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Autores:
Região Académica I
◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Caxito, Julho de 2018
República de Angola
Ministério de Ensino Superior
Escola Superior Pedagógica de Bengo
Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Ciências da Educação
Região Académica I
◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Caxito, Julho de 2018
Dedicatória
Aos nossos pais Teodoro Cacongo e Clarice Nacanjo Chicola, Eugénia Henda Adelino,
Francisca Judith Henda (em memória), António Figueiredo e Luísa António (em memória) e
aos nossos irmãos Domingos Figueiredo, João Teodoro Kacongo, Adelino Sórides Henda
Martins, as nossas esposas Isabel Loriana Morgado Pedro, Hirmayolanda F. E. Rodrigues por
significarem a razão da nossa luta acadêmica, nossa existência e todo nosso esforço mental.
I
Agradecimentos
Agradecemos a Deus Pai Todo Poderoso por ter iluminado nossa inteligência e guiar os
nossos passos todos os dias da nossa vida.
À Professora MSc. Gercelina Jacinto por nos ter aceite como seus orientandos e partilhado
connosco momentos difíceis de preparar e redigir a pesquisa. Apreciamos a sua orientação
precisa, atenciosa e pelo rigor científico.
Ao Prof. Doutor Isaías Simão, Coordenador do Projecto FOOVOP, por nos ter aceite como
membros do mesmo e permitir que os primeiros para a investigação tivessem sucesso.
À Professora Francisca L. Morais, porque foi com ela que pela primeira vez recebemos
conhecimentos sobre a cadeira de OEP.
À Direcção Geral e Professores do Liceu Joaquim Paxe, pelo apoio e atenção dispensada
durante a investigação.
Ao casal Pedro Timóteo, Esperança Figueiredo, Isabel Figueiredo, Maria K. Avelino pelos
conselhos e apoio prestado durante o percurso da minha formação.
Aos meus tios Lázaro Chicola, José Chicola, André Chicola, ao meu irmão e pai João
Teodoro Kakaongo pelo apoio financeiro e conselhos científicos.
Ao pai Afonso Zangui, meu irmão sucessor José Franga, meu primo/irmão Florindo Ndulo
pela força e coragem dada nesta longa trajectória.
A Direcção da Escola Superior Pedagógica do Bengo, por ter permitido que pudéssemos
concluir o curso no ensino de Psicologia.
II
Citação
“Rafaela Brissac”
III
Resumo
IV
Summary
The understanding of the lack of Professional Orientation was the object of this investigation,
as part of the tasks of Project of Vocational Formation and Professional Orientation
(FOVOOP). the School and Professional Orientation refers to the services and activities that
intend to support the people, of any age and in any point along his/her life cycle, in the
choices school, formative and professionals and in the administration of their careers. The
initial characterization allowed identifying as scientific problem: How to improve the process
of the students' of the 12nd class of the school Joaquim Paxe professional orientation,
Municipal district of the Bula Atumba? - For the resolution of the same a plan of intervention
actions was elaborated to improve the process of professional orientation to Liceu Joaquim's
students Paxe no. 243. Mixed methodology was used, with a population of 89 participants,
between teachers and students of the 12nd class. The implementation of the actions plan
demonstrated to be effective and he/she grew up the conditions for the creation of the Cabinet
of Professional Orientation of Support to the Students (GOPAA), to reflect the objectives of
the project above foregoing.
