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Logística

Auxiliar de Produção
Auxiliar de Produção

© SENAI-SP, 2019

Material didático organizado pela Escola SENAI “Mário Dedini”, para o curso de Formação Inicial e
Continuada - Auxiliar de Produção partir de conteúdos extraídos da intranet.

Equipe
responsável

Organização Humberto Aparecido Marim


Escola SENAI "Mário Dedini"
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SUMÁRIO

Fundamentos da Logística 7

Matemática Básica 21

Princípios de 5S 55

Tipos de Leiaute 79

Sistemas de Gestão da Qualidade 97

Armazenagem de resíduos 109

Segurança no trabalho 117

Programação e Controle de Produção 163

Recebimento e Expedição de Materiais 177

Equipamentos para Movimentação de Carga 185

Embalagens 201

Classificação e codificação de Materiais 215

Conceito de Manutenção Produtiva Total- TPM 225

SENAI-SP – INTRANET – AA321-10


SENAI-SP – INTRANET – AA321-10
Fundamentos da Logística

Definição

A origem da palavra vem do grego “LOGISTIKOS”, do qual o latim “LOGISTICUS” é


derivado, ambos significando cálculo e raciocínio no sentido matemático.

O desenvolvimento da logística está intimamente ligado ao progresso das atividades


militares e das necessidades resultantes das guerras.

A logística, primeiramente focalizou-se no transporte, movimentação e armazenagem


de materiais, com maior ênfase na função do que no processo.

As primeiras definições de logística são baseadas na visão tradicional da organização


orientada para a produção:

Um termo empregado na manufatura e comércio para descrever as atividades com


movimentos eficientes de produtos acabados da produção para o cliente, sendo que em
alguns casos inclui o movimento de matérias-primas do fornecedor para a produção.

Em uma segunda fase, a logística era considera como:

Integração de duas ou mais atividades com propósito de planejamento, implementação


e controle eficiente do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos
acabados do ponto de origem ao ponto de destino.

Atualmente a logística pode ser definida como:

Um processo eficaz de planejamento, implementação e controle integrado do fluxo de


materiais, informações e dinheiro, do ponto de origem ao ponto de destino, com o
propósito de atender as crescentes exigências de qualidade impostas pelos clientes.

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Histórico

Uma das grandes lendas na Logística, que inspirou outros grandes líderes como Júlio
César e Napoleão e que até hoje inspira as grandes empresas, foi Alexandre o Grande,
da Macedônia. Seu império alcançou diversos países, incluindo a Grécia, Pérsia e Índia.
Nascido em 356 a.C., aos 16 anos já era general do exército macedônico e aos 20 anos,
com a morte de seu pai, assumiu o trono. Seu império durou apenas 13 anos, até a sua
morte em 323 a.C., aos 33 anos.

Figura 1 – Busto de Alexandre Figura 2 – Alexandre em batalha contra os Persas

Seu sucesso não foi um acidente. Ele foi capaz de superar os exércitos inimigos e
expandir seu reinado graças a fatores como:

Inclusão da logística em seu planejamento estratégico;

Detalhado conhecimento dos exércitos inimigos, dos terrenos de batalha e dos períodos
de fortes intempéries;

Inovadora incorporação de novas tecnologias de armamentos;

Desenvolvimento de alianças;

Manutenção de um simples ponto de controle. Era ela quem centralizava todas as


decisões; era o ponto central de controle, gerenciando o sistema logístico e incorporando-
o ao plano estratégico.

Alexandre foi o primeiro a empregar uma equipe especialmente treinada de engenheiros e


contramestres, além da cavalaria e infantaria. Esses primitivos engenheiros
desempenharam um papel importante para o sucesso de Alexandre o Grande, pois
tinham a missão de estudar como reduzir a resistência das cidades que seriam atacadas.

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Os contramestres, por sua vez, operacionalizavam o melhor sistema logístico existente
naquela época. Eles seguiam à frente dos exércitos com a missão de comprar todos os
suprimentos necessários e de montar armazéns avançados no trajeto. Aqueles que
cooperavam eram poupados e posteriormente recompensados; aqueles que resistiam,
eram assassinados. O exército de Alexandre o Grande consumia diariamente cerca de
100 toneladas de alimentos e 300.000 litros de água!

O exército de 35.000 homens de Alexandre o Grande não podia carregar mais do que 10
dias de suprimentos, mas mesmo assim, suas tropas marcharam milhares de quilômetros,
a uma média de 32 quilômetros por dia. Seu exército percorreu 6.400 km, na marcha do
Egito à Pérsia e Índia, a marcha mais longa da história.

Figura 3 –Mapa contendo todo o trajeto feito por Alexandre drante seu reinado

Os outros exércitos se deslocavam a uma média de 16 ou 17 quilômetros por dia, pois


dependiam do carro de boi, que fazia o transporte dos alimentos. Um carro de boi se
deslocava a aproximadamente 3,5 quilômetros por hora, durante 5 horas até que os
animais se esgotassem. Cavalos moviam-se a 6 ou 7 quilômetros por hora, durante 8
horas por dia. Eram necessários 5 cavalos para transportar a mesma carga que um carro
de boi.

Também inovou nos armamentos. Seus engenheiros desenvolveram um novo tipo de


lança, chamada sarissa, que tinha 6 metros de comprimento, largamente utilizada pela
infantaria. Com esse armamento derrotou um exército combinado de persas e gregos de
40.000 homens perdendo apenas 110 soldados. Em 333 a.C., seu exército derrotou um
exército de 160.000 homens comandados por Darius, rei da Pérsia, na batalha de Amuq
Plain. Devido a esse sucesso, a grande maioria das cidades se rendeu ao exército
macedônico sem a necessidade do derramamento de sangue.

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Assim, Alexandre o Grande criou o mais móvel e mais rápido exército da época.

Apesar dos avanços verificados no passado, apenas no século XVII a logística passou a
ser utilizada dentro dos modernos princípios militares.

http://www.apolo11.com/volta_ao_mundo.php?id=dat_20041019-212216.inc
Figura 4 – Quebra mar construído por Alexandre para dominar a ilha de Faros e após a conquista foi construído o Farol de
Alexandria

Por volta de 1.670, um conselheiro do Rei Luís XIV sugeriu a criação de uma nova
estrutura de suporte para solucionar os crescentes problemas administrativos
experimentados com o novo exército desenvolvido a partir do caos medieval. Foi criada a
posição de “Marechal General de Logis”, cujo título se originou do verbo francês “loger”,
que significar alojar. Entre seus deveres estavam: a responsabilidade pelo planejamento
das marchas, a seleção dos campos, a regulamentação do transporte e o fornecimento.

O termo “LOGISTIQUE”, depois traduzido para o inglês “LOGISTICS” foi desenvolvido


pelo principal teórico militar da primeira metade do século XIX, o Barão Antoine Henri
Jomini. Baseado em suas experiências vividas em campanhas de guerra ao lado de
Napoleão, Jomini escreveu o “Sumário da Arte da Guerra” em 1.836.

Ele dividiu a arte da guerra em 5 e definiu a logística como “a arte de movimentar


exércitos”
 Estratégia
 Grandes táticas
 Logística
 Engenharia
 Táticas menores

A logística não se limitava apenas aos mecanismos de transporte, mas também ao


suporte, preparativos administrativos, reconhecimentos e inteligência envolvidos na
movimentação e sustentação das forças militares.

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Paralelamente a Jomini, Karl Clausewitz’s Vom Kriege publicou, postumamente, em
1.831, a “Bíblia da Ciência Militar”. Brilhante em seus escritos sobre estratégias e táticas,
a sua obra se tornou a grande referência em práticas e pensamentos militares no final da
primeira metade do século XIX. A obra influenciou a grande maioria dos líderes militares.
Infelizmente, em sua obra, Vom Kriege ignorou a atividade logística, fazendo com que o
conceito de logística perdesse o sentido militar que Jomini tinha desenvolvido. Essa
situação perdurou até meados do século XX, sendo resgatado pelos militares americanos
que fizeram uso da logística no conflito bélico durante a Segunda Guerra Mundial.

Sistemas

Antes dos anos 80, os elevados investimentos e custos de manutenção da tecnologia


inviabilizavam sua aplicação em muitos processos logísticos.

Nesta época, os estudos de retorno sobre o investimento normalmente não mostravam a


viabilidade econômica.

As poucas soluções que existiam no mercado ficavam restritas a um pequeno número de


empresas e profissionais especialistas que tinham acesso a conhecimentos específicos.

Ao longo dos anos 80, quando a tecnologia da informação se tornava cada vez mais
acessível, a mesma mostrou sua grande importância quando da aplicação efetiva dos
conceitos de logística.

Em paralelo a essa acessibilidade da tecnologia, os processos de negócios das


organizações começaram a ser redesenhados, o que viabilizou economicamente muitas
soluções de tecnologia.

Neste contexto, os processos logísticos também tiveram que ser cuidadosamente


projetados para assegurar um desempenho logístico superior.

Assim, a tecnologia de informação aplicada a logística, aproveitando-se do redesenho dos


processos de negócios nas organizações, teve uma grande evolução através do
desenvolvimento de inúmeros aplicativos que contribuíram com a otimização destes
processos.

Será que as empresas, hoje em dia, poderiam administrar custos efetivamente, prover um
adequado nível de serviço ao consumidor e ter excelência em logística sem contar com
sistemas de informação?

É possível perceber atualmente, que informação oportuna (em tempo) e precisa é


essencial ao desempenho das organizações.

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Classificam-se os sistemas de informação na logística em dois grandes grupos, conforme
figura abaixo:

1. Soluções de Automação do fluxo de materiais e

2. Soluções de Automação do fluxo de informação (TI).

Figura 5 –Universo da automação na logística. BONZATO, Eduardo. Tecnologia da Informação


aplicada à logística, p. 21.

Automação de Fluxo de materiais

Processamento e Montagem

Processamento refere-se às atividades que agregam valor a um produto num ambiente de


manufatura e neste ambiente podem-se destacar alguns exemplos de sistemas
automatizados:

Sistemas Flexíveis de Manufatura (FMS): centros de manufatura totalmente


automatizados, onde a peça bruta entra no sistema, sofrem diversos manuseios
operações, transferências de equipamentos, até sair como produto acabado;

Centros de usinagem: a peça sofre diversas operações de usinagem, com trocas


automáticas de ferramentas seguindo uma programação previamente definida;

Sistemas de pintura automatizados: através de uma combinação de robôs e


transportadores contínuos, os produtos são pintados de acordo com programações
específicas para cada tipo de acabamento sem que se tenha a necessidade de
participação do homem.

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Movimentação

A movimentação de materiais entre equipamentos, postos de trabalho ou entre áreas


relativamente próximas (ex.: fábricas dentro de uma mesma planta industrial) conta com
uma vasta gama de sistemas automatizados:

AGV Veículos Automaticamente Guiados: veículos de movimentação horizontal que


deslocam o material de um ponto ao outro, controlados por computador;

Empilhadeiras automaticamente guiadas: veículos de movimentação horizontal e


vertical que deslocam o material de um ponto ao outro, inclusive estocando os mesmos,
controlados por computador;

EOM Monovias eletrificadas: aéreas ou ao nível do chão, as monovias eletrificadas


movimentam materiais através de carros comandados por computador;

Transportadores contínuos: alguns destes sistemas podem automatizar a


movimentação de materiais entre áreas (ex.: área de separação de pedidos para área de
embalagem) possibilitando velocidade e qualidade da movimentação; Sistemas de
sortimento e redistribuição automáticos: asseguram velocidade e qualidade no
processo de separação de uma grande quantidade de pedidos fracionados;

Sistemas de carregamento de veículos automáticos: a carga separada e colocada no


interior do veículo de transporte em questão de minutos.

Estocagem

A atividade de estocagem de materiais conta também com alguns sistemas


automatizados, tais como:

Transelevadores: cargas paletizadas podem ser automaticamente elevadas e estocadas


a alturas superiores a 35 metros;

Miniload: contentores são estocados e separados rapidamente através deste sistema


automatizado para estocagem;

Carrosséis horizontais e verticais: asseguram que o material venha ao separador


automaticamente conforme sua necessidade;

Manuseio e embalagem

Sistemas a automatizados de manuseio de materiais e embalagem substituem atividades


repetitivas, inseguras, não ergonômicas, fornecendo mais velocidade e qualidade a

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atividade.

Robôs: realizam a manipulação de itens através de braços articulados que promovem


uma grande flexibilidade de movimentos;

Sistemas de paletização automáticos: o manuseio de volumes pode ser feito através de


sistemas automáticos de paletização e despaletização, inclusive em alguns casos estes
sistemas paletizam cargas diretamente sobre o veículo de transporte;

Sistemas automáticos para envolvimento de cargas: a carga paletizada pode ser


envolvida automaticamente através de filmes esticáveis ou termo-retráteis.

Transporte

As movimentações em grandes distâncias, caracterizadas como transportes possuem


alternativas de sistemas automatizados concentradas principalmente nos transportadores
contínuos:

Transportadores contínuos: asseguram o transporte de materiais em grandes


distâncias, vencendo inclusive o relevo da região;

Transportador contínuo tipo teleférico: o transporte aéreo em grandes distâncias pode


substituir uma rodovia.

Planejamento

As soluções automatizadas para Planejamento Logístico consideram:

Previsão de vendas (forecast): asseguram, com maior acerácea, a previsão da


demanda da Cadeia de Abastecimento;

CRM (Customer Relationship Management): sistemas especializados no atendimento


personalizado dos clientes;

SRM (Supplier Relationship Management): sistemas especializados no relacionamento


personalizado dos fornecedores (“inverso" do CRM);

ERP (Enterprise Resources Planning): Sistemas de Gestão Empresarial Integrada:


soluções que contribuíram para a integração dos processos em todos os níveis da
organização, assegurando que as informações sejam rápidas e precisas. Gerenciam
informações das mais variadas funções administrativas da organização em um sistema
integrado;

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MRP (MRPI - Material Requirements Planning e MRPII - Manufacturing Resourses
Planning): o planejamento das necessidades de materiais e recursos de manufatura e
desenvolvido automaticamente por estas soluções. São softwares que desdobram as
necessidades dos clientes, sejam pedidos ou previsões na programação da aquisição de
materiais e produção;

DRP (Distribution Resources Planning): softwares que apóiam cada vez mais o
planejamento dos recursos necessários a distribuição de uma dada demanda num
determinado período;

APS (Advanced Planning and Scheduling/FCS (Finity Capacity Scheduling): soluções


ainda mais especializadas, capazes de identificar limitações e restrições, buscando
otimizar a programação da produção. A programação de capacidade finita contribui para
uma rápida reprogramação a partir de variações na demanda através do conhecimento
antecipado das capacidades dos recursos e de possibilidades de variar tais capacidades.

Execução

O gerenciamento da execução das atividades logísticas pode ser apoiado por soluções
automatizadas, tais como:

WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazéns): sistemas que agregam inteligência


aos processos de armazenagem que consideram as operações de recebimento
estocagem, controle, separação, expedição, transferências, inventário, entre outras;

TMS (Sistema de Gerenciamento de Transportes): através de soluções específicas


voltadas ao Gerenciamento de Transporte, esta atividade é automatizada (Gerenciamento
de Frotas, Gerenciamento de Fretes, Roteirização, Rastreamento de Veículos, etc.);

MES (Manufacturing Execution System): sistemas específicos que preenchem o


espaço deixado entre o planejamento e a execução, monitorando e analisando a
operação (produção), em tempo real, através de soluções automatizadas.

Comunicação

A transmissão de informações, integrando os sistemas, empresas e pessoas, pode ser


feita através de várias tecnologias, tais como:

Terminais fixos e portáteis: os terminais fixos (ex.: terminais de mesa) ou portáteis (ex.:
terminais instalados em empilhadeiras) possibilitam acesso dos usuários para a
comunicação. Continua sendo, em uma boa parte dos casos, a melhor alternativa técnica

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e econômica.

EDI- Electronic Data Interchange: a comunicação eletrônica propicia a informação em


tempo real e integrada agilizando a tomada de decisão. Atualmente um importante canal
para o intercâmbio eletrônico de dados está sendo a Internet.

Códigos de barras: método de dados codificados para leitura rápida e acurada. Os


códigos de barras unidirecionais, por exemplo, são uma série de barras e espaços,
alternados impressos ou estampados, etiquetas ou outro, representando informações
codificadas que podem ser reconhecidas por leitores eletrônicos, usados para facilitar a
entrada de dados em um sistema de informação. Os códigos de barras representam letras
e/ou números.

Leitores a laser: sistema que utiliza laser para copiar, ler e interpretar códigos de barras.

Radiofreqüência: assegura a transmissão de informação em tempo real da operação,


através de sinais de rádio, para o sistema de gerenciamento.

Sistemas controlados pela voz: em substituição aos terminais que necessitam da


operação manual, automatizam a transmissão de informações através de sistemas de
reconhecimento de voz, liberando as pessoas para trabalhos manuais.

Sistemas controlados pela luz: com o intuito de se eliminar papeis, a comunicação


automática através da luz identifica visualmente as tarefas a serem realizadas pela
operação.

Sistemas “Paperless”: todos estes sistemas que eliminam a necessidade de papeis são
denominados "Paperless".

RFID: a colocação de transponders (os quais podem ser apenas lidos ou lidos e escritos)
nos produtos, como uma alternativa aos códigos de barras, de modo a permitir a
identificação do produto de alguma distância do scanner ou independente, fora de
posicionamento. Tecnologia que viabiliza a comunicação de dados através de etiquetas
com chips ou transponders que transmitem a informação a partir da passagem por um
campo de indução (ex.: pedágio "sem parar").

Controle

A Gestão Logística através de indicadores de desempenho (KPI - Key Performance


Indicators) pode ser apoiada através de soluções automatizadas que fazem o
acompanhamento do negócio, através do monitoramento de seus principais sinais vitais,
tais como:

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EIS (Executive information System): asseguram a visualização dos indicadores
estratégicos do negócio para que a alta cúpula possa tomar decisões de acordo com a
realidade dos dados;

DSS (Decision Suport System): fornecem a informação em um nível de detalhe


adequado à gerência e supervisão para que a mesma possa tomar decisões adequadas;

Concepção

O sucesso de uma boa logística começa a partir de uma boa concepção e implementação
de um projeto e neste contexto existe várias soluções automatizadas, tais como:

Concepção de recursos logísticos: softwares específicos para desenvolvimento


(desenho) de equipamentos e layout, bem como análise de indicadores de desempenho
de cada solução, auxiliam no posicionamento de áreas, equipamentos e recursos
operacionais.

Ergonomia: soluções baseadas nas normas internacionais de esforços e capacidade


humana avaliam e auxiliam no projeto de um adequado ambiente de trabalho ao
trabalhador.

Embalagens: soluções automatizadas desenvolvem desde a embalagem primária de um


produto passando por todas as embalagens na Cadeia de Abastecimento, incluindo a
formação das cargas dentro dos veículos de transporte.

Simuladores de processos de negócio: soluções específicas para avaliar os atuais


processos de negócio e os impactos de alterações que poderão ser feitos nos mesmos
fornecem um auxilio no redesenho de processos.

Simuladores de malha logística: analisar diversos cenários de malhas logísticas e seus


Impactos na Cadeia de Abastecimento e tarefa de simuladores logísticos que podem
apresentar de forma rápida e precisa os resultados de um novo cenário proposto.

Simuladores operacionais gráficos: a simulação pode também gerar cenários gráficos


de forma que se pode visualizar uma operação logística em realidade virtual antes de a
mesma ser implementada e aprovada.

Análise de riscos e tomada de decisão: soluções específicas para análise de riscos em


projetos e apoio a tomada de decisão também apóiam o desenvolvimento e
implementação de projetos.

PMIS – Project Management Information System: softwares que automatizam todo o


desenvolvimento de um projeto, desde a documentação das fases, passando pelos

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cronogramas, dimensionamento de recursos necessários, análises de progresso, até o
encerramento dos mesmos são cada vez mais viáveis na atual realidade.

Controles

"O que não é medido não pode ser gerenciado!"

Atualmente dispomos de soluções especializadas para a apuração das métricas que nos
indicam em tempo real os sinais vitais do negócio em um amplo painel de instrumentos.

Mas nem sempre foi assim. Voltando ha cerca de vinte anos, consultar indicadores ou
extrair informações dos sistemas de gestão empresarial limitava-se aos relatórios
gerenciais pré-configurados, ou então seriam necessários muitos esforços em
programação e tempo para uma resposta efetiva. É claro que para algumas empresas
este cenário de 20 anos atrás ainda se mostra hoje, mas e importante que tenhamos
ciência que a Tecnologia da Informação fez o seu papel neste período.

Para atender as crescentes necessidades por informações relevantes, alguns dos DBMS
(Database Management Systems) já contavam, naquela ocasião, com ferramentas de
suporte, onde usuários até mesmo sem conhecimentos avançados de programação
desenhavam seus próprios relatórios através de “queries”.

A evolução dos recursos tipo “queries” consagrou uma das soluções mais conhecidas, o
Crystal Reports da Seagatte, como uma solução muito flexível e capaz de acessar uma
grande variedade de diferentes formatos de bancos de dados, trazendo uma certa
"sobrevida" as ferramentas tradicionais, mas ainda assim havia demanda por soluções
ainda mais sofisticadas.

Mas por que "sobrevida" das ferramentas tradicionais?

Porque existiam dificuldades nas análises e comparações decorrentes de diferentes


abordagens aplicadas em ambientes com sistemas de informações descentralizadas,
gerando informações dispersas, conflitantes e assíncronas (falta de “timming”).

Nas reuniões executivas eram freqüentemente as discordâncias em torno das


informações apuradas por diferentes departamentos, cuja falta de confiabilidade trazia
questionamento e insegurança na tomada de decisões.

Alguns controles utilizados atualmente:

BI (Business Intelligence): o objetivo central das soluções de BI é a de gerar


inteligência, a partir da geração de conhecimento, advindas da organização dos dados
que se perdem ou se encontram dispersos na organização.

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As informações podem vir dos mais diversos pontos: fornecedores, operadores logísticos,
transportadoras, áreas internas, clientes, etc.

As soluções de BI se incubem de organizar tais informações e depois analisar com maior


profundidade, utilizando técnicas estatísticas para gerar conhecimento de valor de apoio a
tomada de decisão.

EIS (Executive Information System): atualmente, para manter seus executivos sempre
informados diversas empresas contam com aplicações EIS, sejam elas soluções
especializadas ou ainda módulas dos ERP´s, tais como: Pilot Designer, Cognus, Hyperion,
SAP, Oracle, entre outras. Estas ferramentas concentram e disponibilizam, em uma única
fonte, todas as informações necessárias para o processo decisório.

DSS (Decision Suport System): esta tecnologia trata de manter os dados organizados,
provenientes de diversas fontes e orientados por assuntos, para consultas e análises sob
demanda.

Tendências

Incremento do desempenho baseado no tempo. O crescimento da demanda será


substituído pela aceleração no fluxo dentro das atuais estruturas da cadeia de
abastecimento.

O reabastecimento será baseado nas compras efetivas do consumidor, sendo mais


rápido e flexível em função de uma combinação de práticas, como a consolidação de
múltiplos fornecedores, cross-docking e embarques direto das fábricas.

Implementação da Gestão Estratégica da Logística orientada para o aumento do Valor


Agregado em Logística (Logistic Value Added – LVA), que indica como as ferramentas
logísticas são capazes de agregar valor ao negócio.

Prevê-se que o número de armazéns será reduzido, através de investimentos em


tecnologia da informação possibilitando maior integração da cadeia de abastecimento e,
então apoiar uma redução no inventário total.

Diante das incertezas inerentes e da probabilidade da mudança acelerada, a cadeia de


abastecimento será tão flexível que será possível determinar o dia-a-dia, qual é o melhor
método para obter um produto específico e onde ele precisa estar.

Customização do atendimento: Incremento nas entregas de cargas fracionadas, ao invés


de cargas paletizadas. As empresas conduzirão pedidos mais freqüentemente, em

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quantidades menores e um maior número de SKUs.

Aumento no número de entrepostos. Nos armazéns, continuará a transição da função de


estocagem tradicional para um papel de transferência. Isso será facilitado pelo
investimento nas tecnologias avançadas de armazenagem, como cross-docking,
empilhadeiras com terminais de dados via rádio e tecnologia de codificação de barras
junto com conexões EDI entre o armazém e os demais elos da cadeia de abastecimento.

A necessidade de sincronizar o abastecimento de produtos o mais próximo da demanda


real do cliente será um dos fatores críticos.

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Matemática Básica

FRAÇÕES

Noção intuitiva de fração

A primeira noção de fração nos é dada quando dividimos um objeto ou uma unidade em
um número qualquer de partes iguais e consideramos uma ou algumas dessas partes.
Número fracionário ou fração é aquele que indica uma ou mais partes da unidade que foi
dividida em partes iguais.
A fração é representada por dois números naturais a e b (com b ≠ 0) separados por um
𝒂
traço horizontal. Assim:
𝒃

Exemplos

O círculo (unidade) foi dividido em 4 partes iguais das quais 3 estão hachuradas.

Logo:
3
→ parte hachurada
4

1
→ parte não hachurada
4

1
→ parte hachurada
3

2
→ parte não hachurada
3

O número acima do traço chama-se numerador e indica quantas partes foram


consideradas.
O número abaixo do traço chama-se denominador e indica em quantas partes iguais a
unidade foi dividida.

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Leitura de uma fração

a. Denominador 2 a 9 (meios, terços, quartos, ...)

→ um meio → dois terços → três quartos

→ oito quintos → quatro sétimos → cinco oitavos

b. Denominador 10 ou potência de 10 (décimos, centésimos, ...)

→ três décimos

→ vinte e sete centésimos

→ cento e oitenta e nove milésimos

c. Denominador maior que 10 e não potência de 10

→ cinco dezesseis avos → sete vinte avos

→ um quinze avos → um sessenta e quatro avos

Tipos de fração

Própria
Menor que a unidade (numerador < denominador):

Exemplos

Imprópria

Maior ou igual à unidade (numerador ≥ denominador)

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Exemplos

Pode-se extrair os inteiros das frações impróprias dividindo-se o numerador pelo


denominador. Podem ocorrer dois casos:

1. A divisão é exata

Exemplos

Neste caso a fração é chamado aparente.

2. A divisão não é exata

Exemplos

(lê-se três inteiros e um meio)

(lê-se um inteiro e treze dezenove avos)

Neste caso, os resultados encontrados são chamados números mistos.

Os números mistos podem retomar a forma de fração imprópria. Para isso multiplicamos a
parte inteira pelo denominador e a adicionamos ao numerador.
Assim:

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A fração cujo denominador é 10 ou potência de 10 é também chamada fração decimal.
Exemplos

O número natural é considerado fração de denominador 1.

Exemplos;

Exercícios

1) Desenhe um círculo e hachure nele a fração .

2) Três dias que fração é da semana?

3) Uma hora que fração é do dia?

4) Quais das frações do exercício anterior são aparentes?

5) Extraia os inteiros das seguintes frações impróprias:

a. b. c.

6) Escreva como fração imprópria os seguintes números mistos:

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Equivalência e simplificação

Observe as figuras

1

3

2

6

As partes hachuradas das duas figuras são iguais. As frações que as representam são
chamadas frações equivalentes, que têm o menor valor.

Para se obterem frações equivalentes a uma fração dada, basta multiplicar ou dividir os
seus dois termos por um mesmo número natural diferente de zero.

Exemplo:

Quando encontramos uma fração equivalente a uma fração dada que tenha termos
menores estamos simplificando essa fração. Assim, para simplificar uma fração, dividimos
os seus termos pelo mesmo número natural diferente de zero até que ela não possa mais
ser simplificada.

Exemplo:

A fração que não pode ser simplificada chama-se irredutível.

Podemos utilizar o MDC para simplificar frações diretamente. Basta calcular o maior
divisor comum dos dois termos da fração e dividi-los por ele.

SENAI-SP 25
Exemplo

Faça os exercícios abaixo:

1) Determine a fração equivalente a que possua numerador 49.

2) Qual a fração equivalente a que possui denominador 60?

3) Qual o valor de * e ∆ para que as frações = = ? sejam equivalentes:

4) Simplifique as frações tornando-as irredutíveis.

Uma das aplicações de frações equivalentes é a redução ao menor denominador comum.


Reduzir as frações ao mesmo denominador é transformá-las em outras equivalentes que
tenham o mesmo denominador. Para isso seguimos os seguintes passos:

Por exemplo:

SENAI-SP 26
Calculamos o mmc entre o denominadores e o escrevemos como denominador das novas
frações.

mmc (4, 2, 5)

4 , 2, 5 2
2 , 1, 5 2 , ,
20 20 20
1 , 1, 5 5
1 , 1, 1 20

Dividimos o mmc pelo denominador de cada fração e multiplicamos esse quociente pelo
respectivo numerador.

Retomando o exemplo:

Quando entre frações dadas existem números naturais ou mistos, primeiramente os


transformamos em frações impróprias.

Exemplos

mmc (2, 4, 1) = 4 porque

2, 4, 1 2
1, 2, 1 2
1, 1, 1 4

b. , 2 e 2 ⇒ , e ⇒

mmc (5, 1, 7) = 35 porque

5, 1, 7 5
1, 1, 7 7
1, 1, 1 35

SENAI-SP 27
Exercício:

1) Reduza as frações ao mesmo denominador.

a.

b.

c. e 6

Operações

Adição e subtração

Para adicionar ou subtrair frações que tem o mesmo denominador, basta adicionar ou
subtrair os numeradores e deixar o mesmo denominador.

Exemplos

Quando adicionamos e subtraímos frações devemos dar o resultado na forma de fração


irredutível por isso, simplificamos o resultado, sempre que possível

Quando o resultado é uma fração imprópria, devemos extrair as unidades inteiras.


Observe:

SENAI-SP 28
Antes de adicionar ou subtrair frações com números mistos, devemos transformar os
números mistos em frações impróprias.

Exemplos

Exercício:

1) Efetue as operações:

As frações que têm denominadores diferentes precisam ser reduzidas ao mesmo


denominador antes de serem adicionadas ou subtraídas.

Exemplos

Observações
• Também neste caso os resultados devem ser simplificados.
• Se houver números mistos e naturais devemos transformá-los inicialmente em frações
impróprias.

Outros exemplos:

SENAI-SP 29
Exercício:

2) Efetue as operações indicadas.

Multiplicação

Para multiplicar frações, multiplicamos os numeradores entre si e os denominadores entre


si.

Exemplos

É importante lembrar que, também na multiplicação, números mistos e naturais devem ser
transformados em frações impróprias e o resultado deve ser simplificado.
Outro exemplo:

Observações

• Na multiplicação, pode-se fazer a simplificação antes de multiplicar os termos. No


exemplo acima ficaria:

A multiplicação também pode ser indicada com expressões como de, dos, das.

SENAI-SP 30
Exemplos

Exercício:

1) Calcule os produtos.

Divisão

Para dividir duas frações, multiplicamos a primeira pelo inverso da segunda.

Exemplos

Observação
A divisão pode ser indicada sob forma fracionária.

Exemplos

SENAI-SP 31
Exercício:

1) Calcule os quocientes.

Potenciação

Como a potenciação é definida como um produto de fatores iguais temos que:

Exercício:

18. Calcule as potências.

Expressões numéricas

As expressões numéricas envolvendo frações são resolvidas seguindo a mesma ordem


verificada para números naturais e decimais:

• Potenciações
• Multiplicações e divisões (na ordem em que aparecem)
• Adições e subtrações (na ordem em que aparecem)

SENAI-SP 32
Exemplos

Faça o exercício no seu caderno.

19. Calcule o valor das expressões:

SENAI-SP 33
RAZÕES E PROPORÇÕES

Razão

Quando se deseja encontrar a razão entre dois valores, a informação a qual se procura é a
quantidade de vezes que um valor é maior ou menor que o outro. Chamamos de razão
quando essa comparação é feita por meio de uma operação de divisão em forma de
fração.

Ao fazer tal comparação existem três resultados possíveis:

• Igual a 1: indica que o valores comparados são iguais.


• Menor que 1: indica que o denominador é maior que o numerador.
• Maior que 1: indica que o denominador é menor que o numerador.

Exemplos:
Dois amigos querem montar uma sociedade para produzir frutas. José possui 4000m2 de
terra e Antônio possui 16000m2. Para definir como será feita a divisão dos lucros eles
desejam saber o quanto a área de terra de Antônio é maior que a de José.

Pode-se afirmar que Antônio possui uma área 4 vezes maior que José, ou ainda que a
área de Antônio é 400% maior que a de José.

Suponhamos que se deseja fazer a mesma comparação, porém tomando o terreno de


José como referencia.


Pode-se afirmar que as terras de José correspondem a 25% das terras de Antônio.

Agora imagine que Antônio vendeu 6000m2 de suas terras para José.

Antonio tinha 16.000 e vendeu 6.000, ficou com 10.000 m2

→ →
Ao fazer a comparação percebe-se que não há mais diferença entre o tamanho das
terras de Antônio e das terras de José.

SENAI-SP 34
Razão Inversa

Uma razão é considerada inversa á outra quando o produto entre elas é igual a 1, como
no exemplo a seguir:

Propriedades Fundamentais das Razões

As razões possuem as mesmas propriedades das frações:

• Multiplicando-se ou dividindo-se os termos de uma razão por um mesmo número


racional (diferente de zero), obtemos uma razão equivalente à razão dada.
• Quando uma razão foi simplificada ao seu máximo, dizemos se tratar de uma
razão irredutível.

Proporção

Dizemos que duas frações são proporcionais quando a representação de uma fração for
igual à representação numérica da outra.

