 4: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 03

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Sentes-te satisfeito Sim 27 11 38 56.72%

com a escolha feita? Não 11 08 19 28,36%

Talvez 07 03 10 14,92%

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos investigados 38 sentem-se satisfeitos pela escolha feita, correspondendo assim
a 56,72%, 19 não se sentem satisfeitos pela escolha feita corresponde a 28,36% e 10
apresentam-se indecisos resultando14,92%.

Tabela nº 5: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 4

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Porquê escolheu este Influência dos pais 20 10 30 44,78%

curso? Influência dos amigos 06 06 12 17,91%

Escolha própria 19 06 25 37,31%

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos investigados 30 afirmam que fizeram por influência dos pais, correspondendo a
44,78%; 25 afirmam ter feito escolha própria fazendo 37,31% e 12 afirmam por influência
dos amigos o que perfaz 17,91%.
Tabela nº 6: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 5.

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Sim 10 05 15 22,39%

Já ouviu falar de OEP? Não 23 15 38 56.72%

Talvez 12 02 14 20.89%

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos investigados 38 nunca ouviram falar de orientação escolar e profissional (OEP)
o que corresponde a 56,72% o que permite afirmar que o nível desconhecimento da orientação
escolar e profissional (OEP) é preocupante nos alunos da referida escola.

Tabela nº 7: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 6.

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Quais foram as razões Dar sequência nos 04 04 08 11,94%


estudos

que lhe motivou a Influência dos pais 12 04 16 23,88%

estudar no liceu nº243? Escolha própria 10 05 15 22,39%

Por se a única da região 19 09 28 41,79%

Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos investigados 08 desejavam dar sequência aos estudos o que corresponde a
11,94%; 16 por influência dos pais correspondendo a 23,88%; 15 por escolha própria
resultando em 22,39% e 28 alunos responderam por ser a única instituição da região
perfazendo assim 41,79%. Significa que a falta de mais instituições do ensino médio na região
limita de certa forma os estudantes naquilo que são as suas escolhas.

Tabela nº 8: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 7.

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Dentre os cursos que se Medicina 05 02 07 10,45

seguem qual deles Engenharia 04 01 05 7,46

gostaria de frequentar caso Ciências da educação 10 06 16 23,88

termine o II ciclo do Direito 11 08 19 28,36

ensino secundário? Agronomia 03 00 03 4,48

Economia 12 05 17 25,37

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos inquiridos 07 deseja frequentar o curso de Medicina no ensino superior o que
corresponde a 10,45%; 05 prefere frequentar o curso de Engenharia correspondendo 7,46%;
16 Ciências da Educação correspondendo a 23,88%;19 prefere o curso de Direito o que faz
28,36%; 03 deseja frequentar o curso de Agronomia o que corresponde a 4,48% e 17 o curso
de Economia correspondendo assim a 25,37%.

Perguntas Resposta Género Frequência

Pedagogia 14 08 22 32,84%

Se tivesse que ingressar Psicologia 08 07 15 22,39%

na Esp, que curso gostaria Matemática 04 02 06 8,95%

de seguir? Português 09 03 12 17,91%


História 10 02 12 17,91%

Total 45 22 67 100%

Tabela nº 9: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 8.

Dos 67 alunos investigados 22 desejam frequentar o curso de Pedagogia o que corresponde a


32,84% e 15 alunos preferem o curso de Psicologia correspondendo a 22,39%.A maioria
escolheu estes cursos por carência de professores nativos da região, uma vez que a maioria
dos professores é proveniente de outras regiões.

Tabela nº 10: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 9.

Perguntas Resposta Género Frequência

M F Faz Frs

A escola tem ajudado os Sim 15 07 22 32,84

alunos que se sentem Não 23 12 35 52,23

insatisfeitos pela escolha Talvez 07 03 10 14,93


feita?

