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Determinação das variáveis de

controle da máquina injetora

Programação das Temperaturas

Prof. Marcus Coelho


Definição de temperatura do fundido
• É a temperatura que o material sai do bico
da máquina injetora e entra no canal da
bucha do molde de injeção, sendo indicado
por Tm.
Como programar as temperaturas?
• Uso de tabelas de referência:
– Fornecedores de matéria-prima (Braskem, Basf,
Bayer, etc.)
– Fabricantes de máquinas para a transformação de
termoplásticos (Romi, Arburg, Himaco, etc.)
– Handbooks e literatura especializada
– Bases de dados na Internet
Dados de Fornecedores de MP
Dados de fabricantes de máquina
Material Bico Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Molde
PEAD 210-240 220-250 210-240 190-220 190-220 30-50
PP 240-270 240-270 230-260 220-250 220-250 30-50
PS 220-280 210-280 180-230 150-180 150-180 30-50
ABS 210-240 210-240 200-300 190-220 190-220 60-80
SAN 200-230 190-220 190-220 180-210 180-210 50-70
PVC 150-180 150-180 140-170 130-160 130-160 20-40
PVC 170-200 170-200 160-190 150-180 150-180 40-60
PMMA 200-220 190-210 180-200 170-190 170-190 50-80
POM 190-210 180-200 170-190 170-190 170-190 60-90
POM 180-200 170-190 170-190 160-180 160-180 60-90
PC 290-310 300-320 290-310 280-300 280-300 80-120
PA6 230-250 230-250 220-240 210-230 210-230 60-80
PA6.6 260-280 260-280 250-270 240-260 240-260 60-100
PBTP 240-260 230-250 230-250 210-230 210-230 60-80
CA 190-220 210-230 200-220 190-210 190-210 40-60
PPO 270-290 280-300 270-290 250-270 250-270 80-100

Fonte: manual das injetoras Romi série Primax


Como programar as temperaturas?
• A regra geral é programar de forma
decrescente da zona do bico para a
garganta de alimentação:
– Aquecer gradualmente o polímero
– Não produzir a plastificação do polímero na
zona de alimentação, prejudicando o transporte
da matéria-prima
– Favorecer a eliminação de gases pela garganta
do funil de alimentação
Como programar as temperaturas?
• Iniciar com os valores médios sugeridos.
• A última zona do canhão deve ficar entre
40 a 50°C abaixo da temperatura de
plastificação do polímero.
Como programar as temperaturas?
• A temperatura do bico deve ser ajustada com
a temperatura de injeção requerida e
uniforme.
• Deve-se realizar a verificação da qualidade do
fundido para que seja determinado se o perfil
de temperaturas utilizado está ou não
adequado.
Como programar as temperaturas?
• Outra forma de avaliar é observando a
pressão hidráulica durante a etapa de
plastificação
• Deve estar em torno de 75% da pressão
máxima da injetora.
Dosagem
Como programar as temperaturas?
• Caso a pressão observada seja inferior a
este valor deve-se reduzir a temperatura
da última zona do canhão com tempos de
estabilização de 10 a 15min.
• Uma vez que a última zona esteja
ajustada, diminua a temperatura das
zonas dianteiras de forma que as peças
ainda tenham uma boa qualidade.
Como programar as temperaturas?
• Para materiais semicristalinos, deve-se
observar o retorno do parafuso durante a
plastificação.
• Se o movimento for irregular, o calor
fornecido não é suficiente e os pellets não
fundidos podem estar entupindo a zona de
compressão da rosca.
Como programar as temperaturas?

• Deve-se, portanto, aumentar a


temperatura da última zona de forma que
o movimento de retorno da rosca seja
uniforme.
Fatores que afetam a temperatura do
fundido
•Rotação do parafuso
•Contrapressão
•Velocidade de injeção cisalhamento
Necessidade da medição da
temperatura
Termopar de
imersão

Pirômetros de
Infravermelhos
Ajuste da temperatura do molde

• Os fornecedores de MPs para injeção


especificam as características e condições
para o processamento de suas resinas.
• Em muitas situações essas temperaturas não
são respeitadas, com o objetivo de reduzir o
tempo de ciclo.
Necessidade do controle da
temperatura do molde
• A temperatura do molde é de fundamental
importância para as seguintes características
do produto:
– Aparência superficial
– Contração
– Tensões residuais
– Uniformidade da estrutura morfológica do
polímero injetado
– Empenamentos
Necessidade do controle da
temperatura do molde
Necessidade do controle da
temperatura do molde
g
r
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PELE

NÚCLEO

TM = 20ºC

TM = 45ºC

TM = 90ºC
Variação da temperatura da cavidade
• A parede da cavidade de um molde é sujeita a uma
flutuação periódica de temperatura.
• Isto é inerente ao próprio processo e é influenciada
por fatores como o material do molde, o polímero a
ser injetado e pela temperatura do fundido.
Variação da temperatura da cavidade

• A temperatura de contato TWmáx é função


do coeficiente b (permeabilidade térmica)
do molde e do polímero a ser injetado
podendo ser estimada pela seguinte
equação:
Variação da temperatura da cavidade

TWmáx=(bW. TWmin+bm.TM)/(bW+bM) b =   c

TWmin – temperatura da cavidade antes do material ser


injetado;
TM – temperatura do fundido;
b – permeabilidade térmica;
bW – permeabilidade térmica do material do molde;
bM – permeabilidade térmica do polímero;
 - densidade;
 - condutividade térmica;
c – calor específico.
Determinação do tempo de resfriamento
• Assim, a equação mais simples para uma
estimativa do tempo de resfriamento é:

