Você está na página 1de 33

1

UNIVERSIDADE PAULISTA

GUSTAVO OLIVEIRA ALVES


ELLEN PEREIRA DOS SANTOS
FRANCISCO DE ASSIS DIAS JUNIOR

O USO DA CAFEÍNA NA RECUPERAÇÃO DO GLICOGÊNIO MUSCULAR

SÃO PAULO
2022
2

UNIVERSIDADE PAULISTA

GUSTAVO OLIVEIRA ALVES


ELLEN PEREIRA DOS SANTOS
FRANCISCO DE ASSIS DIAS JUNIOR

O USO DA CAFEÍNA NA RECUPERAÇÃO DO GLICOGÊNIO MUSCULAR

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Nutrição apresentado à Universidade
Paulista – UNIP. – Campus Vergueiro,
sob orientação do Prof. Dr. Valter Viana.

SÃO PAULO
2022
3

FICHA CATALOGRÁFICA
4

UNIVERSIDADE PAULISTA

GUSTAVO OLIVEIRA ALVES


ELLEN PEREIRA DOS SANTOS
FRANCISCO DE ASSIS DIAS JUNIOR

O USO DA CAFEÍNA NA RECUPERAÇÃO DO GLICOGÊNIO MUSCULAR

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Nutrição apresentado à Universidade
Paulista – UNIP. – Campus Vergueiro,
sob orientação do Prof. Dr. Valter Viana.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA
___________________________________________. __/__/____
Prof. Universidade Paulista – UNIP

___________________________________________. __/__/____
Prof. Universidade Paulista – UNIP

___________________________________________. __/__/____
Orientador Universidade Paulista – UNIP
5

ALVES, G. O., SANTOS, E. P., JUNIOR, F. A. D. O uso da cafeína na


recuperação do glicogênio muscular. 2022 (Trabalho de Conclusão de Curso) -
Curso de Nutrição, Universidade Paulista, São Paulo, 2022.

RESUMO

Haja vista que a glicose é a principal fonte de energia para o organismo, o


armazenamento deste substrato como glicogênio é de suma importância para as
funções vitais do organismo. Sendo assim, este trabalho busca evidenciar a
relevância e a ação do uso da cafeína na reposição do glicogênio muscular após
atividade física através de uma revisão sistemática de literatura, no qual foi
realizada uma busca sobre Cafeína e Desempenho Esportivo. Como base de
dados para a busca de artigos, foi utilizado o PubMed e SciELO e como critério
para seleção de artigos Bases de dados, as referências duplicadas foram
excluídas. Portanto, avaliar a ação da cafeína na reposição do glicogênio muscular
após atividade física e averiguar se existe uma associação direta entre cafeína,
ingestão de cafeína, metabolismo de carboidratos e desempenho. Todos
utilizaram protocolos de depleção de glicogênio, em todos estudos foi unânime,
que tanto os protocolos de carboidrato, carboidrato + cafeína e carboidrato +
proteína foram superiores em qualquer aspecto em relação ao placebo.

Palavras-chave: Cafeína, glicogênio, recuperação, recomendação, ATP, caffeine,


glycogen, xantina, coffee, recovery.
6

ABSTRACT

Given that glucose is the main source of energy for the organism, the storage of
this substrate as glycogen is of paramount importance for the vital functions of the
organism. Therefore, this work seeks to highlight the relevance and action of
caffeine use in the replacement of muscle glycogen after physical activity through a
systematic literature review, in which a search was carried out on Caffeine and
Sports Performance. As a database for the search for articles, PubMed and
SciELO were used and as a criterion for selecting articles Databases, duplicate
references were excluded. Therefore, to evaluate the action of caffeine in the
replacement of muscle glycogen after physical activity and to verify if there is a
direct association between caffeine, caffeine intake and carbohydrate metabolism
and performance. All used glycogen depletion protocols, in all studies it was
unanimous that both the carbohydrate, carbohydrate + caffeine and carbohydrate +
protein protocols were superior in any aspect compared to placebo.

Keywords: Cafeína, glicogênio, recuperação, recomendação, ATP, caffeine,


glycogen, xantina, coffee, recovery.
7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma de seleção de artigos. São Paulo, 2022.


8

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Dados de estudos analisados sobre quantidade ingerida de cafeína,


consumo de proteínas (PTN) e modalidade/atividade física realizada. São Paulo,
2022.
9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATP: Trifosfato de Adenosina


CHO: Carboidratos
CAF: Cafeína
FADH: Dinucleotídeo de Flavina e Adenina
IMC: Índice de Massa Corporal
KG: quilogramas
MG: Miligramas
NADH: Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo
PTN: Proteína
SNC: Sistema Nervoso Central
SGLT-1: Sodium-Glucose Linked Transporter
VO2MAX: Volume de Oxigênio Máximo
10