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos investigados 35 afirma que a escola não tem criado condições para ajudar os
alunos que se sentem insatisfeitos, o que corresponde a 52,23%. Isto confirma a necessidade
de uma orientação escolar e profissional (OEP) na referida instituição. Porque a OEP tem
como função facilitar a escolha dos jovens, auxiliando-os sobre suas capacidades e
dificuldades para que possam fazer a escolha adequada de acordo com Zassala (2012).

Tabela nº 11: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 10.
Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Já alguma vez recebeu Sim 09 07 16 23,88%

Orientação quanto a Não 34 12 46 68,66%


Escolha profissional? Talvez 02 03 05 7,46%

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos investigados 46 afirmam que nunca beneficiaram de uma orientação


profissional, o que corresponde a 68,66%. Isto vem confirmar as inúmeras dificuldades
apresentadas pelos alunos no momento de ingressarem para o ensino superior.

Tabela nº 12: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 11.

Perguntas Resposta Género Frequência

Achas importante receber M F Fas Frs

conhecimento sobre a OEP Sim 38 18 56 83,58%

para colmatar as dificuldades no Não 00 00 00 00%


momento

da escolha profissional? Talvez 07 04 11 16,42%

Total 45 22 67 100%

Dos 67 alunos investigados 56 acham necessário receber conhecimentos sobre orientação


escolar e profissional (OEP) a fim de colmatar as dificuldades no momento da escolha
Profissional, correspondendo a 83,58%. Em função das indecisões em escolher cursos
profissionais, maior parte dos alunos mostrou-se interessados em recebe informações sobre a
OEP. Concordamos com Soares (1987) quando afirma que os alunos que não recebem
orientação têm apresentado dificuldades e angustia no memento da escolha profissional e
ainda afirma Zassala (2009) que a falta de uma orientação escolar e profissional no terceiro
nível pode afectar o rendimento do aluno.
II.7.2- Resultados do Guião de Entrevista Aplicada aos Professores
Tabela nº 1: Respostas dos Professores em função da idade, sexo e tempo de serviço.
Faixa etária Género Tempo de serviço Frequência

M F 0–5 anos 6-10 anos 11/ou mais Fas Frs

26-30 anos 2 0 2 0 0 2 28,57%

31-36 anos 4 0 0 4 0 4 57,14%

37-45 anos 1 0 0 0 1 1 14,28%

Total 7 0 2 4 1 7 100%

Conforme a tabela nº 1 a idade mínima dos professores inquiridos é de 26 anos e a máxima 45


anos. No entanto, com idade correspondente entre os 26 a 30 anos encontram-se 2 professores
que resulta em 28,57%; dos 31 a 36 anos é a que possui a maior frequência, com 4 professores
perfazendo 57,14%; enquanto que dos 37 a 45 anos, representado por 1 professor
correspondente a 14,28%. Quanto ao sexo, todos os professores que foram inquiridos são do
sexo masculino, que corresponde a 100%. Referindo-se ao tempo de serviço, 2 professores
têm de 0 a 5 anos; 4 têm de 6 a 10 e 1 professor tem de mais de11 anos de serviço.

Tabela nº 2: Distribuição das respostas dos Professores em função à pergunta nº 1 que se


refere ao nível académico.

Opções Género Frequência


Masculino Feminino Total

Nº Nº Fas Frs

Bacharelato 5 0 5 71,43%

Licenciatura 2 0 2 28,57%

Mestrado 0 0 0 0%

Total 7 0 7 100%

Em relação nível académico, dos 7 professores entrevistados, 2 são licenciados


correspondendo a 28,57% e 5 são bacharéis, o que corresponde 71,43% pois, este é o nível
que contém maior representatividade.

Tabela nº 3: Distribuição das respostas dos Professores entrevistados em função a


pergunta nº 2 que se refere a noção que têm sobre orientação escolar e profissional
(OEP).

Opções Género Frequência

Masculino Feminino Total

Nº Nº Fas Frs

Sim 6 0 6 85,71%

Não 1 0 1 14,29%

Total 7 0 7 100%

Dos 7 professores investigados, 06 que corresponde 85,71%, já ouviram falar sobre orientação
escolar e profissional (OEP) de forma muito superficial.