→ dizemos que 3 está para 4, assim como 6 está para 8.

Se multiplicarmos o numerador do 1° termo (1º fração) pelo denominador do 2° termo (2°


fração) da razão, teremos como resultado o mesmo valor da multiplicação do denominador
do 1º termo pelo denominador do 2º termo, caracterizando uma relação de igualdade.
Matematicamente teremos:

→ 3*8=4*6 → 24 * 24

Na proporção , chamamos 3 e 8 de extremos e 4 e 6 são chamados de


meios.

SENAI-SP 35
Proporção contínua

Dizemos que uma fração é uma proporcional continua quando seus meios são iguais.
Observe um exemplo:

Esta razão é uma proporção contínua pois possui meios iguais, 6.

Terceira Proporcional

A terceira proporcional é caracterizada quando se conhece três grandezas sendo que os


meios são iguais, como no exemplo a seguir:

Quarta Proporcional

Esse tipo de razão se caracteriza por possuir três valores diferentes conhecidos e um
quarto valor a se descobrir. Observe o exemplo:

Frações Diretamente Proporcionais

Os numeradores e os denominadores das frações proporcionais são chamados de


grandezas e estas podem possuir relação direta ou inversa entre si.

Dizemos que uma fração é diretamente proporcional à outra quando ao aumentar ou


diminuir o valor de uma grandeza em um dos termos o outro termo também terá uma
grandeza aumentada ou diminuída na mesma intensidade. Observe os exemplos a seguir:

Exemplo 1 - Com 18 litros de tinta é possível pintar 200m2. Quantos litros de tinta serão
necessários para pintar 400m2?

Ao montar as frações proporcionais teremos:

Note que no lugar da grandeza desconhecida (incógnita) colocamos um X.

SENAI-SP 36
Seguindo o conceito das frações proporcionais, devemos multiplicar o numerador do 1º
termo, pelo denominador do 2º termo e igualar ao produto do denominador do 1º termo
pelo numerador do segundo termo.

18 litros * 400m2 = X litros * 200m2

Para facilitar a visualização podemos omitir do cálculo as unidades de medidas das


grandezas, neste caso, litros e m2, lembrando sempre de adicionálas novamente na
resposta final de acordo com a grandeza que se quer descobrir.

18 * 400 = X * 200

=X

=X

36 = X

Logo, pode-se afirmar que para pintar 400m2 serão necessários 36 litros de tinta. Perceba
que quando uma das grandezas foi aumentada no 2º termo da razão provocou também
um aumento no 1º termo.

Exemplo 2 - Com 18 litros de tinta é possível pintar 200m2. Quantos litros de tinta serão
necessários para pintar 100m2?

Os passos para resolução deste problema são os mesmos do exemplo 1.

18 litros * 100m2 = X litros * 200m2

18 * 100 = X * 200

=X

=X

9=X

SENAI-SP 37
Pode-se afirmar que para pintar 100m2 serão necessários 9 litros de tinta. Observe que
quando uma das grandezas foi diminuída no 2º termo da razão provocou também uma
diminuição de valor no 1º termo.

Frações Inversamente Proporcionais

Nas razões inversamente proporcionais ao aumentar o valor de uma grandeza em um dos


termos, o outro diminui. Da mesma forma, se o valor for diminuído em um termo o outro
será aumentado. Em ambos os casos o aumento ou diminuição do valor das grandezas
ocorre na mesma intensidade.

Quando as grandezas são inversamente proporcionais deve-se substituir o numerador


pelo denominador e, por consequência, o denominador pelo numerador. A substituição
deve ser feita no termo onde as duas grandezas são conhecidas.

A seguir, um exemplo:

Para descarregar a carga de um caminhão, dois trabalhadores levariam 1 hora. Se ao


invés de dois, quatro trabalhadores forem realizar essa tarefa, quanto tempo gastarão?

Se aumentar a quantidade de trabalhadores, certamente o tempo para executar a tarefa


irá diminuir, então trata-se de uma razão inversamente proporcional e, portanto, é
necessário fazer a inversão do numerador com o denominador.

Feita a inversão, o cálculo deve ser realizado da mesma maneira que nos exemplos
anteriores:

4*X=2*1

X= 0,5

SENAI-SP 38
Pode-se concluir que se 4 trabalhadores forem descarregar o caminhão, gastarão 0,5
horas (30 minutos).

Exercícios

1) Em uma prova, um aluno acertou 16 questões e errou 12. Pergunta-se:

a) Qual é a razão entre o número de acertos e o número de erros?

b) Qual é a razão entre o número de acertos e o total de questões da prova?

2) José ganha R$ 2.400,00 por mês e Maria ganha R$ 1.600,00. Qual é a razão
entre os ganhos de José e de Maria?

3) Em um mapa, uma distância de 18 cm está representando uma distância real de


36 Km. Qual a escala desse mapa?

4) Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos


carrinhos serão montados por 4 homens em 16 dias?

5) Sabendo que a distância entre duas cidades é de 400 Km, qual será o valor
utilizado para representar esta distância em um mapa cuja escala é de
1:500.000?

6) Para usar um certo tipo de tinta concentrada, é necessário diluí-la em água na


proporção de 3:2 (proporção de tinta concentrada para água). Sabendo que
foram comprados 9 litros dessa tinta concentrada, quantos litros de tinta serão
obtidos após a diluição na proporção recomendada?

7) Três amigos se cotizaram para comprar um bilhete de loteria. Um deu R$ 2,00,


outro deu R$ 1,00 e o terceiro deu R$ 7,00. Sabendo que o bilhete foi premiado
com R$ 25.000,00 quanto deverá caber a cada um?

8) Uma máquina produz 20.000 unidades em 5 horas, quantas unidades produzirá


em 3 horas e meia?

9) Um carro consome na estrada 30 litros de gasolina, em cada 144 Km. Quantos


litros são necessários para percorrer 240 Km?

SENAI-SP 39
10) Qual é a altura de um edifício que projeta uma sombra de 12 metros, se no
mesmo instante, uma estaca vertical de 1,5 metros projeta uma sombra de 0,5
metros?

11) Trabalhando 6 horas por dia, consigo fazer um serviço em 20 dias. Em quantos
dias posso fazer o mesmo serviço, trabalhando 8 horas por dia?

12) Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400 Km/h, faz um


determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria este mesmo percurso,
se a velocidade utilizada fosse de 480 Km/h?

13) Se 12 operários fazem um trabalho em 20 dias, quantos operários são


necessários para fazer o mesmo trabalho em 30 dias?

14) Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2 metros de altura.
Trabalhando 3 pedreiros e aumentando a altura deste muro para 4 metros, qual
será o tempo necessário para completar o muro?

SENAI-SP 40
REGRA DE TRÊS

Regra de três é uma forma de resolver problemas empregando os conhecimentos de


proporção e equação.

Chama-se regra de três porque conhecemos três valores e com eles encontramos um
quarto vaor.

Para resolver problemas que envolvem grandezas proporcionais usando a regra de três,
seguimos os passos abaixo.

Exemplo 1

Se com 20 litros de combustível um automóvel percorreu 160km, quantos quilômetros


percorrerá com 35 litros?

Relacionamos as grandezas na forma prática, representando a grandeza desconhecida


por x.

litros km

20 160
35 X

Verificamos se as grandezas são direta ou inversamente proporcionais.

litros km

20 160
35 X

São diretamente proporcionais porque com mais combustível serão percorridos mais
quilômetros.

Montamos a proporção. Como as grandezas são diretamente proporcionais, a proporção é


montada na forma como está indicada. Neste problema, fica assim:

20 160
=
35 x

Armamos a sentença.

20 . x = 35 . 160

SENAI-SP 41
Resolvendo:

20 x = 35 . 160
20 . x = 5 600
5 600
x
20

x = 280

Escrevemos a resposta, ou seja:

Com 35 litros o automóvel percorrerá 280km.

Exemplo 2

Viajando a uma velocidade média de 72km por hora, o percurso entre duas cidades pode
ser feito em 5 horas. Qual deveria ser a velocidade média para se fazer o mesmo percurso
em 4 horas?

Relacionamos os valores das grandezas envolvidas no problema:

Km/s horas

72 5
x 4

Verificamos se as grandezas são direta ou inversamente proporcionais. Aumentando a


velocidade, diminui o tempo gasto: as grandezas são inversamente proporcionais.

Montamos a proporção invertendo uma das grandezas, porque as grandezas são


inversamente proporcionais:

72 4 x 5
= ou =
x 5 72 4

Armamos a sentença.

x . 4 = 72 . 5

Resolvendo:
4x = 360
360
x
4
x = 90

Damos a resposta ao problema: a velocidade média deveria ser 90km por hora.

SENAI-SP 42
Exercícios

1) Se 4,8m de fio custam R$240,00, qual será o preço de 6m do mesmo fio?

2) Um móvel com velocidade constante percorre 20m em 4 minutos. Quantos metros


percorrerá em 6 minutos?

3) Num dia, 5 operários produziram 800 peças. Se 8 operários trabalhassem no


mesmo ritmo quantas peças iriam produzir?

4) Para construir uma casa 4 pedreiros levaram 60 dias. Em quantos dias 5 pedreiros
com a mesma capacidade de trabalho fariam a mesma casa?

5) Uma máquina deve trabalhar a 800rpm. Qual o diâmetro da polia a ser colocada
no seu eixo se o motor que vai acioná-lo dá 1.200rpm e tem uma polia de 100mm?

6) Uma fábrica de tecidos consumiu 1.820 fardos de algodão em 13 dias. Em 8 dias


quantos fardos consumiu?

7) Uma engrenagem de 40 dentes dá 300rpm. Qual é a rotação de uma outra de 60


dentes engrenada a ela?

SENAI-SP 43
PORCENTAGEM

Denominamos de razão percentual ou razão centesimal toda razão cujo denominador seja
igual a 100.

As razões percentuais são utilizadas para evidenciar a participação de uma parte no todo
e para facilitar comparações. Observe alguns exemplos:

Uma razão percentual é normalmente escrita utilizando-se o símbolo %.

75%, onde 75 é a porcentagem e 75% é a taxa percentual

Portanto, podemos dizer de forma bem simples que a taxa percentual é o numerador de
uma razão cujo consequente denominador é igual a 100.

Considere a seguinte situação:

Um vendedor ganha uma comissão de 3% sobre o valor total vendido. Isso significa que
para cada R$ 100,00 vendidos, o vendedor ganha R$ 3,00 de comissão. A comissão do

vendedor está na razão de 3 para 100.

A taxa que representa a comissão do vendedor pode ser expressa de três diferentes
formas:

• Forma Fracionária:
• Forma Percentual: 3%
• Forma Decimal: 0,03

Em problemas específicos, os termos desconto, abatimento, lucro e prejuízo são


geralmente representados por meio de taxas percentuais. De forma geral, resolver um
problema envolvendo percentagem é fundamentalmente resolver uma proporção ou uma
regra de três simples.

SENAI-SP 44
Exercícios

1) Se você tem um desconto de 3% ao pagar à vista uma conta de R$ 120,00,


quantos reais você teve de abatimento?

2) Um atirador faz 320 disparos contra um alvo, tendo acertado 288 vezes. Qual foi
a porcentagem de tiros certos e qual a porcentagem de tiros errados?

3) Uma comissão de venda de R$ 3,00 em cada R$ 25,00 a que percentagem


corresponde?

4) Em um concurso havia 15.000 homens e 10.000 mulheres. Sabe-se que 60% dos
homens e 55% das mulheres foram aprovados. Do total de candidatos quantos
por cento foram aprovados?

5) Um vendedor ganha uma comissão de 4% sobre suas vendas. Quanto ganhará


se conseguir vender R$ 3.000,00?

6) Um negociante concede um abatimento de 5% sobre o preço marcado numa


mercadoria e o desconto é de R$ 21,00. Qual o preço marcado na mercadoria?

7) Uma pessoa compra um terreno por R$ 20.000,00 e vende-o com lucro de $


4.000,00. Qual a porcentagem de lucro?

8) Vendi uma mercadoria recebendo 25% de entrada e o restante em três prestações


de R$ 160,00 e uma de R$ 180,00. Qual é o preço da mercadoria?

9) Por quanto devo revender um objeto que comprei por R$ 40,00 de modo que
tenha um lucro de 20% sobre o preço de venda?

10) Uma mercadoria que custava R$ 20.000,00 sofreu três reajustes sucessivos,
de 10%, 20% e novamente de 10%. Qual o novo preço deste produto após a
aplicação destas taxas sobre taxas?

SENAI-SP 45
ÁREA, VOLUME E PESO

SUPERFÍCIE (ÁREA)

Temos idéia do que é uma superfície ao observarmos o tampo de uma carteira, a parte da
lousa onde se escreve, o piso ou o teto da sala de aula. A medida de uma superfície
chama-se área e a unidade fundamental é o metro quadrado (m2).

Área de figuras planas

Para medir a superfície de figuras geométricas planas usamos fórmulas específicas para
cada uma. Vamos v erificar algumas delas.

Retângulo

𝐴=𝐶×𝑙

onde: A é a área do retângulo


c é a medida do comprimento
𝒍 é a medida da largura do retângulo

Quadrado

𝐴 = 𝑙2

onde: A é a área do quadrado


𝒍 é a medida do lado do quadrado

Como no quadrado os lados são iguais, o produto comprimento x largura fica lado x lado,
ficando então lado ao quadrado, que abreviamos 𝑙 2 .

SENAI-SP 46
Triângulo

𝑏. ℎ
𝐴=
2

onde: A é a área do triângulo b é a medida da base


h é a medida da altura do triângulo
b é a base do triângulo

Trapézio

(𝐵 + 𝑏) × ℎ
𝐴=
2

onde: A significa área do trapézio


B significa base maior
b significa base menor
h significa altura do trapézio

Losango

𝐷×𝑑
𝐴=
2

onde: A é a área do losango


d é a diagonal menor
D é a diagonal maior

Círculo

𝐴 = 𝜋 × 𝑟2

onde: A é a área do círculo


r é a medida do raio
𝜋 vale aproximadamente, 3,14

SENAI-SP 47
Exemplos de cálculos de área

𝐴=6×4
𝐴 = 24 𝑚2

𝐴 = 𝑙2
𝐴 = 3,52
Lembre- se que: 3,52 = 3,5 × 3,5
𝐴 = 12,25

𝑏×ℎ
𝐴= 2
30×24
𝐴=
2
𝐴 = 360𝑚𝑚2

(𝐵+𝑏)×ℎ
𝐴= 2
(7+4)×2,6 28,6
𝐴= = = 14,3𝑐𝑚2
2 2

SENAI-SP 48
Exercícios:

1. Calcule a área das seguintes figuras, tendo cuidado com as transformações de


unidades.

a)

b)

c)

d)

e)

SENAI-SP 49
VOLUME

Volume de uma figura geométrica espacial é a medida do espaço ocupado por essa figura.

Para medir o volume de uma figura espacial ou sólido geométrico usamos como medida

padrão o metro cúbico (m3).

Veja alguns exemplos:

8,68m3 = oito metros cúbicos, sessenta e oito decímetros cúbicos

15 m3 = quinze metros cúbicos

320 m3 = trezentos e vinte metros cúbicos

Capacidade

Podemos determinar a capacidade de um recipiente calculando o seu volume. A unidade


fundamental de capacidade é o litro.

Um decímetro cúbico equivale a um litro, ou seja 1dm3 = 1l

Um metro cúbico equivale a mil litro, ou seja 1m3 = 1.000l

Volume das figuras espaciais

Para calcular o volume das figuras espaciais também usamos fórmulas específicas para
cada uma. Veja as principais:

Cubo
Exemplo:

𝑉 = 𝑎3
𝑉 = 253
𝑉 = 15625𝑚𝑚3

𝑉 = 𝒂. 𝒂. 𝒂 ou 𝑉 = 𝒂𝟑
onde: a é a aresta (lado)

SENAI-SP 50
Paralelepípedo retângulo
Exemplo:

𝑉 =𝑎×𝑏×𝑐
𝑉 = 80 × 18 × 11
𝑉 = 15840𝑚3

𝑉 =𝑎×𝑏×𝑐

onde: a é a largura
b é o comprimento
c é a altura

Cilindro
Exemplo:

𝑉 = 𝜋 × 𝑟2 × ℎ
𝑉 = 3,14 × 252 × 20
𝑉 = 39.250𝑐𝑚3

𝑉 = 𝜋 × 𝑟2 × ℎ
Onde: r é raio da base
h é a altura

Exercícios:

Calcule o volume dos objetos abaixo:

a) Caneca b) Borracha c) Dado

SENAI-SP 51
PESO E MASSA

Peso (P) e a Massa (m) são duas grandezas fundamentais nos estudos da física, as
quais, na maioria das vezes, são utilizadas de forma erronea como sinônimos, no entanto
possuem propriedades distintas.

Massa

É uma grandeza invariável que determina a quantidade de matéria presente num corpo.
A massa de uma pessoa será sempre a mesma, independentemente do local onde ela
esteja.

Peso

Caracteriza uma força resultante de atração dos corpos numa determinada interação
gravitacional, o qual varia de acordo com a força da gravidade atuante sobre ela, ou seja,
qualquer indivíduo pesa um valor diferente no planeta

Balança – Instrumento para medir a massa

A maioria das pessoas refere-se à massa corporal de forma errada, como por exemplo,
“Eu peso 75 kg”, “Qual seu peso?”, são incoerentes uma vez que os enunciados corretos
são: “Minha massa é de 75 kg” e “Qual a sua massa?”.

P=m.g

Donde,

P= peso

M = massa
g = aceleração da gravidade

SENAI-SP 52
Assim, se o valor de gravidade (g) na superfície do planeta Terra é de aproximadamente
10 m/s2, qual é o peso de um corpo de massa 75kg?

P= m.g
P= 75 x 10
P= 750 N

Logo, o peso de uma pessoa de massa 75 kg no planeta terra é de 750 N.

A unidade fundamental de massa é o grama (g) e seus múltiplos e submúltiplos estão na


tabela a seguir.

MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS

Quilograma Hectograma Decagrama Grama Decigrama Centigrama Miligrama

kg hg dag g dg cg mg

1 000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g

Usamos ainda a tonelada (t) que vale 1.000kg.

Exemplos de conversão de unidades de massa


1kg = 1.000g
500g = 0,5kg
10g = 10.000mg
10mg= 0,010g

A palavra grama, empregada no sentido de "unidade de medida de massa de um corpo", é


um substantivo masculino. Assim 200g, lê-se "duzentos gramas".

Exemplos

3,54kg = três quilogramas e cinquenta e quatro gramas

450g = quatrocentos e cinquenta gramas

6,5 kg = seis quilogramas e meio

SENAI-SP 53
Faça os exercícios:

1. Escreva por extenso a leitura das medidas

a) 22,700kg

a) 50mg

b) 45g

c) 850g

d) 1mg

e) 3t

2. Faça as conversões:

a) 90g para mg

b) 5,3t para kg

c) 13,5kg para g

d) 1350mg para g

e) 200g para kg

SENAI-SP 54
Programas de qualidades 5S

Quando adotamos algumas regras em nossas vidas, sempre parece que engessamos as
coisas e como na maioria dos casos, deixamos de fazer ou paramos no meio do caminho
com o paradigma de “acho que não vai dar certo”; então deixamos de crer em nossas
capacidades e nos deixamos levar pelas circunstâncias.

Este programa visa mudança de comportamento antes de qualquer coisa, introduzir a


disciplina, que nos capacita a realizar nossas tarefas com planejamento e certeza de
aprendizado. Quando analisamos os resultados, ainda que no início não pareçam tão
vantajosos, percebemos a mudança em nós e que o exterior é a consequência de nossas
atitudes.

Esta ferramenta de alto desempenho vai nos ajudar tanto na indústria, serviços ou mesmo
em nossos lares, a entender que coisas simples podem gerar grandes resultados.

O que é 5S?

O 5S ou programa 5S como também é conhecido, é um conjunto de cinco conceitos simples


que, ao serem praticados, são capazes de modificar o seu humor, o seu ambiente de
trabalho, a maneira de conduzir suas atividades rotineiras e as suas atitudes.

O termo 5S é derivado de cinco palavras japonesas, todas iniciadas com a letra S. Na


interpretação dos ideogramas que representam essas palavras, do japonês para o inglês,
conseguiu-se encontrar palavras que iniciavam com a letra S e que tinham um significado
aproximado do original em japonês. Porém, o mesmo não ocorreu com a tradução para o
português. A melhor forma encontrada para expressar a abrangência e profundidade do
significado desses ideogramas foi acrescentar o termo "Senso de" antes de cada palavra
em português que mais se aproximava do significado original.

Assim, o termo original 5S ficou mantido, mesmo na língua portuguesa.

O termo ‘Senso de' significa "exercitar a capacidade de apreciar, julgar e entender".

SENAI-SP 55
Significa ainda a "aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso
particular”. Conhecendo os termos, podemos assim utilizar e avaliar da forma correta. A
tabela a seguir resume toda a abordagem do que veremos deste assunto.

Japonês Inglês Português


Utilização
Arrumação
Seiri Sorting Senso de
Organização
Seleção
Ordenação
Seiton Systematyzing Senso de Sistematização
Classificação
Limpeza
Seisou Sweeping Senso de
Asseio
Zelo
Higiene
Seiketsu Sanitizing Senso de
Saúde
Integridade
Autodisciplina
Shitsuke Self-disciplining Senso de Educação
Compromisso

Origem do 5S

Não há uma convergência de informações sobre a real origem do 5S. Alguns autores citam
que foi criado pelo saudoso Dr. Kaoru Ishikawa, engenheiro químico japonês e principal
pregador dos conceitos de qualidade total naquele país. Esta referência deve- se ao fato ter
sido o professor Ishikawa o responsável pela criação do CCQ - Círculo de Controle da
Qualidade, cujo princípio era popularizar os conceitos de estatística aplicada à qualidade,
através de grupos de trabalhos compostos de funcionários de níveis operacionais. Porém,
não existe nenhuma citação nos seus próprios livros sobre qualquer referência desta
ferramenta tão útil em nossos dias. (fonte do site administradores.com).

O que se sabe é que o 5S foi criado com o objetivo de possibilitar um ambiente de trabalho
adequado para uma maior produtividade. Isto ocorreu no início da década de 50, momento em
que o Japão tentava se reerguer da derrota sofrida na segunda grande Guerra Mundial e as
indústrias japonesas necessitavam colocar no mercado, produtos com preço e qualidade
capazes de competir na Europa e Estados Unidos.

SENAI-SP 56
Hora da verdade

Dê notas de 1 a 4 adotando os seguintes critérios: (1) quase nunca; (2) às vezes; (3) quase
sempre; (4) sempre. Confira o resultado no final.

Mantenho uma lista atualizada de atividades usando algum critério de priorização ( )


Comparo, ao final do dia, o planejado com o executado e planejo o dia seguinte ( )
Estou consciente dos hábitos pessoais que gostaria de mudar ( )
Utilizo plenamente todos os recursos a minha disposição antes de solicitar outros ( )
Tenho o hábito de anotar todas as ideias que tenho ( )
Procuro identificar e padronizar todas as atividades repetitivas ( )
Uso rotineiramente boas técnicas de planejamento ( )
Não mantenho coisas em excesso no meu local de trabalho. ( )
Meu sistema de arquivos permite o armazenamento e recuperação com agilidade ( )
Trabalho com o conceito de gestão visual ( )
Periodicamente, avalio se atingi os objetivos e tomo ações corretivas ( )
Mantenho-me informado sobre bons hábitos para manter minha saúde física e mental ( )
Pratico rotineiramente sobre bons hábitos para manter minha saúde física e mental ( )
Questiono se a tarefa que estou realizando agrega valor ao produto ou serviço. ( )
Sou um indivíduo paciente e persistente em tudo o que faço ( )
Sou praticante da melhoria contínua ( )
Gosto de trabalhar em equipe ( )
Mantenho minha mesa limpa e organizada ( )
Procuro convencer pelo bom exemplo ( )
Sou capaz de ensinar assuntos complexos de maneira simples ( )
Sou bom ouvinte ( )
Sou capaz de perdoar um erro ( )
Critico em particular e elogio publicamente ( )
Coloco-me no lugar dos outros ( )
Sou um criador de boa qualidade de vida ( )

Acima de 90 pontos Você pode melhorar sozinho, pois é um agente consciente de melhorias.
De 75 a 89 pontos Você está no caminho certo, mas pode melhorar.
De 60 a 74 pontos Você precisa se esforçar para se disciplinar.
Abaixo de 60 pontos Você precisa de um 5S radical.

SENAI-SP 57
Significado de cada senso
Senso de utilização

“Utilizar os recursos disponíveis com bom senso e equilíbrio evitando ociosidades e


carências”.

Ter senso de utilização é identificar materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios,


informações e dados necessários e desnecessários, descartando ou dando a devida
destinação àquilo considerado desnecessário ao exercício das atividades.

Observe que "guardar" constitui instinto natural das pessoas. Portanto, o senso de utilização
pressupõe que além de identificar os excessos e/ou desperdícios, estejamos também
preocupados em identificar "o porquê do excesso" de modo que medidas preventivas
possam ser adotadas para evitar que o acúmulo destes excessos volte a ocorrer. Na
terminologia da qualidade, denominamos esta ação de "bloqueio das causas".

Observe que este conceito pode ser aplicado em casa (na cozinha, na despensa, na
geladeira, no quarto das crianças etc.), na escola, no lazer etc. Como exemplo, basta
verificar aquele espaço da casa onde colocamos tudo que não serve: os brinquedos
quebrados que não usamos mais, a roupa velha que guardamos, as revistas e jornais que
jamais serão lidos novamente, dentre outros exemplos que você já deve estar imaginando.

No sentido mais amplo, o senso de utilização abrange ainda outras dimensões. Nesta outra
dimensão, ter senso de utilização é preservar consigo apenas os sentimentos valiosos
como amor, amizade, sinceridade, companheirismo, compreensão, descartando aqueles
sentimentos negativos e criando atitudes positivas para fortalecer e ampliar a convivência,
apenas com sentimentos valiosos.

Senso de ordenação

“Dispor os recursos de forma sistemática e estabelecer um excelente sistema de comunicação


visual para rápido acesso a eles”.

Ter senso de ordenação é definir locais apropriados e critérios para estocar, guardar ou dispor
materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados de modo a facilitar o
seu uso e manuseio, facilitar a procura, localização e guarda de qualquer item. Popularmente
significa "cada coisa no seu devido lugar".

Na definição dos locais apropriados, adota-se como critério a facilidade para estocagem,
identificação, manuseio, reposição, retorno ao local de origem após uso, consumo dos itens
mais velhos primeiro, dentre outros.

Da mesma forma que o senso de utilização, este senso se aplica no seu dia-a-dia. Não são

SENAI-SP 58
incomuns para você as cenas de correria pela manhã à procura da agenda, dos documentos,
dos cadernos, das chaves do carro, dos documentos do carro. E na hora de declarar o imposto
de renda? É aquela luta para encontrar os documentos, os recibos, a declaração do ano
anterior. E as idas e vindas ao mercado? Cada hora falta alguma coisa para comprar. Estas e
outras cenas são evitáveis com aplicação do senso de ordenação.

Na dimensão mais ampla, ter senso de ordenação é distribuir adequadamente o seu tempo
dedicado ao trabalho, ao lazer, à família, aos amigos. É ainda não misturar suas preferências
profissionais com as pessoais, ter atitude coerente, serenidade nas suas decisões, valorizar e
elogiar os atos bons, incentivar as pessoas e não somente criticá- las.

Senso de limpeza

“Praticar a limpeza de maneira habitual e rotineira e, sobretudo não sujar”.

Ter senso de limpeza é eliminar a sujeira ou objetos estranhos para manter limpo o ambiente
(parede, armários, o teto, gaveta, estante, piso) bem como manter dados e informações
atualizados para garantir a correta tomada de decisões. O mais importante neste conceito não
é o ato de limpar, mas o ato de "não sujar". Isto significa que além de limpar é preciso identificar
a fonte de sujeira e as respectivas causas, de modo a podermos evitar que isto ocorra.
(bloqueio das causas).

No conceito amplo, ter senso de limpeza é procurar ser honesto ao expressar, ser
transparente, sem segundas intenções com os amigos, com a família, com os subordinados,
com os vizinhos etc.

Senso de asseio

“Manter as condições de trabalho físicas e mentais favoráveis à saúde”.

Ter senso de asseio significa criar condições favoráveis à saúde física e mental, garantir
ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas condições sanitárias nas
áreas comuns (lavatórios, banheiros, cozinha, restaurante etc.), zelar pela higiene pessoal e
cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão.

Significa ainda ter comportamento ético, promover um ambiente saudável nas relações
interpessoais, sejam sociais, familiares ou profissionais, cultivando um clima de respeito mútuo
nas diversas relações.

SENAI-SP 59
Senso de autodisciplina

“Ter todas as pessoas comprometidas com o cumprimento dos padrões técnicos e éticos e
com a melhoria contínua em nível pessoal e organizacional”.

Ter senso de autodisciplina é desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras,


procedimentos, atender especificações, sejam elas escritas ou informais. Este hábito é o
resultado do exercício da força mental, moral e física. Poderia ainda ser traduzido como
desenvolver o "querer de fato", "ter vontade de", "se predispor a".

Não se trata pura e simplesmente de uma obediência cega, submissa, "atitude de cordeiro"
como pode parecer. É importante que seu desenvolvimento seja resultante do exercício da
disciplina inteligente que é a demonstração de respeito a si próprio e aos outros.

Ter senso de autodisciplina significa ainda desenvolver o autocontrole (contar sempre até dez),
ter paciência, ser persistente na busca de seus sonhos, anseios e aspirações, respeitar o
espaço e a vontade alheia.

5S e as atividades empresariais e pessoais Padrões operacionais

Padrões operacionais são descrições que especificam os métodos, procedimentos e


condições de trabalho de tal forma que ao serem adotados, a qualidade requerida do resultado
do trabalho possa ser obtida.

Ao mesmo tempo, esses padrões devem garantir a execução das tarefas de forma fácil, correta
e segura, sem riscos e num ambiente relaxado.

Padrões operacionais não descrevem apenas sequências de tarefas ou ações, mas devem
especificar também os recursos necessários para sua execução. Isto se torna relevante, pois,
a partir do conhecimento disto, o executante pode controlar a eficiência do seu trabalho em
termos de facilidade de execução, qualidade do resultado e segurança nas ações.

Em outras palavras, a repetição do resultado das tarefas não é assegurada sem a existência
de padrões operacionais a serem seguidos, constituindo isto uma das etapas da jornada em
busca da produtividade. A adoção de padrões operacionais conduz, portanto, para uma
redução de erros e falhas e consequente eliminação de desperdício, seja de tempo, energia ou
materiais.

Entretanto, é difícil consolidar a adoção de padrões operacionais em ambientes e situação de


desordem relativa a equipamentos, peças, materiais, ferramentas etc. Da mesma forma, a
existência de objetos estranhos, poeira, lama, lixo, aparas e outros nos locais de trabalho,
podem não somente influenciar negativamente na saúde e integridade dos executantes como

SENAI-SP 60
também causar danos, defeitos e falhas em equipamentos. O resultado disto são quebras
inesperadas de equipamentos, ferramentas não disponíveis, deterioração de peças e materiais
etc.

Deste modo, o sucesso na adoção de padrões operacionais pode ser obtido somente depois
de estabelecido os padrões ambientais de utilização, ordenação e limpeza, bem como o
desenvolvimento do senso de asseio e educação para execução dos padrões,
disciplinadamente. Em outras palavras, a adoção dos conceitos de 5S constitui um passo
importante e fundamental no desenvolvimento de atitudes positivas na condução da
padronização de tarefas.

Eficiência no trabalho

Observando a execução de tarefas, normalmente notamos que diversas ações não significam
diretamente "trabalho produtivo" isto é, não agregam valor. Tais ações improdutivas envolvem
manuseio, transporte de objetos (materiais, peças, ferramentas etc.), procura de algum item,
locomoção, escolha de alguma coisa, solicitação de algo, mudança de posição, dentre outros.
Certamente, nestas situações, os distúrbios causados pelos movimentos de desperdício
mencionados, não contribuem para que as pessoas se concentrem na execução do serviço,
além de significarem perda de tempo.

Observe que a identificação dos itens necessários no local de execução da tarefa, o descarte
dos itens desnecessários, a disposição destes itens em locais próximos ao uso ou aplicação,
a identificação dos mesmos de modo que qualquer pessoa possa reconhecer e localizar
facilmente, a facilidade de acesso e retorno ao local após uso, a limpeza, a disciplina em
manter o ambiente organizado, constituem ações que eliminam este desperdício e aumentam
a eficiência do trabalho.

Facilidade de manutenção

Defeitos e falhas em máquinas e equipamentos podem ter várias causas. Muitos são
resultantes de procedimentos impróprios, afrouxamento de parafusos, lubrificação
inadequada, riscos em superfícies lisas, método inadequado para remoção de materiais
estranhos etc.

Descarte de peças e componentes obsoletos e velhos previne a sua aplicação em máquinas e


equipamentos. A ordenação de peças, materiais e componentes permite a execução de
reparos mais rapidamente. Ordenação de óleos lubrificantes como, por exemplo, a associação
de cores dos tipos de óleo e graxa com as graxeiras e pontos de lubrificação pode ajudar a
prevenir a utilização de óleo/graxa inadequada. Limpeza tem uma profunda associação com
manutenção. A identificação de pequenos defeitos durante a limpeza pode prevenir falhas
futuras.