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA .........................................................................................................................I
AGRADECIMENTO ................................................................................................................II
CITAÇÃO ................................................................................................................................III
RESUMO ................................................................................................................................ IV
SUMMARY ..............................................................................................................................V
Introdução...................................................................................................................................1
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................5
I.1- Definição de Termos e Conceitos........................................................................................5
I.2- Evolução Histórica da Orientação Escolar e Profissional....................................................5
I.4- Orientação Profissional no Contexto Angolano...................................................................8
I.5- Factores que Influenciam na Escolha Profissional...............................................................9
I.6-Teorias de Orientação Escolar e Profissional......................................................................10
I.6.1- Teorias Psicológicas Referentes à Escolha Profissional.................................................10
I.6.2- Teoria de Traço e Factor.................................................................................................11
I.6.3- Teoria da Psicodinâmica.................................................................................................11
1.6.3- Teoria dos Valores de Spanger.......................................................................................11
I.6.4- Teoria de Necessidades...................................................................................................12
I.6.5- Teorias Psicanalíticas em Orientação Vocacional..........................................................12
I.6.6- Teorias Decisionais.........................................................................................................13
I.7- Princípios da Orientação Escolar e Profissional................................................................13
I.8- Objectivos da Orientação Escolar e Profissional...............................................................15
I.9- Funções de Orientação Escolar e Profissional...................................................................15
I.9.1- Função de planeamento...................................................................................................16
I.9.2- Função de Organização...................................................................................................16
I.9.4- Função de Atendimento Individual.................................................................................17
I.9.5- Função de Aconselhamento............................................................................................18
I.9.6- Função de Relacionamento.............................................................................................18
I.10- Requisitos Para a Escolha Profissional............................................................................19
I.10.1- O Autoconhecimento.....................................................................................................19
I.10.2- A Inteligência Predominante.........................................................................................19
I.10.3- Preferências Vocacionais..............................................................................................20
I.10.4- Traços de Personalidade................................................................................................20
I.11- Orientação escolar e Profissional nas Escolas..................................................................20
I.12- Contextos de Intervenção em Orientação Escolar Profissional.......................................21
I.13- Papel dos Pais na Orientação Escolar e Profissional........................................................21
I.13.1-Papel dos Professores na Orientação Escolar e Profissional..........................................22
I.14- Orientação Escolar e Profissional com Jovens Angolanos no Âmbito da Escolha de uma
Carreira.....................................................................................................................................22
CAPÍTULO II- METODOLOGIA DE PESQUISA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS..............................................................................................................23
II. 1- Tipo e Modelo de Pesquisa..............................................................................................23
II.2- Caracterização da Escola..................................................................................................23
II.2.1- Tipologia da Instituição.................................................................................................23
II.3-População e Amostra.........................................................................................................23
II.4-Métodos e Instrumentos de Pesquisa.................................................................................24
II.4.1-Métodos Teóricos............................................................................................................24
II.4.2-Métodos Empíricos.........................................................................................................24
II.4.3-Instrumentos de Pesquisa................................................................................................25
II.5-Questões de Ordem Ética...................................................................................................25
II.6-Procedimentos e Dificuldades Encontradas.......................................................................25
II.6.1-Procedimentos.................................................................................................................25
II.6.2- Dificuldades...................................................................................................................25
II.7.1-Resultado do Questionário Aplicado aos Alunos...........................................................26
II.7.2- Resultados do Guião de Entrevista Aplicada aos Professores.......................................33
II.7.3- Resultado do Guião de entrevista Aplicado aos Encarregados de Educação................37
CAPÍTULO III – PROPOSTAS E ACÇÕES METODOLÓGICAS DE
INTERVENÇÃO PARA MELHORAR O PROCESSO DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR
PROFISSIONAL.....................................................................................................................42
III.1-Propostas...........................................................................................................................42
III.2- Implementação das acções metodológicas.....................................................................42
III.3- Duração dos Módulos......................................................................................................43
III.4- Avaliação.........................................................................................................................44
CONCLUSÕES........................................................................................................................45
Sugestões...................................................................................................................................46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................47
Introdução
Assim o mundo apresenta muitas oportunidades, e fica difícil escolher com facilidade o que
realmente se quer. Daí a necessidade da implementação da orientação escolar e profissional
(OEP) nas escolas, como um processo dinâmico que visa a orientar a formação da
personalidade integral do educando, levando-o ao conhecimento de si mesmo, de suas
capacidades e problemas, oferecendo-lhe elementos para um melhor ajustamento ao meio e
para uma escolha consciente da profissão que melhor lhe convier.
De acordo com a constatação feita, são várias as dificuldades que os alunos enfrentam no
momento da escolha do curso a seguir para o ingresso ao ensino superior. Acreditamos que a
situação em estudo é de carácter importante porque poderá ajudar na identificação dos
factores que estão na base do problema. Vários autores afirmam que a escolha profissional é
uma decisão importantíssima para vida dos jovens.
Por esta razão, a preocupação em investigar o tema em referência e contribuir para o
decrescimento do fenómeno. Sendo assim, o trabalho apresentado compreende três capítulos e
as considerações finais.
O capítulo I debruça-se sobre os fundamentos teóricos da orientação escolar profissional que
sustenta a análise dos resultados apresentados.
Situação Problemática
Ao longo da vida fazemos muitas escolhas. Mas considera-se como uma das mais difíceis a
escolha profissional. Os jovens que terminam o II ciclo precisam tomar uma decisão que pode
definir o seu futuro. Além disso, sofrem influência do meio social por informações das
melhores profissões para trabalhar e também são pressionados pelos pais e grupos de amigos.
Porém, esta problemática não foge da realidade vivida pelos alunos do Liceu Joaquim Paxe.
Como melhorar o processo de orientação profissional dos alunos da 12ª classe do liceu
Joaquim Paxe, Município do Bula Atumba?