Tabela nº 4: Distribuição das respostas dos Professores que se refere a fundamentação a


pergunta nº 3.
Opções Género Frequência

Masculino Feminino Total

Nº Nº Fas Frs

Disciplina que ajuda na 5 0 5 71,43%


tomada de decisão

Auxilia no enquadramento 2 0 2 28,57%


sócio-académico e
profissional.

Total 7 0 7 100%

Dos 7 professores investigados 5 que corresponde 71,43%, afirmam que a orientação escolar e
profissional (OEP) poderá ajudá-los na orientação dos alunos para tomada de decisões mais
assertivas. Assim os professores encontrarão melhor enquadramento para os alunos naquilo
que são as suas escolhas, de acordo com as suas vocações e interesses.

Tabela nº 5: Distribuição das respostas dos Professores em função da pergunta 4


referente a orientação que dão aos alunos que terminam o curso.

Orientações Género Frequência

Masculino Feminino Total

Nº Nº Fas Frs

Conselhos em dar sequência aos 3 0 3 42,85%


estudos atendendo as habilidades
individuais.

Indicações de possíveis faculdades. 4 0 4 57,14%

Total 7 0 7 100%

Dos 7 professores investigados quanto a orientação que dão aos alunos que terminam o curso
e desejam dar sequência, 4 que corresponde 57,14% dão algumas indicações de possíveis
escolas (faculdades) para os alunos prosseguirem com os estudos. Mas essa ajuda não tem
sido suficiente para colmatar essas dificuldades, até porque não associam as orientações tendo
em conta as vocações e interesses dos estudantes.

Tabela nº 6: Distribuição das respostas dos Professores em função a pergunta nº 5 que se


refere as dificuldades dos estudantes quanto a tomada de decisão.

Opções Género Frequência

Masculino Feminino Total

Nº Nº Fas Frs

Muita 5 0 5 71,42%

Pouca 2 0 2 28,57%

Nenhuma 0 0 0 0%

Total 7 0 7 100%

Dos sete 7 professores investigados 5 que corresponde a 71,42% confirmaram as imensas


dificuldades que os alunos enfrentam em escolher cursos profissionais, depois de terminarem
o ensino médio. Com o suporte da orientação escolar e profissional (OEP) a situação poderá
ser melhorada.

Opções Género Frequência

Masculino Feminino Total


Nº Nº Fas Frs

Sim 6 0 6 85,71%

Não 0 0 0 0%

Talvez 1 0 1 14,28%

Total 7 0 7 100%

Tabela 7: Distribuição das respostas dos Professores em função a pergunta 6 que se


refere ao interesse de aprofundarem seus conhecimentos concernentes a orientação
escolar e profissional (OEP).

Dos Sete 7 Professores investigados, 6 mostraram-se interessados em aprofundar


conhecimentos relacionados a OEP, para que com alguma facilidade possam orientar
melhor e ajudar os alunos a fazerem escolhas mais adequadas.

II.7.3- Resultado do Guião de entrevista Aplicado aos Encarregados de Educação

Tabela nº 1: Distribuição das respostas dos pais e encarregados de educação em


função da idade e sexo.

Faixa etária Género Frequência

Masculino Feminino Fas Frs

30-39 anos 6 2 8 53,33%

40-50 anos 5 1 6 40%

51-60 anos 1 0 1 6,67%

Total 12 3 15 100%

Segundo a tabela nº 1 a idade mínima dos pais e encarregados de educação inquiridos é de 30


anos e a máxima 60 anos. Quanto ao género 3 são femininos e 12 masculinos.