SUMÁRIO

1. CAPÍTULO 1 ...........................................................................................… 11

1.2 Referencial Teórico ............................................................................... 12

1.3 Referências .......................................................................................... .14

2. CAPÍTULO 2 .............................................................................................. 16

2.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 18

3. METODOLOGIA ........................................................................................ 19

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 26

5. CONCLUSÃO………………........................................................................ 29

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 30


11

CAPÍTULO I
12

REFERENCIAL TEÓRICO

A palavra metabolismo é derivada do grego, matabole que significa


mudar, que são séries de reações ininterruptas essenciais à vida. Essas reações
são principalmente a síntese de degradação de macromoléculas complexas
(JUDGE; DODD, 2020).
O metabolismo humano permeia a produção e estocagem de
energia, principalmente (LUZ; DA POIAN, 2005). Os substratos (compostos
químicos que sofrem uma reação catalisada por uma ou mais enzimas) utilizados
são os ácidos graxos, glicose, proteínas e seus derivados que têm como mediador
comum o Acetil-Coa para formar a “moeda” energética, o ATP (trifosfato de
adenosina) (RENNIE; JOHNSON, 1974). Os processos que determinam se haverá
catabolismo (produção de energia) ou anabolismo (estocagem de energia) são
fundamentados pelo estado energético do corpo e regulação hormonal (FRANZ et
al., 1983). A produção de energia (catabolismo) vem de processo em que
moléculas precisam se transformar por meio de catalisadores biológicos (enzimas)
em moléculas menores ou diferentes (GUEST et al., 2021). Já o processo de
estocagem de energia (anabolismo) vem de moléculas menores que se
transformam em moléculas maiores ou diferentes (VAN DEN BERGHE, 1996),
seguindo o princípio de conservação de energia, onde ela não se perde, mas é
transformada (PARAVIDINO; PORTELLA; SOARES, 2007).
Em suma, o principal substrato energético de nossas células é a
glicose (C6H12O6) pois entre os substratos disponíveis e nosso estilo de vida ela
é mais facilmente metabolizada (HEARRIS et al., 2018). A oxidação da glicose é
chamada de glicólise, uma cascata com 10 reações que ao final formam duas
moléculas de piruvato (BERGSTRÖM et al., 1967), onde a glicose tem dois
caminhos, o metabolismo anaeróbico onde é exercido na ausência de oxigênio, e
o metabolismo aeróbico realizado na presença de oxigênio (KERKSICK et al.,
2017). O mais comum é ela seguir o metabolismo aeróbico, dado que a maior
parte do tempo estamos envolvidos em atividades de baixa/moderada intensidade
13

(HERMANSEN; HULTMAN; SALTIN, 1967). Seguindo a via glicolítica aeróbica, o


piruvato é transformado em Acetil-Coa onde segue o Ciclo de Krebs formando 2
moléculas de NADH, 1 molécula de FADH e 1 ATP (ASHWELL, 1964). O intuito
principal do Ciclo do Ácido Cítrico (ciclo de Krebs) é formar moléculas
transportadoras de elétrons, o NADH e FADH. Os carregadores levam os elétrons
até a matriz da mitocôndria onde irão sofrer a fosforilação oxidativa, que é o uso
de energia dos elétrons para formar moléculas de ATP, sendo o excedente
excretado na forma de H2o e Co2 (BLEICH et al., 1975).
Quando estocada, a glicose forma o glicogênio muscular e hepático,
sendo o hepático para controle da glicemia e o muscular para a contração da
musculatura apenas (PEDERSEN et al., 2008). Sua estocagem é influenciada por
um hormônio proteico, a Insulina, que nos músculos estimula o glut-4
(transportador de glicose dependente de insulina) que facilita o transporte para
dentro da célula muscular, no qual a enzima glicogênio sintase condensa as
moléculas de glicose para transformar em glicogênio (ZIERLER, 1999). O
glicogênio, sendo uma reserva de glicose para ser utilizado em momentos de
demanda energética, como o exercício físico, é útil para a contração muscular por
meio da produção de ATP e lactato (DARVISHI et al., 2013).
No que diz respeito à exercícios físicos, quanto mais
rendimento/desempenho, melhor. Existem diversos compostos que podem
aumentar o alto rendimento do indivíduo, o que chamamos de recursos
ergogênicos (BATTRAM et al., 2004). Eles visam melhorar a capacidade de
performance no exercício, por meios fisiológicos, nutricionais, psicológicos e
farmacológicos, melhorando a adaptação ao treinamento ou auxiliando na sua
recuperação (SILVEIRA; CURI, 2012).
Tendo em vista os recursos ergogênicos, a cafeína, substância
psicoativa mais popular do mundo (PALACIOS GIL-ANTUÑANO; IGLESIAS-
GUTIÉRREZ; ÚBEDA MARTÍN, 2008), é uma molécula alcaloide derivada da
xantina, possui fórmula molecular C8H10N4O2 (SHULMAN; BLOCH; ROTHMAN,
1995). Os efeitos da cafeína são a nível de Sistema Nervoso Central (SNC) como
aumentar o estado de alerta por meio de um “bloqueio” nos receptores de
14

adenosina, na contração muscular aumentando a liberação de cálcio pelo retículo


sarcoplasmático e na absorção de glicose, onde aumenta a atividade do SGLT-1
(transportador de glicose dependente de sódio) quando somente existe uma
saturação na proteína transportadora, maior que 60g/CHO/h (LOUREIRO et al.,
2021).

REFERÊNCIAS
ASHWELL, G. CARBOHYDRATE METABOLISM. Annual review of
biochemistry, v. 33, p. 101–138, 1964.
BATTRAM, D. S. et al. Caffeine ingestion does not impede the resynthesis of
proglycogen and macroglycogen after prolonged exercise and carbohydrate
supplementation in humans. Journal of Applied Physiology, v. 96, n. 3, p. 943–
950, mar. 2004.
BERGSTRÖM, J. et al. Diet, Muscle Glycogen and Physical Performance. Acta
Physiologica Scandinavica, v. 71, n. 2–3, p. 140–150, 1967.
BLEICH, H. L. et al. Fuel Homeostasis in Exercise. New England Journal of
Medicine, v. 293, n. 21, p. 1078–1084, 20 nov. 1975.
DARVISHI, L. et al. The Use of Nutritional Supplements Among Male Collegiate
Athletes. International Journal of Preventive Medicine, v. 4, n. Suppl 1, p. S68,
abr. 2013.
FRANZ, I.-W. et al. Aspects of Hormonal Regulation of Lipolysis During Exercise:
Effects of Chronic β-Receptor Blockade*. International Journal of Sports
Medicine, v. 04, n. 01, p. 14–20, 14 fev. 1983.
GUEST, N. S. et al. International society of sports nutrition position stand: caffeine
and exercise performance. Journal of the International Society of Sports
Nutrition, v. 18, n. 1, p. 1, 1 dez. 2021.
HEARRIS, M. A. et al. Regulation of Muscle Glycogen Metabolism during Exercise:
Implications for Endurance Performance and Training Adaptations. Nutrients, v.
10, n. 3, 2 mar. 2018.
HERMANSEN, L.; HULTMAN, E.; SALTIN, B. Muscle Glycogen during Prolonged
Severe Exercise. Acta Physiologica Scandinavica, v. 71, n. 2–3, p. 129–139,
1967.
JUDGE, A.; DODD, M. S. Metabolism. Essays in Biochemistry, v. 64, n. 4, p.
607, 1 out. 2020.
15

KERKSICK, C. M. et al. International society of sports nutrition position stand:


nutrient timing. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n.
1, p. 33, 29 ago. 2017.
LOUREIRO, L. M. R. et al. Coffee Increases Post-Exercise Muscle Glycogen
Recovery in Endurance Athletes: A Randomized Clinical Trial. Nutrients 2021,
Vol. 13, Page 3335, v. 13, n. 10, p. 3335, 23 set. 2021.
LUZ, M. R. M. P.; DA POIAN, A. T. O ensino classificatório do metabolismo
humano. Ciência e Cultura, v. 57, n. 4, p. 43–45, 2005.
PALACIOS GIL-ANTUÑANO, N.; IGLESIAS-GUTIÉRREZ, E.; ÚBEDA MARTÍN, N.
Efecto de la cafeína en el rendimiento deportivo. Medicina Clinica, v. 131, n. 19,
p. 751–755, 29 nov. 2008.
PARAVIDINO, A. B.; PORTELLA, E. S.; SOARES, E. D. A. Metabolismo
energético em atletas de endurance é diferente entre os sexos. Revista de
Nutrição, v. 20, n. 3, p. 317–325, 2007.
PEDERSEN, D. J. et al. High rates of muscle glycogen resynthesis after
exhaustive exercise when carbohydrate is coingested with caffeine. Journal of
Applied Physiology, v. 105, n. 1, p. 7–13, jul. 2008.
RENNIE, M. J.; JOHNSON, R. H. Effects of an exercise-diet program on metabolic
changes with exercise in runners. Journal of Applied Physiology, v. 37, n. 6, p.
821–825, dez. 1974.
SHULMAN, R. G.; BLOCH, G.; ROTHMAN, D. L. In vivo regulation of muscle
glycogen synthase and the control of glycogen synthesis. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States of America, v. 92, n. 19, p.
8535–8542, 12 set. 1995.
SILVEIRA, L. R.; CURI, R. Regulação do metabolismo de glicose e ácido graxo no
músculo esquelético durante o exercício físico. Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia & Metabologia, v. 56, n. 7, p. 468–469, out. 2012.
VAN DEN BERGHE, G. Disorders of gluconeogenesis. Journal of Inherited
Metabolic Disease, v. 19, n. 4, p. 470–477, jul. 1996.
ZIERLER, K. Whole body glucose metabolism.
https://doi.org/10.1152/ajpendo.1999.276.3.E409, v. 276, n. 3 39-3, 1999.
16

CAPÍTULO II
17

O USO DA CAFEÍNA NA REPOSIÇÃO DO GLICOGÊNIO MUSCULAR


The use of caffeine in the replacement of muscle glycogen
Alves, Gustavo Oliveira¹; Santos, Ellen Pereira²; Junior, Francisco de Assis³.
¹ Graduando em Nutrição na Universidade Paulista
² Graduanda em Nutrição na Universidade Paulista
³ Graduando em Nutrição na Universidade Paulista
__________________________________________________________________
Resumo:
Haja vista que a glicose é a principal fonte de energia para o organismo, o
armazenamento deste substrato como glicogênio é de suma importância para as
funções vitais do organismo. Sendo assim, este trabalho busca evidenciar a
relevância e a ação do uso da cafeína na reposição do glicogênio muscular após
atividade física através de uma revisão sistemática de literatura, no qual foi
realizada uma busca sobre Cafeína e Desempenho Esportivo. Como base de
dados para a busca de artigos, foi utilizado o PubMed e SciELO e como critério
para seleção de artigos Bases de dados, as referências duplicadas foram
excluídas. Portanto, avaliar a ação da cafeína na reposição do glicogênio muscular
após atividade física e averiguar se existe uma associação direta entre cafeína,
ingestão de cafeína, metabolismo de carboidratos e desempenho. Todos
utilizaram protocolos de depleção de glicogênio, em todos estudos foi unânime,
que tanto os protocolos de carboidrato, carboidrato + cafeína e carboidrato +
proteína foram superiores em qualquer aspecto em relação ao placebo.

Palavras-chave: Cafeína, glicogênio, recuperação, recomendação, ATP, caffeine,


glycogen, xantina, coffee, recovery.

Abstract: Given that glucose is the main source of energy for the organism, the
storage of this substrate as glycogen is of paramount importance for the vital
functions of the organism. Therefore, this work seeks to highlight the relevance and
action of caffeine use in the replacement of muscle glycogen after physical activity
18

through a systematic literature review, in which a search was carried out on


Caffeine and Sports Performance. As a database for the search for articles,
PubMed and SciELO were used and as a criterion for selecting articles Databases,
duplicate references were excluded. Therefore, to evaluate the action of caffeine in
the replacement of muscle glycogen after physical activity and to verify if there is a
direct association between caffeine, caffeine intake and carbohydrate metabolism
and performance. All used glycogen depletion protocols, in all studies it was
unanimous that both the carbohydrate, carbohydrate + caffeine and carbohydrate +
protein protocols were superior in any aspect compared to placebo.

Keywords: Cafeína, glicogênio, recuperação, recomendação, ATP, caffeine,


glycogen, xantina, coffee, recovery.
__________________________________________________________________

Introdução

O principal substrato energético de nossas células é a glicose (C6H12O6),


pois entre os substratos disponíveis e nosso estilo de vida, ela é mais facilmente
metabolizada (Hearris MA, Hammond KM, Fell JM et. al. 2018).

Em princípio, quando estocada, a glicose forma o glicogênio


muscular e hepático, sendo o hepático para controle da glicemia e o muscular
para a contração da musculatura apenas (Pedersen DJ, Lessard SJ, Coffey VG Et.
Al. 2008). O glicogênio, sendo uma reserva de glicose para ser utilizado em
momentos de demanda energética, como o exercício físico, é útil para a contração
muscular por meio da produção de ATP e lactato (Darvishi L, Askari G, Hariri M Et.
Al. 2013).

Tendo em vista os recursos ergogênicos, a cafeína, substância


psicoativa mais popular do mundo (Palacios Gil-Antuñano N, Eduardo Iglesias-
Gutiérrez E, 2008), é uma molécula alcaloide derivada da xantina, que possui
fórmula molecular C8H10N4O2 (Shulman RG, Bloch G, Rothman DL, 1995).
19

Os efeitos da cafeína são a nível de Sistema Nervoso Central (SNC),


como aumentar o estado de alerta por meio de um “bloqueio” nos receptores de
adenosina, na contração muscular aumentando a liberação de cálcio pelo retículo
sarcoplasmático e na absorção de glicose, onde aumenta a atividade do SGLT-1
(transportador de glicose dependente de sódio) quando somente existe uma
saturação na proteína transportadora, maior que 60g/CHO/h (Loureiro LMR, Neto
E dos S, Molina GE Et. Al. 2021).
Haja vista que a glicose é a principal fonte de energia para o
organismo, o armazenamento deste substrato como glicogênio é de suma
importância para as funções vitais do organismo. Sendo assim, este trabalho
busca evidenciar a relevância e a ação do uso da cafeína na reposição do
glicogênio muscular após atividade física.

Métodos

O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática de literatura,


no qual foi realizada uma busca sobre Cafeína e Desempenho Esportivo. Foram
utilizados os seguintes descritores: Cafeína, glicogênio, mecanismo de ação,
Nutrição Esportiva e suplementação, limitando os idiomas ao inglês e ao
português, aos estudos realizados com seres humanos, aos textos na íntegra e
aos temas compatíveis ao pesquisado neste trabalho, com limitadores temporais
no período de publicação de 2005 até 2022. Foi utilizado como pergunta
norteadora para a busca de artigos a seguinte pergunta: “Qual é a ação da cafeína
na reposição do glicogênio muscular?”.
Como base de dados para a busca de artigos, foi utilizado o PubMed
e SciELO e como critério para seleção de artigos Bases de dados, ao finalizar as
pesquisas em cada base, as referências duplicadas foram excluídas. As buscas
foram realizadas em bases de dados bibliográficas e revistas de artigos científicos.
Em relação aos critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos todos
os artigos originais com delineamento experimental (ensaios clínicos,
randomizados ou não) ou observacional (estudos de caso-controle, estudos de
20

coorte e estudos antes e depois), realizados em humanos, com um número de


indivíduos ≥ 10. Além disso, a coerência com o assunto abordado e o uso da
cafeína tanto em atividades aeróbias quanto anaeróbias, foi avaliado o desfecho
da recuperação após o exercício e foi excluído o desfecho efeitos adversos. Para
essa busca foram utilizados os seguintes descritores em ciências da saúde:
Cafeína, glicogênio, recuperação, recomendação, ATP, caffeine, glycogen,
xantina, coffee, recovery.

Através das bases de dados referidas foram totalizados 69 artigos,


sendo que 17 apresentaram temas relacionados ao objetivo deste estudo e após a
leitura dos artigos, foram selecionados 7 artigos.

Figura 1: Fluxograma da seleção de artigos.

69 artigos encontrados nas bases de dados: ScienceDirect, PubMed e Periódico


Capes.

52 artigos excluídos após a leitura do título.

17 artigos selecionados para a leitura do resumo e/ou texto na íntegra.

Excluídos 10 artigos por não apresentarem informações relevantes para o


objetivo do estudo.

Inclusão de 07 artigos.
Fonte: Próprio autor. São Paulo, 2022.
21

O quadro 1, apresenta os artigos selecionados para a elaboração


deste artigo com o objetivo de complementar a interpretação das informações
coletadas.
22

Quadro 1. Dados de estudos analisados sobre quantidade ingerida de cafeína, consumo de proteína (PTN) e
modalidade/atividade física realizada.

Autor Objetivo Delineamento e amostra Resultados Conclusão Uso de Proeína Cafeína Atividade
Fisíca
Lawler Fatores Revisão O consumo de fatores As evidências em
TP, dietéticos alimentares não atletas treinados são
Cialdella- não- carboidratos (creatina, limitadas e
Kam L.; carboidrato
glutamina, cafeína, inconclusivas sobre o
2020, s e sua
Dezembr influência flavonoides e álcool) impacto desses
o no aumenta a síntese de fatores alimentares 1,2 g/kg de peso AERÓBICO
glicogênio pós-exercício. não carboidratos na NÃO
armazenam corporal/h (Atleta Enduro)
ento de síntese de glicogênio
glicogênio pós-exercício.
pós-
exercício:
uma revisão

Impacto da Randomizado. 14 ciclistas do A resposta à insulina De acordo com as


Beelen
M, cafeína e sexo masculino foram plasmática foi maior em análises histoquímicas
Kranenb proteína na estudados em três dias de CHO + PRO em não mostraram
urg Jv, síntese de teste diferentes. comparação com CHO e diferenças entre as
Senden glicogênio CHO + CAF (P < 0,01). As alterações líquidas no
JM, muscular pós- respostas à glicose teor de glicogênio de
Kuipers exercício plasmática e as taxas de fibra muscular tipo I e
H, Loon
LJ. Med aparência de glicose não tipo II entre os 1,7 mg/kg AERÓBICO
diferem entre os experimentos. SIM
Sci (Ciclistas)
Sports experimentos. As taxas de
Exerc. síntese de glicogênio
2012 muscular foram de 31 ± 4,
Abril. 34 ± 4 e 31 ± 4 mmol·kg⁻ ¹
peso seco·h⁻ ¹ em CHO,
CHO + PRO e CHO + CAF,
respectivamente (P = NS).
23

Cafeína Randomizado, duplo-cego e Houve um efeito principal Em remadores


Barzegar
H, Arazi coingerida crossover. 9 remadores significativo da condição machos de elite, CHO,
H, com masculinos altamente (P<0,001), com análise pós- independente da
Mohebbi carboidrato na treinados (21±2 y) hoc revelando que ambas as cafeína, melhorou o
H, recuperação completaram 3 ensaios condições de CHO (CHO: desempenho do teste
Sheykhlo do experimentais. 98,7±2,8 s, P=0,0003; de tempo 24 horas
uvand M, desempenho CAF+CHO: 97,9±2,3 s, após o exercício
Forbes 0,6 g/kg de
SC. ; em remadores P=0,0002) foram exaustivo. Não houve carboidrato com 6 AERÓBICO
de nível significativamente mais condição significativa NÃO
2022, mg/kg de cafeína (Remadores)
Março. nacional: um rápidos em comparação por interações para (CAF+CHO)
estudo com PLA (101,0±3,1 s); no glicose, cortisol ou
randomizado, entanto, a CAF não insulina antes e
duplo-cego, aumentou o desempenho do depois do exercício de
cruzado, teste de tempo em esgotamento de 20
controlado por comparação com o CHO km e teste de tempo
placebo (P=0,16). de 500 m.

Attram
A ingestão de Randomizado. 10 adultos, Os tempos médios de Em conclusão, a Usuários de
DS, cafeína não sexo masculino, saudáveis, exaustão para os ensaios de ingestão de cafeína
impede a não fumantes e placebo e cafeína foram de não impede a cafeína como o
Shearer J,
Robinson ressíntese de recreativamente ativos. 91,3 ± 9,2 e 95,1 ± 6,1 min, ressíntese de PG ou consumo de ≥2
D, pro-glicogênio respectivamente (P > 0,05). MG após um
Graham e macro A análise dos registros de esgotamento bebidas de café
TE. ; 2004 glicogênio dieta de 3 dias extensivo do
Março. ou chá com
após exercício glicogênio muscular e AERÓBICO
prolongado e com o fornecimento NÃO cafeína e/ou
(Recreativo)
suplementaçã de carboidratos refrigerantes
o de alimentares.
carboidratos contendo cafeína
em humanos. ≥5 por semana. 6

mg/kg de peso

corporal
24

Análise Randomizado 100 atletas — Uma limitação do estudo é o Ambas as bebidas


Rafael M.
Teixeira, sensorial de 44 triatletas e 56 corredores. A desenho experimental com têm características
Lívia de L. bebidas pós- maioria tinha entre 31 e 50 apenas dois tratamentos positivas e podem ser
de exercício de anos (74% dos voluntários), utilizados, reduzindo o poder opções para atletas
Oliveira, café ou leite homens (65%) mulheres estatístico porque análises de acordo com suas
Laís M. R. de cacau para (35%) multivariadas não podem ser preferências
Loureiro, atletas de realizadas. No entanto, individuais, dieta
George 25g de café
von resistência devido à composição prescrita e demandas
moído a 300 mL
Borries, nutricional fixa combinada de treinamento.
de água mineral a AERÓBICO
Teresa H. com os benefícios atléticos, Assim, ambas as
SIM 90 ° C. (Triatletas e
M. da os tratamentos não bebidas podem ser
25 g de cacau a Corredores)
Costa; apresentaram ampla consideradas recursos
2020, 250 mL de água
margem de variação na viáveis na rotina de
Outubro. mineral a 60 ° C
composição das amostras. atletas de resistência
que não possuem
restrições alimentares
para esses
componentes de
bebida.

O efeito da Em um projeto de medidas A capacidade de exercício O estudo fornece


Taylor C,
Higham D, adição de repetidas, 6 homens durante a LISTA foi novos dados,
Close GL, cafeína à realizaram um protocolo de significativamente maior no demonstrando que
Morton JP. alimentação exercício de glicogênio até a ensaio CHO+CAFF (48 ± 15 adicionar cafeína à
2015 de exaustão volicional pela min) do que nas condições alimentação pós-
Outubro. carboidratos manhã. de CHO (32 ± 15 min, p = exercise CHO
pós-exercício 04) e WAT (19 ± 6 min, p = melhora a capacidade
na capacidade 0,001). Todos os 6 subsequente de
subsequente participantes melhoraram o execução de intervalo AEROBICO
8 mg/kg de
de corrida em desempenho em de alta intensidade, NÃO (loughborough
cafeína
intervalos de CHO+CAFF em comparaçãoum achado que pode testes)
alta com cho (IC 95% para estar relacionado a
intensidade diferença média = 1-32 min). taxas mais altas de
em ressíntese de
comparação glicogênio pós-
com apenas exercise
carboidratos anteriormente
observada em
condições de
25

alimentação
semelhantes.

Auxiliares Revisão Estudos têm mostrado O desempenho


Applegate
E, 2008, ergogênicos consistentemente que os durante o exercício de
Junho. nutricionais carboidratos consumidos alta intensidade, como
eficazes imediatamente antes ou a corrida, pode ser
depois do exercício melhorado com o
melhoram o desempenho carregamento de
aumentando o desempenho creatina de curto
aumentando as lojas de prazo, e o exercício
glicogênio e atrasando a de alto esforço com
fadiga. duração de 1-7 min 20,0% (p/p),
pode ser melhorado diferentes
AERÓBICO
através do SIM porcentagens de
(Corrida)
carregamento de produtos como
bicarbonato cafeína
imediatamente antes
da atividade. A
dosagem de cafeína
antes do exercício
atrasa a fadiga e pode
melhorar o
desempenho do
exercício de alta
intensidade.
Fonte: Do próprio autor. São Paulo, 2022.
26

Discussão e resultados

Os presentes estudos visam, principalmente, averiguar se existe uma


associação direta entre cafeína, ingestão de cafeína e metabolismo de
carboidratos e desempenho. Podemos notar que todos os estudos utilizam de
indivíduos masculinos para os testes, alguns denominados como atletas e outros
como recreativamente ativos, mas não é falado de onde seriam esses indivíduos,
se atletas de quais divisão, apenas existe uma preferência pelo público masculino
jovem (21 ± 9 anos).

Todos utilizaram protocolos de depleção de glicogênio, sendo testes


cicloergômetricos, 20 km de remo cronometrado e outros dois não informaram
quais foram os testes, mas contudo houve protocolo de depleção. O tempo de
recuperação pós depleção varia dentro de uma faixa de 4 a 12 horas, sendo
verificado níveis de glicogênio muscular por biópsia da musculatura. Em todos
estudos foram unânimes, que tanto os protocolos de carboidrato, carboidrato +
cafeína e carboidrato + proteína foram superiores em qualquer aspecto em
relação ao placebo.

Os valores de carboidratos utilizados em sua maioria foram de 1,2g/kg por


quilo de peso corporal e valores de 6-8 mg/kg quilo de peso corporal de cafeína.
Os estudos que utilizaram maiores doses de cafeína e um tempo de recuperação
curto tendem a ter um viés de uso excessivo de cafeína, que pode exercer seus
efeitos sobre o desempenho por horas, deixando o protagonismo do glicogênio de
lado. Estudos que tiveram suplementação de quantidades maiores que 1,2g/kg de
peso corporal de carboidratos, não averiguaram melhora no desempenho e/ou na
recuperação do glicogênio muscular.

Em Beelen et al., (2012) é proposto verificar se o uso de


aminoácidos/proteínas (hidrolizado de proteína de caseína) insulinotrópicas ou
cafeína tem efeito positivo na taxa de síntese de glicogênio, por mais que os níveis
plasmáticos de glicose foram maiores no teste com proteínas, esse achado
27

consegue ser explicado pela segunda fase de estocagem de glicogênio muscular,


onde que de forma mais lenta a insulina tem um papel maior na síntese de
glicogênio. Mesmo que a oferta de 1,2g/kg/h de carboidratos seja o preconizado
para uma síntese adequada de glicogênio, é demonstrado no estudo que tal
quantidade mesmo com 1,7g de cafeína pelo excesso de carboidratos não
aumentou a síntese de glicogênio, então logo, quando é ofertado quantidades
acima de 1,2g/kg/h de carboidratos (50% celulose e 50% maltodextrina) não existe
efeito adicional da co-ingestão com proteínas ou cafeína nas 6h pós exercício. O
que deixa em aberto que é necessário estudos que possam ver se uma menor
quantidade de carboidratos por quilo de peso corporal teria uma melhor resposta.

O que é visto em Barzegar et al., (2022) quando atletas de remo altamente


treinados realizam um protocolo de depleção de glicogênio (remo cronometrado
de 20km) e logo após suplementam 0,6g/kg de peso corporal de carboidratos com
6 mg/kg de cafeína, após 24h realizam testes contra relógios cronometrados (5x
500m), é a mesma com a suplementação somente de carboidratos (0,6 mg/kg) e
placebo, ambos foram melhor que o teste placebo, mas não teve diferença
significante entre a suplementação CHO e CHO+CAF no tempo final. Logo, a
suplementação de carboidratos, independente da cafeína, melhorou o
desempenho final. O estudo não relata de onde são os atletas e quais categorias
ocupam e o seu intervalo para a recuperação do glicogênio é muito grande, dado
que a estratégia é preconizada para atletas que pode a vir ter mais de um treino
ao dia e precisam de uma recuperação rápida dos estoques de glicogênio, às 24h
citadas pelos estudos mostra-se suficientes para uma recuperação adequada. É
constatado também que a cafeína pode vir a ter elevados níveis plasmáticos de
glicose, de acordo com os dados levantados por Yeo et al, 2005, que pode existir
um aumento na atividade do transportador intestinal de glicose, dependente de
sódio (SGLT-1), o estudo não cita qual tipo de carboidrato foram utilizados.

Em Battram et al., (2004), foram analisados, dez indivíduos masculinos


recreativamente ativos, realizando testes cicloergômetricos no intuído de exaurir o
glicogênio, os testes usavam como variável 75 a 130 de Vo2max, eram feitos em
28

blocos de 30 a 60 minutos e concomitante a isso feito a suplementação de doses


de cafeína, que ao final do teste totalizaram 6 mg/kg de peso corporal. Durante os
testes e a recuperação pós exercício (5h) são realizadas coletas de amostras de
sangue, para medir principalmente níveis plasmáticos de glicose e cafeína. É
constatado que durante a recuperação, com ofertas de carboidratos (dextrose),
existe um maior aumento plasmático nas concentrações de glicose no teste que
utilizou cafeína. O objetivo do estudo era analisar se o uso de cafeína afetaria de
forma negativa a ressíntese de proglicogênio e macroglicogênio, os dados
corroboram que não.

Em Taylor et al., (2011) 6 homens realizaram um teste de depleção de


glicogênio até a exaustão voluntária. Após 1 a 3 pós exercício, os participantes
consumiram 1,2g/kg de carboidrato e outra solução com CHO semelhante, mas
com a adição de 8 mg/kg de peso corporal de cafeína. Após 4 horas de
recuperação, os indivíduos realizaram um Loughborough Intermittent Shuttle Test
(LIST), que consiste em um teste de corrida que inclui trote, corrida e sprint,
projetado para simular as demandas fisiológicas de partidas de futebol. A
capacidade de exercício durante o LIST foi no grupo CAF+CHO, preconizando
assim que a co-ingestão de carboidratos mais cafeína pode melhorar o
desempenho quando comparado com uma solução apenas com CHO. O presente
estudo que avaliar o desempenho nas diferentes doses de cafeína, não leva em
consideração que a exacerbada quantidade ofertada pode ainda e irá ter influência
até o tempo do LIST (após 4h), logo não podemos afirmar que o melhor
desempenho é por conta da co-ingestão de CHO+CAF, mas sim por conta da alta
dosagem de cafeína que terá influência por horas. O presente estudo não informa
qual o tipo de carboidrato utilizado.
29

Conclusão

O presente estudo tinha como objetivo averiguar se existe relação direta


entre cafeína e uma recuperação mais rápida do glicogênio muscular. As
principais hipóteses levantadas sobre essa afirmativa é que a cafeína aumenta a
atividade do SGLT1 e que não existe um prejuízo no metabolismo da glicose
frente a utilização da cafeína, averiguando se com a suplementação haveria uma
recuperação mais rápida justamente para ocasiões especiais, por exemplo, o
atletas que tivesse dois treinos no dia, com intervalos curtos desses treinos, a
adição de cafeína com carboidratos sintetizaria o glicogênio de forma mais rápida,
fornecendo assim igual ou superior desempenho, variando a suplementação de
0,6 mg/kg a 1,2g/kg/h de carboidratos e 3 a 8 mg/kg de cafeína.
De acordo com os estudos aqui apresentados, não podemos afirmar que a
co-ingestão de cafeína com carboidratos aumenta a velocidade de ressíntese de
glicogênio muscular, dado que, por conta de alguns protocolos utilizados nos
estudos se limita a análise dos dados, como altas doses de cafeínas e aumento de
desempenho, mas isso atrelado à melhora pela co-ingestão de cafeína com
carboidratos, ignorando a alta doses e seus efeitos por horas ou tempo de
recuperação muito longo (24h), o que não faz sentido visto que preconizamos uma
recuperação rápida, justamente para condições de menor tempo de recuperação.
Mas diversos outros trabalhos sugerem que, a co-ingestão de cafeína com
carboidratos frente a uma condição especial aumenta a ressíntese de glicogênio
muscular. Os futuros trabalhos devem levar em consideração alguns pontos
importantes na hora de analisar a hipótese, tempo de recuperação, treino e outras
modalidades, amostra, público, as quantidades de carboidratos e cafeína. Apesar
de não ser conclusivo quanto à hipótese, o presente estudo se faz essencial para
compreensão dos possíveis erros metodológicos.
30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASHWELL G. CARBOHYDRATE METABOLISM. Annu Rev Biochem.


1964;33:101–38.

BATTRAM DS, Shearer J, Robinson D, Graham TE. A ingestão de cafeína não


impede a ressíntese de proglycogênio e macroglicógeno após exercício
prolongado e suplementação de carboidratos em humanos. Journal of Applied
Physiology [Internet]. 2004 Mar [citado 2022 Apr 16];96(3):943-50. Disponível em:
https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/japplphysiol.00745.2003

BERGHE VAN DEN den G. Distúrbios da gliconeogênese. Jornal de Doenças


Metabólicas Herdadas, 19(4), 470–477 | 10.1007/bf01799108 [Internet]. [cited
2022 Apr 16]. Available from: https:10.1007/BF01799108

BERGSTROM J, Hermansen L, Hultman E, Saltin B. Diet, Muscle Glycogen and


Physical Performance. Acta Physiologica Scandinavica. 1967;71(2–3):140–50.

BLEICH HL, Boro ES, Felig P, Wahren J. Fuel Homeostasis em Exercício. New
England Journal of Medicine. 1975 Nov 20;293(21):1078-84.

DARVISHI L, Askari G, Hariri M, Bahreynian M, Ghiasvand R, Ehsani S, et al. O


uso de suplementos nutricionais entre atletas colegiados masculinos. Revista
Internacional de Medicina Preventiva [Internet]. 2013 Abr [citado 2022 Apr
16];4(Suppl 1):S68. Disponível em: /pmc/articles/PMC3665030/

FRANZ IW, Lohmann FW, Koch G Et. Al. Aspectos da Regulação Hormonal da
Lipólise Durante o Exercício: Efeitos do Bloqueio Crônico do Receptor β*.
International Journal of Sports Medicine, 04(01), 14–20 | 10.1055/s-2008-1026010
[Internet]. [cited 2022 Apr 16]. Available from: https://sci-hub.se/10.1055/s-2008-
1026010
31

GUEST NS, VanDusseldorp TA, Nelson MT, Grgic J, Schoenfeld BJ, Jenkins
NDM, et al. International society of sports nutrition position stand: caffeine and
exercise performance. J Int Soc Sports Nutr [Internet]. 2021 Dec 1 [cited 2022 Apr
16];18(1):1. Available from: /pmc/articles/PMC7777221/

HEARRIS MA, Hammond KM, Fell JM, Morton JP. Regulation of Muscle Glycogen
Metabolism during Exercise: Implications for Endurance Performance and Training
Adaptations. Nutrients [Internet]. 2018 Mar 2 [cited 2022 Apr 16];10(3). Available
from: /pmc/articles/PMC5872716/

HERMANSEN L, Hultman E, Saltin B. Muscle Glycogen during Prolonged Severe


Exercise. Acta Physiologica Scandinavica. 1967;71(2–3):129–39.

JUDGE A, Dodd MS. Metabolism. Essays in Biochemistry [Internet]. 2020 Oct 1


[cited 2022 Apr 16];64(4):607. Available from: /pmc/articles/PMC7545035/

KERKSICK CM, Arent S, Schoenfeld BJ, Stout JR, Campbell B, Wilborn CD, et al.
International society of sports nutrition position stand: nutrient timing. J Int Soc
Sports Nutr [Internet]. 2017 Aug 29 [cited 2022 Apr 16];14(1):33. Available from:
/pmc/articles/PMC5596471/

LOUREIRO LMR, Neto E dos S, Molina GE, Amato AA, Arruda SF, Reis CEG, et
al. Coffee Aumenta a recuperação de glicogênio muscular pós-exercício em
atletas de resistência: um ensaio clínico randomizado. Nutrientes 2021, Vol 13,
Página 3335 [Internet]. 2021 Set 23 [citado 2022 Abr 16];13(10):3335. Disponível
em: https://www.mdpi.com/2072-6643/13/10/3335/htm

LUZ MRMP, da Poian AT. O ensino classificatório do metabolismo humano.


Ciência e Cultura [Internet]. 2005 [cited 2022 Apr 16];57(4):43–5. Available from:
32

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-
67252005000400023&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

NIEVES Palacios Gil-Antuñano, Eduardo Iglesias-Gutiérrez et al. Efecto de la


cafeína en el rendimiento desportivo. Medicina Clínica, 131, 19, 11 2008.
Disponível em: 10.1016/S0025-7753(08)75492-7
PARAVIDINO AB, Portella ES, Soares EDA. Metabolismo energético em atletas
de endurance é diferente entre os sexos. Revista de Nutrição [Internet]. 2007
[cited 2022 Apr 16];20(3):317–25. Available from:
http://www.scielo.br/j/rn/a/8qbVGdKgvwxC3g59DhBkSCc/?lang=pt

PEDERSEN DJ, Lessard SJ, Coffey VG, Churchley EG, Wootton AM, Ng T, et al.
Altas taxas de resíntese de glicogênio muscular após exercício exaustivo quando
o carboidrato é coingestado com cafeína. Journal of Applied Physiology [Internet].
Jul 2008 [citado 2022 Apr 16];105(1):7-13. Disponível em:
https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/japplphysiol.01121.2007

RENIE MJ, Johnson RH. Efeitos de um programa de dieta de exercícios nas


alterações metabólicas com exercícios em corredores. Journal of Applied
Physiology, 37(6), 821–825 | 10.1152/jappl.1974.37.6.821 [Internet]. [cited 2022
Apr 16]. Available from: https:10.1152/jappl.1974.37.6.821

SILVEIRA LR, Curi R. Regulação do metabolismo de glicose e ácido graxo no


músculo esquelético durante o exercício físico. Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia & Metabologia [Internet]. 2012 Oct [cited 2022 Apr 16];56(7):468–9.
Available from: http://www.scielo.br/j/abem/a/pZzSp35fNtXqFh5tfkFY6wg/?lang=pt

SHULMAN RG, Bloch G, Rothman DL. Regulação in vivo da sintase glicogênio


muscular e o controle da síntese de glicogênio. Proc Natl Acad Sci U S. 1995 Set
12;92(19):8535-42.
33

ZIERLER K. Metabolismo de glicose corporal inteiro.


https://doi.org/101152/ajpendo19992763E409 [Internet]. 1999 [citado 2022 Apr
16];276(3 39-3). Disponível em:
https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/ajpendo.1999.276.3.E409

BARZEGAR, H., ARAZI, H., MOHEBBI, H., Sheykhlouvand, M., & Forbes, S. C.
(2022). Caffeine coingested with carbohydrate on performance recovery in
national-level paddlers: a randomized, double-blind, crossover, placebo-controlled
trial. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, 62(3), 337–342.
https://doi.org/10.23736/S0022-4707.21.12125-5

BATTRAM, D. S., SHEARER, J., ROBINSON, D., & GRAHAM, T. E. (2004).


Caffeine ingestion does not impede the resynthesis of proglycogen and
macroglycogen after prolonged exercise and carbohydrate supplementation in
humans. Journal of Applied Physiology, 96(3), 943–950.
https://doi.org/10.1152/JAPPLPHYSIOL.00745.2003/ASSET/IMAGES/LARGE/ZD
G0030429360003.JPEG

BEELEN, M., VAN KRANENBURG, J., SENDEN, J. M., KUIPERS, H., & van
Loon, L. J. C. (2012). Impact of caffeine and protein on postexercise muscle
glycogen synthesis. Medicine and Science in Sports and Exercise, 44(4), 692–700.
https://doi.org/10.1249/MSS.0B013E31823A40EF

TAYLOR, C., HIGHAM, D., CLOSE, G. L., & MORTON, J. P. (2011). The effect of
adding caffeine to postexercise carbohydrate feeding on subsequent high-intensity
interval-running capacity compared with carbohydrate alone. International Journal
of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, 21(5), 410–416.
https://doi.org/10.1123/IJSNEM.21.5.410

YEO, S. E., JENTJENS, R. L. P. G., WALLIS, G. A., & JEUKENDRUP, A. E.


(2005). Caffeine increases exogenous carbohydrate oxidation during exercise.
Journal of Applied Physiology (Bethesda, Md. : 1985), 99(3), 844–850.
https://doi.org/10.1152/JAPPLPHYSIOL.00170.2005

Você também pode gostar