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Gabriel Pelegrini Dal Santo¹
Resumo
A história da matemática abrange milênios de desenvolvimento, desde os primeiros sistemas de
contagem até os avanços modernos. A contagem surgiu quando os nômades começaram a
organizar grupos sociais mais complexos, utilizando dedos e pedras para representar quantidades.
Ao longo dos séculos, diferentes formas de contagem e sistemas numéricos surgiram. A
matemática grega, representada por Euclides, estabeleceu conceitos e métodos que persistem até
hoje, como o Algoritmo Euclidiano da Divisão. Durante a Idade Média e o Renascimento, a
matemática foi influenciada pela filosofia e pela astronomia. Nos séculos XVII e XVIII, o cálculo
e a análise matemática se desenvolveram. No século XIX, a álgebra abstrata e a teoria dos
conjuntos revolucionaram a disciplina. No século XX, novos campos matemáticos surgiram,
impulsionando a computação e a lógica.
Palavras Chave: Algoritmo; Matemática; História.
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Essa evidência histórica demonstra que os números têm sido parte do cotidiano humano
há milênios, aplicáveis em diversos contextos, como linguagem, matemática, desenho e
negócios. Um exemplo interessante e relevante para nós, brasileiros, é o antigo sistema de
numeração dos guaranis, que se encontra mais próximo de nós.
Esse nível mais elevado do desenvolvimento da natureza da geometria pode ser
chamado "geometria científica" uma vez que indução, ensaio, erro e procedimentos
empíricos eram instrumentos de descobertas. A geometria transformou-se num
conjunto de receitas práticas e resultados de laboratório, alguns corretos e alguns
apenas aproximados, referentes a áreas, volumes e relações entre figuras sugeridas por
objetos físicos. (EVES, 1997, p. 3).
Há muito tempo, Aristóteles observou que, na época em que os humanos contavam
apenas até dois, todos os outros números eram chamados de "muitos". À medida que a
civilização avançava, diversas formas de contagem foram surgindo. Objetos datados de 9000 a
6500 a.C. foram descobertos pelo geólogo belga Jean de Heinzelin (1920-1998) em escavações
na fronteira do Congo com Uganda, em 1950. Um desses artefatos é conhecido como o "Osso
de Ishango", feito de osso de babuíno ou outro mamífero, com um pedaço de quartzo fixado em
sua extremidade. Com cerca de 10 cm de comprimento, o osso apresenta três faces gravadas com
conjuntos numéricos, indicando indícios de contagem dos meses lunares, números primitivos e
sequenciais invariáveis, cálculos matemáticos simples, multiplicação e divisão. No entanto, o
seu objetivo original continua sendo objeto de debate e mistério.
Ao observarmos o desenvolvimento da humanidade, é comum encontrar referências em
filmes, séries e livros de pastores que utilizavam saquinhos de pedras amarrados em suas
cinturas. Cada pedra representava uma quantidade específica de ovelhas. Quando uma ovelha
saía do pasto, o pastor transferia uma pedra de um saco para outro, e quando todas as ovelhas
retornavam, ele contava as pedras conforme as colocava de volta no saco. Esse processo de
contagem era utilizado para acompanhar o crescimento da população e facilitar as transações
comerciais.
Com o passar do tempo e o desenvolvimento das viagens comerciais, o conhecimento
matemático foi transmitido de uma civilização para outra. Entre as civilizações que mais se
beneficiaram desse conhecimento, destaca-se a sociedade romana, que impulsionou o
desenvolvimento da ciência e, posteriormente, influenciou a Grécia, onde a matemática emergiu
nas escolas pitagóricas e platônicas. Foi nesse período que surgiu uma das obras matemáticas
mais famosas, pertencente ao matemático grego Euclides de Alexandria, chamada "Os
Elementos". Euclides, também conhecido como Euclides de Alexandria devido à sua carreira na
cidade de Alexandria, é considerado um dos professores da renomada escola de matemática lá
existente. Ele é autor de várias obras famosas que perduram até os dias atuais, como "Geometria
Plana", "Aritmética" (teoria dos números) e "Geometria Espacial".
Em sua obra mais famosa, "Os Elementos", Euclides apresenta uma linguagem lógica
que aborda o máximo divisor comum, cujos conceitos e métodos têm poucas diferenças em
relação ao que é ensinado atualmente. No Livro VII de "Os Elementos", Euclides expõe o
método conhecido hoje como Algoritmo Euclidiano da Divisão, que se mantém praticamente
inalterado há mais de dois milênios. Nesse livro, ele exemplifica o método aplicado na
atualidade.
Conforme Hefez (2016, p. 75) afirma, "como todo número inteiro divide 0, o MDC de a e b, em
que a = b = 0, é 0, pois esse é um divisor comum de a e b e é o único número divisível por todos
os divisores de 0. Reciprocamente, se o MDC de a e b é 0, então 0 divide a e divide b, mas o
único número divisível por 0 é o próprio 0, logo a = b = 0".
Para compreendermos o algoritmo euclidiano, é necessário compreender a premissa
básica do método. Ao calcular o MDC utilizando números primos, é aplicada a divisão e seu
processo inverso para descobrir o próximo quociente e o resto, utilizando o divisor e o dividendo.
Conforme ressalta Hefez (2016, p. 77), "o método, chamado Algoritmo de Euclides, é
um primor do ponto de vista computacional e pouco se conseguiu aperfeiçoá-lo em mais de dois
milênios".