Tabela nº 2: Distribuição das respostas dos pais em função à pergunta nº 01


Perguntas Resposta Género Frequência

M F Fas Frs

Já ouviu falar sobre a OEP? Sim 03 01 04 26,67%

Não 06 02 08 53,33%

Talvez 03 00 03 20%

Total 12 03 15 100%

De acordo com tabela nº 1: dos 15 encarregados entrevistados 8 não têm noções sobre a
orientação escolar e profissional (OEP) correspondendo a 53,33%, 4 já ouviram falar sobre
OEP fazendo 26,67% e 3 mostraram-se indagados o que perfaz 20%.

Tabela nº 3: Distribuição das respostas dos pais e encarregados de educação em


Função à pergunta nº 02.

Perguntas Resposta Género Frequência

Acreditas que a OEP pode M F Fas Frs

Proporcionar benefícios Sim 07 02 09 60%

Para os alunos Não 00 00 00 00%

Talvez 05 01 06 40%

Total 12 03 15 100%

A tabela nº 3: apresenta-nos que dos 15 encarregados entrevistados 9 acreditam nos benefícios


da OEP fazendo 60%, 6 mostram incerteza perfazendo 40%.

Tabela nº 4: Distribuição das respostas dos pais e encarregados de educação em


função à pergunta nº 03

Perguntas Resposta Género Frequênci


a

Já influenciou seus e M F Fas Frs

Seus educandos a escolher Sim 06 02 08 53,33%

Um determinado curso ou Não 01 00 01 6,67%

Profissão? Algumas vezes 05 01 06 40%

Total 12 03 15 100%

De acordo com a tabela nº 4,8 já influenciou seus educandos na escolha de determinados


cursos correspondendo a 53,33%, 6 nalgumas vezes têm influenciado fazendo 40% e 1 nunca
influenciou o que perfaz 6,67%. De acordo com Zassala (2012), os jovens devem realizar suas
escolhas em função das suas habilidades, tendências vocacionais e interesses, pois se lhes
forem feitas futuramente podem causar frustrações e desilusões caso ele não se sinta satisfeito
pela escolha que lhe foi feita pelos pais.

Tabela nº 5: Distribuição das respostas dos pais e encarregados de educação em


Função pergunta nº 04

Perguntas Repostas Género Frequência

M F Fas Frs

Porque? É mais proveitoso para seus 06 02 08 53,33%


educandos por serem jovens

Por desconhecerem a realidade do 05 01 06 40 %


mundo das profissões

Deixa ao critério do educando 01 00 01 6,67%

Total 12 03 15 100%

Dos 15 encarregados entrevistados 8 já têm influenciado seus educandos na escolha de


determinados cursos, afirmam que seria mais proveitoso para seus educandos, pelo factos de
serem adolescentes e muito jovens correspondendo a 53,33%;6 afirmam que os jovens
desconhecem a realidade do mundo das profissões fazendo 40% e 1 afirma que prefere deixar
seus educandos fazer suas escolhas o que perfaz 6,67%.

Tabela nº 6: Distribuição da amostra dos pais e encarregados em relação as respostas à


pergunta nº 5

Perguntas Resposta Género Frequência

Não seria bom deixar-lhes M F Fas Frs

Fazer as suas escolhas Sim 05 01 06 40%

Tendo em conta as suas Não 00 00 00 00%

Inclinações e interesses? Talvez 07 02 09 60%

Total 12 03 15 100%

Conforme a tabela nº 6: dos 15 encarregados entrevistados 9 mostraram-se indagados fazendo


60% e 6 acreditam é melhor deixá-los fazer suas escolhas o que perfaz 40%.

Tabela nº 7: Distribuição da amostra dos pais e encarregados em relação as respostas à


pergunta nº 6
Perguntas Resposta Género Frequência

Como encarregado achas M F Faz Frs


importante receber

Conhecimento sobre a OEP Sim 11 02 13 86,67%

para ajudar seus educandos Não 00 00 00 00%

Na escolha de cursos. Talvez 01 01 02 13,33%

Total 12 03 15 100%

Quanto a sexta pergunta, 13 afirmam ser necessário receberem conhecimentos sobre


orientação escolar e profissional (OEP), para ajudar seus educandos na escolha de cursos
fazendo 86,67% e 2 mostraram-se indagados o que perfaz 13,33%.