• onde tresf é o tempo de resfriamento [s]; aeff é


a difusividade térmica efetiva (geralmente
entre 2 e 3 mm2/s); s é a maior espessura de
parede da peça [mm].
Determinação do tempo de resfriamento
As equações a seguir fornecem uma estimativa mais precisa do tempo de
resfriamento para várias geometrias:

S>3mm
S≤ 3mm
Tinj = temperatura inicial [ºC];
TM = temperatura média da parede da cavidade molde [ºC];
TE = temperatura extração média [ºC];
Determinação do tempo de
resfriamento
S ≤ 3mm
𝒔𝟐 𝟒 𝑻𝒊𝒏𝒋 − 𝑻𝒎
𝒕𝒓𝒆𝒔𝒇 = 𝟐 𝒍𝒏
𝝅 × 𝒂𝒆𝒇 𝝅 𝑻𝒆𝒙𝒕 − 𝑻𝒎

S > 3mm
𝒔𝟐 𝟖 𝑻𝒊𝒏𝒋 − 𝑻𝒎
𝒕𝒓𝒆𝒔𝒇 = 𝟐 𝒍𝒏 𝟐
𝝅 × 𝒂𝒆𝒇 𝝅 𝑻𝒆𝒙𝒕 − 𝑻𝒎
EXERCÍCIO
Difusividade térmica efetiva
Difusividade térmica efetiva
Determinação do tempo de resfriamento

• As equações levam em consideração a


temperatura média da cavidade que
pode ser obtida da seguinte expressão:
_
TW max + TW min
TW =
2
Fatores que influenciam no tempo de
resfriamento
ESPESSURA DA PEÇA TEMPERATURA DE
EXTRAÇÃO

TEMPERATURA DO MOLDE TEMPERATURA


DO FUNDIDO
Determinação da temperatura de extração
média
• Nenhuma peça injetada deveria ser extraída da
cavidade até o momento em que a mesma
esteja estável dimensionalmente.
• A determinação da temperatura média de
desmoldagem também é importante do ponto
de vista econômico, pois quanto menor for a
temperatura de desmoldagem maior será o
tempo de ciclo, o que conseqüentemente leva
a menores produtividades.
Determinação da temperatura de extração
média
• A temperatura média de desmoldagem ou
extração é por definição a temperatura da
região central na direção da espessura da
peça no momento da extração da mesma.
Determinação da temperatura de
extração média
Ajuste da temperatura do molde
• Da mesma forma que as temperaturas
recomendadas para o polímero, o molde
deve ser ajustado a partir de faixas de
temperaturas recomendadas por
fornecedores de matérias-primas .
• Como ajuste inicial deve-se utilizar o
valor médio de cada faixa.
Ajuste da temperatura do molde
• Pode-se ajustar a temperatura do fluido
de resfriamento = temperatura entre
10 e 20°C abaixo da requerida para a
superfície da cavidade.
• Em seguida ajustar a vazão total do
fluido de resfriamento do molde
Ajuste da temperatura do molde
QF= calor fornecido pelo
polímero fundido
QL= calor sai por condução
QK= calor sai por convecção
QStr= calor sai por radiação
QTM=Calor entra/sai pelo
sistema de troca
QH= calor entra pela câmara
quente
QU= QL + QK + QStr
Ajuste da temperatura do molde
m = massa total do moldado
Δh = diferença de entalpia do
0 0 moldado na injeção e extração
ṁTM= vazão de fluido de
resfriamento
cTM = calor específico do fluido de
resfriamento
t =tempo de ciclo

ΔT< 2ºC - peças técnicas


ΔT ~ 5ºC - peças não técnicas
Ajuste da temperatura do molde
✓Polímeros semicristalinos

Temp. de extração Temp. fundido


Ajuste da temperatura do molde
✓Polímeros Amorfos
Ajuste da temperatura do molde
Re = número de Reynolds
DKK= diâmetro do canal do
molde
TM= viscosidade
cinemática do fluido de
resfriamento
TM = /
ρTM= densidade do fluido
= 10-3Pa.s =kg/m*s;
de resfriamento
= 1000kg/m 3
ṁTM = vazão do fluido de
resfriamento
Ajuste da temperatura do molde
Temperatura do óleo da injetora
• Ajustar a temperatura indicada pelo fabricante
do equipamento esperando,
preferencialmente, até que a temperatura
atinja o valor programado antes de iniciar a
produção.
Temperatura da garganta de alimentação

• Ajustar a vazão de água para o


resfriamento desta região, de forma que o
valor resultante seja o recomendado (se
houver) pelo fabricante.
Moldagem por Injeção
Curvas PυT

Prof. Marcus Coelho


Quanto mais material
na cavidade, menor o
volume específico!
A
Δν

B
A

Δν
B
Polipropileno isotático

0.1 MPa

40 MPa

80 MPa
120 MPa
160 MPa
P = 400bar
1. Dimensão do molde em Tamb
2. Aumento do molde em
função da expansão térmica
3. Contração na extração
4. Contração até a Tamb (24h)
5. Pós-contração
6. Contração total
7. Expansão (ex. absorção de
umidade)
1 bar = 0,989 cm3/g

Tamb = 0,969 cm3/g


comutação atrasada comutação corrigida
Tempo de recalque inferior ao tempo Tempo de recalque corrigido
de solidificação do ponto de injeção
Maior temperatura do
material resultou em
maior volume
específico
→ Maior contração

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