SENAI-SP 61
Lubrificação inadequada assume dois aspectos: a falta dele ou a deterioração de suas
características. Materiais estranhos contaminando lubrificantes podem ser responsáveis por
travamento, arranhões, desgaste prematuro, danos nas superfícies deslizantes, ruído e
vibrações anormais, deterioração do lubrificante com perda de suas propriedades etc.

O asseio é importante, como, por exemplo, na prevenção de ferrugem, atentando para seus
possíveis agentes causadores como roupa das pessoas que trabalham em manutenção (roupa
molhada, com poeira ou lama, suja de óleo), prateleiras construídas com madeira verde
(úmida), piso da oficina com lama, poeira, água, ar empoeirado, dentre outros.

Em oficinas, várias peças defeituosas são produzidas pela utilização incorreta de peças,
materiais e ferramentas. Por exemplo, a furação de uma peça que deveria ser feita em
polegada pode ser feita em milímetros ou vice-versa, o que significa retrabalho e/ou
desperdício.

O método de estocagem e guarda de instrumentos de medição, peças, materiais, ferramentas


etc. tem relação direta com a ocorrência de arranhões, distorção de dimensão, oxidação,
ruptura e quebra.

Como podemos perceber, a adoção dos conceitos 5S pode ser um aliado na melhoria da
qualidade da manutenção, na facilidade, bem como na prevenção de falhas e defeitos.

Segurança no trabalho

A busca de procedimentos seguros conduz à elaboração de padrões operacionais ideais.


Operação segura é garantida quando os padrões operacionais são observados, constituindo o
5S uma boa ferramenta para obtenção de condições ambientais seguras, onde as pessoas
podem exercer sua função confortavelmente, além de constituir um instrumento poderoso de
educação, na adoção de atitudes proativas na busca da melhoria do ambiente de trabalho.

Objetos desnecessários nos locais de trabalho podem ser agentes causadores de acidentes.
A definição de área para trânsito de pessoas, carga e de materiais indicadas claramente,
sinalização adequada de áreas são ações de prevenção de acidentes.

A regulamentação de uso/manuseio de materiais perigosos, avisos de advertência com


sinalização visível são fundamentais para que cada pessoa possa visualmente reconhecer e
conduzir ações seguras nos locais de trabalho.

Obstáculos próximos ou obstruindo saídas de emergência ou extintores de incêndio, devem


ser removidos para permitir ações rápidas em caso de emergência. A identificação de locais
perigosos e riscos no ambiente de trabalho é o primeiro passo para adoção de medidas
corretivas (eliminação de poeira, fumaça, mau cheiro, excesso de umidade e calor etc.)
buscando contribuir para a manutenção da saúde e integridade das pessoas.

SENAI-SP 62
O dia a dia

A contratação de uma faxineira periodicamente pode nos transmitir a certeza de ter a casa
sempre limpa e organizada. A faxineira é capaz de dispor adequadamente todo o mobiliário e
utensílios da casa, retirar a sujeira do chão, do teto, das gavetas, organizar os armários e
prateleiras.

Porém, é fato que algum tempo depois de executado seu trabalho, às vezes horas depois, os
chinelos estarão novamente espalhados e fora do lugar, o tapete sujo, gavetas desarrumadas,
livros e revistas espalhados etc.

Além da arrumação visível, a faxineira não é capaz de identificar se os remédios devem ficar
aqui ou ali. Se estão no lugar que deveriam estar, se estão vencidos e devem ser descartados.
Se os eletrodomésticos estarão sempre disponíveis em seus lugares, fáceis de serem
encontrados, limpos e em perfeito estado. Não é incomum adquirir um novo abridor de lata,
pois não encontramos o antigo. Os armários e gavetas estarem sendo ocupados por objetos
sem serventia. Alimentos sendo consumidos com data de validade vencida. Crianças se
acidentando com facas ou fósforos esquecidos sobre algum móvel.

Televisão ligada para a sala vazia. Luzes acesas a iluminar o nada para ninguém. A comida
feita em excesso indo para o lixo. Objetos entulhados nos cantos ocupando espaço
desnecessário. Muitas outras cenas como estas também não são incomuns.

Basta parar e observar.

Da mesma forma como a faxineira, o trabalho dos garis não impede que haja lixo nas calçadas
das cidades e que as lixeiras públicas, colocadas estrategicamente, permaneçam vazias ou
depredadas.

A partir destes exemplos, você pode avaliar a aplicação dos conceitos dos 5 sensos na sua
vida cotidiana e como podem ajudar a melhorar a sua rotina, o seu bolso, o seu ambiente e,
constituir um instrumento de educação para o convívio com seu dia-a-dia.

A prática do 5S

Há quem diga que praticar o 5S é praticar "bons hábitos" ou "bom senso". Apesar da
simplicidade dos conceitos e da facilidade de aplicação na prática, a sua implantação efetiva
não constitui uma tarefa simples. Isto porque a essência dos conceitos é a promoção de
mudança de atitudes e hábitos das pessoas. Hábitos e atitudes essas, construídos e
incorporados pela convivência e experiência dessas pessoas ao longo de suas vidas.

SENAI-SP 63
De repente, ao tomarmos conhecimento destes conceitos tão óbvios, nos sentimos seduzidos
a iniciar já a sua implantação. Mas certamente, as atitudes e hábitos decorrentes da prática do
5S vão se chocar com os nossos hábitos e atitudes incorporados na nossa maneira de ser e
agir.

Este fato constitui um aspecto crítico da implantação. É a dificuldade de "romper" com os


conceitos e preconceitos arraigados em nós. É preciso que seja criado clima adequado e
condições de alavancagem desta mudança. É preciso dar suporte àqueles que estão
conseguindo "romper" e ajudar àqueles que ainda não o fizeram, para que possam seguir a
mesma direção dos outros. Este rompimento precisa ser espontâneo para que tenha condições
de se perpetuar, removendo de forma definitiva velhos hábitos e atitudes e substituindo-os por
outros.

A prática destes conceitos de maneira forçada pode promover uma mudança apenas aparente,
existente até que cesse a força que o impeliu a adotar aquela atitude de falsa mudança.

Portanto, a implantação do programa 5S precisa ser sistematizada e planejada em todos os


passos, se quisermos garantir a longevidade da mudança incorporada pela adoção daqueles
conceitos simples. Quanto maior e mais complexa a organização, maior será a necessidade
desta estruturação e mais detalhada ela dever ser.

No ambiente familiar, a implantação é muito mais simples, não somente pelo número de
pessoas envolvidas, mas principalmente pela natureza das relações entre estas pessoas, onde
a credibilidade, a confiança, o respeito mútuo e a união estão fortemente exercitadas,
construídas e compartilhadas entre os seus membros.

Passos para a implantação

Primeiro passo

Para dar início à implantação dos conceitos 5S é essencial envolver todas as pessoas da
organização ou da empresa.

Segundo passo

Dividir a empresa em áreas físicas em que a equipe daquela área pretende implantar os 5
sensos.

Exemplos

• Carpintaria;

• Manutenção Civil;

SENAI-SP 64
• Ferramentaria;

• Depósito;

• Escritórios;

• Restaurante;

• Oficina de equipamentos móveis;

• Área de arquivos.

Terceiro passo

Após definidas as áreas físicas onde serão implantados os 5 sensos, deve-se observar cada
um dos itens.

Espaço
Local próprio para a execução de tarefas, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais ou área
para guarda/depósito de ferramentas, materiais, equipamentos, matéria-prima e dispositivos.
Exemplo: Salas, oficinas, cozinha, depósitos etc.

Mobiliário
Bens utilizados para acomodar pessoas, materiais ou equipamentos, decorar ambientes ou
ainda guardar documentos.
Exemplo: Cadeira, mesa, arquivo, armário, estante, porta-clips, escada, quadro etc.

Dispositivos
Todo equipamento mecânico, elétrico ou eletrônico utilizados na execução de uma tarefa, de
forma acessória.
Exemplo: Terminal de computador, luminárias, tomadas elétricas, extintor de incêndio,
calculadora, ferramentas manuais, grampeador etc.
Documentos
Toda informação e/ou comunicado que tenha como meio o papel ou registroeletrônico e cuja
finalidade seja servir de consulta, leitura, fonte de dados ou estudo.
Exemplo: Relatórios, gráficos, folha de dados, livros, boletins, manuais, mensagens de correio
eletrônico, software etc.
Matéria-prima
Material de consumo empregado ou utilizado para desenvolver as atividades ou executar as
tarefas de proteção da equipe e/ou conforto da equipe.
Exemplo: Fios, cabos, peças de reposição (componentes mecânicos, elétricos e eletrônicos),
material de limpeza e higiene, caneta, blocos de papel em branco, clips, borracha, impressos
e formulários virgens, EPI (Equipamentos de Proteção Individual), copos para café, água etc.

SENAI-SP 65
Avaliar a real necessidade de tê-los. Mantenha apenas o necessário e justificável no local de
trabalho. Admita adaptações criativas, mas não permita improvisações perigosas.

Implantação
Colocar os excessos à disposição de outras pessoas. Promover a venda ou sucateamento do
inservível. Providenciar a reposição daquilo que estiver faltando. Para repor ou adicionar
mobiliário, aproveite o descarte das outras áreas e pessoas, em primeiro lugar.

Manutenção

Elaborar um procedimento que oriente a inclusão/exclusão futura de qualquer mobiliário.


Envolva todas as pessoas da equipe na elaboração do procedimento.

Nota Importante do senso de asseio Abordagem


Para o senso de asseio, o foco está no ambiente de trabalho abordando a higiene industrial.
Para a identificação dos riscos, agentes e seus possíveis efeitos às pessoas, é referenciado o
mapa de riscos, realizado coforme Anexo IV da NR15 e Portaria 5 do DNSST (atual SSST -
Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalhador) do Ministério do Trabalho. Foi também
adotada a metodologia do PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, estabelecido
pela NR9, que se identifica com as diretrizes gerais para implantação de um Programa de
Higiene Industrial. Esse Senso abrange os quesitos espaço, mobiliário, dispositivos,
documentos e matéria prima.

Nota importante do senso de autodisciplina Abordagem


A prática deste senso pode ser constatada mediante observação e avaliação da rotina
estabelecida na implantação dos 4 outros sensos.
Portanto, a implantação do senso de autodisciplina consiste na avaliação sistemática, feita pela
própria equipe, abrangendo os 4 sensos já implantados. A prática deste senso assume um
papel alavancador da melhoria continua e contribui para consolidar os conceitos aprendidos e
praticados até então, relativos aos sensos de utilização, ordenação, limpeza e asseio.

SENAI-SP 66
Exercícios de Cinco Sensos:

(1º Questão) – Qual a diferença entre o Housekeeping e o 5S?

(2º Questão) – Quais são os 5S e do que se trata cada um?

(3º Questão) – Quais os benefícios para uma empresa que implanta o 5S?

(4º Questão) – Quais são os tipos de desperdícios que ocorrem em uma fábrica?

(5º Questão) – Em quais tipos de desperdícios devemos utilizar o 5S?

(6º Questão) – Tire uma foto de um lugar da sua casa, ou de um lugar que você passa, ou
onde você trabalha que esta necessitando de 5S (COLE AQUI). E depois proponha uma
melhoria baseada no 5S.

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Tipos de Leiaute

O leiaute de produção, também denominado arranjo físico, é uma representação gráfica


do chão de fábrica. Mais do que uma planta, é uma técnica utilizada para definir a
distribuição e disposição física dos componentes da área de produção. O objetivo é
organizar o espaço físico do chão de fábrica localizando os equipamentos e postos de
trabalho de forma a obter maior eficiência na produção.

Para determinar com excelência o leiaute de produção, especificando o local de cada


máquina e dos trabalhadores, é preciso considerar o fluxo do processo de produção. É
essencial organizar as máquinas e postos de trabalho próximos, com menor distância
entre eles, observando a sequência de atividades do fluxo produtivo, sem, no entanto,
esquecer de reservar as áreas de segurança.

O leiaute de produção busca facilitar a movimentação de pessoas, evitar cruzamentos de


produtos e materiais que acabam complicando o fluxo produtivo e evitar situações de risco
de acidente.

O Leiaute de fábrica é o modo no qual as máquinas estão dispostas dentro de uma


fábrica. Apesar de parecer apenas um detalhe para alguns, essa é uma das decisões
importantes a se tomar durante o planejamento da estrutura de uma indústria. Ele pode
atrasar ou otimizar os processos realizados no dia a dia. Tanto que, quando há uma
diversidade de produtos, o mais recomendável é que o Leiaute de fábrica seja dinâmico,
ou seja, mude de acordo com a demanda. Esse ajuste depende de alguns fatores:

– Quantidade do produto a ser produzido: quanto maior o número de peças a ser


produzido, maior tende a ser a necessidade de automatizar os processos. No caso de
produtos com maior valor agregado, a tendência é de que haja mais tempo para executar
cada ação.

– Variedade de produtos: se ao longo do dia ou mês a fábrica produz diferentes tipos de


produto, o Leiaute de fábrica precisa favorecer essa mudança. Tempo, nesses casos, é
fundamental.

SENAI-SP 79
– Tipo de produto a ser produzido: o tamanho ou a natureza do produto pode exigir
um Leiaute de fábrica diferenciado. Nesses casos é preciso adaptar-se.

Levando em conta essas características, é possível montar diversos tipos de leiautes de


fábrica. A seguir, falaremos sobre quatro deles:

Quatro tipos de Leiaute de fábrica

Pensar no Leiaute de fábrica é fundamental para manter a eficiência e a organização dos


processos de uma fábrica. Fazer a escolha certa pode fazer a diferença, pois em uma
linha de produção é fundamental que tudo funcione da maneira mais organizada possível.

Uma fábrica com Leiaute de fábrica customizável é aquela que pode, de acordo com a
demanda, adaptar-se a vários tipos de produção. Ter uma fábrica assim precisa ser
pensado desde o projeto, pois precisa ser funcional o bastante para que essa
customização ocorra sem problemas. Há também as fábricas que possuem um tipo fixo de
leiaute, pois já conhecem suas demandas e as variações que podem ocorrer em torno
delas.

Leiaute linear

Nesse modelo o maquinário fica lado a lado e favorece um sistema produtivo em massa,
ou seja, em larga escala e com baixa variedade de produtos em uma linha de produção.
Estas linhas são normalmente dedicadas para a produção de um tipo exclusivo de
produto. Dessa forma, tudo acontece sempre da mesma maneira em uma sequência
única. Apesar de bastante engessado, é muito eficiente para a produção em massa de um
mesmo produto, pois exige pouco dos operadores (o comando é sempre o mesmo).

A disposição linear é interessante porque também favorece esse processo automatizado.


Fica óbvio que, após uma etapa finalizada, o natural seja que ela passe para a seguinte.
Muitas vezes as máquinas estão ligadas por esteiras que favorecem essa produtividade. A
única desvantagem, no entanto, é a quase impossibilidade de realizar adaptações, já que
é um sistema fixo.

Leiaute funcional

Nesse tipo de Leiaute de fábrica o maquinário e os processos ficam divididos por tipo,
criando um setor com máquinas destinadas a mesma área. Por exemplo, um produto que
após fabricado precise de pintura, há um setor exclusivo onde todo o maquinário para
esse fim está armazenado junto. Este leiaute é mais utilizado para produção em lotes
(batelada). A vantagem é que a fábrica pode ter variabilidade de produtos. Varia-se

SENAI-SP 80
apenas a sequência de locais os quais a peça precisa passar. Outro benefício é o
agrupamento de profissionais de um mesmo setor em um único lugar. Isso facilita a troca
de informações e a parceria entre eles. Em contrapartida, dividir o ambiente por função
acaba muitas vezes dificultando o diálogo entre setores diferentes, o que pode ocasionar
muitas vezes erros de execução por falha na comunicação.

Leiaute celular

É um híbrido entre linear e funcional. Ao mesmo tempo que fica dividida por setores,
também segue uma lógica de produção com o objetivo de diminuir o tempo de
atravessamento de um produto na linha de produção/montagem. Este modelo de Leiaute
fabril aumenta a velocidade do sistema e agrega flexibilidade no sistema produtivo, já que
as células de manufatura podem produzir produtos diferentes e atender a demandas que
uma linha seriada não conseguiria.

Leiaute posicional

Como já mencionamos, muitas vezes a natureza do produto é que obriga a adaptação


do Leiaute de fábrica. Nesse tipo de configuração o produto permanece parado enquanto
os colaboradores trabalham nele. É utilizado para sistemas produtivos por projeto, como
um navio ou uma aeronave. É interessante quando o produto é de grande e a
movimentação dele pode prejudicar a montagem. O maquinário é específico para esse tipo
de produção e favorece a movimentação dos operadores ao redor do produto.

Nesses casos, dificilmente a fábrica trabalha com outros tipos de Leiaute de fábrica. O que
pode ocorrer é que a produção de algumas peças obedeça outras lógicas e a montagem
do produto final seja feita dessa forma.

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Sistemas de Produção

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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

Qualidade é definida por Thomaz (2001), como “conjunto de propriedade de um bem ou


serviço que redunde na satisfação das necessidades dos usuários, com a máxima
economia de insumos e energia, com a máxima proteção à saúde e integridade física
dos trabalhadores na linha de produção, com a máxima preservação da natureza”.

Princípios da qualidade

A filosofia da qualidade tem como princípios: Total satisfação dos clientes; Gerência
participativa (interessada no que as pessoas podem contribuir); Desenvolvimento do ser
humano; Constância de propósitos; Aperfeiçoamento contínuo; Gerência de processos;
Delegação; Disseminação de informações; Garantia de qualidade; e Não aceitação de
erros.

Participação é a palavra chave. Isto acontece porque o conhecimento sobre o


produto/serviço e seus problemas encontra-se diluído pelos atores da organização,
como gerência, supervisores, empregados e funcionários.

A qualidade deve abranger análise de mercado, projeto do produto, planejamento do


sistema de produção, manufatura, distribuição e venda.

Para buscar a qualidade total as empresas devem apoiar-se nas normas NBR ISO 9000
que traçam as ações para gerenciar uma empresa através da gestão da qualidade total.
A qualidade deve existir na empresa em todas as suas áreas e níveis para a satisfação
do cliente interno (próximo serviço) e externo.

Os consumidores brasileiros estão aumentando suas exigências de qualidade junto às


construtoras, durante a fase de construção e no momento da entrega dos imóveis. As
expectativas dos clientes correspondem a condições prévias estabelecidas e devem ser
atendidas. Nesta realidade, o cliente compra o produto antes de sua construção, logo
tem expectativas quando da entrega, em termos técnicos, de prazos e de custos.

SENAI-SP 97
Como o produto da construção é vendido antes de ser materializado, ele necessita de
constantes ações preventivas. Assim, o erro deve ser identificado tão antes quanto
possível para reduzir as despesas da empresa, em termos de recursos físicos e
financeiros.

Isto resulta num processo de melhoria contínua. Para isso, controla-se o que está sendo
produzido, tomam-se ações corretivas quando necessário e estimula-se a participação
de todos na elaboração de documentos, além de disseminar conceitos e práticas das
normas e de especificações em uso.

ISO 9000 e ISO/TR 10013

A ISO (International Organization for Standadization) é uma organização internacional


não governamental, fundada em 1947, com sede em Genebra, na Suíça.

No Brasil elas estão associadas à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e


formam as NBR série ISO 9000. Estas estabelecem um conjunto de requisitos
relacionados ao longo do ciclo da qualidade. Vão desde marketing e pesquisa de
mercado, engenharia de projeto, suprimentos, planejamento e desenvolvimento de
processo produção até instalação e operação, além da assistência técnica e
manutenção.

As ISO 9001, 9002 e 9003 são utilizadas em situações contratuais. Assim, elas devem
ser aplicadas nas exigências de procedimentos para alimentar, como análise de
contrato, controle de documentos, controle de produtos não conformes, ação corretiva,
registro da qualidade e treinamento.

A série ISO 9000 visa às boas práticas gerenciais. Porém, seu uso aumenta a confiança
na conformidade (qualidade) dos produtos. A NBR ISO 9001/2015 serve de base para a
certificação de sistemas.

De acordo com a norma ABNT ISO/TR 10013 Diretrizes para a documentação de


sistema de gestão da qualidade, editada em 2002 pela ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas, um Manual da qualidade, um Procedimento e uma Instrução de
Trabalho devem conter os itens a seguir.

SENAI-SP 98
1.2. Manual da qualidade

1.2.1. Conteúdo

O manual da qualidade é único para cada organização. Este Relatório Técnico permite
flexibilidade na definição de sua estrutura, formato, conteúdo ou método de
apresentação, para a documentação do sistema de gestão da qualidade para todos os
tipos de organizações. Uma pequena organização pode julgar apropriado incluir a
descrição de todo seu sistema de gestão da qualidade em um único manual, incluindo
todos os procedimentos documentados requeridos pela NBR ISO 9001. Grandes
organizações ou multinacionais normalmente precisam de vários manuais, nos níveis
globais, regionais ou nacionais, e uma hierarquia de documentação mais complexa.

Convém que o manual da qualidade inclua o escopo do sistema de gestão da qualidade,


detalhes e justificativas para quaisquer exclusões, procedimentos documentados ou
referência a estes, e descrições dos processos do sistema de gestão da qualidade e
suas interações. Convém que informações sobre a organização, tais como nome, local e
meios de comunicação, sejam incluídas no manual da qualidade.

Outras informações, tais como a linha de negócios, uma breve descrição de sua
experiência, sua história, e tamanho, também podem ser incluídas.

Convém que o manual da qualidade contenha os elementos descritos em 1.2.2 a 1.2.9,


mas não necessariamente na mesma ordem.

1.2.2. Título e escopo

Convém que o título e/ou escopo do manual da qualidade defina a organização à qual o
manual se aplica. Convém que o manual contenha referências às normas específicas do
sistema de gestão da qualidade nas quais o sistema de gestão da qualidade está
baseado.

1.2.3. Sumário

Convém que o sumário do manual da qualidade liste os números e títulos de cada seção
e sua localização.

1.2.4. Análise crítica, aprovação e revisão

Convém que estejam claramente indicadas no manual as evidências de análise crítica,


aprovação, status e data da revisão do manual. Onde aplicável, convém que a natureza
das alterações seja identificada no documento ou em anexos apropriados.

SENAI-SP 99
1.2.5. Política e objetivos da qualidade

Quando a organização optar por incluir a política da qualidade no manual da qualidade,


uma declaração descritiva da política da qualidade e dos objetivos para a qualidade
pode ser incluída. As metas da qualidade vigentes para alcançar tais objetivos podem
ser especificadas em outra parte da documentação do sistema de gestão da qualidade,
como determinado pela organização.

Convém que a política da qualidade inclua um compromisso em cumprir os requisitos e


melhorar continuamente a eficácia do sistema de gestão da qualidade.

Os objetivos geralmente advêm da política da qualidade da organização e devem ser


alcançados. Quando os objetivos são quantificados, eles se tornam metas e são
mensuráveis.

1.2.6. Organização, responsabilidade e autoridade

Convém que o manual da qualidade forneça uma descrição da estrutura da organização.


Responsabilidades, autoridades e inter-relações podem ser indicadas em meios tais
como organogramas, fluxogramas e/ou descrições de tarefas. Estes podem ser incluídos
ou mencionados no manual da qualidade.

1.2.7. Referências

Convém que o manual da qualidade contenha uma lista de documentos referenciados,


mas não incluídos no manual.

1.2.8. Descrição do sistema de gestão da qualidade

Convém que o manual da qualidade forneça uma descrição do sistema de gestão da


qualidade e sua implementação na organização.

Convém que sejam incluídos no manual da qualidade as descrições dos processos e


suas interações, além de procedimentos documentados ou referências a estes.

Convém que a organização documente seu sistema de gestão da qualidade específico,


seguindo a seqüência do fluxo de processos ou a estrutura da norma selecionada ou em
qualquer seqüência apropriada à organização. As referências cruzadas entre a norma
selecionada e o manual da qualidade podem ser úteis.

Convém que o manual da qualidade reflita os métodos utilizados pela organização para
satisfazer sua política e objetivos.

SENAI-SP 100
1.2.9. Apêndices

Apêndices que contenham informações de suporte ao manual podem ser incluídos.

1.3. Procedimentos documentados

1.3.1. Estrutura e formato

Convém que a estrutura e o formato dos procedimentos documentados (cópia impressa


ou mídia eletrônica) sejam definidos pela organização das seguintes maneiras: texto,
fluxogramas, tabelas, uma combinação destes, ou qualquer outro método adequado às
necessidades da organização.

Convém que os procedimentos documentados contenham as informações necessárias


(ver 1.3.2) e possuam uma identificação única.

Os procedimentos documentados podem fazer referência às instruções de trabalho que


definem como uma atividade é executada. Procedimentos documentados geralmente
descrevem atividades comuns a diferentes funções, enquanto instruções de trabalho
geralmente se referem a tarefas limitadas a uma função.

1.3.2. Conteúdo

Título

Convém que o título identifique claramente o procedimento documentado.

Propósito

Convém que o propósito do procedimento documentado seja definido.

Escopo

Convém que seja descrito o escopo do procedimento documentado, incluindo as áreas a


serem cobertas e áreas que não serão cobertas.

Responsabilidade e autoridade

Convém que sejam identificadas as responsabilidades e autoridade das pessoas e/ou


funções na organização, assim como suas inter-relações associadas com os processos
e atividades descritos no procedimento. Estes podem ser descritos no procedimento, na
forma de fluxogramas e em texto descritivo, como apropriado para ficar claro.

SENAI-SP 101
Descrição de atividades

O nível de detalhamento pode variar dependendo da complexidade das atividades, dos


métodos utilizados e dos níveis de habilidades e treinamento de pessoal necessário para
que as atividades sejam realizadas.

Independentemente do nível de detalhamento, convém que os seguintes aspectos sejam


considerados como aplicáveis:

a) definição das necessidades da organização, seus clientes e fornecedores;

b) descrição dos processos em termos do texto e/ou fluxogramas relacionados às


atividades requeridas;

c) definição do que precisa ser feito, por quem ou qual função na organização; porque,
quando, onde e como;

d) descrição do controle de processos e controle das atividades identificadas;

e) definição dos recursos necessários para a realização das atividades (em termos de
pessoal, treinamento, equipamentos e materiais);

f) definição da documentação apropriada relacionada às atividades requeridas;

g) definição da entrada e da saída do processo;

h) definição das medidas a serem tomadas.

A organização pode decidir que alguma das informações acima é mais apropriada em
uma instrução de trabalho.

Registros

Convém que os registros relacionados às atividades no procedimento documentado


sejam definidos nesta seção do procedimento documentado ou em outras seções
relacionadas.

Convém que os formulários a serem usados para esses registros sejam identificados
conforme aplicável.

Convém que seja definido o método necessário para completar, arquivar e manter os
registros.

SENAI-SP 102
Apêndices

Apêndices que contenham informações de apoio ao procedimento documentado podem


ser incluídos, tais como, tabelas, gráficos, fluxogramas e formulários.

1.3.3. Análise crítica, aprovação e revisão

Convém que sejam indicadas evidências da análise crítica, da aprovação, do status e da


data de revisão, do procedimento documentado.

1.3.4. Identificação das alterações

Convém que seja identificada a natureza da modificação no documento ou em anexos


apropriados, onde praticável.

1.4. Instruções de trabalho

1.4.1. 4.6.1 Estrutura e formato

Convém que as instruções de trabalho sejam desenvolvidas e mantidas para descrever o


desempenho de todo trabalho que poderá ser afetado adversativamente pela falta de
tais instruções. Existem várias maneiras de preparar e apresentar instruções.

Convém que as instruções de trabalho contenham um título e uma identificação única.

Convém que a estrutura, o formato e o nível de detalhamento utilizados nas instruções


de trabalho sejam adaptados às necessidades do pessoal da organização e dependam
da complexidade do trabalho, dos métodos utilizados, do treinamento realizado e das
habilidades e qualificações desse pessoal.

A estrutura das instruções de trabalho pode variar daquela dos procedimentos


documentados. As instruções de trabalho podem ser incluídas ou citadas nos
procedimentos documentados.

1.4.2. Conteúdo

Convém que as instruções de trabalho descrevam atividades críticas. Convém que


sejam evitados os detalhes que não forneçam maior controle da atividade. O treinamento
pode reduzir a necessidade de instruções detalhadas, contanto que as pessoas em
questão tenham acesso às informações necessárias para realizar suas tarefas
corretamente.

SENAI-SP 103
1.4.3. Tipos de instruções de trabalho

Embora não haja uma estrutura ou formato requerido para instruções de trabalho,
convém que estas incluam o propósito e o escopo do trabalho e os objetivos, e façam
referência aos procedimentos documentados pertinentes. Qualquer que seja o formato
ou combinação escolhido, convém que as instruções de trabalho estejam em ordem ou
em seqüência das operações, refletindo, precisamente, os requisitos e atividades
relevantes. Para reduzir a confusão e a incerteza, convém que um formato ou estrutura
consistente seja estabelecido e mantido. Um exemplo de instrução de trabalho é
apresentado no anexo B.

1.4.4. Análise crítica, aprovação e revisão

Convém que a organização forneça evidências claras da análise crítica e aprovação das
instruções de trabalho e do nível e data da revisão.

1.4.5. Registros

Onde aplicável, convém que os registros especificados nas instruções de trabalho sejam
definidos nesta seção ou em outras seções relacionadas. Os registros mínimos
requeridos são identificados na NBR ISO 9001.

Convém que seja estabelecido o método requerido para completar, arquivar e manter os
registros.

Convém que os formulários a serem usados para estes registros sejam identificados,
como aplicável.

1.4.6. Identificação de alterações

Onde praticável, convém que a natureza das alterações seja identificada no documento
ou nos anexos apropriados.

1.5. Indicadores de desempenho

Com relação aos indicadores de desempenho, eles podem ser classificados conforme a
natureza, a abrangência e a finalidade:

Quanto à natureza: podem ser de racionalidade (de diferentes projetos –


arquitetônico, de instalações e estrutural) e não conformidade, desperdícios,

SENAI-SP 104
satisfação do cliente, segurança do trabalho, relações de trabalho, qualificação e
econômico-financeiro.

Quanto à abrangência: dividem-se em globais e específicos. Os primeiros


demonstram o grau de competitividade da empresa no seu setor e frente a seus
competidores. São utilizados para decisões de planejamento estratégico (n. de
unidades produzidas/n. de unidades vendidas). Os específicos fornecem
informações sobre processos ou estratégias e práticas gerenciais, de forma
individualizada sobre características dos processos, em termos operacionais ou
gerenciais.

Quanto à finalidade: os indicadores específicos podem ser classificados em


operacionais e gerenciais. Os operacionais são estabelecidos em função dos
objetivos e as tarefas desenvolvidas dentro de cada processo, devendo ser
coerentes com os objetivos e estratégias adotadas pela empresa. Já os
gerenciais são estabelecidos com o objetivo de acompanhar e impulsionar a
implementação das estratégias.

O objetivo da qualidade é um produto que satisfaça às necessidades dos clientes, mas


esta está em constante mudança e sempre é estimulada pela melhoria contínua.

Assim, nos procedimentos de execução de processos deve constar serviços anteriores,


materiais, equipamentos, equipamentos de segurança, procedimentos de execução.

Podem-se acrescentar ainda indicadores para a melhoria do processo, a exemplo de


indicadores de qualidade e de produtividade. Em termos de produtividade, eles estariam
dentro de um intervalo de variação, ou seja, com um valor mínimo, médio e máximo,
para que a empresa possa situar-se no mercado e observar onde seus indicadores se
enquadram, o objetivo é que ele se aproxime do valor mínimo (Quantidade/h). Este
representa o melhor aproveitamento de seus recursos de produção. Este mínimo pode
ser obtido ao seguir recomendações de melhoria para o respectivo processo. Além
disso, para o cálculo de produtividade devem ser considerados o maior número de
fatores influentes do processo. Quanto mais dados tiverem sido considerados mais
consistentes e próximos da realidade vai estar o índice.

Outro indicador é o de qualidade. Normalmente relacionado a valores de referências,


seguidos ou não de tolerâncias dimensionais. Este também possui recomendações para
melhoria e a consideração de alguns fatores para o seu cálculo.

SENAI-SP 105
Com relação ao procedimento de especificação de materiais, tem-se orientações para
aquisição, determinação dos lotes, verificação de recebimento (ensaios, visuais,
quantitativo, inspeção), critérios de aceitação (nota fiscal, resultados de ensaios) e
orientação para armazenamento.

1.6 Plano de contingência: não conformidades1

O Plano de Contingência faz parte da Gestão de Riscos.

De forma simplificada, gerenciar riscos significa: a) identificar aquilo que pode, em algum
momento futuro, afetar a sua empresa, e se preparar para lidar com esses efeitos.

O plano de Contingência entra em uma situação em que não é possível eliminar o risco.
Ele é usado em situações em que, por mais que se reduza a chance de que o risco
aconteça, sempre haverá uma possibilidade (mesmo que pequena e bem monitorada)
de incidência. Dessa forma, mesmo atuando preventivamente, é preciso fazer mais.

O Plano de Contingência é elaborado para riscos que podem trazer impactos muito
severos para a empresa, como costuma-se dizer: “podem fazer muitos estragos!”.

E esses estragos podem ter diferentes efeitos. Eles podem causar danos à reputação da
organização, fazendo com que ela perca clientes. Podem prejudicar a cadeia de
abastecimento, fazendo com que a empresa fique sem fornecedores, o que pode fazer
com que a produção pare. Podem até mesmo dizer respeito à vida das pessoas que
trabalham na empresa, colocando os colaboradores em risco.