II.8- Plano de Actividades


Tempo Designação Actividades Destinatários Dinamizadores Obs
do projecto

Trimestre FOVOOP Entrevistas Enc.educação/ Membros do
Alunos grupo

Trimestre FOVOOP Palestra Enc.educação/ Membros do
Alunos grupo

Trimestre FOVOOP Seminário Professores/Alunos Membros do
grupo

II.9 - Diagnóstico do estado actual da Orientação Escolar Profissional nos alunos da 12ª
Classe do Liceu Joaquim Paxe
Depois da análise e interpretação dos dados os resultados monstraram que:

1. A maior parte dos alunos (44,78%) fizeram suas escolhas por influência dos
pais/encarregados de educação ou amigos sem olhar para o aspecto vocacional e os
seus interesses;
2. A maior parte nunca teve acesso a orientação profissional, pela inexistência destes
serviços na referida escola;
3. Os professores têm poucas noções sobre o processo de orientação profissional, pelo
que, pouco ou quase nada fazem para melhorar o processo de orientação profissional
na instituição;
4. Os alunos enfrentam muitas dificuldades no momento da escolha profissional, por
falta de orientação profissional tanto a nível das famílias e das instituições escolares.

As insuficiências acima descritas corroborram a situação problemática e constitui as bases no


qual se elaborar a proposta do plano de acções de intervenção para melhorar o processo de
orientação profissional, que se apresenta no capítulo a seguir.
CAPÍTULO III - PLANO DE ACÇÕES DE INTERVENÇÃO PARA MELHORAR O
PROCESSO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Diante ao tema em estudo, ostentam-se algumas propostas que poderão ajudar a melhorar o
processo de orientação profissional dos alunos Liceu Joaquim Paxe nº 243, Município do
Bula Atumba.

III.1-Propostas do plano de acções de intervenção para melhorar o processo de


orientação profissional aos professores do Liceu Joaquim Paxe nº 243, Bula Atumba.

Introdução
A referida proposta nos apresenta uma estrutura de seminário e palestra com finalidade de
colmatar as dificuldades relacionadas ao processo de orientação profissional (OP) encontradas
no Liceu Joaquim Paxe nº 243.

O seminário tem como principal objectivo a preparação dos professores em matéria da


orientação profissional (OP). Sua importância reside no facto de que a preparação dos
professores poderá garantir o acompanhamento dos alunos na escolha profissional, para a
garantia de futuros profissionais capazes de agir de forma consciente e responsável no
exercício da profissão.
Quanto a palestra teve como principal objectivo passar informações sobre orientação e
escolha profissional, preparando-os para que futuramente sejam capazes de fazerem escolhas
assertivas tendo em conta as suas aptidões, habilidades vocacionais e seus interesses.
Ambas tiveram o mesmo modelo de estruturação, diferindo apenas nos objetivos e outros
aspectos.

As actividades têm como lema: “Escolher é desenhar a vida para o futuro”. A escolha de hoje
condiciona os próximos dias da nossa vida. Neiva 2007; Bock e Bock, 2005; Soares, 2002
citados por (Chocolate, p.39)
O seminário tem como objectivo geral preparar os professores do Liceu Joaquim Paxe nº 243,
de modo a garantir qualidade dos alunos que se formam na mesma.

E a palestra teve como objectivo geral preparar os alunos para que possam fazer escolhas
adequadas futuramente.