Objecto de Investigação
A Orientação Escolar Profissional nos alunos da 12ª Classe do Liceu Joaquim Paxe.
Objectivos do Trabalho
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Ideia a Defender
Importância do estudo
Segundo Jully, apud Nérici (1986), a Orientação Escolar e Profissional representa um esforço
para ajudar o indivíduo a tornar-se capaz de fazer escolhas, é também um processo educativo
através do qual se assiste o educando, a fim de que ele possa obter pleno rendimento das
actividades escolares, formular e realizar planos conforme suas capacidades e seus interesses
e assim atingir mais harmoniosamente os fins de uma educação integral.
Delimitação e Limitação
Delimitação do Tema
Limitação do Tema
O estudo foi limitado a orientação escolar e profissional dos alunos da 12ª classe do Liceu
Joaquim Paxe nº 243.
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Vera (2009), a Orientação Escolar é um apoio ou suporte a vida académica
dos alunos e também uma ajuda nas dificuldades dos alunos em adoptar técnicas de estudo.
Ainda afirma que, a Orientação Profissional é uma selecção e preparação para a vida laboral.
E segundo Levenfus (1997) apud Elaine Cristina et.all (2015), a Orientação Profissional deve
se referir a trabalhos que se limitam a informar sobre as profissões, mercado de trabalho, onde
são aplicadas técnicas de aprendizagem, sem que dê ênfase a questões intrapsíquicas.
Como se observou, todas abordagens desses autores convergem e apegamo-nos mais na visão
de CODE & COMISSÃO EUROPEIA por ser a que engloba as visões dos outros autores e
alinha-se com o objecto e o campo de acção da nossa pesquisa.
O problema da escolha das profissões, que é uma consequência lógica da escolha da carreira
escolar, de harmonia com as inclinações e aptidões de cada um, tem sido considerado pelos
autores portugueses desde longa data. Não é um problema novo; é sim, um problema
equacionado, hoje, de modo distinto daquele que era colocado noutros tempos.
Somente no princípio do século XX, o aluno começou a ser visto como um ser carente e
diferente do outro, com as suas virtudes, deficiências, inadaptações, dificuldades e aspirações.
O professor, por sua vez, passou a ser visto como um ser falível e que, possivelmente, poderia
apresentar algumas falhas de acordo com Zassala (2012, p.115).
O aluno foi encarado, com mais compreensão e com a intenção de ser apreendido na realidade
sócio-humana e de serem caracterizadas as suas dificuldades de adaptação. O objectivo era
assisti-lo e fortalecê-lo, para enfrentar os seus aspectos negativos, estimulá-lo nos seus
aspectos positivos, e melhor prepará-lo para integrar-se no meio social, como cidadão
participante. Era o advento da “orientação escolar e profissional.”Ibidem.
O professor, também, quase que simultaneamente, foi visto com maior compreensão, com
vista a ser amparado nas suas dificuldades e deficiências técnicas, bem como, sensibilizado
em relação à realidade do aluno. Deste modo, a actuação do professor passou a ser estimulada
para que se efective uma acção mais adequada em relação à realidade do aluno e do meio,
originando assim, o advento da “orientação pedagógica,” de acordo com Zassala (2012).
Porém, a tomada de consciência da realidade do aluno em si, das suas fases evolutivas com a
sua problemática própria, e não mais como adulto em miniatura, o seu reconhecimento como
pessoa única, com aspectos positivos e negativos, representam um grande passo para a
educação ajustada e eficiente, cujo objectivo é formar cidadãos conscientes das suas
possibilidades, deveres, direitos e aspirações. Assim, a orientação escolar e profissional
reconhece a realidade do aluno como portador de possíveis dificuldades, que precisam ser
atendidas para que possa decidir-se aos estudos com possibilidades de rendimento satisfatório
de acordo com Zassala (2012, p.115-116).
Mas esta orientação não visa somente bons resultados nos estudos, mas também a adequada
integração do aluno na escola, no lar, na sociedade e no “mundo do trabalho”. Assim, o
rendimento escolar e o ajustamento social inadequado passaram a ser compreendidos como
consequência de dificuldades do aluno e não como simples má vontade do mesmo.
Pode dizer-se que o advento da orientação escolar e profissional está ligado ao surgimento da
era industrial, que afastou os pais de casa para a fábrica, ficando os filhos sem aquele apoio e
supervisão que anteriormente tinham no lar.