Entenda que todos os riscos são importantes e devem ser gerenciados. Porém, cada
risco deve ser tratado com a intensidade necessária. Assim, quando o impacto é muito
alto e a probabilidade também, mesmo trabalhando muito fortemente na prevenção, às
vezes é preciso ter um “Plano B” caso o risco venha a incidir. Um plano que ajude a
empresa a lidar da melhor forma possível com os efeitos da incidência do risco. E isso é
um Plano de Contingência.

Os Planos de Contingência são mais frequentemente ligados a acontecimentos


negativos, com grandes percas e danos.

1
Texto adaptado de RAMOS, Davidson (2019) O Plano de Contingência e a Gestão de Riscos disponível em
https://blogdaqualidade.com.br/plano-de-contingencia-gestao-de-riscos/, acesso em 14/03/19

SENAI-SP 106
Dessa forma, podemos dizer que um Plano de Contingência é algo feito para lidar com
as consequências de um risco. Seja ele uma ameaça ou oportunidade!

O Plano de contingência, além de servir para minimizar danos, também serve para
manter as pessoas da empresa calmas na hora da tempestade. Eles são destinados a
conter efeitos muito graves, ou seja, situações que as pessoas teriam dificuldades para
contornar. Assim, é fundamental que se promova treinamento sobre esse plano,
incluindo simulações, exercícios e tudo que for necessário.

Não adianta nada ter um Plano de Contingência perfeito no papel, mas ninguém saber
que ele existe. As pessoas têm de saber que ele existe, tem de ser conscientizadas a
respeito de sua seriedade. Mais importante ainda, elas têm de saber como executá-lo
caso necessário.

Além disso, a demanda de um plano de contenção também pode surgir de um cliente


importante. É comum, por exemplo, algumas empresas requisitarem planos de
Contingência para garantir que o abastecimento daquilo que compram não seja
interrompido.

Por exemplo, uma casa de materiais de construção aposta no alto giro, assim, cimento é
o meu produto chave. E ficar sem esse produto é um risco. Então requisita-se dos
fornecedores de cimento Planos de Contenção para o caso de eles não conseguirem as
matérias primas necessárias para produzir o produto. Dessa forma, sabe-se que o
abastecimento não será prejudicado.

1.7. Círculo de Controle de qualidade (CCQ)

Para que uma empresa aplique o sistema de gestão da qualidade é necessário,


inicialmente, o envolvimento de seus dirigentes. Para que este dedique tempo para a
elaboração, aplicação e acompanhamento do sistema na empresa.

No caso das empresas de pequeno porte é necessária a formação de CCQ – Círculo de


Controle de Qualidade, para o desenvolvimento do sistema. O grupo deve ser
homogêneo e não conter concorrentes diretos. Levantam-se os problemas técnicos,
pessoais e gerenciais da empresa.

O trabalho deve ser desenvolvido pela própria organização com aplicação de


ferramentas e métodos selecionados.

SENAI-SP 107
Da reunião devem participar também técnicos da empresa, que trazem uma visão
operacional da sua organização.

Estas reuniões de grupo permitem troca de experiências individuais entre os


participantes, espaço para debates, estabelecimento de relações com fornecedores,
programas setoriais de treinamento da mão-de-obra e investimentos conjuntos em
desenvolvimento. Permite ainda que a empresa criar benchmarking próprio.

A escolha do tipo de apoio deve levar em consideração a relação custo/benefício da


iniciativa.

A organização deve se encarregar de conduzir o processo de mudança. Deixa-se


somente o estabelecimento das diretrizes do processo a cargo do elemento externo à
empresa.

Como impactos desta atitude tem-se a obtenção de informações sobre experiências


realizadas em outras empresas e manutenção da motivação para o programa de
melhoria.

O diagnóstico para início dos programas de melhoria pode envolver, a depender da


metodologia adotada:

Entrevistas com clientes para verificar o nível de satisfação em relação ao


produto; com funcionários (clientes internos) e com o corpo gerencial e técnico
para identificar os principais problemas em relação à qualidade;

Inspeção dos produtos concluídos, para verificar defeitos, falhas na operação e na


manutenção; e

Análises dos registros da assistência técnica e dos procedimentos técnicos e


administrativos da empresa, de modo a identificar falhas nos processos,
retrabalham e perdas administrativas e financeiras.

O diagnóstico deve ter objetivos claros e ser aplicado nos setores da empresa.

É realizado de forma a manter o anonimato das pessoas para estimular sua


manifestação. Podem-se visualizar os pontos fracos e fortes da empresa em relação à
qualidade, através de priorização com relação à empresa e não a um setor em
particular.

SENAI-SP 108
Armazenagem de resíduos

A produção exacerbada de resíduos — aquilo que chamamos de lixo — é um dos grandes


problemas causados pela sociedade moderna, especialmente se eles não tiverem
destinação adequada. A fim de evitar a contaminação do meio ambiente, a disseminação
de doenças e minimizar os impactos ambientais, existem normas que regulamentam a
destinação final ambientalmente adequada de resíduos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define resíduo como qualquer coisa que seu
proprietário não quer mais e que não possui valor comercial.

A ABNT NBR 10.004 define os resíduos sólidos como resíduos nos estados sólidos e
semisólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,


aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Classificação de Resíduos

De acordo com a NBR 10004, os resíduos são classificados como:

Classe I: Perigosos

Aqueles que apresentam periculosidade em função de suas propriedades físicas, químicas


ou infecto-contagiosas, podendo apresentar riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

Aqueles que apresentam uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade,


reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade, conforme propriedades definidas pela NBR
10004, como, por exemplo, no caso de tintas:

SENAI-SP 109
Características
Código de Constituintes
Fonte Geradora Resíduo Perigoso da
Identificação Perigosos
Periculosidade

Resíduos provenientes de
etapas de limpeza com
Fabricação de Cromo, chumbo, Inflamável,
K078 solventes empregadas
Tintas solventes tóxico
em processos de
produção de tintas

Classe II: Não Perigosos

Resíduos de restaurante, papel, papelão, sucata ferrosa não contaminada.

II A – Não inertes: aqueles que não se enquadram nos resíduos classe I ou II B. Os


resíduos Classe IIA podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.

II B – Inertes: qualquer resíduo que quando amostrado de uma forma representativa, de


acordo com as NBRS 10006 e 10007, não teve nenhum de seus constituintes solubilizados
a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto,
cor, turbidez, dureza e sabor.

Manuseio

Para o manuseio de resíduos perigosos utilizar os EPIs adequados de acordo com a


periculosidade de cada resíduo, evitando ao máximo qualquer tipo de contato com estes
resíduos.

Observar a identificação dos resíduos.

Atentar para a compatibilidade química entre os diferentes tipos de resíduos para evitar
reações indesejadas.

Seguir as recomendações da FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos


Químicos) dos resíduos que deve estar disponível.

SENAI-SP 110
Segregação e Identificação

A segregação consiste na operação de separação dos resíduos por classe, conforme


norma ABNT NBR 10.004, identificandoos no momento de sua geração, buscando formas
de acondicioná-lo adequadamente conforme NBR 12235.

Tem como finalidade evitar mistura de resíduos incompatíveis, visando com isso contribuir
para o aumento da “qualidade” de resíduos que possam ser recuperados ou reciclados e
diminuir o volume a ser tratado ou disposto.

A identificação dos resíduos serve para garantir a segregação realizada nos locais de
geração e deve estar presente nas embalagens, contêineres, nos locais de
armazenamento, e nos veículos de coleta interna e externa. Para identificação dos
resíduos devem-se utilizar os códigos de cores baseados na resolução CONAMA nº
275/01, procurando sempre orientar quanto ao risco de exposição.

Acondicionamento

O acondicionamento de resíduos perigosos, como forma temporária de espera para


reciclagem, recuperação, tratamento e/ou disposição, dependerá de cada tipo de resíduo.
Podem ser utilizados tambores, tanques, contêineres ou até mesmo podem ser
acondicionados a granel.

Armazenamento
A NBR 12235 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos fixa as condições exigíveis
para o armazenamento de resíduos sólidos perigosos de forma a proteger a saúde pública
e o meio ambiente.

SENAI-SP 111
O armazenamento dos resíduos deve ser feito de modo a não alterar nem a quantidade
nem a qualidade do resíduo.

Nenhum resíduo perigoso pode ser armazenado sem análise prévia de suas propriedades
físicas e químicas, uma vez que disso depende sua caracterização como perigoso ou não
e o seu armazenamento adequado.

Critérios de localização e características

Um local a ser utilizado para o armazenamento de resíduos deve:

1. Ser tal que o perigo de contaminação ambiental seja minimizado;

2. Ser tal que a aceitação da instalação pela população seja maximizada;

3. Evitar, ao máximo, a alteração da ecologia da região;

4. Estar de acordo com o zoneamento da região;

5. Considerar as distâncias dos núcleos habitacionais, logradouros públicos, rede


viária, atividades industriais, etc.;

6. Considerar as condições de quaisquer operações industriais vizinhas que possam


gerar faíscas, vapores reativos, umidade excessiva, etc.;

7. Considerar os riscos potenciais de fenômenos naturais ou artificiais, como, chuva


intensa, inundações, deslizamentos de terra, etc.;

8. Possuir sistema de isolamento tal que impeça o acesso de pessoas estranhas;

9. Possuir sinalização de segurança que identifique a instalação para os riscos de


acesso ao local;

10. Garantir cobertura e boa ventilação dos recipientes, colocados sobre base de

SENAI-SP 112
concreto ou outro material que impeça a lixiviação e percolação de substâncias
para o solo e águas subterrâneas;

11. Definir áreas, isolar e sinalizar para o armazenamento de resíduos compatíveis;

12. Ter iluminação e força que permitam uma ação de emergência;

13. Possuir sistema de comunicação interno e externo;

14. Prever acessos internos e externos protegidos, executados e mantidos de maneira


a permitir a sua utilização sob quaisquer condições climáticas;

15. Conter sistema de controle de poluição e/ou sistema de tratamento de poluentes


ambientais;

16. Possuir sistema de contenção a vazamentos.

17. A correta operação de uma instalação é fundamental, necessitando-se do uso de


EPIs adequados. Por isso, o treinamento de seus operadores deve incluir:

Documentação necessária para disposição

Certificado de Aprovação de Destinação de Resíduos Industriais (Cadri)

No Estado de São Paulo, o Cadri é o instrumento que aprova o encaminhamento de


resíduos sólidos industriais a locais de reprocessamento, armazenamento, tratamento ou
disposição final, licenciados ou autorizados pela CETESB, e sua cobrança foi estabelecida
no Decreto Estadual nº 47.397, de 4 de dezembro de 2002.

Os documentos necessários para a sua obtenção são:

Impresso denominado “Solicitação de”, utilizado para quaisquer pedidos de Licenças,


Certificados ou Pareceres;

Impresso MCE - Resíduos Industriais - Folha Adicional, com informações sobre geração,
composição e destinação de resíduos industriais;

Carta de Anuência do local de destino dos resíduos;

Licença e autorização específica do órgão ambiental do Estado de destino, quando se


tratar de encaminhamento a outro Estado;

SENAI-SP 113
Destinação de resíduos

Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei Nº 12.305), entende-se por
destinação final ambientalmente adequada a destinação de resíduos que inclui a
reciclagem, a compostagem, a recuperação, o aproveitamento energético ou outras
destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre
elas a disposição final (isto é, a distribuição ordenada de rejeitos em aterros), observando
normas operacionais específicas de modo a minimizar os impactos. Ainda segundo a
PNRS a seguinte ordem de prioridade deve ser seguida na gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e, por fim, a
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Tratamento

Existem diversas formas possíveis de tratamento de resíduos a fim torná-los menos


agressivos para a disposição final. São exemplos de métodos de tratamento de lixo
a compostagem, a digestão anaeróbica, a incineração e a pirólise.

A compostagem consiste num processo biológico aeróbio (isto é, que ocorre na presença
de oxigênio) no qual a matéria orgânica é degradada, transformando-se em um produto
que pode ser usado como adubo, o composto orgânico. Já a digestão anaeróbia é um
processo biológico que ocorre na ausência de oxigênio e resulta na formação de gases e
líquidos.

A incineração e a pirólise são processos no qual os resíduos são submetidos à queima em


altas temperaturas. Mas, enquanto a incineração ocorre em ambiente rico em oxigênio, a
pirólise se dá na ausência deste gás. Através desses processos é possível reaproveitar a
energia liberada na queima para diversos fins.

Incineração

Processo de Tratamento Térmico cuja operação é realizada acima da temperatura mínima


de oitocentos graus Celsius. Fonte: Conama.

Fonte: http://bioblogue98.blogspot.com/2016/05/ - acesso em 14/03/2019.

SENAI-SP 114
Co-processamento

Técnica de utilização de resíduos sólidos industriais a partir do seu processamento como


substituto parcial de matéria-prima ou combustível, no sistema forno de produção de
clínquer, na fabricação do cimento. Fonte: Política Estadual de Resíduos Sólidos.

Beneficiamento ou Recuperação

Recuperação dos resíduos para que sejam reutilizados.

Aterro Industrial

Técnica de disposição final de resíduos sólidos perigosos ou não perigosos, que utiliza
princípios específicos de engenharia para seu seguro confinamento, sem causar danos ou
riscos à saúde pública e à segurança, e que evita a contaminação de águas superficiais,
pluviais e subterrâneas, e minimiza os impactos ambientais. Fonte: Política Estadual de
Resíduos Sólidos.

Aterro sanitário de Paulínia.

SENAI-SP 115
Responsabilidade na destinação dos resíduos

Responsabilidade do Gerador

 Identificar, quantificar, caracterizar todos os seus resíduos


 Possuir sistema de coleta, manuseio e armazenamento de resíduos de forma a
minimizar os riscos de acidentes e de contaminação
 Realizar a destinação final dos resíduos somente para empresas licenciadas pelos
Órgãos
 Ambientais
 Obter dos Órgãos Ambientais a aprovação para tratamento e/ou destinação final do
resíduo
 Transportar resíduos conforme legislação aplicável
 Apresentar anualmente ao Órgão Ambiental o balanço dos resíduos gerados

Responsabilidade do Receptor

 Licenciar o sistema de destinação final conforme legislação vigente


 Garantir atendimento dos requisitos legais aplicáveis à sua atividade
 Efetuar o tratamento e a disposição final somente dos resíduos aprovados pelos
órgãos ambientais
 Emitir o certificado de disposição para o gerador que comprove a destinação final dos
resíduos

Responsabilidades dos Órgãos Ambientais

 Orientar a indústria e o público em geral quanto à aplicação das normas e padrões de


proteção ambiental
 Aprovar instruções, normas, diretrizes e outros atos necessários à implantação do
sistema de gestão de resíduos
 Orientar que todos os resíduos gerados sejam identificados, caracterizados e
classificados segundos as normas vigentes
 Assegurar que os resíduos sejam coletados, manuseados e armazenados
adequadamente, de forma a minimizar os riscos de acidentes e contaminação
 Assegurar que os resíduos tenham um tratamento e destinação final adequados

SENAI-SP 116
Segurança no trabalho

A segurança do trabalho é um conjunto de medidas tomadas para se evitar ou minimizar


os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais e também proteger a integridade
física e a capacidade do trabalhador em exercer sua função. (MARQUES, 2015 , apud
PEIXOTO, 2010).

apparata.nl/nieuws/mannen-verkiezen-elektrische-schok-boven-gebrek-aan-smartphone-8132

Neste capítulo, você vai aprender temas ligados à segurança no trabalho. Identificará
riscos à saúde e segurança do trabalhador e as formas de proteção à esses riscos.

Acidentes de trabalho

Segundo MARQUES (2015), o art. 19 da Lei n.8213/91, define acidente de trabalho


como aquele “que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho”. Mas, só será considerado acidente de trabalho quando provoca
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução
(permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho.

SENAI-SP 117
A seguir você poderá aprender mais sobre conceitos relacionados a acidentes de
trabalho, bem como tipos de acidentes de trabalho e suas características

Conceitos

No mapa mental a seguir, você pode identificar os principais conceitos


relacionados aos acidentes do trabalho, sendo eles:
- Riscos;
- Causas;
- Tipos;
- Prevenção.

segurancasaude.blogspot.com.br/2011/08/voce-sabe-comoō-proceder-em-caso-de.html

SENAI-SP 118
Risco x Perigo

Segundo MAGNANELLI (2012) é muito importante conceituar a diferença entre perigo


e risco.

Perigo - situação em que se encontra, sob ameaça, a existência ou a


integridade de uma pessoa, um animal, um objeto etc.

Risco - possibilidade de ocorrer um dano devido a um perigo, geralmente com

ameaça física para o homem e/ou para o meio ambiente.

RISCO = PERIGO + EXPOSIÇÃO

CONSEQUÊNCIA (dano)

Perigo é a fonte geradora e o Risco é a exposição a esta

Nas imagens a seguir identifique qual ilustra um Risco, um Perigo, Exposição


ao perigo e a Consequência.

SENAI-SP 119
Acidentes de Trabalho: Tipos e Características

De acordo com a Lei nº 8.212, são caracterizados como acidentes de trabalho:

 aqueles ocorridos durante o trajeto entre residência do trabalhador e a empresa;


 doença profissional produzida pelo exercício de uma determinada tarefa;
 doença do trabalho que pode ser adquirida ou desencadeada pelas condições em
que a função é exercida.

Você aprenderá agora sobre os três tipos de acidentes de trabalho: acidente típico,
de trajeto e doença profissional ou do trabalho. Estas definições correspondem à Lei nº
8.213/91, nos artigos 20 e 21. Vamos lá?

Acidente típico: ocorre na execução da atividade profissional do indivíduo. Segundo


PEIXOTO (2010), este tipo é o acidente comum, súbito e imprevisto, tal como
batidas, quedas, choques, cortes, queimaduras, etc.

pojoslaw/iStock/Thinkst

Exemplo:
Um operário está trabalhando em uma construção civil de um edifício. Quando ele está
em cima do andaime rebocando a parede, acontece um acidente: ele sente tonturas
e cai de uma altura de 2 metros.

SENAI-SP 120
Acidente de trajeto: acidentes de trânsito e outros que possam ocorrer no trajeto
que o trabalhador faz de casa ao trabalho e vice-versa, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, em horários e trajetos
compatíveis (PEIXOTO, 2010; MARQUES, 2015).
Entende-se por percurso normal (trajeto compatível) o caminho ordinariamente seguido,
locomovendo-se a pé ou usando transporte fornecido pela empresa, condução própria
ou transporte coletivo urbano.
Assim, quando ocorrer variação de trajeto, por vontade do trabalhador, ou quando
houver interrupção, também por interesse próprio, deixa de caracterizar-se o acidente
do trabalho.

blogs.atribuna.com.br

Exemplo:

Uma auxiliar de escritório faz seu trajeto até o trabalho de motocicleta diariamente.
Certo dia, durante o trajeto, ela colide sua motocicleta em um carro e acaba com
dores no pescoço.

SENAI-SP 121
Doença profissional: a doença profissional também é considerada um acidente e é
desencadeada pelo exercício de um determinada função, segundo MARQUES (2015).

blog.bemol.com.br

Exemplo:

Uma secretária trabalha com digitação de relatórios e documentos administrativos.


Após anos de trabalho executando a mesma função, a secretária começa a sentir
dores nos punhos, que são diagnosticadas como LER ou DORT.

A LER, uma vez diagnosticada e caracterizada como decorrente do trabalho, é


caracterizada como uma DORT. (MARQUES, 2015).
LER: Lesões por Esforços Repetitivos. Inflamações em músculos, tendões e nervos
provocadas por atividades de trabalho que exigem movimentos manuais repetitivos
durante longo tempo. (FERREIRA; PEIXOTO 2012).

DORT: Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho.

Doença do trabalho: está mais ligada ao meio ambiente de trabalho.

É a alteração orgânica que, de modo geral, se desenvolve em consequência da atividade


exercida pelo trabalhador o qual esteja exposto a agentes ambientais tais como,
ruído, calor, gases, vapores, micro-organismos (MARQUES, 2015).
Exemplo: surdez ocupacional ocasionada pela exposição contínua a níveis elevados
de ruídos.

SENAI-SP 122
Agentes agressores à saúde

Agentes agressores também podem ser chamados de agentes ambientais, ou riscos


ambientais. Segundo MARQUES (2015) apud LOURENÇO (2008), os agentes
agressores podem ser:
- físicos,
- químicos,
- biológicos,
- ergonômicos, e
- de acidentes.

Esses agentes podem causar danos à saúde e à integridade física e psicológica do


trabalhador.
A seguir, você conhecerá as características dos tipos de agentes agressores.

Agentes Físicos

Segundo MARQUES, 2015, os riscos físicos estão presentes no ambiente de trabalho


e são de naturezas diversas. Eles podem ser ruídos, vibrações, radiações ionizantes
ou não ionizantes, frio, calor, pressões anormais, umidade e luminosidade.
Os agentes agressores estão diretamente relacionados com o ramo de atividade das
empresas. Por exemplo, em uma construtora estarão presentes o ruído, frio, calor e
umidade. Já em um escritório administrativo, os agentes agressores presentes podem
incluir a luminosidade como um fator de risco.
O trabalhador deve estar bem informado quanto ao prejuízo que cada um desses
agentes oferece à saúde e saber quais os meios necessários para que as medidas
de controle sejam adotadas, conforme o risco a que está exposto.

SENAI-SP 123
adetasyapi.com

Você já percebeu que quando ficamos por um período expostos a um som muito
alto temos a impressão de estarmos “surdos” por um tempo? Essa exposição por
pequenos períodos nos dá esta sensação. Já se esses períodos forem grandes e
frequentes, acabamos perdendo nossa audição gradativa e permanentemente.

Agentes Químicos

De acordo com PEIXOTO (2010), os agentes químicos são substâncias compostas


ou produtos que podem penetrar no organismo humano pela via respiratória na
forma de gases e vapores, poeiras, fumos, névoas, neblinas, ou que pela natureza
da atividade de exposição possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo
humano através da pele ou por ingestão.

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Uma vez absorvida uma substância tóxica, ela entra na circulação sanguínea, provocando
alterações, as quais poderão criar quadros de anemia, alterações nos

glóbulos vermelhos e problemas da medula óssea.

Os poucos casos de ingestão encontrados são decorrentes de maus hábitos como roer
as unhas ou limpá-las com os dentes, fumar ou alimentar-se nos locais de trabalho.

SENAI-SP 124
Agentes Biológicos

Segundo PEIXOTO (2010), os agentes biológicos são micro-organismos presentes


no ambiente de trabalho que podem penetrar no organismo humano pelas vias
respiratórias através da pele ou por ingestão.
Exemplos: bactérias, fungos, vírus, bacilos, parasitas e outros.

Esses micro-organismos, em sua maioria, são invisíveis a olho nu. São capazes de
produzir doenças, deterioração de alimentos, mau cheiro, etc. Apresentam muita
facilidade de reprodução.
Os casos mais comuns de manifestação são:

Infecções de ferimentos e machucaduras que podem provocar infecção por tétano,


hepatite, tuberculose, micoses da pele, etc., podem ser levados por outros
funcionários para o ambiente de trabalho.

Diarreias causadas pela falta de asseio e higiene em ambientes de alimentação.

Exemplo:

As doenças respiratórias adquiridas por trabalhadores em um escritório onde a


frequência de limpeza dos filtros dos condicionadores de ar não é cumprida,
permitindo assim o acúmulo de pó e a proliferação de bactérias pelo ar.
As medidas preventivas que contribuem para reduzir os riscos de exposição aos
agentes biológicos são a vacinação, a manutenção dos ambientes limpos e os
métodos de controle e uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI).

Agentes Ergonômicos

A ergonomia estuda as relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho


(MARQUES, 2015).

Conforme PEIXOTO (2010), são os riscos relacionados a fatores fisiológicos e


psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais. Esses agentes podem
produzir alterações no organismo e no estado emocional dos trabalhadores,
comprometendo sua saúde, segurança e produtividade.

São fatores ergonômicos considerados causadores de prováveis danos à saúde do


trabalhador: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso

SENAI-SP 125
excessivo, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade,
imposição de ritmos excessivos, jornadas de trabalho prolongadas, repetitividade e
outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico, e iluminação inadequada,
ruído.

rd.com/health/conditions/nervous-breakdown-symptoms/

Dores em certas partes do corpo como ombros e costas, por exemplo, são comuns
em pessoas que ficam muito tempo na frente de um computador em uma postura
inadequada. A Microsoft, multinacional norte-americana que desenvolve softwares,
desenvolveu um guia para orientar como trabalhar de maneira saudável. Dê uma olhada
no Guia para a Computação Saudável, e aprenda mais. Disponível em
https://www.microsoft.com/accessories/pt-br/support/ergonomic-comfort#. Acesso em:
05 set. 2016.

SENAI-SP 126
Equipamentos de proteção individual e coletiva

Você estudou que possivelmente estamos ou estaremos expostos à algum tipo de risco
e que esse risco pode nos trazer prejuízos para a saúde. Mas, o que fazer para nos
protegermos?
Para minimizar os riscos de acidentes, é preciso fazer o uso de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC).
De acordo com a Portaria 3214 de 08 de julho de 1978, em sua Norma
Regulamentadora – NR 6, a empresa é obrigada a fornecer gratuitamente a seus
funcionários os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para proteção adequada
aos riscos existentes no local de trabalho, sempre que as medidas de controle coletivas
forem inviáveis ou estiverem em fase de implantação.

Ao adquirir EPI, deve-se ter a preocupação de que eles possuam o Certificado de


Aprovação (CA), sem o qual o equipamento não terá validade legal.

É de responsabilidade da empresa controlar e disciplinar o uso dos equipamentos


fornecidos, cabendo-lhe a aplicação das punições previstas em lei para aquele que se
recusar a usá-los.
É dever dos empregados usar os EPIs recomendados pela empresa e zelar por sua
conservação.

Tipos e Funções

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Os Equipamentos de Proteção Individual são dispositivos ou produtos de uso individual


utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, 2016).

SENAI-SP 127
O quadro 1 a seguir mostra os tipos mais comuns de EPIs e suas aplicações.

DESCRIÇÃO DO TIPO
TIPO DE EPI IMAGEM ILUSTRATIVA
DE PROTEÇÃO

Proteção do crânio
contra impactos,
Capacete choques elétricos e
no combate a
incêndios.

Proteção contra
partículas, luz
Óculos de
intensa, radiação,
Segurança
respingos de
produtos químicos.

Proteção contra
Luvas de
riscos químicos e
Segurança
físicos.

Proteção contra
riscos de origem
Sapato de
térmica, umidade,
Segurança
produtos químicos
e quedas.

SENAI-SP 128
DESCRIÇÃO DO TIPO
TIPO DE EPI IMAGEM ILUSTRATIVA
DE PROTEÇÃO

Proteção contra quedas


Cintos de
e alturas superiores a
Segurança
dois metros.

Proteção Proteção contra gases,


respiratória névoas, vapores e
(máscaras) poeiras.

Protetores
Proteção contra ruídos.
Auriculares

Quadro 1 – Equipamentos de proteção individual mais comuns Fonte:


Adaptado de MARQUES (2015) apud BRASIL (2014)

SENAI-SP 129
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Segundo MARQUES (2015), os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) são


dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os
trabalhadores dos riscos inerentes aos processos. Como o nome diz, são equipamentos
de proteção coletiva e são utilizados para reduzir os riscos de acidentes.
Por exemplo, um equipamento que emite muito ruído pode ser enclausurado
acusticamente. Esse equipamento pode ser fechado dentro de uma câmara com
isolação acústica com a finalidade de reduzir o nível de ruído no local de trabalho.
Veja a seguir uma lista com os principais EPCs. Esses são os mais comuns. A aplicação
correta dos EPCs pode eliminar um risco do ambiente de trabalho, tornando o uso de
determinado EPI desnecessário.

DESCRIÇÃO DO
TIPO DE EPC IMAGEM ILUSTRATIVA
TIPO DE PROTEÇÃO

Este EPC é usado para


Enclausurament
diminui o ruído gerado
o acústico de
por um determinado
fontes de ruído
equipamento.

É utilizado para garantir


a circulação de ar em
Ventilação de ambientes quentes ou
locais de mesmo ambientes
trabalho poluídos com gases,
fumos e poeira.

SENAI-SP 130
DESCRIÇÃO DO
TIPO DE EPC IMAGEM ILUSTRATIVA TIPO DE
PROTEÇÃO

São usadas para


garantir que
partes móveis de
máquinas não
Proteção de fiquem expostas.
partes
móveis de Essas proteções
máquinas evitam que o
colaborador
prenda partes de
seu corpo nas
máquinas.

Wagner Nascimento (2015)

Os exaustores
servem para
Exaustores para sugar gases e
gases e vapores vapores de
ambientes
fechados.

São utilizados
para garantir um
Ar- padrão
condicinado /
fisiologicamente
aquecedor
para locais aceitável de
frios temperatura para
a execução do
trabalho.

SENAI-SP 131
DESCRIÇÃO DO TIPO DE
TIPO DE EPC IMAGEM ILUSTRATIVA
PROTEÇÃO

A sinalização de
segurança serve para
apontar de forma visual
os perigos de um
Sinalização de ambiente de trabalho.
segurança Também é utilizada para
delimitar áreas seguras
de circulação de pessoas
com demarcação de
corredores.

Serve como ponto de


Corrimão apoio para evitar quedas
de escadas.

As fitas antiderrapantes
Fitas servem para ser
antiderrapantes
de degraus de colocadas em pisos e
escada escadas para evitar
escorregões acidentais.

Visa a atender os limites


aceitáveis de iluminação
Iluminação
para a execução do
trabalho.

SENAI-SP 132
DESCRIÇÃO DO TIPO
TIPO DE EPC IMAGEM ILUSTRATIVA
DE PROTEÇÃO

Visa a evitar
escorregões e
Piso antiderrapante
quedas na área
protegida.

Ò guarda-corpos
oferece uma barreira
em uma altura
mínima para que
Guarda-corpos
uma pessoa não
corra o risco de cair
de uma determinada
altura.

A sirene de incêndio
é ligada a um
dispositivo de
Sirene de alarme
de incêndio disparo, manual ou
automático e serve
para sinalizar uma
emergência.

Quadro 2 – Equipamentos de Proteção Coletiva

Fonte: Adaptado de MARQUES (2015) apud Portal da Educação (2013)

SENAI-SP 133
Comportamento seguro

Entender as principais causas de acidentes de trabalho é o primeiro passo para


prevení-los e, logo, promover mais segurança, saúde e qualidade de vida aos
trabalhadores.

Entre as principais causas de acidentes de trabalho no Brasil, destacam-se:

 Falta de Atenção
 Falta ou não utilizar o EPI adequado
 Falta de proteção do equipamento
 Correria na execução das atividades
 Atitudes imprudentes
 Ausência ou negligência na fiscalização.
 Não cumprimento de leis trabalhistas.
 Negligência aos direitos dos trabalhadores.
 Não manutenção ou não reposição de ferramentas e maquinários.
 Entre os trabalhadores, apurou-se que há outras atitudes que nos levam àsprincipais
causas de acidentes de trabalho:

 Atenção dada ao celular durante o expediente de trabalho.


 Discussões, excesso de conversas, brincadeiras.
 Fofocas no ambiente de trabalho.
 Desatenção no Início da atividade.

SENAI-SP 134
Segundo PEIXOTO (2010), é sabido que no ambiente de trabalho muitos fatores de
ordem física (organização e limpeza precárias) exercem influências de ordem
psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou negativa no
comportamento humano conforme as condições em que se apresentam.
De acordo com MARQUES, 2015, além de todas as capacitações, EPIs e EPCs
que o trabalhador recebe para trabalhar de forma segura, ele também precisa ficar
atento com o comportamento seguro, o que nada mais é que a utilização correta dos
equipamentos e ferramentas, seguir com atenção os procedimentos de segurança e agir
com cautela sempre que houver riscos.

Qualidade de vida no trabalho

Você sabe o que é o QVT? As siglas significam Qualidade de Vida no Trabalho, e isso
é, basicamente, o seu nível de satisfação com o seu ambiente corporativo, o
prazer que uma pessoa tem em seu trabalho. Esse termo tomou força nos anos 60
quando cientistas sociais, empresários e o sindicato começaram a perceber que a
qualidade de vida corporativa dos funcionários influenciava diretamente em seu
rendimento, saúde, bem-estar e eficácia. Eles entenderam que um funcionário que
trabalha em um ambiente bom e é feliz e motivado no trabalho acaba produzindo
mais e melhor. Nos anos 70, principalmente nos Estados Unidos, o termo deixou de ser
apenas uma expressão e começou a ser colocado em prática nas empresas.

Mas o que é a Qualidade de Vida no Trabalho?

As pessoas costumam passar a maior parte de seus dias no seu ambiente


profissional. Com isso, grande parte do que acontece lá irá influenciar no seu
comportamento, rendimento e principalmente na sua saúde. Um ambiente corporativo
de qualidade proporciona segurança, motivação, e desenvolvimento pessoal e
profissional para o colaborador.
A Qualidade de Vida no Trabalho é o nível de satisfação que o funcionário tem com seu
ambiente corporativo e com as atividades exercidas. Um colaborador que está
satisfeito com a empresa que trabalha se torna mais motivado, produtivo, criativo,
saudável e inovador, promovendo assim mais lucros e benefícios para a empresa,
uma vez que se torna mais enérgico e produtivo. A QVT envolve todo um conjunto de
ações que, quando implantadas, tornam o ambiente corporativo agradável e promove
inovações e melhorias na empresa que beneficiam toda a equipe.
Garantir que os colaboradores tenham qualidade de vida no trabalho é vantajoso tanto

SENAI-SP 135
para os funcionários, que estarão mais felizes e motivados, e para a empresa que terá
uma equipe produtiva, eficaz e que fará a empresa crescer continuamente.

