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Sumário
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DIREITOS HUMANOS: INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL ...................................................................................... 6
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1. INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL ..................................................................................................................... 6
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1.1 Direitos Humanos X Direitos do Homem X Direitos Fundamentais .................................................. 6
LI
1.2 FONTES DOS DIREITOS HUMANOS .......................................................................................................... 6
L
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1.3 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ........................................................................................ 6
MO
1.3.1 Jusnaturalismo ...................................................................................................................................... 6
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1.3.2 Positivismo............................................................................................................................................ 6
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1.4 MARCOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS............................................................................. 7
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2. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS................................................................................................ 7
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3. INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.................................................................................................. 8
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3.1 38
Métodos para interpretação dos direitos humanos ......................................................................... 8
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4 DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO ................................................................................................... 8
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9.1.1 Força Vinculante da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) ................................... 13
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11.2.3 Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos .................................................................. 17
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12. ESTRUTURA BÁSICA DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ........ 17
A
12.1 Carta Da Organização Dos Estados Americanos .............................................................................. 17
UL
GO
12.2 Declaração Americana De Direitos E Deveres Do Homem .............................................................. 18
LI
12.3 Convenção Americana De Direitos Humanos .................................................................................. 18
L
RE
12.3.1 Protocolo Adicional À Convenção Americana Sobre Direitos Humanos Em Matéria De Direitos
MO
Econômicos, Sociais E Culturais ............................................................................................................... 19
12.4 Os Mecanismos De Proteção E Monitoramento ..................................................................................... 19
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12.4.1 Comissão Interamericana De Direitos Humanos .............................................................................. 19
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12.4.2 Corte Interamericana de Direitos Humanos..................................................................................... 21
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13. FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES GRAVES CONTRA OS DIREITOS HUMANOS – INCIDENTE DE DESLOCAMENTO
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DE COMPETÊNCIA (IDC) ................................................................................................................................... 22
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14. A POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E OS PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
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......................................................................................................................................................................... 25
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1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.................................................................................................................... 27
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2.2 Destinatários.................................................................................................................................... 28
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5. NACIONALIDADE .......................................................................................................................................... 31
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6.1 HABEAS CORPUS - art. 5º, LXVIII, CF/88 e arts. 647 e seguintes do CPP ............................................... 34
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6.2 MANDADO DE SEGURANÇA: art. 5º, LXIX, CF/88 e Lei nº 12.016/09 ................................................... 36
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6.3 MANDADO DE INJUNÇÃO ...................................................................................................................... 38
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6.4 HABEAS DATA: art. 5º, LXXII, CF/88 e Lei nº 9507/97 ........................................................................... 39
A
6.5 AÇÃO POPULAR: art. 5º, LXXIII e Lei nº 4.717/65 .................................................................................. 40
UL
GO
7. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO .......................................................................................................................... 40
LI
7.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ..................................................................................................................... 40
L
RE
7.2 CLASSIFICAÇÃO DA CF/88 ...................................................................................................................... 41
MO
7.3 SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO ................ 41
UE
7.3.1 Constitucionalismo ............................................................................................................................. 41
IQ
7.3.2 Neoconstitucionalismo ................................................................................................................ 41
ON
7.4 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................ 42
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7.5 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................ 43
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7.5.1 Métodos de interpretação: ................................................................................................................ 43
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7.5.2 Princípios de interpretação Constitucional ................................................................................. 43
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8.1. Poder Constituinte Originário............................................................................................................... 44
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9.5.1 Critério Subjetivo ou Orgânico – refere-se a quais órgãos podem exercer o controle ...................... 48
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9.5.3 Controle Difuso nos Tribunais e Cláusula de Reserva de Plenário (Full Bench) ................................. 49
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9.5.4 Efeitos da Decisão no Controle Difuso ............................................................................................... 50
A
9.5.5 Controle incidental em controle concentrado abstrato e o seu efeito erga omnes .......................... 50
UL
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9.6 CONTROLE CONCENTRADO ....................................................................................................................... 51
LI
9.6.1 ADI Genérica ....................................................................................................................................... 51
L
RE
9.6.2 ADPF ................................................................................................................................................... 55
MO
9.6.3 ADO ..................................................................................................................................................... 56
UE
9.6.4 Representação Interventiva (IF) ......................................................................................................... 57
IQ
9.6.5 ADC – introduzida com a EC 3/93 ....................................................................................................... 58
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9.7 CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS-MEMBROS ....................................... 58
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10. SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES ...................................................................................................... 59
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10.1 ESTADO DE DEFESA X ESTADO DE SÍTIO – art. 136 a 141, CF/88 ............................................................ 59
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10.2 FORÇAS ARMADAS .................................................................................................................................. 61
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10.3.2 Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (Art. 144, §§ 4º e 5º) ......................................... 62
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DIREITOS HUMANOS: INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL
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1. INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL
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1.1 Direitos Humanos X Direitos do Homem X Direitos Fundamentais
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a) Direitos Humanos – são aqueles direitos indispensáveis à uma vida digna, previstos em normas
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internacionais de proteção dos direitos humanos.
MO
b) Direitos do Homem – referem-se aos direitos naturais, aqueles inatos ao homem, que não dependem
de previsão na ordem jurídica positiva, e que decorrem da razão divina ou da razão humana (estão
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relacionados com o jusnaturalismo).
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c) Direitos fundamentais – materializam a dignidade humana no plano interno. Ou seja: são aqueles
positivados nas Constituições dos Estados (ex.: artigo 5º da CF/88).
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1.2 FONTES DOS DIREITOS HUMANOS
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FONTES MATERIAIS FONTES FORMAIS
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1.3.1 Jusnaturalismo
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como titular de direitos inerentes, resultaram na concepção de que a Pessoa Humana é fundamento
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assegurar a característica essencial do homem, a sua dignidade, de forma a conceder a todos, sempre,
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4. Dessa forma, esses direitos não são criados pelos homens ou pelos Estados, eles são preexistentes ao
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1.3.2 Positivismo
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1. Para a Escola Positivista, o fundamento dos direitos humanos consiste na existência de norma posta,
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cujo pressuposto de validade está em sua edição conforme as regras estabelecidas na Constituição.
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2. A ideia positivista sobre direitos humanos, apresentada por Norberto Bobbio, afirma a inexistência de
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um direito absoluto.
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3. Bobbio explica que a dogmática jurídica se caracteriza pela historicidade, o que significa dizer que o
Direito é passível de constantes modificações, advindas das mudanças sociais. Para o autor, não se pode
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dar um fundamento eterno para algo que necessariamente sofrerá modificações.
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4. Para os positivistas, a ausência de coercibilidade dos direitos naturais lhe retira a própria natureza de
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“direitos”, devendo os direitos humanos passar por um processo de positivação.
5. Com isso, já se pode falar num conceito positivo de direitos humanos, que seriam os direitos
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fundamentais, assegurados ao indivíduo, através da regulamentação e aplicação desses direitos, tanto
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no campo estatal como no campo supraestatal.
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1.4 MARCOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS
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1. Existem três marcos históricos fundamentais: o Iluminismo, a Revolução Francesa e o término da II
Guerra Mundial.
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a) No Iluminismo foi ressaltada a razão, o espírito crítico e a fé na ciência. Esse movimento procurou
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compreender a essência das coisas e das pessoas, observar o homem natural e, desse modo, chegar
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às origens da humanidade. São pensadores renomados de tal período: John Locke, Rousseau, Thomas
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Hobbes e Montesquieu. Impulsionadas pelo iluminismo, foram elaboradas as primeiras declarações de
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de 1789, redigida após a Revolução Francesa, a qual teve como marco histórico a queda da Bastilha,
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em 14 de julho de 1789.
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b) A Revolução Francesa fez nascer os ideais representativos dos direitos humanos, quais sejam a
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Obs.: Conforme ensina o Professor André de Carvalho Ramos, as revoluções liberais, inglesa,
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americana (primeira Constituição do mundo, 1787) e francesa, e suas respectivas Declarações de Direitos
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c) Por fim, com o final da II Guerra Mundial, os homens se conscientizaram da necessidade de não se
permitir que seres humanos novamente sofressem aquelas atrocidades cometidas pelos nazistas. A
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barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, por meio da
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negação do valor da pessoa humana como valor-fonte do direito. Houve uma mudança de paradigma
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em que não mais seguia-se a lei de forma cega, com uma reaproximação entre direito e moral.
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• Historicidade
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• Universalidade
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• Limitabilidade ou Relatividade
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• Irrenunciabilidade
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• Inalienabilidade ou Indisponibilidade
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Imprescritibilidade
• Essencialidade
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• Inerência
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• Interdependência ou Inter-relação ou Complementariedade
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• Inexauribilidade
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• Vedação ao retrocesso
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Obs.: os tratados internacionais de direitos humanos não podem impor restrições que diminuam ou
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nulifiquem direitos já anteriormente assegurados. Assim, se uma norma posterior revoga ou nulifica
uma norma anterior mais benéfica, essa norma posterior é inválida por violar o princípio internacional
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da vedação do retrocesso (igualmente conhecido como princípio da “proibição de regresso”, do “não
RE
retorno” ou “efeito cliquet”).
MO
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3. INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
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1. Todas as normas em vigor no Estado, sejam internas ou internacionais, devem ser interpretadas conforme
os direitos humanos, sem qualquer exceção. Nesse sentido, a INTERPRETAÇÃO CONFORME OS DIREITOS
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HUMANOS, consiste na escolha, pelo intérprete, quando a norma impugnada admite várias
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interpretações possíveis, de uma que a compatibilize com os direitos humanos.
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3.1 Métodos para interpretação dos direitos humanos
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1. Critério da Máxima Efetividade: Este critério exige que a interpretação de determinado direito conduza
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ao maior proveito do seu titular, com o menor sacrifício imposto aos titulares dos demais direitos em
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colisão. Implica a aplicabilidade direta, pela qual os direitos humanos podem incidir diretamente aos
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casos concretos, bem como conduz à aplicabilidade imediata, que prevê que os direitos humanos
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2. Interpretação Pro Homine: Exige que, diante de um conflito entre normas ou entre interpretações da
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norma, a interpretação dos direitos humanos seja sempre aquela mais favorável ao indivíduo.
MO
3. Princípio da Prevalência da Norma Mais Favorável ao Indivíduo: Defende a escolha, no caso de conflito
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de normas, daquela que seja mais benéfica ao indivíduo. Não importa a origem, mas sim o resultado:
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benefício ao indivíduo.
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Obs.: A doutrina aponta, ainda, a existência do critério da interpretação autônoma, que preconiza que as expressões/termos que
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existem dentro dos tratados internacionais de direitos humanos, devem ser compreendidos à luz das peculiaridades próprias do
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1. Definição: correspondem aos chamados direitos fundamentais, como aqueles previstos em seu art. 5°.
RT
Ademais, o art. 5°, §2°, da CRFB/88 prevê o princípio da não exaustividade dos direitos fundamentais,
LA
ou seja, que o rol desses direitos não é taxativo, ao afirmar que os direitos e garantias expressos nesta
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Constituição não excluem outros decorrentes: i) do regime e dos princípios por ela adotados e ii) dos
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2. Fundamentos e Objetivos da República Federativa do Brasil convergem para a proteção dos direitos
humanos.
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3. A Supremacia da Constituição e os Direitos Humanos: A supremacia da Constituição consiste na sua
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qualidade de norma superior, que representa pressuposto de validade de todas as demais normas do
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ordenamento jurídico.
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5. A INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
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1. A Constituição da República de 1988 prevê um procedimento complexo para a formação e a
incorporação dos tratados no ordenamento jurídico interno, em que se une a vontade concordante dos
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Poderes Executivo (art. 84, VIII) e Legislativo (art. 49, I), consubstanciando-se na Teoria da junção das
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vontades (ou teoria dos atos complexos).
2. A formação e a incorporação dos tratados internacionais são constituídas de quatro fases:
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1ª. Fase de Assinatura: Inicia-se com as negociações preliminares entre os Estados interessados, e
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posteriormente, passa-se ao momento da assinatura, sendo atribuição do Chefe de Estado. A
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assinatura NÃO vincula a ratificação, tratando-se, porém, de um aceite precário, pois necessária a
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aprovação das demais fases.
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2ª. Fase Congressual: Consiste no referendo congressual (art. 49, I, CF), de competência exclusiva do
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Congresso Nacional, sendo a votação separada, iniciada na Câmara dos Deputados e, posteriormente,
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aqui o processo, não havendo prosseguimento às demais fases. Entretanto, caso o Congresso Nacional
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aprove o tratado internacional, sob a forma de Decreto Legislativo, passa-se à próxima fase.
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Obs.: No que tange aos tratados internacionais de direitos humanos, para que tenha status de emenda constitucional, devem,
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nessa fase, serem aprovados sob o rito do art. 5º, §3º, da CRFB/88, qual seja, a aprovação, em cada Casa do Congresso Nacional, em
MO
3ª. Fase de Ratificação: Trata-se da confirmação definitiva do aceite do tratado internacional, calcada
na discricionariedade política do Chefe do Poder Executivo. Verifica-se que a partir da ratificação, o
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Estado se obriga à produção dos efeitos externos do tratado internacional. Pode se dar por: troca de
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Obs.: o STF afirma que o Decreto do Presidente da República é indispensável para se concluir o processo de
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internalização dos tratados. Entretanto, grande parte da doutrina afirma ser dispensável, tendo a quarta fase
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apenas fins de publicação.
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Obs.: o STF e a doutrina majoritária entendem que o Brasil adota o sistema da recepção legislativa (Dualismo
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– moderado), pois não exige a edição de lei formal) para a internalização dos tratados, bastando norma
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3. Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos Ratificados pelo Brasil: Embora haja
divergência doutrinária, prevalece no STF (RE 466343) a adoção da corrente da SUPRALEGALIDADE,
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segundo a qual os tratados internacionais de direitos humanos estariam acima da legislação ordinária e
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abaixo da Constituição Federal, como regra.
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Obs.1: Não podemos olvidar que, excepcionalmente, os tratados internacionais de direitos humanos terão
L LI
status de Emenda Constitucional se forem aprovados conforme o rito do art. 5º, §3º, da CRFB/88, com a
RE
alteração da EC 45/2004. Assim, o STF passou a entender que, mesmo antes da EC 45/04, os tratados
MO
internacionais de direitos humanos incorporados ao ordenamento pátrio teriam o status de norma
supralegal. Assim, há hoje o DUPLO ESTATUTO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS:
UE
• Terão status supralegal os anteriores à EC 45/2004 e os posteriores a esta, se aprovados por maioria
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simples e único turno pelo Congresso.
• Serão equivalentes à Emenda Constitucional os posteriores à EC 45/2004 e aprovados na forma do
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art. 5°, §3º, da CRFB/88.
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6. EFICÁCIA DOS DIREITOS HUMANOS 38
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A aplicação dos direitos fundamentais às A aplicação dos direitos Há hipossuficiência de uma das partes. É
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Estado.
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inferiores somente valerão se forem compatíveis com as normas de grau superior, que é a Constituição da
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República. As que não forem compatíveis com ela são consideradas inconstitucionais, pois a
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Humanos que foram incorporados no ordenamento jurídico brasileiro sob o rito do art. 5°, §3º, da CRFB/88,
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internos em face das normas internacionais que versem sobre direitos humanos. Se não forem compatíveis,
LA
haverá um efeito negativo, em que a norma nacional será considerada inválida em relação à norma
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internacional. Se forem compatíveis, haverá um efeito positivo, em que se deverá haver uma interpretação
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adequada das normas nacionais para que fiquem em conformidade com as normas internacionais.