Mas o contacto directo com o aluno foi revelando as suas inseguranças e dificuldades,
ampliando-se, a acção para uma assistência mais ampla e completa, orientando-o para a vida
pessoal e social. A orientação vocacional e profissional teve sua criação historicamente
vinculada, tendo em vista que se complementam e que as duas são necessárias para que ocorra
um processo de escolha mais assertiva, segundo Zassala (2012, p.116). Logo no início do
século XX deu-se um aumento natural no campo da orientação, obedecendo à necessidade de
assistir o aluno no desenvolvimento de todas as suas estruturas – físicas, sociais, estéticas,
científicas, políticas e religiosas. Deste modo, a orientação evoluiu e atravessou as fronteiras
dos Estados Unidos de acordo com Zassala (2012, p.116).
Ao examinar alguns dos factores que condicionam ou interferem na tomada de decisão para a
escolha de um curso ou profissão, é necessário delinear algumas directrizes para a recolha de
informações que dêem sustento às hipóteses principais deste estudo. Temos clareza, a partir
das inúmeras pesquisas realizadas nessa área do conhecimento, de que há uma série de
determinantes internos e externos que interferem na escolha de um curso ou profissão, dentre
os quais:
Factores Intrínsecos
No grupo destes factores, ressaltam-se todos os elementos que tornam o indivíduo, dentro da
sua desigualdade, apto para o exercício de uma determinada profissão e, consequentemente,
motivado para a formação ou aprendizagem e o exercício futuro, de acordo com Chocolate,
(2013).
Para Silva (1992) apud Chocolate (2013), o modo como os alunos diferem em termos de
aptidões, capacidades, interesses, traços de personalidade, valores, necessidades, ajustamento
e motivação, é um aspecto que apresenta notável importância na opção vocacional. Entre as
diferenças evidenciadas pelos educandos, destaca-se a da maior ou menor facilidade com que
aprendem intrinsecamente relacionadas à sua inclinação e à potencialidade de cada um.
Factores Extrínsecos
Os valores, crenças e as divisões de classes que a sociedade estabelece, desempenham um
importante papel na escolha profissional. Na medida em que nela o indivíduo desenvolve
todas as suas actividades quotidianas, o sujeito estabelece relações com outros parceiros que
lhe permitem ter informações, conhecimentos, experiências para a sua auto-realização através
do exercício da profissão. As oportunidades e o contacto com os outros servem de meio
essencial para que a pessoa se possa realizar no interior da sociedade em que ele tiver
inserido.
Os factores externos têm a ver com as influências do meio que orientam a escolha e
motivação profissional do indivíduo, para além destes existem determinantes individuais que
são proporcionados pelo meio ambiente no qual se insere o sujeito, incluindo oportunidades
do mercado de trabalho, tipo de instrução ou treino necessário e barreiras económicas e
sociais. Estas variam desde a política familiar até às limitações geográficas e financeiras que o
indivíduo tem de enfrentar para conciliar a opção por determinado curso de estudo e de
preparação profissional exigida com opções relacionadas à própria subsistência.
• Ver o aluno na sua realidade biopsicossocial com todo o respeito e consideração, para
que, a partir dessa realidade, se possa estabelecer uma personalidade ajustada, segura
de si e compreensiva.
• Os trabalhos da orientação exigem o maior número possível de relatórios a respeito do
aluno, devendo ser diligenciados por todos os meios e também do meio em que o
mesmo vive.
• Assistir todos os alunos, desde os mais aos menos carentes, bem como aos que não
revelam carências.
• Dá ênfase aos aspectos preventivos do comportamento humano, uma vez que é muito
mais fácil evitar um acidente do que recuperar do mesmo. Este princípio guarda
analogia com outro de natureza médica que diz: “um grama de prevenção vale mais do
que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal para a orientação escolar e profissional
seria agir, preferencialmente, de maneira profiláctica do que curativa.
• A OEP deve ser levada a efeito como um processo contínuo e não como uma acção
esporádica nos momentos em que faltarem professores ou surgirem dificuldades de
maior envergadura. Deve ser planeado para todo o ano lectivo, sem aquelas
características de tapa-buracos.
• A OEP deve ter muito cuidado ao formular juízos a respeito do aluno, não esquecendo
que este é um ser em evolução, em marcha para a maturidade e que uma série de
factores pode estar a influenciá-lo para que ocorra comportamento anormal que tem
apresentado.
• A OEP deve estar alerta para a realidade comunitária, para que o seu trabalho esteja
articulado com o meio, para melhor ajudar o aluno e integrar-se no mesmo.
• De ressaltar que a OEP precisa dar muita atenção ao serviço de anotações, que deve
ser o mais perfeito possível, para que os dados a respeito de um aluno estejam sempre
à mão e actualizados.
