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Resumo de ABS 3: Terapia Comunitária


1) Introdução:
A. Etimologia:
➔ “Terapia”: acolher, ser caloroso, servir, atender.
➔ “Comunidade”: unidade comum, afinidades em comum (sofrimento, soluções e
superação das dificuldades).
B. Definição:
➔ Espaço comunitário onde se procura partilhar experiências de vida e sabedorias de
forma horizontal e circular;
➔ Cada indivíduo se torna terapeuta de si mesmo, a partir da escuta das histórias de
vida relatadas;
➔ Todos se tornam co-responsáveis na busca de soluções e na superação de desafios
cotidianos;
➔ Momento de transformação do sofrimento em crescimento, da carência em
competência (“kaos” → “kayros”).
C. Papel terapêutico da comunidade:
➔ Instrumento de aquecimento e fortalecimento das relações humanas;
➔ A comunidade age onde a família e as políticas sociais falham.
2) Características:
A. Discussão e realização de um trabalho de saúde mental (preventivo e curativo),
buscando engajar todos os elementos culturais e sociais ativos da comunidade;
B. Ênfase no trabalho de grupo, promovendo a formação de grupos de mulheres, de jovens,
de pessoas de terceira idade, a fim de criar um escudo protetor para os mais frágeis;
C. Criação gradual de consciência social, com o propósito de formar consciência da origem
e das implicações sociais da miséria e do sofrimento humano.
3) Objetivos:
A. Reforçar a dinâmica interna de cada indivíduo;
B. Reforçar a autoestima individual e coletiva;
C. Redescobrir e reforçar a confiança em cada indivíduo;
D. Valorizar o papel da família e da rede de relações que ela estabelece com o seu meio;
E. Suscitar em cada pessoa seu sentimento de união e de identificação de valores culturais;
F. Favorecer o desenvolvimento comunitário;
G. Promover e valorizar as instituições e práticas culturais tradicionais (“saber fazer”);
H. Tornar possível a comunicação entre as diferentes formas de “saber popular” e “saber
coletivo”;
I. Estimular a participação como requisito fundamental para dinamizar as relações sociais.
4) Construção das teias:
A. A terapia comunitária é análoga ao trabalho de uma aranha que tece teias, porém
fortíssimas;
B. A cultura é a teia invisível que integra e une os indivíduos;
C. A construção desses vínculos tem permitido agregar os “sem-rumo” e perdidos para a
prestação de suporte e apoio, auxiliando essas pessoas.
5) Critérios de escolha do terapeuta:
A. Ser escolhido pela comunidade e a explicação sobre o trabalho do terapeuta
comunitário;
B. Ser alguém com histórico de engajamento em trabalho comunitário;

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C. Estar consciente de que o trabalho realizado não traz nenhuma remuneração financeira;
D. Ter mente aberta para participar das práticas vivenciadas durante o curso;
E. Ter uma “mente flexível”;
F. Não ser pessoa com “situação-problema” mal resolvida;
G. Não ser pessoa que não possa se dedicar por sobrecarga de atividades;
H. Saber que essa formação exige se afastar da sua família e das suas atividades por um
período de 4 dias, em intervalos de dois a três meses;
I. Conhecer as diversas atividades que seu município desenvolve;
J. Ter disponibilidade de duas horas semanais para realizar as sessões de terapia
comunitária;
K. Propor aos candidatos a novos terapeutas que participem de, pelo menos, três sessões
de terapia comunitária;
L. Realizar entrevista individual com os candidatos a novos terapeutas.
6) Capacitação:
A. 70h/ano de curso sobre os aspectos teóricos;
B. 70h/ano de curso sobre as vivências terapêuticas;
C. 140h/ano dedicadas à realização de práticas em terapia comunitária;
D. 60h/ano de supervisão dos professores da instituição organizadora;
E. 20h/ano para realizar as dez entrevistas necessárias.
7) Terapeutas comunitários:
A. Perfil do terapeuta:
➔ Pessoa que pode proporcionar às mães e aos pais de família alívio para suas
ansiedades, suas angústias, suas frustrações e seus estresses e sofrimentos;
➔ Indivíduo capaz de redescobrir valores culturais, a fim de incluir os excluídos;
➔ Instrumento a serviço do crescimento humano e comunitário (não precisa ser
academicamente condecorado) – pessoa verdadeira e comprometida;
➔ Não pode ser uma pessoa que realiza críticas vazias e sim, críticas construtivas.
B. Papel do terapeuta:
➔ O terapeuta comunitário não resolve problemas, mas facilita a compreensão e a
resolução destes;
➔ Não deve assumir o papel de especialistas, fazendo interpretações e análises;
➔ Deve trabalhar a competência das pessoas, buscando sempre “garimpar” o saber
produzido (maiêutica socrática);
➔ Não deve enviesar a discussão com seus próprios valores;
➔ Deve provocar nas pessoas e no grupo a vontade de sempre construir vínculos que
confiram segurança e pertencimento;
➔ Interagir em igualdade e falar dos seus próprios sentimentos;
➔ Manter-se animado e motivado para as sessões de terapia.
8) Intervenção terapêutica:
A. Por meio da música;
B. Por meio do movimento;
C. Pelo diálogo dinâmico.

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9) Abordagens terapêuticas:

Referências Bibliográficas
BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia Comunitária: passo a passo. Fortaleza: Gráfica
LCR, 2008.

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