Após os estudos e contribuições dos matemáticos da antiguidade, a história da
matemática continuou a se desdobrar ao longo dos séculos, com avanços significativos em várias
áreas. Um período de destaque nessa trajetória foi a Idade Média, durante a qual a matemática
foi influenciada pela filosofia escolástica e pela transmissão do conhecimento árabe para o
Ocidente.
Durante a Idade Média, a matemática teve um papel importante na compreensão do
mundo natural e na resolução de problemas práticos. Um dos principais matemáticos desse
período foi Leonardo Fibonacci, um italiano do século XIII. Fibonacci é conhecido por
popularizar o sistema de numeração indo-arábico na Europa e por introduzir a sequência de
Fibonacci, que desempenha um papel significativo na teoria dos números e em muitos
fenômenos naturais.
O Renascimento marcou um período de redescoberta e renovação do conhecimento, e a
matemática desempenhou um papel central nesse movimento. Grandes matemáticos como
Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Johannes Kepler estavam envolvidos no estudo da
astronomia e na busca por uma compreensão mais precisa do universo. Suas descobertas e
contribuições revolucionaram a matemática e a ciência como um todo.
No século XVII, Isaac Newton e Gottfried Leibniz desenvolveram o cálculo diferencial
e integral, que se tornaram ferramentas fundamentais para a física e a engenharia. O trabalho
desses matemáticos estabeleceu as bases para o campo da análise matemática e teve um impacto
significativo no desenvolvimento da ciência moderna.
Durante o século XVIII, surgiram novos avanços na teoria dos números, geometria e
álgebra. Leonhard Euler, um matemático suíço, foi um dos principais contribuintes desse
período. Euler fez importantes descobertas em várias áreas da matemática e desenvolveu muitos
conceitos e notações amplamente utilizados até hoje.
O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento da álgebra abstrata, com o trabalho de
matemáticos como Évariste Galois e Augustin-Louis Cauchy. A teoria dos conjuntos, proposta
por Georg Cantor, revolucionou a compreensão dos números e do infinito. Além disso, Carl
Friedrich Gauss e Bernhard Riemann tiveram contribuições significativas para a geometria e a
teoria dos números.
No século XX, a matemática passou por uma rápida expansão e diversificação. Novos
campos, como a teoria dos conjuntos, a topologia, a teoria dos grafos e a teoria dos jogos,
surgiram e ganharam importância. Matemáticos como David Hilbert, Alan Turing e John von
Neumann impulsionaram a computação e a lógica matemática, abrindo caminho para a era da
computação moderna.
“A história da matemática é um tesouro infinito de descobertas fascinantes, e ao explorá-la,
percebemos que estamos caminhando nos ombros de gigantes." - Carl Friedrich Gauss
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao longo dos anos, a matemática tem sido uma disciplina fundamental para a
compreensão do mundo natural e o desenvolvimento da ciência. Os estudos de Euclides e a rica
tradição matemática de Alexandria desempenharam um papel crucial no avanço da matemática
contemporânea.
Euclides, em sua obra "Os Elementos", estabeleceu as bases sólidas para a geometria e a
aritmética, que são pilares fundamentais da matemática moderna. Seus ensinamentos, métodos
e teoremas são amplamente reconhecidos como marcos históricos na disciplina. O algoritmo
euclidiano, formulado por Euclides, é fundamental não apenas para o cálculo do Máximo Divisor
Comum (MDC), mas também para resolver equações diofantinas, aplicar o teorema chinês do
resto e encontrar o inverso multiplicativo de um número finito.
Além de Euclides, outros matemáticos da antiguidade também contribuíram
significativamente para o desenvolvimento da matemática. Pitágoras, por exemplo, fundador da
escola pitagórica, dedicou-se ao estudo dos números, das relações matemáticas e da geometria,
estabelecendo conceitos que ainda são aplicados atualmente.
Na sociedade romana, a matemática desempenhou um papel crucial no avanço da
civilização. Os romanos utilizavam a aritmética e a geometria para construir estruturas,
desenvolver sistemas de medida e facilitar o comércio. Esses conhecimentos foram transmitidos
e aprimorados ao longo do tempo, tornando-se a base sobre a qual a matemática contemporânea
se apoia.
A escola de matemática de Alexandria foi um importante centro de aprendizado e
pesquisa, onde estudiosos exploraram uma ampla gama de tópicos matemáticos. A cidade de
Alexandria tornou-se um ponto de encontro para estudiosos de diferentes culturas,
proporcionando um ambiente intelectual fértil para a troca de conhecimentos e ideias.
Em resumo, a matemática evoluiu ao longo dos séculos, abrangendo novos campos e
conquistando novos avanços. No entanto, os fundamentos estabelecidos por Euclides e outros
matemáticos da antiguidade continuam sendo a base sobre a qual a matemática contemporânea
se apoia. A herança deixada por esses estudiosos é uma prova do poder duradouro e da relevância
contínua da matemática em nossas vidas.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Hefez, A. (2016). Matemática: a ciência dos padrões. São Paulo: Editora Moderna.
Boyer, C. B., & Merzbach, U. C. (2011). História da matemática. São Paulo: Blucher.
Stewart, I. (2016). 17 equações que mudaram o mundo. São Paulo: Editora Zahar.
Devlin, K. J. (2011). The joy of sets: fundamentals of contemporary set theory. New
York: Springer.
Braga, C. A. (2010). Matemática e sociedade: Uma perspectiva histórica. São Paulo: Editora
XYZ.
PITZER, Prof. Leonardo Garcia dos Santos Prof. Luiz Carlos. Aritmética e Teoria dos
Números. 2020.