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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

BACHARELADO EM COMUNICAÇÃO VISUAL E DESIGN

JOÃO PEDRO MAGALHÃES S. M. VIEIRA


JOSÉ ALEXANDRE GOMES DE BRITO
LÍVIA VALADÃO DE OLIVEIRA
MICHAEL COSTA GOMES

A IDEOLOGIA DO SISTEMA FORDISTA

RIO DE JANEIRO - RJ
2023
JOÃO PEDRO MAGALHÃES S. M. VIEIRA
JOSÉ ALEXANDRE GOMES DE BRITO
LÍVIA VALADÃO DE OLIVEIRA
MICHAEL COSTA GOMES

A IDEOLOGIA DO SISTEMA FORDISTA

TRABALHO APRESENTADO AO CURSO DE


COMUNICAÇÃO VISUAL E DESIGN DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
- UFRJ A SER UTILIZADO COMO REQUISITO
PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
BACHAREL

Orientadora: Profª Elizabeth Motta Jacob

RIO DE JANEIRO - RJ
2023
Sumário

1- Surgimento do Fordismo 4
2- Características do Fordismo 4
3- O ápice do Fordismo 5
4- A queda do Fordismo 5
Referências 7
1- Surgimento do Fordismo

A automobilística é uma indústria na qual observa-se o uso de uma mão de


obra extremamente especializada e a necessidade de uma extensa e demorada
etapa produtiva. Por este motivo, a produção de veículos era custosa e o produto,
consequentemente, tornava-se inacessível para a maioria da população. Insatisfeito,
Henry Ford, o fundador da empresa que leva seu sobrenome, no ano de 1913, com
o objetivo de diminuir estes custos e aumentar os lucros da empresa, enquanto
expande seu público consumidor, cria o Fordismo.
Entretanto, para superar o vigente regime trabalhista, Ford implementa em
seu modelo produtivo os preceitos de organização do trabalho Taylorista. Com isso,
o modelo de produção adotado detinha três princípios, sendo eles a intensificação,
economicidade e produtividade. A intensificação diz respeito a diminuir o tempo de
produção e de chegada da mercadoria ao público. A economicidade trata-se de
reduzir as peças estocadas ao mínimo necessário (já que a mercadoria parada gera
em prejuízos) e também diminuir o custo do produto. Por fim, o princípio da
produtividade consiste na especialização dos trabalhadores em uma única função
simples e repetitiva a qual eles conseguissem executar em questão de minutos ou
até segundos. Desse modo, não mais necessitando a contratação de um trabalhador
qualificado e reduzindo o tempo gasto na manufatura.

2- Características do Fordismo

Desse modo, é correto dizer que as características do modelo fordista que


podem ser destacadas são o processo de linhas de montagem automatizadas (que
consiste em esteiras as quais possuem caminhos pré-definidos, conectando as
etapas de forma estratégica para se ter um maior controle do tempo e ritmo de
produção nas fábricas. Assim, com a automatização, o tempo gasto na produção
diminui, o lucro aumenta e possibilita o barateamento do produto), a produção em
larga escala, a padronização dos componentes (para que fossem facilmente
substituídos ou reparados), a divisão do trabalho ( na qual o operário não precisa
mais compreender a lógica totalitária de fabricação do produto que é feito), os
salários elevados ( a fim de atrair mais mão de obra, haja vista que os funcionários
se sentiam valorizados, e impulsionar o consumo em massa por parte dos
trabalhadores) e a integração vertical (na qual a empresa controla todo o processo
produtivo, da fabricação das peças até o produto final).

3- O ápice do Fordismo

Com isso, devido ao sucesso em sua implementação, o Fordismo passa ser


um modelo exemplo. Após a ocorrência da crise liberal de 1929, emergiu uma
abordagem governamental vigorosa e intervencionista na esfera econômica,
assegurando a sustentação do consumo e a revitalização do sistema econômico.
Esse contexto, apesar de sua metodologia de produção em larga escala e
administração de inventários, propiciou o ínterim compreendido como o ápice do
regime fordista, denominado de Anos Dourados. Ocorrido entre 1945 e 1968, esse
período evidenciou como sua propagação acarretou diversas mudanças não só na
indústria automobilística como também em outros diversos âmbitos da sociedade.
Podemos afirmar que o Fordismo está amplamente relacionado às modificações na
estrutura urbana das cidades nas quais foi difundido. Dessa forma, promovendo a
criação de subúrbios, através da expansão de polos industriais e pequenas
localidades as quais passaram a circundar as grandes metrópoles, e a construção
de diversas rodovias e estradas as quais, ao longo do seu trajeto, possibilitaram a
implementação de centros comerciais.
Dessa forma, é correto dizer que, nesse período, o sistema fordista propiciou
um grande crescimento socioeconômico, no qual foi possível observar a atração de
capital estrangeiro para as empresas as quais aderiram os seus princípios, o
escoamento de suas produções para o crescente mercado consumidor global e ,
concomitantemente, alterou as relações trabalhistas vigentes, disponibilizando
maiores pagamentos, menores jornadas de trabalho e produtos mais acessíveis aos
trabalhadores.

4- A queda do Fordismo

Contudo, o Fordismo começou a declinar a partir da década de 1970 .A


queda do modelo de produção fordista ocorreu em um contexto de crises do Estado
Keynesiano e do Petróleo, as quais exigiram grandes flexibilizações e mudanças do
mercado global. Durante esse período, diversos pilares do Fordismo foram postos à
prova, tendo em vista que com o avanço da globalização, a produção e o consumo
se diversificaram, gerando novas necessidades. Logo, os fatores que levaram à
queda desse modelo refletem o avanço do sistema capitalista.
Ademais, é preciso considerar os aspectos exclusivos à indústria e seu
funcionamento. Com a expansão do transporte e da comunicação, foram
desenvolvidas novas tecnologias de produção, aumentando o custo necessário à
adequação ao novo mercado. Apesar de contrastar com o endividamento estatal
estadunidense durante a crise do Keynesianismo, seguindo a premissa de produção
em massa, as fábricas continuaram a todo vapor. Outro fator importante para a
decadência do modelo foi a concentração da produção em polos econômicos. O
surgimento de leis trabalhistas, principalmente em locais onde a fiscalização era
maior, prejudicou a arrecadação, tendo em vista a valorização da mão de obra, além
da dificuldade de sua exploração. Com isso, os gastos com a fabricação eram cada
vez maiores e inversamente proporcionais ao lucro das empresas, evidenciando a
falta de versatilidade do modelo fordista, cada vez mais defasado.
Além disso, também vale ressaltar os fatores relacionados ao consumo. Os
produtos fabricados de acordo com a lógica fordista são de alta durabilidade,
raramente apresentando a necessidade de manutenção, além de serem
extremamente padronizados. Assim, a produção em massa tornou-se mais uma vez,
prejudicial ao próprio fordismo, tendo em vista que a funcionalidade dos produtos e a
carência de personalizações, como diferentes cores e moldes, por exemplo,
desestimulavam o consumo à longo prazo e geravam grandes estoques e
estagnação de produtos, evidenciando a necessidade de um novo plano de
consumo cíclico.
Por fim, a queda do Fordismo trouxe novas perspectivas à sociedade
capitalista em ascensão, cada vez mais manipuladora e consciente sobre os seus
consumidores, de maneira mais flexível e adaptável. Essas foram as bases do seu
modelo sucessor, o Toyotismo, que vinha em ascensão solucionando seus principais
empecilhos estruturais graças ao progresso tecnológico nos setores de transporte e
comunicação, juntamente com a adoção de métodos produtivos aprimorados. Isso
viabilizou a reconfiguração geográfica da indústria em escala global, com o intuito de
alcançar vantagens competitivas, como a disponibilidade de mão de obra com
custos reduzidos e legislação trabalhista e ambiental mais flexível.
Referências

HANSEN, Claudio. Crise do Fordismo em Geografia. Descomplica, 2020.


Disponível em: <https://descomplica.com.br/d/vs/aula/crise-do-fordismo/> . Acesso
em:
14 maio de 2023.

PETRIN, Natália. Fordismo. Todo Estudo. Disponível em:


<https://www.todoestudo.com.br/geografia/fordismo> . Acesso em: 15 de Maio de
2023.

REIS, Thiago. Fordismo: conheça esse importante método de produção. Suno.


Disponível em: <https://www.suno.com.br/artigos/fordismo/> . Acesso em: 15 de
Maio de 2023.

JESSOP, Bob. Fordism and post-Fordism: A critical reformulation. Wordpress.


Disponível em:
<https://bobjessop.wordpress.com/2013/11/05/fordism-and-post-fordism-a-critical-ref
ormulation/> . Acesso em: 15 de Maio de 2023.

GOUNET, Thomas. Fordismo IN Fordismo e Toyotismo, São Paulo: Boitempo


Editorial, 1992.

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