De acordo com Sousa (2015), o orientador deve estar habilitado a coordenar o processo de
OEP para que as dificuldades possam ser trabalhadas e assim auxiliar os jovens a pensar,
facilitando suas escolhas. Para facilitar essas escolhas devem ser trabalhados os seguintes
aspectos:
• Conhecimento de Si: está relacionado à identidade do jovem em quem ele foi, é e
será, o projecto que espera para o futuro em sua vida profissional, suas expectativas
em relação à família, seus principais valores e interesses.
• Conhecimento das Profissões: está relacionado às profissões, quais são, o que fazem
e como fazem, o mercado de trabalho dentro do sistema político-económico, quais as
possibilidades de actuação, visitas aos locais de trabalho e cursos de universidades,
informações sobre currículos e entrevista com profissionais.
• Escolha propriamente dita: que se refere à decisão pessoal, deixar de lado o que não
é escolhido e viabilizar à escolha.
I.10.1- O Autoconhecimento
Já dizia Sócrates “conheça-te a ti mesmo”. Quem não se conhece suficientemente bem, jamais
poderá conhecer o mundo em que vive. Para ele, a condição humana requer que cada pessoa
tenha um profundo conhecimento de si próprio para poder conhecer os outros e o mundo real
que o cerca. Apenas para tentar desvendar alguns aspectos importantes para conhecer melhor
a sua bagagem pessoal em termos de tipo de inteligência, preferências vocacionais e alguns
traços básicos da personalidade, de acordo com Chiavenato (2012).
Facilidade no aprendizado;
Rapidez no aprendizado;
Adequação de suas habilidades pessoais à carreira que escolheu;
Facilidade nas actividades típicas da carreira escolhida;
Rapidez nas actividades da carreira escolhida;
Maior satisfação pessoal na condução da carreira escolhida;
Maior sucesso na carreira escolhida.
Cada um desses factores básicos varia de pessoa para pessoa que vai desde a ausência até uma
concentração muito forte.
Para Vera (2009, p.36), a ajuda presta-se para que o processo de aprendizagem
individualizado seja eficiente e que o aluno realize as tarefas escolares de forma mais eficaz e
alcance um bom rendimento escolar. No entanto, o campo de actuação do orientador escolar
abarca tanto os professores como o curriculum e o aluno, dado que todos incidem no processo
escolar. Neste caso o orientador terá de obter um conhecimento do sujeito para realizar uma
conjectura sobre o que o sujeito pode alcançar informando o mesmo aluno de todo o
conhecimento que o orientador possui de si.
Logo, a orientação profissional no âmbito escolar, na nossa perspectiva, tem como objectivo
proporcionar a exploração do “Self”, avaliando as capacidades e interesses dos alunos e
ajudando-os juntamente com todos os membros da comunidade educativa a conceber um
processo de ensino aprendizagem individualizado. Assim, a orientação escolar como refere
Vera (2009, p.37), é um processo em que o aluno recebe ajuda para um bom rendimento
académico e também para uma progressão nos estudos.
A Escola tem capacidade para 500 alunos distribuídos nos dois períodos lectivos. Os alunos
que terminam os seus estudos no Joaquim Paxe, normalmente sentem necessidade em
ingressar para o ensino superior e, acorrem para a instituição mais próxima, neste caso à
Escola Superior Pedagógica do Bengo.
II.3-População e Amostra
O inquérito foi realizado com uma população total de 325 indivíduos e uma amostra escolhida
a partir do critério aleatório simples, na ordem de 89 indivíduos entre eles: 67 alunos
correspondentes a 75,28%; 15 pais e encarregados de educação que corresponde a 16,85.
Foram também inquiridos 7 Professores, incluindo o Subdirector Pedagógico fazendo 7,87 no
geral corresponde a 100 %.
II.4-Métodos e Instrumentos de Pesquisa
Tendo em conta os objectivos formulados para a realização da investigação, achou-se
conveniente combinar diferentes métodos de investigação.
II.4.1-Métodos Teóricos
Permitiu uma abordagem à situação, fenómenos ou problemas que se pretende estudar,
partindo da perspectiva teórica. Dentre os vários, foram aplicados os abaixo descritos:
Indutivo-Dedutivo: Permitiu que a partir das abordagens teóricas, pesquisa de campo, dos
resultados obtidos, em função de uma aclarada interpretação chegar a uma conclusão geral
sobre a orientação escolar e profissional.
Análise Síntese: este método facilitou a interpretação dos dados colectados e, permitiu a
descodificaçãoe a sua explicação do tema em estudo.
II.4.2-Métodos Empíricos
Oferecem suporte à pesquisa de campo, desde a estruturação do trabalho, selecção da
população e amostra.
Entrevista: é a técnica que permitiu colher informações sobre o problema em estudo, por
meio de uma conversa que o entrevistador mantém com o entrevistado, de forma estruturada.