E o que os funcionários podem fazer para garantirem a qualidade do ambiente


corporativo?

 Evite fofocas: não pode confundir o local de trabalho com escola. Todos são
profissionais e devem se tratar como tal. Fofocas tornam o clima pesado e
pode acabar criando rivalidade entre as equipes, dividindo assim a empresa;

 Seja pontual e cumpra seus prazos: cumprir sua jornada diária dentro dos
horários estabelecidos e cumprir seus prazos evitarão que suas atividades se
acumulem e que você acabe sendo visto como irresponsável pelos seus
superiores. Ao demonstrar responsabilidade e compromisso, maiores serão as
chances de você ser reconhecido e, consequentemente, se sentir motivado;

 Trabalhe em equipe: contar com o apoio dos seus colegas durante a realização
das atividades torna o trabalho ainda mais produtivo, isso sem contar que é
benéfico para o clima corporativo, pois você criará laços e confiança em sua
equipe;

 Foco: um profissional focado e comprometido com seu trabalho sofre menos


interferências negativas do ambiente;

 Cultive bons relacionamentos: mantenha boas relações interpessoais com seus


colegas e superiores. Isso torna o ambiente melhor e mais favorável.

SENAI-SP 136
Cuidados com a saúde

Postura

A forma como você se senta pode prejudicar a sua coluna, gerando um esgotamento
físico e mental precoce e agudo. Não comprometa o seu rendimento, procure uma
cadeira com boa ergonomia e sente-se adequadamente como na imagem a seguir.

Levante-se da cadeira

Para quem precisa trabalhar sentado, exercícios simples de alongamento vão trazer
maior oxigenação e ajudar no reposicionamento do corpo para alcançar o equilíbrio
postural.

Mantenha uma garrafa d’água na mesa

Ter o líquido à mão, e não levantar para buscar um copo apenas quando sente sede, é
boa estratégia para aumentar o consumo. Na verdade, quando sentimos sede nosso
organismo já está desidratado. É importante não chegar a esse ponto. Isso também
ajuda a controlar o peso. O cérebro confunde sinais de fome com sinais de sede, e
várias vezes acabamos comendo para matar sede.

Escolha bem o lanche da manhã e da tarde

Para comer entre as refeições, as melhores opções são as ricas em proteína e fibras,
mas com baixo teor de gordura e carboidratos. Isso garante saciedade por mais tempo.
Mais fácil é carregar para o escritório frutas com casca. Banana, por exemplo, é prática
e dá uma boa segurada no apetite. Porções de oleaginosas e barras de proteína
também são pedidas magras.

SENAI-SP 137
Administração de stress

Essa é difícil. Quando o prazo do relatório aperta e você começa a pensar no chefe e
no seu emprego, bate o desespero. É preciso se controlar. Até o mais experiente dos
profissionais cai de rendimento quando está muito ansioso ou estressado. Se for
preciso, levante-se e vá para algum ambiente externo para respirar ar puro. Este tempo
“perdido” recompensará em muito no decorrer do dia.

Procedimentos de segurança no trabalho

Conceitos e aplicações

De acordo com MARQUES (2015), as empresas podem elaborar os procedimentos de


segurança no trabalho. Esses procedimentos podem variar de acordo com a atividade
exercida. Normalmente, são escritos com base em normas padronizadas de
segurança no trabalho.

Estes têm o objetivo de assegurar a integridade física dos funcionários durante o


exercício de suas atividades laborais, além de favorecer uma cultura de
comportamento seguro.
O procedimento pode ser apresentado com uma simples checklist de atividades,
podendo ser um checklist de início de atividade ou checklist de segurança.
Checklist é uma lista de várias atividades a serem executadas ou verificadas, como
um procedimento operacional ou mesmo como um manual de instruções (MARQUES,
2015 apud ZOCCHIO, 2002).
No Anexo 1, pode-se conhecer uma aplicação de um checklist de segurança para um
escritório (COUTO,2014), que avalia aspectos de ergonomia, seguindo NR17.

SENAI-SP 138
Normas Regulamentadoras

Segundo MARQUES (2015), as normas regulamentadoras (NRs) são elaboradas pelo


Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Essas normas foram criadas a fim de
promover saúde e segurança do trabalho na empresa. Uma das principais funções
das NRs é garantir o cumprimento da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e
também para detalhá-la.
O Ministério do Trabalho e Emprego mantém a lista das NRs atualizadas e
publicadas em sua página da internet. As normas estão disponívei em:
http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras. Acesso em 12 set. 2016.

A seguir alguns exemplos de NRs que podem ser aplicadas pelo Assistente
Administrativo, para garantir a segurança do trabalho nas empresas e instituições que
atuar:

Nº da NR Tema da NR

NR 01 Disposições Gerais

NR 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

NR 06 Equipamentos de Proteção Individual - EPI

NR 09 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

NR 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 17 Ergonomia

NR 23 Proteção Contra Incêndios

NR 26 Sinalização de Segurança

NR 28 Fiscalização e Penalidades

SENAI-SP 139
Orientações de prevenção de acidentes

No primeiro capítulo, você estudou sobre acidentes, riscos e agentes agressores a


saúde. No entanto, será que é possível prevenir-se desses riscos?
Claro que sim, mas para se prevenir de acidentes do trabalho é preciso seguir
orientações, tais como as que você poderá aprender neste capítulo. Bons estudos!

Mapa de riscos

Mapa de riscos é uma representação gráfica dos pontos de riscos encontrados nos
locais de trabalho, que podem causar prejuízo à saúde dos trabalhadores. É uma
maneira fácil e rápida de representar os riscos de acidentes de trabalho. O
mapeamento permite a identificação de locais perigosos localizando pontos ainda
vulneráveis da empresa e ajuda a desenvolver atitudes mais cautelosas por parte
daqueles que estão expostos a esses riscos, os trabalhadores. Como identifica riscos,
o mapa auxilia o profissional a encontrar soluções que irão contribuir para a eliminação
e/ou controle dos riscos detectados. (FERREIRA; PEIXOTO 2012).
É utilizado para indicar todos os pontos de riscos que a CIPA (Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes) encontrar e, tornar possível sua visualização no ambiente
por todos os trabalhadores do local, pelo Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT), pela administração da empresa e até mesmo por visitantes. (PEIXOTO
2010).
Esta representação é feita por meio de círculos de diferentes tamanhos e cores,
sobre um desenho do leiaute do local analisado, como pode ser visualizado na
ilustração a seguir.

Para evidenciar o grau de risco, utilizam-se três tamanhos:

 Grande: risco grave.


 Médio: risco médio.
 Pequeno: risco leve.

SENAI-SP 140
Representação da gravidade e da cor correspondente a cada risco ambiental Fonte:
PEIXOTO,2010 apud. CTISM

Para ver um exemplo ilustrativo e saber mais sobre mapa de riscos, acesse:

 areaseg.com/sinais/mapaderisco.html

 uff.br/enfermagemdotrabalho/mapaderisco.htm

SENAI-SP 141
Inspeções de segurança

Segundo PEIXOTO (2010), as inspeções de segurança são vistorias e observações


que se fazem nas áreas de trabalho para descobrir situações de risco à saúde e
integridade física do trabalhador. As inspeções de segurança são fontes de
informações que auxiliam na determinação de medidas que previnem a ocorrência dos
acidentes de trabalho. Devem ser aplicadas em toda extensão para proporcionar
resultados compensadores.
De acordo com MARQUES (2015), entre os principais objetivos das inspeções de
segurança estão:

 detecção dos riscos que possam contribuir para a ocorrência de acidentes de


trabalho e doenças ocupacionais;

 redução do número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais;

 elevação do interesse dos trabalhadores pelas questões de segurança e saúde do


trabalho;

 diminuição da ocorrência de danos ao patrimônio físico da empresa;

 redução dos encargos trabalhistas e previdenciários.

Modalidades de inspeção

Ainda segundo PEIXOTO (2010), as inspeções classificam-se em:

Inspeções de rotina: feitas pela CIPA e pelos setores de segurança e manutenção


a partir de prioridades estabelecidas, visando à melhor organização do trabalho.
Também são assim classificadas, as inspeções feitas pelos próprios trabalhadores.
Inspeções periódicas: são feitas normalmente pelos setores de manutenção e
engenharia e se destinam a levantar os riscos existentes em ferramentas, máquinas,
equipamentos e instalações elétricas.
Inspeções eventuais: não têm data ou período determinados; podem ser feitas por
vários técnicos e visam solucionar problemas considerados urgentes.
Inspeções oficiais: são aquelas realizadas por agentes de órgãos oficiais e das
empresas de seguro.
Inspeções especiais: são realizadas por técnicos especializados com aparelhos de
teste e medição. Por exemplo, as medições de ruído ambiental, de temperatura, etc.

SENAI-SP 142
Sinalizações de segurança

Cor na segurança do trabalho

Conforme PEIXOTO (2010), a Norma Regulamentadora – NR 26 tem por objetivo fixar


as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes,
identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as
canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases, e
advertindo contra riscos.
A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de
acidentes.
O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração,
confusão e fadiga ao trabalhador.
A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente quando em área de trânsito
para pessoas estranhas ao trabalho, será acompanhada dos sinais convencionais ou
identificação por palavras. Veja exemplos a seguir:

 VERMELHO: Usados para distinguir equipamentos de combate a Incêndio. Não


deverá ser usado na indústria para assinalar perigo.

 AMARELO: De alta visibilidade, para indicar cuidado.

 BRANCO: Para sinalizar corredores e áreas de primeiros socorros.

 AZUL: Empregado para canalização de Ar Comprimido.

 VERDE: Para indicar caixas de Primeiros Socorros, chuveiros de segurança e


macas.

 LARANJA: Para indicar partes móveis de máquinas e equipamentos, e botões


de arranque de segurança.

 PURPURA: Para armazenamento de materiais radioativos, sinais luminosos etc.

 LILÁS: Para ser empregado em identificação de lubrificantes etc.

 CINZA: Para identificar canalização em vácuo e rede elétrica, etc.

 CINZA ESCURA: Para identificar eletroduto.

 ALUMÍNIO: Para identificar gases, combustíveis de baixa viscosidade (óleo


diesel, gasolina, etc.)

 MARRON: Para identificar quaisquer fluidos não identificados pelas demais


cores.

SENAI-SP 143
Sinalização que utiliza a cor vermelha.

Sinalização que utiliza a cor amarela.

Sinalização que utiliza a cor verde. Fonte: PEIXOTO, 2010 apud. CTISM

SENAI-SP 144
Lembre-se das cores:

Vermelho → PERIGO

Amarelo → CUIDADO

Azul→ AVISOS

Verde→ SEGURANÇA

Laranja → ATENÇÃO

Palavras de advertência

As palavras de advertência que devem ser usadas são: “PERIGO”, para


indicar substâncias que apresentam alto risco. “CUIDADO”, para
substâncias que apresentam risco médio. “ATENÇÃO”, para substâncias
que apresentam risco leve.

Sinalização de interdição
 Forma arredondada.
 Pictograma sobre fundo branco, bordado com tarja vermelha e uma diagonal,
também vermelha.

Sinalização de interdição

Sinalização de alerta

- Forma triangular.
- Pictograma sobre fundo amarelo, bordado de preto.

- Fonte: PEIXOTO, 2010 apud. CTISM


Sinalização de obrigação

SENAI-SP 145
- Forma arredondada.
- Pictograma branco sobre fundo azul.
-

Sinalização de segurança

- Forma retangular ou quadrada. Utilizada em rota de fuga


- Pictograma branco sobre fundo verde.

Fonte: PEIXOTO, 2010 apud. CTISM

Prevenção e combate a incêndio

O risco de incêndio é um grande medo dentro de empresas onde os processos


envolvem elementos inflamáveis. Com os cuidados necessários, esse risco torna-
se menor, proporcionando maior segurança aos trabalhadores.

SENAI-SP 146
Conceitos

Segundo PEIXOTO (2010), a proteção contra incêndios começa com as medidas


que a empresa e todos que nela trabalham tomam para evitar o aparecimento do
fogo. Conclui-se que a palavra de ordem é prevenir e, sendo necessário, combater
o fogo com rapidez e eficiência. Existem algumas maneiras básicas de evitar,
combater e eliminar incêndios:
- Armazenamento de material: manter sempre, se possível, a substância
inflamável longe de fonte de calor e de comburente. Manter no local de trabalho
a mínima quantidade de inflamáveis. Possuir um depósito fechado e ventilado
para armazenamento de inflamáveis e, se possível, longe da área de trabalho.
Proibir que se fume nas áreas onde existam combustíveis ou inflamáveis.

Manutenção adequada.

 Instalação elétrica apropriada: fios expostos ou descascados devem ser evitados,


pois podem ocasionar curtos-circuitos que serão origem de focos de incêndio;
instalações elétricas mal projetadas poderão provocar aquecimento nos fios e ser
origem de incêndios.
 Ordem e limpeza: os corredores com papéis pelo chão, são lugares onde o fogo
pode começar a se propagar, dificultando a sua extinção.
 Decorações, móveis, equipamentos de escritório: devem merecer atenção, porque
podem contribuir para aumentar o volume de material combustível representado
por móveis, carpetes, cortinas e forros falsos.
 Instalação de para-raios: os incêndios ocasionados por raios são bem comuns.
Todas as edificações devem possuir proteção adequada, instalando-se um sistema
de para-raios.

Dicas de prevenção de incêndios

 Não use cestos de lixo como cinzeiros.

• Não jogue pontas de cigarro pela janela, nem as deixe sobre armários, mesas,
prateleiras.
 Respeite as proibições de fumar e acender fósforos em locais sinalizados.
 Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados.
 Não cubra fios elétricos com tapete.

SENAI-SP 147
 Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados.

• Mantenha desobstruídas as áreas de escape e não deixe, mesmo que


provisoriamente, materiais nas escadas e nos corredores.
• Não deixe os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desconecte- os
da tomada.

Combate a incêndios

De acordo com PEIXOTO (2010), mesmo que as medidas prevencionistas sejam


adequadas, saber como combater o fogo também é importante. Os incêndios, em seu
início, são muito mais fáceis de se controlarem. Quanto mais rápido o ataque às
chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi-las. A principal preocupação no
ataque consiste em romper o triângulo do fogo: o combustível, o comburente e o calor.

Como os incêndios são de diversos tipos, as soluções e os equipamentos de combate


também serão diferentes. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o
esforço de combater as chamas ou pode piorar a situação, aumentando-as,
espalhando-as, ou criando novos focos de fogo.

Tipos de equipamentos para combate a incêndios

Os mais utilizados são extintores, hidrantes e chuveiros automáticos. É


necessário que você esteja treinado e habilitado para fazer uso destes equipamentos.

Extintores

Existem quatro tipos de extintores aplicados no combate a incêndios:

- Extintor de espuma.
- Extintor de água pressurizada: o agente extintor é a água.
- Extintor de gás carbônico.
- Extintor de pó químico seco.

Na imagem a seguir você pode conhecer os tipos de extintores mais aplicados em


combat a ncêndio em ambientes administrativos.

SENAI-SP 148
Quadro indicativo das classes de fogo

(*) Com a corrente elétrica desligada a classe C se torna um fogo de classe A ou B. Fonte:
PEIXOTO, 2010 apud. CTISM

Hidrantes e chuveiros automáticos

Os sistemas de proteção por hidrantes, chuveiros automáticos e outros devem ser


estudados dentro de projetos de engenharia. A água para incêndio deve ser
exclusiva e guardada em reservatórios especiais para sua utilização.

A importância do fator humano no combate de um incêndio

O elemento humano, para poder combater eficazmente um incêndio, deve estar


perfeitamente treinado.

SENAI-SP 149
Providências a serem tomadas em caso de incêndio

 Toda a área deve ser evacuada.


 Manter a calma, para evitar o pânico; ninguém deve tentar ser herói.
 Usar extintores ou os meios disponíveis para apagar o fogo, caso saiba.
 Os curiosos e as pessoas de boa vontade só atrapalham.
 A brigada deve intervir e, orientada pelo chefe, isolar a área e dar combate ao

A brigada de incêndio não tem todos os recursos e não domina todas as técnicas
de combate ao fogo. Portanto, um membro da brigada deve chamar, imediatamente, o
Corpo de Bombeiros (193).

 Antes de dar combate ao incêndio, deve ser desligada a entrada de força e ligada a
emergência.
 Acionar o botão de alarme mais próximo ou telefonar para o Corpo de Bombeiros
quando não conseguir a extinção do fogo.
 Fechar portas e janelas, confinando o local do sinistro.
 Isolar os materiais combustíveis e proteger os equipamentos, desligando-os da rede
elétrica.
 Comunicar o fato à chefia envolvida ou ao responsável do mesmo prédio.
 Existindo muita fumaça no ambiente ou local atingido, usar um lenço como máscara
(se possível molhado), cobrindo o nariz e a boca.
 Para se proteger do calor irradiado pelo fogo, sempre que possível, manter molhadas
as roupas, cabelos e calçados.
 Sair dos lugares onde há muita fumaça.
 Não suba, procure sempre descer pelas escadas.
 Não corra nem salte, evite quedas que podem ser fatais.
 Não tire as roupas, pois elas protegem seu corpo e retardam a desidratação.
Se suas roupas se incendiarem, jogue-se no chão e role lentamente. Elas se
apagarão por abafamento.

SENAI-SP 150
PPRA

Conceito e Finalidades

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) visa à identificação dos


riscos ambientais e à tomada de decisão para a contenção desses riscos. O plano está
dividido em quatro fases: antecipação dos riscos, reconhecimento dos riscos, controle
e avaliação dos riscos ambientais (MARQUES 2015, apud BARBOSA FILHO 2011).
Segundo MARQUES (2015), o PPRA está conformidade com a NR 9. Este programa
desse ser elaborado pelo setor de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho,
caso a empresa o tenha. O PPRA pode ser elabora por empresas terceirizadas
especializadas na elaboração e aplicação de PPRA.
O PPRA deve ser visto como um programa de ação contra os riscos ambientais e não é
apenas um documento que deve estar à disposição da fiscalização. O PPRA é um plano
das inciativas para reduzir a exposição dos trabalhadores aos riscos nos processos.
O quadro a seguir traz exemplos de riscos ambientais. Perceba que no quadro os riscos
são divididos em cinco grupos, identificados por cores. Eles representam os agentes
físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos (de acidentes),
respectivamente.

PARA PRATICAR, faça um levantamento dos riscos ambientais do seu local de


trabalho e procure identificar medidas para eliminar ou diminuir esses riscos. Utilize o
quadro dos riscos ambientais como referência.

SENAI-SP 151
Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupo.
Fonte: PEIXOTO, 2010 apud. CTISM

SENAI-SP 152
Exposição ao risco

Os riscos ocupacionais são os perigos que incidem sobre a saúde humana do


trabalhador. Eles podem afetar o bem-estar dos trabalhadores que exercem
determinadas profissões (MARQUES, 2015).
Os riscos de segurança sempre estarão presentes em todos os segmentos de
negócios, inclusive o administrativo. As condições inseguras oferecidas pelos
equipamentos e instalações são as fontes destes riscos.
A exposição está diretamente relacionada ao trabalhador. O controle desta
exposição deve ser feito através de educação, orientação, treinamentos e uso de
EPIs.

Líquidos combustíveis e inflamáveis

Conforme NR 20 da Portaria 3214/78, item 20.1.1 – Fica definido como “líquido


combustível” todo aquele que possua ponto de fulgor igual ao superior a 70 ° C (setenta
graus centígrados) e inferior a 93,3 ° (noventa e três graus e três décimos de graus
centígrados).

Esta definição corresponde ao liquido combustível de Casse ΙΙΙ.

Os tanques de armazenamento de líquidos combustíveis serão construídos de aço ou


concretos, a menos que a característica do líquido requeira material especial, segundo
normas técnicas oficiais vigentes no país.

Todo tanque de armazenamento de líquido combustível, de superfície deverão ser


equipados com respiradouros de emergência.

SENAI-SP 153
Exemplos de distâncias para localização de depósitos de combustível:

Capacidades do tanque Distância mínima do Distância mínima do


(litros) tanque à divisa da tanque
propriedade adjacente às vias públicas (metros)
(metros)
Acima de: 250 até 1.000 1,5 1,5
Acima de: 1.001 até 2.800 3,0 1,5
Acima de: 2.801 até 45.000 4,5 1,5
Acima de: 45.001 até 110.000 6,0 1,5
Acima de: 110.001 até 200.000 9,0 3,0
Acima de: 200.001 até 400.000 15 4,5
Acima de: 400.001 até 25 7,5
2.000.000

Conforme NR 20 item 20.2 - Fica definido como “líquido inflamável” todo aquele que
possua ponto de fulgor igual ou superior a 70 ° C (setenta graus centígrados) e pressão
de vapor que não exceda a 2,8 Kgf/cm2 absoluta a 37,7° C (20.2.1).

Quando o líquido inflamável tem o ponto de fulgor abaixo de 37,7° C, ele se classifica
como líquido combustível de Classe Ι (20.2.1.1).

Aqueles que apresentam ponto de fulgor entre 37.7 ° C e 70 ° C, estão classificados


como líquido combustível de Classe ΙΙ (20.2.2).

Os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis serão construídos de aço ou


concreto, a menos que a característica do líquido requeira material especial, segundo
Normas técnicas oficiais vigentes no país (20.2.2).

Todo tanque de armazenamento de liquido inflamável, de superfície deverão ser


equipados com respiradouros de emergência. (20.2.3).

A tabela de distanciamento segue as Normas do Líquido Combustível.

SENAI-SP 154
Armazenagem de materiais perigosos:

Identificação

Em razão da existência de mercadorias nocivas, insalubres, corrosivas, abrasivas,


inflamáveis, que se denominam genericamente como "Cargas Perigosas", surge à
necessidade de se adotar precauções especiais no manuseio das mesmas.

Considerando que as mercadorias perigosas, pela sua natureza fïsico-química, possam


vir a oferecer perigo para a equipe, além dos equipamentos e instalações, a prudência
quanto à segurança deve ser adotada obrigatoriamente em todas as fases da
movimentação, abrangendo tanto as fases de armazenagem quanto às de transporte.

Merece também ser lembrado que deve ser impedida a aproximação de cargas
impregnáveis de outras passíveis de forte exalação; aproximação de volumes
sujeitos a vazamentos de outros passíveis de avarias, inclusive, por
contaminação. Alguns produtos cujo cheiro pode avariar outras cargas são, por
exemplo, bacalhau, café, fumo, charque, peles, couros, madeiras, carvão,
naftalina, borracha, fertilizantes e vegetais, cuja fermentação desprende odores
fortes.

Diferentemente do que se costuma crer, a carga perigosa é apenas potencialmente


capaz de trazer riscos ao ser humano, ao meio ambiente, às demais cargas e ao
patrimônio a seu redor, e não de efetivamente de fazê-lo. A diferença está única e
exclusivamente na embalagem, cuja responsabilidade é direta é totalmente do seu
proprietário.

A classificação das cargas perigosas é feita internacionalmente pela IMO -


Organização Marítima Internacional, de acordo com critérios padronizados, onde
cada produto perigoso é enquadrado em uma das classes de l a 8, conforme
constante do International Maritime Dangerous Goods. Os produtos perigosos que
ainda não foram enquadrados em nenhuma dessas classes vão para a classe 9.

Cada produto tem um número de identificação e um nome próprio que lhe são
peculiares, ambos atribuídos pela IMO. Esse nome e número devem constar em
qualquer documento relativo a esse produto enquanto carga.

No Brasil, a normatização das cargas perigosas é dada pela Associação Brasileira


de Normas Técnicas - ABNT, por meio das NBR-7500 e NBR-8286.

SENAI-SP 155
CLASSES DE CARGAS PERIGOSAS
Classe l - EXPLOSIVOS
Subdivisões da Classe l:

1.1- Substâncias que apresentem risco de explosão de toda a sua massa (Baixo
ponto de fulgor);

1.2- Substâncias que apresentem risco de projeção, mas não de explosão de toda
a sua massa (Médio ponto de fulgor);

1.3- Substâncias que apresentem risco de ignição, na qual se produzam efeitos


de onda de choque ou projeção, ou de ambos os efeitos, mas que não
apresentam risco de explosão de toda a sua massa (Alto ponto de fulgor).

Classe 2 - GASES INFLAMÁVEIS

Classe 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

Classe 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS

Classe 5 - ÓXIDOS E PERÓXIDOS

Classe 6-VENENOS

Classe 7 - RADIOATIVO

Classe 8 - CORROSIVOS

Classe 9 - OUTROS NÃO-ESPECIFICADOS

Para que as equipes atuando nas áreas de armazenagem da sua empresa não
esqueçam das classes de carga perigosa, anote a seguinte fórmula mnemônica,
transcreva-a e entregue a cada membro da equipe:

1 2 3 4 5 6 7 8 9

EX GA LI SOL OXI VE RA CO ES

SENAI-SP 156
Figura 16 –Tabela de Rótulo de Riscos. Manual Abiquim

Localização

Entre as classes de risco, existem incompatibilidade entre elas, ou seja, não é


possível armazenagem, movimentar, separar materiais incompatíveis. Caso isto
ocorra poderá ocorrer acidente grave com a equipe manipuladora.

Todo material precisa estar com a identificação visível disponível, pois não pode
existir dúvidas na movimentação destes materiais.

SENAI-SP 157
Figura 17 –Fotos de Produtos Perigosos identificados.

Manipulação
Todos os profissionais que manuseiam produtos classificados como perigosos,
precisam fazer um curso de instrução de manuseio deste tipo de produtos.

Figura 18 –Modelo de Conceito de consulta de produtos pedigosos.Manual


Abiquim

SENAI-SP 158
SEGURANÇA NA MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGA

Manuseio incorreto de cargas pode trazer aos trabalhadores sérias conseqüências, tais
como: dores na costas, desvios de coluna, mãos e pés esmagados etc.
Levantamento e a movimentação manual de cargas exigem a obediência a certas
regras básicas, a fim de eliminar os riscos de acidentes e, conseqüentemente, evitar
que as pessoas se tornem incapazes para o trabalho e para o lazer.
Antes de levantar uma carga, verifique:

As características gerais da carga, tais como:


 peso;
 forma;
 volume
 se existem avarias;
 se possui arestas cortantes, pontas ou rebarbas;
 o(s) ponto(s) pelo(s) quai(s) deve(m) ser manuseado(s);
 e, principalmente, se a carga deverá ser transportada por uma ou mais pessoas.

Se o caminho a ser percorrido está desimpedido.


 não deixe para pensar nisso quando estiver carregando peso;
 não desperdice seu esforço.

SENAI-SP 159
Se irá precisar de ajuda.
 volume é muito pesado para você?
 precisará do auxílio de algum colega?
 precisará utilizar algum acessório para movimentar a carga?

Levantamento manual de cargas


Levantamento manual de cargas exige certas precauções, afim de evitar problemas de
saúde.

Siga estas regras básicas:


 Posicione-se junto à carga com os pés separados, para manter o equilíbrio.
 coloque um pé um pouco mais à frente que o outro;
 aproxime-se bem da carga.

Ao abaixar-se, mantenha a coluna vertebral reta e a cabeça em posição natural. Os


braços devem estar o mais próximo possível do corpo.
dobre os joelhos para se agachar;
não dobre as costas.

SENAI-SP 160
Segure a carga firmemente, usando a palma das mãos e todos os dedos.
consiga uma boa “pega” e verificando antes se não há rebarbas ou superfície cortantes.

Levante a carga, pouco a pouco, usando somente a força da pernas. Respire fundo e
segure o ar nos pulmões durante o levantamento.
 mantenha os braços estendidos, pois ajudam a manter as costas retas;
 cuidado para não perder o equilíbrio;
 lembre-se da posição dos pés.

SENAI-SP 161
Faça seu percurso mantendo a carga junto ao corpo e centralizada entre as pernas.
mantenha a coluna vertebral na posição reta.

Ao descarregar, abaixe-se dobrando as pernas.


 proceda da forma inversa à do levantamento;
 não dobre as costas;
 deposite a carga de tal forma que ela fique estável, segura.

Nunca gire o corpo com a cintura quando for deslocar um peso.


 vire-se sobre os pés.

SENAI-SP 162
Planejamento e controle da produção

Atividades de Planejamento e Controle da Produção


Em um sistema de manufatura, toda vez que são formulados objetivos, é necessário
formular planos de como atingi-lo, organizar recursos humanos e físicos necessários para
a ação, dirigir a ação dos recursos humanos sobre os recursos físicos e controlar esta
ação para a correção de eventuais desvios.

No âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela função de


Planejamento e Controle da Produção (PCP).

PCP como Programação e Controle da Produção, será definido como "Um conjunto de
funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo
com os demais setores administrativos da empresa".

O objetivo do PCP é proporcionar uma utilização adequada dos recursos, de forma que
produtos específicos sejam produzidos por métodos específicos, para atender um plano de
vendas aprovado.

Também podemos dizer que o objetivo do PCP é fornecer informações necessárias para o
dia-à-dia do sistema de manufatura reduzindo os conflitos existentes entre vendas,
finanças e chão-de-fábrica.

O objetivo principal do PCP é comandar o processo produtivo, transformando informações


de vários setores em ordens de produção e ordens de compra - para tanto exercendo
funções de planejamento e controle - de forma a satisfazer os consumidores com
produtos e serviços e os acionistas com lucros.

Para atingir estes objetivos o PCP reúne informações vindas de diversas áreas do sistema
de manufatura.

SENAI-SP 163
•1. Aprazamento

Estabele prazos e atribuição de datas ou horários. Quando produção contínua, fragmentar


em períodos menores (como datas, dias, semanas ou meses).

2. Roteiro

O roteiro deve levar em conta o layout de produção ou ainda descrever a sugestão de um


novo que se adequeao processo.

Estabele da melhor sequencia ou fluxo para atender ao plano de produção. Quanto mais
operações um produto contém, melhor deve ser o roteiro para estabelecer o caminho do
produto na produção

3. Emissão de Ordens

Constitui no núcleo de informações da produção.

É necessário informar por documentos todas as unidades envolvidas direta ou


indiretamente a produção das decisões sobre o quê, como, quando, quanto e onde
produzir. Fazer trabalhar de forma integrada e coordenada na produção.

A Ordem de Produção (OP) é um comando para a produção produzir um determinado


item. Normalmente é feita através de um documento que reúne as especificações do item
e seu processo de fabricação. Dependendo da indústria ou do sistema informatizado
utilizado, a palavra produção pode ser substituída por trabalho, fabricação, serviço,

SENAI-SP 164
montagem, corte , dentre muitos outros possíveis nomes que levam à siglas como OT, OF,
OS, OM, OC etc.

A ordem de produção é composta por pelo menos três informações básicas:


 O item que vai ser produzido, com seu código e descrição
 A quantidade que vai ser produzida, na unidade de medida principal e
eventualmente em unidades de medidas secundárias
 A data de entrega planejada

Com isso, se você precisa produzir 1000 unidades do parafuso M10 (código 123M100)
para o dia 2 de maio de 2020 e 500 unidades do mesmo parafuso para o dia 25 de maio
de 2020, você precisará gerar duas ordens de produção.

Chamamos de ciclo de vida da ordem de produção, que pode ir desde o seu planejamento
até o seu encerramento. Por meio desse ciclo, a OP se torna o elo entre PCP e compras,
produção e estoques, e sem ele seria impossível executar o planejamento, a programação
e o controle da produção.

A ordem de produção é fundamental para a gestão industrial. Por meio dela você e sua
equipe irão conseguir iniciar o processo de gestão de toda a sua produção, desde o
planejamento e controle da produção até a gestão de compras e estoques.

Sem OPs a sua produção ficará sem rumo e provavelmente haverá diversos atrasos,
perdas de materiais, falta de informações sobre quantidades de materiais em estoque,
falta ou excesso de materiais no almoxarifado, paradas de máquina de máquina
desnecessárias, entre outros problemas.

SENAI-SP 165
Ordem de produção gerado por um sistema industrial

Exemplo de documento de ordem de produção gerado no sistema Nomus ERP Industrial

SENAI-SP 166
4. Liberação da Produção

A liberação representa o sinal verde para que todos os recursos sejam mobilizados e
coordenados para a execução das ordens.

É a última fase da programação de produção:

 Recebe o feedback da verificação da disponibilidade dos recursos;

 Distribui as OP para os departamentos especializados;

Ordem de produção encerrada parcialmente e totalmente

Depois que a produção é concluída, a ordem pode ser parcialmente encerrada ou


encerrada totalmente. Os materiais que estavam em produção são apropriados pela
produção (deixam de existir) e o produto da ordem, que pode ser um semiacabado, ou
acabado, vai para o estoque correspondente. Seja estoque de produtos acabados ou um
almoxarifado de produtos semiacabados.

Sendo assim, pode-se considerar o PCP como um elemento central na estrutura


administrativa de um sistema de manufatura, passando a ser um elemento decisivo para à
integração da manufatura.

Podemos considerar o PCP um elemento decisivo na estratégia das empresas para


enfrentar as crescentes exigências dos consumidores por melhor qualidade, maior
variação de modelos, entregas mais confiáveis. Por isso, a necessidade de se buscar uma
maior eficiência nos sistemas de PCP.

Dificilmente se encontra, na prática, dois sistemas de Planejamento e Controle da


Produção iguais.

Os principais fatores responsáveis por esta diferenciação são: tipo de indústria, tamanho
da empresa e diferenças entre estruturas administrativas.