A garantia da qualidade dos alunos que se formam nessa escola, implica o asseguramento da
qualidade dos alunos que actuarão para a transformação social do amanhã.
O seminário se orienta pelos seguintes objectivos específicos:
o Apresentar a Orientação profissional como um elemento indispensável no percurso
de formação das novas gerações;
o Incentivar o exercício da orientação escolar e profissional no Liceu Joaquim Paxe;
o Assegurar os professores na escola do Liceu Joaquim Paxe, como agentes para a
orientação dos seus alunos na escolha da profissão;
o Aplicar na prática a orientação escolar e profissional no Liceu Joaquim Paxe nº
243;
o Motivar os alunos do Liceu Joaquim Paxe nº 243 na continuidade do curso
escolhido.
Sistema de conhecimentos
Introdução à orientação escolar e profissional
Serão temas envolvidos à introdução: conceitos, objectivos, importância e contextos de
intervenção da orientação**.
Orientação Educativa e sua aplicação prática
São necessários de se desenvolverem para este momento os temas: As diferentes áreas de
intervenção da Orientação escolar (orientação para o desenvolvimento da carreira, orientação
no processo de ensino aprendizagem, orientação para a prevenção e desenvolvimento
humano)***.
A escolha da profissão
Factores que influenciam na escolha da profissão (intrínsecos e extrínsecos), Teorias da
motivação.
Acções Práticas para aplicação da Orientação profissional na Escola
Modelos de intervenção da OP(*)
Aplicação prática do modelo de intervenção Psicopedagógico (**).

Etapas para a implementação do Seminário e Palestra.


Tanto o seminário quanto a palestra ambas foram implementadas em duas etapas,
nomeadamente a etapa de aplicação do módulo teórico e a etapa para aplicação do módulo
prático.

O Módulo teórico
Objectivos
o Conhecer a orientação profissional desde seu conceito, objectivo e importância,
seus contextos de intervenção.
o Compreender a orientação profissional Educativa e sua aplicação prática
o Identificar os factores que influenciam na escolha da profissão
Conteúdos a Ministrar.
Os conteúdos a ministrar nesse módulo estão representados nos pontos (** e ***).
Duração
O módulo teórico tem a duração de dois dias com uma carga horária de 4 horas dia
Módulo prático
Objectivos
o Conhecer os modelos de orientação em OP
o Aplicar os modelos de OP
Conteúdos
Os conteúdos a se ministrar neste módulo estão apresentados no ponto com (*), (**).
Duração
O módulo prático terá a duração de 1 dia com carga horária de 4 horas.
Avaliação
Os seminaristas serão avaliados de forma qualitativa com base na frequência, pontualidade,
assiduidade e desempenho procurando destacar os mais empenhados.
Bibliografia
Tavares, Vera Lúcia (2009). Orientação escolar e profissional, um estudo sobre o
funcionamento das estruturas de orientação nas escolas do distrito de Braga. Granada:
Editorial da universidade de granada.
Chocolate, Francisco António Macango. (2013). Orientação profissional. Um estudo
comparado da escolha da profissão docente, entre Angola e Brasil. Dundo: Lueji.

III.2- Implementação das acções de Intervenção para melhorar o processo de


orientação escolar profissional

Para a implementação das acções de intervenção, realizou-se um seminário sob o tema


“Orientação Profissional” e dividido em dois módulos: Primeiro aplicação do módulo teórico;
segundo aplicação do módulo prático que contou com a participação de sete (7) professores
incluindo a Directora Geral, o Director Administrativo, e o Subdirector Pedagógico. De igual
modo a palestra foi realizada em dois módulos, um teórico e outro prático, que contou com a
participação de 237 estudantes da 10ª a 12ª classes, sob o tema “Orientação Profissional” .
Durante a realização das referidas acções o apoio da direção geral foi notável.
III.3- Duração dos Módulos
O módulo teórico teve a duração de 2 dias, inicialmente houve um contacto com os
intervenientes do processo para as informações preliminares e do programa para a preparação
de uma peça teatral e poesias com duração de 2 horas. No segundo dia houve a transmissão do
conteúdo programado e sua aplicação prática que, teve a duração de 4 horas em função da
disponibilidade da instituição.
Quanto ao módulo prático foram desenvolvidas um conjunto de acções com os alunos como:
A representação de uma peça teatral e poesias referentes ao tema; com os professores
trabalhou-se em como elaborar uma entrevista de OP, questionários, e organizar actividades
em termos de comunicação com os encarregados de educação. Enfatizou-se também, algumas
visitas que o orientador deverá realizar com os educandos em locais (Universidades,
Indústrias) onde são desenvolvidas actividades profissionais ligadas aos interesses
vocacionais dos alunos.
Foi possível a aplicação de questionários aos participantes, a fim de aferir o nível de
conhecimento, motivação e interesse em relação a orientação e escolha profissional.
Desta feita, verificou-se que a maior parte dos alunos (50,82%) considerou positiva a sua
participação na palestra em função dos conteúdos apresentados terem mudado a sua forma de
pensar no futuro profissional, e acham ser importante a existência permanente de serviços de
orientação profissional na escola, ou a implementação de um gabinete de OP, afim de
trazerem benefícios significativos para a instituição e os referidos alunos. Afirmam ainda que
as abordagens dos palestrantes foram claras e oportunas, permitindo que as futuras escolhas
sejam feitas olhando para aquilo que são as suas habilidades vocacionais, aptidões e
interesses.

Referindo-se ao seminário a maior parte dos professores afirma que o nível de comunicação
foi boa, os seminaristas foram claros nas suas abordagens, e acreditam ser importante a
implementação de um gabinente de orientação profissional cujo o objectivo é orientar e
facilitar a escolha dos adolescentes e jovens auxiliando-os a reflectir sobre a sua situação da
vida. Dada a importância do mesmo, a maior parte deles monstrou disponibilidade em
cooperar com o projecto em serviços de orientação profissional dos alunos.

Quanto ao grau de organização dos palestrantes, professores e alunos foram unánimes em


considerar as actividades realizadas (palestra / seminário) como positivas. No que tange a
implementação do gabinete de OP na instituição ambos os grupos convergem em ideias de
que haja esta estrutura, porque sentem a necessidade do mesmo.

III.4- Avaliação
Os participantes foram avaliados de forma qualitativa com base na frequência, pontualidade,
assiduidade e desempenho. E quanto aos aspectos referidos, destacaram-se todos os
intervenientes do processo.
Assim, durante a implementação foi possivel verificar maior motivação e interesse por parte
do corpo docente e do tecido estudantil quanto a orientação e escolha profissional.

Porém, no que se refere aos aspectos negativos, verificou-se apenas a não participação da
Administração Municipal do Bula Atumba.
Descrição quantitativa, ver anexos
CONCLUSÕES
Depois de uma dedicada investigação, os resultados mostraram:

 A orientação profissional é carácter importante para os alunos do Liceu Joaquim Paxe,


pois a falta dela na instituição fez a maior parte dos alunos fizesse suas escolhas sob
influência dos pais/encarregados de educação. Sabendo que a OP tem por finalidade
dirigir e guiar o indivíduo a uma profissão que lhe ofereça mais possibilidades de
sucesso, ou ainda auxiliar o indivíduo na sua escolha profissional de modo que, seja
feita de maneira consciente e assertiva tendo em conta as suas habilidades vocacionais,
aptidões e interesses
 Os alunos apresentação inúmeras dificuldades no momento da escolha profissional
pela falta de orientação profissional o que levou os alunos a fezerem suas escolhas sob
influências xternas. Por conseguinte, os professores apresentam-se um nível de
despreparo em matérias de orienteção profissional aumentando ainda as dificuldades
apresentadas pelos alunos da referida instituição;
 Para melhorar o processo de orientação profissional dos alunos do Liceu Joaquim
Paxe, foi necessária a elaboração de acções de intervenção;
 A implementação das acções de intervenção ajudou a melhorar o problema da falta de
orientação profissional na referida instituição. Visto que durante a sua implementação
foi possivel verificar maior motivação e interesse por parte do corpo docente e do
tecido estudantil quanto a orientação e escolha profissional. Verifiou-se também, que a
maior parte dos alunos deseja fazer a escolha profissional tendo em conta as suas
aptidões, interesses e, excluindo-se assim as influências externas.
Sugestões:
Tendo em conta as conclusões extraidas, somos a sugerir o seguinte:

 Que a escola crie condições para efectivação do gabinete de orientação profissional na


instituição em coordenação com o projecto (FOVOOP), para melhorar o processo de
orientação profissional.
 Construção de mais escolas técnicas na região a fim de diversificar as escolhas de
cursos olhando as tendências vocacionais e interesses. Porque os Liceus não formam
profissionais mais sim preparam os jovens para poder profissionalizar-se no ensino
superior.
 Implementação da disciplina de OEP no II ciclo afim de munir os alunos de
conhecimentos que os oriente na escolha de um curso ou profissão.

 No momento das escolhas de cursos os professores considerem as reais capacidades,


aptidões e tendências vocacionais dos alunos evitando influências.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Martins Fontes, 1998.

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Paulo: 2002.
3- BOCK, Ana Marien: A Psicologia e as Psicologias. Revista, Publicações Europa. 2005.
4- CAMACHO & TAVARES: Dicionário de Língua Portuguesa. Plátano Editora- Angola,
1ª Edição.
5- CARVALHO, José Eduardo: Metodologia do trabalho científico. Escolar Editora. 2ª
Edição. Lisboa, 2009.
6- CHAVINATO, Idalberto: Escolha seu futuro. 2012
7- COSTA, João. DICIONÁRIO MODERNO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Escolar
editora-Angola-Lobito.
8- CONTRIBUIÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA AO
MINISTÉRIO DO TRABALHO PARA INTEGRAR O CATÁLOGO BRASILEIRO
DE OCUPAÇÕES – ENVIADA EM 17 DE OUTUBRO DE 1992.
9- CHOCOLATE, Macongo, António, Francisco. Orientação Profissional (um estudo
comparado da escolha profissional docente, entre Angola e Brasil). Editora Lueji.
Angola. 2013.
10- DE NADAI, Aline Paula et all: Orientação Profissional uma Alternativa na Escolha
Profissional de Adolescentes. Lins, 17 – 21 de Outubro de 2011.
11- DE ASSIS, Maria Cristina: Metodologia do Trabalho Científico.
12- GIACAGLIA, M. Orientação Escolar e Profissional. 3ª Edição, Editora Afilhada, São
Paulo, 2003.
13- LUCCHIARI, D. H. P. S. O que é a Escolha Profissional.3ª Edição São Paulo:
Braillense. 1998.
14- MARCONI, Mariana de Andrade & LAKATOS, Eva Maria: Fundamentos de
Metodologia Cientifica. 7ª Edição, Editora-Atlas S.A. São Paulo– 2010.
15- MORAIS, Francisca: Material de apoio de Orientação Profissional, Obra não
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16- ORIENTAÇÃO E PROFISSIONAL: GUIA PARA DECISORES- OCDE-
COMINIDADES EUROPEIAS 2004.
17- SILVA, Melo, Leal Lucy & LASSANCE, Pacheco Célia Maria & SOARES, Penna
Helena Dulce, A Orientação Profissional no contexto da Educação e Trabalho. 1992.
18- SOARES, d.h.p. o Jovem e a Escolha Profissional. 6ª Edição. Summus, Porto Alegre,
1987.
19- TAVARES, Vera: Orientação Vocacional e Profissional, Um estudo sobre o
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editorial de la Universidad de Granada. 2009.
20- ZASSALA, Carlinhos: Orientação Escolar e Profissional Em Angola. 2ª Edição.
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Websites
21- http://www.scielo.br/pdf/pe/v6n2/v6n2a16. Acesso em 02/02/2017.
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26- http://www.psicologogeofilho.no.comunidades.net/index.php?
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27- http://www.angonoticias.com/Artigos/item/3489/carlinhos-zassala-defende-abolicao-dos-

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