Método estatístico: este método permitiu uma descrição quantificada da amostra, que
constitui a população do problema em estudo.
II.4.3-Instrumentos de Pesquisa
A organização dos instrumentos de investigação é difícil, carece de tempo, mas é uma etapa
importante no planeamento da pesquisa.
Porém, para a concretização da pesquisa tivemos como suporte:
Guião de entrevista
Questionário
Grelha de observação
II.6.1-Procedimentos
Para se atingir determinado objectivo é essencial à utilização de procedimentos que ajudam a
concretizar a consecução do trabalho.
Para concretização a pesquisa foram observados os seguintes procedimentos:
Efectuou-se o levantamento da bibliografia relacionada com o tema em estudo fez-se
os respectivos acertos com a tutora e à sua aprovação.
Foram seleccionadas técnicas e elaborados instrumentos de pesquisa que foram
distribuídos pelos elementos que fazem parte da nossa amostra.
O grupo teve o primeiro contacto com a direcção da escola abrangida pela pesquisa,
para facilitar o trabalho na recolha e tratamentos de dados, análise e interpretação e
avaliação dos dados, elaboração do relatório de investigação científica, apresentação
oral e escrita do relatório de investigação.
II.6.2- Dificuldades
Durante a realização do trabalho foram encontradas dificuldades de vária ordem tais como:
Dificuldades em encontrar bibliografia variada e actualizada para execução do
trabalho.
A demora na recolha dos guiões de entrevista e questionário dirigido aos
pais/encarregados de educação, professorese alunos, por desconhecerem esta
modalidade.
A comunicação com os pais/encarregados de educação deficiente por mostrarem
pouco interesse em responder as questões;
Os alunos não dão muita importância a noção de orientação escolar e profissional
(OEP);
A influência dos amigos e dos pais tem sido muito prepoderante na tomada de suas
decisões.
Total 45 22 67 100%
De acordo com a tabela nº 1, a idade mínima dos alunos inquiridos é de 17 anos e a máxima
39 anos, tendo 40 alunos com idade compreendida entre os 17 a 25 anos correspondente a
59,70%; dos 20 com idade entre 26 a 32 anos correspondendo a 29,85 % e por fim, dos 7
alunos com idade entre os 33 a 39 anos, corresponde a 10, 45 %. Quanto ao género, tem maior
predominância o sexo masculino com 45 alunos correspondente a 67,16% ao contrário do
género feminino representado por 22 alunos perfazendo 32,84%.
Tabela nº 2: Distribuição das respostas dos alunos em função da pergunta nº 1
M F Fas Frs
Pais 32 16 48 71,64%
Avôs 05 02 07 10,45%
Outros 05 02 07 10,45%
Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos investigados 48 vivem com os pais o que corresponde 71,64%,05 vivem com
tios correspondendo a 7,46%; 07 vivem com os avôs resultando em 10,45% e igualmente 07
vivem com outros o que perfaz 10,45%.
M F Fas Frs
C. E. Jurídicas 27 10 37 55,22%
C. Humanas 18 12 30 44,78%
Total 45 22 67 100%
M F Fas Frs
Talvez 07 03 10 14,92%
Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos investigados 38 sentem-se satisfeitos pela escolha feita, correspondendo assim
a 56,72%, 19 não se sentem satisfeitos pela escolha feita corresponde a 28,36% e 10
apresentam-se indecisos resultando14,92%.
M F Fas Frs
Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos investigados 30 afirmam que fizeram por influência dos pais, correspondendo a
44,78%; 25 afirmam ter feito escolha própria fazendo 37,31% e 12 afirmam por influência
dos amigos o que perfaz 17,91%.
Tabela nº 6: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 5.
M F Fas Frs
Sim 10 05 15 22,39%
Talvez 12 02 14 20.89%
Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos investigados 38 nunca ouviram falar de orientação escolar e profissional (OEP)
o que corresponde a 56,72% o que permite afirmar que o nível desconhecimento da orientação
escolar e profissional (OEP) é preocupante nos alunos da referida escola.
M F Fas Frs
Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos investigados 08 desejavam dar sequência aos estudos o que corresponde a
11,94%; 16 por influência dos pais correspondendo a 23,88%; 15 por escolha própria
resultando em 22,39% e 28 alunos responderam por ser a única instituição da região
perfazendo assim 41,79%. Significa que a falta de mais instituições do ensino médio na região
limita de certa forma os estudantes naquilo que são as suas escolhas.