No entanto, independente do sistema de manufatura e estrutura administrativa, um


conjunto básico de atividades de PCP deve ser realizado.

Estas atividades são necessárias para a consecução dos objetivos do PCP, mas não
necessariamente deverão estar todas sendo executadas numa área específica. Isto
dependerá da configuração organizacional adotada pelo sistema de manufatura.

A figura seguinte ilustra as atividades de PCP mais facilmente encontradas e executadas.


As atividades devem ter uma hierarquia, isto é, devem ser executadas segundo uma
ordem.

SENAI-SP 167
No entanto lembramos que o uso dessa abordagem requer cuidados para não se incorrer
em sub-otimização.

Figura: Estrutura do processo decisório do Planejamento e Controle da Produção.

Estas atividades mais facilmente encontradas em um PCP serão discutidas sucintamente


a seguir. Um relato mais detalhado das mesmas, pode ser encontrado em Silver &
Peterson (1985), Plossl (1985), dentre outros.

As atividades de Planejamento e Controle da Distribuição e Planejamento do Produto


Acabado não serão descritas, uma vez que fazem parte da área de vendas, a qual não é
objetivo de estudo deste trabalho.

SENAI-SP 168
Previsão de Demanda
As análises das futuras condições de mercado e previsão da demanda futura, são da
maior importância para a elaboração do Planejamento de Longo Prazo.

Mesmo em indústrias que fabricam produtos sob encomenda, onde não se faz nenhum
estudo formal de previsão de demanda, a alta direção pode fazer conjecturas sobre o
estado da economia e o seu impacto nos negócios futuros da empresa.

Três níveis hierárquicos para o PCP :

• Nível Estratégico (longo prazo);

• Nível Tático (médio prazo);

• Nível Operacional (curto prazo)

Curto prazo: estão relacionadas com a Programação da Produção e decisões relativas


ao controle de estoque.

Médio prazo: o horizonte de planejamento varia aproximadamente de seis meses a dois


anos. Planos tais como: Plano Agregado de Produção e Plano Mestre de Produção se
baseiam nestas previsões.

Longo prazo: o horizonte de planejamento se estende aproximadamente a cinco anos ou


mais. Auxilia decisões de natureza estratégica, como ampliações de capacidade,
alterações na linha de produtos, desenvolvimento de novos produtos, etc.

Previsões de demanda podem se basear em dados referentes ao que foi observado no


passado (previsão estatística) ou em julgamentos de uma ou mais pessoas (predição).
Um bom sistema de previsão deve ter boa acuridade, simplicidade de cálculo e habilidade
de rápidos ajustes frente às mudanças.

Planejamento Agregado de Produção

Elabora-se com base no Planejamento de Longo Prazo, o Planejamento Agregado de


Produção, cujo resultado é um plano de médio prazo que estabelece níveis de produção,
dimensões da força de trabalho e níveis de estoque. O horizonte do Plano Agregado de
produção pode variar de 6 à 24 meses, dependendo da atividade industrial.

O planejamento é feito em termos de famílias de itens, isto é, os produtos a serem


produzidos não são definidos de forma a terem uma constituição individual e
completamente especificada, mas são agregados formando famílias de itens
semelhantes.

SENAI-SP 169
A atividade de planejamento agregado nem sempre é considerada de forma isolada como
nesta análise acadêmica.

Particularidades de cada indústria, tais como previsibilidade da demanda e alto nível de


repetibilidade dos produtos, fazem com que muitas vezes ela nem seja executada. Neste
caso, ela tende a ser absorvida pelo Planejamento Mestre da Produção que é uma
atividade subsequente e mais detalhada.

Planejamento Mestre da Produção

O Planejamento Mestre da Produção (PMP) é o componente central da estrutura global.


Gerado a partir do plano agregado de produção, desagregando-o em produtos acabados,
guiará as ações do sistema de manufatura no curto prazo, estabelecendo quando e em
que quantidade cada produto deverá ser produzido dentro de um certo horizonte de
planejamento.

Este horizonte de planejamento pode variar de 4 à 12 meses, sendo que quanto menor for
o horizonte de tempo maior será a acuracidade do PMP. Lembramos que quando existem
diversas combinações de componentes para se obter o produto, pode ser preferível
elaborar o PMP com base em produtos de níveis intermediários.

O PMP é um elemento fundamental na compatibilização dos interesses das áreas de


Manufatura e Marketing.

Planejamento de Materiais

É a atividade através da qual é feito o levantamento completo das necessidades de


materiais para execução do plano de produção. A partir das necessidades vindas da lista
de materiais, das exigências impostas pelo PMP e das informações vindas do controle de
estoque (itens em estoque e itens em processo de fabricação), procura determinar
quando, quanto e quais materiais devem ser fabricados e comprados.

O planejamento de materiais está intimamente ligado ao gerenciamento de estoques. Os


tipos de estoques são : matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados.

Os estoques consomem capital de giro, exigem espaço para estocagem, requerem


transporte e manuseio, deterioram, tornam-se obsoletos e requerem segurança. Por isso,
a manutenção de estoques pode acarretar um custo muito alto para um sistema de
manufatura.

O Planejamento de Materiais deve portanto ter como objetivo reduzir os investimentos em


estoques e maximizar os níveis de atendimento aos clientes e produção da indústria.

SENAI-SP 170
Planejamento e Controle da Capacidade

É a atividade que tem como objetivo calcular a carga de cada centro de trabalho para
cada período no futuro, visando prever se o chão-de-fábrica terá capacidade para
executar um determinado plano de produção para suprir uma determinada demanda de
produtos ou serviços.

O Planejamento da Capacidade fornece informações que possibilitam: a viabilidade de


planejamento de materiais; obter dados para futuros planejamentos de capacidade mais
precisos; identificação de gargalos; estabelecer a programação de curto prazo e estimar
prazos viáveis para futuras encomendas.

O Controle da Capacidade tem a função de acompanhar o nível da produção executada,


compará-la com os níveis planejados e executar medidas corretivas de curto prazo, caso
estejam ocorrendo desvios significativos.

Os índices de eficiência, gerados pela comparação dos níveis de produção executados


com os níveis planejados, permitem determinar a acuracidade do planejamento, o
desempenho de cada centro produtivo e o desempenho do sistema de manufatura.

Programação e Sequenciamento da Produção

A atividade de programação determina o prazo das atividades a serem cumpridas,


ocorrendo em várias fases das atividades de planejamento da produção. De posse de
informações tais como: disponibilidade de equipamentos, matérias-primas, operários,
processo de produção, tempos de processamento, prazos e prioridade das ordens de
fabricação; as ordens de fabricação poderão ser distribuídas aos centros produtivos onde
será iniciada a execução do PMP.

Segundo Martins (1993) os objetivos da programação e sequenciamento da produção são


aumentar a utilização dos recursos;
• reduzir o estoque em processo;
• reduzir os atrasos no término dos trabalhos

Para Resende (1989) a programação acontece em três níveis :


• Programação no nível de planejamento da produção - é realizada na elaboração do
PMP, quando se procura encontrar as quantidades de cada tipo de produto que
devem ser fabricados em períodos de tempo sucessivos.
• Programação no nível de Emissão de Ordens - acontece durante o processo de
planejamento de materiais, onde determina, com base no PMP, quais itens devem ser

SENAI-SP 171
reabastecidos e suas datas associadas de término de fabricação e chegada de
fornecimento externo.
• Programação no nível de Liberação da Produção - determina para cada ordem de
fabricação, quando é necessário iniciar a fabricação e quanto é preciso trabalhar em
cada uma das operações planejadas. Isso é possível pelo conhecimento do tempo de
passagem de cada componente, o qual contém o tempo de processamento e de
montagem de cada operação, os tempos de movimentação e espera existentes entre
cada operação.

Controle da Produção e Materiais

Tem como objetivo acompanhar a fabricação e compra dos itens planejados, com a
finalidade de garantir que os prazos estabelecidos sejam cumpridos.

A atividade de Controle da Produção e Materiais também recolhe dados importantes


como: quantidade trabalhadas, quantidade de refugos, quantidade de material utilizado e
as horas-máquina e/ou horas-homem gastas.

Caso algum desvio significativo ocorra, o Controle da Produção e Materiais deve acionar
as atividades de PMP e Planejamento de Materiais para o replanejamento necessário ou
acionar a atividade de Programação e Sequenciamento da Produção para reprogramação
necessária.

Folha de Processos

A folha de processos é um documento que contém todas as informações necessárias


para que se possa montar o produto específico. Ter esse documento como guia significa,
na prática, que todos estarão falando a mesma língua e garante a continuidade do
trabalho mesmo que outras pessoas precisem continuá-lo na metade.

Em empresas de todos os tipos e portes, as falhas de comunicação podem ocasionar


erros. Em uma fábrica, eles não podem ocorrer principalmente porque uma etapa está
necessariamente atrelada à seguinte e alguns erros não podem ser reparados facilmente.
É por isso que quando se busca um trabalho uniforme e eficiente, é preciso estabelecer
algumas metodologias.

Cada peça possui a sua folha de processos elaborada previamente pela Engenharia
Industrial com auxílio das informações e solicitações de montagem enviadas pelo cliente.

SENAI-SP 172
Os responsáveis pela tarefa e todos os envolvidos devem ler e entender todas as
informações e certificar-se de que todos os processos foram realizados de acordo com as
instruções.

Isso é imprescindível especialmente porque evita erros por falha de informação. Quando
não há o entendimento pleno sobre o que o cliente precisa e o que será feito, pequenas
inconsistências podem surgir. Sendo assim, a elaboração e a aprovação da folha de
processos talvez seja o ponto de partida principal para a montagem de placas eletrônicas
de excelência.

SENAI-SP 173
Anotações necessárias em uma folha de processos

Elaborar uma boa folha de processos vai depender muito de como a fábrica funciona. Por
isso, não existe um modelo 100% fechado. Inclusive, é interessante que o documento não
seja engessado a ponto de não contemplar especificidades de cada trabalho. Algumas
informações são indispensáveis para uma boa comunicação. Sem elas, pode haver erros
de produção. Observe atentamente cada uma delas:

Identificação do produto

Pode parecer algo óbvio, mas documentos sem identificação podem ser confundidos com
outros e causar uma verdadeira confusão. A informação deve ficar bem no início da folha
e deve conter o nome do produto e o código do cliente. Cuidado com nomes parecidos ou
que possam confundir o operador. Busque formas de deixar a identificação explícita
quanto possível.

Cuidados e Verificações

Aqui são descritos alguns cuidados e verificações relevantes que devem ser feitos antes
de iniciar o processo produtivo. Isso vale para o número de peças, ajustes na máquina,
precauções de segurança. É fundamental frisar que, durante o treinamento dos
funcionários, é preciso deixar clara a importância desta etapa. Muitas vezes um simples
ajuste na máquina pode travar todo o processo e ocasionar a perda de materiais.

Fluxo de Processo

Essa é uma das partes que merecem atenção total no momento de executar a folha de
processos, pois o fluxograma deve informar de maneira nítida e objetiva a sequência de
processos a qual o produto deve ser submetido. Assim, o operador consegue ter ciência
sobre o que veio antes e saber o que vem depois. Isso não pode ser deixado de fora, pois
somente com esse procedimento é possível identificar mais facilmente se a montagem
está correndo bem. Se, por exemplo, a etapa anterior previa a colocação de uma camada
de verniz e a placa chega sem esse acabamento imediatamente é possível verificar o que
houve de errado.

Equipamentos e ferramentas

Assim como em uma receita, a folha de processos também coloca em evidência quais
equipamentos e ferramentas precisam ser utilizados naquela etapa. Isso evita qualquer
dúvida no momento de carregar os programas para montagem do produto. A folha de
processos informa o nome exato do programa que deve ser carregado em cada
equipamento utilizado. Ela também mostra a receita do forno de refusão, quando utilizado,
e outras possíveis ferramentas utilizadas no processo.

SENAI-SP 174
Observações de montagem

Aqui entram algumas das especificidades de cada cliente citadas no início do texto. Este
espaço é destinado às observações de montagem ou processos específicos, além do
padrão de montagem que será informado nas próximas etapas. Nesse momento
ressaltamos mais uma vez a necessidade de treinar bem os funcionários para a utilização
da folha de processos. Ela deve ser lida do começo ao fim e respeitada em todos os
detalhes.

Estações de Montagem

Para evitar excesso de informações, recomenda-se que as folhas de processo sejam


divididas com número máximo de dez itens por página. Os mapas facilitam a identificação
do componente e podem ser utilizados para revisão na etapa SMD. Podem ser úteis para
montagem manual. Feito isso, as cores de identificação ajudam a encontrar cada caixa de
componentes, evitando erros.

SENAI-SP 175
SENAI-SP 176
Recebimento e Expedição de Materiais

O recebimento de novas mercadorias é um processo muito importante em um centro de


distribuição, mas é preciso compreender que isso envolve muito mais do que apenas
receber produtos.

Em primeiro lugar, é interessante adotar o uso de softwares para esse fim, para que a
conferência da qualidade e quantidade da carga, bem como a emissão de nota fiscal se
torne uma tarefa mais rápida e simples.

Para isso, pode ser útil apostar em leitores de códigos de barras e coletores de dados —
uma grande contribuição da tecnologia para o setor de logística.

O recebimento de materiais em qualquer empresa, normalmente se enquadram na


seguinte rotina: o material chega ao recebimento da empresa e ali são conferidas, sua
quantidade e especificação. Em alguns casos, o número do pedido emitido ao fornecedor
(controle rigoroso de custos em estoque).

Emite-se um relatório de recebimento com determinado número de vias para atender ao


aspecto burocrático. Isto feito, aqueles materiais que deverão passar por inspeção são
encaminhados à mesma enquanto que os demais são encaminhados aos respectivos
almoxarifados, quando a empresa possuir almoxarifados específicos para cada família de
material.

As vias do relatório de recebimento são encaminhadas a Contabilidade de Custos e ao


setor de Contas a Pagar, acompanhado das notas fiscais.

Quando o material chega ao almoxarifado, o mesmo deve ser classificado codificado e


guardado em local pré-determinado.

SENAI-SP 177
Fonte: Moura (2008), p.38

Recebimento: procedimentos

A função do recebimento consiste nas seguintes fases:

1. retirar a carga do veículo;


2. conferir a mercadoria;
3. efetuar a triagem da mesma (em alguns casos), marcando a zona, região ou box
relacionados com o destino. Essa última operação ocorre nos depósitos que trabalham
com distribuição física de produtos em trânsito como, por exemplo, uma empresa
transportadora, o depósito de uma grande loja ou de uma firma varejista, etc

SENAI-SP 178
Os seguintes aspectos são geralmente abordados no estudo desse componente ou
subsistema:

 as características da carga a ser descarregada;


 o equipamento e o pessoal necessário para efetuar a descarga de um veículo
padrão;
 o número, arranjo e dimensões das posições (ou berços) de acostagem dos
caminhões na doca de descarga;
 a área na doca necessária para conferência, triagem e marcação da mercadoria
recebida.

Aspectos do material quanto

 Similaridades - itens semelhantes devem ser armazenadas próximas. Exemplo:


peças de pequeno porte como os rolamentos, correias etc...
 Popularidade - itens de grande rotatividade no almoxarifado devem ser, colocados
mais próximos a ponto de entrega do material.
 Tamanho - é importante ressaltar dois aspectos quanto ao tamanho, ou seja, as
dimensões individuais do produto e a sua quantidade de estoque.
 Características - devem ser consideradas quanto a sua categoria. Exemplo:
produtos perigosos, deterioráveis, sensíveis, perecíveis, de alto valor, etc.

Aspecto de espaço físico

Algumas características de espaço são importante na determinação de onde um dado


produto possa ser estocado. Geralmente são:

 Natureza do espaço - conveniência para estocagem ou não de um item especifico.


 Localização - em relação a outras atividades associadas.
 Características de construção - Capacidade de carga do piso, facilidade de carga
e descarga, altura livre de empilhamento, portas, etc.
 Necessidade de espaço - Corredores, ruas, etc.

Aspecto do sistema de apanha do material:

 Entrega imediata - o local de armazenagem deve se próximo ao local de


expedição (ou entrega), já que nessas condições o tempo é de vital importância.
 Atendimento às encomendas sob pedido - nesse caso a localização passa a ter
importância secundária; isto porque a solicitação é sempre previa e o tempo de
atendimento mais flexível.

SENAI-SP 179
Picking

Já ouviu falar em picking? Também conhecido como order picking, esse é o processo pelo
qual ocorre a separação e preparação dos pedidos para entrega. Em outras palavras, essa
prática consiste em recolher e separar produtos de diferentes categorias para enviá-las
aos clientes da empresa. Apesar de exigir uma mão de obra maior, essa técnica que tem
evoluído bastante e já é aplicada em grandes empresas varejistas. Atualmente, por
exemplo, há o uso de sistemas de voz, que dão o comando para que o funcionário separe
a mercadoria indicada, informando-lhe a localização no CD e a quantidade a ser separada,
o que torna tudo mais simples e ágil.

Expedição

O último processo que abordaremos no post de hoje é exatamente um dos mais


relevantes dentro da logística de um centro de distribuição. A expedição dos produtos é a
última etapa realizada por esse setor e, por isso mesmo, precisa ser desempenhada com
perfeição.

Dessa maneira, a conferência do carregamento a ser organizado nos veículos de


transporte, a validação desses pedidos e a separação e expedição da documentação
necessária para que a transportadora realize a entrega aos seus clientes, merece uma
atenção especial.

Assim, além de rápido, todo o processo deve ser executado de maneira a não
comportar erros e falhas. A automatização desse processo parece ser a solução mais
adequada, já que sistemas informatizados são mais seguros e facilitam a conferência de
todos as tarefas a serem cumpridas.

Depois de todas as informações apresentadas no post de hoje, podemos perceber que as


atividades desempenhadas em um centro de distribuição são de suma importância para o
sucesso de um negócio. Assegurar que todos esses processos sejam devidamente
realizados é um dos grandes desafios de um gerente logístico.

No entanto, com as boas práticas que trouxemos hoje, você conseguirá tornar esses
procedimentos mais eficientes, contribuindo para o crescimento da empresa e, com isso,
ter o seu trabalho reconhecido.

SENAI-SP 180
Expedição: Procedimentos

Figura–Fluxo de expedição. BALLOU, Ronald H. Gerenc. da Cadeia de Suprimentos/Logísticaempresarial.

Os elementos de processo que compõem o macroprocesso de expedição podem ser


divididos conforme o fluxo apresentado no fluxograma acima, embora essa não seja uma
estrutura extremamente rígida.

Obviamente, o fluxo apresentado pode variar dependendo do tipo de indústria, modo de


distribuição, tamanho da empresa e grau de tecnologia envolvido no processo.

Recebimento de pedidos: consiste na passagem dos pedidos provenientes da


administração de vendas, passando pela produção (caso seja necessário) indo para a
expedição, o que não significa que essa passagem seja física, pode ser on line.

A função de reserva de produto ou alocação de estoques é de responsabilidade da


expedição, que segue seguir as prioridades estabelecidas pelo departamento de vendas.
Isso por causa da dificuldade de obter-se informações de estoque em tempo real e pelos
custos logísticos.

Consolidação de pedidos: consiste no processo de análise e agrupamento de pedidos


com base nas características do produto, rotas de entrega, datas requeridas e localização
dos clientes, visando obter o menor custo e o melhor serviço pelo melhor aproveitamento
do transporte e pela melhoria das atividades operacionais do centro de distribuição. Este
tipo de separação pode ser feito também por cliente, pro produto ou por frete.

Planejamento e programação do transporte: esse processo visa selecionar o melhor e o


mais eficaz modo de efetuar o transporte, se em caminhão, navio, trem, avião, etc. Uma
vez definido o modo de transporte, define-se se será feito por uma transportadora. Caberá
ao planejador contratar a organização que cumprirá a tarefa para lhe passar informações
sobre a carga a ser movimentada e a documentação necessária.

SENAI-SP 181
A formação da carga é atividade essencial na programação de transporte e se
complementa com a escolha dos roteiros de transporte. A composição da carga do veículo
deve considerar variáveis importantes e que bem utilizadas poderão trazer vantagens para
a empresa.Variáveis como distância a ser percorrida, roteiro, capacidade, característica do
produto são fundamentais na programação de transporte.

Estabelecer rotas de transporte: a definição de rotas ou roteiros de transporte consiste


em se formar as cargas com base na localização física do cliente, modo de transporte a
ser usado e capacidade do veículo. Nesta etapa do processo, um pedido do cliente pode
ser transformar em múltiplas ordens de carga, que por sua vez gerarão múltiplos
documentos de transporte.

Seleção da empresa de transporte: tem como base à qualidade dos serviços prestados,
negociação de fretes e disponibilidade de veículos. Muitas organizações possuem
contratos exclusivos com empresas transportadoras. Dessa forma, esse passo é muitas
vezes desnecessário, uma vez que os serviços estão definidos em acordos contratuais. O
mesmo pode acontecer com clientes, eles já definirem o tipo de transporte e a empresa
transportadora.

Separação de produtos: consiste em uma série de atividades que vai desde a retirada do
estoque dos produtos a serem enviados aos clientes até a sua colocação em determinado
local para que seja efetuado o carregamento do veículo.

Existem aplicações de sistemas no mercado que beneficiam esse processo principalmente


quando a movimentação de produtos é bastante grande, tais como:

otimização do tempo, pessoas e custos no processo de separação por meio de simulação


dinâmica, considerando distâncias, equipamentos e velocidades de movimentação dentro
do armazém.

Carregar veículos: trata-se de colocar o produto no veículo conforme ordens de carga


previamente geradas com base nos pedidos dos clientes. O carregamento pode ser
influenciado por alguns fatores:

1. natureza do material influencia no tipo de transporte e na forma de carregamento;


2. infra-estrutura disponível para o carregamento define o tempo que será gasto e a
quantidade de mão-de-obra a ser utilizada;
3. as características do transporte, influenciam na quantidade de materiais a serem
carregados e como será o carregamento.

SENAI-SP 182
Gerar documentação de transporte: consiste na emissão de documentos para atender
às exigências governamentais, do cliente e da empresa responsável pelo transporte.

Liberação do veículo: antes da partida do veículo é feita inspeção confrontando


documentação com o material a ser transportado, após esta prática o veículo já está livre
para seguir seu roteiro.

Transportar: corresponde à movimentação física de um produto que pode se dar em


várias circunstâncias considerando o destino do produto como movimentação direta ao
cliente, movimentação ao centro de distribuição próprio (CD), movimentação a ponto de
apoio e movimentação a terceiros para retrabalho.

Entrega do produto ao cliente: é a entrega física do produto ao seu destino,


considerando parâmetros importantes tais como:

1. restrições físicas do local em termos de capacidade e infra-estrutura;


2. dia e horário de recebimento (janelas).

Instalação do produto: alguns produtos além de serem transportados e entregues são


também instalados no cliente ou consumidor. Produtos alimentícios geralmente devem ser
armazenados assim que é entregue em conservadoras (geladeiras, frízeres), ficando
disponíveis para o consumo.

SENAI-SP 183
SENAI-SP 184
Equipamentos e dispositivos para movimentação e
armazemanento de carga

Equipamentos para movimentação de carga

Transportar qualquer tipo de carga necessita de equipamentos que facilitam o processo.


No ramo da logística, existem vários modelos diferentes para esse procedimento, cada um
deles com um uso específico e que depende da sua utilização. Cinco categorias dividem
os tipos de equipamentos de movimentação de cargas na logística. Entre eles estão os
veículos industriais, os equipamentos de elevação, os de transporte, máquinas de
embalagem e armazenamento.

Empilhadeiras

As empilhadeiras já fazem parte de toda empresa especializada em logística. Elas são


equipamentos amplamente utilizados para carregar e descarregar mercadorias e produtos.

Com elas é possível movimentar cargas que variam entre 1.000 e 16.000 kg sem que seja
aplicado grande esforço humano.

Entretanto, assim como todos os outros equipamentos do ramo logístico, é necessário


saber manuseá-las corretamente. Com o objetivo de evitar acidentes e outros problemas

SENAI-SP 185
para sua gestão e funcionários, coloque essas ferramentas de trabalho em mãos capazes
de usá-las com eficiência.

Existem vários tipos e modelos. Assim, elas podem funcionar a combustão de gás
liquefeito de petróleo (GLP) ou a bateria tracionária. Para o primeiro caso, recomenda-se
utilizá-las, devido à emissão de gases poluentes, em ambiente externos. Já para a
segunda situação, os ambientes internos são excelentes locais de trabalho.

Empilhadeira retrátil

A empilhadeira retrátil é um modelo compacto, ideal para o trabalho em ambientes


internos pequenos ou de difícil locomoção e que possibilita o alcance de locais mais altos.
Então, ela oferece o melhor aproveitamento na relação altura x corredor x versatilidade.

Por ser alimentada por uma bateria elétrica, ela não emite agentes poluidores na
atmosfera e faz com que sua gestão promova a preservação do meio ambiente.

Ademais, ela é composta por uma torre que se movimenta de acordo com as
necessidades e dos comandos de seu operador. Com isso, os esforços realizados por
seus colaboradores são mínimos, prezando por sua segurança e aumentando a
produtividade.

Outra vantagem desse equipamento é a fácil substituição em casos de quebra ou


necessidade temporária de uso, como em inventários de warehouse.

SENAI-SP 186
Não se esqueça que seus movimentos de tração e elevação são acionados
eletronicamente, garantindo, assim como os outros exemplos, a ausência de esforços
físicos.

Transpaletes

O transpalete é um equipamento muito antigo. Sua principal função é o deslocamento de


materiais ordenadamente e com poucos custos, facilitando a vida de quem trabalha em um
estoque.

Então, é preciso ter cuidado ao designá-los para a realização de alguma função, pois, eles
são destinados apenas para movimentações horizontais, o que dificulta os trabalhos em
altura.

Além disso, para que essas atividades sejam facilitadas, suas rodas devem ter bons
rolamentos.

Entretanto, é necessário ter cautela em ao determinar o tipo de suas rodas. Para pisos
lisos e abrasivos, devido ao seu pequeno coeficiente de atrito, grande resistência e baixo
custo, o nylon é a opção correta.

Já em casos mais sensíveis, como os pisos pintados e usinados, o poliuretano é a solução


ideal. Ademais, ele também pode ser utilizado quando o objetivo é ter menos ruídos, pois,
sua superfície é mais macia do que a do nylon.

Confira também alguns de seus tipos:

Transpalete manual

O transpalete manual é uma ótima ferramenta de trabalho para quem atua na descarga de
produtos em armazéns e docas.

Com a sua capacidade de carga para 2.500kg ele pode ser utilizado na movimentação de
mercadorias paletizadas com segurança e eficiência por um operário.

SENAI-SP 187
Transpalete elétrico

O transpalete elétrico, como o seu próprio nome diz, é um equipamento de tração e


elevação por acionamento elétrico. Para manuseá-lo, seu operador deve ficar de pé e
andando.

Ele é indicado para a movimentação de cargas a médias distâncias horizontais, sendo


amplamente utilizados em indústrias e docas de todo o país.

Tomando pequenos cuidados em seu dia-a-dia e graças a qualidade de seus


componentes, os custos com sua manutenção são reduzidos.

Guindastes

A medida que as cargas vão ficando maiores e mais pesadas, é necessário utilizar
equipamentos adequados e prontos para suportar esses esforços, sendo o guindaste um
de seus principais exemplos.

Como a agilidade e a segurança são dois importantes pilares de uma logística de sucesso,
eles devem ser utilizados sempre que necessário.

Esteiras transportadoras

Os ambientes de trabalho de empreendimentos logísticos são marcados por grandes


dimensões e tamanhos. Então, para não perder tempo na localização e no transporte de
mercadorias, as esteiras transportadoras são ótimas soluções para a otimização do tempo
em uma gestão.

SENAI-SP 188
Elas são projetadas para dinamizar a movimentação de produtos em uma empresa,
garantindo agilidade e segurança.

Esteira Transportadora Automatizada – fonte: http://www.elelion.com.br/esteira-transportadora-


automatizada.php - acesso 14/03/2019

Como consequência disso, não é necessário a presença de uma pessoa para transportar
ou carregar essas mercadorias, reduzindo os danos às suas estruturas ou embalagens e
evitando lesões físicas em seus colaboradores.

Lembre-se que a racionalização dos processos e a redução dos custos são suas principais
vantagens.

Com o objetivo de melhorar a performance de seu setor logístico, um gerente deve


manter-se em constante atualização, tendo o controle sobre sua equipe de trabalho e
prestando um serviço que atende às exigências de seus clientes.

SENAI-SP 189
Dispositivos de movimentaçao e Armazenamento

Para facilitar o transporte e armazenamento de carga existem vários tipos de dispositvos,


tais como: Paletes, Caixas, Racks, Prateleiras, Gaiola e Carrinhos.

Carrinho de mão simples

Transporta fardos, caixas e volumes diversos até 300 kg.

Carrinho plataforma

Para transportas volumes em geral até 800 kg.

SENAI-SP 190
Carrinho para tambor

Serve para transportas tambores de forma segura, através da trava de segurança.

Carrinho tartaruga

Serve para transportas rolos de tapetes ou mercadorias volumosas e pesadas, até 1.200
kg

Alavanca com rodas

É usada para levantar cargas pesadas e fazer pequenos movimentos. Pode ser utilizada
para fazer pequenas manobras com cargas volumosas e pesadas.

SENAI-SP 191
Pallets ou estrados

São tablados de madeira projetados e construídos para facilitar o acondicionamento e a


movimentação de materiais, mediante emprego de empilhadeiras e carrinhos hidráulicos.

Containers

São caixas de metal com portas que servem para o acondicionamento de volumes
diversos. Seus tamanhos são variados, mas padronizados, podendo ser transportados
sobre a carroceria ou encaixados diretamente no chassi do caminhão. São muito utilizados
no transporte intermodal.

SENAI-SP 192
Gaiola

Armação de metal, semelhante a uma caixa, com altura de 1m e fechada dos 4 lados com
telas. Seve para o acondicionamento de volumes pequenos. Pode ser transportada por
carrinho hidráulico ou empilhadeira. É empilhável.

Caçamba

Armação de metal, semelhante à gaiola, fechada dos 4 lados com chapas de metal
ondulado, servindo para acondicionar peças pequenas a granel.

Racks

Equipamento metálico de múltiplo uso, cujas principais funções são movimentar,


transportar e verticalizar produtos através de sua unitização. Estrutura resistente fabricado
em chapa de aço, e pode ser verticalizado por empilhamentos blocados racionalizando
assim os espaços e dispensando corredores operacionais.

O Rack também pode ser usado em estantes porta pallets, unitizando a mercadoria e
permitindo a seletividade de todos os paletes de produto.

SENAI-SP 193
O sistema de armazenagem com uso de racks favorece o aproveitamento da altura
disponível no galpão ou armazém, já que podem ser verticalizados e transportados
facilmente, sem transferir o peso total para as mercadorias. Isso acontece graças às
tecnologias de elevação e transporte.

É fabricado em diversas opções como: desmontável, auto-empilhável, de estruturas fixas,


de coluna removível ou de fabricação personalizada, projetados sob demanda.

Racks para armazenagem

SENAI-SP 194
Símbolos de segurança das cargas

As marcações nas embalagens não visam apenas a indicação correta do nome e do


destino da carga.

Muitos símbolos são utilizados para indicar os cuidados que devem ser tomados com
aquela carga, quando da operação de carregamento e descarregamento. Vamos conhecer
o significado do símbolos utilizados:

Cálice

Significa que o produto é frágil, isto é, se quebra ou se amassa facilmente, devendo. Pois,
ser manuseado com muito cuidado.

Guarda - chuva

Significa que o produto não pode receber umidade, devendo ser mantido em lugar seco.

Seta

Seta coma a ponta para cima indica deve ser mantido sempre para cima

SENAI-SP 195
Seta Invertida

Igual ao símbolo anterior, sendo que qualquer um dos lados que a seta indicar pode ser
para cima.

Gancho

Significa que aquele produto não pode ser transportado com auxílio de gancho.

Sol

Significa que o produto deve ser guardado em lugar fresco, isto é, protegido do sol.

Caveira

Significa que o produto é perigoso e deve ser manuseado com muito cuidado.
Normalmente são explosivos, produtos tóxicos, etc.

SENAI-SP 196
Carrinho de mão

Significa que o carrinho de mão deve ser encaixado no lado da carga onde aparece a
figura.

Corrente aqui

Significa que a mercadoria pesada, ao ser transportada com auxílio de guindaste, talha,
ponte rolante, girafa, etc; deve ser envolvida por correntes que passem nos locais
indicados na embalagem.

Centro de Gravidade

Indica que a mercadoria tem seu ponto de equilíbrio no local indicado. Deve ser tomado
muito cuidado quando do transporte, bem como na distribuição do peso na carroceria do
caminhão.

SENAI-SP 197
Logística adequada de movimentação interna de materiais

Para uma correta movimentação de materiais em uma empresa, é necessário que haja,
antes de tudo, um planejamento logístico, cujo objetivo é tornar essa movimentação mais
fluida, segura, rápida e o menos dispendiosa possível.

Nesse sentido, um plano de logística ideal deverá contemplar:

1. Como se dará essa atividade

Trata-se tão somente de determinar onde serão acondicionados os materiais


transportados para dentro do estoque. Esse processo visa a estabelecer o chamado
“layout físico”, que, a depender de como foi projetado, irá determinar todo o plano de
logística para a movimentação de mercadorias.

