Você está na página 1de 64

IQ

ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
ART
UL
GO
LI
L
RE
MO
UE
IQ
ON
6M
DIREITOS HUMANOSS 38
38
95
65
11
RT
LA

21934

DIREITO CONSTITUCIONAL
OU
IG
LL
RE
MO
E
QU

21934
I
MON
56
86
3
95
38
11
RT
LA
U
IGO
LL
RE

1
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
21934

Sumário

RT
DIREITOS HUMANOS: INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL ...................................................................................... 6

A
1. INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL ..................................................................................................................... 6

UL
GO
1.1 Direitos Humanos X Direitos do Homem X Direitos Fundamentais .................................................. 6

LI
1.2 FONTES DOS DIREITOS HUMANOS .......................................................................................................... 6

L
RE
1.3 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ........................................................................................ 6

MO
1.3.1 Jusnaturalismo ...................................................................................................................................... 6

UE
1.3.2 Positivismo............................................................................................................................................ 6

IQ
1.4 MARCOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS............................................................................. 7

ON
2. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS................................................................................................ 7

6M
3. INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.................................................................................................. 8

65
3.1 38
Métodos para interpretação dos direitos humanos ......................................................................... 8
95
4 DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO ................................................................................................... 8
38
11

5. A INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ........ 9


RT

6. EFICÁCIA DOS DIREITOS HUMANOS ........................................................................................................ 10


LA

21934

7. Controle De Convencionalidade X Controle De Constitucionalidade E Bloco De Constitucionalidade ...... 10


OU

7.1 Teoria Do Duplo Controle Ou Crivo De Direitos Humanos .................................................................... 11


IG

8. INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................................... 11


LL
RE

8.1 Marcos Da Internacionalização Dos Direitos Humanos ........................................................................ 11


MO

8.2 EIXOS DE PROTEÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL .............................................................................. 12


E

9. A CARTA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS ............................................................................... 12


I QU

9.1 Declaração Universal De Direitos Humanos (DUDH) ............................................................................. 12


ON

9.1.1 Força Vinculante da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) ................................... 13
M
56

9.2 Pacto Internacional Dos Direitos Civis E Políticos (PIDCP) .................................................................... 13


86

10. O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL ........................................................................................................ 15


3
95

11 A ESTRUTURA NORMATIVA DO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS . 16


38
11

11.1 O Sistema Global De Proteção Dos Direitos Humanos ........................................................................ 16


RT

11.1.1 ÓRGÃOS DAS NAÇÕES UNIDAS ........................................................................................................ 16


LA

11.2 Sistemas Regionais De Proteção Dos Direitos Humanos ..................................................................... 17


U
GO

11.2.1 Sistema Europeu de Proteção dos Direitos Humanos .................................................................. 17


I
LL

11.2.2 Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos ...................................................... 17


RE

2
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
11.2.3 Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos .................................................................. 17

RT
12. ESTRUTURA BÁSICA DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ........ 17

A
12.1 Carta Da Organização Dos Estados Americanos .............................................................................. 17

UL
GO
12.2 Declaração Americana De Direitos E Deveres Do Homem .............................................................. 18

LI
12.3 Convenção Americana De Direitos Humanos .................................................................................. 18

L
RE
12.3.1 Protocolo Adicional À Convenção Americana Sobre Direitos Humanos Em Matéria De Direitos

MO
Econômicos, Sociais E Culturais ............................................................................................................... 19
12.4 Os Mecanismos De Proteção E Monitoramento ..................................................................................... 19

UE
21934

IQ
12.4.1 Comissão Interamericana De Direitos Humanos .............................................................................. 19

ON
12.4.2 Corte Interamericana de Direitos Humanos..................................................................................... 21

6M
13. FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES GRAVES CONTRA OS DIREITOS HUMANOS – INCIDENTE DE DESLOCAMENTO

65
DE COMPETÊNCIA (IDC) ................................................................................................................................... 22
38
95
14. A POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E OS PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
38

......................................................................................................................................................................... 25
11

DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........................................................... 27


RT

1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.................................................................................................................... 27
LA

21934

2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................................................................... 27


OU

2.1 Geração dos direitos fundamentais: ..................................................................................................... 27


IG
LL

2.2 Destinatários.................................................................................................................................... 28
RE

2.3. Os Direitos Fundamentais Na Constituição Federal De 1988 .......................................................... 29


MO

3. DIREITOS SOCIAIS .................................................................................................................................... 29


E
QU

4. DIREITOS POLÍTICOS .................................................................................................................................... 29


I
ON

4.1 Direitos Políticos Positivos ..................................................................................................................... 29


M

4.2 Direitos Eleitorais Negativos.................................................................................................................. 30


56

4.3 Privação de Direitos Políticos ................................................................................................................ 31


3 86

5. NACIONALIDADE .......................................................................................................................................... 31
95
38

5.1 Espécies de Nacionalidade .................................................................................................................... 32


11

5.2 Perda da Nacionalidade ......................................................................................................................... 32


RT

5.3 Brasileiros Natos x Naturalizados .......................................................................................................... 33


LA

6. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: AÇÕES CONSTITUCIONAIS. .................................... 34


U
GO

6.1 HABEAS CORPUS - art. 5º, LXVIII, CF/88 e arts. 647 e seguintes do CPP ............................................... 34
I
LL

6.2 MANDADO DE SEGURANÇA: art. 5º, LXIX, CF/88 e Lei nº 12.016/09 ................................................... 36
RE

3
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
6.3 MANDADO DE INJUNÇÃO ...................................................................................................................... 38

RT
6.4 HABEAS DATA: art. 5º, LXXII, CF/88 e Lei nº 9507/97 ........................................................................... 39

A
6.5 AÇÃO POPULAR: art. 5º, LXXIII e Lei nº 4.717/65 .................................................................................. 40

UL
GO
7. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO .......................................................................................................................... 40

LI
7.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ..................................................................................................................... 40

L
RE
7.2 CLASSIFICAÇÃO DA CF/88 ...................................................................................................................... 41

MO
7.3 SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO ................ 41

UE
7.3.1 Constitucionalismo ............................................................................................................................. 41

IQ
7.3.2 Neoconstitucionalismo ................................................................................................................ 41

ON
7.4 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................ 42

6M
7.5 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................ 43

65
38
7.5.1 Métodos de interpretação: ................................................................................................................ 43
95
7.5.2 Princípios de interpretação Constitucional ................................................................................. 43
38
11

7.5.3 Técnicas de interpretação Constitucional ................................................................................... 44


RT

8 PODER CONSTITUINTE ............................................................................................................................. 44


LA

21934
8.1. Poder Constituinte Originário............................................................................................................... 44
OU

8.2 Poder Constituinte Derivado ................................................................................................................. 45


IG

8.2.1 Poder Constituinte Derivado Reformador ...................................................................................... 45


LL
RE

8.2.2 Poder Constituinte Derivado Decorrente .......................................................................................


21934
45
MO

8.2.3 Poder Constituinte Derivado Revisor ............................................................................................. 45


E

8.2.4 Poder Constituinte Difuso .............................................................................................................. 46


QU

9. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ...................................................................................................... 46


I
ON

9.1 SISTEMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE .................................................................................................. 46


M
56

9.2 VÍCIO FORMAL E MATERIAL....................................................................................................................... 46


86

9.3 VÍCIO DE DECORO PARLAMENTAR ............................................................................................................ 47


3
95

9.4 MOMENTOS DE CONTROLE ....................................................................................................................... 47


38
11

9.4.1 Prévio ou Preventivo .......................................................................................................................... 47


RT

9.4.2 Posterior ou Repressivo ...................................................................................................................... 47


LA

9.5 SISTEMAS E VIAS DE CONTROLE ................................................................................................................ 48


U
GO

9.5.1 Critério Subjetivo ou Orgânico – refere-se a quais órgãos podem exercer o controle ...................... 48
I

9.5.2 Critério Formal – refere-se ao modo de exercício do controle .......................................................... 48


LL
RE

4
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
9.5.3 Controle Difuso nos Tribunais e Cláusula de Reserva de Plenário (Full Bench) ................................. 49

RT
9.5.4 Efeitos da Decisão no Controle Difuso ............................................................................................... 50

A
9.5.5 Controle incidental em controle concentrado abstrato e o seu efeito erga omnes .......................... 50

UL
GO
9.6 CONTROLE CONCENTRADO ....................................................................................................................... 51

LI
9.6.1 ADI Genérica ....................................................................................................................................... 51

L
RE
9.6.2 ADPF ................................................................................................................................................... 55

MO
9.6.3 ADO ..................................................................................................................................................... 56

UE
9.6.4 Representação Interventiva (IF) ......................................................................................................... 57

IQ
9.6.5 ADC – introduzida com a EC 3/93 ....................................................................................................... 58

ON
9.7 CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS-MEMBROS ....................................... 58

6M
10. SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES ...................................................................................................... 59

65
38
10.1 ESTADO DE DEFESA X ESTADO DE SÍTIO – art. 136 a 141, CF/88 ............................................................ 59
95
10.2 FORÇAS ARMADAS .................................................................................................................................. 61
38
11

10.3 SEGURANÇA PÚBLICA – art. 144, CF ........................................................................................................ 61


RT

10.3.1 Polícia Federal (art. 144, §1º) ........................................................................................................... 62


LA

21934
10.3.2 Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (Art. 144, §§ 4º e 5º) ......................................... 62
OU

10.3.3 (Im)possibilidade de greve de policiais – Info 860, STF. ................................................................... 63


IG

10.3.4 GUARDAS MUNICIPAIS – art. 144, §8º ............................................................................................. 63


LL
RE
MO
E
I QU
M ON
56
86

21934
3
95
38
11
RT
U LA
I GO
LL
RE

5
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
DIREITOS HUMANOS: INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL

RT
1. INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL

A
UL
GO
1.1 Direitos Humanos X Direitos do Homem X Direitos Fundamentais

L LI
a) Direitos Humanos – são aqueles direitos indispensáveis à uma vida digna, previstos em normas

RE
internacionais de proteção dos direitos humanos.

MO
b) Direitos do Homem – referem-se aos direitos naturais, aqueles inatos ao homem, que não dependem
de previsão na ordem jurídica positiva, e que decorrem da razão divina ou da razão humana (estão

UE
relacionados com o jusnaturalismo).

IQ
ON
c) Direitos fundamentais – materializam a dignidade humana no plano interno. Ou seja: são aqueles
positivados nas Constituições dos Estados (ex.: artigo 5º da CF/88).

6M
65
1.2 FONTES DOS DIREITOS HUMANOS
38
95
FONTES MATERIAIS FONTES FORMAIS
38
11

São iguais às fontes do DIP (tratados, costumes,


São os fatos sociais e ideias políticas.
jurisprudência, doutrina, resoluções, soft law, etc.).
RT

21934
LA

21934

1.3 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


OU
IG

1.3.1 Jusnaturalismo
LL
RE

1. O jusnaturalismo é uma corrente que defende a existência de um conjunto de normas vinculantes


MO

anterior e superior ao sistema de normas fixadas pelo Estado – direito posto.


2. Para o Jusnaturalismo, as ideias precursoras de limitação ao poder e de emancipação da pessoa humana
E
QU

como titular de direitos inerentes, resultaram na concepção de que a Pessoa Humana é fundamento
I

absoluto, atemporal e global desses direitos.


ON

3. Os direitos humanos seriam, assim, o conjunto de condições, garantias e comportamentos, capazes de


M

assegurar a característica essencial do homem, a sua dignidade, de forma a conceder a todos, sempre,
56
86

o cumprimento das necessidades inseridas em sua condição de pessoa humana.


3

4. Dessa forma, esses direitos não são criados pelos homens ou pelos Estados, eles são preexistentes ao
95

Direito, restando a estes apenas “declará-los”, nunca constituí-los.


38
11

1.3.2 Positivismo
RT
LA

1. Para a Escola Positivista, o fundamento dos direitos humanos consiste na existência de norma posta,
U

cujo pressuposto de validade está em sua edição conforme as regras estabelecidas na Constituição.
GO

2. A ideia positivista sobre direitos humanos, apresentada por Norberto Bobbio, afirma a inexistência de
I
LL

um direito absoluto.
RE

6
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
3. Bobbio explica que a dogmática jurídica se caracteriza pela historicidade, o que significa dizer que o
Direito é passível de constantes modificações, advindas das mudanças sociais. Para o autor, não se pode

RT
dar um fundamento eterno para algo que necessariamente sofrerá modificações.

A
UL
4. Para os positivistas, a ausência de coercibilidade dos direitos naturais lhe retira a própria natureza de

GO
“direitos”, devendo os direitos humanos passar por um processo de positivação.
5. Com isso, já se pode falar num conceito positivo de direitos humanos, que seriam os direitos

LLI
fundamentais, assegurados ao indivíduo, através da regulamentação e aplicação desses direitos, tanto

RE
no campo estatal como no campo supraestatal.

MO
1.4 MARCOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS

UE
IQ
ON
1. Existem três marcos históricos fundamentais: o Iluminismo, a Revolução Francesa e o término da II
Guerra Mundial.

6M
a) No Iluminismo foi ressaltada a razão, o espírito crítico e a fé na ciência. Esse movimento procurou

65
compreender a essência das coisas e das pessoas, observar o homem natural e, desse modo, chegar
38
às origens da humanidade. São pensadores renomados de tal período: John Locke, Rousseau, Thomas
95
Hobbes e Montesquieu. Impulsionadas pelo iluminismo, foram elaboradas as primeiras declarações de
38

direitos humanos, destacando-se a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto


11

21934

de 1789, redigida após a Revolução Francesa, a qual teve como marco histórico a queda da Bastilha,
RT

em 14 de julho de 1789.
LA

21934

b) A Revolução Francesa fez nascer os ideais representativos dos direitos humanos, quais sejam a
OU

igualdade, a liberdade e a fraternidade.


IG

Obs.: Conforme ensina o Professor André de Carvalho Ramos, as revoluções liberais, inglesa,
LL

americana (primeira Constituição do mundo, 1787) e francesa, e suas respectivas Declarações de Direitos
RE

marcaram a primeira clara afirmação histórica dos direitos humanos.


MO

c) Por fim, com o final da II Guerra Mundial, os homens se conscientizaram da necessidade de não se
permitir que seres humanos novamente sofressem aquelas atrocidades cometidas pelos nazistas. A
E
QU

barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, por meio da
I

negação do valor da pessoa humana como valor-fonte do direito. Houve uma mudança de paradigma
ON

em que não mais seguia-se a lei de forma cega, com uma reaproximação entre direito e moral.
M
56

2. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS


86
3
95

• Historicidade
38

• Universalidade
11

• Limitabilidade ou Relatividade
RT

• Irrenunciabilidade
LA

• Inalienabilidade ou Indisponibilidade
U


GO

Imprescritibilidade
• Essencialidade
I
LL

• Inerência
RE

7
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
• Interdependência ou Inter-relação ou Complementariedade

11
• Inexauribilidade

RT
• Vedação ao retrocesso

A
UL
Obs.: os tratados internacionais de direitos humanos não podem impor restrições que diminuam ou

GO
nulifiquem direitos já anteriormente assegurados. Assim, se uma norma posterior revoga ou nulifica
uma norma anterior mais benéfica, essa norma posterior é inválida por violar o princípio internacional

L LI
da vedação do retrocesso (igualmente conhecido como princípio da “proibição de regresso”, do “não

RE
retorno” ou “efeito cliquet”).

MO
UE
3. INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

IQ
ON
1. Todas as normas em vigor no Estado, sejam internas ou internacionais, devem ser interpretadas conforme
os direitos humanos, sem qualquer exceção. Nesse sentido, a INTERPRETAÇÃO CONFORME OS DIREITOS

6M
HUMANOS, consiste na escolha, pelo intérprete, quando a norma impugnada admite várias

65
interpretações possíveis, de uma que a compatibilize com os direitos humanos.
38
95
3.1 Métodos para interpretação dos direitos humanos
38
11

1. Critério da Máxima Efetividade: Este critério exige que a interpretação de determinado direito conduza
RT

ao maior proveito do seu titular, com o menor sacrifício imposto aos titulares dos demais direitos em
LA

21934

colisão. Implica a aplicabilidade direta, pela qual os direitos humanos podem incidir diretamente aos
OU

21934
casos concretos, bem como conduz à aplicabilidade imediata, que prevê que os direitos humanos
IG

incidem nos casos concretos, sem qualquer lapso temporal.


LL

2. Interpretação Pro Homine: Exige que, diante de um conflito entre normas ou entre interpretações da
RE

norma, a interpretação dos direitos humanos seja sempre aquela mais favorável ao indivíduo.
MO

3. Princípio da Prevalência da Norma Mais Favorável ao Indivíduo: Defende a escolha, no caso de conflito
E

de normas, daquela que seja mais benéfica ao indivíduo. Não importa a origem, mas sim o resultado:
QU

benefício ao indivíduo.
I
ON

Obs.: A doutrina aponta, ainda, a existência do critério da interpretação autônoma, que preconiza que as expressões/termos que
M

existem dentro dos tratados internacionais de direitos humanos, devem ser compreendidos à luz das peculiaridades próprias do
56

direito internacional, sem as idiossincrasias do ordenamento jurídico interno.


386
95

4 DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO


38
11

1. Definição: correspondem aos chamados direitos fundamentais, como aqueles previstos em seu art. 5°.
RT

Ademais, o art. 5°, §2°, da CRFB/88 prevê o princípio da não exaustividade dos direitos fundamentais,
LA

ou seja, que o rol desses direitos não é taxativo, ao afirmar que os direitos e garantias expressos nesta
U

Constituição não excluem outros decorrentes: i) do regime e dos princípios por ela adotados e ii) dos
GO

tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.


I
LL
RE

8
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
2. Fundamentos e Objetivos da República Federativa do Brasil convergem para a proteção dos direitos
humanos.

RT
3. A Supremacia da Constituição e os Direitos Humanos: A supremacia da Constituição consiste na sua

A
UL
qualidade de norma superior, que representa pressuposto de validade de todas as demais normas do

GO
ordenamento jurídico.

L LI
5. A INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

RE
MO
1. A Constituição da República de 1988 prevê um procedimento complexo para a formação e a
incorporação dos tratados no ordenamento jurídico interno, em que se une a vontade concordante dos

UE
Poderes Executivo (art. 84, VIII) e Legislativo (art. 49, I), consubstanciando-se na Teoria da junção das

IQ
ON
vontades (ou teoria dos atos complexos).
2. A formação e a incorporação dos tratados internacionais são constituídas de quatro fases:

6M
1ª. Fase de Assinatura: Inicia-se com as negociações preliminares entre os Estados interessados, e

65
posteriormente, passa-se ao momento da assinatura, sendo atribuição do Chefe de Estado. A
38
assinatura NÃO vincula a ratificação, tratando-se, porém, de um aceite precário, pois necessária a
95
aprovação das demais fases.
38

2ª. Fase Congressual: Consiste no referendo congressual (art. 49, I, CF), de competência exclusiva do
11

Congresso Nacional, sendo a votação separada, iniciada na Câmara dos Deputados e, posteriormente,
RT

no Senado Federal. Se o Congresso Nacional rejeitar a aprovação do tratado internacional, finda-se


LA

21934

aqui o processo, não havendo prosseguimento às demais fases. Entretanto, caso o Congresso Nacional
OU

aprove o tratado internacional, sob a forma de Decreto Legislativo, passa-se à próxima fase.
IG
LL

Obs.: No que tange aos tratados internacionais de direitos humanos, para que tenha status de emenda constitucional, devem,
RE

nessa fase, serem aprovados sob o rito do art. 5º, §3º, da CRFB/88, qual seja, a aprovação, em cada Casa do Congresso Nacional, em
MO

dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros.


E
QU

3ª. Fase de Ratificação: Trata-se da confirmação definitiva do aceite do tratado internacional, calcada
na discricionariedade política do Chefe do Poder Executivo. Verifica-se que a partir da ratificação, o
I
ON

Estado se obriga à produção dos efeitos externos do tratado internacional. Pode se dar por: troca de
M

notas (tratados bilaterais) ou depósito do instrumento de ratificação (tratados multilaterais).


56

4ª. Fase de Promulgação: Trata-se da fase de promulgação e de publicação do tratado internacional no


86

Diário Oficial, por meio de Decreto do Presidente da República.


3
95

Obs.: o STF afirma que o Decreto do Presidente da República é indispensável para se concluir o processo de
38

internalização dos tratados. Entretanto, grande parte da doutrina afirma ser dispensável, tendo a quarta fase
11

21934
apenas fins de publicação.
RT

Obs.: o STF e a doutrina majoritária entendem que o Brasil adota o sistema da recepção legislativa (Dualismo
LA

– moderado), pois não exige a edição de lei formal) para a internalização dos tratados, bastando norma
U

infralegal (como ocorre com os Decretos).


IGO
LL
RE

9
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
3. Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos Ratificados pelo Brasil: Embora haja
divergência doutrinária, prevalece no STF (RE 466343) a adoção da corrente da SUPRALEGALIDADE,

RT
segundo a qual os tratados internacionais de direitos humanos estariam acima da legislação ordinária e

A
UL
abaixo da Constituição Federal, como regra.

GO
Obs.1: Não podemos olvidar que, excepcionalmente, os tratados internacionais de direitos humanos terão

L LI
status de Emenda Constitucional se forem aprovados conforme o rito do art. 5º, §3º, da CRFB/88, com a

RE
alteração da EC 45/2004. Assim, o STF passou a entender que, mesmo antes da EC 45/04, os tratados

MO
internacionais de direitos humanos incorporados ao ordenamento pátrio teriam o status de norma
supralegal. Assim, há hoje o DUPLO ESTATUTO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS:

UE
• Terão status supralegal os anteriores à EC 45/2004 e os posteriores a esta, se aprovados por maioria

IQ
ON
simples e único turno pelo Congresso.
• Serão equivalentes à Emenda Constitucional os posteriores à EC 45/2004 e aprovados na forma do

6M
art. 5°, §3º, da CRFB/88.

65
6. EFICÁCIA DOS DIREITOS HUMANOS 38
95
38
11

EFICÁCIA VERTICAL EFICÁCIA HORIZONTAL EFICÁCIA DIAGONAL


RT

A aplicação dos direitos fundamentais às A aplicação dos direitos Há hipossuficiência de uma das partes. É
LA

relações entre Estado e particulares, a relação fundamentais às relações entre os


21934
uma relação entre particulares onde não
de subordinação que o particular tem com o próprios particulares. há uma igualdade fática.
OU

Estado.
IG
LL

7. Controle De Convencionalidade X Controle De Constitucionalidade E Bloco De Constitucionalidade


RE
MO

1. O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE visa garantir o princípio da supremacia da Constituição e


resulta da compatibilidade vertical das normas da ordenação jurídica interna, no sentido de que as normas
E
QU

inferiores somente valerão se forem compatíveis com as normas de grau superior, que é a Constituição da
I

21934
República. As que não forem compatíveis com ela são consideradas inconstitucionais, pois a
ON

incompatibilidade vertical resolve-se em favor da Constituição. Se forem compatíveis, será declarada a


M

constitucionalidade das normas de grau menos elevado.


56
86

2. O BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE são as normas parâmetro na realização do controle de


3

constitucionalidade, tratando-se da Constituição da República e dos Tratados Internacionais de Direitos


95

Humanos que foram incorporados no ordenamento jurídico brasileiro sob o rito do art. 5°, §3º, da CRFB/88,
38

pois possuem status de emenda constitucional.


11

3. O CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE consiste na análise da compatibilidade dos atos normativos


RT

internos em face das normas internacionais que versem sobre direitos humanos. Se não forem compatíveis,
LA

haverá um efeito negativo, em que a norma nacional será considerada inválida em relação à norma
U

internacional. Se forem compatíveis, haverá um efeito positivo, em que se deverá haver uma interpretação
GO

adequada das normas nacionais para que fiquem em conformidade com as normas internacionais.
I
LL
RE

10
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Observação: São 4 os Tratados Internacionais de Direitos Humanos que foram incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro com status
de emenda constitucional:

RT
1) Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto n° 6.949/2009);

A
2) Protocolo Facultativo à Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto n° 6.949/2009);

UL
3) Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades

GO
para Ter Acesso ao Texto Impresso (Decreto n° 9.522/2018); e
4) Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância (Decreto n° 10.932/2022)

L LI
RE
7.1 Teoria Do Duplo Controle Ou Crivo De Direitos
21934Humanos

MO
1. Tendo em vista que não é possível obrigar os juízes nacionais ao Diálogo das Cortes, pois desnaturaria

UE
a independência funcional e o Estado Democrático de Direito, no caso de ele não existir ou ser

IQ
ON
insuficiente, deve ser aplicada a Teoria do Duplo Controle de Direitos Humanos, que reconhece a
atuação em separado do controle de constitucionalidade nacional (STF e juízos nacionais) e do controle

6M
de convencionalidade internacional (órgãos de direitos humanos do plano internacional). Qualquer

65
ato ou norma deve ser aprovado pelos dois controles para que sejam respeitados os direitos do Brasil.
38
95
• No julgamento da APDF 153, em 28.04.2010, o STF decidiu que a Lei da Anistia (Lei n. 6.683/1979) alcança os agentes da
38

ditadura militar, tornando impossível a persecução criminal pelas graves violações de direitos humanos ocorridas na época
11

dos “anos de chumbo”, ignorando a interpretação internacional da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que se
RT

posiciona contrária às leis de anistia e favorável ao dever de investigação, persecução e punição penal dos violadores
bárbaros de direitos humanos
LA

21934

• No julgamento do Caso Gomes Lund, em 24.11.2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil e
OU

exigiu que fosse feita completa a investigação, a persecução e a punição criminal aos agentes da repressão política durante
IG

a ditadura militar, mandando o Brasil desconsiderar, então, a anistia para tais indivíduos.
LL
RE

2. Considerando-se que o Brasil adota a Teoria do Duplo Controle de Direitos Humanos, eles possuem
MO

dupla garantia: o controle de constitucionalidade e o controle de convencionalidade internacional.


Com base nessa separação, é possível dirimir o conflito aparente entre a decisão do Supremo Tribunal
E
QU

Federal e a da Corte Interamericana de Direitos Humanos.


3. Entretanto, qualquer ato ou norma deve ser aprovado pelos dois controles para que sejam respeitados
I
ON

os direitos pelo Brasil. Caso não supere um deles (por violar direitos humanos), deve o Estado empregar
M

todos os esforços para cessar a conduta ilícita e reparar os danos causados.


56

4. Portanto, para evitar esse descompasso entre as decisões dos Tribunais nacional e interamericano,
86

deve-se exigir que todo ato interno se conforme não só ao teor da jurisprudência do Supremo Tribunal
3
95

Federal, mas também ao teor da jurisprudência da Corte Interamericana.


38
11

8. INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


RT
LA

8.1 Marcos Da Internacionalização Dos Direitos Humanos


U
GO

● Plano Histórico: Pós-Segunda Guerra Mundial, considerando-se as atrocidades nazistas.


I
LL
RE

11
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Plano Político: Criação da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir da Carta de São Francisco
(Carta da ONU), em 1945.

RT
● Plano Jurídico: Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), Resolução n° 217 A III da

A
UL
Assembleia Geral da ONU, de 1948.

GO
8.2 EIXOS DE PROTEÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL

LLI
RE
● Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH): mais abrangente, pois incumbe a proteção do ser

MO
humano em todos os aspectos, englobando os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
● Direito Internacional Humanitário (DIH): proteção na situação específica dos conflitos armados.

UE
● Direito Internacional dos Refugiados (DIR): proteção do refugiado.

IQ
ON
Obs.: Os dois últimos são lex specialis em relação ao DIDH, que é lex generalis, aplicável subsidiariamente

6M
a todas as situações na ausência de previsão específica.

65
9. A CARTA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 38
95
38

1. A CARTA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS (International Bill of Rights) é composta por:
11

● Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948;


RT

● Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de 1966; e


LA

21934
● Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966.
OU
IG

2. Após a 2ª Guerra Mundial, iniciou-se um período histórico denominado Guerra Fria (1947 a 1991), que
LL

se instituiu em um conflito político-ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética. Nesse ínterim
RE

foi aprovada, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH ou Declaração de Paris), que
MO

explicita o rol de direitos humanos aceitos internacionalmente – de 1ª e de 2ª dimensões.


3. Posteriormente, em 1966, foi aprovado o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que se
E
QU

trata de uma Convenção Internacional que aborda os ideais liberais dos Estados Unidos (direitos de 1ª
dimensão); e o Pacto Internacional Sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que se trata de uma
I
ON

Convenção Internacional que aborda ideais sociais da União Soviética (direitos de direitos de 2ª
M

dimensão).
56

4. Desde a adoção dos dois Pactos, a ONU tem estimulado a adoção de vários tratados de direitos humanos
86

em temas diversos, sendo certo que atualmente o Sistema Global é complexo, composto por diversos
3
95

tratados multilaterais.
38
11

9.1 Declaração Universal De Direitos Humanos (DUDH)


RT
LA

1. Declaração Universal dos Direitos Humanos


21934
foi delineada pela Carta das Nações Unidas e teve como
U

uma de suas principais preocupações a positivação internacional dos direitos essenciais dos seres
GO

humanos, em complemento aos propósitos das Nações Unidas de proteção dos direitos humanos e
I
LL

liberdades fundamentais de todos, sem distinção de sexo, raça, língua ou religião.


RE

12
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
2. Trata-se do instrumento considerado o “marco normativo fundamental” do sistema protetivo das
Nações Unidas, a partir do qual se fomentou a multiplicação dos tratados relativos a direitos humanos

RT
em escala global.

A
UL
3. Em relação ao seu conteúdo, apresenta 30 artigos, possuindo uma estrutura bipartite, tendo em vista

GO
que apresenta um rol de direitos civis e políticos (arts. 3° ao 21) e um rol de direitos econômicos, sociais
e culturais (arts. 22 ao 28). Os direitos de fraternidade social não se encontram enumerados na DUDH,

L LI
embora faça menção a eles (art. 1°).

RE
MO
9.1.1 Força Vinculante da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)

UE
1. Os Tratados são juridicamente vinculantes aos Estados que os aderirem. Já as Resoluções possuem a

IQ
ON
natureza de recomendação, como um instrumento de normas diretivas, programáticas, mas que não são
juridicamente vinculantes.

6M
2. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada sob forma de Resolução da Assembleia Geral

65
das Nações Unidas (sendo essa sua natureza jurídica) e explicitou o rol de direitos humanos aceitos
internacionalmente, pela primeira vez em um documento internacional. 38
95
3. Dessa forma, sob uma perspectiva formal, a DUDH não tem força vinculante, por se tratar de uma
38

Resolução da Assembleia Geral da ONU, com caráter de mera recomendação. Entretanto, em relação à
11

perspectiva material, existem 3 correntes que concluem pela força vinculante ou não da DUDH:
RT

● 1ª Corrente: Não cogente, sem força vinculante, representando a soft law na matéria, por se tratar
LA

21934
21934
de mera Resolução da Assembleia Geral da ONU;
OU

● 2ª Corrente: Cogente, com força vinculante, por representar o costume internacional sobre a
IG

matéria; e
LL

● 3ª Corrente: Cogente, com força vinculante, pois se trata de uma interpretação autêntica do termo
RE

“direitos humanos” prevista na Carta das Nações Unidas, em seus arts. 55 e 103, além de conter o
MO

rol de direitos mais importantes ao ser humano (Corrente Contemporânea adotada por Flávia
Piovesan, a qual deverá ser adotada em prova).
E
IQU

9.2 Pacto Internacional Dos Direitos Civis E Políticos (PIDCP)


M ON

a) Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos


56

● O direito à vida está previsto no artigo 6º do Pacto, o qual não aboliu a pena de morte, que poderá
386

ser aplicada somente em decorrência de uma sentença transitada em julgado e proferida por tribunal
95

competente, nos crimes mais graves. Entretanto, os países que já tenham abolido não poderão aplicá-
38

las mais.
11

● Há o direito de não ser submetido à tortura, a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou


RT

degradantes, em seu art. 7°.


LA

● Há, também, a vedação à escravidão, ao tráfico de escravos, à servidão e aos trabalhos forçados,
U
GO

Observação: Existe uma corrente doutrinária a qual afirma que a vedação à escravidão e a vedação à tortura são considerados
I
LL

direitos humanos absolutos.


RE

13
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● No PIDCP consta uma hipótese em que é possível a suspensão das obrigações dele decorrentes, em

RT
seu art. 4°, e autoriza os Estados, ante situações excepcionais que ameacem a existência da nação e

A
UL
sejam proclamadas oficialmente, a adotar medidas que suspendam as obrigações decorrentes do

GO
instrumento internacional, sendo vedada, entretanto, a suspensão dos:
▪ Direito à vida (art. 6°);

LI
L
▪ Direito de não ser submetido a tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou

RE
degradantes, ou a experiências médicas ou científicas (art. 7°);

MO
▪ Direito de não ser submetido à escravidão ou à servidão (art. 8°);
▪ Direito de não ser preso apenas por não cumprir obrigação contratual (art. 11);

UE
▪ Direito de não ser condenado por atos ou omissões não definidos como crime no direito nacional

IQ
ON
e internacional, de não ser submetido a pena mais grave que a aplicável no momento da
ocorrência do delito e de ver aplicada a lei penal mais benéfica (art. 15);

6M
▪ Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica (art. 16); e

65
▪ Direito à liberdade de pensamento, consciência e religião (art. 18).
38
95
● O PIDCP, portanto, teve por finalidade tornar juridicamente vinculantes aos Estados vários direitos já
38

contidos na DUDH, detalhando-os e criando mecanismos de monitoramento internacional para a sua


11

implementação pelos Estados-Partes, instituindo o Comitê de Direitos Humanos.


RT
LA

21934

Obs.1: Primeiro Protocolo Facultativo ao PICDP


OU

● O Protocolo Facultativo ao PIDCP foi editado com a finalidade de instituir mecanismo de análise de
IG

petições individuais ao Comitê de Direitos Humanos por violações a direitos civis e políticos previstos no
LL

PIDCP.
RE

21934

● NOVIDADE! O Protocolo Facultativo foi promulgado pelo Decreto n° 11.777, de 9 de novembro de


MO

2023, integrando o ordenamento jurídico brasileiro com status de supralegalidade.


E
QU

Obs.2: Segundo Protocolo Facultativo ao PIDCP


I

● O Segundo Protocolo Facultativo do PIDCP tem como escopo a abolição da pena de morte, não sendo
ON

admitida qualquer reserva, exceto se for formulada no momento da ratificação ou adesão, que preveja
M

a aplicação da pena de morte em virtude da condenação por infração penal de natureza militar de
56

gravidade extrema cometida em tempo de guerra (art. 2°).


386

● NOVIDADE! O Segundo Protocolo Facultativo foi promulgado pelo Decreto n° 11.777, de 9 de


95

novembro de 2023, integrando o ordenamento jurídico brasileiro com status de supralegalidade, com
38

reservas ao art. 2°.


11
RT

b) Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC)


LA

● O Pacto Internacional sobre Direitos Econômicas, Sociais e Culturais (PIDESC) foi adotado pelas Nações
U

Unidas juntamente com o PIDCP, em 1966. Foi aprovado pelo Congresso Nacional Brasileiro a partir do
GO

Decreto Legislativo n° 226/1991, tendo sido promulgado pelo Decreto n° 591/1992.


I
LL
RE

14
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Ocorre que diferentemente do PIDCP, o PIDESC deve ser implementado de maneira progressiva, o que
lhe dá uma natureza programática.

RT
● Ademais, o PIDESC criou o seu próprio mecanismo de proteção e monitoramento, instituindo o Comitê

A
UL
de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

GO
Obs.2: Protocolo Facultativo ao PIDESC

LI
• O Protocolo Facultativo ao PIDESC foi editado com a finalidade de instituir mecanismos de proteção

L
RE
e monitoramento, como petições individuais, petições interestatais, relatórios, medidas provisórias,

MO
procedimentos de investigação.
• Não foi ratificado pelo Brasil.

UE
IQ
ON
10. O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

6M
1. O Tribunal Penal Internacional (TPI) consagrou a teoria da responsabilidade penal internacional dos

65
indivíduos, tratando-se de um tribunal permanente e independente da ONU, que julga pessoas (não
38
julga Estados), com idade superior a 18 anos acusadas de praticar determinados crimes previstos no
95
Estatuto de Roma, perpetrados mediante graves violações aos direitos humanos.
38
11

2. A jurisdição do TPI é complementar em relação à jurisdição penal dos Estados, a quem compete
primariamente apurar, processar e julgar os crimes abrangidos pela competência do TPI.
RT

3. Tem personalidade jurídica própria e é composto21934


por 18 juízes, eleitos pelos Estados-Partes para um
LA

mandato de 9 anos, não sendo permitida a reeleição.


OU

4. Segundo o seu art. 5º do Estatuto, a competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que
IG

afetam a comunidade internacional no seu conjunto, tratando-se de:


LL

● Crimes de Genocídio (art. 6°);


RE

● Crimes contra a Humanidade (art. 7°);


MO

● Crimes de Guerra (art. 8°); e


● Crimes de Agressão (vide art. 5.2).
E
IQU
ON

5. No Brasil, foi aprovado pelo Congresso Nacional a partir do Decreto Legislativo n° 112/2002 e foi
promulgado pelo Decreto n° 4.388/2002. Dessa forma, encontra-se submetido à jurisdição do TPI, de
M

acordo com §4º do art. 5°, da CRFB/88.


56
386

6. Considerações importantes:
95

● A jurisdição do TPI somente é admitida em relação a crimes cometidos após a entrada em vigor do
38

Estatuto de Roma (2022).


11

● Os crimes
21934 sob a jurisdição do TPI não prescrevem, conforme expressa disposição do Estatuto.
RT

● É irrelevante a função estatal do réu no TPI, podendo o Tribunal julgar qualquer pessoa, inclusive
LA

um Chefe de Estado.
U
GO

● As penas previstas são a de reclusão (por um período que não exceda a 30 anos), a prisão perpétua
(para crimes de extrema gravidade), multa e sequestro dos bens ou haveres procedentes direta ou
I
LL

indiretamente do crime. Não há pena de morte.


RE

15
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
11 A ESTRUTURA NORMATIVA DO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

ART
UL
11.1 O Sistema Global De Proteção Dos Direitos Humanos

GO
1. A Organização das Nações Unidas (ONU) passou a ser o grande foro mundial de debates sobre temas

LI
L
envolvendo direitos humanos e sua proteção. Hoje, 192 países são membros da ONU.

RE
2. A ONU possui órgãos próprios e ainda relações de apoio administrativo e técnico com órgãos criados

MO
por diversos tratados elaborados sob seu patrocínio voltados à proteção de direitos humanos. O
conjunto desses mecanismos compõem o SISTEMA GLOBAL, ONUSIANO ou UNIVERSAL DE DIREITOS

UE
HUMANOS.

IQ
ON
11.1.1 ÓRGÃOS DAS NAÇÕES UNIDAS

6M
65
1. A Carta da ONU cria as Nações Unidas e desenvolve a sua estrutura organizacional. A priori, apresenta os
38
seguintes princípios como os mais importantes: a) a paz mundial; b) a tolerância entre os povos; c) a não
95
Intervenção; e d) a solução pacífica das controvérsias. Insta salientar que os órgãos da ONU não possuem
38

personalidade jurídica, ao contrário dos organismos da ONU, como a Organização Internacional do


11

Trabalho (OIT), e se organizam da seguinte forma, de acordo com o art. 7°:


RT

● Assembleia Geral: é o órgão máximo deliberativo21934da ONU e tem como objetivo definir as políticas da
LA

Organização, sendo constituída por todos os Membros das Nações Unidas, limitando-se a 5
OU

representantes para cada.


IG

● Conselho de Segurança: é o órgão da ONU que tem como principal responsabilidade a manutenção da
LL

paz e da segurança internacionais.


RE

● Conselho Econômico e Social: responsável por elaborar estudos e relatórios a respeito de assuntos
MO

internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos


● Conselho de Tutela: tem como principais objetivos assegurar a autodeterminação, a autogovernação e
E
QU

a independência de territórios tutelados, promovendo o seu desenvolvimento progressivo para alcançar


I

governo próprio ou independência e favorecer o reconhecimento da interdependência de todos os


ON

povos.
M

● Corte Internacional de Justiça ou Tribunal Internacional de Justiça ou Tribunal de Haia - é o principal


56

órgão judicial das Nações Unidas, com sede em Haia, nos Países Baixos, o que não obsta o exercício de
86
3

suas funções em qualquer outro país. Todos os Membros das Nações Unidas são partes do Estatuto da
95

Corte. O quórum de 9 juízes é suficiente para constituir a Corte. Possui 2 competências principais:
38

a) Competência Contenciosa: Função de resolver os litígios jurídicos que lhes são submetidos,
11

julgando Estados – e não pessoas, cuja competência é do Tribunal Penal Internacional (TPI) -,
RT

sendo suas decisões definitivas e obrigatórias àqueles que reconhecem21934a sua competência.
LA

b) Competência Consultiva: Função de emitir pareceres consultivos sobre questões jurídicas que
U

lhe são remetidas por órgãos ou agências especializadas das Nações Unidas.
GO

● Secretariado - é o órgão executivo da ONU e será composto de um Secretário-Geral e do pessoal exigido


I
LL

pela Organização.
RE

16
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
11.2 Sistemas Regionais De Proteção Dos Direitos Humanos

ART
UL
11.2.1 Sistema Europeu de Proteção dos Direitos Humanos

GO
1. O Sistema Europeu de Proteção dos Direitos Humanos foi o primeiro a ser instituído, no final da Segunda

LI
L
Guerra Mundial, e é considerado o maior e o mais desenvolvido entre os sistemas regionais, servindo

RE
de modelo para os demais continentes.

MO
11.2.2 Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos

UE
IQ
1. A CADH criou a Corte Interamericana de Direitos Humanos e dotou de maiores atribuições a já existente

ON
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgãos estes fiscalizatórios. Este foi o segundo sistema

6M
regional a ser instituído, podendo a CADH ter como Estados-Membros aqueles que também o são na

65
OEA.
38
2. Além da Carta de São José da Costa Rica, esse sistema conta com instrumentos internacionais que
95
protegem direitos específicos (ex.: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir o Crime de Tortura).
38
11

11.2.3 Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos


RT

21934
LA

21934
1. O Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos é o mais recente e, portanto, o menos
OU

desenvolvido. Foi criado a partir da União Africana (de 2011), tendo como principal documento a Carta
IG

Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (Carta de Banjul), aprovada em janeiro de 1981, em Bajul.
LL
RE

12. ESTRUTURA BÁSICA DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


MO

1. O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos é formado essencialmente por 4


E
QU

instrumentos internacionais:
1. Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA, 1948);
I
ON

2. Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948);


M

3. Convenção Americana de Direitos Humanos (1969); e


56

4. Protocolo de San Salvador (1988).


86
3
95

12.1 Carta Da Organização Dos Estados Americanos


38
11

1. A ideia central que permeia o primeiro instrumento internacional é o dever de respeitar os direitos
RT

humanos por parte dos Estados-Membros da OEA.


LA

2. São valores expressos na Carta da OEA: liberdade individual, justiça social, direitos sociais, garantia da não
U

discriminação. Percebe-se a presença tanto de direitos civis e políticos como dos direitos econômicos,
GO

sociais e culturais.
I
LL
RE

17
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
3. O art. 53 da Carta dispõe acerca dos órgãos da OEA, sendo um deles a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos. Trata-se de um relevante instrumento de proteção dos direitos humanos no

RT
continente americano.

A
UL
Comissão Interamericana de Direitos Humanos: criada pela Carta da OEA.

GO
Corte Interamericana de Direitos Humanos: criada pela CADH.

LI
12.2 Declaração Americana De Direitos E Deveres Do Homem

L
RE
MO
1. A Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem (DADDH) está para o Sistema Interamericano
tal como a Declaração Universal de Direitos Humanos está para o Sistema Global, sendo um importante

UE
vetor interpretativo.

IQ
2. A DADDH consagra tanto direitos civis e políticos (exemplo: direito à vida, à liberdade, à segurança, à

ON
integridade da pessoa, à proteção à maternidade, à infância), quanto direitos econômicos, sociais e

6M
culturais (exemplo: direito à educação,
21934 à cultura, ao trabalho digno, à justa remuneração, ao lazer, ao

65
descanso, à previdência social).
38
3. É considerada a interpretação autêntica dos dispositivos genéricos de proteção dos direitos humanos da
95
Carta da OEA, conforme decisão exarada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em parecer
38

consultivo (Opinião Consultiva 10/1989).


11
RT

12.3 Convenção Americana De Direitos Humanos


LA

21934
OU

1. O Sistema Interamericano foi consolidado com a Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH ou
IG

Pacto de São José da Costa Rica), que foi adotado no âmbito da OEA por ocasião da Conferência
LL

Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos.


RE

2. A CADH deu ênfase à implementação dos direitos civis e políticos, apenas mencionando o vago
MO

compromisso dos Estados com o desenvolvimento progressivo dos direitos econômicos, sociais e
culturais. Posteriormente, estes direitos foram objeto do Protocolo de San Salvador, Protocolo Adicional
E
QU

à CADH.
3. Princípio do Non-Refoulement: A CADH determina que ninguém pode ser expulso do território do Estado
I
ON

do qual for nacional nem ser privado do direito de nele entrar.


M

4. Proibição da Prisão por Dívidas: A CADH estabelece que ninguém deve ser detido por dívidas, salvo os
56

mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação


86

alimentar.
3
95

● Analisando-se essa disposição da CADH, o STF decidiu pela derrogação das normas estritamente legais
38

referentes à prisão do depositário infiel, o que culminou na edição da Súmula Vinculante n° 25: É ilícita
11

a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.


RT

5. Duplo Grau de Jurisdição - O duplo grau de jurisdição está expressamente previsto no art. 8.2.h da
LA

CADH, o que não ocorre no Brasil, que se trata de um princípio constitucional implícito.
U

6. Audiência de Custódia - A implementação das audiências de custódia no Brasil tem como embasamento
GO

o art. 8.1 da CADH, o qual estabelece que toda da pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas
I
LL

garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial,
RE

18
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer

RT
outra natureza.

A
UL
GO
12.3.1 Protocolo Adicional À Convenção Americana Sobre Direitos Humanos Em Matéria De Direitos
Econômicos, Sociais E Culturais

LLI
RE
1. Tendo em vista que a Convenção Americana de Direitos Humanos enumerou apenas os direitos civis e

MO
políticos, foi necessária a elaboração do Protocolo de San Salvador para enumerar os direitos econômicos,
sociais e culturais.

UE
2. Estabelece a obrigação de adotar medidas necessárias até o máximo dos recursos disponíveis e levando

IQ
em conta o grau de desenvolvimento do Estado, a fim de conseguir, progressivamente e de acordo com

ON
a legislação interna, a plena efetividade dos direitos nele reconhecidos.

6M
3. O Protocolo prevê como Mecanismos de Proteção e Monitoramento:

65
● Relatórios Periódicos ao Secretário-Geral da OEA sobre as medidas progressivas que tiverem
38
adotado, a fim de assegurar o respeito dos direitos consagrados no Protocolo – que os transmitirá ao
95
Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral, à Comissão IDH e a organismos
38

especializados do Sistema Interamericano.


11

● Petições Individuais à Comissão IDH – nos casos de violação de direitos à educação e aos direitos dos
RT

trabalhadores de organizar sindicatos e de filiar se ao de sua escolha, para proteger e promover seus
LA

21934
interesses.
OU
IG

12.4 Os Mecanismos De Proteção E Monitoramento


LL
RE

1. O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos é fundado no âmbito da Organização dos
MO

Estados Americanos (OEA) e está dividido em dois outros sistemas, complementares entre si:
a) Sistema da OEA: Tem por base a Carta da Organização dos Estados Americanos e a Declaração
E
QU

Americana de Direitos e Deveres do Homem (DADDH). Possui 2 órgãos que atuam na proteção e
no monitoramento21934
dos direitos humanos:
I
ON

● Comissão Interamericana de Direitos Humanos;


M

● Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral.


56

b) Sistema da Convenção Americana de Direitos Humanos: Tem por base a Convenção Americana de
86

Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Tal Convenção apresenta os 2 principais órgãos
3
95

que atuam na proteção e no monitoramento dos direitos humanos do Sistema Interamericano:


38

● Comissão Interamericana de Direitos Humanos;


11

● Corte Interamericana de Direitos Humanos.


RT
LA

12.4.1 Comissão Interamericana De Direitos Humanos


U
IGO
LL
RE

19
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
1. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem papel dúplice, pois possui funções como órgão
principal da Organização dos Estados Americanos (OEA) e funções como órgão da Convenção Americana

RT
sobre Direitos Humanos (CADH).

A
UL
2. Trata-se de órgão autônomo, pois seus membros atuam com independência e imparcialidade, não

GO
representando o Estado de origem.
3. É composta por 7 membros, eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral da OEA, os quais devem ser

L LI
pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos, eleitos por

RE
4 anos e só poderão ser reeleitos 1 vez.

MO
4. Trâmite das Petições Individuais: A Comissão Interamericana é provocada por meio de uma petição
escrita, que pode ser de autoria: da própria vítima; de terceiros, incluindo organizações não

UE
governamentais (demandas individuais); de outro Estado (demandas interestatais); pode, ainda, atuar

IQ
ON
de ofício.
b) As condições de admissibilidade da petição 21934
individual à Comissão IDH são as seguintes:

6M
● Esgotamento dos recursos internos;

65
Casos de dispensa da necessidade de prévio esgotamento dos recursos internos: 38
95
- Não existir o devido processo legal para a proteção do direito violado;
38

- Não se houver permitido à vítima o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ela impedido de esgotá-los;
11

- Houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos (art. 46.2);


- O recurso disponível for inidôneo;
RT

- O recurso foi inútil; ou


LA

21934
- Faltarem defensores ou haver barreiras de acesso à justiça.
OU

Exceção de admissibilidade por ausência de esgotamento dos recursos internos:


IG

- Deve ser invocada pelo Estado já no procedimento perante a Comissão IDH e, caso não o faça, subentende-se que houve desistência
LL

tácita desta objeção.


RE

- Após, não pode o Estado alegar esgotamento, pois seria violação do princípio do estoppel (proibição de se comportar de modo
contrário à sua conduta anterior).
MO
E

● Ausência de decurso do prazo de 6 meses, contados do esgotamento dos recursos internos, para
QU

a apresentação da petição;
I
ON

● Ausência de litispendência internacional;


M

● Ausência de coisa julgada internacional.


56
86

5. Processamento na Comissão Interamericana de Direitos Humanos


3
95

● Admitida a petição, a Comissão solicita informações ao Estado denunciado, que deve responder em
38

um prazo razoável, de modo a concretizar o contraditório.


11

● Recebidas as informações – ou transcorrido o prazo de resposta – caso não subsistam os motivos


ensejadores da petição, ela será arquivada.
RT

● Se o processo não for arquivado, a Comissão examinará o assunto, podendo realizar investigações
LA

(pode fazer visitas in loco) e solicitar novas informações.


U
GO

● Caso se chegue a uma solução amistosa, a Comissão redigirá um relatório, encaminhando-o aos
peticionários, aos Estados-Partes e ao Secretário-Geral da OEA, para publicação.
I
LL
RE

20
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Se não houver solução amistosa, a Comissão redigirá um relatório com a exposição dos fatos e suas
conclusões, encaminhando-o aos Estados interessados. Neste relatório, poderá formular

RT
proposições e recomendações (primeiro informe – art. 50, CADH), tratando-se de uma

A
UL
oportunidade que a Comissão confere para o Estado reparar os danos antes de ser, de fato,

GO
processado no âmbito da Corte interamericana.
● Se no prazo de 3 meses após o envio do relatório ao Estado interessado não houver uma solução,

LLI
o caso é submetido automaticamente à decisão da Corte.

RE
● Transcorrido o prazo, a Comissão, mediante voto da maioria absoluta de seus membros, poderá

MO
publicar relatório perante a OEA informando que o Estado não cumpriu as medidas adequadas
(segundo informe – art. 51, CADH). O caso, então, será levado a IDH.

UE
Obs.: Há a possibilidade de edição de Medidas Cautelares no âmbito da Comissão IDH? Sim. O art. 25 do

IQ
21934

ON
Regulamento da Comissão prevê a edição de medidas cautelares para proteger pessoas ou grupos de pessoas
do (i) risco de dano irreparável em (ii) situações de gravidade e urgência, quer haja relação ou não com

6M
petição em trâmite.

65
● Não há dispositivo expresso na CADH sobre a eficácia vinculante das medidas cautelares, que são,
38
então, entendidas como recomendações, à luz do art. 41, “b”, da CADH.
95
38

12.4.2 Corte Interamericana de Direitos Humanos


11
RT

1. A Corte Interamericana de Direitos Humanos 21934 é um órgão criado pela CADH e funciona como uma
LA

instituição judicial autônoma, não sendo, portanto, órgão da OEA.


OU

2. Não é um tribunal permanente e o quórum para deliberações é de 5 juízes, sendo que as decisões
IG

serão tomadas pela maioria dos juízes presentes.


LL

3. Possui jurisdição dúplice: contenciosa e consultiva.


RE

4. Apesar de ter ratificado e incorporado internamente a CADH em 1992, somente em 2002, a partir do
MO

Decreto n° 4.463/02, o Brasil promulgou o reconhecimento da jurisdição da Corte IDH.


5. A competência da Corte é para julgar casos de violações de direitos humanos, sendo certo que emite
E
QU

sentenças vinculantes.
I

6. A legitimidade passiva é sempre do Estado. A Corte IDH não julga pessoas, mas sim ações de
ON

responsabilidade internacional do Estado por violação de direitos humanos.


M

7. Medidas Provisórias
56

● A Corte IDH, nos casos sob sua apreciação, poderá tomar as medidas provisórias que considerar
86
3

pertinentes para, em casos de extrema gravidade e urgência, evitar danos irreparáveis às pessoas.
95

● Nos casos sob sua análise, a Corte pode agir de ofício ou por provocação das vítimas ou seus
38

representantes, mas tratando-se de casos ainda não submetidos à sua consideração, somente
11

poderá atuar por requerimento da Comissão.


RT

● O Estado deve cumprir as medidas provisórias e informar periodicamente à Corte IDH. A Corte
LA

incluirá no Relatório Anual à Assembleia Geral uma relação das medidas provisórias que tenha
U

ordenado durante determinado período e quando tais medidas não tenham sido devidamente
GO

executadas.
I
LL
RE

21
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Exemplos de Medidas Provisórias contra o Brasil: caso Penitenciária Urso Branco; Caso crianças e adolescentes privados de liberdade
no Complexo de Tatuapé (tortura); caso Penitenciária Dr. Sebastião Martins Silveira, em Araraquara; caso Centro Penitenciário de

RT
Curado; caso Complexo Penitenciário de Pedrinhas; caso Gomes Lund (guerrilha do Araguaia); caso Instituto Penitenciário Plácido de

A
Sá Carvalho.

UL
GO
Medida cautelar = Comissão Interamericana de Direitos Humanos = Previsão no Regulamento da Comissão = Eficácia de

LI
recomendação (não vinculante).

L
Medida provisória = Corte Interamericana de Direitos Humanos = Previsão na CADH = Eficácia vinculante.

RE
MO
12.4.3 Sentença da Corte IDH

UE
IQ
1. A sentença da Corte IDH não precisa de homologação do STJ para ser executada no Brasil, pois não é

ON
sentença estrangeira.

6M
2. A sentença da Corte é definitiva e inapelável. Em caso de divergência sobre o21934
sentido ou alcance, cabe
à parte (vítima ou Estado) ou à Comissão apresentar pedido de interpretação, semelhante aos nossos

65
embargos de declaração, cujo prazo para apresentação é de 90 dias, a partir da data da notificação da
sentença. 38
95
38
11

13. FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES GRAVES CONTRA OS DIREITOS HUMANOS – INCIDENTE DE


DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA (IDC)
RT
LA

21934

1. É conhecido tecnicamente como Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), introduzido no


OU

ordenamento jurídico brasileiro pela EC 45/2004 e previsto no art. 109, inciso V-A e § 5°, da CRFB/88.
IG

2. Pode-se, portanto, concluir que o IDC é constituído de seis elementos principais:


LL

a) Legitimidade exclusiva de propositura: Procurador-Geral da República.


RE

b) Competência privativa para o deferimento do IDC: Superior Tribunal de Justiça, com possibilidade de
MO

recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal.


E

c) Abrangência: Esferas cível e criminal, desde que se refiram a graves violações de direitos humanos.
QU

d) Momento: Fase pré-processual ou fase processual.


I
ON

e) Finalidade: Cumprimento de obrigações decorrentes de tratados de direitos humanos celebrados


pelo Brasil.
M
56

f) Competência para o julgamento do caso em que envolveu a grave violação dos direitos humanos:
86

Justiça Federal.
3

Obs.: Vale mencionar que o STF (ADI 3486-DF, Info. 1107) entendeu ser constitucional — por não
95

afrontar a forma federativa de Estado e os direitos e as garantias individuais — o art. 1º da EC 45/2004,


38
11

no que se refere à criação do incidente de deslocamento de competência (IDC) para a Justiça Federal,
nas hipóteses de grave violação de direitos humanos (inclusão do inciso V-A e do § 5º ao art. 109 da
RT

CF/1988).
LA

3. Crítica: Apesar de aceito pelo STJ, o IDC não escapa às críticas feitas pela doutrina, tendo em vista que a
U
GO

federalização das graves violações de direitos humanos geraria o amesquinhamento do pacto federativo
em detrimento ao Poder Judiciário Estadual e ainda violaria o princípio do juiz natural e do devido
I
LL

processo legal.
RE

22
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
4. Análise dos casos paradigmas:

RT
a) IDC 01

A
UL
1. O primeiro Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) requerido pelo PGR ao STJ refere-se

GO
à apuração do assassinato da Irmã Dorothy Stang, missionária de Notredame, no Estado do Pará,
tendo em vista que a mesma defendia reforma agrária justa e soluções para os conflitos de posse e

LLI
exploração de terra na região Amazônica.

RE
2. No citado caso, o Superior Tribunal de Justiça indeferiu o pedido de deslocamento de competência,

MO
uma vez que, apesar de reconhecer a grave violação de direito humano e a necessidade de assegurar
o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais, rejeitou o risco de

UE
descumprimento, pois considerou demonstrado o empenho das autoridades estaduais, com o auxílio

IQ
ON
da Polícia Federal e do Exército, em dar resposta eficiente à violação.
3. Apesar de o IDC 01 ter sido indeferido pelo Superior Tribunal de Justiça, foi importante em diversos

6M
aspectos para o referido instituto jurídico.

65
● Primeiramente, o STJ conheceu a sua constitucionalidade, ao reconhecer o pedido e
38
fundamentar no sentido de que todo homicídio doloso representa grave violação ao maior e
95
mais importante de todos os direitos humanos, que é o direito à vida, previsto no art. 4.1 da
38

Convenção Americana sobre Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.


11

● Em segundo lugar, foi nesse caso que o STJ fixou 3 requisitos cumulativos para o deferimento
RT

do IDC, pois apenas os 2 primeiros estão previstos na CRFB/88, sendo o 3° jurisprudencial:


LA

21934

(1) A existência de grave violação a direitos humanos;


OU

(2) A necessidade de cumprimento, pelo Brasil, de obrigações decorrentes de tratados


IG

internacionais, sob pena de responsabilização internacional;


LL

(3) Evidência de conduta das autoridades21934 estaduais reveladora de falha proposital ou por
RE

negligência, imperícia ou imprudência na condução de seus atos, que vulnerem o direito a


MO

ser protegido, ou ainda revele demora injustificada na investigação ou prestação


jurisdicional.
E
I QU

b) IDC 02
ON

1. Em 27 de outubro de 2010, houve a primeira decisão favorável à federalização de um caso. Trata-


M

se do caso "Manoel Mattos" (IDC 2 -DF - 2009/0121262-6). O defensor de direitos humanos Manoel
56

Mattos foi assassinado em 24.01.2009, no Município de Pitimbu/PB, após ter incessantemente


86
3

noticiado a atuação de grupos de extermínio na fronteira de Pernambuco e Paraíba.


95

2. Ficou consignado na decisão que o risco de responsabilização internacional pelo descumprimento


38

de obrigações derivadas de tratados internacionais aos quais o Brasil anuiu (dentre eles, vale
11

destacar, a Convenção Americana de Direitos Humanos) é bastante considerável, mormente pelo


RT

fato de já ter havido pronunciamentos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com


LA

expressa recomendação ao Brasil para adoção de medidas cautelares de proteção a pessoas


U

ameaçadas pelo tão propalado grupo de extermínio atuante na divisa dos Estados da Paraíba e
GO

Pernambuco, as quais, no entanto, ou deixaram de ser cumpridas ou não foram efetivas.


I
LL
RE

23
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Foram propostos outros incidentes de deslocamento de competência, como o IDC 03, em que se tratava da atuação de grupos de
extermínio e violência em Goiás, que foi julgado parcialmente procedente; o IDC 04, que foi suscitado devido à publicidade que o

RT
Tribunal de Contas de Pernambuco deu a dados da aposentadoria da suposta vítima de violação de direitos humanos, pois lhe teria

A
causado agressões físicas e morais. Porém, tal IDC foi julgado improcedente, por ausência de condição de procedibilidade; e o IDC

UL
05, que se trata do caso do Promotor de Justiça Thiago Faria Soares, que foi julgado procedente. Entretanto, para a Carreira de

GO
Delegado de Polícia Civil, é importante o conhecimento mais a fundo apenas do IDC 01 – Caso Irmã Dorothy e do IDC 02 – Caso
Manoel Mattos, pois foram precursores e balizaram diversos aspectos do instituto.

L LI
RE
3. IDC 9 – Caso Chacina do Parque Bristol, oriundo do Estado de São Paulo, foi um dos deferidos

MO
pelo STJ, tendo sido deslocada a competência da Justiça Estadual para a Justiça Federal.
4. Observação: O IDC 9 está sendo apresentado, pois o caso ocorreu no Estado de São Paulo.

UE
Por unanimidade, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu nesta quarta-feira (10)

IQ
21934
um Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) e determinou a reabertura e a transferência,

ON
para a Justiça Federal, de inquéritos relativos ao caso conhecido como Chacina do Parque Bristol

6M
– série de assassinatos cometidos em maio de 2006 por grupo de extermínio supostamente ligado a
agentes de segurança pública de São Paulo, como represália a ataques da facção criminosa Primeiro

65
Comando da Capital (PCC).
38
Ao deferir o IDC, o colegiado considerou, entre outros elementos, a existência de indícios de graves
95
violações de direitos humanos no caso e a possibilidade de responsabilização do Brasil em razão de
38

tratados internacionais assinados pelo país.


11

O julgamento teve a participação, como amicus curiae, da Associação de Direitos Humanos em Rede
– Conectas Direitos Humanos.
RT

Inserida no período conhecido como Maio Sangrento, a Chacina do Parque Bristol foi um ataque
LA

21934
cometido por homens encapuzados contra cinco pessoas que estavam no bairro de mesmo nome,
OU

localizado na Zona Sul de São Paulo. Na ação, três pessoas morreram baleadas. Segundo os autos,
logo após o crime, uma viatura da Polícia Militar teria passado pelo local para recolher cartuchos e
IG

projéteis que estavam no chão. Meses após esse episódio, um dos sobreviventes foi morto a poucos
LL

metros do local onde havia sido atingido na primeira vez.


RE

Como consequência da chacina, foram instaurados dois inquéritos policiais. No primeiro deles, a
MO

polícia entendeu não haver elementos suficientes de autoria, motivo pelo qual o Ministério Público de
São Paulo requereu o arquivamento, que foi deferido pelo juiz; no segundo, também arquivado, o
E

Ministério Público Federal alegou que não foram juntados exames periciais importantes para a
QU

elucidação dos fatos.


I

Autora do IDC, a Procuradoria-Geral da República (PGR) justificou a necessidade de remessa do caso


ON

da Justiça de São Paulo para a Justiça Federal em razão de falhas na condução das investigações pelas
M

autoridades estaduais. A PGR também destacou que foi apresentada à Corte Interamericana de
56

Direitos Humanos (Corte IDH) um pedido de responsabilização do Brasil pelo episódio. 1


86

5. Caso Marielle Franco e Anderson Gomes: No ano de 2020, o STJ julgou improcedente o incidente de
3

deslocamento de competência ajuizado pela PGR que buscava transferir para a esfera federal a
95

investigação sobre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista


38
11

Anderson Gomes. A ministra Laurita Vaz, relatora, defendeu a manutenção do caso sob a
competência da Justiça estadual, da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
RT

Para ela, o caso não preencheu os requisitos necessários para a federalização, pois não foi possível
LA

verificar desídia ou desinteresse por parte das autoridades estaduais nas investigações para
U
GO

solucionar o crime.
I
LL

1
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/10082022-Terceira-Secao-decide-que-Justica-Federal-deve-assumir-
RE

investigacao-sobre-Chacina-do-Parque-Bristol.aspx
24
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
6. Há outros mais recentes: Terceira Seção do STJ deferiu, parcialmente, o incidente de deslocamento
de competência para que a investigação, o processamento e o julgamento dos mandantes,

RT
intermediários e executores dos assassinatos de vítimas, em sua maioria, lideranças de movimentos

A
UL
em prol dos trabalhadores rurais, e responsáveis por denúncias de grilagem de terras e de extração

GO
ilegal de madeira, ocorridos em contexto de conflito agrário instalado no Estado de Rondônia, sejam
deslocados para o âmbito da Justiça Federal daquele Estado. STJ. IDC 22-RO, Rel. Ministro Messod

LLI
Azulay Neto, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 23/8/2023, DJe 25/8/2023. (Info 790). E,

RE
ainda, também pela Terceira Seção, o STJ deferiu o incidente de deslocamento de competência para

MO
a Justiça Federal em razão da incapacidade dos agentes públicos na condução de investigações, de
identificar os autores dos homicídios/execuções cometidos nos casos conhecidos como "Maio

UE
Sangrento" e "Chacina do Parque Bristol". STJ. IDC 9-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Terceira

IQ
ON
Seção, por unanimidade, julgado em 10/08/2022. (Info 744)

6M
14. A POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E OS PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

65
38
1. PNDH-1 (1996): Teve como missão dar visibilidade aos problemas referentes aos direitos humanos no
95
Brasil e, simultaneamente, estipular e coordenar os esforços para a superação das dificuldades e
38

implementação de direitos. Voltou-se à garantia de proteção dos direitos civis e políticos (direitos de
11

1ª dimensão), sendo considerado importante para a consolidação do regime democrático no Brasil


RT

(devido ao contexto histórico pós ditadura militar). Entretanto, por não traçar planos específicos de
LA

21934

ação, dotou-se de pouca efetividade.


OU

2. PNDH-2 (2002): Foi editado o Decreto n° 4.229/02, que criou o Segundo Programa Nacional de
IG

Direitos Humanos (PNDH-2) e revogou o PNDH-1. O PNDH-2 ampliou as diretrizes abordadas pelo
LL

PNDH-1, pois além de abarcar direitos civis e políticos, abordou de forma inédita ações específicas
RE

referentes a direitos econômicos, sociais e culturais (direitos de 2ª dimensão). Por existir planos de
MO

ação, quais sejam, os Planos de Ação Anuais, é dotado de maior efetividade em relação ao primeiro.
3. PNDH-3 (2009): Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) revogou o PNDH-2,
E

21934
QU

estando ainda em vigor. Ele é composto de:


I

● 6 Eixos Orientadores;
ON

● 25 Diretrizes;
M

● 82 Objetivos Estratégicos;
56

● 521 Linhas de Ações.


386

Portanto, ao adotar eixos orientadores e diretrizes, detalhou as diversas dimensões dos direitos
95

humanos, abarcando um maior rol de direitos (1ª, 2ª e 3ª dimensões), conforme se vê no art. 2° do Decreto
38

n° 7.037/09 (é muito importante a leitura atenta da lei seca, destacando-se o Eixo Orientador IV: Segurança
11

Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência).


RT

O PNDH-3 é o Programa com maior efetividade de todos, uma vez que traz planos de ação mais
LA

exigentes, quais sejam, os Planos de Ação de Direitos Humanos bianuais, sendo, portanto, apresentados uma
U

vez a cada 2 anos.


IGO
LL
RE

25
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Por fim, salienta-se que a redação original do Decreto n° 7.037/09 instituiu como técnica de
monitoramento o Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH3, de acordo com o art. 4°.

RT
Entretanto, ele foi revogado pelo Decreto n° 10.087/2019.

A
UL
GO
Observação: Recomenda-se a leitura do Anexo do PNDH-3.
21934

LI
L
RE
MO
UE
IQ
ON
6M
65
38
95
38
11
RT
LA

21934
OU
IG
LL
RE
MO
E
QU
I
MON
56
3 86
95
38
11
RT
LA
U
IGO
LL
RE

26
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

RT
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

A
UL
GO
1. Princípios que regem as relações internacionais (art. 4º).
2. Outros princípios constitucionais:

LLI
a) Dignidade da pessoa humana: o “princípio da dignidade humana expressa um conjunto de valores

RE
civilizatórios que se pode considerar incorporado ao patrimônio da humanidade. Dele

MO
se extrai o sentido mais nuclear dos direitos fundamentais, para tutela do mínimo existencial e da
personalidade humana, tanto na dimensão física como na moral”.

UE
b) Legalidade: O princípio da legalidade significa que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo

IQ
ON
que não esteja previamente estabelecido na própria CR e nas normas jurídicas dela derivadas.
● Legalidade x Reserva Legal: O princípio da reserva legal é um desdobramento da legalidade, que

6M
impõe e vincula a regulação de determinadas matérias constantes na constituição à fonte formal do

65
tipo lei.
● Acepções do princípio da legalidade: 38
95
1) Para particulares: Somente a lei pode criar obrigações, de forma que a inexistência de lei proibitiva
38

de determinada conduta implica ser ela permitida.


11

21934
2) Para a Administração Pública: O Estado se sujeita às leis, e deve atuar em conformidade à previsão
RT

legal. O administrador público só poderá agir dentro daquilo que é previsto e autorizado por lei.
LA

21934

c) Isonomia:
OU

● Isonomia formal: Igualdade perante a lei;


IG

● Isonomia material: Tratar os desiguais na medida de sua desigualdade.


LL
RE

2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


MO

2.1 Geração dos direitos fundamentais:


E
IQU

Direitos de 1ª GERAÇÃO/DIMENSÃO Direitos de 2ª GERAÇÃO/DIMENSÃO Direitos de 3ª


ON

GERAÇÃO/DIMENSÃO
M

Surgem com revoluções liberais, Surgem no final do século XIX e início 2º metade do séc. XX, no pós 2ª
56

CONTEXTO burguesas, diante do nascimento do do século XX, diante do fenômeno do Guerra, ligados aos movimentos
86

HISTÓRICO constitucionalismo liberal. – Séc. XIX. constitucionalismo social. de melhoria da qualidade de


3
95

vida dos cidadãos


38

MARCOS Inglaterra – 1.215 – Magna Carta Constituição Mexicana de 1917


11

EUA – 1.776 – Declaração de Constituição Alemã de Weimar de


Independência Americana 1919
RT

EUA – 1.787 – Constituição Americana Rússia – 1.917/18 – Declaração do


LA

França – 1.789 – Revolução Francesa Povo Oprimido e Trabalhador –


U

França – 1.791 – Constituição Francesa Revolução Russa


GO

Constituição Brasileira de 1934.


I
LL
RE

27
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
SINÔNIMOS direitos negativos, direitos de direitos sociais, econômicos e difusos e coletivos
abstenção. culturais direitos metaindividuais

RT
Direitos positivos, direitos direitos supraindividuais

A
prestacionais

UL
FUNDAMENTO Igualdade FORMAL Igualdade MATERIAL FRATERNIDADE

GO
CONCEITO Buscam limitar o poder estatal, São direitos que impõem ao Estado São direitos transindividuais,

LI
impondo ao Estado obrigações de não- uma obrigação de fazer, de prestar. isto é, titularizados por toda a

L
fazer e se relacionam às pessoas, Buscam viabilizar, através do Estado,

RE
coletividade, não pertencendo a
individualmente. a satisfação das necessidades básicas
uma pessoa isoladamente.

MO
dos indivíduos como forma de lhes
proporcionar uma vida digna.

UE
Possuem caráter indivisível.

IQ
ON
EXEMPLOS Propriedade, igualdade formal (perante Saúde, educação, moradia, segurança Direito ao meio ambiente

6M
a lei), liberdade de crença, de pública.

65
manifestação de pensamento, direito à

38
vida 95
38

• DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO OU QUARTA DIMENSÃO: Segundo o autor Paulo Bonavides os direitos
11

de quarta dimensão seriam fruto do processo de globalização dos direitos fundamentais, no sentido de
RT

uma universalização desses direitos no plano institucional, o que corresponde à última fase da
LA

21934

institucionalização do Estado Social, de forma a sacramentar a evolução democrática e social alcançada


OU

até então.
IG

● Direitos à democracia participativa


LL

● Direito à informação
RE

● Direitos ligados às questões de bioética.


MO

● Direitos ao pluralismo (art. 1º, CF)


E
QU

• DIREITOS DE QUINTA GERAÇÃO OU DIMENSÃO: Direito à paz.


I

• DIREITOS DE SEXTA DIMENSÃO: Caracteriza-se pelo direito à água potável.


M ON

Obs.: Eventual novo direito individual criado por meio de emenda constitucional é considerado cláusula pétrea? R.: NÃO. É preciso
56

distinguir, contudo, a situação em que uma EC apenas especifica, detalha ou incrementa um direito fundamental já criado, sem
86

inovar no rol de direitos. Nesse caso, ainda que introduzida por EC, a novidade é considerada cláusula pétrea.
3
95
38

2.2 Destinatários
11
RT

1. Os destinatários das normas dos direitos individuais, que são os direitos fundamentais, é o ser humano,
LA

o indivíduo. 21934
U

2. Podem ser brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil. Para a doutrina, os estrangeiros não
GO

residentes no Brasil também são destinatários de direitos fundamentais!


I
LL
RE

28
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
3. Para a maioria da doutrina e o STF, as pessoas jurídicas de direito privado e de direito Público podem
ser titulares de direitos fundamentais.

A RT
UL
2.3. Os Direitos Fundamentais Na Constituição Federal De 1988

GO
1. O ordenamento jurídico brasileiro adotou um sistema aberto de direitos fundamentais no Brasil, não se

L LI
podendo considerar taxativo o rol do artigo 5º.

RE
2. Nos aproximamos do denominado liberalismo igualitário, que busca se equilibrar entre a proteção das

MO
liberdades civis e a redução das desigualdades sociais.
3. Princípio da indivisibilidade - os direitos das diferentes gerações não se excluem, na verdade, se

UE
interpenetram, sofrendo influência mútua. Ou seja, uma geração fortalece o advento da outra.

IQ
ON
4. Não há hierarquia entre os direitos fundamentais.

6M
3. DIREITOS SOCIAIS

65
38
1. A Constituição define no art. 6º quais são os direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o
95
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
38

e à infância, a assistência aos desamparados.


11

2. São direitos de 2ª geração.


RT

3. É possível a efetivação de direitos sociais pelo21934


poder judiciário? R.: Embora seja prerrogativa dos
LA

Poderes Legislativo e Executivo formular e executar políticas públicas, o STF entende possível a
OU

efetivação de direitos sociais via Poder Judiciário, excepcionalmente, sobretudo nas hipóteses de
IG

políticas públicas definidas pela própria Constituição.


LL

4. Direitos coletivos dos trabalhadores: Exercidos pelos trabalhadores coletivamente ou no interesse de


RE

uma coletividade deles, previstos nos arts. 8º a 11.


MO

4. DIREITOS POLÍTICOS
E
IQU

4.1 Direitos Políticos Positivos


M ON

1. Alistabilidade: É a capacidade eleitoral ativa, direito de votar.


56
386

ATENÇÃO: O voto é obrigatório para os que têm entre 18 e 70 anos, e facultativo para aqueles que têm entre 16 e 18 anos e para os
95

maiores de 70 anos e analfabetos.


38
11

21934
a) Inalistáveis (art. 14, §2º, CF/88):
RT

● Estrangeiros, salvo os portugueses equiparados (“quase nacionais”);


LA

● Conscritos (aqueles em serviço militar obrigatório). O conceito de conscrito não é estendido somente
U

às pessoas que têm 17 e 18 anos, mas também aos médicos, dentistas, farmacêuticos, e veterinários
GO

que estejam em serviço militar obrigatório conforme art. 4° da Lei 5.292/67.


I
LL
RE

29
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
2. ELEGIBILIDADE: (art. 14, §3º, CF/88)
a) São condições de elegibilidade:

RT
● A nacionalidade brasileira;

A
UL
● O pleno exercício dos direitos políticos;
● O alistamento eleitoral;

GO
● O domicílio eleitoral na circunscrição;

LI
● A filiação partidária;

L
RE
● A idade mínima de:
▪ 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

MO
▪ 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

UE
▪ 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

IQ
▪ 18 anos para Vereador.

ON
ATENÇÃO: O domicílio eleitoral não se confunde com o domicílio civil, razão pela qual a circunstância de o eleitor residir em

6M
determinado município não o impede de se candidatar por outra localidade onde é inscrito e com a qual mantém vínculos negociais,

65
patrimoniais, profissionais, afetivos ou políticos.

38
95
4.2 Direitos Eleitorais Negativos
38
11

a) INELEGIBILIDADES: É a falta de capacidade eleitoral passiva. Podem ser:


RT

● Inelegibilidades absolutas: Impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva para qualquer cargo
LA

21934
eletivo. Previstos no art. 14, § 4º, da CF:
OU

∘ Inalistáveis: Estrangeiros e conscritos;


∘ Analfabetos: Embora possam votar facultativamente, em nenhuma hipótese poderão ser
IG
LL

votados.
RE

● Inelegibilidades relativas: Impedem o exercício da capacidade eleitoral passiva para determinados


MO

cargos ou em relação a determinado período.


∘ Da função exercida - art. 14, §§ 5º e 6º
E
QU

Obs.: PREFEITO ITINERANTE: Caracteriza-se pela alteração do domicílio eleitoral com finalidade de burlar a regra que tolera apenas
I
ON

uma reeleição. O sujeito não pode se eleger por mais de um mandato no Município A e então muda seu domicílio eleitoral para o
M

Município B, vizinho de A, onde tentará eleger-se prefeito. O STF entendeu tal conduta incompatível com o princípio republicano,
56

pois visa à perpetuação no poder.


386

∘ Inelegibilidade reflexa – art. 14, §7º: A inelegibilidade em razão do parentesco torna


95

inelegíveis no território de jurisdição do Chefe do Poder Executivo o cônjuge e os parentes,


38

consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, salvo quando estes já forem
11

detentores de mandato eletivo e candidatos à reeleição.


RT

21934
LA

Observações importantes:
U
GO

● STF: A inelegibilidade reflexa abrange uniões homoafetivas. Também abrange o cunhado/cunhada (RE
171061).
I
LL
RE

30
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Súmula Vinculante nº 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não
afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Não se aplica a SV 18 em

RT
caso de morte do cônjuge!

A
UL
● Há também a possibilidade de inelegibilidade em razão de outras hipóteses (LEGAL), pois, segundo o

GO
art. 14, §9° da CF, lei complementar pode estabelecer, ainda, outras hipóteses como no caso da LC
64/90, alterada pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/10), esta declarada constitucional pelo STF.

LI
L
● Heterodesincompatibilização: A renúncia afasta a hipótese de inelegibilidade, ou seja, se o Chefe do

RE
Executivo renunciar, é possível que sua família se candidate a qualquer cargo no território de jurisdição

MO
do titular. Tal renúncia deve se dar em até seis meses antes do pleito.
→ EXCEÇÃO: Quando a renúncia ocorre no segundo mandato. Nesse caso o membro da família não

UE
poderá concorrer ao terceiro mandato, eis que, conforme entendimento da Justiça Eleitoral, é

IQ
ON
vedado que uma mesma família ocupe determinado cargo por três mandatos consecutivos. Ex.:
caso “Garotinho”.

6M
● Em caso de desmembramento, o STF entende que a família do titular do Executivo do ente

65
desmembrado não pode se candidatar a cargos eletivos no novo ente criado. Ex.: Município A dá
38
origem ao Município B -> a família do Prefeito do Município A não pode concorrer a cargos eletivos no
95
Município B.
38

21934
11

4.3 Privação de Direitos Políticos


RT
LA

21934

a) Cassação dos direitos políticos: É vedada.


OU

b) Perda dos direitos políticos: Configura privação definitiva, sendo necessária atividade específica do
IG

interessado para a reaquisição. Hipóteses:


LL

● Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art. 15, I): a reaquisição se
RE

dará somente por ação rescisória.


MO

● Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
(art. 15, IV). Nesse caso, a reaquisição dar-se-á quando o indivíduo, a qualquer tempo, cumprir a
E
QU

obrigação devida.
I

Obs.: alertamos que a maioria dos autores de direito eleitoral vem entendendo como situação de
ON

suspensão, e não de perda de direitos políticos, nos termos da literalidade do art. 4.º, § 2.º, da Lei
M

n. 8.239/91. Apenas nos alinhamos ao conceito de perda, com José Afonso da Silva, já que para
56

readquirir os direitos políticos a pessoa precisará tomar a decisão de prestar o serviço alternativo,
3 86

não sendo o vício suprimido por decurso de prazo.


95

c) Suspensão dos direitos políticos: Possui caráter temporário, e a reaquisição decorre automaticamente
38

após determinado período ou o implemento de determinada condição. Hipóteses:


11

● Incapacidade civil absoluta;


RT

● Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;


LA

● Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, cf.


U
GO

5. NACIONALIDADE
I
LL
RE

31
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
5.1 Espécies de Nacionalidade

RT
A) ORIGINÁRIA: Decorre de fato natural ou voluntário, adotada por cada Estado no exercício da sua

A
UL
soberania, e está prevista no art. 12, I, da CF/88:

GO
● CRITÉRIO TERRITORIAL (JUS SOLI OU “DIREITO DO SOLO”): É nacional quem nasce no território do país;
● CRITÉRIO SANGUÍNEO (JUS SANGUINIS OU “DIREITO DO SANGUE”): O indivíduo adquire a

L LI
nacionalidade de seus ascendentes, independente de ter nascido no território de outro país.

RE
MO
1. Brasil: Como regra, adota o critério do jus soli, embora existam hipóteses em que o critério sanguíneo é
aceito (art. 12, I, CF):

UE
● É brasileiro nato o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira a

IQ
ON
serviço da República Federativa do Brasil (jus sanguinis + critério funcional) (CF, art. 12, I, b).
● Aos nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em

6M
repartição brasileira competente (jus sanguinis + registro) (CF, art. 12, I, c, primeira parte).

65
● Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro e que não tenham sido registrados na repartição
38
brasileira competente. Nesta hipótese, caso venha a residir no Brasil, o indivíduo poderá optar, em
95
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (jus sanguinis +
38

critério residencial + opção confirmativa) (CF, art. 12, I, c, segunda parte).


11

● O ius soli, em regra, é um critério oriundo dos países de imigração. O ius sanguinis é oriundo de
RT

países de emigração, com “E”.


LA

21934
OU

B) SECUNDÁRIA: É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa, a naturalização. Pode ser:


IG

● NACIONALIDADE TÁCITA. NÃO está prevista na CF/88.


LL

● Aquisição de NACIONALIDADE JURIMATRIMONI, ou seja, aquisição da nacionalidade brasileira em


RE

razão do casamento. É aquele resultado imediato, direto, do casamento civil. O STF já se manifestou,
MO

recorrentemente, no sentido de que no Brasil não existe esse tipo de 21934


aquisição de nacionalidade.
E
QU

● NACIONALIDADE SECUNDÁRIA EXPRESSA:


I

∘ EXTRAORDINÁRIA: Cria direito público subjetivo, sendo o ato de concessão vinculado. Previsto, no
ON

art. 12, II, “b”, da CF, exige a residência por 15 anos ininterruptos no país, sem condenação criminal.
M

∘ ORDINÁRIA: A sua concessão é ato discricionário. Art. 12, II, “a”, da CF/88.
56
386

ATENÇÃO – QUASE NACIONALIDADE: Aplicável aos portugueses, conforme art. 12, § 1º da CF, desde que haja reciprocidade em
95

favor dos brasileiros. O português, sem precisar passar pelo processo de naturalização, pode exercer os direitos inerentes aos
38

brasileiros naturalizados, desde que resida permanente no país.


11
RT

5.2 Perda da Nacionalidade


U LA

As hipóteses são enumeradas taxativamente pela CF/88 (incisos I e II do § 4.º do art. 12), não sendo
GO

admitidos acréscimos ou supressões por lei infraconstitucional, até a promulgação da EC 131/2023 NÃO se
I

admitia a renúncia à nacionalidade brasileira.


LL
RE

32
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
A Emenda Constitucional 131/2023 alterou o art. 12 da Constituição Federal para suprimir a perda
da nacionalidade brasileira em razão da mera aquisição de outra nacionalidade, incluir a exceção para

RT
situações de apatridia e acrescentar a possibilidade de a pessoa requerer a perda da própria nacionalidade.

A
UL
Assim, em síntese:

GO
Brasileiro nato Brasileiro naturalizado

L LI
RE
Poderá perder a nacionalidade mediante pedido expresso Perderá a nacionalidade (cancelamento da sua naturalização), por

MO
(renúncia), desde que não se trate de hipótese de apatridia. sentença judicial, em virtude de fraude relacionada ao processo de
Repare que não se exige processo judicial em tal hipótese. naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e o

UE
Estado Democrático.

IQ
1. CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO, POR SENTENÇA JUDICIAL, EM VIRTUDE DE FRAUDE

ON
RELACIONADA AO PROCESSO DE NATURALIZAÇÃO OU DE ATENTADO CONTRA A ORDEM

6M
CONSTITUCIONAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de

65
2023) (art. 12, § 4.º, I): é a denominada “perda-punição”.
38
● A competência para processar e julgar as causas referentes à nacionalidade é da Justiça Federal (CF,
95
art. 109, X).
38

● Possui efeitos ex-nunc, ou seja, havendo a perda da nacionalidade por esse motivo, somente é
11

possível a reaquisição por ação rescisória.


RT
LA

21934
2. NATURALIZAÇÃO VOLUNTÁRIA: chamada “perda-mudança” (art. 12, §4º, II).
OU

● A aquisição de outra nacionalidade acarretava, em regra, a perda da nacionalidade brasileira, salvo


IG

nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira e imposição de


LL

naturalização pela norma estrangeira.


RE

● Com a mudança promovida pela Emenda Constitucional 131/2023, o cidadão apenas perderá (não
MO

confunda perda com cancelamento!) a nacionalidade brasileira se fizer um pedido expresso (§4º, II),
e mesmo assim poderá readquiri-la (§5º).
E
QU

● Obs.: o STF já decidiu que o brasileiro nato que vem a perder sua nacionalidade em razão da
aquisição de outra pode ser extraditado. No caso, uma brasileira, que já tinha o Green card, optou
I
ON

por naturalizar-se americana. Entendeu o STF que a naturalização não era necessária para o regular
M

exercício de seus direitos civis, pois o Green card já lhe autorizava a permanecer licitamente em
56

território americano. Foi a partir desse julgado que se originou a PEC 6/2018, atual EC 131/23,
86

acarretando mudanças no art. 12, §4º, II, da CF.


3
95

21934
38

5.3 Brasileiros Natos x Naturalizados


11
RT

Embora a CF/88 vede que a lei diferencie brasileiros natos de naturalizados, existem algumas
LA

exceções:
U
GO

A. EXTRADIÇÃO:
I

● Somente o naturalizado pode ser extraditado, nas seguintes hipóteses:


LL
RE

33
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Prática de crime comum antes da naturalização;
● Envolvimento comprovado em tráfico ilícito de entorpecentes em qualquer momento (“na forma da

RT
lei”);

A
UL
● Súmula 421 do STF: Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira

GO
ou ter filho brasileiro.

LLI
B. CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO: art. 12, §3º, CF

RE
● De Presidente e Vice-presidente da República;

MO
● De Presidente da Câmara dos Deputados;
● De Presidente do Senado Federal;

UE
● De Ministro do STF;

IQ
ON
● Da carreira diplomática;
● De oficial das forças armadas, e,

6M
● De Ministro de Estado da Defesa. 21934

65
38
C. CONSELHO DA REPÚBLICA: Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos
95
brasileiros natos, segundo o art. 89 da CF/88.
38
11

D. PERDA DA CONDIÇÃO DE NACIONAL: Somente o brasileiro naturalizado (nunca o nato) pode perder a
RT

condição de nacional, em virtude da prática de atividade nociva ao interesse nacional.


LA

21934
OU

E. EMPRESA JORNALÍSTICA E DE RADIODIFUSÃO (ART. 222, CAPUT, E §2º, DA CF): O brasileiro naturalizado
IG

não pode ser proprietário e nem responsável editorial de seleção e direção da programação de empresa de
LL

radiodifusão, salvo após 10 anos da naturalização.


RE
MO

6. PROTEÇÃO JUDICIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: AÇÕES CONSTITUCIONAIS.


E
QU

6.1 HABEAS CORPUS - art. 5º, LXVIII, CF/88 e arts. 647 e seguintes do CPP
I
ON

Obs.1: Exceção ao princípio da inércia jurisdicional: O Juiz de direito, o Desembargador, Ministros, Turma
M

Recursal e o Tribunal poderão conceder habeas corpus de ofício, no exercício da função jurisdicional.
56

Obs.2: Não exige capacidade postulatória do impetrante, de modo que a ação pode ser formulada sem
386

advogado.
95
38

a) Jurisprudências pertinentes:
11

● Cabe habeas corpus contra a decisão que não homologa ou que homologa apenas parcialmente o acordo de
RT

colaboração premiada. (Info 1004, STF).


LA

● Quando a liberdade de alguém estiver direta ou indiretamente ameaçada, cabe habeas corpus ainda que para
U

solucionar questões de natureza processual (Info 985, STF).


GO

● STF: A pessoa jurídica NÃO pode figurar como paciente de HC, pois jamais estará em jogo a liberdade de
I

locomoção, ainda que se trate da possibilidade de apenação da pessoa jurídica por crimes ambientais.
LL
RE

34
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal diversas da
prisão. Isso porque, se descumprida a “medida alternativa”, é possível o estabelecimento da custódia,

RT
alcançando-se o direito de ir e vir. (Info 984, STF).

A
● Cabe habeas corpus para questionar a decisão do magistrado que não permite que os réus delatados

UL
apresentem alegações finais somente após os réus colaboradores (Info 949)

GO
LI
b) Hipóteses em que NÃO é possível o cabimento de HC:

L
RE
● Impugnar decisões de plenário de qualquer das turmas do STF;
● Impugnar determinação e suspensão dos direitos políticos;

MO
● Impugnar penalidade administrativa de caráter disciplinar;

UE
● Impugnar decisão condenatória à pena de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal a que a

IQ
pena pecuniária seja a única cominada (SÚMULA 693 STF);

ON
● Impugnar a determinação de quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal, se desta medida não puder
resultar condenação à pena privativa de liberdade;

6M
● Discutir o mérito das punições disciplinares militares => STF: NÃO cabe a discussão do mérito, mas cabe HC

65
para se analisar os pressupostos de legalidade da medida.
● 38
Para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 da Lei de Drogas
95
● Questionar afastamento ou perda de cargos públicos;
38

● Dirimir controvérsia sobre a guarda de filhos menores;


11

● Discutir matéria objeto de processo de extradição; 21934


RT

● Em face de condenação criminal quando já extinta a pena privativa de liberdade (S. 692 STF);
● Impedir o cumprimento de decisão que determina o sequestro de bens imóveis;
LA

21934

● Discutir condenação imposta em processo de impeachment;


OU

● Impugnar o mero indiciamento em inquérito policial, desde que presentes indícios de autoria de fato que
IG

configure crime em tese;


LL

● Impugnar omissão de relator na extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não
RE

constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (SÚMULA 692 STF);
MO

● Tutelar o direito à visita em presídio;


● Impugnar decisões monocráticas proferidas por Ministro do Supremo Tribunal Federal. (Info 985 – clipping)
E

● Contra ato de Ministro ou outro órgão fracionário fracionário da Corte. STF. Plenário. (HC 170263/DF,
QU

22/06/2020)
I
ON

● Reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ.


M

● Não cabe HC de ofício no bojo de embargos de divergência


56

● Não cabe HC em ação que apura improbidade administrativa


86

● Em regra, não cabe habeas corpus contra decisão transitada em julgado (posição majoritária na
3

jurisprudência – Inf. 892)


95

● Não cabe HC para impugnar ato normativo que fixa medidas restritivas para prevenir a disseminação da covid-
38

19
11
RT

c) Questões importantes:
ULA

(1) A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas corpus em que se busca
GO

o trancamento da ação penal? Com a celebração da transação penal, o habeas corpus que estava
I

pendente fica prejudicado ou o TJ deverá julgá-lo mesmo assim?


LL
RE

35
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● STJ: SIM. Fica prejudicado. A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas corpus em que

RT
se busca o trancamento da ação penal. (Info 657, STJ).

A
● STF: NÃO. Não impede e o TJ deverá julgar o mérito do habeas corpus. A realização de acordo de transação penal não

UL
enseja a perda de objeto de habeas corpus anteriormente impetrado. A aceitação do acordo de transação penal não impede

GO
o exame de habeas corpus para questionar a legitimidade da persecução penal. (Info 964, STF).

LI
💣 ATENÇÃO PARA A SÚMULA 648 DO STJ: A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da

L
RE
ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus.

MO
(2) E em caso de sentença absolutória? O HC fica prejudicado? R.: SIM. O HC estaria prejudicado pela falta

UE
21934
de interesse processual já que a providência buscada pela defesa foi alcançada em 1ª instância.

IQ
ON
Atenção: Ainda em 2021, poucos meses depois do enunciado ser aprovado, o STJ proferiu a seguinte decisão que pode ser

6M
encarada como se fosse uma exceção à Súmula 648: A superveniência de sentença condenatória não tem o condão de prejudicar
habeas corpus que analisa tese defensiva de que teria havido quebra da cadeia de custódia da prova, ocorrida ainda na fase

65
inquisitorial e empregada como justa causa para a própria ação penal. STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 720). 38
95
38

6.2 MANDADO DE SEGURANÇA: art. 5º, LXIX, CF/88 e Lei nº 12.016/09


11
RT

a) NÃO cabe MS:


LA

21934
● De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução => Se o MS for
OU

impetrado contra omissão ilegal, descabe a aplicação da restrição deste inciso;


IG

● Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;


LL

● Decisão judicial transitada em julgado - No entanto, se a impetração do mandado de segurança for anterior ao
RE

trânsito em julgado da decisão questionada, mesmo que venha a acontecer, posteriormente, o mérito do MS
deverá ser julgado (Info 650, STJ);
MO

● Contra lei em tese, salvo se produtora de efeitos concretos;


E

● Contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, sociedades de economia
QU

mista e concessionárias de serviço público, (art. 1º, §2º da Lei 12. 016/09) (Info 1021, STF);
I
ON

● O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo disciplinar
(Info 933);
M

● Para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (súmula 460 do STJ).
56
86

Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte
3
95

Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.
38
11

● Obs.: Súmula 625 – STF - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de
RT

segurança.
LA
U

b) Legitimidade Ativa
I GO
LL
RE

36
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● STF: O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém legitimidade
autônoma para ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do 21934 Estado em defesa de sua

RT
autonomia institucional.

A
UL
● Substituição Processual (legitimação extraordinária): O titular de direito líquido e certo decorrente

GO
de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do
direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 dias, quando notificado judicialmente.

L LI
RE
c) Legitimação Passiva: É a pessoa jurídica a qual pertence a autoridade coatora, responsável pela

MO
ilegalidade ou abuso de poder, autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público.

UE
● Em se tratando de atribuição delegada, a autoridade coatora será o agente delegado e não a

IQ
ON
autoridade delegante (SUM 510 STF):
● Vedação à concessão de liminar: É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão

6M
de medida liminar na via mandamental (STF, Info 1021). Em virtude dessa decisão do STF, fica

65
SUPERADA a Súmula 212 do STJ.
38
95
d) Prazo para impetração: 120 dias, a contar, em regra, da data em que o interessado tiver conhecimento
38

oficial do ato a ser impugnado. Ultrapassado este período, o interessado continua com o direito de
11

questionar o ato, mas deverá fazer isso mediante ação ordinária.


RT

● Se o ato impugnado é de trato sucessivo, o prazo de 120 dias renova-se a cada ato.
LA

21934

● Súmula 430-STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o
OU

mandado de segurança.
IG

● Súmula 632-STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de
LL

segurança.
RE
MO

e) Competência: A competência no MS é definida pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede
funcional.
E
QU

Súmula 623-STF: Não gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal para
conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-se o pedido
I
ON

contra deliberação administrativa do tribunal de origem, da qual haja participado a maioria ou a


M

totalidade de seus membros.


56
86

Súmula 624-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado
de segurança contra atos de outros tribunais
3
95
38

Súmula 330-STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de mandado de
11

segurança contra atos dos tribunais de justiça dos estados.


RT

Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar,
LA

originariamente mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos respectivos órgãos.
U
GO

Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de
juizado especial.
I
LL
RE

37
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
STJ: Mandado de segurança impetrado contra Governador do Estado, a competência, ainda que a
21934 matéria seja trabalhista, será do correspondente Tribunal de Justiça.

ART
STF: NÃO lhe cabe julgar, originariamente, MS contra atos praticados por outros Tribunais e seus

UL
Órgãos. Os próprios Tribunais é que têm competência para julgar, originalmente, MS contra seus atos,

GO
dos respectivos presidentes, câmaras e seções.

LI
STJ: A competência para o mandado de segurança é absoluta. No caso dos tribunais, é funcional; no

L
RE
caso do juízo de primeiro grau, é territorial e absoluta ou em razão da pessoa.

MO
f) Reexame necessário: Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo

UE
grau de jurisdição. (art. 14, §1º)

IQ
ON
OBS: O MS admite desistência em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente do consentimento do impetrado,

6M
desde que não ocorrido o trânsito em julgado. O entendimento acima parecia consolidado. Ocorre que, em um caso concreto
noticiado no Informativo 781, o STF afirmou que não é cabível a desistência de mandado de segurança, nas hipóteses em que se

65
discute a exigibilidade de concurso público para delegação de serventias extrajudiciais, quando na espécie já houver sido proferida
decisão de mérito, objeto de sucessivos recursos (Info 781, STF). 38
95
38

g) MS COLETIVO - Art. 5º, LXX da CF e art. 21 da Lei 12.016/09.


11

● Súmula 629/STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor
RT

dos associados independe da autorização destes.


LA

21934
● Súmula 630/STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a
OU

pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.


IG

● Os direitos defendidos por organização sindical NÃO precisam ser o mesmo direito para todos os seus
LL

membros, podendo ser um direito de apenas parte dos membros da entidade.


RE
MO

ATENÇÃO! Em 2021, o STF julgou inconstitucional a exigência de oitiva prévia do representante da pessoa jurídica de direito público
como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança coletivo, por considerar que a disposição restringe o poder
E

geral de cautela do magistrado.


IQU
ON

6.3 MANDADO DE INJUNÇÃO


M
56

a) Cabimento: Será concedido mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma
86

regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das


3

prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Note que NÃO é qualquer omissão
95
38

do Poder Público que enseja o ajuizamento do MI, mas apenas as omissões relacionadas às normas
11

constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, ou seja, normas constitucionais que devem
ter a sua plena aplicabilidade assegurada.
RT
LA

b) Descabimento
U
GO

● Diante de falta de norma regulamentadora de direito previsto em normas infraconstitucionais -> o


MI se destina a falta de normas regulamentadoras na CF.
I
LL

● Diante da falta de regulamentação dos efeitos de MP não convertida em lei pelo CN;
RE

38
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Se a CF outorga mera faculdade do legislador para regulamentar direito previsto em algum de seus
dispositivos.

A RT
UL
c) Competência: As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são disciplinadas na

GO
própria Constituição Federal e variam de acordo com o órgão ou a autoridade responsável pela edição
da norma regulamentadora.

L LI
RE
d) MI coletivo

MO
1. Embora não haja previsão na CF, cabe o MI coletivo, nos mesmos termos do MS coletivo. Inclusive, a

UE
própria Lei 13.300/2016 regula os termos do MI coletivo a partir do artigo 12 e seguintes.

IQ
ON
2. Legitimados para impetrar MI coletivo:
● Ministério Público - quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem

6M
jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;

65
● Partido político com representação no Congresso Nacional - para assegurar o exercício de direitos,
38
liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
95
● Organização sindical, Entidade de classe ou Associação legalmente constituída e em
38

funcionamento há pelo menos 1 (um) ano - para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
11

prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados (dispensa


RT

autorização especial)
LA

21934

● Defensoria pública - quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos
OU

direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados.


IG
LL

3. A coisa julgada gerará efeitos apenas em relação aos substituídos pelo legitimado coletivo. Contudo,
RE

também é possível a concessão de efeitos erga omnes na mesma situação tratada acima, ou seja,
MO

desde que seja inerente ou indispensável ao exercício do direito ou liberdade.


4. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da
E
QU

coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no
I

prazo de 30
21934dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
MON

6.4 HABEAS DATA: art. 5º, LXXII, CF/88 e Lei nº 9507/97


56
386

a) Hipóteses de concessão do habeas data: O HD poderá ser impetrado:


95

● Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


38

registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;


11

● Para retificação desses dados, quando não se prefira fazer por meio sigiloso, judicial ou administrativo;
RT

● Para anotação nos assentamentos do interessado de contestação ou explicação sobre dado


LA

verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.


U
GO

Obs.: STF: O HD NÃO é instrumento jurídico adequado para pleitear o acesso a autos de processos administrativos.
I
LL
RE

39
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
b) Jurisdição condicionada: Para impetrar HD, deve ter ocorrido o prévio requerimento administrativo e a
negativa ou omissão pela autoridade administrativa. (Trata-se de uma “exceção” ao princípio da

RT
inafastabilidade da jurisdição). A petição inicial deverá ser instruída com prova:

A
UL
● Da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
21934

GO
● Da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
● Da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem

LI
decisão.

L
RE
MO
6.5 AÇÃO POPULAR: art. 5º, LXXIII e Lei nº 4.717/65

UE
1. Legitimidade ativa:

IQ
● Somente o cidadão pode propor ação popular. (Legitimidade extraordinária, foi defende direito difuso)

ON
● Exige-se capacidade postulatória: o cidadão que não tiver, deverá constituir advogado.

6M
● Há decisões do STJ que estendem ao MP a legitimidade ativa para a ação popular (AREsp 746.846).
● É irrelevante o domicílio eleitoral do autor, que poderá litigar contra ato praticado em local diverso de onde

65
exerce seu direito de voto.
38
95
38

NÃO POSSUEM LEGITIMIDADE ATIVA: estrangeiros; apátridas; pessoa jurídica – Sumula 365, STF; brasileiros com seus direitos
11

políticos perdidos ou suspensos.


RT

2. Legitimidade passiva: há litisconsórcio passivo necessário entre:


LA

21934

● a pessoa jurídica pública ou privada,


OU

● as autoridades responsáveis pelo ato e


IG

● os beneficiários diretos dele.


LL

Obs.: STF: O foro especial por prerrogativa de função NÃO alcança ações populares ajuizadas
RE

contra autoridades detentoras dessa prerrogativa.


MO

3. Atuação do Ministério Público:


E
QU

● Deve acompanhar a ação;


● Não pode assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores;
I
ON

● Em caso de desistência da ação, o MP possui legitimidade ativa superveniente (art. 9º).


M
56

7. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
86
3
95

7.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS


38
11

1. Concepções do conceito de Constituição:


RT

a) Concepção SocioLógica (Ferdinand Lassale): Constituição é a somatória dos fatores reais do poder
LA

dentro de uma sociedade.


U
GO

b) Concepção PolíTica (Carl SchimiTt): A Constituição é a decisão política fundamental, emanada do titular
do poder constituinte. Faz a distinção entre Constituição (decisão política fundamental) e lei
I
LL

constitucional (lei formalmente Constitucional).


RE

40
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
c) Concepção Jurídica (Hans Kelsen): A Constituição é norma pura, dever-ser, dissociada de qualquer
21934
fundamento sociológico, político ou filosófico. Kelsen dá dois sentidos à palavra Constituição:

RT
● SENTIDO LÓGICO-JURÍDICO – a Constituição é a NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL, responsável

A
UL
por dar sustentação ao sistema posto, e é o fundamento de validade de todas as outras leis.

GO
● SENTIDO JURÍDICO-POSITIVO - é a Constituição positiva, conjunto de normas que regulam a criação
de outras normas, da qual todas as outras normas infraconstitucionais extraem seu fundamento de

L LI
validade.

RE
d) Concepção Culturalista (Meirelles Teixeira e José Afonso da Silva): A Constituição é produto de um

MO
FATO CULTURAL, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir.
e) Constituição Plástica (Raul Machado Horta): É aquela que apresenta uma mobilidade, projetando a sua

UE
força normativa na realidade social, política, econômica e cultural do Estado. O que caracteriza a

IQ
ON
plasticidade é a adaptação das normas constitucionais às oscilações da opinião pública. Normalmente,
as constituições plásticas consagram preceitos de eficácia limitada, porque deixam a cargo do legislador

6M
ordinário a complexa tarefa de preenchimento das normas constitucionais. As constituições plásticas

65
pretendem fazer coincidir o “dever ser” de seus preceitos com a realidade social. Nesse particular,
interligam-se ao fenômeno da mutação constitucional. 38
95
38
11

Obs.: A Constituição brasileira de 1988 é rígida e plástica. Já a Carta da Inglaterra é flexível e também plástica
RT

7.2 CLASSIFICAÇÃO DA CF/88


LA

21934
OU

CLASSIFICAÇÃO DA CF
IG

Origem Promulgada (Popular)


LL

Forma Escrita
RE

Extensão Analítica (Prolixa)


MO

Conteúdo Formal
Modo de elaboração Dogmática (Codificada)
E

Alterabilidade Rígida*(para alguns autores ela é super-rígida, em


QU

razão do art. 60, § 4°, da CR/88)


I
ON

Sistemática Reduzida (unitária)


Dogmática Eclética
M
56

7.3 SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO


3 86
95

7.3.1 Constitucionalismo
38
11

1. Conceito: O constitucionalismo é o movimento a partir do qual emergem as Constituições. Parte da noção


RT

de que todo Estado deve possuir uma Constituição. A ideia é GARANTIR DIREITOS para LIMITAR O PODER
LA

ESTATAL. Contrapõe-se ao absolutismo.


U
GO

7.3.2 Neoconstitucionalismo
I
LL
RE

41
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
1. Características do neoconstitucionalismo:
● Busca eficácia da CF e concretização dos direitos fundamentais;

RT
● Pós-positivismo: o direito deve ter um conteúdo moral e vai além da legalidade estrita.

A
UL
● Normatividade da Constituição: Com o neoconstitucionalismo, a CF passa a ser documento

GO
jurídico, com força vinculante.
● Força normativa da Constituição: as normas constitucionais têm aplicabilidade direta e os

LI
L
direitos irradiam da CF.

RE
● Centralidade da Constituição: A CF é o epicentro do ordenamento jurídico. Tem supremacia formal

MO
e material. Consequências:
o Constitucionalização do direito: normas de outros ramos do direito estão na Constituição

UE
Federal e há releitura dos institutos previstos na legislação infraconstitucional à luz da

IQ
ON
Constituição.
o Filtragem constitucional: há interpretação da lei à luz da Constituição Federal.

6M
65
7.4 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
38
95
1. Classificação de José Afonso da Silva:
38

21934
11

a) Normas Constitucionais de eficácia Plena: são as que não necessitam de complementação para que
RT

possam produzir efeitos, tais normas possuem aplicabilidade imediata e integral


LA

21934

b) Normas Constitucionais de eficácia contida (ou prospectiva): são as que também possuem aplicabilidade
OU

imediata e integral, por não necessitarem de complementação, no entanto podem ter sua abrangência
IG

reduzida por norma infraconstitucional. Exemplos: os artigos: 5º, inciso VIII (escusa de consciência),
LL

c) Normas Constitucionais de eficácia limitada: são as que necessitam de integração por norma
RE

infraconstitucional para que possam produzir efeitos jurídicos. São normas que têm aplicabilidade apenas
MO

indireta ou mediata, pois dependem de complementação infraconstitucional para possuírem


aplicabilidade direta. No entanto, mesmo sem sua regulamentação, tais normas produzem, mesmo que
E
QU

de forma mínima, efeitos jurídicos, como o de vincular o legislador. Há dois tipos de normas limitadas:
I

● Normas de princípio institutivo ou organizativo: contém o início ou esquema de determinado


ON

órgão, entidade ou instituição, deixando a efetiva criação e estruturação a cargo de lei ordinária ou
M

complementar. Exemplos: art. 18, §2º da CF e art. 25, §3º da CF.


56

● Normas de princípio programático: normas através das quais o constituinte, ao invés de regular
386

direta e imediatamente determinados interesses, limitou-se a traçar-lhes os princípios a serem


95

cumpridos pelos seus órgãos. – Tais normas NÃO dispõem de aplicabilidade imediata, mas
38

possuem carga eficacional, ante o princípio da força normativa da Constituição. Exemplos: artigos
11

196; 205; 217; 218 todos da CF/88.


RT
LA

2. Classificação de Maria Helena Diniz: a Autora incluiu mais uma espécie na classificação acima apontada,
U

afirmando a existência de normas constitucionais de eficácia absoluta ou supereficazes, que são as


GO

cláusulas pétreas, ou seja, aquelas normas que não podem ser retiradas nem mesmo por emenda
I
LL

constitucional.
RE

42
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
7.5 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

ART
UL
7.5.1 Métodos de interpretação:

GO
a) Método jurídico ou hermenêutico cláSsico [SAVIGNY]: Parte da consideração de que a Constituição é

LI
L
uma lei, de modo que a interpretação da Constituição não deixa de ser uma interpretação da lei. -> TESE

RE
DA IDENTIDADE DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL E INTERPRETAÇÃO LEGAL.

MO
Obs.: A doutrina NÃO repele a interpretação de tal método jurídico, mas é insuficiente diante das situações
complexas de interpretação constitucional.

UE
b) Método Tópico-problemático [THEODOR VIEHWEG] – “Tópica e Jurisprudência”. Parte-se do problema

IQ
ON
para a norma. A interpretação constitucional leva a um processo aberto de argumentação entre os vários
intérpretes, para se adaptar a norma constitucional ao problema concreto para, só ao final, se identificar

6M
a norma adequada.

65
38
DICA: Para não esquecer: relacionar as iniciais: Theodor – Tópico.
95
38
11

c) Método Hermenêutico-concretizador (Concretista) [HESSE]: O método considera a interpretação


constitucional como uma atividade de concretização da Constituição, circunstância que permite ao
RT

intérprete determinar o próprio conteúdo material21934


da norma.
LA
OU

DICA: É possível, igualmente, relacionar as iniciais para não esquecer: Hesse – Hermenêutico.
IG
LL

d) Método científico-eSpiritual [Rudolf Smend]: A interpretação constitucional deve levar em consideração


RE

a compreensão da Constituição como uma ordem de valores e como elemento do processo de integração.
MO

e) Método normativo-estruturante [FRIEDERICH MULLER]: Parte da premissa de que existe uma relação
E

necessária entre o texto e a realidade. É um método também concretista, diferenciando-se dele, porém,
QU

na medida em que a norma a ser concretizada não está inteiramente no texto, sendo o resultado entre
I
ON

este e a realidade.
M
56

7.5.2 Princípios de interpretação Constitucional


86
3

a) MÁXIMA EFETIVIDADE: Deve preferir a interpretação que dê mais eficácia aos direitos fundamentais.
95

b) FORÇA NORMATIVA: Na aplicação da Constituição, deve ser dada preferência às soluções


38
11

concretizadoras de suas normas que as torne mais 21934 eficazes e permanentes. A principal função desse

princípio tem sido para afastar interpretações divergentes.


RT
LA

OBS: o da Força Normativa serve para todas as normas constitucionais; já o da Máxima Efetividade, serve
U
GO

especificamente para os direitos fundamentais.


I
LL
RE

43
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
c) INTERPRETAÇÃO CONFORME A CF: No caso de normas plurissignificativas (vários significados), deve-se
preferir aquela que mais se aproxime da Constituição. Aqui, não há declaração de inconstitucionalidade.

RT
Pelo contrário, busca-se preservar a constitucionalidade da norma de modo a evitar que ela seja

A
UL
expurgada do Ordenamento Jurídico. São, portanto, consequências da interpretação conforme:

GO
● O dispositivo permanece válido no sistema normativo;
● Não há declaração de nulidade da norma (pois, se houvesse, deveria ser declarada inconstitucional);

LLI
● A interpretação escolhida obriga todos a segui-la (pois, afasta todas as demais incompatíveis);

RE
● Faz surgir uma situação constitucional IMPERFEITA.

MO
7.5.3 Técnicas de interpretação Constitucional

UE
IQ
ON
a) Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade: O Tribunal reconhece a
inconstitucionalidade da norma, porém NÃO a tira do ordenamento jurídico, com a justificativa de que a sua

6M
ausência geraria mais danos do que a presença da lei inconstitucional. É possível, também, que se opere a

65
suspensão de aplicação da lei e dos processos em curso até que o legislador, dentro de prazo razoável, venha
a se manifestar sobre a situação inconstitucional; 38
95
b) Declaração de inconstitucionalidade com apelo ao legislador: A técnica possui relevância no caso da ação
38

de inconstitucionalidade por omissão, em que o Tribunal limita-se a constatar a inconstitucionalidade da


11

omissão, exortando o legislador a abandonar o seu estado de inércia, possuindo a decisão um cunho
RT

mandamental.
LA

21934

c) Interpretação conforme a Constituição: O Órgão jurisdicional declara qual das possíveis interpretações se
OU

mostra compatível com a Lei Maior. É princípio que se situa no âmbito do controle de constitucionalidade, e
IG

não simples regra de interpretação.


LL
RE

8 PODER CONSTITUINTE
MO

8.1. Poder Constituinte Originário


E
I QU

1. Características:
ON

● Inicial: Inaugura toda a normatividade jurídica;


M

● Autônomo: NÃO convive com nenhum outro poder que tenha a mesma hierarquia;
56

● Incondicionado (juridicamente): Não se sujeita a nenhuma outra norma jurídica;


386

● Ilimitado;
95

● Latente: É atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer momento.
38
11

2. Espécies: 21934
RT

a) Quanto ao modo de deliberação constituinte:


LA

● Poder Constituinte Concentrado (ou Demarcado): o surgimento da constituição resulta da


U

deliberação formal de um grupo de agentes, como no caso das constituições escritas;


GO
I
LL
RE

44
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Poder Constituinte Difuso: a constituição é resultante de um processo informal em que a criação de
suas normas ocorre a partir da tradição de uma determinada sociedade, como ocorre com as

RT
constituições consuetudinárias. Também é chamado de mutação constitucional.

A
UL
b) Quanto ao momento de manifestação: histórico ou revolucionário.

GO
c) Quanto ao papel na elaboração do documento constitucional: material ou formal.

LLI
8.2 Poder Constituinte Derivado

RE
MO
21934
1. Decorre do poder constituinte originário e da constituição e possui como características:
● Subordinado hierarquicamente em plano inferior, ou seja, está abaixo do Poder Constituinte

UE
Originário;

IQ
ON
● Condicionado ou limitado: Só pode ser exercitado nos casos previstos pelo Poder Constituinte
Originário.

6M
65
8.2.1 Poder Constituinte Derivado Reformador
38
95
1. Em princípio, o Poder Constituinte de Reforma NÃO pode criar cláusulas pétreas. No entanto, pode
38

ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criados pelo Poder Constituinte Originário.
11

2. Limites ao poder constituinte derivado reformador – art. 60, CF/88.


RT

a) Temporais – NÃO previstos na CF/88;


LA

21934

b) Circunstanciais: Estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal;


OU

c) Materiais - excluem determinadas matérias do Poder Constituinte derivado reformador. Os limites


IG

podem ser EXPRESSOS ou IMPLÍCITOS;


LL

d) Formais:
RE

● Subjetivos: Iniciativa para a propositura de emenda constitucional (art. 60, I, II e III, CF)
MO

● Objetivos:
E

▪ Art. 60, §2º - procedimento de deliberação e quórum de votação


QU

▪ Art. 60, §3º - promulgação pelas Mesas


I

▪ Art. 60, §5º - irrepetibilidade absoluta do projeto de emenda rejeitado


MON

8.2.2 Poder Constituinte Derivado Decorrente


56
386

1. Para a doutrina majoritária, não há Poder Derivado Decorrente no âmbito dos municípios.
95

2. Assim como o reformador, também é jurídico e limitado pelo originário.


38
11

8.2.3 Poder Constituinte Derivado Revisor


RT
LA

1. Consiste na revisão da Constituição, que ocorreu 5 anos após sua promulgação, por determinação do
U

art. 3º, ADCT.


GO

2. Também é condicionado e limitado às regras do originário.


I
LL
RE

45
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
8.2.4 Poder Constituinte Difuso

RT
1. É um poder21934de fato manifestado por mutação constitucional. Trata-se de mais um mecanismo de

A
UL
mudança da Constituição. Pelo Poder Constituinte Difuso, a interpretação do texto constitucional é

GO
alterada.

L LI
9. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

RE
MO
1. Requisitos para o controle:
● Supremacia Constitucional;

UE
● Constituição Rígida;

IQ
● Atribuição de competência a um órgão.

ON
6M
9.1 SISTEMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE

65
SISTEMA AUSTRÍACO (KELSEN)
38
SISTEMA NORTE-AMERICANO (MARSHALL)
95
Adotado por Pontes de Miranda. Adotado pela maioria da doutrina brasileira.
38

A decisão tem eficácia constitutiva. A decisão tem eficácia declaratória de situação preexistente.
11

Em regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da Em regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano
eficácia. da validade.
RT

A decisão que reconhece a inconstitucionalidade produz efeitos A decisão que reconhece a inconstitucionalidade produz
LA

21934
ex-nunc. efeitos ex-tunc.
OU

A lei inconstitucional é ato anulável. A Lei inconstitucional é ato nulo, ineficaz, írrito e desprovido
de força vinculativa.
IG

Lei provisoriamente válida, produzindo efeitos até a sua Invalidação abinitio dos atos, atingindo a Lei inconstitucional
LL

anulação. no berço.
RE

O reconhecimento da ineficácia da lei produz efeitos a partir da A lei, por ser natimorta, nunca chegou a produzir efeitos, ou
MO

decisão ou para o futuro, sendo erga omnes, preservando os seja, embora exista, não entrou no plano da eficácia.
efeitos produzidos até então pelas partes.
E
QU

A regra geral de nulidade absoluta vem sendo afastada, com a MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA
I
ON

DECISÃO, que se coaduna com a segurança jurídica (e ponderação de valores), interesse social e boa-fé,
M

conforme art. 27 da Lei nº 9.868/99.


56
86

9.2 VÍCIO FORMAL E MATERIAL


3
95
38

a) Vício Formal (NOMODINÂMICO) - Decorre de afronta ao devido processo legislativo ou ainda em razão
11

de sua elaboração por autoridade incompetente, podendo se subdividir:


RT

● Inconstitucionalidade Formal Orgânica – decorre da inobservância de competência legislativa para a


LA

elaboração do ato.
U

● Inconstitucionalidade Formal Propriamente dita – decorre da inobservância do devido processo


GO

legislativo, podendo se dar na fase de iniciativa ou nas fases posteriores:


I

− Vício Formal Subjetivo – verifica-se na fase de iniciativa;


LL
RE

46
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
− Vício Formal Objetivo – verifica-se nas demais fases do processo, posteriores à fase de iniciativa.
● Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos do ato normativo – ocorre ante a

RT
inobservância de elementos determinantes para a competência dos órgãos legislativos.

A
UL
GO
b) Vício Material (NOMOESTÁTICO) - Diz respeito à matéria do conteúdo do ato normativo, sendo uma
incompatibilidade de conteúdo, substantiva entre a Lei ou ato normativo e a Constituição. O princípio que

LI
L
fundamenta esse tipo de inconstitucionalidade é o Princípio da Unidade do Ordenamento Jurídico, que

RE
impede a coexistência de normas contraditórias.

MO
9.3 VÍCIO DE DECORO PARLAMENTAR

UE
IQ
ON
STF - É possível o reconhecimento de inconstitucionalidade formal no processo de reforma
constituinte quando houver vício de manifestação de vontade do parlamentar, pela prática de ilícitos. Porém,

6M
para tanto, é necessária a demonstração inequívoca de que, sem os votos viciados pela ilicitude, o resultado

65
teria sido outro. (Info 998, STF).
38
95
9.4 MOMENTOS DE CONTROLE
38
11

9.4.1 Prévio ou Preventivo


RT
LA

21934

1. Realizado durante o processo legislativo de formação do ato normativo, podendo ser realizado pelo
OU

Legislativo, Judiciário ou Executivo. Visa evitar a violação à Constituição.


IG
LL

● STF: O controle de21934


Constitucionalidade a ser exercido pelo Judiciário durante o processo
RE

legislativo abrange somente um procedimento em total conformidade com a Constituição, não


MO

lhe cabendo o controle sobre aspectos discricionários concernentes a corporis, vedando-se a


interpretação de normas regimentais.
E

● O controle preventivo perdura até a publicação do ato. A partir do momento em que a norma é
QU

publicada o controle já passa a ser repressivo, ainda que durante o período de vacatio legis.
I
ON
M

9.4.2 Posterior ou Repressivo


56
86

1. O controle repressivo objetiva reparar lesão à Constitucional. Tem-se controle repressivo a partir da
3
95

publicação da lei ou ato normativo.


38
11

a) Controle Político - Estados onde o controle é exercido por Órgãos distintos dos três poderes, através
das Cortes ou Tribunais Constitucionais, geralmente. Ex.: Modelo Francês.
RT

b) Controle Jurisdicional - Realizado pelo Poder Judiciário, seja pelo controle difuso ou concentrado. É o
LA

modelo adotado no BR.


U
GO

c) Controle Híbrido - Mistura dos dois sistemas.


I
LL

2. Exceções à regra geral do controle jurisdicional


RE

47
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
a) Exercido pelo Legislativo – Pode se dar nas seguintes situações, através de decreto legislativo:

RT
● Sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o Poder Regulamentar (no fundo, é controle

A
de legalidade e NÃO de inconstitucionalidade);

UL
● Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem os limites da delegação legislativa;

GO
● Quando o CN entende inconstitucional MP editada, sendo exceção à regra geral.

LLI
RE
b) Exercido pelo Executivo – Poderá negar cumprimento a uma lei que entenda inconstitucional. No

MO
entanto, para que não fique caracterizado crime de responsabilidade, deverá dar publicidade e motivar
o ato. A negativa de cumprimento poderá ocorrer até que decisão do STF diga que a lei é constitucional.

UE
IQ
c) Exercido pelo TCU – De modo incidental e no caso concreto, apreciar a inconstitucionalidade de uma lei

ON
e, se for o caso, deixar de aplicá-la.

6M
65
SUM 347 STF - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar
38
a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
95
38

Obs.: de acordo com o Ministro Gilmar Mendes (MS 25.888/DF), a Súmula 347 jamais pode ser lida
11

como uma licença para que as Cortes de Contas realizem controle abstrato de constitucionalidade. Na
RT

realidade, “o verbete confere aos Tribunais de Contas – caso imprescindível para o exercício do controle
LA

21934
externo – a possibilidade de afastar (incidenter tantum) normas cuja aplicação no caso expressaria um
OU

resultado inconstitucional (seja por violação patente a dispositivo da Constituição ou por contrariedade à
IG

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria)”.


LL
RE

9.5 SISTEMAS E VIAS DE CONTROLE


MO

9.5.1 Critério Subjetivo ou Orgânico – refere-se a21934


quais órgãos podem exercer o controle
E
QU

a) Difuso – Possibilidade de qualquer juiz ou tribunal, observadas as regras de competência, realizar o


I
ON

controle de constitucionalidade.
M

b) Concentrado – O controle se concentra em um ou mais órgãos, sendo competência originária desse


56

órgão.
386
95

9.5.2 Critério Formal – refere-se ao modo de exercício do controle


38
11

a) Concreto, Incidental (via de defesa/exceção) – O controle será exercido como questão prejudicial e
RT

premissa lógica do pedido principal.


LA

b) Via Principal (abstrato/via de ação) – A análise da Constitucionalidade da Lei será o objeto principal,
U

autônomo e exclusivo da causa. É o controle exercido na ADI, ADC, ADPF, ADI por omissão e nas RI’s
GO

Em regra, controle difuso é realizado pela via incidental, enquanto o controle concentrado é realizado
I
LL

pela via principal. Há, no entanto, exceções:


RE

48
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Controle concentrado realizado pela via incidental:

RT
⦁ Representação Interventiva;

A
UL
⦁ ADPF incidental;

GO
⦁ Mandado de segurança impetrado por parlamentar.

L LI
Controle difuso realizado pela via principal:

RE
⦁ Exercido pelo Plenário ou Órgão Especial, no caso previsto no art. 97 da CF. Somente pelo voto da

MO
maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público – Cláusula de

UE
Reserva de Plenário.

IQ
ON
9.5.3 Controle Difuso nos Tribunais e Cláusula de Reserva de Plenário (Full Bench)

6M
65
1. Conforme art. 97 da CF/88, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou do respectivo
38
órgão especial, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
95
Público, é a Cláusula de Reserva de Plenário, sendo condição de eficácia jurídica da própria declaração
38

de inconstitucionalidade dos atos do poder público.


11
RT

Súmula Vinculante 10, STF. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão
21934
de órgão
fracionário de tribunal que, embora21934
não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
LA

normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.


OU
IG

2. A cláusula de reserva de plenário vincula as decisões de inconstitucionalidade proferidas em controle


LL

difuso e controle concentrado. Assim, NÃO se sujeitam à cláusula:


RE

● Declaração de constitucionalidade;
MO

● Juízo de não recepção;


● Interpretação conforme a Constituição;
E
QU

● Decisão em sede de medida cautelar (pois não se trata de decisão definitiva).


I
ON

3. Hipóteses em que NÃO se aplica a Cláusula de Reserva de Plenário:


M
56

● Turmas do STF no julgamento do RE - não se trata de Tribunal no sentido fixado no art. 97 e a função
86
3

primordial e essencial da Corte é a de declarar a inconstitucionalidade;


95

● Turmas Recursais dos Juizados Especiais - não podem ser consideradas Tribunais;
38

● Decisão de juízo monocrático de primeira instância.


11
RT

4. Jurisprudência pertinente:
LA

● A cláusula de reserva de plenário se aplica também para atos de efeitos concretos. STF. 2ª Turma. Rcl 18165
U
GO

AgR-ED, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 21/08/2017.


I
LL
RE

49
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Decisão que decreta a nulidade de ato administrativo contrário à CF/88 (Info 546, STJ). O STJ afirmou que não
há ofensa à cláusula da reserva de plenário quando o órgão fracionário do Tribunal reconhece, com

RT
fundamento na CF/88 e em lei federal, a nulidade de um ato administrativo fundado em lei estadual, ainda que

A
esse órgão julgador tenha feito menção, mas apenas como reforço de argumentação, à inconstitucionalidade

UL
da lei estadual.

GO
LI
9.5.4 Efeitos da Decisão no Controle Difuso

L
RE
MO
1. Para as partes:
a) Regra geral: os efeitos de qualquer sentença valem apenas para as partes que litigaram em juízo e existe

UE
a produção de efeitos retroativos. Logo, os efeitos serão:

IQ
● Inter partes;

ON
● Ex tunc.

6M
b) Exceção: o STF já entendeu que mesmo no controle difuso pode ser atribuído efeito ex nunc ou pro

65
futuro (Info 857).
38
95
2. Para Terceiros (art. 52, X da CF)
38

● Declarada inconstitucional a lei pelo STF no controle difuso, o RI do STF determina no art. 178 que será
11

feita a comunicação, logo após a decisão, à autoridade ou órgão interessado, bem como após o trânsito
RT

em julgado, ao Senado Federal.


LA

21934
● O art. 52, X da CF dispõe ser competência privativa do Senado, através de resolução irrevogável,
OU

suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
STF.
IG

● A suspensão pelo Senado Federal pode ser quanto a leis federais, estaduais, distritais ou municipais que
LL
RE

forem declaradas inconstitucionais pelo STF de modo incidental no controle difuso.


● Efetuada a suspensão da execução, atingirá a todos, e valerá a partir da publicação da Resolução na
MO

imprensa oficial. Logo, os efeitos serão erga omnes, porém ex-nunc (entendimento majoritário).
E

● Cabe ADI contra resolução do Senado que, ao suspender a execução de lei declarada inconstitucional
QU

pelo STF, extrapole os limites da decisão a que se refere.


I
ON

● O Senado NÃO está obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão
M

definitiva do STF, por se tratar de DISCRICIONARIEDADE POLÍTICA.


56
86

ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO


3
95

O STF PASSOU A ADOTAR A ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO (Info. 886). Logo, se uma lei ou ato normativo é declarado
21934
38

inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle
abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88.
11

A nova interpretação deve ser a seguinte: Quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a
RT

decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa
LA

dê publicidade daquilo que foi decidido. STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017
(Info 886).
U
GO

9.5.5 Controle incidental em controle concentrado abstrato e o seu efeito erga omnes
I
LL
RE

50
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
1. Na ADI 4.029, em controle concentrado, viu o STF que ato normativo que não fazia parte do pedido seria
inconstitucional. Assim, pode a Corte declarar incidentalmente a inconstitucionalidade desses atos que

RT
inicialmente não faziam parte do pedido.

A
UL
2. O interessante é que a declaração incidental de inconstitucionalidade produziria efeitos erga omnes,

GO
ex tunc, e vinculante, atingindo, portanto, vários atos normativos que não eram objeto da ADI. Logo,

LI
esses efeitos decorreram da declaração incidental em controle concentrado e em abstrato, e não em

L
RE
controle difuso.

MO
9.6 CONTROLE CONCENTRADO

UE
IQ
9.6.1 ADI Genérica

ON
6M
1. Conceito (art. 102, I, “a” da CF/88 + Lei 9868/99): Pretende-se o controle de constitucionalidade de ato
normativo em tese, abstrato, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração.

65
38
2. Objeto: Leis (federais ou estaduais) ou atos normativos incompatíveis com a CF.
95
● Por LEIS deve se entender todas as espécies normativas do art. 59 da CF: emendas à CF, inclusive as
38

de revisão (são fruto do Poder Constituinte Derivado Reformador); leis complementares; leis
11

ordinárias; leis delegadas; MP (possuem força de lei); decretos legislativos e resoluções.


RT

Obs.: as medidas provisórias podem ser objeto de controle, desde que estejam em regime de plena
LA

vigência. Nesse sentido, fique atento às possíveis


21934
situações:
OU

▪ Medida provisória com eficácia exaurida - não pode ser objeto;


▪ Medida Provisória que perde a eficácia no curso da ação - ADI prejudicada pela perda superveniente do
IG

objeto;
LL

▪ Medida provisória convertida em lei no curso da ADI - NÃO há perda do objeto, bastando a emenda da
RE

inicial. Isso porque a lei de conversão não convalida os vícios existentes na medida provisória.
MO

Obs.1: O fato de uma lei possuir destinatários determináveis não retira seu caráter abstrato e geral, tampouco a21934
transforma em
E
QU

norma de efeitos concretos. (Info 955, STF)


Obs.2: Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios possui natureza normativa e
I
ON

abstrata, desafiando o controle concentrado. (Info 978, STF)


Obs.3: Mesmo que uma lei seja fruto de acordo homologado judicialmente, ela poderá ser objeto de ADI, não havendo violação da
M

coisa julgada material. (Info 955, STF)


56
86
3

● Por ATOS NORMATIVOS, podem ser:


95

▪ Resoluções administrativas dos Tribunais;


38

▪ Atos estatais de conteúdo meramente derrogatório, como as resoluções administrativas, desde


11

que incidam sobre atos de caráter normativo;


RT

▪ As deliberações administrativas dos órgãos judiciários.


ULA

3. Considerações importantes:
I GO
LL
RE

51
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Súmula e jurisprudência - não possuem grau de normatividade qualificada, não podendo ser
questionada pelo STF em controle concentrado, mesmo se for súmula vinculante (nesse caso, pode

RT
existir um procedimento de revisão em que se poderá cancelar o verbete).

A
UL
● Regulamentos subordinados ou de execução – em geral, NÃO podem ser objeto de controle

GO
concentrado de constitucionalidade, por não estarem revestidos de autonomia jurídica. No entanto,
o STF excepciona a regra para o caso de serem decretos autônomos (retiram seu fundamento de

LLI
validade da própria CF), pois inovam no ordenamento jurídico, permitindo o controle (Info 944, STF).

RE
● Tratados internacionais - segundo o entendimento do STF, todos os tratados internacionais se

MO
submetem ao controle concentrado de constitucionalidade, independentemente da paridade
normativa.

UE
● Normas constitucionais originárias - são fruto do trabalho do Poder Constituinte Originário e serão

IQ
ON
sempre constitucionais, NÃO podendo se falar em controle de constitucionalidade. Aparentes
conflitos devem ser harmonizados por uma atividade interpretativa.

6M
● Atos estatais de efeitos concretos - O STF passou a entender que se os atos de efeito concretos

65
forem materializados por Lei (ou MP que abre créditos extraordinários), poderão ser objeto de
controle abstrato. 38
95
38

4. Teoria da Transcendência dos motivos determinantes - O STF vinha atribuindo efeito vinculante não só
11

ao dispositivo da sentença, mas também aos fundamentos determinantes da decisão, razão pela qual
RT

se falava em transcendência dos motivos determinantes ou efeitos irradiantes ou transbordamento


LA

21934

dos efeitos determinantes. Se aceita essa Teoria, não se falaria em irradiação do obter dictum, com
OU

efeito vinculante, para fora do processo. Já a ratio decidendi passaria a vincular outros julgamentos. No
IG

entanto, no julgamento da RCL 10.604, o STF afastou a técnica do transbordamento, decerto para
LL

evitar o número crescente de reclamações.


RE
MO

5. Teoria da Inconstitucionalidade por arrastamento ou atração ou inconstitucionalidade consequente


de preceitos não impugnados ou inconstitucionalidade por reverberação normativa: Se em
E
QU

determinado processo de controle concentrado for julgada inconstitucional a norma principal, em


I

futuro processo, outra norma dependente daquela que foi declarada inconstitucional em processo
ON

anterior também estará eivada pelo vício de inconstitucionalidade por arrastamento, tendo em vista a
M

relação de instrumentalidade.
56
86
3

6. Fossilização da Constituição / efeito vinculante para o legislativo: O efeito vinculante em ADI e ADC
95

NÃO atinge o Poder Legislativo, produzindo eficácia contra todos e efeito vinculante aos demais órgãos
38

do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
11

● O chefe do Executivo só não fica vinculado21934quanto às atribuições relacionadas a atos legislativos.


RT

● O STF entende que a vinculação para o legislativo acarretaria o fenômeno da fossilização da


LA

Constituição, de modo que o Legislativo poderá inclusive legislar em sentido diverso ou contrário da
U

decisão dada pelo STF (reversão legislativa), sob pena de, em sendo vedada essa atividade, significar
GO

a petrificação da evolução social.


I
LL
RE

52
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Declaração de 21934
inconstitucionalidade parcial com redução de texto x Declaração de inconstitucionalidade sem efeito ablativo:

RT
Naquela, uma PARTE da norma é retirada efetivamente no ordenamento jurídico, porque inválida, sendo que a parte VÁLIDA
permanece no ordenamento; Já na decisão sem efeito ablativo, a norma é mantida no ordenamento jurídico, não por ser válida,

A
UL
mas porque a sua retirada seria ainda pior do que a sua manutenção.

GO
7. Competência

L LI
● Lei ou ato normativo Federal ou Estadual em face da Constituição Federal - STF;

RE
● Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual - TJ local;

MO
● Lei ou ato normativo municipal em face da Constituição Federal - por falta de expressa previsão

UE
constitucional, em regra, inexistirá controle concentrado por ADI, no máximo podendo ocorrer via difuso,
de forma incidental ou através de ADPF.

IQ
ON
Obs.: No entanto, o STF decidiu, em sede de repercussão geral, que os Tribunais de Justiça podem exercer
controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da

6M
CF, desde que sejam normas de reprodução obrigatória pelos Estados (Info 852, STF).

65
38
Na hipótese de tramitação simultânea de ações, uma buscando declarar a inconstitucionalidade de lei estadual perante o STF
95
(confrontação de lei estadual perante a CF) e outra perante o TJ local (confrontação da lei estadual perante CE), tratando-se de norma
38

repetida da CF na CE, suspende-se o curso da ação proposta no TJ local até julgamento final de ação intentada no STF.
11
RT

a) Lei ou ato normativo distrital em face da CF/88:


LA

21934
● Lei ou ato normativo de natureza distrital que contrariar a CF - STF;
OU

● Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal que contrariar a CF - NÃO há controle via ADI, só
IG

difuso. Há a possibilidade de ajuizar ADPF.


LL

Súmula 642 STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da
sua competência legislativa municipal.
RE
MO

b) Lei ou ato normativo distrital em face de Lei Orgânica distrital - TJ local;


E

c) Lei municipal em face de Lei Orgânica do Município - NÃO será controle de constitucionalidade, mas
QU

apenas de legalidade, em razão de ausência de previsão constitucional.


I
M ON

8. Legitimidade (Art. 103 CF)


56

● Amicus Curiae - a admissão de terceiro na condição de “amicus curiae” é fator de legitimação social
86

das decisões do STF, pois pluraliza o debate constitucional.


3

a) Admissão na ADI:
95
38

● O STF já decidiu que o pedido de admissão do “amicus curiae” deve ser assinado por advogado
11

constituído, sob pena de não ser conhecido (ADPF 180/SP).


● Tal admissão será decidida pelo Relator, que verificará o preenchimento dos requisitos (relevância
RT

da matéria e representatividade adequada dos postulantes) e a conveniência e oportunidade da


LA

manifestação.
U
GO

● No entanto, mesmo sendo admitido monocraticamente pelo relator, o Tribunal poderá deixar de
referendá-lo, afastando a sua intervenção.
I
LL
RE

53
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
21934

11
● Prazo para admissão: Em princípio, a manifestação dos amicus curiae deve ocorrer antes da inclusão
do processo em pauta para julgamento. Exceção:

RT
(1) Grande relevância no caso;

A
UL
(2) Se a manifestação do requerente puder trazer notória contribuição para o julgamento da causa.

GO
b) Decisão sobre a admissão do Amicus Curiae:
● Cabe recurso contra a decisão do Relator que ADMITE o ingresso do amicus curiae? R.: NÃO. Tanto

L LI
a Lei da ADI quando o NCPC prevêem expressamente prevê que se trata de decisão irrecorrível

RE
● Cabe recurso da decisão que INADMITE o ingresso do amicus curiae? R.: Trata-se de tema

MO
controvertido (Info 985: SIM x Info 920: NÃO).
c) Limites da atuação do amicus curiae: O “amicus curiae”, por não ser parte NÃO PODE: propor ação

UE
direta (Info 970, STF); pleitear medida cautelar; formular pedido ou de aditar o pedido já delimitado

IQ
ON
pelo autor da ação; interpor recurso.
d) Amicus Curiae nas demais ações no controle de constitucionalidade:

6M
● Cabe para ADO e IF.

65
● Na ADC admite-se, por analogia, por ser ação dúplice com a ADI, em que pese o dispositivo legal que
admitia a figura para a ADC ter sido originariamente vetado. 38
95
● Na ADPF não há dispositivo explícito prevendo a incidência para a ADPF, mas o STF vem admitindo a
38

sua presença, desde que se demonstre:


11

▪ Relevância da matéria;
RT

▪ Representatividade dos postulantes.


LA

21934
OU

9. Efeitos da ADI
IG

● Possui caráter dúplice ou ambivalente, entre ADI/ADC.


LL

● De modo geral, a decisão produzirá efeitos erga omnes, ex-tunc, tratando-se de ato nulo, retirando do
RE

OJ o ato normativo ou lei incompatível com a CF.


MO

● Todavia, o art. 27 da Lei nº 9.868/99, introduziu a técnica da MODULAÇÃO DOS EFEITOS, em que é
possível manipular a partir de quando os efeitos da declaração de inconstitucionalidade serão
E
QU

instituídos.
I

● O quórum de 2/3 será aplicado apenas quando houver declaração de inconstitucionalidade. Caso haja
ON

a declaração de constitucionalidade, o quórum será de maioria absoluta.


M
56

REGRA: EFEITOS EX TUNC (RETROATIVOS)


386

EXCEÇÃO: Excepcionalmente, o STF pode, pelo voto de, no mínimo, 8 Ministros (2/3):
95
38

- Restringir os efeitos da declaração; ou Desde que haja razões de:


11

- Decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em - Segurança jurídica ou;
julgado; ou - Excepcional interesse social
RT

- De outro momento que venha a ser fixado.


ULA
GO

Jurisprudência pertinente sobre a Modulação dos Efeitos:


I

 Caso o STF, ao julgar uma ADI, ADC ou ADPF, declare a lei ou ato normativo inconstitucional, ele poderá, de ofício, fazer a
LL

modulação dos efeitos dessa decisão. (Info 918, STF)


RE

54
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38

11
Depois da proclamação do resultado final, o julgamento deve ser considerado concluído e encerrado e, por isso, mostra-
se inviável a sua reabertura para discutir novamente a modulação dos efeitos da decisão proferida. (Info 780, STF).

A RT
10. Princípio da Parcelaridade: O STF pode julgar parcialmente procedente o pedido de declaração de

UL
inconstitucionalidade, expurgando do texto legal apenas uma palavra ou expressão, diferente do veto

GO
presidencial. É INTERPRETAÇÃO CONFORME COM REDUÇÃO DE TEXTO.

LI
11. Declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto: Ocorre quando o STF declara que a

L
RE
inconstitucionalidade reside em determinada aplicação da Lei, ou em um dado sentido interpretativo, e

MO
o STF indica, nesse último caso, qual seria a interpretação conforme. A interpretação conforme só será
admitida quando houve um espaço para a decisão do Judiciário, deixado pelo Legislativo, sendo VEDADO

UE
ao Judiciário atuar como legislador positivo e instituir norma jurídica diversa da produzida pelo

IQ
Legislador.

ON
12. Efeito Repristinatório da declaração de inconstitucionalidade: A declaração de inconstitucionalidade

6M
reconhece a nulidade dos atos inconstitucionais e, por consequência, a inexistência de qualquer carga

65
de eficácia jurídica. Assim, a declaração de inconstitucionalidade de ato normativo que tenha revogado
38
outro ato normativo provoca o restabelecimento do ano normativo anterior, quando a decisão tiver
95
efeito retroativo.
38
11

Obs.: Se o legitimado ativo da ADI objetivar que o STF analise a inconstitucionalidade da lei que vai voltar a produzir efeitos, em razão
RT

do efeito repristinatório, deverá expressamente fazer o pedido de apreciação da referida lei, sob pena de o STF não poder, de ofício,
apreciá-la e não conhecer da ADI ajuizada.
LA

21934
OU

13. Pedido Cautelar (art. 102, I, “p” da CF/88 + art. 10 da Lei 9868/99)
IG

● Verificado o fumus boni iuris e o periculum in mora, poderá ser concedida a medida cautelar, com eficácia erga
LL

omnes e efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder o efeito ex tunc.
RE

● A medida cautelar em ADI determina, regra geral, a suspensão da eficácia da lei impugnada com efeito ex nunc
MO

e eficácia contra todos, restabelecendo a legislação anterior para evitar o vácuo legislativo.
● A medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta (06 membros) do Tribunal,
E
QU

instalado o quórum de instalação com pelo menos 08 ministros, após audiência dos órgãos dos quais emanou a lei
ou ato normativo impugnado, no prazo de 05 dias, dispensada a audiência em caso de excepcional urgência,
I
ON

hipótese em que o Tribunal poderá deferir medida cautelar.


M
56

9.6.2 ADPF
386
95

1. A ADPF é instrumento de análise em abstrato de recepção de lei ou ato normativo, de modo que é
38

inviável ajuizar ADPF quando se tratar de decisões transitadas em julgado ou quando se cuidar de
11

efeitos decorrentes da coisa julgada.


RT

2. Jurisprudência pertinente:
LA

● É cabível o ajuizamento de ADPF contra interpretação judicial de que possa resultar lesão a preceito
U
GO

fundamental. (Info 980, STF)


● Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do poder público. (Info 1011, STF)
I
LL

21934
RE

55
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Relator não pode, de ofício, na ADPF que trata sobre o Estado de Coisas Inconstitucional dos presídios,
determinar medidas para proteger os presos do Covid-19 (Info 970, STF)

RT
● Admite-se o conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha sido revogada antes do julgamento, se

A
persistir a utilidade em se proferir decisão com caráter erga omnes e vinculante. (Info 939, STF).

UL
GO
3. Efeitos da Decisão: A decisão é imediatamente autoaplicável, na medida em que o Presidente do STF

LI
determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. A decisão terá

L
RE
EFICÁCIA ERGA OMNES E EFEITO VINCULANTE, relativamente aos demais órgãos do Poder Público, e EFEITOS
RETROATIVOS (EX TUNC), podendo o STF modular os efeitos.

MO
4. Não admite impetrar ADPF em face de: súmulas; atos políticos; propostas de Emendas à CF/88; veto do

UE
Chefe do Poder Executivo (natureza política); decisões judiciais transitadas em julgado; Atos tipicamente

IQ
regulamentares/normas secundárias.

ON
5. O PRINCÍPIO da FUNGIBILIDADE aplica-se às ações de controle concentrado, salvo erro grosseiro. O STF

6M
também permitiu que pleito formulado em ADI fosse conhecido como ADPF, quando coexistentes todos
os requisitos de admissibilidade desta, em caso de admissibilidade daquela.

65
6. Considerações pertinentes:
38
95
● A decisão que julgar procedente ou improcedente a ADPF é irrecorrível, NÃO podendo ser objeto
38

de ação rescisória. Mas em caso de descumprimento da decisão proferida pelo STF, cabe
11

reclamação. 21934
RT

● É possível a celebração de acordo em sede de ADPF. (Info 892, STF)


LA

21934
OU

9.6.3 ADO
IG
LL

1. Busca-se combater a síndrome da inefetividade das normas constitucionais.


RE

2. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será
MO

dada ciência ao poder competente para a adoção de providências necessárias e, sendo órgão
administrativo, para fazê-lo em 30 dias.
E
QU

● ADO: Controle Concentrado;


● MI: Controle Difuso.
I
ON
M

3. Competência: STF. O STF NÃO detém poderes constitucionais para determinar ao Congresso Nacional
56

que aprecie projetos de lei, mesmo quando esteja incorrendo em inconstitucionalidade por omissão.
86
3

4. Legitimidade: Os mesmos da ADI.


95
38

5. Medida Cautelar: Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o STF, por decisão da
11

maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida cautelar após a audiência dos órgãos ou
RT

autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional. A medida cautelar poderá consistir na


LA

suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado (omissão parcial), a suspensão de


U

processos judiciais ou procedimentos administrativos, ou outra providência a ser fixada pelo Tribunal.
IGO
LL
RE

56
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
6. Efeitos da Decisão: A sentença proferida em ADO tem caráter mandamental, constituindo em mora o
poder competente que deveria elaborar a lei e não o fez. Efeitos para o poder competente e para o

RT
órgão administrativo:

A
UL
● Poder Competente: Será dada a ciência ao poder competente, não tendo sido fixado prazo para a

GO
adoção das providências necessárias;
● Órgão Administrativo: Deverá suprir a omissão da medida no prazo de 30 dias, sob pena de

L LI
responsabilidade, em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em

RE
vista circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.

MO
7. É admitida a fungibilidade entre ADO e ADI. No entanto, o STF NÃO ADMITE a fungibilidade da ADO com

UE
o MI, tendo em vista a diversidade de pedidos.

IQ
ON
9.6.4 Representação Interventiva (IF)

6M
65
1. Fases do procedimento:
38
- Fase Jurisdicional – o STF ou TJ analisam apenas os pressupostos para a intervenção,
95
FASE 01 não nulificando o ato que a ensejou. Julgando procedente o pedido, requisitam
38

intervenção ao chefe do executivo.


11

- Intervenção Branda – O chefe do executivo, por meio de decreto, limita-se a suspender


RT

a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da


FASE 02 normalidade
LA

21934

- Controle Político? NÃO. Nessa fase está dispensada a apreciação pelo CN ou


OU

Assembleia Legislativa.
IG

- Intervenção Efetiva – Se a medida tomada na fase 02 for insuficiente, o Chefe do


Executivo decretará a efetiva intervenção, devendo especificar a amplitude, o prazo e as
LL

condições de execução e, se couber, nomeará interventor.


RE

FASE 03 - Controle Político? Sim. O decreto do chefe do poder executivo deverá ser submetido
MO

à apreciação do CN ou Assembleia Legislativa do Estado no prazo de 24H e, estando em


recesso, será feita convocação extraordinária no mesmo prazo de 24H.
E
I QU
ON

2. A decretação de intervenção depende de provimento da representação pelo PGR na hipótese de


M

violação aos princípios Constitucionais sensíveis (art. 34, VII CF):


56

● Forma Republicana, sistema representativo e regime democrático;


86

● Direitos da pessoa humana;


3
95

● Autonomia Municipal;
38

● Prestação de contas da Administração Direta e Indireta;


11

● Aplicação do mínimo exigido em saúde e educação.


RT
LA

3. Objeto:
U

● Lei ou ato normativo que viole princípios sensíveis;


21934
GO

● Omissão ou Incapacidade das autoridades locais para assegurar o cumprimento e preservação dos
I

princípios sensíveis, como os direitos da pessoa humana;


LL

● Ato governamental estadual que desrespeite os princípios sensíveis da CF;


RE

57
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Ato administrativo que afronte os princípios sensíveis;
● Ato concreto que viole os princípios sensíveis.

ART
UL
4. Competência: STF.

GO
5. Legitimidade: O único e exclusivo legitimado ativo é o PGR.

LI
L
RE
6. Decisão: Se a decisão final for pela procedência do pedido, o STF levará ao conhecimento do Presidente

MO
da República para, no prazo improrrogável de 15 dias, dar cumprimento ao art. 36 da CF.
● Caso a medida NÃO seja suficiente para restabelecer a normalidade, o Presidente decretará a

UE
intervenção efetiva, executando-a com a nomeação do interventor e afastamento das autoridades

IQ
ON
responsáveis dos seus cargos.

6M
9.6.5 ADC – introduzida com a EC 3/93

65
38
1. Objeto: Lei ou ato normativo FEDERAL. Obs.: É necessária a demonstração da controvérsia judicial
95
atual que põe em risco a presunção de constitucionalidade do ato normativo sob exame.
38

2. Efeitos da Decisão:
11

● Erga Omnes (Eficácia contra todos);


RT

● Ex Tunc;
LA

21934

● Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração pública Federal, Estadual,
OU

Municipal e Distrital.
IG

3. Medida Cautelar: O STF, por decisão da maioria absoluta, poderá deferir o pedido de medida cautelar,
LL

para que juízes e os tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação de lei
RE

ou do ato normativo objeto da ação até o seu julgamento definitivo.


MO

● Essa suspensão perdurará por até 180 dias contados da publicação da parte dispositiva da decisão no
DOU. Findo o prazo, cessará a eficácia da medida cautelar.
E
QU

● É possível a atribuição de efeito vinculante e erga omnes em sede de liminar na ADC.


I

● Na hipótese de indeferimento de cautelar, em razão do efeito ambivalente, significaria a procedência


ON

da ADI.
M

● A ambivalência entre ADI e ADC NÃO se aplica às medidas cautelares.


56

● Embora a finalidade da ADC seja a obtenção de julgamento para afirmar a validade constitucional de
86
3

uma norma, seu resultado pode ser a declaração de inconstitucionalidade desta, situação em que é
95

juridicamente possível haver modulação dos efeitos do julgamento.


38
11

9.7 CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS-MEMBROS


RT
LA

21934
1. Considerações gerais:
U

● Somente leis ou atos normativos estaduais ou municipais poderão ser objeto de controle.
GO

● O Órgão competente será o TJ local.


I
LL

2. Legitimados: A CF não especificou legitimados, mas apenas proibiu a legitimação para um único órgão.
RE

58
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Logo, cabe às Constituições Estaduais a delimitação da regra, devendo respeitar, pelo princípio da
simetria, o art. 103 da CF.

RT
21934

● Pode a Constituição Estadual ampliar o rol de legitimados que não guardam simetria com o art. 103

A
UL
CF. No entanto, NÃO é possível restringir totalmente o rol de legitimados.

GO
● Os Procuradores (do Estado, do Município, da ALE, da Câmara etc.) possuem legitimidade para a
interposição de recursos em ação direta de inconstitucionalidade. (Info 965, STF).

L LI
3. Parâmetro de Controle:

RE
● Não cabe aos TJs exercer o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos municipais em

MO
face da CF.
● O controle estadual por ADI só poderá apreciar lei ou ato normativo estadual ou municipal

UE
confrontados perante a CE, NÃO podendo ter como parâmetro a CF.

IQ
ON
● O TJ NÃO poderá realizar controle concentrado de lei federal por meio de ADI genérica, seja em face
da CE ou CF.

6M
● O STF NÃO poderá analisar por ADI a lei municipal contestada em face da CE, mas excepcionalmente

65
a lei municipal em face da CF pela ADPF.
38
● TÉCNICA DE REMISSÃO: É possível se invocar como referência paradigmática, para efeito de controle
95
abstrato de constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, cláusula de caráter
38

remissivo que, inscrita na CE, remete diretamente às regras presentes da CF.


11
RT

10. SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES


LA

21934
OU

1. Diante das crises, existem mecanismos constitucionais para o restabelecimento da normalidade: a


IG

possibilidade de decretação do estado de defesa, do estado de sítio e o papel das Forças Armadas e das
LL

forças de segurança pública (Título V da CF/88).


RE
MO

10.1 ESTADO DE DEFESA X ESTADO DE SÍTIO – art. 136 a 141, CF/88


E
QU

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO


I

Previsão Constitucional Art. 136, caput Art. 137, I


ON

Para preservar (e nesse caso seria preventivo) - Comoção grave de repercussão Nacional (se
M

Hipóteses ou prontamente restabelecer (sendo nessa fosse de repercussão restrita e em local


56

hipótese repressivo) a ordem pública ou paz determinado, seria hipótese, primeiro, de


86

social ameaçada por: decretação de estado de defesa);


3

- Grave e iminente instabilidade institucional; - Ineficácia do Estado de Defesa;


95

- Calamidade de grandes proporções na - Declaração de guerra;


38

natureza. - Resposta à agressão armada estrangeira.


11

Quem decreta Presidente da República (art. 84, IX, c/c o art. Presidente da República (art. 84, IX, c/c o art.
136), mediante decreto 137)
RT

Órgãos de consulta do Conselho da República (art. 90, I, CF/88) e de Conselho da República (art. 90, I, CF/88) e de
LA

Presidente Defesa Nacional (art. 92, II, CF/88), em oitiva Defesa Nacional (art. 92, II, CF/88), em oitiva
U

prévia e suas opiniões não possuem caráter prévia e não vinculativa.


GO

vinculativo
I
LL
RE

59
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Presidente verifica a hipótese legal, solicita Presidente verifica a hipótese legal, solicita
pareceres dos Conselhos da República (art. 89) pareceres dos Conselhos da República (art. 89)

RT
Procedimento e de Defesa Nacional (art. 91). Com os e de Defesa Nacional (art. 91).

A
pareceres, decidirá se decreta ou não o Estado Obs. para a decretação do estado de sítio ou sua

UL
de Defesa. prorrogação, ao contrário do que ocorre com o

GO
estado de defesa, deverá haver, relatando os
motivos determinantes do pedido, prévia

LI
solicitação pelo Presidente da República de

L
RE
autorização do Congresso Nacional, que se
manifestará pela maioria absoluta de seus

MO
membros, mediante decreto legislativo (art. 49,

UE
IV, c/c o art. 137, parágrafo único).
Máximo de 30 dias, prorrogado por mais 30 Máximo de 30 dias, prorrogado por mais 30

IQ
Prazo dias, somente uma vez. dias, de cada vez (o quanto for necessário) OU

ON
o tempo necessário da guerra ou para repelir a

6M
agressão armada estrangeira.

65
Âmbito regional. Locais restritos e Âmbito nacional. O decreto do estado de sítio

38
determinados (art. 136). 95 indicará sua duração, as normas necessárias a
Áreas Abrangidas sua execução e as garantias constitucionais que
ficarão suspensas, e, depois de publicado, o
38

Presidente da República designará o executor


11

das medidas específicas e as áreas abrangidas


RT

(art. 138, caput).


LA

Poderão ser restringidos os direitos do art. 5º,


21934 Poderão ser restringidos do art. 5º, XI
XII (sigilo de correspondência e de (inviolabilidade domiciliar), XII (sigilo de
OU

Restrições a direitos e comunicações telegráficas e telefônicas), XVI correspondência e de comunicações


IG

garantias individuais (direito de reunião) e LXI (exigibilidade de prisão telegráficas e telefônicas), XVI (direito de
LL

somente em flagrante delito ou por ordem da reunião), XXV (direito de propriedade) LXI
RE

autoridade judicial competente). (exigibilidade de prisão somente em flagrante


É possível ocupação e uso temporário de bens e delito ou por ordem da autoridade judicial
MO

serviço públicos, na hipótese de calamidade competente) e também o art. 220 (liberdade de


Pública. manifestação do pensamento, a criação, a
E
QU

expressão e a informação).
Posterior. Decretado o Estado de Defesa ou sua Prévio. O controle do Congresso Nacional é
I
ON

prorrogação, o Presidente da República, dentro prévio, vez que há necessidade de autorização


M

Controle político sobre a de 24 horas, submeterá o ato com a respectiva para que o Presidente o decrete. Concomitante
decretação justificativa ao Congresso Nacional, que e sucessivo de forma idêntica ao do estado de
56

somente aprovará a decretação por maioria defesa.


86

absoluta de ambas as Casas Legislativas


3
95

editando o respectivo Decreto Legislativo.


38

Concomitante (art. 140) e sucessivo (art. 141).


11

O Congresso Nacional permanecerá em Idem. Ademais, no Estado de Sítio, não se


Atividade Parlamentar funcionamento até o término das medidas incluirá21934
a possibilidade de restrição à liberdade
RT

coercitivas. Em hipótese alguma permite-se o de informação, a difusão de pronunciamentos


LA

constrangimento do Poder Legislativo, sob pena de parlamentares efetuados em suas Casas


U

de crime de responsabilidade (art. 85, III). Legislativas, desde que liberada pela respectiva
GO

mesa.
Cessado o Estado de Defesa, cessarão também Cessado o Estado de Sítio, cessarão também
I
LL

Responsabilidade seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade
RE

60
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
pelos ilícitos cometidos por seus executores ou pelos ilícitos cometidos por seus executores ou
agentes. agentes.

RT
Cessada a situação excepcional, as medidas Cessada a situação excepcional, as medidas

A
aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo

UL
Prestação de contas Presidente da República, em mensagem ao Presidente da República, em mensagem ao

GO
Congresso Nacional, com especificação e Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com justificação das providências adotadas, com

LI
relação nominal dos atingidos, bem como a relação nominal dos atingidos, bem como a

L
RE
indicação das restrições aplicadas. indicação das restrições aplicadas.

MO
Convocação Presidente do SF (art. 57, §6º, I) Presidente do SF (art. 57, §6º, I)

UE
Extraordinária do
Congresso Nacional

IQ
ON
10.2 FORÇAS ARMADAS

6M
65
1. Jurisprudência pertinente:
38
● Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares, exceto em caso de
95
ilegalidade. (ADI 6595/2022)
38

● Não é possível o envio da Força Nacional de Segurança para atuar no Estado-membro SEM que tenha
11

havido pedido ou concordância do Governador. (Info 992, STF)


RT

● Editais podem estabelecer limite de idade para ingresso nas Forças Armadas, desde que a fixação de
LA

21934
limite seja feita por lei em sentido formal (legalidade específica).
OU

21934
IG

10.3 SEGURANÇA PÚBLICA – art. 144, CF


LL
RE

1. Órgãos que compõem a segurança pública:


MO

● Polícia federal;
● Polícia rodoviária federal;
E
QU

● Polícia ferroviária federal;


I

● Polícias civis;
ON

● Polícias militares
M

● Corpos de bombeiros militares.


56

● Polícias penais (EC 104/2019).


86

2. Obs.: Polícia Científica - órgão responsável pelas perícias, visto que não é considerada juridicamente
3
95

órgão de segurança pública. É constitucional a criação de um órgão autônomo de perícia que atue em
38

caráter de atividade auxiliar, sem caráter policial. Trata-se, pois, de órgão administrativo cuja finalidade
11

é auxiliar tecnicamente a polícia civil no inquérito policial, razão pela qual pode ser conferida autonomia
RT

aos institutos de criminalística, desvinculando-os da polícia civil. (STF, ADI n.º 2.575, publicado em
LA

16/11/2020)
U
GO

3. Jurisprudência pertinente:
● É constitucional norma de Constituição estadual que atribui ao corpo de bombeiros militar (CBM) competência
I
LL

para a coordenação e execução de perícias de incêndios e explosões em local de sinistros. Contudo, essa
RE

61
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
competência não pode ser exclusiva, sob pena de prejudicar a atuação das polícias civis na apuração criminal
de fatos que envolvam incidentes dessa natureza. STF. DI 2.776/ES, relator Ministro Nunes Marques,

RT
julgamento virtual finalizado em 11.9.2023. (Info 1107)

A
● As carreiras de segurança pública configuram atividade típica de Estado, com autoridade sobre a vida e a

UL
liberdade de toda a coletividade, em razão do que é imperativo que os ocupantes desses cargos estejam

GO
submetidos a critérios mais severos de controle. (...) Assim, a exigência de idoneidade moral para o ingresso

LI
em carreiras de segurança pública é plenamente legítima e consistente com o texto constitucional. [RE

L
1.358.565 AgR, DJE de 8-3-2022.]

RE
MO
10.3.1 Polícia Federal (art. 144, §1º)

UE
Atribuições:

IQ
ON
● Polícia ostensiva – polícia marítima, aeroportuária (policiamento ostensivo do espaço aéreo) e de
fronteira;

6M
● Polícia judiciária – exercida com exclusividade no plano federal.

65
38
10.3.2 Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (Art. 144, §§ 4º e 5º)
95
38

1. Jurisprudência pertinente:
11
RT

● O STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos do Estatuto da Advocacia que autorizavam policiais e


LA

militares na ativa a advogar em causa própria. A decisão


21934 unânime foi tomada no julgamento da ADI 7227 em
17/3/2023.
OU

● Busca e apreensão. Tráfico de drogas. Ordem judicial. Cumprimento pela polícia militar. Ante o disposto no art.
IG

144 da CF, a circunstância de haver atuado a polícia militar não contamina o flagrante e a busca e apreensão
LL

realizadas. [HC 91.481DJE de 24-10-2008.]


RE

● “É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que estabelece a natureza jurídica
MO

da Polícia Civil como função essencial à atividade jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica, bem como
atribui aos Delegados de Polícia a garantia de independência funcional.” STF. Plenário. ADI 5517/ES, Rel. Min.
E
QU

Nunes Marques, julgado em 21/11/2022 (Info 1076).


● É compatível com o sistema normativo-constitucional vigente, norma estadual que veda a promoção ou a
I
ON

participação de policiais em manifestações de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades ou contra atos da


M

Administração Pública em geral. ADPF 734/PE, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em
56

12.4.2023
21934
86

● É constitucional lei estadual que conceda dois assentos gratuitos a policiais militares devidamente fardados
3

nos transportes coletivos intermunicipais (Info 991, STF)


95

● É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que disponha sobre a
38

nomeação, pelo governador do estado, de ocupante do cargo de diretor-geral da Polícia Civil, a partir de lista
11

tríplice elaborada pelo Conselho Superior de Polícia (Info 1074, STF)


RT

Obs.: ERA o entendimento de que a Constituição Estadual também não poderia estipular um requisito a mais para a chefia da polícia
LA

civil (ex.: que seja integrante da classe final da carreira), sob pena de violação ao princípio da simetria. Ocorre que atualmente o
U
GO

entendimento, em resumo, é de que não há qualquer óbice constitucional de índole material à estipulação normativa de critérios
razoáveis e objetivos à escolha do Chefe da Polícia Civil pelo Governador do Estado, tal como a exigência de que o ocupante do
I

cargo seja eleito entre os integrantes da última classe da carreira. STF. Plenário. ADI 3922, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
LL

25/10/2021.
RE

62
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
Esquematizando:

RT
NORMA ESTADUAL PODE PREVER/ EXIGIR QUE O CHEFE DA POLÍCIA CIVIL SEJA UM DELEGADO INTEGRANTE DA CLASSE FINAL

A
DA CARREIRA?

UL
GO
INICIATIVA PARLAMENTAR NORMA ORIGINÁRIA DA CE INICIATIVA DO PODER EXECUTIVO

LI
INCONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL

L
RE
MO
10.3.3 (Im)possibilidade de greve de policiais – Info 860, STF.

UE
1. O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a

IQ
ON
todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. Isso porque a
atividade policial é considerada o “braço armado” do Estado, responsável pela garantia da segurança

6M
interna, ordem pública e paz social, motivo pelo qual o interesse público e a manutenção da segurança

65
deem prevalecer sobre o direito individual de greve.
38
2. Nesse caso, será obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos
95
classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos
38
11

interesses da categoria.
RT

10.3.4 GUARDAS MUNICIPAIS – art. 144, §8º


LA

21934
OU

1. De acordo com o STF (Info 1105 - ADPF 995), as guardas municipais são reconhecidamente 21934
órgãos de
IG

segurança pública, destinados à proteção de seus bens, serviços e instalações (incolumidade do


LL

patrimônio municipal).
RE

2. O fato de as guardas municipais não haverem sido incluídas nos incisos do art. 144, caput, da CF não
MO

afasta a constatação de que elas exercem atividade de segurança pública e integram o Sistema Único de
E

Segurança Pública. Isso, todavia, não significa que possam ter a mesma amplitude de atuação das
QU

polícias. Assim, o STJ (Info. 731) pontuou que:


I
ON

● só é possível que as guardas municipais realizem excepcionalmente busca pessoal se, além de justa causa para a medida
(fundada suspeita), houver pertinência com a necessidade de tutelar a integridade de bens e instalações ou assegurar a
M

adequada execução dos serviços municipais, assim como proteger os seus respectivos usuários, o que não se confunde
56

com permissão para desempenharem atividades ostensivas ou investigativas típicas das polícias militar e civil para combate
86

da criminalidade urbana ordinária em qualquer contexto.


3
95

3. Jurisprudência pertinente:
38
11

● O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia
de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex.: multas de trânsito).
RT

(Info 793, STF)


LA

● As guardas municipais não possuem competência para patrulhar supostos pontos de tráfico de drogas, realizar
U

abordagens e revistas em indivíduos suspeitos da prática de tal crime ou ainda investigar denúncias anônimas
GO

relacionadas ao tráfico e outros delitos cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata os bens,
I

serviços e instalações municipais. (Info 746, STJ)


LL
RE

63
MO
E
QU
NI
MO
IQ
ON
DELEGADO SÃO PAULO

6M
REVISÃO DE VÉSPERA

65
DIREITOS HUMANOS E DIREITO CONSTITUCIONAL

38
95
38
11
● Prisão em flagrante pelas guardas municipais: É válida a prisão em flagrante efetuada por guarda municipal, na
forma do art. 301 do CPP, segundo o qual qualquer pessoa pode prender quem esteja em flagrante delito.

ART
UL
4. Direito à aposentadoria especial (Info 907, STF): é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do
beneficiário são mais favoráveis que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas.

GO
● A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo

LI
requisitos e condições previstas em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”).

L
RE
● Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria especial (art.

MO
40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais.
● A percepção de gratificações ou adicionais de periculosidade, assim como o porte de arma de fogo, não são

UE
suficientes para reconhecer o direito à aposentadoria especial, em razão da autonomia entre o vínculo funcional

IQ
e o previdenciário.

ON
6M
21934

65
38
95
38
11
RT
LA

21934
OU
IG
LL
RE
MO
E
IQU
ON
M
56
3 86
95
38
11
RT
ULA
IGO
LL
RE

64
MO
E
QU
NI
MO

Você também pode gostar