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Observação: São 4 os Tratados Internacionais de Direitos Humanos que foram incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro com status
de emenda constitucional:
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1) Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto n° 6.949/2009);
A
2) Protocolo Facultativo à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto n° 6.949/2009);
UL
3) Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades
GO
para Ter Acesso ao Texto Impresso (Decreto n° 9.522/2018); e
4) Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância (Decreto n° 10.932/2022)
L LI
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7.1 Teoria Do Duplo Controle Ou Crivo De Direitos
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1. Tendo em vista que não é possível obrigar os juízes nacionais ao Diálogo das Cortes, pois desnaturaria
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a independência funcional e o Estado Democrático de Direito, no caso de ele não existir ou ser
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insuficiente, deve ser aplicada a Teoria do Duplo Controle de Direitos Humanos, que reconhece a
atuação em separado do controle de constitucionalidade nacional (STF e juízos nacionais) e do controle
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de convencionalidade internacional (órgãos de direitos humanos do plano internacional). Qualquer
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ato ou norma deve ser aprovado pelos dois controles para que sejam respeitados os direitos do Brasil.
38
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• No julgamento da APDF 153, em 28.04.2010, o STF decidiu que a Lei da Anistia (Lei n. 6.683/1979) alcança os agentes da
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ditadura militar, tornando impossível a persecução criminal pelas graves violações de direitos humanos ocorridas na época
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dos “anos de chumbo”, ignorando a interpretação internacional da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que se
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posiciona contrária às leis de anistia e favorável ao dever de investigação, persecução e punição penal dos violadores
bárbaros de direitos humanos
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• No julgamento do Caso Gomes Lund, em 24.11.2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil e
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exigiu que fosse feita completa a investigação, a persecução e a punição criminal aos agentes da repressão política durante
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a ditadura militar, mandando o Brasil desconsiderar, então, a anistia para tais indivíduos.
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2. Considerando-se que o Brasil adota a Teoria do Duplo Controle de Direitos Humanos, eles possuem
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os direitos pelo Brasil. Caso não supere um deles (por violar direitos humanos), deve o Estado empregar
M
4. Portanto, para evitar esse descompasso entre as decisões dos Tribunais nacional e interamericano,
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deve-se exigir que todo ato interno se conforme não só ao teor da jurisprudência do Supremo Tribunal
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● Plano Político: Criação da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir da Carta de São Francisco
(Carta da ONU), em 1945.
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● Plano Jurídico: Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), Resolução n° 217 A III da
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Assembleia Geral da ONU, de 1948.
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8.2 EIXOS DE PROTEÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL
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● Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH): mais abrangente, pois incumbe a proteção do ser
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humano em todos os aspectos, englobando os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
● Direito Internacional Humanitário (DIH): proteção na situação específica dos conflitos armados.
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● Direito Internacional dos Refugiados (DIR): proteção do refugiado.
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Obs.: Os dois últimos são lex specialis em relação ao DIDH, que é lex generalis, aplicável subsidiariamente
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a todas as situações na ausência de previsão específica.
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9. A CARTA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 38
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1. A CARTA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS (International Bill of Rights) é composta por:
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● Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966.
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2. Após a 2ª Guerra Mundial, iniciou-se um período histórico denominado Guerra Fria (1947 a 1991), que
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se instituiu em um conflito político-ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética. Nesse ínterim
RE
foi aprovada, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH ou Declaração de Paris), que
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trata de uma Convenção Internacional que aborda os ideais liberais dos Estados Unidos (direitos de 1ª
dimensão); e o Pacto Internacional Sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que se trata de uma
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Convenção Internacional que aborda ideais sociais da União Soviética (direitos de direitos de 2ª
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dimensão).
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4. Desde a adoção dos dois Pactos, a ONU tem estimulado a adoção de vários tratados de direitos humanos
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em temas diversos, sendo certo que atualmente o Sistema Global é complexo, composto por diversos
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tratados multilaterais.
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uma de suas principais preocupações a positivação internacional dos direitos essenciais dos seres
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humanos, em complemento aos propósitos das Nações Unidas de proteção dos direitos humanos e
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2. Trata-se do instrumento considerado o “marco normativo fundamental” do sistema protetivo das
Nações Unidas, a partir do qual se fomentou a multiplicação dos tratados relativos a direitos humanos
RT
em escala global.
A
UL
3. Em relação ao seu conteúdo, apresenta 30 artigos, possuindo uma estrutura bipartite, tendo em vista
GO
que apresenta um rol de direitos civis e políticos (arts. 3° ao 21) e um rol de direitos econômicos, sociais
e culturais (arts. 22 ao 28). Os direitos de fraternidade social não se encontram enumerados na DUDH,
L LI
embora faça menção a eles (art. 1°).
RE
MO
9.1.1 Força Vinculante da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
UE
1. Os Tratados são juridicamente vinculantes aos Estados que os aderirem. Já as Resoluções possuem a
IQ
ON
natureza de recomendação, como um instrumento de normas diretivas, programáticas, mas que não são
juridicamente vinculantes.
6M
2. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada sob forma de Resolução da Assembleia Geral
65
das Nações Unidas (sendo essa sua natureza jurídica) e explicitou o rol de direitos humanos aceitos
internacionalmente, pela primeira vez em um documento internacional. 38
95
3. Dessa forma, sob uma perspectiva formal, a DUDH não tem força vinculante, por se tratar de uma
38
Resolução da Assembleia Geral da ONU, com caráter de mera recomendação. Entretanto, em relação à
11
perspectiva material, existem 3 correntes que concluem pela força vinculante ou não da DUDH:
RT
● 1ª Corrente: Não cogente, sem força vinculante, representando a soft law na matéria, por se tratar
LA
21934
21934
de mera Resolução da Assembleia Geral da ONU;
OU
● 2ª Corrente: Cogente, com força vinculante, por representar o costume internacional sobre a
IG
matéria; e
LL
● 3ª Corrente: Cogente, com força vinculante, pois se trata de uma interpretação autêntica do termo
RE
“direitos humanos” prevista na Carta das Nações Unidas, em seus arts. 55 e 103, além de conter o
MO
rol de direitos mais importantes ao ser humano (Corrente Contemporânea adotada por Flávia
Piovesan, a qual deverá ser adotada em prova).
E
IQU
● O direito à vida está previsto no artigo 6º do Pacto, o qual não aboliu a pena de morte, que poderá
386
ser aplicada somente em decorrência de uma sentença transitada em julgado e proferida por tribunal
95
competente, nos crimes mais graves. Entretanto, os países que já tenham abolido não poderão aplicá-
38
las mais.
11
● Há, também, a vedação à escravidão, ao tráfico de escravos, à servidão e aos trabalhos forçados,
U
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Observação: Existe uma corrente doutrinária a qual afirma que a vedação à escravidão e a vedação à tortura são considerados
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● No PIDCP consta uma hipótese em que é possível a suspensão das obrigações dele decorrentes, em
RT
seu art. 4°, e autoriza os Estados, ante situações excepcionais que ameacem a existência da nação e
A
UL
sejam proclamadas oficialmente, a adotar medidas que suspendam as obrigações decorrentes do
GO
instrumento internacional, sendo vedada, entretanto, a suspensão dos:
▪ Direito à vida (art. 6°);
LI
L
▪ Direito de não ser submetido a tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
RE
degradantes, ou a experiências médicas ou científicas (art. 7°);
MO
▪ Direito de não ser submetido à escravidão ou à servidão (art. 8°);
▪ Direito de não ser preso apenas por não cumprir obrigação contratual (art. 11);
UE
▪ Direito de não ser condenado por atos ou omissões não definidos como crime no direito nacional
IQ
ON
e internacional, de não ser submetido a pena mais grave que a aplicável no momento da
ocorrência do delito e de ver aplicada a lei penal mais benéfica (art. 15);
6M
▪ Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica (art. 16); e
65
▪ Direito à liberdade de pensamento, consciência e religião (art. 18).
38
95
● O PIDCP, portanto, teve por finalidade tornar juridicamente vinculantes aos Estados vários direitos já
38
21934
● O Protocolo Facultativo ao PIDCP foi editado com a finalidade de instituir mecanismo de análise de
IG
petições individuais ao Comitê de Direitos Humanos por violações a direitos civis e políticos previstos no
LL
PIDCP.
RE
21934
● O Segundo Protocolo Facultativo do PIDCP tem como escopo a abolição da pena de morte, não sendo
ON
admitida qualquer reserva, exceto se for formulada no momento da ratificação ou adesão, que preveja
M
a aplicação da pena de morte em virtude da condenação por infração penal de natureza militar de
56
novembro de 2023, integrando o ordenamento jurídico brasileiro com status de supralegalidade, com
38
● O Pacto Internacional sobre Direitos Econômicas, Sociais e Culturais (PIDESC) foi adotado pelas Nações
U
Unidas juntamente com o PIDCP, em 1966. Foi aprovado pelo Congresso Nacional Brasileiro a partir do
GO
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● Ocorre que diferentemente do PIDCP, o PIDESC deve ser implementado de maneira progressiva, o que
lhe dá uma natureza programática.
RT
● Ademais, o PIDESC criou o seu próprio mecanismo de proteção e monitoramento, instituindo o Comitê
A
UL
de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
GO
Obs.2: Protocolo Facultativo ao PIDESC
LI
• O Protocolo Facultativo ao PIDESC foi editado com a finalidade de instituir mecanismos de proteção
L
RE
e monitoramento, como petições individuais, petições interestatais, relatórios, medidas provisórias,
MO
procedimentos de investigação.
• Não foi ratificado pelo Brasil.
UE
IQ
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10. O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
6M
1. O Tribunal Penal Internacional (TPI) consagrou a teoria da responsabilidade penal internacional dos
65
indivíduos, tratando-se de um tribunal permanente e independente da ONU, que julga pessoas (não
38
julga Estados), com idade superior a 18 anos acusadas de praticar determinados crimes previstos no
95
Estatuto de Roma, perpetrados mediante graves violações aos direitos humanos.
38
11
2. A jurisdição do TPI é complementar em relação à jurisdição penal dos Estados, a quem compete
primariamente apurar, processar e julgar os crimes abrangidos pela competência do TPI.
RT
4. Segundo o seu art. 5º do Estatuto, a competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que
IG
5. No Brasil, foi aprovado pelo Congresso Nacional a partir do Decreto Legislativo n° 112/2002 e foi
promulgado pelo Decreto n° 4.388/2002. Dessa forma, encontra-se submetido à jurisdição do TPI, de
M
6. Considerações importantes:
95
● A jurisdição do TPI somente é admitida em relação a crimes cometidos após a entrada em vigor do
38
● Os crimes
21934 sob a jurisdição do TPI não prescrevem, conforme expressa disposição do Estatuto.
RT
● É irrelevante a função estatal do réu no TPI, podendo o Tribunal julgar qualquer pessoa, inclusive
LA
um Chefe de Estado.
U
GO
● As penas previstas são a de reclusão (por um período que não exceda a 30 anos), a prisão perpétua
(para crimes de extrema gravidade), multa e sequestro dos bens ou haveres procedentes direta ou
I
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11 A ESTRUTURA NORMATIVA DO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
ART
UL
11.1 O Sistema Global De Proteção Dos Direitos Humanos
GO
1. A Organização das Nações Unidas (ONU) passou a ser o grande foro mundial de debates sobre temas
LI
L
envolvendo direitos humanos e sua proteção. Hoje, 192 países são membros da ONU.
RE
2. A ONU possui órgãos próprios e ainda relações de apoio administrativo e técnico com órgãos criados
MO
por diversos tratados elaborados sob seu patrocínio voltados à proteção de direitos humanos. O
conjunto desses mecanismos compõem o SISTEMA GLOBAL, ONUSIANO ou UNIVERSAL DE DIREITOS
UE
HUMANOS.
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11.1.1 ÓRGÃOS DAS NAÇÕES UNIDAS
6M
65
1. A Carta da ONU cria as Nações Unidas e desenvolve a sua estrutura organizacional. A priori, apresenta os
38
seguintes princípios como os mais importantes: a) a paz mundial; b) a tolerância entre os povos; c) a não
95
Intervenção; e d) a solução pacífica das controvérsias. Insta salientar que os órgãos da ONU não possuem
38
● Assembleia Geral: é o órgão máximo deliberativo21934da ONU e tem como objetivo definir as políticas da
LA
Organização, sendo constituída por todos os Membros das Nações Unidas, limitando-se a 5
OU
● Conselho de Segurança: é o órgão da ONU que tem como principal responsabilidade a manutenção da
LL
● Conselho Econômico e Social: responsável por elaborar estudos e relatórios a respeito de assuntos
MO
povos.
M
órgão judicial das Nações Unidas, com sede em Haia, nos Países Baixos, o que não obsta o exercício de
86
3
suas funções em qualquer outro país. Todos os Membros das Nações Unidas são partes do Estatuto da
95
Corte. O quórum de 9 juízes é suficiente para constituir a Corte. Possui 2 competências principais:
38
a) Competência Contenciosa: Função de resolver os litígios jurídicos que lhes são submetidos,
11
julgando Estados – e não pessoas, cuja competência é do Tribunal Penal Internacional (TPI) -,
RT
sendo suas decisões definitivas e obrigatórias àqueles que reconhecem21934a sua competência.
LA
b) Competência Consultiva: Função de emitir pareceres consultivos sobre questões jurídicas que
U
lhe são remetidas por órgãos ou agências especializadas das Nações Unidas.
GO
pela Organização.
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11.2 Sistemas Regionais De Proteção Dos Direitos Humanos
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11.2.1 Sistema Europeu de Proteção dos Direitos Humanos
GO
1. O Sistema Europeu de Proteção dos Direitos Humanos foi o primeiro a ser instituído, no final da Segunda
LI
L
Guerra Mundial, e é considerado o maior e o mais desenvolvido entre os sistemas regionais, servindo
RE
de modelo para os demais continentes.
MO
11.2.2 Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos
UE
IQ
1. A CADH criou a Corte Interamericana de Direitos Humanos e dotou de maiores atribuições a já existente
ON
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgãos estes fiscalizatórios. Este foi o segundo sistema
6M
regional a ser instituído, podendo a CADH ter como Estados-Membros aqueles que também o são na
65
OEA.
38
2. Além da Carta de São José da Costa Rica, esse sistema conta com instrumentos internacionais que
95
protegem direitos específicos (ex.: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir o Crime de Tortura).
38
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1. O Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos é o mais recente e, portanto, o menos
OU
desenvolvido. Foi criado a partir da União Africana (de 2011), tendo como principal documento a Carta
IG
Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (Carta de Banjul), aprovada em janeiro de 1981, em Bajul.
LL
RE
instrumentos internacionais:
1. Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA, 1948);
I
ON
1. A ideia central que permeia o primeiro instrumento internacional é o dever de respeitar os direitos
RT
2. São valores expressos na Carta da OEA: liberdade individual, justiça social, direitos sociais, garantia da não
U
discriminação. Percebe-se a presença tanto de direitos civis e políticos como dos direitos econômicos,
GO
sociais e culturais.
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3. O art. 53 da Carta dispõe acerca dos órgãos da OEA, sendo um deles a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos. Trata-se de um relevante instrumento de proteção dos direitos humanos no
RT
continente americano.
A
UL
Comissão Interamericana de Direitos Humanos: criada pela Carta da OEA.
GO
Corte Interamericana de Direitos Humanos: criada pela CADH.
LI
12.2 Declaração Americana De Direitos E Deveres Do Homem
L
RE
MO
1. A Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem (DADDH) está para o Sistema Interamericano
tal como a Declaração Universal de Direitos Humanos está para o Sistema Global, sendo um importante
UE
vetor interpretativo.
IQ
2. A DADDH consagra tanto direitos civis e políticos (exemplo: direito à vida, à liberdade, à segurança, à
ON
integridade da pessoa, à proteção à maternidade, à infância), quanto direitos econômicos, sociais e
6M
culturais (exemplo: direito à educação,
21934 à cultura, ao trabalho digno, à justa remuneração, ao lazer, ao
65
descanso, à previdência social).
38
3. É considerada a interpretação autêntica dos dispositivos genéricos de proteção dos direitos humanos da
95
Carta da OEA, conforme decisão exarada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em parecer
38
21934
OU
1. O Sistema Interamericano foi consolidado com a Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH ou
IG
Pacto de São José da Costa Rica), que foi adotado no âmbito da OEA por ocasião da Conferência
LL
2. A CADH deu ênfase à implementação dos direitos civis e políticos, apenas mencionando o vago
MO
compromisso dos Estados com o desenvolvimento progressivo dos direitos econômicos, sociais e
culturais. Posteriormente, estes direitos foram objeto do Protocolo de San Salvador, Protocolo Adicional
E
QU
à CADH.