Na maioria das grandes empresas, esse layout é projetado a partir do princípio conhecido
como “Curva ABC” ou Custeio Baseado em Atividades. Esse princípio diz que em um
estoque, ¾ do seu espaço é ocupado por uma pequena variedade de produtos.

Sabendo disso, fica mais fácil determinar onde deverão ser acondicionados os materiais
mais importantes e requisitados, a fim de que estejam sempre a mão quando for preciso.
Essa atitude, por si só, é capaz de contribuir para a organização de um estoque, tornar o
trabalho menos estressante e reduzir custos resultantes da perda de produtos e demora
no atendimento.

2. Determinar um modelo para a movimentação dos materiais

Esta etapa tem a ver com a definição dos veículos que serão utilizados, do ponto de vista
do seu tamanho, potência, combustíveis, entre outras características; a ordem de cada
material dentro do estoque, por tamanho, importância, validade, composição etc.; a
disposição dos equipamentos de movimentação interna, como: empilhadeiras, prateleiras,
carrinhos-comboios, entre outros; além de determinar como será feita a integração de
sistemas para o controle eletrônico do estoque.

3. Definir o equipamento ideal para cada situação

Como foi visto até aqui, são inúmeras as opções de equipamentos para o transporte de
materiais no ambiente interno de uma empresa: empilhadeiras, monovias, esteiras
transportadoras, gruas, entre outros.

Logo, saber quando, como e qual equipamento utilizar, faz parte de um bom planejamento
de logística para o armazenamento de produtos.

Esse tipo de cuidado evita a utilização excessiva de determinados equipamentos,

SENAI-SP 198
enquanto outros são pouco utilizados; define o equipamento certo para o material certo;
ajuda a reduzir gastos com a compra de equipamentos desnecessários; entre outros
benefícios que, certamente, converter-se-ão em lucros e maiores oportunidades de
negócio.

4. Controle do consumo de combustíveis

Passo fundamental dentro de um planejamento de logística para a movimentação de


materiais dentro de uma empresa, o controle da utilização de combustíveis deverá ser
uma preocupação de pequenas, médias e grandes empresas.

Empilhadeiras, elevadores, comboios, esteiras transportadoras, entre outros


equipamentos, deverão ser avaliados, também, do ponto de vista do combustível utilizado
para o seu funcionamento.

A determinação de quando utilizar equipamentos elétricos, a gás liquefeito, diesel, entre


outros combustíves, aliada a utilização de ferramentas, como a Curva ABC, podem ser
decisivos para a economia de combustíveis durante os processos.

5. Capacitação de pessoal

Para a correta utilização dos mais diversos equipamentos utilizados para a movimentação
de produtos em um armazém, é necessário, por sua vez, a formação de uma equipe capaz
de operá-los adequadamente.

Uma das principais dificuldades enfrentadas por praticamente todos os segmentos


profissionais, é encontrar profissionais aptos a operar equipamentos atualmente
projetados com o que há de mais moderno em tecnologia automotiva.

É bom ter em mente, também, que o adequado planejamento de logística envolve a


perfeita conciliação entre as horas de trabalho e as de treinamento, para o bem da
manutenção das atividades nas melhores condições possíveis.

6. Conhecer as novas tecnologias em armazenagem

A cada minuto novas tecnologias são desenvolvidas para os mais diversos segmentos da
atividade humana, exigindo atenção, estudo e pesquisa constantes sobre tudo o que há de
novo em automação, combustíveis, logística, equipamentos, segurança do trabalho, entre
outros. Além disso, inúmeros indicadores de performance são elaborados com o intuito de
avaliar secções, como:
 Recepção (que avaliam a performance durante o recebimento de materiais ao longo do
dia);

SENAI-SP 199
 Seleção (como está sendo feita a seleção dos materiais para o armazenamento);
 Carregamento (para avaliar a rapidez, segurança e eficiência do processo de
carregamento dos caminhões).

SENAI-SP 200
Embalagens

A Embalagem e a Logística

A embalagem tem interação com todas as funções da logística, armazenamento,


manuseio, movimentação de materiais e transporte. Desta interação pode-se conseguir
redução de custos, de tempo na entrega final do produto, redução de perdas, e aumento
do nível de serviço ao cliente.

Na movimentação de materiais dentro dos armazéns e na troca de modal de transporte é


onde elas sofrem os maiores impactos, que podem causar danos a embalagem primária,
e produto, e onde os impactos da falta de planejamento podem ser percebidos, seja pelo
alto número de perdas ou pela adaptação dos equipamentos de transporte, seja pelo
aumento do custo decorrente destas perdas, e impossibilidade de padronização dos
métodos e equipamentos de movimentação, que acabam por aumentar a necessidade de
mão-de-obra e reduzir a eficiência.

Funções da Embalagem

As principais funções da embalagem são: conteção, proteção e comunicação.

Conteção

Refere-se à função de conter o produto, de servir como receptáculo, por exemplo,


quando ocorre do produto vazar da embalagem, esta função não foi cumprida. O grau de
eficiência da embalagem nesta função depende das características do produto. Uma
mercadoria perigosa, inflamável, deve sempre ter 100% de eficiência, realizando o
investimento necessário para tal. Enquanto que um fabricante de um material de menor
valor, como sal, por exemplo, pode permiti-se utilizar uma embalagem com menor grau
de eficiência nesta função, o mesmo ocorre com relação à função de proteção.

SENAI-SP 201
Proteção

Possibilita o manuseio do produto até o cunsumo final, sem que ocorra danos na
embalagem, e/ou produto. Também com relação a esta função deve-se estabelecer o
grau desejado de proteção ao produto. Alguns dos principais riscos aos quais a
embalagem está submetida são: choques, aceleração, temperatura, vibração,
compressão, oxidação, perfuração, esmagamento, entre outros.

Comunicação

É a que permite levar a informação, utilizando diversas ferramentas, como símbolos,


impressões, cores. Nas embalagens primárias, esta função ocorre diretamente com os
consumidores finais, trazendo informações sobre a marca e produto. E nas embalagens
ditas industriais, relacionadas à logística, a comunicação ocorre na medida em que
impressões de códigos de barra nas embalagens, marcações, cores ou símbolos
permitam a localização e identificação de forma facilitada nos processos logísticos de
armazenagem, estoque, separação de pedidos, e transporte.

Tipos de Embalagens

No âmbito da Logística essas embalagens também trazem algumas características que


facilitam a sua movimentação e estocagem, mesmo que a preocupação seja reduzir os
estoques a movimentação de transporte e atividades de carregamento e
descarregamento nas docas devem ser acompanhadas se certos cuidados e
acondicionamento das mercadorias para evitar avarias operacionais e outras perdas
provenientes da má operacionalidade e gestão. A embalagem é vista como a reunião de
quatro competências fundamentais: Marketing, Design, Logística e Meio Ambiente.

Segundo especialistas a embalagem, vista sob a ótica sistêmica, compreende o conjunto


de operações, materiais e equipamentos utilizados com as finalidades de acondicionar,
proteger, conservar, transportar e armazenar produtos ao longo das diversas Cadeias de
Suprimentos. Assim contribui para satisfazer seus respectivos integrantes, com ética,
com informação, respeito ao meio ambiente, atendendo aos direitos do consumidor com
custos adequados.

A logística trata a questão das embalagens da forma que ela merece, sendo um
recipiente de proteção, agrupamento e facilitador no transporte e armazenagem. Quanto
à classificação, a mais referenciada é a que classifica de acordo com as funções em
primária, secundária, terciária, quartenária e de quinto nível

SENAI-SP 202
Primárias

Envolvem diretamente o produto, é aquela que os clientes tocam e extraem as


informações contidas a cerca do produto.

Exemplo: vidro de pepino, caixa de leite, lata de leite condensado.

Secundárias

Protegem a primária, geralmente embalagens maiores que compactam poucos produtos


utilizadas para transporte e manipulaçã’o manual, por exemplo caixa de chocolate Bis.

Exemplo: o fundo de papelão, com unidades de caixa de leite envolvidas num plástico.É
geralmente a unidade de venda no varejo.

Terciárias:

Caixas de papelão, madeira e plástico, também muito utilizadas na movimentação


manual e de transporte, pois compacta em seu interior um maior número de produtos.

Caixas de papelão

SENAI-SP 203
Quaternárias:

Facilitadoras na movimentação, pois concentra um número maior de unidades em seu


interior. Paletes são exemplos ainda que abertos o perfeito acondicionamento de caixas
de papelão podem facilitar o deslocamento de lugares ou até mesmo a transposição de
um lugar a outro.

Paletes de madeira

Quinto Nível:

Contêinerizada ou especiais para serem usadas em longas distancias. Muito utilizado


tanto para transporte internacional de cargas via mares e oceanos e também com
extensor de “estoques

Figura 18 – Exemplos de Contêiner

SENAI-SP 204
A embalagem é normalmente analisada sob dois enfoques: como meio de sensibilizar o
consumidor, onde o foco principal é o marketing, ou como fator industrial, onde o foco
está na logística.

A embalagem, o acondicionamento e a unitização são a base de qualquer sistema


logístico, pois os materiais ou produtos, para atender às necessidades das empresas,
precisam ser adequadamente movimentados e armazenados.

Entre as funções que as embalagens podem exercer estão a contenção, a proteção, a


comunicação e utilidade. Estas funções devem ser encontradas em todos os tipos de
embalagem, indiferente do produto ou indústria envolvida, entretanto, uma embalagem
pode exibir uma destas funções com pouca ou grande ênfase.

A função contenção deve conter as unidades do produto. A proteção é uma função que
permite à embalagem proteger seu conteúdo de danos durante as operações de
movimentação, armazenagem e transporte.

As embalagens além de conter e proteger o produto devem ser projetadas de forma a


facilitar as operações logísticas de movimentação, armazenagem e transporte, de modo a
tornar estas mais eficientes. As embalagens devem também providenciar uma maneira
de se identificar o produto, principalmente, quando a própria aparência externa do
produto não permite fazê-lo facilmente, isto é, produtos com características similares.

A fácil identificação do produto a partir da embalagem acarreta menor tempo de


manuseio.

Quanto á finalidade, as embalagens podem ser classificadas como embalagens de


consumo (venda ou apresentação), expositora, de distribuição física, de transporte e
exportação, industrial ou de movimentação, de armazenagem.

Quanto ao tipo de movimentação a que podem ser submetidas as embalagens podem


ser manualmente ou mecanicamente movimentadas.

E quanto à utilidade são classificadas como retornáveis e não retornáveis.

A embalagem de movimentação ou industrial,é movimentada com muita freqüência,


razão pela qual precisa ser robusta, para suportar os impactos de empilhadeiras, batidas
no solo e transporte em carretas ou caminhões. Possui diversas formas, de modo a
adaptar-se aos vários tipos de áreas de trabalho.

Entre as características daquelas embalagens que são retornáveis, destacam-se como


importantes o fato de que quando não desmontáveis ocupam o mesmo espaço quando
vazias ou cheias, que o seu uso implica em custo de transporte para retorno e que
requerem manutenção e conservação constante.

SENAI-SP 205
Outro aspecto importante a se considerar sobre as embalagens é o custo. A embalagem
significa custo adicional para a empresa. Esse custo então deve ser compensado
aumentando-se a eficiência de outras operações, como transporte e armazenagem, além
de um menor número de quebras – perdas de produto. Alguns ajustes, ou mudanças nas
embalagens podem aumentar significativamente esta eficiência da movimentação e da
armazenagem dos produtos.

Economias podem ser conseguidas pelo uso de unidades de movimentação mais


compactas que requerem menor número de viagens para o mesmo volume de
mercadoria, e pela maior utilização do espaço para estocagem, possibilitada por maiores
alturas de empilhamento ou maior densidade de armazenagem.

Da produção

A embalagem precisa ser idealizada, levando-se em conta que uma mercadoria deverá
passar por três fases de manuseio, quando comercializada, quais sejam:

 no local da produção, quando será embalada e armazenada;

 no transporte, quando sofrerá os efeitos do seu deslocamento de um ponto a outro,


incluindo os transbordos;

 no seu destino final, quando terá outras manipulações.

Via de regra, as mercadorias devem ser embaladas pelo vendedor, tendo em vista a
proteção durante transporte, movimentação, armazenagem, comercialização e consumo.

A embalagem pode ser primária, de consumo, e proteger diretamente o produto. Ou


secundária, de transporte, servindo para proteger a embalagem primária. A embalagem
primária tem finalidade de identificar o produto, informando suas características;
demonstrar o modo de usá-lo; conferir-lhe uma aparência atraente para a venda e
apresentá-lo, já que muitas vezes isto não será possível sem uma embalagem. A
embalagem pode ter os mais variados tamanhos e formatos, e ser constituída de vários
tipos de materiais, como vidro, plástico, alumínio, papel, papelão, PET (polietileno
tereftalato), etc.

A embalagem secundária é aquela que visa unitizar as embalagens primárias em


pequenas unidades, de maneira uniforme, permitindo a sua comercialização,
possibilitando ou facilitando a manipulação mais adequada da mercadoria.

SENAI-SP 206
Figura 11 – Exemplo de embalagens

Utilização

O processo de agrupamento de embalagens, unitização, trouxe o aumento da eficiência


do manuseio e do transporte. Cargas unitizadas oferecem vários benefícios para o
manuseio individual de embalagens secundárias.

Primeiro, o tempo de descarga e o congestionamento no destino são minimizados.


Segundo, o manuseio de materiais é facilitado pelo uso de cargas unitizadas de produtos.

A verificação de recebimento dos embarques também é simplificada pelo aumento do


recebimento das cargas unitizadas identificadas por código de barras. O estoque pode
ser rapidamente posicionado para a separação de pedidos.

Por fim, os danos ocorridos em trânsito podem diminuir por meio do embarque de cargas
unitizadas ou pelo uso de equipamentos de transporte especializados. Todos estes
fatores reduzem o custo das atividades logísticas.

Figura 12 – Tabela de medidas do pallet

SENAI-SP 207
Figura 14 –Unitização.BOWERSOX, Donald J.Gestão Logística de Cadeias de Suprimentos.

Conteinerização

A forma mais apurada de unitização conseguida em sistemas modernos de distribuição é


alcançada pelo uso de contêineres. São grandes caixas que podem ser transportadas em
vagões ferroviários abertos, em chassis rodoviários, em navios ou em grandes
aeronaves. Geralmente, seguem as dimensões de 8 x 8 x 20 pés (TEU) ou 8 x 8 x 40 pés
(FEU),(padrões ISO).

Figura 15 – Movimentação e armazenagem de Contêiner

SENAI-SP 208
Identificação das embalagens

Uma das funções da embalagem é a de identificar o produto, principalmente quando a


própria aparência externa do produto não permite fazê-lo facilmente (como no caso de
itens desmontados). Identificação facilitada acarreta menor tempo de manuseio, assim
também pode implicar menor retrabalho.

Quando um enlatado é oferecido em 57 variedades, máquinas de lavar roupa em cinco


cores diferentes e sapatos em 20 tamanhos, a embalagem torna-se fundamental para a
identificação do produto. Imprimir figuras na caixa, usar fitas coloridas ou carimbar
códigos numéricos ou símbolos são modos populares de marcação e identificação.

Figura 20 – Símbolos para embalagens

SENAI-SP 209
Embalagens de Cargas Perigosas

As embalagens, contentores intermediários devem ser fabricadas e ensaiadas de acordo


com um programa de garantia da qualidade que satisfaça a autoridade competente.

Toda embalagem devem portar marca durável e legível e com dimensões e localização
que a tornem facilmente visível.

Maiores informações referente à certificação e inspeção sobre embalagens de produtos


perigosos podem ser obtidas no endereço: http://www.inmetro.gov.br/

Embalagens Combinadas para carga perigosa

Figura 21 – Exemplos de Emblagens de Carga Perigosa

Embalagens únicas em Tambor de aço com tampa fixa e móvel

Figura 22 – Exemplos de Emblagens de Carga Perigosa

SENAI-SP 210
Embalagens para substâncias infecciosas e materiais para diagnósticos

Figura 23 – Exemplos de Emblagens de Carga Perigosa

Margens de retorno por avaria de embalagens

O processo de gestão de devoluções permite a descrição do que se sucede ao nível das


devoluções de produtos. Os departamentos de produção e comercial regulam ou
controlam as devoluções e as lojas e os clientes, por sua vez, efectuam a devolução dos
mesmos por razões de avarias, por exemplo.

Este processo permite minimizar as devoluções aos fornecedores quando sustentado por
uma gestão adequada. No entanto, produtos ainda em comercialização são novamente
direcionados para o mercado efetuando a troca da embalagem avariada.

Figura 24 – Controle de devoluções de embalagens

SENAI-SP 211
Embalagens retornáveis determinação de coeficientes

Embalagens retornáveis sempre fizeram parte dos sistemas logísticos. Tais embalagens
geralmente são de aço ou plástico. A decisão de investir num sistema de embalagem
retornável requer estudo da quantidade de ciclos de embarques e de custos de transporte
versus custos de compra e descarte de embalagem sem retorno, bem como os custos
futuros de separar, rastrear e limpar as embalagens para reutilização.

Um dos métodos mais utilizados para se garantir a eficiência do retorno da embalagem


com grande margem de coeficiente de eficiência é o sistema Milk Run.

O Milk Run tem seu nome inspirado em um antigo conceito empregado por cooperativas
de laticínios norte-americanas que recolhiam o leite de fazenda em fazenda, junto aos
produtores, para levar para a pasteurização.

É um sistema de coletas programadas de materiais/peças, onde o caminhão realiza a


coleta em um ou mais fornecedores com horários pré-estabelecidos, visando à chegada
no destino final nos horários determinados.

Figura 25 – Fluxo de movimentação com e sem Milk Run

O maior objetivo do sistema é obter maior controle dos materiais em trânsito em função
da real necessidade da linha de produção, proporcionando redução de estoque na cadeia
logística;

Manter a uniformidade no volume de recebimentos de materiais dos fornecedores;

SENAI-SP 212
Agilizar os fluxos nas operações de carregamentos e recebimentos de materiais visando
a redução de custos e tempos ociosos.

Figura 26 – Composição da Carga com Milk Run

Relação Material x Embalagem

Na grande maioria, a administração assume a embalagem estritamente do ponto de vista


de vendas. Engenheiros de embalagem, freqüentemente subordinados a compras ou
manufatura, consideram a embalagem apenas dispositivo de proteção.

Somente o administrador de distribuição física pode observar a embalagem de forma


ampla e, portanto, receber alterações no projeto dimensões, modo de transporte, etc.,
que contribuam para a eficácia do sistema de distribuição.

. Embalagem para o consumidor

Entre em uma loja e repare no conjunto colorido de produtos. Produtos? Não,


embalagens! Elas podem ser necessárias para proteger os produtos, mas os
profissionais de marketing utilizam-nas vantajosamente para promover os produtos da
empresa.

Em primeiro lugar, a embalagem provê um meio atrativo para divulgar o nome da


empresa para os clientes. Pode ser utilizada para transmitir informações sobre o preço ou
as virtudes do seu produto. A embalagem serve como um tipo de anúncio.

SENAI-SP 213
SENAI-SP 214
Classificação de materiais

Com o advento da Revolução Industrial, a partir de meados do século XIX, o homem


passou a produzir bens em alta escala. A administração de materiais acompanhou esta
evolução, pois precisava fazer frente esta conjuntura industrial florescente. A mudança do
sistema produtivo artesanal para o sistema industrial, trouxe significativo acréscimo da
demanda de matérias prima e peças de reposição, tendo em vista o surgimento de
máquinas cada vez mais complexas e sofisticadas. Assim sendo, tornaram-se necessárias
a implantação de medidas que possibilitassem um perfeito controle de estoques, e
principalmente a identificação precisa de peças e matérias-primas. Desta necessidade,
iniciaram-se os primeiros ensaios buscando uma padronização e identificação racionais,
dos grandes volumes de objetos à serem manipulados. Um perfeito sistema de
classificação de materiais, além de proporcionar uma grande redução de custos para a
empresa, é um dos pilares para a implantação de um sistema de garantia da qualidade.

Conceito

A classificação de materiais visa estabelecer a identificação, a codificação, o


cadastramento e a catalogação de todos os materiais da empresa, para agrupar de
maneira uniforme e segundo critérios predefinidos, os dados identificadores dos diferentes
itens de material empregados em uma empresa, de forma que fossem fornecidos e
divulgados os elementos necessários aos diferentes fins de suprimento. Na codificação,
proporcionará uma linguagem comum entre parceiros comerciais contribuindo para a
eficácia no processo de comercialização dos produtos.

Como percebemos, as empresas sempre se preocuparam em identificar com facilidade a


grande quantidade e diversidade de seus materiais.

SENAI-SP 215
Identificação

É a análise e o registro padronizados dos dados descritivos de cada item de material.

Métodos de identificação do material

Método descritivo (1º Método)

A identificação é feita pela descrição detalhada do material, onde procura-se apresentar


todas as particularidades ou características físicas que o individualizam,
independentemente da referência do fabricante. Este método é utilizado para especificar
os materiais que, para sua identificação, necessitam ou de particularizações descritivas ou
não apresentam referências comerciais que, de modo geral, por si só, caracterizam e
individualizam determinados tipos de material.

Exemplo: Especificação de dois tipos de lápis para escritório.

Na aplicação do método, deve-se evitar, tanto quanto possível, certa tendência para o
exagero de pormenores descritivos, que só contribuem para tornar mais volumoso e
cansativo um catalogo de material.

Se a omissão de certos dados de especificação em nada prejudica a identificação de


qualquer item similar a outro, poderão então ser omitidos.

Ex.:- LAPIS, ESCRITÓRIO - ref. 1205; preto, graduação 2.

- LAPIS, ESCRITÓRIO - ref. 1205; preto, graduação 3.

Dentro deste raciocínio pode-se dizer que as características idênticas entre dois ou mais
itens podem, conforme o critério, ser omitidas na descrição, sem prejuízo de sua
identificação

Método referencial (2º método):

Esta forma de especificar um material atribui uma descrição ou uma nomenclatura mais
simplificada a cada item, apoiada basicamente na própria referência do fabricante

Ela é usada em situações em que são desnecessários maiores detalhamentos para a


identificação, aquisição e controle do material, sendo suficiente a referência do fabricante
para a sua caracterização e individualização.

Este código referenciado como part number é, na realidade, o próprio número de estoque
do fabricante, com base no qual os pedidos são feitos

Part number Description

1614 0257 Piston... (pistao)

SENAI-SP 216
663 9776 O-ring... (anel)

A importância de uma boa identificação, através de qualquer dos métodos apresentados,


contribui de forma significativa para a movimentação de material, seu controle, compra e
obtenção pelo usuário.

A identificação mal feita, devido à especificação incorreta ou incompleta, possibilita a


ocorrência de: duplicidade de números de estoque, divergências de saldos físicos,
sobrecarga nas áreas de estocagem, controles duplos, estatísticas de consumo falhas e
aumento de trabalho.

Descrição do item de material


Descrição padronizada

Descrição técnica Descrição completa


Nomes Nomes
básicos modificadores

Parafuso cabeça chata M6 x 1 x 16 CFZ


Parafuso Cabeça redonda M6 x 1 x 15 CFZ
M6 x 1 x 16 CFZ Parafuso Phillips M4 WW x 10mm
Cabeça chata M6 x 1 x 15 CFZ Parafuso Phillips M6 x 1 x 15 CFZ
Cabeça redonda M4 AA x 12 mm Porca sextavada 1,0 mm
Parafuso Cabeça panela M4 WW x 10 mm Lâmpada fluorescente 40 w
Porca Phillips 20 w Lâmpada fluorescente 20 w
Lâmpada Sextavada 40 w Chapa aço EEP 1,2 mm
Chapa Fluorescente EEP 1,2 mm Chapa aço EP 1,0 mm
Aço EP 1,0 mm Chapa Alumínio 0,8 mm
Alumínio 0,8 mm Chapa alumínio 1,0 mm
1,0 mm Porca Sextavada M4
Porca sextavada M8

Codificação

É a representação dos dados descritivos de um material por meio de um código de


composição alfabética, numérica ou alfanumérica.
A configuração numérica é a mais utilizada e se compõe de três grupos:
- Chave aglutinadora
- Chave individualizadora
- Chave descritiva

A chave aglutinadora identifica materiais com características afins. Ex.: materiais de


limpeza, materiais de escritório, etc. A chave individualizadora identifica grupos de
materiais semelhantes e pertencentes a uma mesma chave aglutinadora. Ex.: sabão e
detergente. Lápis, borracha e régua. A chave descritiva individualizada o item de material
segundo suas características próprias.

Ex.: sabão em pó 600 gramas, régua de plástico de 30 cm.

SENAI-SP 217
Partindo dos conceitos acima, desenvolveram-se sistemas de classificação de materiais,
que veremos à seguir:

1. SISTEMA DECIMAL

Também conhecido como sistema numérico ou codificação numérica, esse é um dos


métodos mais utilizados por ser bastante simples. Ele consiste na utilização de algarismos
arábicos para a ordenação sequencial dos itens. É o mais empregado, pela simplicidade e
possibilidades de abranger inúmeros itens de estoque e conter informações.

Em geral, ela segue o que foi adotado pelo FSC (Federal Supply Classification System),
mas pode sofrer algumas modificações para se adequar às necessidades da empresa.

Os produtos são codificados de acordo com suas características gerais. Depois, são feitas
subdivisões a fim de especificar o tipo de item. Sendo assim, temos:
 grupo;
 classe;
 subclasse;
 número verificador;
 dígito de controle.

2. ALFABÉTICA E ALFANUMÉRICA

Essa forma de codificação de mercadorias adota as letras do alfabeto como forma de


representar os itens. Foi bastante utilizada na codificação de livros. Uma particularidade
desse método é que ele consegue associar as letras com as características do produto.

Já a alfanumérica, como o próprio nome diz, consiste na combinação entre letras e


números. Hoje em dia, é muito adotada em peças automotivas e também em placas de
automóveis.

A quantidade de números e letras é definida pela empresa que o utilizará. Ou seja, não há
nenhuma regra específica para esses tipos de codificação, sendo bastante flexível, de
acordo com as necessidades do negócio.

3. CÓDIGO DE BARRAS

Muito conhecido e bastante utilizado, o código de barras é uma marcação gráfica que
facilita a leitura digital. Ele consiste na combinação de caracteres binários representados
com alternância entre espaços e barras estreitas e largas.

Os códigos são gerados de maneira aleatória pelo sistema e permitem um controle de


estoque bom mas para ser mais eficiente ainda seria necessário identificar a unidade de

SENAI-SP 218
cada iten o que nem sempre acontece. Uma parte da numeração do código é cedida e
controlada pela EAN Brasil (Associação Brasileira de Automação Comercial). Os demais
dígitos são criados e geridos pela própria empresa que o utiliza.

Modernamente, com a disseminação da leitura ótica por códigos de barras e


processamento eletrônico de dados, esse sistema vem sendo universalizado na
codificação de materiais, por meio do Sistema de Geração de Códigos - SCG e do
Sistema Para Alimentar Computadores - SAC. Os sistema SAC é ideal para grande
quantidade de itens de estoque. Os seus principais padrões são:

 Código 39 - Código alfanumérico adequado para a impressão em materiais de


baixa qualidade. É constituído por nove elementos, dos quais três são mais largos.
Cada caractere é formado por nove barras, sendo cinco escuras e quatro claras. A
notação alfanumérica possibilita dez algarismos, 26 letras, um espaço e sete
símbolos, permitindo o registro de informações de origem, destino e seqüência de
operações.

 Código ITF - Adaptado para impressões em caixas de papelão, representa os


números com cinco elementos, sendo dois mais largos.

 EAN - Oferece inúmeras variações, baseado no adensamento de grafia,


aproveitando a resolução de impressão das embalagens.

Código de barras do tipo EAN13

Em 1987 a International Article Numbering (EAN), após uma pesquisa realizada em


diversos países europeus, desenvolveu uma tecnologia para a geração de um tipo de
código de barras para embalagens de produtos comerciais. A base para o
desenvolvimento deste novo código foi o código UPC (Universal Product Code) E.U.A e
Canadá. Este código (EAN13) em pouco tempo foi adotado por inúmeros países tornando-
se um padrão internacional. Atualmente é utilizado por mais de 80 países em todo o
mundo.

EAN = European Article Numbering (codificação numérica Européia)

Veja como o código é composto. Ele apresenta 13 dígitos que correspondem a quatro
informações. São elas:

Prefixo do país: os primeiros 3 dígitos

Código do fabricante: os próximos 4 dígitos

Código do produto: os próximos 5 dígitos

Dígito de controle: o último dígito

SENAI-SP 219
Exemplo: A fita de vídeo Philips T-120 S-2 tem o seguinte código:

789 corresponde ao Brasil (É produzida aqui no Brasil)

4401 corresponde ao fabricante (Philips)

00004 corresponde ao produto (Fita de vídeo T-120 S-2)

1 corresponde ao dígito verificador

O código que identifica o nosso país (Brasil) é o 789. Para obter o registro de sua
empresa, você deve entrar em contato no Brasil com a Associação Brasileira de
Automação Comercial (ABAC). Site da EAN Brasil (ABAC):

http://www.eanbrasil.org.br/

Geração de etiquetas com código de barra

SENAI-SP 220
4. RFID - Identificação por Rádio Frequência

Correspondendo, em português, à Identificação por Rádio Frequência, esse método


é considerado uma revolução na codificação de mercadorias. Ele representa um grande
avanço na tecnologia que pode alterar o gerenciamento e a comercialização dos produtos.

A tecnologia RFID é uma evolução do código de barras, dentre as várias vantagens a mais
marcante é não exigir um campo visual direto com o item por permitir a leitura à distancia
e em massa. Ou seja, a leitura pode ser feita em grandes volumes, reduzindo o tempo e
aumentando a agilidade. Além disso, ele possui uma vida útil maior e uma grande
capacidade de armazenamento de dados. Além disto, cada unidade do item etiquetado
receberá um ID único para um inventário acurado, sem falar que ainda é possível
implementar ferramentas de gestão como FIFO.

Tecnologia RFID (Radio Frequency Identification – Identificação por Rádio Frequência)

Basicamente, ele consiste em ondas de rádio que são transmitidas pelos leitores RFID.
Por meio de antenas, essas ondas atingem etiquetas inteligentes (TAGs). Cada TAG é
composta por um microchip, que possui um número binário gravado — o chamado EPC
(Código Eletrônico do Produto).

Etiquetas inteligentes (TAGs).

SENAI-SP 221
A experiência do cliente com a marca — seja ele pessoa física ou jurídica — depende
muito da qualidade da gestão de estoques. E investir em produtos codificados pode ajudar
nessa tarefa.

Uma boa codificação de mercadorias, além de fornecer dados mais precisos sobre os
itens em estoque e facilitar sua operacionalização, permite uma tomada de decisões mais
rápida e eficiente.

Cadastramento do Material

O terceiro passo da classificação do material é o cadastramento. O objectivo deste é


inserir nos registos da empresa todos os dados que identifiquem o material. O
cadastramento é efetuado através do preenchimento e emissão de formulários próprios.

O Cadastro de Material é a base da Gestão da Cadeia de Abastecimento, nele é que se


registram todos os produtos transacionados, bem como suas características necessárias
as diferentes áreas intervenientes nas obras, estocagem, distribuição, abastecimento,
comercialização e tributação.

Padronizar e manter o cadastro de material unificado garante a redução de custos na


cadeia de suprimentos e eficácia na automação dos processos. Porém, muitas vezes esse
assunto é ignorado pelas empresas.

O cadastro de materiais em uma empresa tem como objetivo reunir as principais


características: material de fabricação, dimensão, unidades de medida e de venda,
classificação fiscal entre outras informações de um item, para que o comprador possa
buscar o mais adequado à sua necessidade e adquira o material de acordo com as
exigências do solicitante, atendendo assim, de maneira satisfatória o usuário.

O objetivo de estruturar e criar um Cadastro de Material é definir e estabelecer a


sistemática para as solicitações de forma que o usuário seja atendido de maneira correta,
no tempo certo e na quantidade adequada, com aumento da produtividade da área de
compras.

Catalogação

É a consolidação e ordenação lógica dos dados de identificação e codificação, através da


montagem de arquivos informatizados ou mesmo manuais.

Com a catalogação de material chega ao fim a Classificação de material. Esta etapa


consiste em ordenar de uma forma lógica todos os dados que dizem respeito aos itens

SENAI-SP 222
identificados, codificados e cadastrados de forma a facilitar a consulta da informação pelas
diversas áreas da empresa.

Um dos aspectos mais importantes na catalogação de material é usar simplicidade,


objetividade e concisão dos dados gerados e permitir um fácil acesso e rapidez na
pesquisa. Os objetivos de uma boa catalogação são (Fernandes, 1981, p.157):

 Conseguir especificar o catálogo de uma forma tal que o usuário consiga


identificar/requisitar o material que deseja;

 Evitar que sejam introduzidos no catálogo itens cadastrados com números diferentes;

 Possibilitar a conferência dos dados de identificação dos materiais colocados nos


documentos e formulários do sistema de material.

Já é comprovado que a catalogação de materiais e serviços pode ter um enorme efeito em


todos os aspectos de uma empresa. Fazer uma gestão mais rígida e precisa dessa
demanda evita problemas que podem ocorrer durante toda a cadeia de suprimentos,
desde a aquisição, passando pelo o controle e a movimentação dentro da empresa, até a
produção e, finalmente, o consumo final.

Por que investir na catalogação?

A cadeia de suprimentos precisa ser controlada de alguma forma, através da catalogação


de materiais e serviços, já que estes compreendem as interações entre todos os membros
da equipe e os materiais que serão envolvidos no processo produtivo.

Por isso, as informações constatadas nessa catalogação são vitais. Características como
as descrições dos materiais e suas dimensões são fundamentais para o ciclo de vida de
uma peça dentro da empresa, e também para o trabalho de outros funcionários.

Imagine a seguinte situação:

Durante o processo produtivo, um funcionário precisa de um material específico, com o


peso e medidas bem determinadas. Como o produto já foi feito diversas vezes, é sabida a
quantidade de material necessária para a produção. Porém, se houver um processo de
catalogação equivocado, que pode acontecer por inúmeros motivos, no momento em que
o funcionário precisar deste produto, pode ser que haja uma falta. Como resultado, toda a
produção será comprometida.

O oposto também não é o ideal. Catalogar “para mais”, ou seja, catalogar de modo que
haja uma sobra de material, é um grande desperdício, que também afeta a competitividade
e produtividade da empresa. Recurso e tempo foram gastos na aquisição de um material,
que poderiam ser melhor empregados de outra forma.

SENAI-SP 223
Outro problema da catalogação feita de maneira incorreta se dá no momento da própria
compra. Sem uma padronização adequada no momento de catalogar os materiais,
organizando-os por atributos que são vitais a produção específica, não haverá meios de
realizar uma “fiscalização” na entrada dos mesmos, resultando em uma cadeia de
suprimentos que já pode estar comprometida com materiais de baixa qualidade.

Por isso, é fundamental também que a liderança e os tomadores de decisão estejam


intimamente ligados ao processo de catalogação. É isso que ajudará a garantir que os
materiais irão ser adequados para o objetivo da empresa e para a satisfação dos clientes.

Para criar e implementar soluções que façam com que seu trabalho seja cada vez mais
eficiente e positivo é necessário estar sempre em busca de novos conceitos e novas
tecnologias. Em resposta a essas necessidades o Klassmatt oferece soluções para
diferentes situações envolvendo a catalogação de materiais e serviços.

SENAI-SP 224
Conceito de Manutenção Produtiva
Total - TPM

Abordagens básicas da manutenção

Neste capítulo são apresentados os conceitos de manutenção, cujo termo é usado


pelas empresas para abordar as falhas, cuidando de suas instalações físicas (bens).

Existem três abordagens básicas da manutenção: corretiva, preventiva e preditiva. A


maior parte da produção adota uma combinação dessas abordagens, porque diferentes
elementos de suas instalações têm diferentes características.

Introdução
Os ativos são os bens e direitos de uma empresa. Toda e qualquer fábrica ou
instalação industrial que pretenda fabricar alguma coisa precisa de vários meios (bens)
que permitam a produção. Tais meios podem ser simples tesouras e agulhas, assim
como conjuntos de alta complexidade abrangendo máquinas automáticas,
equipamentos simples como bombas e ventiladores até conjuntos operando
simultaneamente, produzindo artigos diversos.

Em todos os casos aparece o problema de desgastes, enguiços, quebras, fraturas e


mais uma série de problemas que se observam durante a produção. Assim como uma
simples tesoura precisa ser reparada de tempos em tempos, já que o corte é perdido
com a sequência de operações, as máquinas complexas também apresentam
desgaste, exigindo reparos, consertos e ajustes de tempos em tempos, que variam de
acordo com o material processado, velocidade de produção, condições ambientais
exigidas e decorrentes do processo.

Por tais motivos, toda atividade produtiva exige manutenção. Sem ela, a produção
entra em colapso.

SENAI-SP 225
Manutenção

A Manutenção é o termo usado para abordar as falhas. As empresas tentam evitar as


falhas cuidando de suas instalações físicas (bens). É uma parte importante e essencial
das atividades de produção, especialmente aquelas cujas instalações físicas têm um
papel fundamental na produção de seus bens e serviços.

A manutenção é fundamental em todas as empresas, porém, em operações como


centrais elétricas, hotéis, companhias aéreas, refinarias petroquímicas e centrais de
telefonia, as atividades de manutenção serão responsáveis por uma parte significativa
dos resultados da empresa.

Ainda hoje, em muitas empresas, a manutenção é vista como um mal necessário, já


que as máquinas vão se quebrar e então, alguém deve consertá-las. Normalmente o
pessoal de manutenção é considerado tão somente como responsáveis para consertar
o que se quebra.

Entretanto, estudos detalhados mostram que os custos de manutenção, quando existe


uma organização detalhada, desaparecem quando comparados com os lucros que
trazem, por conservar a capacidade produtiva em valores elevados.

Com o desenvolvimento tecnológico aliado à alta competitividade exigida pela


globalização, as máquinas foram se tornando cada vez mais rápidas, mais complexas,
mais leves.

Esses fatores exigem matéria prima com padrão de qualidade alta, pessoal de
operação bem preparado e também uma manutenção eficiente e adequada.

Para o pessoal envolvido com a produção, assim como para os envolvidos em cálculos
econômicos e financeiros, a manutenção aparece apenas como uma despesa, sendo
combatido com o objetivo de diminuí-lo ao mínimo possível, sem observar as
consequências de tal diminuição.

Normalmente a manutenção é chamada para reparar um equipamento que quebrou. As


causas e origens da quebra são sempre atribuídas a fatores fortuitos ou erro do
operador ou do material e o que interessa é consertar o quanto antes para que a
produção não seja interrompida.

SENAI-SP 226
Pesquisa feita nos Estados Unidos com mais de 400 empresas líderes de setor mostra
que 25% delas atribuem seu êxito à alta utilização da capacidade instalada.

Benefícios da manutenção

Para uma empresa, a manutenção adequada de seus ativos (bens), pode trazer os
seguintes benefícios:
• Segurança melhorada - Instalações bem mantidas têm menor probabilidade de se
comportarem de forma previsível ou não padronizada, ou falhar totalmente, todas
podendo apresentar riscos para o pessoal;
• Confiabilidade aumentada - Conduz a menos tempo perdido com consertos das
instalações, menos interrupções das atividades normais de produção, menos
variação da vazão de saída e níveis de serviço mais confiáveis;
• Qualidade maior - Equipamentos mal mantidos têm maior probabilidade de
desempenho abaixo do padrão e causar problemas de qualidade;
• Custos de operação mais baixos - Muitos elementos de tecnologia de processo
funcionam mais eficientemente quando recebem manutenção regularmente:
veículos, por exemplo;
• Tempo de vida mais longo - Cuidado regular, limpeza ou lubrificação podem
prolongar a vida efetiva das instalações, reduzindo os pequenos problemas na
operação, cujo efetivo cumulativo causa desgaste ou deterioração;
• Valor final mais alto - Instalações bem mantidas são geralmente mais fáceis de
vender no mercado de segunda mão.

Abordagens básicas da manutenção

Manutenção corretiva
A manutenção corretiva segue a abordagem de deixar as instalações operarem até que
se quebrem. O trabalho de manutenção é realizado somente após a quebra. Por
exemplo, os televisores, os equipamentos de banheiros e os telefones em quartos de
hotéis provavelmente somente serão consertados depois de serem quebrados. O hotel
manterá algumas peças de reposição e o pessoal disponível para fazer os consertos
quando necessário. As falhas nessas condições não são catastróficas, embora talvez
irritem os hóspedes, nem tão frequentes para fazer verificações regulares do estado
das instalações.

SENAI-SP 227
Esta abordagem da manutenção é usada:
• Nos casos em que o conserto é fácil e a consequência da falha é pequena;
• Quando a falha não é previsível de forma nenhuma, porque a falha tem a mesma
probabilidade de acontecer antes ou depois do conserto.

Manutenção preventiva
A manutenção preventiva visa eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas por
manutenção (limpeza, lubrificação, substituição e verificação das instalações) em
intervalos pré-planejados.

Por exemplo, os motores de um avião de passageiros são verificados, limpos e


calibrados de acordo com uma programação regular depois de determinado número de
horas de vôo. Tirar o avião de suas obrigações regulares para manutenção preventiva
é claramente uma opção dispendiosa para qualquer empresa aérea. As consequências
de falhas em serviço, entretanto, são consideravelmente mais sérias.

O princípio de manutenção preventiva também é aplicado a instalações com


consequências menos catastróficas das falhas. A limpeza e lubrificação regulares das
máquinas, mesmo a pintura periódica de um edifício, podem ser consideradas
manutenção preventiva.

A manutenção preventiva é utilizada quando o custo da falha não planejada é alto


devido à interrupção da produção e quando a falha pode ser prevista com certa
probabilidade.

Manutenção preditiva
A manutenção preditiva visa realizar conservação somente quando as instalações
precisarem delas. Por exemplo, equipamentos de processamento contínuo, como os
usados para a produção de papel, funcionam por longos períodos durante 24 horas por
dia, de modo a conseguirem a alta utilização necessária para a produção eficiente em
custos. Parar a máquina para trocar um mancal, quando não é necessário fazê-lo,
retiraria esses equipamentos de operação por longos períodos e reduziria sua
utilização.

Neste caso, a manutenção preditiva pode incluir a monitoração contínua das máquinas
e equipamentos. Exemplo de manutenção preditiva: monitoramento contínuo das
vibrações.

SENAI-SP 228
Os resultados desta monitoração seriam a base para decidir se a linha deveria ser
parada e os mancais substituídos.

A tabela a seguir mostra outras características e procedimentos que podem ser


monitorados para manutenção preditiva.

Características Procedimentos de monitoração


Vibração Mancais e rolamentos – medir próximo aos mancais e
rolamentos e analisados por um programa de computadores.
Composição do óleo de lubrificação Em vez de substituir o óleo em períodos fixos, analisar
quimicamente e quanto à contaminação de partículas.
Dimensões de correntes Monitora-se a espessura dos elementos da corrente
transportadoras
Temperatura de motores Monitoração constante de temperatura indica a condição de
trabalho do motor.

A manutenção preditiva é usada quando a atividade de manutenção é dispendiosa,


seja devido ao custo de manutenção em si ou devido à interrupção da produção
causada pela atividade de manutenção.

Na manutenção de um automóvel também se usam essas três abordagens:


• Lâmpadas e fusíveis são trocados quando falham - manutenção corretiva;
• O óleo do motor é trocado após determinada quilometragem percorrida -
manutenção preventiva;
• A maior parte dos motoristas monitora as condições do veículo, seja informalmente
ouvindo o barulho do motor e outros componentes, seja avaliando a profundidade
do sulco do pneu.

©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2006.
RITZMAN, L.P.; KRAJEWSKI, L. J. . Administração da produção e operações. São Paulo. Editora Pearson Prentice
Hall, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.

SENAI-SP 229
Custos de manutenção

Neste capítulo são apresentados os conceitos que mostram que a manutenção é um


dos departamentos responsáveis pela saída do dinheiro de uma organização,
impactando diretamente na relação de lucro. Vários modelos para administrar o custo
de manutenção podem ser adotados dependendo do processo produtivo e do tipo de
máquinas ou equipamentos.

Introdução
Os departamentos responsáveis pelo dinheiro que entra são normalmente os
departamentos de vendas e de produção, normalmente muito bem administrados, com
boa conceituação na empresa e alvo de campanhas de incentivos, prêmios de vendas
e produção.

Os departamentos responsáveis pelo dinheiro que sai são normalmente os


departamentos de compras e de manutenção, que em empresas bem administradas
devem receber o mesmo enfoque da empresa.

O custo do departamento de manutenção gira em torno de mão de obra aplicada nos


serviços de manutenção, materiais e peças aplicadas nos equipamentos e material de
consumo.

Estes custos têm que ser gerenciados para que seja o mínimo e suficiente. A falta
deste gerenciamento eficiente gerará horas extras do pessoal de manutenção, peças
para reposição com pouco giro e estocadas há muito tempo na empresa.

É muito comum encontrarmos nas empresas os “gênios” da manutenção, elementos


que só eles conhecem o equipamento, só eles sabem como consertá-los e
normalmente a manutenção fica sujeita a estes funcionários, dificultando o trabalho
devido à personalização do departamento.

Para um bom gerenciamento de manutenção é necessário a administração correta dos


custos envolvidos nas diversas formas de manutenção.

Manutenção corretiva versus manutenção preventiva

Como já foi visto, a produção planeja sua manutenção incluindo certo nível de
manutenção preventiva regular, o que resulta em uma probabilidade razoavelmente

SENAI-SP 230
baixa de falhar. Quanto mais frequente for à manutenção preventiva, menor é a
probabilidade de ocorrerem falhas.

O equilíbrio entre manutenção preventiva e manutenção corretiva é estabelecido para


minimizar o custo total das paradas. Manutenção preventiva pouco frequente custará
pouco para realizar, mas resultará em alta probabilidade, e, portanto, custo de
manutenção corretiva. Manutenção preventiva muito frequente será dispendiosa de
realizar, mas reduzirá o custo de ter que providenciar manutenção corretiva.

A figura 1 mostra um modelo de custos de manutenção preventiva e custo de paradas


para manutenção.

A análise da figura mostra que pode existir um ponto ótimo de manutenção preventiva,
em que o custo para a empresa pode ser minimizado.

Este modelo de custos pode não refletir a realidade em muitos sistemas de produção,
pois o custo de paradas depende fundamentalmente da capacidade instalada da
empresa e seu nível de utilização, além do sistema de produção ser contínuo ou por
lotes.
Pode acontecer que o modelo de manutenção preventiva de algumas empresas seja
parecido com o da figura 2.

A utilização de um dos dois modelos ou uma combinação entre eles depende da


previsibilidade de falhas (confiabilidade) do sistema produtivo. A manutenção
preventiva tem maiores possibilidades de gerar grandes benefícios quando os períodos
de parada podem se previstos com razoável certeza.

SENAI-SP 231
No modelo mostrado na figura 2, percebe-se que o custo de paradas e,
consequentemente, o custo total de manutenção diminui com o aumento do nível de
manutenção preventiva.

Previsibilidade de falhas (Confiabilidade)

A Confiabilidade é a probabilidade de que um equipamento, componente ou peça


possa dar como resposta aquilo que dele se espera, durante um período de tempo e
sob algumas condições.

Quando entramos em nosso carro e damos a partida, esperamos que ele pegue.
Quanto mais vezes ele pegar, em relação ao número de tentativas, mais confiável ele
será. Assim, se em 1000 vezes que damos a partida em nosso carro, ele pega 995
vezes, dizemos que sua confiabilidade é 0,995, ou 99,5%.

É fácil perceber que existe uma estreita relação entre manutenção, qualidade do
produto (no caso de manutenção: máquinas, equipamentos, componentes específicos,
peças, etc.).

Existem diversos conceitos que podem ser aplicados para avaliar a confiabilidade de
sistemas produtivos.

SENAI-SP 232
Disponibilidade

A disponibilidade consiste em uma medida que indica a proporção do tempo total em


relação ao tempo que o dispositivo está disponível ao cumprimento das funções para
as quais foi destinado.

Onde:
• Tempo disponível é aquele durante o qual a máquina ou equipamento está apto a
operar sem problemas;
• Tempo ocioso é aquele durante o qual o equipamento não apresenta condições de
funcionamento, por estar sofrendo manutenção ou intervenção.

Como exemplo pode-se tomar uma agência de aluguel de carros que, onde o histórico
da empresa mostra que, qualquer que seja o dia, 10% dos veículos está sofrendo
manutenção corretiva em virtude dos veículos que são devolvidos à empresa e
necessitam de correção de defeitos que não podem ser programados. Essa agência
apresenta uma disponibilidade de 90%.

Razão de falha (FR)

A Razão de falha é a probabilidade de um sistema não dar a resposta que se espera.

A razão de falha é dada pela expressão:

No caso do exemplo da partida no automóvel seria: =0,50%

SENAI-SP 233
Tempo médio entre falhas (TMEF)

O TMEF é um parâmetro que deve ser usado quando a razão de falhas é constante.
No exemplo do automóvel, supondo que sejam dadas 5 partidas no veículo a cada dia,
teríamos que as 1000 partidas foram dadas em 200 dias. Portanto, o tempo médio
entre falhas será:

Lei das falhas

Basicamente, as falhas de um equipamento ou componente podem ocorrer do uso ou


ser aleatórias. Todos os componentes se deterioram com o uso. A figura 3 apresenta
um gráfico típico do número de falhas ocorridas em função do tempo.

A análise da figura mostra que as falhas ocorrem em três fases distintas:


1. Falhas da partida – decorrentes do inicio de operação, pois máquinas e
equipamentos exigem ajustes no de sua vida útil.
2. Falhas aleatórias - é a fase mais útil do equipamento, onde o número de falhas é
baixo.
3. Falhas do desgaste - decorrem do uso continuado do equipamento. Podem ser
encontrados mais exemplos sobre falhas e confiabilidade.

©SENAI-SP, 2012
Créditos
Elaborador: Giocondo Marino Antonio Gallotti
Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT - Um enfoque estratégico. São Paulo. Atlas, 1996.
GAITHER, N. Administração da produção e operações. 8ª edição. São Paulo. Editora Thomson Pioneira, 2004.
SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo. Atlas, 1996.

SENAI-SP 234
Manutenção produtiva total

Neste capítulo são apresentados os conceitos da Manutenção Produtiva Total (TPM),


que constitui muito mais do que uma forma de fazer manutenção. É uma filosofia
gerencial, atuando na forma organizacional e no comportamento das pessoas. Para a
sua implementação é necessário o ataque às seis grandes perdas que possam existir
nos processos produtivos.

Introdução
A cada dia aumenta mais e mais a dependência das empresas de seus equipamentos
e instalações. A interrupção do processo produtivo gera uma série de problemas,
como: reclamações de clientes que não serão atendidos no prazo especificado,
receitas que deixam de ser auferidos, custos de reparos nos quais se incorre
desnecessariamente, aumento no índice de acidentes no trabalho, entre outros.

Uma instalação bem mantida, com baixíssimas interrupções, acaba por trazer à
empresa uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes. É neste enfoque que as
empresas estão procurando novas técnicas de aumento de confiabilidade, melhorando
a manutenção dos equipamentos críticos e não críticos.

É dentro desse enfoque que se encaixa o conceito de Manutenção Produtiva Total


(TPM), que vai muito além de ser uma forma de se fazer manutenção. É mais uma
filosofia gerencial, atuando na forma organizacional, no comportamento das pessoas,
na forma com que tratam os problemas, não só os de manutenção, mas todos os
diretamente ligados à produção.

Manutenção produtiva total (TPM)

A TPM visa atingir o que se pode chamar de zero falha ou zero quebra. Foi
desenvolvida no Japão na década de 60 a partir de conceitos desenvolvidos nos
Estados Unidos e está se espalhando pelo mundo. A TPM apoia-se em três princípios
fundamentais:
• Melhoria das pessoas - sem o desenvolvimento, preparação e motivação das
pessoas é praticamente impossível atingir um nível adequado de aplicação da
filosofia TPM. Todos os programas iniciam-se com um treinamento do pessoal. A
multifuncionalidade deverá ser atingida;

SENAI-SP 235
• Melhoria dos equipamentos - depois das pessoas, os equipamentos constituem o
maior recurso de uma empresa. A teoria da TPM advoga que todos os
equipamentos podem e devem ser melhorados, conseguindo-se, a partir daí,
grandes ganhos de produtividade. É falso supor que uma fábrica, para ser moderna
e de alta produtividade, deve contar com equipamentos novos;
• Qualidade total - A TPM é parte integrante dos conceitos de qualidade total, já tão
difundido entre nós. A implantação de um programa de TPM deve caminhar
paralelamente à implantação de um programa de melhoria da qualidade e da
produtividade.

Para aumentar a produtividade dos equipamentos e, consequentemente, de toda a


empresa, a TPM recomenda o ataque às denominadas seis grandes perdas:
• Perda 1 - quebras: a quantidade de itens que deixa de ser produzida porque a
máquina quebrou. É a mais conhecida e mais facilmente calculada. Deve ser
combatida com uma manutenção efetiva eficaz.
• Perda 2 - ajustes (setup): a quantidade de itens que deixa de ser produzida
porque a máquina estava sendo preparada e/ou ajustada para a fabricação de um
novo item. Deve ser combatida com técnicas de redução de setup (trocas rápidas).
• Perda 3 - pequenas paradas/tempo ocioso: a quantidade de itens que deixa de
ser produzida em decorrência de pequenas paradas no processo para pequenos
ajustes, ou por ociosidades várias, como bate-papo do operador.
• Perda 4 - baixa velocidade: a quantidade de itens que deixa de ser produzida
devido ao fato de o equipamento estar operando a uma velocidade mais baixa do
que a nominal especificada pelo fabricante.
• Perda 5 - qualidade insatisfatória: é a quantidade de itens que é perdida (para
todos os efeitos, é como se eles não tivessem sido produzidos) por qualidade
insatisfatória, quando o processo já entrou em regime de operação normal.
• Perda 6 - perdas com startup: é quantidade de itens que é perdida (para todos os
efeitos, como se eles não tivessem sido produzidos) por qualidade insatisfatória,
quando o processo ainda não entrou em regime de operação normal.

Cinco metas da manutenção preventiva total

A TPM visa estabelecer boa prática de manutenção na produção através da


perseguição de cinco metas:

• Melhorar a eficácia dos equipamentos - Examina como as instalações estão


contribuindo para a eficácia da produção através da análise de todas as perdas que

SENAI-SP 236
ocorrem. Perda de eficácia pode ser o resultado de perdas por tempo parado,
perdas de velocidade ou perdas por defeito.

• Realizar manutenção autônoma - Permitir que o pessoal que opera ou usa os
equipamentos da produção assuma a responsabilidade por pelo menos algumas
das tarefas de manutenção. Também se deve encorajar o pessoal de manutenção
a assumir a responsabilidade pela melhoria do desempenho de manutenção. Na
prática são propostos três níveis nos quais o pessoal assume responsabilidade pela
manutenção.

Nível de consertos
O pessoal executa instruções, mas não prevê o futuro, simplesmentereage a
problemas.

Nível de prevenção
O pessoal pode predizer o futuro antevendo problemas e realizando ações corretivas

Nível de melhoria
O pessoal pode predizer o futuro antevendo; não somente realizam ações corretivas,
mas também propõem melhorias para prevenir recorrências.

• Planejar a manutenção - Ter uma abordagem totalmente elaborada para todas as


atividades de manutenção. Isto deve incluir o nível de manutenção preventiva
necessário para cada peça de equipamento, os padrões para manutenção preditiva
e as respectivas responsabilidades do pessoal de operação e manutenção. A tabela
a seguir ilustra os respectivos papéis e responsabilidade do pessoal de operação e
manutenção.

Pessoal de manutenção Pessoal de operação

Papéis Para desenvolver: Para assumir:


• Ações preventivas; • Domínio das instalações;
• Manutenção corretiva. • Cuidado com as instalações.
Responsabilidades Treinar os operadores Operação correta
Planejar a prática da manutenção Manutenção preventiva de rotina
Solução de problemas Manutenção preditiva de rotina
Avaliar a prática operacional Detecção de problemas

SENAI-SP 237
• Treinar todo o pessoal em habilidades de manutenção relevantes - As
responsabilidades listadas na tabela acima exigem que tanto o pessoal de
manutenção como o de operações tenham todas as habilidades para desempenhar
seus papéis. A manutenção produtiva total coloca uma forte ênfase no treinamento
adequado e contínuo.
• Conseguir gerir os equipamentos logo no início - Essa meta é direcionada para
evitar totalmente a manutenção através da prevenção da manutenção, que consiste
em considerar as causas de falhas e manutenção dos equipamentos durante sua
etapa de projeto, sua manufatura e sua instalação. A prevenção da manutenção
tenta rastrear todos os problemas potenciais de manutenção até sua causa primeira
e depois tenta eliminá-los nesse ponto.

Políticas de manutenção

Uma empresa pode definir uma política de manutenção com ênfase em vários
aspectos:
• Postura preventiva - estabelece e implanta um programa de manutenção
preventiva em todos os níveis. Utilizando-se de softwares de manutenção, terá
condições de gerir com precisão todos os eventos, como troca de peças após certo
número de horas de uso e limpeza, entre outros.
• Maior número de máquinas com menor utilização - não sobrecarrega
equipamentos, diminui quebras e aumenta a confiabilidade.
• Treinamento de operadores - são treinados para efetuar pequenas manutenções
de rotina, conforme filosofia da TPM.
• Projeto robusto - trabalhar com equipamentos robustos, ou seja, capazes de
suportar eventuais sobrecargas de trabalho sem apresentar defeitos.
• Manutenção– optar pela compra de equipamentos que se caracterizem pela
facilidade de efetuar as manutenções.
• Tamanho das equipes de manutenção - trabalhar com folga de mão de obra de
manutenção para que eventuais ocorrências simultâneas possam ser prontamente
atendidas.
• Maior estoque de peças sobressalentes - como no caso anterior, tem-se maior
segurança no atendimento.
• Redundância de equipamentos - para os equipamentos críticos, dispor de reserva
que possa ser utilizada imediatamente.

Vários desses aspectos podem ser combinados com o objetivo de ter-se um processo
produtivo que apresente o menor número de falhas.

SENAI-SP 238
Gestão eficiente da manutenção

Aqui são apresentados os conceitos da gestão eficiente da manutenção e a


necessidade de se ter pessoal habilitado e treinado, com campos internos e externos
bem estabelecidos. É fundamental haver uma grande harmonia entre os diversos
departamentos da organização industrial e, principalmente, entre manutenção e
produção.

Introdução
Em muitas empresas, embora a função da manutenção seja considerada secundária,
sua importância só é percebida quando falha. A complexidade e os problemas de
manutenção aumentam em função do tamanho da instalação, do grau de automação,
exigindo pessoal qualificado e treinado, o que torna necessário uma gestão eficiente.

A organização e o gerenciamento da manutenção devem levar em conta os seguintes


aspectos:
• Quais as metas e objetivos da empresa;
• Qual o tamanho da empresa e suas instalações e qual a amplitude da manutenção
que é mais adequada a esses dados;
• Caso a tendência da empresa seja crescer, existem, no quadro atual de
funcionários, elementos em número suficiente para atender as necessidades atuais
e as previstas no futuro próximo? O pessoal possui preparo adequado ao
desempenho pretendido?
• A manutenção deve ser considerada uma atividade que mantém o equipamento em
condições de trabalho, evitando falhas. É muito mais racional controlar com rigor
antes do aparecimento de falha e as consequentes interrupções da produção, do
que depois que as mesmas ocorram;
• Qual o padrão de qualidade estabelecido para os produtos.

Condições para operação eficiente

Para uma atuação e desempenho realmente satisfatórios, um departamento de


manutenção deve satisfazer as seguintes condições:
• Possuir pessoal habilitado e treinado, apresentar campos externos e internos de
autoridade bem estabelecida, com a definição clara entre as responsabilidades e
autoridade de cada envolvido no assunto. O gerenciamento deve observar que é
essencial estabelecer a execução das atividades necessárias de maneira
harmônica, no momento adequado e com custos minimizados em conjunto com a
maximização dos resultados;

SENAI-SP 239
• Um fator de importância capital ao bom gerenciamento da manutenção é a fixação
do tempo, período e prazo de execução de um serviço qualquer para que
manutenção seja realmente eficiente. O planejamento da manutenção deve
especificar, com clareza, a prioridade dos serviços, especificação do serviço a ser
executado com a nitidez necessária e suficiente para que não pairem dúvidas com
relação à atuação de quem vai executá-lo, ou quando e quais os dispositivos,
ferramentas, materiais e acessórios são necessários para que o trabalho seja
realizado no prazo previsto, informando os demais departamentos;
• A coordenação dos homens, materiais, ferramentas, acessórios etc., são essenciais
para que os serviços sejam executados no local predeterminado, na hora em que
foram programados, com todos os recursos necessários a fim de que os serviços
sejam executados em tempo hábil, no momento previsto e programado;
• É essencial que a gerência de manutenção planeje e coloque em execução um
processo adequado de controle das atividades de seu departamento. Tais controles
devem permitir não somente a execução, mas ainda o andamento dos serviços que
foram programados, como conter dados que permitam verificar o desempenho e a
eficiência das equipes e, também o que é muito importante, se os mesmos foram
executados na hora prevista e dentro do prazo programado. A documentação deve
fornecer dados suficientes para permitir que a gerência possa verificar os custos e,
concomitantemente, controlar como a contabilidade os está lançando. A principal
finalidade é verificar efetivamente o que está acontecendo, para que as bases
sejam objetivas e não programadas de acordo com conceitos subjetivos de
algumas pessoas;
• É preciso ficar bem claro que, quando uma instalação possui um departamento,
divisão ou secção de manutenção bem organizada e eficiente, a própria
manutenção dá origem a lucros que normalmente não são contabilizados e que
dificilmente poderão sê-lo caso não exista uma organização e administração muito
eficiente. Tal lucro advém da meta primordial que consiste em conservar o
equipamento em excelentes condições durante o tempo mais longo possível,
aumentar o máximo a vida útil de cada peça de equipamento, diminuição ou
eliminação dos defeitos, falhas e quebras devido ao funcionamento inadequado dos
mesmos;
• O conjunto de divisões, áreas, departamentos ou seções que constituem a
instalação industrial, quando trabalha de maneira harmônica e visando todos eles
os mesmos objetivos, permitem uma operação altamente eficiente de todos os
setores. Inclusive, quando constituem setores operando com sistemas metódicos, a
manutenção pode assegurar um funcionamento confiável do maquinário. É
possível, em muitos casos, diminuir, ou mesmo eliminar a manutenção corretiva,
mediante o uso de métodos e processos obtidos pela imaginação criativa que

SENAI-SP 240
vários envolvidos no problema possuem que, com base em conhecimentos técnicos
possibilitam a praticamente eliminar alguns serviços de manutenção altamente
desagradáveis e dispendiosos, que ocorrem quase que sistematicamente;
• O fator mais importante na eficiência de uma atividade qualquer é o preparo,
treinamento do pessoal envolvido em tal atividade e, principalmente, motivação. Tal
fator é normalmente esquecido ou ignorado, principalmente em pequenas e médias
empresas. É fato comum a alta direção adquirir, a custos elevados, equipamentos,
ferramentas e instrumentos altamente sofisticados e enviá-los a determinados
departamentos. Os responsáveis pelo departamento normalmente encaminham tais
dispositivos a seus subordinados, esquecendo-se que os que vão operá-los
precisam, em primeiro lugar, ter o preparo mínimo necessários para tal e serem
treinados para operá-los.

Se nada disso for feito, o que ocorre frequentemente, os equipamentos sofisticados


permanecem subutilizados, quando não estocados em prateleiras, sendo mostrados a
visitantes para impressioná-los.

Por tal motivo, quando se trata de manutenção, todos os envolvidos devem ser
treinados e instruídos de maneira que fiquem conscientes de uma filosofia coerente e
que define claramente quais os objetivos pretendidos e como obtê-los, para que a
organização do serviço seja executada com o devido cuidado.

Relacionamento entre produção e manutenção

Como já mencionado anteriormente, a harmonia entre os vários departamentos de uma


instalação industrial é fundamental para a gestão eficiente da manutenção. Na maior
parte das empresas, a produção é o principal “cliente” da manutenção, pois é a ela que
a maioria dos serviços é prestada, é necessário que as responsabilidades entre os dois
departamentos sejam bem definidas.

Responsabilidades da manutenção em relação à produção

As principais responsabilidades da manutenção com a produção são:


• Assessorar a produção, visando estabelecer um programa coerente de manutenção
e reparos, que permita a elaboração de um planejamento e programação
compatíveis com as necessidades e possibilidades de cada um dos departamentos
envolvidos;
• Conservar as instalações em condições tão perfeitas quanto possível, para permitir
o trabalho com minimização dos custos;

SENAI-SP 241
• Executar os consertos e reparos eventuais dentro do menor prazo possível visando
sempre minimizar os custos e introduzir o mínimo de distúrbio à produção;
• Obedecer aos intervalos de conservação rotineiros, como lubrificação, limpezas e
ajustes para que as interrupções na produção sejam mantidas no menor limiar
possível;
• Executar e controlar os reparos emergenciais de modo a torná-los serviços
programáveis;
• Manter reuniões constantes com os encarregados da produção para analisar e
avaliar as razões das interrupções para reparos, visando estabelecer qual a
condição real dos equipamentos que necessitaram intervenções;
• Verificar, junto à produção, o motivo de determinadas máquinas e equipamentos
apresentarem número elevado de interrupções, visando eliminar as causas
principais dos defeitos;
• Auxiliar, sempre que possível, o departamento de produção, a respeito das
principais responsabilidades dos operadores sobre a operação dos equipamentos.

Responsabilidades da produção em relação à manutenção

As principais responsabilidades da produção com a manutenção obedecem


praticamente aos mesmos conceitos e são:
• Programar, em conjunto com a manutenção, as paradas necessárias para
consertos de algum vulto com a antecedência necessária, para permitir a aquisição
ou fabricação das peças que foram necessárias;
• Elaborar um planejamento adequado, visando permitir uma distribuição tão
uniforme possível da carga de trabalho da manutenção, além de informar com a
devida antecedência para possibilitar o planejamento das atividades;
• Emitir autorizações para reparos, consertos, alterações e substituições em
máquinas e equipamentos, constando na autorização os detalhes suficientemente
explicados para que não existam dúvidas quanto ao que deverá ser executado;
• Informar-se com relação aos problemas de um determinado equipamento e qual a
sua produção, para solicitar os serviços necessários com a devida antecedência,
permitindo a sua execução em tempo hábil;
• Indicar suas prioridades através de observação cuidadosa das atividades e
programa de produção, fixando prazos e tempos de paradas exequíveis;
• Em comum com a manutenção, procurar estabelecer uma metodologia que
transforme os reparos ou serviços emergenciais em serviços planejados e
programáveis.

SENAI-SP 242

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