M F Fas Frs
Economia 12 05 17 25,37
Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos inquiridos 07 deseja frequentar o curso de Medicina no ensino superior o que
corresponde a 10,45%; 05 prefere frequentar o curso de Engenharia correspondendo 7,46%;
16 Ciências da Educação correspondendo a 23,88%;19 prefere o curso de Direito o que faz
28,36%; 03 deseja frequentar o curso de Agronomia o que corresponde a 4,48% e 17 o curso
de Economia correspondendo assim a 25,37%.
Pedagogia 14 08 22 32,84%
Total 45 22 67 100%
M F Faz Frs
Total 45 22 67 100%
Dos 67 alunos investigados 35 afirma que a escola não tem criado condições para ajudar os
alunos que se sentem insatisfeitos, o que corresponde a 52,23%. Isto confirma a necessidade
de uma orientação escolar e profissional (OEP) na referida instituição. Porque a OEP tem
como função facilitar a escolha dos jovens, auxiliando-os sobre suas capacidades e
dificuldades para que possam fazer a escolha adequada de acordo com Zassala (2012).
Tabela nº 11: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 10.
Perguntas Resposta Género Frequência
M F Fas Frs
Total 45 22 67 100%
Tabela nº 12: Distribuição das respostas dos alunos em relação à pergunta nº 11.
Total 45 22 67 100%
Total 7 0 2 4 1 7 100%
Nº Nº Fas Frs
Bacharelato 5 0 5 71,43%
Licenciatura 2 0 2 28,57%
Mestrado 0 0 0 0%
Total 7 0 7 100%
Nº Nº Fas Frs
Sim 6 0 6 85,71%
Não 1 0 1 14,29%
Total 7 0 7 100%
Dos 7 professores investigados, 06 que corresponde 85,71%, já ouviram falar sobre orientação
escolar e profissional (OEP) de forma muito superficial.
Nº Nº Fas Frs
Total 7 0 7 100%
Dos 7 professores investigados 5 que corresponde 71,43%, afirmam que a orientação escolar e
profissional (OEP) poderá ajudá-los na orientação dos alunos para tomada de decisões mais
assertivas. Assim os professores encontrarão melhor enquadramento para os alunos naquilo
que são as suas escolhas, de acordo com as suas vocações e interesses.
Nº Nº Fas Frs
Total 7 0 7 100%
Dos 7 professores investigados quanto a orientação que dão aos alunos que terminam o curso
e desejam dar sequência, 4 que corresponde 57,14% dão algumas indicações de possíveis
escolas (faculdades) para os alunos prosseguirem com os estudos. Mas essa ajuda não tem
sido suficiente para colmatar essas dificuldades, até porque não associam as orientações tendo
em conta as vocações e interesses dos estudantes.
Nº Nº Fas Frs
Muita 5 0 5 71,42%
Pouca 2 0 2 28,57%
Nenhuma 0 0 0 0%
Total 7 0 7 100%
Sim 6 0 6 85,71%
Não 0 0 0 0%
Talvez 1 0 1 14,28%
Total 7 0 7 100%
Total 12 3 15 100%
M F Fas Frs
Não 06 02 08 53,33%
Talvez 03 00 03 20%
Total 12 03 15 100%
De acordo com tabela nº 1: dos 15 encarregados entrevistados 8 não têm noções sobre a
orientação escolar e profissional (OEP) correspondendo a 53,33%, 4 já ouviram falar sobre
OEP fazendo 26,67% e 3 mostraram-se indagados o que perfaz 20%.
Talvez 05 01 06 40%
Total 12 03 15 100%
Total 12 03 15 100%
M F Fas Frs
Total 12 03 15 100%
Total 12 03 15 100%
Total 12 03 15 100%
II.9 - Diagnóstico do estado actual da Orientação Escolar Profissional nos alunos da 12ª
Classe do Liceu Joaquim Paxe
Depois da análise e interpretação dos dados os resultados monstraram que:
1. A maior parte dos alunos (44,78%) fizeram suas escolhas por influência dos
pais/encarregados de educação ou amigos sem olhar para o aspecto vocacional e os
seus interesses;
2. A maior parte nunca teve acesso a orientação profissional, pela inexistência destes
serviços na referida escola;
3. Os professores têm poucas noções sobre o processo de orientação profissional, pelo
que, pouco ou quase nada fazem para melhorar o processo de orientação profissional
na instituição;
4. Os alunos enfrentam muitas dificuldades no momento da escolha profissional, por
falta de orientação profissional tanto a nível das famílias e das instituições escolares.
Diante ao tema em estudo, ostentam-se algumas propostas que poderão ajudar a melhorar o
processo de orientação profissional dos alunos Liceu Joaquim Paxe nº 243, Município do
Bula Atumba.