3. Princípio do Non-Refoulement: A CADH determina que ninguém pode ser expulso do território do Estado
I
ON
4. Proibição da Prisão por Dívidas: A CADH estabelece que ninguém deve ser detido por dívidas, salvo os
56
alimentar.
3
95
● Analisando-se essa disposição da CADH, o STF decidiu pela derrogação das normas estritamente legais
38
referentes à prisão do depositário infiel, o que culminou na edição da Súmula Vinculante n° 25: É ilícita
11
5. Duplo Grau de Jurisdição - O duplo grau de jurisdição está expressamente previsto no art. 8.2.h da
LA
CADH, o que não ocorre no Brasil, que se trata de um princípio constitucional implícito.
U
6. Audiência de Custódia - A implementação das audiências de custódia no Brasil tem como embasamento
GO
o art. 8.1 da CADH, o qual estabelece que toda da pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas
I
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garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial,
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estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer
RT
outra natureza.
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GO
12.3.1 Protocolo Adicional À Convenção Americana Sobre Direitos Humanos Em Matéria De Direitos
Econômicos, Sociais E Culturais
LLI
RE
1. Tendo em vista que a Convenção Americana de Direitos Humanos enumerou apenas os direitos civis e
MO
políticos, foi necessária a elaboração do Protocolo de San Salvador para enumerar os direitos econômicos,
sociais e culturais.
UE
2. Estabelece a obrigação de adotar medidas necessárias até o máximo dos recursos disponíveis e levando
IQ
em conta o grau de desenvolvimento do Estado, a fim de conseguir, progressivamente e de acordo com
ON
a legislação interna, a plena efetividade dos direitos nele reconhecidos.
6M
3. O Protocolo prevê como Mecanismos de Proteção e Monitoramento:
65
● Relatórios Periódicos ao Secretário-Geral da OEA sobre as medidas progressivas que tiverem
38
adotado, a fim de assegurar o respeito dos direitos consagrados no Protocolo – que os transmitirá ao
95
Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral, à Comissão IDH e a organismos
38
● Petições Individuais à Comissão IDH – nos casos de violação de direitos à educação e aos direitos dos
RT
trabalhadores de organizar sindicatos e de filiar se ao de sua escolha, para proteger e promover seus
LA
21934
interesses.
OU
IG
1. O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos é fundado no âmbito da Organização dos
MO
Estados Americanos (OEA) e está dividido em dois outros sistemas, complementares entre si:
a) Sistema da OEA: Tem por base a Carta da Organização dos Estados Americanos e a Declaração
E
QU
Americana de Direitos e Deveres do Homem (DADDH). Possui 2 órgãos que atuam na proteção e
no monitoramento21934
dos direitos humanos:
I
ON
b) Sistema da Convenção Americana de Direitos Humanos: Tem por base a Convenção Americana de
86
Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Tal Convenção apresenta os 2 principais órgãos
3
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1. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem papel dúplice, pois possui funções como órgão
principal da Organização dos Estados Americanos (OEA) e funções como órgão da Convenção Americana
RT
sobre Direitos Humanos (CADH).
A
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2. Trata-se de órgão autônomo, pois seus membros atuam com independência e imparcialidade, não
GO
representando o Estado de origem.
3. É composta por 7 membros, eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral da OEA, os quais devem ser
L LI
pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos, eleitos por
RE
4 anos e só poderão ser reeleitos 1 vez.
MO
4. Trâmite das Petições Individuais: A Comissão Interamericana é provocada por meio de uma petição
escrita, que pode ser de autoria: da própria vítima; de terceiros, incluindo organizações não
UE
governamentais (demandas individuais); de outro Estado (demandas interestatais); pode, ainda, atuar
IQ
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de ofício.
b) As condições de admissibilidade da petição 21934
individual à Comissão IDH são as seguintes:
6M
● Esgotamento dos recursos internos;
65
Casos de dispensa da necessidade de prévio esgotamento dos recursos internos: 38
95
- Não existir o devido processo legal para a proteção do direito violado;
38
- Não se houver permitido à vítima o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ela impedido de esgotá-los;
11
21934
- Faltarem defensores ou haver barreiras de acesso à justiça.
OU
- Deve ser invocada pelo Estado já no procedimento perante a Comissão IDH e, caso não o faça, subentende-se que houve desistência
LL
- Após, não pode o Estado alegar esgotamento, pois seria violação do princípio do estoppel (proibição de se comportar de modo
contrário à sua conduta anterior).
MO
E
● Ausência de decurso do prazo de 6 meses, contados do esgotamento dos recursos internos, para
QU
a apresentação da petição;
I
ON
● Admitida a petição, a Comissão solicita informações ao Estado denunciado, que deve responder em
38
● Se o processo não for arquivado, a Comissão examinará o assunto, podendo realizar investigações
LA
● Caso se chegue a uma solução amistosa, a Comissão redigirá um relatório, encaminhando-o aos
peticionários, aos Estados-Partes e ao Secretário-Geral da OEA, para publicação.
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● Se não houver solução amistosa, a Comissão redigirá um relatório com a exposição dos fatos e suas
conclusões, encaminhando-o aos Estados interessados. Neste relatório, poderá formular
RT
proposições e recomendações (primeiro informe – art. 50, CADH), tratando-se de uma
A
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oportunidade que a Comissão confere para o Estado reparar os danos antes de ser, de fato,
GO
processado no âmbito da Corte interamericana.
● Se no prazo de 3 meses após o envio do relatório ao Estado interessado não houver uma solução,
LLI
o caso é submetido automaticamente à decisão da Corte.
RE
● Transcorrido o prazo, a Comissão, mediante voto da maioria absoluta de seus membros, poderá
MO
publicar relatório perante a OEA informando que o Estado não cumpriu as medidas adequadas
(segundo informe – art. 51, CADH). O caso, então, será levado a IDH.
UE
Obs.: Há a possibilidade de edição de Medidas Cautelares no âmbito da Comissão IDH? Sim. O art. 25 do
IQ
21934
ON
Regulamento da Comissão prevê a edição de medidas cautelares para proteger pessoas ou grupos de pessoas
do (i) risco de dano irreparável em (ii) situações de gravidade e urgência, quer haja relação ou não com
6M
petição em trâmite.
65
● Não há dispositivo expresso na CADH sobre a eficácia vinculante das medidas cautelares, que são,
38
então, entendidas como recomendações, à luz do art. 41, “b”, da CADH.
95
38
1. A Corte Interamericana de Direitos Humanos 21934 é um órgão criado pela CADH e funciona como uma
LA
2. Não é um tribunal permanente e o quórum para deliberações é de 5 juízes, sendo que as decisões
IG
4. Apesar de ter ratificado e incorporado internamente a CADH em 1992, somente em 2002, a partir do
MO
sentenças vinculantes.
I
6. A legitimidade passiva é sempre do Estado. A Corte IDH não julga pessoas, mas sim ações de
ON
7. Medidas Provisórias
56
● A Corte IDH, nos casos sob sua apreciação, poderá tomar as medidas provisórias que considerar
86
3
pertinentes para, em casos de extrema gravidade e urgência, evitar danos irreparáveis às pessoas.
95
● Nos casos sob sua análise, a Corte pode agir de ofício ou por provocação das vítimas ou seus
38
representantes, mas tratando-se de casos ainda não submetidos à sua consideração, somente
11
● O Estado deve cumprir as medidas provisórias e informar periodicamente à Corte IDH. A Corte
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incluirá no Relatório Anual à Assembleia Geral uma relação das medidas provisórias que tenha
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ordenado durante determinado período e quando tais medidas não tenham sido devidamente
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executadas.
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Exemplos de Medidas Provisórias contra o Brasil: caso Penitenciária Urso Branco; Caso crianças e adolescentes privados de liberdade
no Complexo de Tatuapé (tortura); caso Penitenciária Dr. Sebastião Martins Silveira, em Araraquara; caso Centro Penitenciário de
RT
Curado; caso Complexo Penitenciário de Pedrinhas; caso Gomes Lund (guerrilha do Araguaia); caso Instituto Penitenciário Plácido de
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Sá Carvalho.
UL
GO
Medida cautelar = Comissão Interamericana de Direitos Humanos = Previsão no Regulamento da Comissão = Eficácia de
LI
recomendação (não vinculante).
L
Medida provisória = Corte Interamericana de Direitos Humanos = Previsão na CADH = Eficácia vinculante.
RE
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12.4.3 Sentença da Corte IDH
UE
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1. A sentença da Corte IDH não precisa de homologação do STJ para ser executada no Brasil, pois não é
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sentença estrangeira.
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2. A sentença da Corte é definitiva e inapelável. Em caso de divergência sobre o21934
sentido ou alcance, cabe
à parte (vítima ou Estado) ou à Comissão apresentar pedido de interpretação, semelhante aos nossos
65
embargos de declaração, cujo prazo para apresentação é de 90 dias, a partir da data da notificação da
sentença. 38
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21934
ordenamento jurídico brasileiro pela EC 45/2004 e previsto no art. 109, inciso V-A e § 5°, da CRFB/88.
IG
b) Competência privativa para o deferimento do IDC: Superior Tribunal de Justiça, com possibilidade de
MO
c) Abrangência: Esferas cível e criminal, desde que se refiram a graves violações de direitos humanos.
QU
f) Competência para o julgamento do caso em que envolveu a grave violação dos direitos humanos:
86
Justiça Federal.
3
Obs.: Vale mencionar que o STF (ADI 3486-DF, Info. 1107) entendeu ser constitucional — por não
95
no que se refere à criação do incidente de deslocamento de competência (IDC) para a Justiça Federal,
nas hipóteses de grave violação de direitos humanos (inclusão do inciso V-A e do § 5º ao art. 109 da
RT
CF/1988).
LA
3. Crítica: Apesar de aceito pelo STJ, o IDC não escapa às críticas feitas pela doutrina, tendo em vista que a
U
GO
federalização das graves violações de direitos humanos geraria o amesquinhamento do pacto federativo
em detrimento ao Poder Judiciário Estadual e ainda violaria o princípio do juiz natural e do devido
I
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processo legal.
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4. Análise dos casos paradigmas:
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a) IDC 01
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1. O primeiro Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) requerido pelo PGR ao STJ refere-se
GO
à apuração do assassinato da Irmã Dorothy Stang, missionária de Notredame, no Estado do Pará,
tendo em vista que a mesma defendia reforma agrária justa e soluções para os conflitos de posse e
LLI
exploração de terra na região Amazônica.
RE
2. No citado caso, o Superior Tribunal de Justiça indeferiu o pedido de deslocamento de competência,
MO
uma vez que, apesar de reconhecer a grave violação de direito humano e a necessidade de assegurar
o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais, rejeitou o risco de
UE
descumprimento, pois considerou demonstrado o empenho das autoridades estaduais, com o auxílio
IQ
ON
da Polícia Federal e do Exército, em dar resposta eficiente à violação.
3. Apesar de o IDC 01 ter sido indeferido pelo Superior Tribunal de Justiça, foi importante em diversos
6M
aspectos para o referido instituto jurídico.
65
● Primeiramente, o STJ conheceu a sua constitucionalidade, ao reconhecer o pedido e
38
fundamentar no sentido de que todo homicídio doloso representa grave violação ao maior e
95
mais importante de todos os direitos humanos, que é o direito à vida, previsto no art. 4.1 da
38
● Em segundo lugar, foi nesse caso que o STJ fixou 3 requisitos cumulativos para o deferimento
RT
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(3) Evidência de conduta das autoridades21934 estaduais reveladora de falha proposital ou por
RE
b) IDC 02
ON
se do caso "Manoel Mattos" (IDC 2 -DF - 2009/0121262-6). O defensor de direitos humanos Manoel
56
de obrigações derivadas de tratados internacionais aos quais o Brasil anuiu (dentre eles, vale
11
ameaçadas pelo tão propalado grupo de extermínio atuante na divisa dos Estados da Paraíba e
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Foram propostos outros incidentes de deslocamento de competência, como o IDC 03, em que se tratava da atuação de grupos de
extermínio e violência em Goiás, que foi julgado parcialmente procedente; o IDC 04, que foi suscitado devido à publicidade que o
RT
Tribunal de Contas de Pernambuco deu a dados da aposentadoria da suposta vítima de violação de direitos humanos, pois lhe teria
A
causado agressões físicas e morais. Porém, tal IDC foi julgado improcedente, por ausência de condição de procedibilidade; e o IDC
UL
05, que se trata do caso do Promotor de Justiça Thiago Faria Soares, que foi julgado procedente. Entretanto, para a Carreira de
GO
Delegado de Polícia Civil, é importante o conhecimento mais a fundo apenas do IDC 01 – Caso Irmã Dorothy e do IDC 02 – Caso
Manoel Mattos, pois foram precursores e balizaram diversos aspectos do instituto.
L LI
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3. IDC 9 – Caso Chacina do Parque Bristol, oriundo do Estado de São Paulo, foi um dos deferidos
MO
pelo STJ, tendo sido deslocada a competência da Justiça Estadual para a Justiça Federal.
4. Observação: O IDC 9 está sendo apresentado, pois o caso ocorreu no Estado de São Paulo.
UE
Por unanimidade, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu nesta quarta-feira (10)
IQ
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um Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) e determinou a reabertura e a transferência,
ON
para a Justiça Federal, de inquéritos relativos ao caso conhecido como Chacina do Parque Bristol
6M
– série de assassinatos cometidos em maio de 2006 por grupo de extermínio supostamente ligado a
agentes de segurança pública de São Paulo, como represália a ataques da facção criminosa Primeiro
65
Comando da Capital (PCC).
38
Ao deferir o IDC, o colegiado considerou, entre outros elementos, a existência de indícios de graves
95
violações de direitos humanos no caso e a possibilidade de responsabilização do Brasil em razão de
38
O julgamento teve a participação, como amicus curiae, da Associação de Direitos Humanos em Rede
– Conectas Direitos Humanos.
RT
Inserida no período conhecido como Maio Sangrento, a Chacina do Parque Bristol foi um ataque
LA
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cometido por homens encapuzados contra cinco pessoas que estavam no bairro de mesmo nome,
OU
localizado na Zona Sul de São Paulo. Na ação, três pessoas morreram baleadas. Segundo os autos,
logo após o crime, uma viatura da Polícia Militar teria passado pelo local para recolher cartuchos e
IG
projéteis que estavam no chão. Meses após esse episódio, um dos sobreviventes foi morto a poucos
LL
Como consequência da chacina, foram instaurados dois inquéritos policiais. No primeiro deles, a
MO
polícia entendeu não haver elementos suficientes de autoria, motivo pelo qual o Ministério Público de
São Paulo requereu o arquivamento, que foi deferido pelo juiz; no segundo, também arquivado, o
E
Ministério Público Federal alegou que não foram juntados exames periciais importantes para a
QU
da Justiça de São Paulo para a Justiça Federal em razão de falhas na condução das investigações pelas
M
autoridades estaduais. A PGR também destacou que foi apresentada à Corte Interamericana de
56
5. Caso Marielle Franco e Anderson Gomes: No ano de 2020, o STJ julgou improcedente o incidente de
3
deslocamento de competência ajuizado pela PGR que buscava transferir para a esfera federal a
95
Anderson Gomes. A ministra Laurita Vaz, relatora, defendeu a manutenção do caso sob a
competência da Justiça estadual, da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
RT
Para ela, o caso não preencheu os requisitos necessários para a federalização, pois não foi possível
LA
verificar desídia ou desinteresse por parte das autoridades estaduais nas investigações para
U
GO
solucionar o crime.
I
LL
1
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/10082022-Terceira-Secao-decide-que-Justica-Federal-deve-assumir-
RE
investigacao-sobre-Chacina-do-Parque-Bristol.aspx
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6. Há outros mais recentes: Terceira Seção do STJ deferiu, parcialmente, o incidente de deslocamento
de competência para que a investigação, o processamento e o julgamento dos mandantes,
RT
intermediários e executores dos assassinatos de vítimas, em sua maioria, lideranças de movimentos
A
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em prol dos trabalhadores rurais, e responsáveis por denúncias de grilagem de terras e de extração
GO
ilegal de madeira, ocorridos em contexto de conflito agrário instalado no Estado de Rondônia, sejam
deslocados para o âmbito da Justiça Federal daquele Estado. STJ. IDC 22-RO, Rel. Ministro Messod
LLI
Azulay Neto, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 23/8/2023, DJe 25/8/2023. (Info 790). E,
RE
ainda, também pela Terceira Seção, o STJ deferiu o incidente de deslocamento de competência para
MO
a Justiça Federal em razão da incapacidade dos agentes públicos na condução de investigações, de
identificar os autores dos homicídios/execuções cometidos nos casos conhecidos como "Maio
UE
Sangrento" e "Chacina do Parque Bristol". STJ. IDC 9-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Terceira
IQ
ON
Seção, por unanimidade, julgado em 10/08/2022. (Info 744)
6M
14. A POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E OS PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
65
38
1. PNDH-1 (1996): Teve como missão dar visibilidade aos problemas referentes aos direitos humanos no
95
Brasil e, simultaneamente, estipular e coordenar os esforços para a superação das dificuldades e
38
implementação de direitos. Voltou-se à garantia de proteção dos direitos civis e políticos (direitos de
11
(devido ao contexto histórico pós ditadura militar). Entretanto, por não traçar planos específicos de
LA
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2. PNDH-2 (2002): Foi editado o Decreto n° 4.229/02, que criou o Segundo Programa Nacional de
IG
Direitos Humanos (PNDH-2) e revogou o PNDH-1. O PNDH-2 ampliou as diretrizes abordadas pelo
LL
PNDH-1, pois além de abarcar direitos civis e políticos, abordou de forma inédita ações específicas
RE
referentes a direitos econômicos, sociais e culturais (direitos de 2ª dimensão). Por existir planos de
MO
ação, quais sejam, os Planos de Ação Anuais, é dotado de maior efetividade em relação ao primeiro.
3. PNDH-3 (2009): Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) revogou o PNDH-2,
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● 6 Eixos Orientadores;
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● 25 Diretrizes;
M
● 82 Objetivos Estratégicos;
56
Portanto, ao adotar eixos orientadores e diretrizes, detalhou as diversas dimensões dos direitos
95
humanos, abarcando um maior rol de direitos (1ª, 2ª e 3ª dimensões), conforme se vê no art. 2° do Decreto
38
n° 7.037/09 (é muito importante a leitura atenta da lei seca, destacando-se o Eixo Orientador IV: Segurança
11
O PNDH-3 é o Programa com maior efetividade de todos, uma vez que traz planos de ação mais
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exigentes, quais sejam, os Planos de Ação de Direitos Humanos bianuais, sendo, portanto, apresentados uma
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Por fim, salienta-se que a redação original do Decreto n° 7.037/09 instituiu como técnica de
monitoramento o Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH3, de acordo com o art. 4°.
RT
Entretanto, ele foi revogado pelo Decreto n° 10.087/2019.
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Observação: Recomenda-se a leitura do Anexo do PNDH-3.
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DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
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1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
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1. Princípios que regem as relações internacionais (art. 4º).
2. Outros princípios constitucionais:
LLI
a) Dignidade da pessoa humana: o “princípio da dignidade humana expressa um conjunto de valores
RE
civilizatórios que se pode considerar incorporado ao patrimônio da humanidade. Dele
MO
se extrai o sentido mais nuclear dos direitos fundamentais, para tutela do mínimo existencial e da
personalidade humana, tanto na dimensão física como na moral”.
UE
b) Legalidade: O princípio da legalidade significa que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo
IQ
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que não esteja previamente estabelecido na própria CR e nas normas jurídicas dela derivadas.
● Legalidade x Reserva Legal: O princípio da reserva legal é um desdobramento da legalidade, que
6M
impõe e vincula a regulação de determinadas matérias constantes na constituição à fonte formal do
65
tipo lei.
● Acepções do princípio da legalidade: 38
95
1) Para particulares: Somente a lei pode criar obrigações, de forma que a inexistência de lei proibitiva
38
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2) Para a Administração Pública: O Estado se sujeita às leis, e deve atuar em conformidade à previsão
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legal. O administrador público só poderá agir dentro daquilo que é previsto e autorizado por lei.
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c) Isonomia:
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GERAÇÃO/DIMENSÃO
M
Surgem com revoluções liberais, Surgem no final do século XIX e início 2º metade do séc. XX, no pós 2ª
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CONTEXTO burguesas, diante do nascimento do do século XX, diante do fenômeno do Guerra, ligados aos movimentos
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SINÔNIMOS direitos negativos, direitos de direitos sociais, econômicos e difusos e coletivos
abstenção. culturais direitos metaindividuais
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Direitos positivos, direitos direitos supraindividuais
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prestacionais
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FUNDAMENTO Igualdade FORMAL Igualdade MATERIAL FRATERNIDADE
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CONCEITO Buscam limitar o poder estatal, São direitos que impõem ao Estado São direitos transindividuais,
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impondo ao Estado obrigações de não- uma obrigação de fazer, de prestar. isto é, titularizados por toda a
L
fazer e se relacionam às pessoas, Buscam viabilizar, através do Estado,
RE
coletividade, não pertencendo a
individualmente. a satisfação das necessidades básicas
uma pessoa isoladamente.
MO
dos indivíduos como forma de lhes
proporcionar uma vida digna.
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Possuem caráter indivisível.
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EXEMPLOS Propriedade, igualdade formal (perante Saúde, educação, moradia, segurança Direito ao meio ambiente
6M
a lei), liberdade de crença, de pública.
65
manifestação de pensamento, direito à
38
vida 95
38
• DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO OU QUARTA DIMENSÃO: Segundo o autor Paulo Bonavides os direitos
11
de quarta dimensão seriam fruto do processo de globalização dos direitos fundamentais, no sentido de
RT
uma universalização desses direitos no plano institucional, o que corresponde à última fase da
LA
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até então.
IG
● Direito à informação
RE
Obs.: Eventual novo direito individual criado por meio de emenda constitucional é considerado cláusula pétrea? R.: NÃO. É preciso
56
distinguir, contudo, a situação em que uma EC apenas especifica, detalha ou incrementa um direito fundamental já criado, sem
86
inovar no rol de direitos. Nesse caso, ainda que introduzida por EC, a novidade é considerada cláusula pétrea.
3
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2.2 Destinatários
11
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1. Os destinatários das normas dos direitos individuais, que são os direitos fundamentais, é o ser humano,
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o indivíduo. 21934
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2. Podem ser brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil. Para a doutrina, os estrangeiros não
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3. Para a maioria da doutrina e o STF, as pessoas jurídicas de direito privado e de direito Público podem
ser titulares de direitos fundamentais.
A RT
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2.3. Os Direitos Fundamentais Na Constituição Federal De 1988
GO
1. O ordenamento jurídico brasileiro adotou um sistema aberto de direitos fundamentais no Brasil, não se
L LI
podendo considerar taxativo o rol do artigo 5º.
RE
2. Nos aproximamos do denominado liberalismo igualitário, que busca se equilibrar entre a proteção das
MO
liberdades civis e a redução das desigualdades sociais.
3. Princípio da indivisibilidade - os direitos das diferentes gerações não se excluem, na verdade, se
UE
interpenetram, sofrendo influência mútua. Ou seja, uma geração fortalece o advento da outra.
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4. Não há hierarquia entre os direitos fundamentais.
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3. DIREITOS SOCIAIS
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1. A Constituição define no art. 6º quais são os direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o
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trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
38
Poderes Legislativo e Executivo formular e executar políticas públicas, o STF entende possível a
OU
efetivação de direitos sociais via Poder Judiciário, excepcionalmente, sobretudo nas hipóteses de
IG
4. DIREITOS POLÍTICOS
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ATENÇÃO: O voto é obrigatório para os que têm entre 18 e 70 anos, e facultativo para aqueles que têm entre 16 e 18 anos e para os
95
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a) Inalistáveis (art. 14, §2º, CF/88):
RT
● Conscritos (aqueles em serviço militar obrigatório). O conceito de conscrito não é estendido somente
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às pessoas que têm 17 e 18 anos, mas também aos médicos, dentistas, farmacêuticos, e veterinários
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2. ELEGIBILIDADE: (art. 14, §3º, CF/88)
a) São condições de elegibilidade:
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● A nacionalidade brasileira;
A
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● O pleno exercício dos direitos políticos;
● O alistamento eleitoral;
GO
● O domicílio eleitoral na circunscrição;
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● A filiação partidária;
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● A idade mínima de:
▪ 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
MO
▪ 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
UE
▪ 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
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▪ 18 anos para Vereador.
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ATENÇÃO: O domicílio eleitoral não se confunde com o domicílio civil, razão pela qual a circunstância de o eleitor residir em
6M
determinado município não o impede de se candidatar por outra localidade onde é inscrito e com a qual mantém vínculos negociais,
65
patrimoniais, profissionais, afetivos ou políticos.
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4.2 Direitos Eleitorais Negativos
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11
● Inelegibilidades absolutas: Impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva para qualquer cargo
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eletivo. Previstos no art. 14, § 4º, da CF:
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votados.
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Obs.: PREFEITO ITINERANTE: Caracteriza-se pela alteração do domicílio eleitoral com finalidade de burlar a regra que tolera apenas
I
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uma reeleição. O sujeito não pode se eleger por mais de um mandato no Município A e então muda seu domicílio eleitoral para o
M
Município B, vizinho de A, onde tentará eleger-se prefeito. O STF entendeu tal conduta incompatível com o princípio republicano,
56
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, salvo quando estes já forem
11
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Observações importantes:
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● STF: A inelegibilidade reflexa abrange uniões homoafetivas. Também abrange o cunhado/cunhada (RE
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● Súmula Vinculante nº 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não
afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Não se aplica a SV 18 em
RT
caso de morte do cônjuge!
A
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● Há também a possibilidade de inelegibilidade em razão de outras hipóteses (LEGAL), pois, segundo o
GO
art. 14, §9° da CF, lei complementar pode estabelecer, ainda, outras hipóteses como no caso da LC
64/90, alterada pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/10), esta declarada constitucional pelo STF.
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● Heterodesincompatibilização: A renúncia afasta a hipótese de inelegibilidade, ou seja, se o Chefe do
RE
Executivo renunciar, é possível que sua família se candidate a qualquer cargo no território de jurisdição
MO
do titular. Tal renúncia deve se dar em até seis meses antes do pleito.
→ EXCEÇÃO: Quando a renúncia ocorre no segundo mandato. Nesse caso o membro da família não
UE
poderá concorrer ao terceiro mandato, eis que, conforme entendimento da Justiça Eleitoral, é
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vedado que uma mesma família ocupe determinado cargo por três mandatos consecutivos. Ex.:
caso “Garotinho”.
6M
● Em caso de desmembramento, o STF entende que a família do titular do Executivo do ente
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desmembrado não pode se candidatar a cargos eletivos no novo ente criado. Ex.: Município A dá
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origem ao Município B -> a família do Prefeito do Município A não pode concorrer a cargos eletivos no
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Município B.
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b) Perda dos direitos políticos: Configura privação definitiva, sendo necessária atividade específica do
IG
● Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art. 15, I): a reaquisição se
RE
● Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
(art. 15, IV). Nesse caso, a reaquisição dar-se-á quando o indivíduo, a qualquer tempo, cumprir a
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obrigação devida.
I
Obs.: alertamos que a maioria dos autores de direito eleitoral vem entendendo como situação de
ON
suspensão, e não de perda de direitos políticos, nos termos da literalidade do art. 4.º, § 2.º, da Lei
M
n. 8.239/91. Apenas nos alinhamos ao conceito de perda, com José Afonso da Silva, já que para
56
readquirir os direitos políticos a pessoa precisará tomar a decisão de prestar o serviço alternativo,
3 86
c) Suspensão dos direitos políticos: Possui caráter temporário, e a reaquisição decorre automaticamente
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5. NACIONALIDADE
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5.1 Espécies de Nacionalidade
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A) ORIGINÁRIA: Decorre de fato natural ou voluntário, adotada por cada Estado no exercício da sua
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soberania, e está prevista no art. 12, I, da CF/88:
GO
● CRITÉRIO TERRITORIAL (JUS SOLI OU “DIREITO DO SOLO”): É nacional quem nasce no território do país;
● CRITÉRIO SANGUÍNEO (JUS SANGUINIS OU “DIREITO DO SANGUE”): O indivíduo adquire a
L LI
nacionalidade de seus ascendentes, independente de ter nascido no território de outro país.
RE
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1. Brasil: Como regra, adota o critério do jus soli, embora existam hipóteses em que o critério sanguíneo é
aceito (art. 12, I, CF):
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● É brasileiro nato o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira a
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serviço da República Federativa do Brasil (jus sanguinis + critério funcional) (CF, art. 12, I, b).
● Aos nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
6M
repartição brasileira competente (jus sanguinis + registro) (CF, art. 12, I, c, primeira parte).
65
● Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro e que não tenham sido registrados na repartição
38
brasileira competente. Nesta hipótese, caso venha a residir no Brasil, o indivíduo poderá optar, em
95
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (jus sanguinis +
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● O ius soli, em regra, é um critério oriundo dos países de imigração. O ius sanguinis é oriundo de
RT
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razão do casamento. É aquele resultado imediato, direto, do casamento civil. O STF já se manifestou,
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∘ EXTRAORDINÁRIA: Cria direito público subjetivo, sendo o ato de concessão vinculado. Previsto, no
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art. 12, II, “b”, da CF, exige a residência por 15 anos ininterruptos no país, sem condenação criminal.
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∘ ORDINÁRIA: A sua concessão é ato discricionário. Art. 12, II, “a”, da CF/88.
56
386
ATENÇÃO – QUASE NACIONALIDADE: Aplicável aos portugueses, conforme art. 12, § 1º da CF, desde que haja reciprocidade em
95
favor dos brasileiros. O português, sem precisar passar pelo processo de naturalização, pode exercer os direitos inerentes aos
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As hipóteses são enumeradas taxativamente pela CF/88 (incisos I e II do § 4.º do art. 12), não sendo
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admitidos acréscimos ou supressões por lei infraconstitucional, até a promulgação da EC 131/2023 NÃO se
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A Emenda Constitucional 131/2023 alterou o art. 12 da Constituição Federal para suprimir a perda
da nacionalidade brasileira em razão da mera aquisição de outra nacionalidade, incluir a exceção para
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situações de apatridia e acrescentar a possibilidade de a pessoa requerer a perda da própria nacionalidade.
A
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Assim, em síntese:
GO
Brasileiro nato Brasileiro naturalizado
L LI
RE
Poderá perder a nacionalidade mediante pedido expresso Perderá a nacionalidade (cancelamento da sua naturalização), por
MO
(renúncia), desde que não se trate de hipótese de apatridia. sentença judicial, em virtude de fraude relacionada ao processo de
Repare que não se exige processo judicial em tal hipótese. naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e o
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Estado Democrático.
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1. CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO, POR SENTENÇA JUDICIAL, EM VIRTUDE DE FRAUDE
ON
RELACIONADA AO PROCESSO DE NATURALIZAÇÃO OU DE ATENTADO CONTRA A ORDEM
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CONSTITUCIONAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de
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2023) (art. 12, § 4.º, I): é a denominada “perda-punição”.
38
● A competência para processar e julgar as causas referentes à nacionalidade é da Justiça Federal (CF,
95
art. 109, X).
38
● Possui efeitos ex-nunc, ou seja, havendo a perda da nacionalidade por esse motivo, somente é
11
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2. NATURALIZAÇÃO VOLUNTÁRIA: chamada “perda-mudança” (art. 12, §4º, II).
OU
● Com a mudança promovida pela Emenda Constitucional 131/2023, o cidadão apenas perderá (não
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confunda perda com cancelamento!) a nacionalidade brasileira se fizer um pedido expresso (§4º, II),
e mesmo assim poderá readquiri-la (§5º).
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● Obs.: o STF já decidiu que o brasileiro nato que vem a perder sua nacionalidade em razão da
aquisição de outra pode ser extraditado. No caso, uma brasileira, que já tinha o Green card, optou
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por naturalizar-se americana. Entendeu o STF que a naturalização não era necessária para o regular
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exercício de seus direitos civis, pois o Green card já lhe autorizava a permanecer licitamente em
56
território americano. Foi a partir desse julgado que se originou a PEC 6/2018, atual EC 131/23,
86
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38
Embora a CF/88 vede que a lei diferencie brasileiros natos de naturalizados, existem algumas
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exceções:
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A. EXTRADIÇÃO:
I
33
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO
6M
REVISÃO DE VÉSPERA
65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
95
38
11
● Prática de crime comum antes da naturalização;
● Envolvimento comprovado em tráfico ilícito de entorpecentes em qualquer momento (“na forma da
RT
lei”);
A
UL
● Súmula 421 do STF: Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira
GO
ou ter filho brasileiro.
LLI
B. CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO: art. 12, §3º, CF
RE
● De Presidente e Vice-presidente da República;
MO
● De Presidente da Câmara dos Deputados;
● De Presidente do Senado Federal;
UE
● De Ministro do STF;
IQ
ON
● Da carreira diplomática;
● De oficial das forças armadas, e,
6M
● De Ministro de Estado da Defesa. 21934
65
38
C. CONSELHO DA REPÚBLICA: Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos
95
brasileiros natos, segundo o art. 89 da CF/88.
38
11
D. PERDA DA CONDIÇÃO DE NACIONAL: Somente o brasileiro naturalizado (nunca o nato) pode perder a
RT
21934
OU
E. EMPRESA JORNALÍSTICA E DE RADIODIFUSÃO (ART. 222, CAPUT, E §2º, DA CF): O brasileiro naturalizado
IG
não pode ser proprietário e nem responsável editorial de seleção e direção da programação de empresa de
LL
6.1 HABEAS CORPUS - art. 5º, LXVIII, CF/88 e arts. 647 e seguintes do CPP
I
ON
Obs.1: Exceção ao princípio da inércia jurisdicional: O Juiz de direito, o Desembargador, Ministros, Turma
M
Recursal e o Tribunal poderão conceder habeas corpus de ofício, no exercício da função jurisdicional.
56
Obs.2: Não exige capacidade postulatória do impetrante, de modo que a ação pode ser formulada sem
386
advogado.
95
38
a) Jurisprudências pertinentes:
11
● Cabe habeas corpus contra a decisão que não homologa ou que homologa apenas parcialmente o acordo de
RT
● Quando a liberdade de alguém estiver direta ou indiretamente ameaçada, cabe habeas corpus ainda que para
U
● STF: A pessoa jurídica NÃO pode figurar como paciente de HC, pois jamais estará em jogo a liberdade de
I
locomoção, ainda que se trate da possibilidade de apenação da pessoa jurídica por crimes ambientais.
LL
RE
34
MO
E
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IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO
6M
REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
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11
● O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal diversas da
prisão. Isso porque, se descumprida a “medida alternativa”, é possível o estabelecimento da custódia,
RT
alcançando-se o direito de ir e vir. (Info 984, STF).
A
● Cabe habeas corpus para questionar a decisão do magistrado que não permite que os réus delatados
UL
apresentem alegações finais somente após os réus colaboradores (Info 949)
GO
LI
b) Hipóteses em que NÃO é possível o cabimento de HC:
L
RE
● Impugnar decisões de plenário de qualquer das turmas do STF;
● Impugnar determinação e suspensão dos direitos políticos;
MO
● Impugnar penalidade administrativa de caráter disciplinar;
UE
● Impugnar decisão condenatória à pena de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal a que a
IQ
pena pecuniária seja a única cominada (SÚMULA 693 STF);
ON
● Impugnar a determinação de quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal, se desta medida não puder
resultar condenação à pena privativa de liberdade;
6M
● Discutir o mérito das punições disciplinares militares => STF: NÃO cabe a discussão do mérito, mas cabe HC
65
para se analisar os pressupostos de legalidade da medida.
● 38
Para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 da Lei de Drogas
95
● Questionar afastamento ou perda de cargos públicos;
38
● Em face de condenação criminal quando já extinta a pena privativa de liberdade (S. 692 STF);
● Impedir o cumprimento de decisão que determina o sequestro de bens imóveis;
LA
21934
● Impugnar o mero indiciamento em inquérito policial, desde que presentes indícios de autoria de fato que
IG
● Impugnar omissão de relator na extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não
RE
constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (SÚMULA 692 STF);
MO
● Contra ato de Ministro ou outro órgão fracionário fracionário da Corte. STF. Plenário. (HC 170263/DF,
QU
22/06/2020)
I
ON
● Em regra, não cabe habeas corpus contra decisão transitada em julgado (posição majoritária na
3
● Não cabe HC para impugnar ato normativo que fixa medidas restritivas para prevenir a disseminação da covid-
38
19
11
RT
c) Questões importantes:
ULA
(1) A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas corpus em que se busca
GO
o trancamento da ação penal? Com a celebração da transação penal, o habeas corpus que estava
I
35
MO
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IQ
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DELEGADO SÃO PAULO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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11
● STJ: SIM. Fica prejudicado. A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas corpus em que
RT
se busca o trancamento da ação penal. (Info 657, STJ).
A
● STF: NÃO. Não impede e o TJ deverá julgar o mérito do habeas corpus. A realização de acordo de transação penal não
UL
enseja a perda de objeto de habeas corpus anteriormente impetrado. A aceitação do acordo de transação penal não impede
GO
o exame de habeas corpus para questionar a legitimidade da persecução penal. (Info 964, STF).
LI
💣 ATENÇÃO PARA A SÚMULA 648 DO STJ: A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da
L
RE
ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus.
MO
(2) E em caso de sentença absolutória? O HC fica prejudicado? R.: SIM. O HC estaria prejudicado pela falta
UE
21934
de interesse processual já que a providência buscada pela defesa foi alcançada em 1ª instância.
IQ
ON
Atenção: Ainda em 2021, poucos meses depois do enunciado ser aprovado, o STJ proferiu a seguinte decisão que pode ser
6M
encarada como se fosse uma exceção à Súmula 648: A superveniência de sentença condenatória não tem o condão de prejudicar
habeas corpus que analisa tese defensiva de que teria havido quebra da cadeia de custódia da prova, ocorrida ainda na fase
65
inquisitorial e empregada como justa causa para a própria ação penal. STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 720). 38
95
38
21934
● De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução => Se o MS for
OU
● Decisão judicial transitada em julgado - No entanto, se a impetração do mandado de segurança for anterior ao
RE
trânsito em julgado da decisão questionada, mesmo que venha a acontecer, posteriormente, o mérito do MS
deverá ser julgado (Info 650, STJ);
MO
● Contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, sociedades de economia
QU
mista e concessionárias de serviço público, (art. 1º, §2º da Lei 12. 016/09) (Info 1021, STF);
I
ON
● O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo disciplinar
(Info 933);
M
● Para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (súmula 460 do STJ).
56
86
Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte
3
95
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.
38
11
● Obs.: Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de
RT
segurança.
LA
U
b) Legitimidade Ativa
I GO
LL
RE
36
MO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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95
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11
● STF: O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém legitimidade
autônoma para ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do 21934 Estado em defesa de sua
RT
autonomia institucional.
A
UL
● Substituição Processual (legitimação extraordinária): O titular de direito líquido e certo decorrente
GO
de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do
direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 dias, quando notificado judicialmente.
L LI
RE
c) Legitimação Passiva: É a pessoa jurídica a qual pertence a autoridade coatora, responsável pela
MO
ilegalidade ou abuso de poder, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público.
UE
● Em se tratando de atribuição delegada, a autoridade coatora será o agente delegado e não a
IQ
ON
autoridade delegante (SUM 510 STF):
● Vedação à concessão de liminar: É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão
6M
de medida liminar na via mandamental (STF, Info 1021). Em virtude dessa decisão do STF, fica
65
SUPERADA a Súmula 212 do STJ.
38
95
d) Prazo para impetração: 120 dias, a contar, em regra, da data em que o interessado tiver conhecimento
38
oficial do ato a ser impugnado. Ultrapassado este período, o interessado continua com o direito de
11
● Se o ato impugnado é de trato sucessivo, o prazo de 120 dias renova-se a cada ato.
LA
21934
● Súmula 430-STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o
OU
mandado de segurança.
IG
● Súmula 632-STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de
LL
segurança.
RE
MO
e) Competência: A competência no MS é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede
funcional.
E
QU
Súmula 623-STF: Não gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal para
conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-se o pedido
I
ON
Súmula 624-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado
de segurança contra atos de outros tribunais
3
95
38
Súmula 330-STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de mandado de
11
Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar,
LA
originariamente mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos respectivos órgãos.
U
GO
Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de
juizado especial.
I
LL
RE
37
MO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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STJ: Mandado de segurança impetrado contra Governador do Estado, a competência, ainda que a
21934 matéria seja trabalhista, será do correspondente Tribunal de Justiça.
ART
STF: NÃO lhe cabe julgar, originariamente, MS contra atos praticados por outros Tribunais e seus
UL
Órgãos. Os próprios Tribunais é que têm competência para julgar, originalmente, MS contra seus atos,
GO
dos respectivos presidentes, câmaras e seções.
LI
STJ: A competência para o mandado de segurança é absoluta. No caso dos tribunais, é funcional; no
L
RE
caso do juízo de primeiro grau, é territorial e absoluta ou em razão da pessoa.
MO
f) Reexame necessário: Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo
UE
grau de jurisdição. (art. 14, §1º)
IQ
ON
OBS: O MS admite desistência em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente do consentimento do impetrado,
6M
desde que não ocorrido o trânsito em julgado. O entendimento acima parecia consolidado. Ocorre que, em um caso concreto
noticiado no Informativo 781, o STF afirmou que não é cabível a desistência de mandado de segurança, nas hipóteses em que se
65
discute a exigibilidade de concurso público para delegação de serventias extrajudiciais, quando na espécie já houver sido proferida
decisão de mérito, objeto de sucessivos recursos (Info 781, STF). 38
95
38
● Súmula 629/STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor
RT
21934
● Súmula 630/STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a
OU
● Os direitos defendidos por organização sindical NÃO precisam ser o mesmo direito para todos os seus
LL
ATENÇÃO! Em 2021, o STF julgou inconstitucional a exigência de oitiva prévia do representante da pessoa jurídica de direito público
como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança coletivo, por considerar que a disposição restringe o poder
E
a) Cabimento: Será concedido mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma
86
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Note que NÃO é qualquer omissão
95
38
do Poder Público que enseja o ajuizamento do MI, mas apenas as omissões relacionadas às normas
11
constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, ou seja, normas constitucionais que devem
ter a sua plena aplicabilidade assegurada.
RT
LA
b) Descabimento
U
GO
● Diante da falta de regulamentação dos efeitos de MP não convertida em lei pelo CN;
RE
38
MO
E
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DELEGADO SÃO PAULO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
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11
● Se a CF outorga mera faculdade do legislador para regulamentar direito previsto em algum de seus
dispositivos.
A RT
UL
c) Competência: As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são disciplinadas na
GO
própria Constituição Federal e variam de acordo com o órgão ou a autoridade responsável pela edição
da norma regulamentadora.
L LI
RE
d) MI coletivo
MO
1. Embora não haja previsão na CF, cabe o MI coletivo, nos mesmos termos do MS coletivo. Inclusive, a
UE
própria Lei 13.300/2016 regula os termos do MI coletivo a partir do artigo 12 e seguintes.
IQ
ON
2. Legitimados para impetrar MI coletivo:
● Ministério Público - quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem
6M
jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
65
● Partido político com representação no Congresso Nacional - para assegurar o exercício de direitos,
38
liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
95
● Organização sindical, Entidade de classe ou Associação legalmente constituída e em
38
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano - para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
11
autorização especial)
LA
21934
● Defensoria pública - quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos
OU
3. A coisa julgada gerará efeitos apenas em relação aos substituídos pelo legitimado coletivo. Contudo,
RE
também é possível a concessão de efeitos erga omnes na mesma situação tratada acima, ou seja,
MO
coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no
I
prazo de 30
21934dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
MON
● Para retificação desses dados, quando não se prefira fazer por meio sigiloso, judicial ou administrativo;
RT
Obs.: STF: O HD NÃO é instrumento jurídico adequado para pleitear o acesso a autos de processos administrativos.
I
LL
RE
39
MO
E
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MO
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ON
DELEGADO SÃO PAULO
6M
REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
95
38
11
b) Jurisdição condicionada: Para impetrar HD, deve ter ocorrido o prévio requerimento administrativo e a
negativa ou omissão pela autoridade administrativa. (Trata-se de uma “exceção” ao princípio da
RT
inafastabilidade da jurisdição). A petição inicial deverá ser instruída com prova:
A
UL
● Da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
21934
GO
● Da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
● Da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem
LI
decisão.
L
RE
MO
6.5 AÇÃO POPULAR: art. 5º, LXXIII e Lei nº 4.717/65
UE
1. Legitimidade ativa:
IQ
● Somente o cidadão pode propor ação popular. (Legitimidade extraordinária, foi defende direito difuso)
ON
● Exige-se capacidade postulatória: o cidadão que não tiver, deverá constituir advogado.
6M
● Há decisões do STJ que estendem ao MP a legitimidade ativa para a ação popular (AREsp 746.846).
● É irrelevante o domicílio eleitoral do autor, que poderá litigar contra ato praticado em local diverso de onde
65
exerce seu direito de voto.
38
95
38
NÃO POSSUEM LEGITIMIDADE ATIVA: estrangeiros; apátridas; pessoa jurídica – Sumula 365, STF; brasileiros com seus direitos
11
21934
Obs.: STF: O foro especial por prerrogativa de função NÃO alcança ações populares ajuizadas
RE
7. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
86
3
95
a) Concepção SocioLógica (Ferdinand Lassale): Constituição é a somatória dos fatores reais do poder
LA
b) Concepção PolíTica (Carl SchimiTt): A Constituição é a decisão política fundamental, emanada do titular
do poder constituinte. Faz a distinção entre Constituição (decisão política fundamental) e lei
I
LL
40
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DELEGADO SÃO PAULO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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38
11
c) Concepção Jurídica (Hans Kelsen): A Constituição é norma pura, dever-ser, dissociada de qualquer
21934
fundamento sociológico, político ou filosófico. Kelsen dá dois sentidos à palavra Constituição:
RT
● SENTIDO LÓGICO-JURÍDICO – a Constituição é a NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL, responsável
A
UL
por dar sustentação ao sistema posto, e é o fundamento de validade de todas as outras leis.
GO
● SENTIDO JURÍDICO-POSITIVO - é a Constituição positiva, conjunto de normas que regulam a criação
de outras normas, da qual todas as outras normas infraconstitucionais extraem seu fundamento de
L LI
validade.
RE
d) Concepção Culturalista (Meirelles Teixeira e José Afonso da Silva): A Constituição é produto de um
MO
FATO CULTURAL, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir.
e) Constituição Plástica (Raul Machado Horta): É aquela que apresenta uma mobilidade, projetando a sua
UE
força normativa na realidade social, política, econômica e cultural do Estado. O que caracteriza a
IQ
ON
plasticidade é a adaptação das normas constitucionais às oscilações da opinião pública. Normalmente,
as constituições plásticas consagram preceitos de eficácia limitada, porque deixam a cargo do legislador
6M
ordinário a complexa tarefa de preenchimento das normas constitucionais. As constituições plásticas
65
pretendem fazer coincidir o “dever ser” de seus preceitos com a realidade social. Nesse particular,
interligam-se ao fenômeno da mutação constitucional. 38
95
38
11
Obs.: A Constituição brasileira de 1988 é rígida e plástica. Já a Carta da Inglaterra é flexível e também plástica
RT
21934
OU
CLASSIFICAÇÃO DA CF
IG
Forma Escrita
RE
Conteúdo Formal
Modo de elaboração Dogmática (Codificada)
E
7.3.1 Constitucionalismo
38
11
de que todo Estado deve possuir uma Constituição. A ideia é GARANTIR DIREITOS para LIMITAR O PODER
LA
7.3.2 Neoconstitucionalismo
I
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DELEGADO SÃO PAULO
6M
REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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11
1. Características do neoconstitucionalismo:
● Busca eficácia da CF e concretização dos direitos fundamentais;
RT
● Pós-positivismo: o direito deve ter um conteúdo moral e vai além da legalidade estrita.
A
UL
● Normatividade da Constituição: Com o neoconstitucionalismo, a CF passa a ser documento
GO
jurídico, com força vinculante.
● Força normativa da Constituição: as normas constitucionais têm aplicabilidade direta e os
LI
L
direitos irradiam da CF.
RE
● Centralidade da Constituição: A CF é o epicentro do ordenamento jurídico. Tem supremacia formal
MO
e material. Consequências:
o Constitucionalização do direito: normas de outros ramos do direito estão na Constituição
UE
Federal e há releitura dos institutos previstos na legislação infraconstitucional à luz da
IQ
ON
Constituição.
o Filtragem constitucional: há interpretação da lei à luz da Constituição Federal.
6M
65
7.4 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
38
95
1. Classificação de José Afonso da Silva:
38
21934
11
a) Normas Constitucionais de eficácia Plena: são as que não necessitam de complementação para que
RT
21934
b) Normas Constitucionais de eficácia contida (ou prospectiva): são as que também possuem aplicabilidade
OU
imediata e integral, por não necessitarem de complementação, no entanto podem ter sua abrangência
IG
reduzida por norma infraconstitucional. Exemplos: os artigos: 5º, inciso VIII (escusa de consciência),
LL
c) Normas Constitucionais de eficácia limitada: são as que necessitam de integração por norma
RE
infraconstitucional para que possam produzir efeitos jurídicos. São normas que têm aplicabilidade apenas
MO
de forma mínima, efeitos jurídicos, como o de vincular o legislador. Há dois tipos de normas limitadas:
I
órgão, entidade ou instituição, deixando a efetiva criação e estruturação a cargo de lei ordinária ou
M
● Normas de princípio programático: normas através das quais o constituinte, ao invés de regular
386
cumpridos pelos seus órgãos. – Tais normas NÃO dispõem de aplicabilidade imediata, mas
38
possuem carga eficacional, ante o princípio da força normativa da Constituição. Exemplos: artigos
11
2. Classificação de Maria Helena Diniz: a Autora incluiu mais uma espécie na classificação acima apontada,
U
cláusulas pétreas, ou seja, aquelas normas que não podem ser retiradas nem mesmo por emenda
I
LL
constitucional.
RE
42
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DELEGADO SÃO PAULO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
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38
11
7.5 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
ART
UL
7.5.1 Métodos de interpretação:
GO
a) Método jurídico ou hermenêutico cláSsico [SAVIGNY]: Parte da consideração de que a Constituição é
LI
L
uma lei, de modo que a interpretação da Constituição não deixa de ser uma interpretação da lei. -> TESE
RE
DA IDENTIDADE DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL E INTERPRETAÇÃO LEGAL.
MO
Obs.: A doutrina NÃO repele a interpretação de tal método jurídico, mas é insuficiente diante das situações
complexas de interpretação constitucional.
UE
b) Método Tópico-problemático [THEODOR VIEHWEG] – “Tópica e Jurisprudência”. Parte-se do problema
IQ
ON
para a norma. A interpretação constitucional leva a um processo aberto de argumentação entre os vários
intérpretes, para se adaptar a norma constitucional ao problema concreto para, só ao final, se identificar
6M
a norma adequada.
65
38
DICA: Para não esquecer: relacionar as iniciais: Theodor – Tópico.
95
38
11
DICA: É possível, igualmente, relacionar as iniciais para não esquecer: Hesse – Hermenêutico.
IG
LL
a compreensão da Constituição como uma ordem de valores e como elemento do processo de integração.
MO
e) Método normativo-estruturante [FRIEDERICH MULLER]: Parte da premissa de que existe uma relação
E
necessária entre o texto e a realidade. É um método também concretista, diferenciando-se dele, porém,
QU
na medida em que a norma a ser concretizada não está inteiramente no texto, sendo o resultado entre
I
ON
este e a realidade.
M
56
a) MÁXIMA EFETIVIDADE: Deve preferir a interpretação que dê mais eficácia aos direitos fundamentais.
95
concretizadoras de suas normas que as torne mais 21934 eficazes e permanentes. A principal função desse
OBS: o da Força Normativa serve para todas as normas constitucionais; já o da Máxima Efetividade, serve
U
GO
43
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DELEGADO SÃO PAULO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
95
38
11
c) INTERPRETAÇÃO CONFORME A CF: No caso de normas plurissignificativas (vários significados), deve-se
preferir aquela que mais se aproxime da Constituição. Aqui, não há declaração de inconstitucionalidade.
RT
Pelo contrário, busca-se preservar a constitucionalidade da norma de modo a evitar que ela seja
A
UL
expurgada do Ordenamento Jurídico. São, portanto, consequências da interpretação conforme:
GO
● O dispositivo permanece válido no sistema normativo;
● Não há declaração de nulidade da norma (pois, se houvesse, deveria ser declarada inconstitucional);
LLI
● A interpretação escolhida obriga todos a segui-la (pois, afasta todas as demais incompatíveis);
RE
● Faz surgir uma situação constitucional IMPERFEITA.
MO
7.5.3 Técnicas de interpretação Constitucional
UE
IQ
ON
a) Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade: O Tribunal reconhece a
inconstitucionalidade da norma, porém NÃO a tira do ordenamento jurídico, com a justificativa de que a sua
6M
ausência geraria mais danos do que a presença da lei inconstitucional. É possível, também, que se opere a
65
suspensão de aplicação da lei e dos processos em curso até que o legislador, dentro de prazo razoável, venha
a se manifestar sobre a situação inconstitucional; 38
95
b) Declaração de inconstitucionalidade com apelo ao legislador: A técnica possui relevância no caso da ação
38
omissão, exortando o legislador a abandonar o seu estado de inércia, possuindo a decisão um cunho
RT
mandamental.
LA
21934
c) Interpretação conforme a Constituição: O Órgão jurisdicional declara qual das possíveis interpretações se
OU
mostra compatível com a Lei Maior. É princípio que se situa no âmbito do controle de constitucionalidade, e
IG
8 PODER CONSTITUINTE
MO
1. Características:
ON
● Autônomo: NÃO convive com nenhum outro poder que tenha a mesma hierarquia;
56
● Ilimitado;
95
● Latente: É atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer momento.
38
11
2. Espécies: 21934
RT
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MO
E
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MO
IQ
ON
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6M
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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11
● Poder Constituinte Difuso: a constituição é resultante de um processo informal em que a criação de
suas normas ocorre a partir da tradição de uma determinada sociedade, como ocorre com as
RT
constituições consuetudinárias. Também é chamado de mutação constitucional.
A
UL
b) Quanto ao momento de manifestação: histórico ou revolucionário.
GO
c) Quanto ao papel na elaboração do documento constitucional: material ou formal.
LLI
8.2 Poder Constituinte Derivado
RE
MO
21934
1. Decorre do poder constituinte originário e da constituição e possui como características:
● Subordinado hierarquicamente em plano inferior, ou seja, está abaixo do Poder Constituinte
UE
Originário;
IQ
ON
● Condicionado ou limitado: Só pode ser exercitado nos casos previstos pelo Poder Constituinte
Originário.
6M
65
8.2.1 Poder Constituinte Derivado Reformador
38
95
1. Em princípio, o Poder Constituinte de Reforma NÃO pode criar cláusulas pétreas. No entanto, pode
38
ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criados pelo Poder Constituinte Originário.
11
21934
d) Formais:
RE
● Subjetivos: Iniciativa para a propositura de emenda constitucional (art. 60, I, II e III, CF)
MO
● Objetivos:
E
1. Para a doutrina majoritária, não há Poder Derivado Decorrente no âmbito dos municípios.
95
1. Consiste na revisão da Constituição, que ocorreu 5 anos após sua promulgação, por determinação do
U
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8.2.4 Poder Constituinte Difuso
RT
1. É um poder21934de fato manifestado por mutação constitucional. Trata-se de mais um mecanismo de
A
UL
mudança da Constituição. Pelo Poder Constituinte Difuso, a interpretação do texto constitucional é
GO
alterada.
L LI
9. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
RE
MO
1. Requisitos para o controle:
● Supremacia Constitucional;
UE
● Constituição Rígida;
IQ
● Atribuição de competência a um órgão.
ON
6M
9.1 SISTEMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE
65
SISTEMA AUSTRÍACO (KELSEN)
38
SISTEMA NORTE-AMERICANO (MARSHALL)
95
Adotado por Pontes de Miranda. Adotado pela maioria da doutrina brasileira.
38
A decisão tem eficácia constitutiva. A decisão tem eficácia declaratória de situação preexistente.
11
Em regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da Em regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano
eficácia. da validade.
RT
A decisão que reconhece a inconstitucionalidade produz efeitos A decisão que reconhece a inconstitucionalidade produz
LA
21934
ex-nunc. efeitos ex-tunc.
OU
A lei inconstitucional é ato anulável. A Lei inconstitucional é ato nulo, ineficaz, írrito e desprovido
de força vinculativa.
IG
Lei provisoriamente válida, produzindo efeitos até a sua Invalidação abinitio dos atos, atingindo a Lei inconstitucional
LL
anulação. no berço.
RE
O reconhecimento da ineficácia da lei produz efeitos a partir da A lei, por ser natimorta, nunca chegou a produzir efeitos, ou
MO
decisão ou para o futuro, sendo erga omnes, preservando os seja, embora exista, não entrou no plano da eficácia.
efeitos produzidos até então pelas partes.
E
QU
A regra geral de nulidade absoluta vem sendo afastada, com a MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA
I
ON
DECISÃO, que se coaduna com a segurança jurídica (e ponderação de valores), interesse social e boa-fé,
M
a) Vício Formal (NOMODINÂMICO) - Decorre de afronta ao devido processo legislativo ou ainda em razão
11
elaboração do ato.
U
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11
− Vício Formal Objetivo – verifica-se nas demais fases do processo, posteriores à fase de iniciativa.
● Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos do ato normativo – ocorre ante a
RT
inobservância de elementos determinantes para a competência dos órgãos legislativos.
A
UL
GO
b) Vício Material (NOMOESTÁTICO) - Diz respeito à matéria do conteúdo do ato normativo, sendo uma
incompatibilidade de conteúdo, substantiva entre a Lei ou ato normativo e a Constituição. O princípio que
LI
L
fundamenta esse tipo de inconstitucionalidade é o Princípio da Unidade do Ordenamento Jurídico, que
RE
impede a coexistência de normas contraditórias.
MO
9.3 VÍCIO DE DECORO PARLAMENTAR
UE
IQ
ON
STF - É possível o reconhecimento de inconstitucionalidade formal no processo de reforma
constituinte quando houver vício de manifestação de vontade do parlamentar, pela prática de ilícitos. Porém,
6M
para tanto, é necessária a demonstração inequívoca de que, sem os votos viciados pela ilicitude, o resultado
65
teria sido outro. (Info 998, STF).
38
95
9.4 MOMENTOS DE CONTROLE
38
11
21934
1. Realizado durante o processo legislativo de formação do ato normativo, podendo ser realizado pelo
OU
● O controle preventivo perdura até a publicação do ato. A partir do momento em que a norma é
QU
publicada o controle já passa a ser repressivo, ainda que durante o período de vacatio legis.
I
ON
M
1. O controle repressivo objetiva reparar lesão à Constitucional. Tem-se controle repressivo a partir da
3
95
a) Controle Político - Estados onde o controle é exercido por Órgãos distintos dos três poderes, através
das Cortes ou Tribunais Constitucionais, geralmente. Ex.: Modelo Francês.
RT
b) Controle Jurisdicional - Realizado pelo Poder Judiciário, seja pelo controle difuso ou concentrado. É o
LA
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a) Exercido pelo Legislativo – Pode se dar nas seguintes situações, através de decreto legislativo:
RT
● Sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o Poder Regulamentar (no fundo, é controle
A
de legalidade e NÃO de inconstitucionalidade);
UL
● Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem os limites da delegação legislativa;
GO
● Quando o CN entende inconstitucional MP editada, sendo exceção à regra geral.
LLI
RE
b) Exercido pelo Executivo – Poderá negar cumprimento a uma lei que entenda inconstitucional. No
MO
entanto, para que não fique caracterizado crime de responsabilidade, deverá dar publicidade e motivar
o ato. A negativa de cumprimento poderá ocorrer até que decisão do STF diga que a lei é constitucional.
UE
IQ
c) Exercido pelo TCU – De modo incidental e no caso concreto, apreciar a inconstitucionalidade de uma lei
ON
e, se for o caso, deixar de aplicá-la.
6M
65
SUM 347 STF - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar
38
a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
95
38
Obs.: de acordo com o Ministro Gilmar Mendes (MS 25.888/DF), a Súmula 347 jamais pode ser lida
11
como uma licença para que as Cortes de Contas realizem controle abstrato de constitucionalidade. Na
RT
realidade, “o verbete confere aos Tribunais de Contas – caso imprescindível para o exercício do controle
LA
21934
externo – a possibilidade de afastar (incidenter tantum) normas cuja aplicação no caso expressaria um
OU
resultado inconstitucional (seja por violação patente a dispositivo da Constituição ou por contrariedade à
IG
controle de constitucionalidade.
M
órgão.
386
95
a) Concreto, Incidental (via de defesa/exceção) – O controle será exercido como questão prejudicial e
RT
b) Via Principal (abstrato/via de ação) – A análise da Constitucionalidade da Lei será o objeto principal,
U
autônomo e exclusivo da causa. É o controle exercido na ADI, ADC, ADPF, ADI por omissão e nas RI’s
GO
Em regra, controle difuso é realizado pela via incidental, enquanto o controle concentrado é realizado
I
LL
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11
Controle concentrado realizado pela via incidental:
RT
⦁ Representação Interventiva;
A
UL
⦁ ADPF incidental;
GO
⦁ Mandado de segurança impetrado por parlamentar.
L LI
Controle difuso realizado pela via principal:
RE
⦁ Exercido pelo Plenário ou Órgão Especial, no caso previsto no art. 97 da CF. Somente pelo voto da
MO
maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público – Cláusula de
UE
Reserva de Plenário.
IQ
ON
9.5.3 Controle Difuso nos Tribunais e Cláusula de Reserva de Plenário (Full Bench)
6M
65
1. Conforme art. 97 da CF/88, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou do respectivo
38
órgão especial, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
95
Público, é a Cláusula de Reserva de Plenário, sendo condição de eficácia jurídica da própria declaração
38
Súmula Vinculante 10, STF. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão
21934
de órgão
fracionário de tribunal que, embora21934
não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
LA
● Declaração de constitucionalidade;
MO
● Turmas do STF no julgamento do RE - não se trata de Tribunal no sentido fixado no art. 97 e a função
86
3
● Turmas Recursais dos Juizados Especiais - não podem ser consideradas Tribunais;
38
4. Jurisprudência pertinente:
LA
● A cláusula de reserva de plenário se aplica também para atos de efeitos concretos. STF. 2ª Turma. Rcl 18165
U
GO
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11
● Decisão que decreta a nulidade de ato administrativo contrário à CF/88 (Info 546, STJ). O STJ afirmou que não
há ofensa à cláusula da reserva de plenário quando o órgão fracionário do Tribunal reconhece, com
RT
fundamento na CF/88 e em lei federal, a nulidade de um ato administrativo fundado em lei estadual, ainda que
A
esse órgão julgador tenha feito menção, mas apenas como reforço de argumentação, à inconstitucionalidade
UL
da lei estadual.
GO
LI
9.5.4 Efeitos da Decisão no Controle Difuso
L
RE
MO
1. Para as partes:
a) Regra geral: os efeitos de qualquer sentença valem apenas para as partes que litigaram em juízo e existe
UE
a produção de efeitos retroativos. Logo, os efeitos serão:
IQ
● Inter partes;
ON
● Ex tunc.
6M
b) Exceção: o STF já entendeu que mesmo no controle difuso pode ser atribuído efeito ex nunc ou pro
65
futuro (Info 857).
38
95
2. Para Terceiros (art. 52, X da CF)
38
● Declarada inconstitucional a lei pelo STF no controle difuso, o RI do STF determina no art. 178 que será
11
feita a comunicação, logo após a decisão, à autoridade ou órgão interessado, bem como após o trânsito
RT
21934
● O art. 52, X da CF dispõe ser competência privativa do Senado, através de resolução irrevogável,
OU
suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
STF.
IG
● A suspensão pelo Senado Federal pode ser quanto a leis federais, estaduais, distritais ou municipais que
LL
RE
imprensa oficial. Logo, os efeitos serão erga omnes, porém ex-nunc (entendimento majoritário).
E
● Cabe ADI contra resolução do Senado que, ao suspender a execução de lei declarada inconstitucional
QU
● O Senado NÃO está obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão
M
O STF PASSOU A ADOTAR A ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO (Info. 886). Logo, se uma lei ou ato normativo é declarado
21934
38
inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle
abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88.
11
A nova interpretação deve ser a seguinte: Quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a
RT
decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa
LA
dê publicidade daquilo que foi decidido. STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017
(Info 886).
U
GO
9.5.5 Controle incidental em controle concentrado abstrato e o seu efeito erga omnes
I
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11
1. Na ADI 4.029, em controle concentrado, viu o STF que ato normativo que não fazia parte do pedido seria
inconstitucional. Assim, pode a Corte declarar incidentalmente a inconstitucionalidade desses atos que
RT
inicialmente não faziam parte do pedido.
A
UL
2. O interessante é que a declaração incidental de inconstitucionalidade produziria efeitos erga omnes,
GO
ex tunc, e vinculante, atingindo, portanto, vários atos normativos que não eram objeto da ADI. Logo,
LI
esses efeitos decorreram da declaração incidental em controle concentrado e em abstrato, e não em
L
RE
controle difuso.
MO
9.6 CONTROLE CONCENTRADO
UE
IQ
9.6.1 ADI Genérica
ON
6M
1. Conceito (art. 102, I, “a” da CF/88 + Lei 9868/99): Pretende-se o controle de constitucionalidade de ato
normativo em tese, abstrato, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração.
65
38
2. Objeto: Leis (federais ou estaduais) ou atos normativos incompatíveis com a CF.
95
● Por LEIS deve se entender todas as espécies normativas do art. 59 da CF: emendas à CF, inclusive as
38
de revisão (são fruto do Poder Constituinte Derivado Reformador); leis complementares; leis
11
Obs.: as medidas provisórias podem ser objeto de controle, desde que estejam em regime de plena
LA
objeto;
LL
▪ Medida provisória convertida em lei no curso da ADI - NÃO há perda do objeto, bastando a emenda da
RE
inicial. Isso porque a lei de conversão não convalida os vícios existentes na medida provisória.
MO
Obs.1: O fato de uma lei possuir destinatários determináveis não retira seu caráter abstrato e geral, tampouco a21934
transforma em
E
QU
3. Considerações importantes:
I GO
LL
RE
51
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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11
● Súmula e jurisprudência - não possuem grau de normatividade qualificada, não podendo ser
questionada pelo STF em controle concentrado, mesmo se for súmula vinculante (nesse caso, pode
RT
existir um procedimento de revisão em que se poderá cancelar o verbete).
A
UL
● Regulamentos subordinados ou de execução – em geral, NÃO podem ser objeto de controle
GO
concentrado de constitucionalidade, por não estarem revestidos de autonomia jurídica. No entanto,
o STF excepciona a regra para o caso de serem decretos autônomos (retiram seu fundamento de
LLI
validade da própria CF), pois inovam no ordenamento jurídico, permitindo o controle (Info 944, STF).
RE
● Tratados internacionais - segundo o entendimento do STF, todos os tratados internacionais se
MO
submetem ao controle concentrado de constitucionalidade, independentemente da paridade
normativa.
UE
● Normas constitucionais originárias - são fruto do trabalho do Poder Constituinte Originário e serão
IQ
ON
sempre constitucionais, NÃO podendo se falar em controle de constitucionalidade. Aparentes
conflitos devem ser harmonizados por uma atividade interpretativa.
6M
● Atos estatais de efeitos concretos - O STF passou a entender que se os atos de efeito concretos
65
forem materializados por Lei (ou MP que abre créditos extraordinários), poderão ser objeto de
controle abstrato. 38
95
38
4. Teoria da Transcendência dos motivos determinantes - O STF vinha atribuindo efeito vinculante não só
11
ao dispositivo da sentença, mas também aos fundamentos determinantes da decisão, razão pela qual
RT
21934
dos efeitos determinantes. Se aceita essa Teoria, não se falaria em irradiação do obter dictum, com
OU
efeito vinculante, para fora do processo. Já a ratio decidendi passaria a vincular outros julgamentos. No
IG
entanto, no julgamento da RCL 10.604, o STF afastou a técnica do transbordamento, decerto para
LL
futuro processo, outra norma dependente daquela que foi declarada inconstitucional em processo
ON
anterior também estará eivada pelo vício de inconstitucionalidade por arrastamento, tendo em vista a
M
relação de instrumentalidade.
56
86
3
6. Fossilização da Constituição / efeito vinculante para o legislativo: O efeito vinculante em ADI e ADC
95
NÃO atinge o Poder Legislativo, produzindo eficácia contra todos e efeito vinculante aos demais órgãos
38
do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
11
Constituição, de modo que o Legislativo poderá inclusive legislar em sentido diverso ou contrário da
U
decisão dada pelo STF (reversão legislativa), sob pena de, em sendo vedada essa atividade, significar
GO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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Declaração de 21934
inconstitucionalidade parcial com redução de texto x Declaração de inconstitucionalidade sem efeito ablativo:
RT
Naquela, uma PARTE da norma é retirada efetivamente no ordenamento jurídico, porque inválida, sendo que a parte VÁLIDA
permanece no ordenamento; Já na decisão sem efeito ablativo, a norma é mantida no ordenamento jurídico, não por ser válida,
A
UL
mas porque a sua retirada seria ainda pior do que a sua manutenção.
GO
7. Competência
L LI
● Lei ou ato normativo Federal ou Estadual em face da Constituição Federal - STF;
RE
● Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual - TJ local;
MO
● Lei ou ato normativo municipal em face da Constituição Federal - por falta de expressa previsão
UE
constitucional, em regra, inexistirá controle concentrado por ADI, no máximo podendo ocorrer via difuso,
de forma incidental ou através de ADPF.
IQ
ON
Obs.: No entanto, o STF decidiu, em sede de repercussão geral, que os Tribunais de Justiça podem exercer
controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da
6M
CF, desde que sejam normas de reprodução obrigatória pelos Estados (Info 852, STF).
65
38
Na hipótese de tramitação simultânea de ações, uma buscando declarar a inconstitucionalidade de lei estadual perante o STF
95
(confrontação de lei estadual perante a CF) e outra perante o TJ local (confrontação da lei estadual perante CE), tratando-se de norma
38
repetida da CF na CE, suspende-se o curso da ação proposta no TJ local até julgamento final de ação intentada no STF.
11
RT
21934
● Lei ou ato normativo de natureza distrital que contrariar a CF - STF;
OU
● Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal que contrariar a CF - NÃO há controle via ADI, só
IG
Súmula 642 STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da
sua competência legislativa municipal.
RE
MO
c) Lei municipal em face de Lei Orgânica do Município - NÃO será controle de constitucionalidade, mas
QU
● Amicus Curiae - a admissão de terceiro na condição de “amicus curiae” é fator de legitimação social
86
a) Admissão na ADI:
95
38
● O STF já decidiu que o pedido de admissão do “amicus curiae” deve ser assinado por advogado
11
manifestação.
U
GO
● No entanto, mesmo sendo admitido monocraticamente pelo relator, o Tribunal poderá deixar de
referendá-lo, afastando a sua intervenção.
I
LL
RE
53
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REVISÃO DE VÉSPERA
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11
● Prazo para admissão: Em princípio, a manifestação dos amicus curiae deve ocorrer antes da inclusão
do processo em pauta para julgamento. Exceção:
RT
(1) Grande relevância no caso;
A
UL
(2) Se a manifestação do requerente puder trazer notória contribuição para o julgamento da causa.
GO
b) Decisão sobre a admissão do Amicus Curiae:
● Cabe recurso contra a decisão do Relator que ADMITE o ingresso do amicus curiae? R.: NÃO. Tanto
L LI
a Lei da ADI quando o NCPC prevêem expressamente prevê que se trata de decisão irrecorrível
RE
● Cabe recurso da decisão que INADMITE o ingresso do amicus curiae? R.: Trata-se de tema
MO
controvertido (Info 985: SIM x Info 920: NÃO).
c) Limites da atuação do amicus curiae: O “amicus curiae”, por não ser parte NÃO PODE: propor ação
UE
direta (Info 970, STF); pleitear medida cautelar; formular pedido ou de aditar o pedido já delimitado
IQ
ON
pelo autor da ação; interpor recurso.
d) Amicus Curiae nas demais ações no controle de constitucionalidade:
6M
● Cabe para ADO e IF.
65
● Na ADC admite-se, por analogia, por ser ação dúplice com a ADI, em que pese o dispositivo legal que
admitia a figura para a ADC ter sido originariamente vetado. 38
95
● Na ADPF não há dispositivo explícito prevendo a incidência para a ADPF, mas o STF vem admitindo a
38
▪ Relevância da matéria;
RT
21934
OU
9. Efeitos da ADI
IG
● De modo geral, a decisão produzirá efeitos erga omnes, ex-tunc, tratando-se de ato nulo, retirando do
RE
● Todavia, o art. 27 da Lei nº 9.868/99, introduziu a técnica da MODULAÇÃO DOS EFEITOS, em que é
possível manipular a partir de quando os efeitos da declaração de inconstitucionalidade serão
E
QU
instituídos.
I
● O quórum de 2/3 será aplicado apenas quando houver declaração de inconstitucionalidade. Caso haja
ON
EXCEÇÃO: Excepcionalmente, o STF pode, pelo voto de, no mínimo, 8 Ministros (2/3):
95
38
- Decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em - Segurança jurídica ou;
julgado; ou - Excepcional interesse social
RT
Caso o STF, ao julgar uma ADI, ADC ou ADPF, declare a lei ou ato normativo inconstitucional, ele poderá, de ofício, fazer a
LL
54
MO
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DELEGADO SÃO PAULO
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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38
11
Depois da proclamação do resultado final, o julgamento deve ser considerado concluído e encerrado e, por isso, mostra-
se inviável a sua reabertura para discutir novamente a modulação dos efeitos da decisão proferida. (Info 780, STF).
A RT
10. Princípio da Parcelaridade: O STF pode julgar parcialmente procedente o pedido de declaração de
UL
inconstitucionalidade, expurgando do texto legal apenas uma palavra ou expressão, diferente do veto
GO
presidencial. É INTERPRETAÇÃO CONFORME COM REDUÇÃO DE TEXTO.
LI
11. Declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto: Ocorre quando o STF declara que a
L
RE
inconstitucionalidade reside em determinada aplicação da Lei, ou em um dado sentido interpretativo, e
MO
o STF indica, nesse último caso, qual seria a interpretação conforme. A interpretação conforme só será
admitida quando houve um espaço para a decisão do Judiciário, deixado pelo Legislativo, sendo VEDADO
UE
ao Judiciário atuar como legislador positivo e instituir norma jurídica diversa da produzida pelo
IQ
Legislador.
ON
12. Efeito Repristinatório da declaração de inconstitucionalidade: A declaração de inconstitucionalidade
6M
reconhece a nulidade dos atos inconstitucionais e, por consequência, a inexistência de qualquer carga
65
de eficácia jurídica. Assim, a declaração de inconstitucionalidade de ato normativo que tenha revogado
38
outro ato normativo provoca o restabelecimento do ano normativo anterior, quando a decisão tiver
95
efeito retroativo.
38
11
Obs.: Se o legitimado ativo da ADI objetivar que o STF analise a inconstitucionalidade da lei que vai voltar a produzir efeitos, em razão
RT
do efeito repristinatório, deverá expressamente fazer o pedido de apreciação da referida lei, sob pena de o STF não poder, de ofício,
apreciá-la e não conhecer da ADI ajuizada.
LA
21934
OU
13. Pedido Cautelar (art. 102, I, “p” da CF/88 + art. 10 da Lei 9868/99)
IG
● Verificado o fumus boni iuris e o periculum in mora, poderá ser concedida a medida cautelar, com eficácia erga
LL
omnes e efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder o efeito ex tunc.
RE
● A medida cautelar em ADI determina, regra geral, a suspensão da eficácia da lei impugnada com efeito ex nunc
MO
e eficácia contra todos, restabelecendo a legislação anterior para evitar o vácuo legislativo.
● A medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta (06 membros) do Tribunal,
E
QU
instalado o quórum de instalação com pelo menos 08 ministros, após audiência dos órgãos dos quais emanou a lei
ou ato normativo impugnado, no prazo de 05 dias, dispensada a audiência em caso de excepcional urgência,
I
ON
9.6.2 ADPF
386
95
1. A ADPF é instrumento de análise em abstrato de recepção de lei ou ato normativo, de modo que é
38
inviável ajuizar ADPF quando se tratar de decisões transitadas em julgado ou quando se cuidar de
11
2. Jurisprudência pertinente:
LA
● É cabível o ajuizamento de ADPF contra interpretação judicial de que possa resultar lesão a preceito
U
GO
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RE
55
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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● Relator não pode, de ofício, na ADPF que trata sobre o Estado de Coisas Inconstitucional dos presídios,
determinar medidas para proteger os presos do Covid-19 (Info 970, STF)
RT
● Admite-se o conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha sido revogada antes do julgamento, se
A
persistir a utilidade em se proferir decisão com caráter erga omnes e vinculante. (Info 939, STF).
UL
GO
3. Efeitos da Decisão: A decisão é imediatamente autoaplicável, na medida em que o Presidente do STF
LI
determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. A decisão terá
L
RE
EFICÁCIA ERGA OMNES E EFEITO VINCULANTE, relativamente aos demais órgãos do Poder Público, e EFEITOS
RETROATIVOS (EX TUNC), podendo o STF modular os efeitos.
MO
4. Não admite impetrar ADPF em face de: súmulas; atos políticos; propostas de Emendas à CF/88; veto do
UE
Chefe do Poder Executivo (natureza política); decisões judiciais transitadas em julgado; Atos tipicamente
IQ
regulamentares/normas secundárias.
ON
5. O PRINCÍPIO da FUNGIBILIDADE aplica-se às ações de controle concentrado, salvo erro grosseiro. O STF
6M
também permitiu que pleito formulado em ADI fosse conhecido como ADPF, quando coexistentes todos
os requisitos de admissibilidade desta, em caso de admissibilidade daquela.
65
6. Considerações pertinentes:
38
95
● A decisão que julgar procedente ou improcedente a ADPF é irrecorrível, NÃO podendo ser objeto
38
de ação rescisória. Mas em caso de descumprimento da decisão proferida pelo STF, cabe
11
reclamação. 21934
RT
21934
OU
9.6.3 ADO
IG
LL
2. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será
MO
dada ciência ao poder competente para a adoção de providências necessárias e, sendo órgão
administrativo, para fazê-lo em 30 dias.
E
QU
3. Competência: STF. O STF NÃO detém poderes constitucionais para determinar ao Congresso Nacional
56
que aprecie projetos de lei, mesmo quando esteja incorrendo em inconstitucionalidade por omissão.
86
3
5. Medida Cautelar: Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o STF, por decisão da
11
maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida cautelar após a audiência dos órgãos ou
RT
processos judiciais ou procedimentos administrativos, ou outra providência a ser fixada pelo Tribunal.
IGO
LL
RE
56
MO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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38
11
6. Efeitos da Decisão: A sentença proferida em ADO tem caráter mandamental, constituindo em mora o
poder competente que deveria elaborar a lei e não o fez. Efeitos para o poder competente e para o
RT
órgão administrativo:
A
UL
● Poder Competente: Será dada a ciência ao poder competente, não tendo sido fixado prazo para a
GO
adoção das providências necessárias;
● Órgão Administrativo: Deverá suprir a omissão da medida no prazo de 30 dias, sob pena de
L LI
responsabilidade, em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em
RE
vista circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.
MO
7. É admitida a fungibilidade entre ADO e ADI. No entanto, o STF NÃO ADMITE a fungibilidade da ADO com
UE
o MI, tendo em vista a diversidade de pedidos.
IQ
ON
9.6.4 Representação Interventiva (IF)
6M
65
1. Fases do procedimento:
38
- Fase Jurisdicional – o STF ou TJ analisam apenas os pressupostos para a intervenção,
95
FASE 01 não nulificando o ato que a ensejou. Julgando procedente o pedido, requisitam
38
21934
Assembleia Legislativa.
IG
FASE 03 - Controle Político? Sim. O decreto do chefe do poder executivo deverá ser submetido
MO
● Autonomia Municipal;
38
3. Objeto:
U
● Omissão ou Incapacidade das autoridades locais para assegurar o cumprimento e preservação dos
I
57
MO
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MO
IQ
ON
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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11
● Ato administrativo que afronte os princípios sensíveis;
● Ato concreto que viole os princípios sensíveis.
ART
UL
4. Competência: STF.
GO
5. Legitimidade: O único e exclusivo legitimado ativo é o PGR.
LI
L
RE
6. Decisão: Se a decisão final for pela procedência do pedido, o STF levará ao conhecimento do Presidente
MO
da República para, no prazo improrrogável de 15 dias, dar cumprimento ao art. 36 da CF.
● Caso a medida NÃO seja suficiente para restabelecer a normalidade, o Presidente decretará a
UE
intervenção efetiva, executando-a com a nomeação do interventor e afastamento das autoridades
IQ
ON
responsáveis dos seus cargos.
6M
9.6.5 ADC – introduzida com a EC 3/93
65
38
1. Objeto: Lei ou ato normativo FEDERAL. Obs.: É necessária a demonstração da controvérsia judicial
95
atual que põe em risco a presunção de constitucionalidade do ato normativo sob exame.
38
2. Efeitos da Decisão:
11
● Ex Tunc;
LA
21934
● Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração pública Federal, Estadual,
OU
Municipal e Distrital.
IG
3. Medida Cautelar: O STF, por decisão da maioria absoluta, poderá deferir o pedido de medida cautelar,
LL
para que juízes e os tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação de lei
RE
● Essa suspensão perdurará por até 180 dias contados da publicação da parte dispositiva da decisão no
DOU. Findo o prazo, cessará a eficácia da medida cautelar.
E
QU
da ADI.
M
● Embora a finalidade da ADC seja a obtenção de julgamento para afirmar a validade constitucional de
86
3
uma norma, seu resultado pode ser a declaração de inconstitucionalidade desta, situação em que é
95
21934
1. Considerações gerais:
U
● Somente leis ou atos normativos estaduais ou municipais poderão ser objeto de controle.
GO
2. Legitimados: A CF não especificou legitimados, mas apenas proibiu a legitimação para um único órgão.
RE
58
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MO
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DELEGADO SÃO PAULO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
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38
11
● Logo, cabe às Constituições Estaduais a delimitação da regra, devendo respeitar, pelo princípio da
simetria, o art. 103 da CF.
RT
21934
● Pode a Constituição Estadual ampliar o rol de legitimados que não guardam simetria com o art. 103
A
UL
CF. No entanto, NÃO é possível restringir totalmente o rol de legitimados.
GO
● Os Procuradores (do Estado, do Município, da ALE, da Câmara etc.) possuem legitimidade para a
interposição de recursos em ação direta de inconstitucionalidade. (Info 965, STF).
L LI
3. Parâmetro de Controle:
RE
● Não cabe aos TJs exercer o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos municipais em
MO
face da CF.
● O controle estadual por ADI só poderá apreciar lei ou ato normativo estadual ou municipal
UE
confrontados perante a CE, NÃO podendo ter como parâmetro a CF.
IQ
ON
● O TJ NÃO poderá realizar controle concentrado de lei federal por meio de ADI genérica, seja em face
da CE ou CF.
6M
● O STF NÃO poderá analisar por ADI a lei municipal contestada em face da CE, mas excepcionalmente
65
a lei municipal em face da CF pela ADPF.
38
● TÉCNICA DE REMISSÃO: É possível se invocar como referência paradigmática, para efeito de controle
95
abstrato de constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, cláusula de caráter
38
21934
OU
possibilidade de decretação do estado de defesa, do estado de sítio e o papel das Forças Armadas e das
LL
Para preservar (e nesse caso seria preventivo) - Comoção grave de repercussão Nacional (se
M
Quem decreta Presidente da República (art. 84, IX, c/c o art. Presidente da República (art. 84, IX, c/c o art.
136), mediante decreto 137)
RT
Órgãos de consulta do Conselho da República (art. 90, I, CF/88) e de Conselho da República (art. 90, I, CF/88) e de
LA
Presidente Defesa Nacional (art. 92, II, CF/88), em oitiva Defesa Nacional (art. 92, II, CF/88), em oitiva
U
vinculativo
I
LL
RE
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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Presidente verifica a hipótese legal, solicita Presidente verifica a hipótese legal, solicita
pareceres dos Conselhos da República (art. 89) pareceres dos Conselhos da República (art. 89)
RT
Procedimento e de Defesa Nacional (art. 91). Com os e de Defesa Nacional (art. 91).
A
pareceres, decidirá se decreta ou não o Estado Obs. para a decretação do estado de sítio ou sua
UL
de Defesa. prorrogação, ao contrário do que ocorre com o
GO
estado de defesa, deverá haver, relatando os
motivos determinantes do pedido, prévia
LI
solicitação pelo Presidente da República de
L
RE
autorização do Congresso Nacional, que se
manifestará pela maioria absoluta de seus
MO
membros, mediante decreto legislativo (art. 49,
UE
IV, c/c o art. 137, parágrafo único).
Máximo de 30 dias, prorrogado por mais 30 Máximo de 30 dias, prorrogado por mais 30
IQ
Prazo dias, somente uma vez. dias, de cada vez (o quanto for necessário) OU
ON
o tempo necessário da guerra ou para repelir a
6M
agressão armada estrangeira.
65
Âmbito regional. Locais restritos e Âmbito nacional. O decreto do estado de sítio
38
determinados (art. 136). 95 indicará sua duração, as normas necessárias a
Áreas Abrangidas sua execução e as garantias constitucionais que
ficarão suspensas, e, depois de publicado, o
38
garantias individuais (direito de reunião) e LXI (exigibilidade de prisão telegráficas e telefônicas), XVI (direito de
LL
somente em flagrante delito ou por ordem da reunião), XXV (direito de propriedade) LXI
RE
expressão e a informação).
Posterior. Decretado o Estado de Defesa ou sua Prévio. O controle do Congresso Nacional é
I
ON
Controle político sobre a de 24 horas, submeterá o ato com a respectiva para que o Presidente o decrete. Concomitante
decretação justificativa ao Congresso Nacional, que e sucessivo de forma idêntica ao do estado de
56
de crime de responsabilidade (art. 85, III). Legislativas, desde que liberada pela respectiva
GO
mesa.
Cessado o Estado de Defesa, cessarão também Cessado o Estado de Sítio, cessarão também
I
LL
Responsabilidade seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade
RE
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MO
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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pelos ilícitos cometidos por seus executores ou pelos ilícitos cometidos por seus executores ou
agentes. agentes.
RT
Cessada a situação excepcional, as medidas Cessada a situação excepcional, as medidas
A
aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
UL
Prestação de contas Presidente da República, em mensagem ao Presidente da República, em mensagem ao
GO
Congresso Nacional, com especificação e Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com justificação das providências adotadas, com
LI
relação nominal dos atingidos, bem como a relação nominal dos atingidos, bem como a
L
RE
indicação das restrições aplicadas. indicação das restrições aplicadas.
MO
Convocação Presidente do SF (art. 57, §6º, I) Presidente do SF (art. 57, §6º, I)
UE
Extraordinária do
Congresso Nacional
IQ
ON
10.2 FORÇAS ARMADAS
6M
65
1. Jurisprudência pertinente:
38
● Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares, exceto em caso de
95
ilegalidade. (ADI 6595/2022)
38
● Não é possível o envio da Força Nacional de Segurança para atuar no Estado-membro SEM que tenha
11
● Editais podem estabelecer limite de idade para ingresso nas Forças Armadas, desde que a fixação de
LA
21934
limite seja feita por lei em sentido formal (legalidade específica).
OU
21934
IG
● Polícia federal;
● Polícia rodoviária federal;
E
QU
● Polícias civis;
ON
● Polícias militares
M
2. Obs.: Polícia Científica - órgão responsável pelas perícias, visto que não é considerada juridicamente
3
95
órgão de segurança pública. É constitucional a criação de um órgão autônomo de perícia que atue em
38
caráter de atividade auxiliar, sem caráter policial. Trata-se, pois, de órgão administrativo cuja finalidade
11
é auxiliar tecnicamente a polícia civil no inquérito policial, razão pela qual pode ser conferida autonomia
RT
aos institutos de criminalística, desvinculando-os da polícia civil. (STF, ADI n.º 2.575, publicado em
LA
16/11/2020)
U
GO
3. Jurisprudência pertinente:
● É constitucional norma de Constituição estadual que atribui ao corpo de bombeiros militar (CBM) competência
I
LL
para a coordenação e execução de perícias de incêndios e explosões em local de sinistros. Contudo, essa
RE
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MO
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REVISÃO DE VÉSPERA
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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competência não pode ser exclusiva, sob pena de prejudicar a atuação das polícias civis na apuração criminal
de fatos que envolvam incidentes dessa natureza. STF. DI 2.776/ES, relator Ministro Nunes Marques,
RT
julgamento virtual finalizado em 11.9.2023. (Info 1107)
A
● As carreiras de segurança pública configuram atividade típica de Estado, com autoridade sobre a vida e a
UL
liberdade de toda a coletividade, em razão do que é imperativo que os ocupantes desses cargos estejam
GO
submetidos a critérios mais severos de controle. (...) Assim, a exigência de idoneidade moral para o ingresso
LI
em carreiras de segurança pública é plenamente legítima e consistente com o texto constitucional. [RE
L
1.358.565 AgR, DJE de 8-3-2022.]
RE
MO
10.3.1 Polícia Federal (art. 144, §1º)
UE
Atribuições:
IQ
ON
● Polícia ostensiva – polícia marítima, aeroportuária (policiamento ostensivo do espaço aéreo) e de
fronteira;
6M
● Polícia judiciária – exercida com exclusividade no plano federal.
65
38
10.3.2 Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (Art. 144, §§ 4º e 5º)
95
38
1. Jurisprudência pertinente:
11
RT
● Busca e apreensão. Tráfico de drogas. Ordem judicial. Cumprimento pela polícia militar. Ante o disposto no art.
IG
144 da CF, a circunstância de haver atuado a polícia militar não contamina o flagrante e a busca e apreensão
LL
● “É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que estabelece a natureza jurídica
MO
da Polícia Civil como função essencial à atividade jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica, bem como
atribui aos Delegados de Polícia a garantia de independência funcional.” STF. Plenário. ADI 5517/ES, Rel. Min.
E
QU
Administração Pública em geral. ADPF 734/PE, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em
56
12.4.2023
21934
86
● É constitucional lei estadual que conceda dois assentos gratuitos a policiais militares devidamente fardados
3
● É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que disponha sobre a
38
nomeação, pelo governador do estado, de ocupante do cargo de diretor-geral da Polícia Civil, a partir de lista
11
Obs.: ERA o entendimento de que a Constituição Estadual também não poderia estipular um requisito a mais para a chefia da polícia
LA
civil (ex.: que seja integrante da classe final da carreira), sob pena de violação ao princípio da simetria. Ocorre que atualmente o
U
GO
entendimento, em resumo, é de que não há qualquer óbice constitucional de índole material à estipulação normativa de critérios
razoáveis e objetivos à escolha do Chefe da Polícia Civil pelo Governador do Estado, tal como a exigência de que o ocupante do
I
cargo seja eleito entre os integrantes da última classe da carreira. STF. Plenário. ADI 3922, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
LL
25/10/2021.
RE
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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Esquematizando:
RT
NORMA ESTADUAL PODE PREVER/ EXIGIR QUE O CHEFE DA POLÍCIA CIVIL SEJA UM DELEGADO INTEGRANTE DA CLASSE FINAL
A
DA CARREIRA?
UL
GO
INICIATIVA PARLAMENTAR NORMA ORIGINÁRIA DA CE INICIATIVA DO PODER EXECUTIVO
LI
INCONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL
L
RE
MO
10.3.3 (Im)possibilidade de greve de policiais – Info 860, STF.
UE
1. O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a
IQ
ON
todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. Isso porque a
atividade policial é considerada o “braço armado” do Estado, responsável pela garantia da segurança
6M
interna, ordem pública e paz social, motivo pelo qual o interesse público e a manutenção da segurança
65
deem prevalecer sobre o direito individual de greve.
38
2. Nesse caso, será obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos
95
classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos
38
11
interesses da categoria.
RT
21934
OU
1. De acordo com o STF (Info 1105 - ADPF 995), as guardas municipais são reconhecidamente 21934
órgãos de
IG
patrimônio municipal).
RE
2. O fato de as guardas municipais não haverem sido incluídas nos incisos do art. 144, caput, da CF não
MO
afasta a constatação de que elas exercem atividade de segurança pública e integram o Sistema Único de
E
Segurança Pública. Isso, todavia, não significa que possam ter a mesma amplitude de atuação das
QU
● só é possível que as guardas municipais realizem excepcionalmente busca pessoal se, além de justa causa para a medida
(fundada suspeita), houver pertinência com a necessidade de tutelar a integridade de bens e instalações ou assegurar a
M
adequada execução dos serviços municipais, assim como proteger os seus respectivos usuários, o que não se confunde
56
com permissão para desempenharem atividades ostensivas ou investigativas típicas das polícias militar e civil para combate
86
3. Jurisprudência pertinente:
38
11
● O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia
de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex.: multas de trânsito).
RT
● As guardas municipais não possuem competência para patrulhar supostos pontos de tráfico de drogas, realizar
U
abordagens e revistas em indivíduos suspeitos da prática de tal crime ou ainda investigar denúncias anônimas
GO
relacionadas ao tráfico e outros delitos cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata os bens,
I
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL
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● Prisão em flagrante pelas guardas municipais: É válida a prisão em flagrante efetuada por guarda municipal, na
forma do art. 301 do CPP, segundo o qual qualquer pessoa pode prender quem esteja em flagrante delito.
ART
UL
4. Direito à aposentadoria especial (Info 907, STF): é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do
beneficiário são mais favoráveis que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas.
GO
● A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo
LI
requisitos e condições previstas em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”).
L
RE
● Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria especial (art.
MO
40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais.
● A percepção de gratificações ou adicionais de periculosidade, assim como o porte de arma de fogo, não são
UE
suficientes para reconhecer o direito à aposentadoria especial, em razão da autonomia entre o vínculo funcional
IQ
e o previdenciário.
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