Introdução
A referida proposta nos apresenta uma estrutura de seminário e palestra com finalidade de
colmatar as dificuldades relacionadas ao processo de orientação profissional (OP) encontradas
no Liceu Joaquim Paxe nº 243.
As actividades têm como lema: “Escolher é desenhar a vida para o futuro”. A escolha de hoje
condiciona os próximos dias da nossa vida. Neiva 2007; Bock e Bock, 2005; Soares, 2002
citados por (Chocolate, p.39)
O seminário tem como objectivo geral preparar os professores do Liceu Joaquim Paxe nº 243,
de modo a garantir qualidade dos alunos que se formam na mesma.
E a palestra teve como objectivo geral preparar os alunos para que possam fazer escolhas
adequadas futuramente.
A garantia da qualidade dos alunos que se formam nessa escola, implica o asseguramento da
qualidade dos alunos que actuarão para a transformação social do amanhã.
O seminário se orienta pelos seguintes objectivos específicos:
o Apresentar a Orientação profissional como um elemento indispensável no percurso
de formação das novas gerações;
o Incentivar o exercício da orientação escolar e profissional no Liceu Joaquim Paxe;
o Assegurar os professores na escola do Liceu Joaquim Paxe, como agentes para a
orientação dos seus alunos na escolha da profissão;
o Aplicar na prática a orientação escolar e profissional no Liceu Joaquim Paxe nº
243;
o Motivar os alunos do Liceu Joaquim Paxe nº 243 na continuidade do curso
escolhido.
Sistema de conhecimentos
Introdução à orientação escolar e profissional
Serão temas envolvidos à introdução: conceitos, objectivos, importância e contextos de
intervenção da orientação**.
Orientação Educativa e sua aplicação prática
São necessários de se desenvolverem para este momento os temas: As diferentes áreas de
intervenção da Orientação escolar (orientação para o desenvolvimento da carreira, orientação
no processo de ensino aprendizagem, orientação para a prevenção e desenvolvimento
humano)***.
A escolha da profissão
Factores que influenciam na escolha da profissão (intrínsecos e extrínsecos), Teorias da
motivação.
Acções Práticas para aplicação da Orientação profissional na Escola
Modelos de intervenção da OP(*)
Aplicação prática do modelo de intervenção Psicopedagógico (**).
O Módulo teórico
Objectivos
o Conhecer a orientação profissional desde seu conceito, objectivo e importância,
seus contextos de intervenção.
o Compreender a orientação profissional Educativa e sua aplicação prática
o Identificar os factores que influenciam na escolha da profissão
Conteúdos a Ministrar.
Os conteúdos a ministrar nesse módulo estão representados nos pontos (** e ***).
Duração
O módulo teórico tem a duração de dois dias com uma carga horária de 4 horas dia
Módulo prático
Objectivos
o Conhecer os modelos de orientação em OP
o Aplicar os modelos de OP
Conteúdos
Os conteúdos a se ministrar neste módulo estão apresentados no ponto com (*), (**).
Duração
O módulo prático terá a duração de 1 dia com carga horária de 4 horas.
Avaliação
Os seminaristas serão avaliados de forma qualitativa com base na frequência, pontualidade,
assiduidade e desempenho procurando destacar os mais empenhados.
Bibliografia
Tavares, Vera Lúcia (2009). Orientação escolar e profissional, um estudo sobre o
funcionamento das estruturas de orientação nas escolas do distrito de Braga. Granada:
Editorial da universidade de granada.
Chocolate, Francisco António Macango. (2013). Orientação profissional. Um estudo
comparado da escolha da profissão docente, entre Angola e Brasil. Dundo: Lueji.
Referindo-se ao seminário a maior parte dos professores afirma que o nível de comunicação
foi boa, os seminaristas foram claros nas suas abordagens, e acreditam ser importante a
implementação de um gabinente de orientação profissional cujo o objectivo é orientar e
facilitar a escolha dos adolescentes e jovens auxiliando-os a reflectir sobre a sua situação da
vida. Dada a importância do mesmo, a maior parte deles monstrou disponibilidade em
cooperar com o projecto em serviços de orientação profissional dos alunos.
III.4- Avaliação
Os participantes foram avaliados de forma qualitativa com base na frequência, pontualidade,
assiduidade e desempenho. E quanto aos aspectos referidos, destacaram-se todos os
intervenientes do processo.
Assim, durante a implementação foi possivel verificar maior motivação e interesse por parte
do corpo docente e do tecido estudantil quanto a orientação e escolha profissional.
Porém, no que se refere aos aspectos negativos, verificou-se apenas a não participação da
Administração Municipal do Bula Atumba.
Descrição quantitativa, ver anexos
CONCLUSÕES
Depois de uma dedicada investigação, os resultados mostraram: