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A CONTABILIDADE NOS NEGÓCIOS

EMPRESARIAIS

Matemática financeira e sua importância na gestão empresarial

Antônio Lima da Silva1


Maiara Feitoza Morais Rocha2
Rosenir da Rocha Balbino 3
Talita de Sousa Silva4
Ighor Érico Flora dos Santos5

1. INTRODUÇÃO

No presente trabalho, iremos relatar sobre a matemática financeira e sua Importância na


Gestão Empresarial, visto que é uma das áreas da matemática responsável por estudar fenômenos
relacionados ao mundo financeiro, e estudar seus conceitos faz-se muito importante, tanto no
âmbito pessoal quanto no profissional, uma vez que em nosso cotidiano, eles estão cada vez mais
presentes, por exemplo, ao recebermos um desconto, ao comprar algo à vista, ou um acréscimo ao
comprar algo parcelado. Ela é uma ferramenta de extrema importância dentro de uma empresa, a
sua utilização quando feita de maneira eficiente, minimiza custos aumentando os resultados.
Tem como objetivo básico estudar a evolução do valor que é dado ao dinheiro ao longo do
tempo. Temos a necessidade de definir o que vem a ser este ramo da Matemática amplamente
utilizada no mercado, onde sua importância para a vida cotidiana dos cidadãos e empresas é
primordial, onde é usado o sistema de juros.
A definição de juros segundo Vieira Sobrinho (1997), se dá pelo fato de quando uma pessoa
empresta uma quantia de dinheiro a outra por um determinado período, ela recebe um rendimento
mensal pelo empréstimo que está diretamente ligado a uma porcentagem no qual foi combinado no
ato da concessão do dinheiro.
Para Assaf Neto (1998, p. 13) matemática financeira é o "estudo do dinheiro no tempo, ao
longo do tempo". Segundo Zentgraf (2003, p. 2), além dos estudos voltados para os aspectos do
dinheiro, esses estudos tinham como objetivo estabelecer relações entre quantidades monetárias
expressas em datas diferentes.

1;2;3;4;5
Acadêmicos do Curso de Administração, Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
6
Tutor Externo do Curso de Administração, Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Turma
(ADG2832)
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A matemática financeira, desde seu início sempre esteve muito ligada ao significado de
comércio. Nas sociedades primitivas, não havia a troca de mercadorias, pois, o homem retirava da
natureza tudo que necessitava para sua sobrevivência. Entretanto, com o começo da comunicação
entre os povos, iniciou também as trocas comerciais, mais tarde conhecidas como escambo. A troca
direta, tinha exclusivamente o propósito de prover as necessidades essenciais dos integrantes do
grupo, descrita assim por Ifrah (1997):
O primeiro tipo de troca comercial foi o escambo, fórmula segundo a qual se trocam
diretamente (e, portanto, sem a intervenção de uma “moeda” no sentido moderno da
palavra) gêneros e mercadorias correspondentes a matérias primas ou objetos de grande
necessidade. (p.145).
Ao longo dos anos o comercio se expandiu em larga escala, onde a introdução da moeda
/dinheiro veio para facilitar as trocas, onde as pessoas puderam ser capazes de medir com clareza o
valor de cada bem ou serviço. Sem o dinheiro não haveria a especialização e a sociedade que
conhecemos. A evolução da economia e, consequentemente, da matemática financeira, permite que
independente das situações, podem ser solucionadas por meios de técnicas e ferramentas
específicas.
Mais tarde, com o crescimento significativo da atividade comercial no Renascimento e o
interesse pela educação, foram elaborados os primeiros escritos populares sobre a aritmética, tendo
sido impressas várias obras na Europa, ainda antes do século XVII, de acordo com Eves (2004, p.
299). A obra denominada Aritmética de Treviso é uma das mais antigas aritméticas impressa,
anônima é muito rara nos dias de hoje. Foi publicada na cidade de Treviso, em 1478:
trata-se de uma aritmética amplamente comercial, dedicada a explicar a escrita dos
números, a efetuar cálculos com eles e que contém aplicações envolvendo sociedades e
escambo. Como os algoritmos iniciais do século XIV, ela também inclui questões
recreativas. (Gonçalves, 2007, p. 6).

Foram realizadas ainda diversas publicações sobre a aritmética e sua importância no


comercio, o que acabou influenciando no desenvolvimento da matemática, podendo citar as
publicações de Widman, Köbel e Riese, as quais foram postadas na Alemanha sendo a de Adam
Riese considerada “a mais influente de todas as aritméticas comerciais alemãs, [...] este trabalho
conseguiu uma reputação tão alta que, ainda hoje na Alemanha, nach Adam Riese significa cálculo
correto. ” Segundo Eves, 2004, p. 299.
Portanto, a aritmética se tornou uma precursora nas resoluções de cálculos dos problemas
em relações comerciais de vários povos, mais tarde foi evoluindo para o uso da álgebra e
contribuindo de maneira importante na forma como hoje são resolvidas as questões da matemática
comercial e financeira.
A matemática financeira e comercial se tornou um método adotado como instrumento
estratégico por aqueles que compreendem sua aplicação, inclusive, utilizando-a para obter
vantagem nos negócios. Em um mercado dinâmico e complexo, o conhecimento da matemática
torna-se elemento básico para qualquer ramo profissional que estejam voltados para operações de
qualquer entidade, de grande ou pequeno porte, nacional ou internacional, pública ou privada, seu
uso é imprescindível.
Hoje nas diversas áreas do nosso sistema econômico é aplicada a matemática, visto que está
presente no cotidiano das pessoas através dos empréstimos, financiamentos e investimentos,
qualquer projeto empresarial deve ser respaldado em uma análise financeira, é uma ferramenta
essencial para resolver questões que envolvem prestações de um financiamento, organização e
controle de folha de pagamentos, corte de despesas, avaliação da margem de lucro, precificação de
produtos e serviços, balanços etc. Todos essas operações dependem da matemática financeira, de
uma forma simplificada, podemos dizer que a matemática financeira é o ramo da Matemática
aplicada que estuda o comportamento do dinheiro no tempo.
Para Santos (2005, p. 157). “A Matemática Financeira busca quantificar as transações que
ocorrem no universo financeiro levando em conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no
tempo (time value money)” O que se entende na afirmação da autora é que o valor que é dado a
determinada quantidade de dinheiro pode ser alterado com o passar do tempo, pois além do tempo e
das variáveis capital, existe a taxa de juros válido pelo empréstimo ou pelo uso do dinheiro. Nas
palavras de Veras “para que as operações financeiras sejam executadas, faz-se necessário a
aplicação de cálculos adequados, sendo que o estudo desses cálculos é o objeto de estudo da
matemática financeira”, nesse sentido compreende-se que cálculos básicos da matemática e suas
aplicabilidades pode facilitar a vida financeira em muitos aspectos, tais como o Juro Simples e o
Juro composto.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao estudar sobre a matemática e a sua evolução ao longo dos anos é notar também que ela
está e sempre estará sujeita a mudanças e transformações, pois é um ramo no qual está em constante
inovação, visto que está presente em inúmeras áreas da sociedade, como diariamente no cotidiano
das pessoas.
Um dos principais conceitos abordados pela matemática financeira envolve o conhecimento
sobre porcentagem, que engloba desconto, juros compostos, juros simples e o acréscimo. A ideia do
acréscimo é associada ao adicionar ou acrescentar parte do valor a seu valor original, essa ideia é
bem explana pelo professor de matemática Robson Luiz no site Brasil escola, como no exemplo a
seguir:
Um produto custava 35 reais, com o aumento do dólar, ele sofreu um acréscimo de 30%.
Determine o novo valor desse produto. A porcentagem representa parte de algo, dessa forma
devemos calcular primeiro 30% do valor inicial:
35 + 30% de 35
Resolvendo primeiro a porcentagem e, em seguida, somando os valores, teremos que:
35 + 30% de 35
30 + 30/100 . 35
35 + 0,3 . 35
35 + 10,5
45,5
Com o acréscimo, o valor do produto será de R$ 45,5 reais, de modo geral, podemos
deduzir uma fórmula para o acréscimo, considerando um valor x e que ele sofra um acréscimo de
p% de acordo com o que acabamos de definir, podemos escrever esse acréscimo da seguinte
maneira:
X + p% de X
X + p/100 . X
X * (1 + 0,01p) ou X . (1 + 0,01p)
Refazendo esse segundo exemplo utilizando a formula anterior, temos X = 35 e observa-se que o
acréscimo foi de 30%, ou seja, p = 30%.
35 . (1 + 0,01 . 30)
35 . (1 + 0,03 )
35 . 1,3
45,5
Observe que foi obtido o mesmo valor, e é uma opção vantajosa utilizar tal formula para o benefício
empresarial.
Conclui-se que a matemática financeira trabalha com números e valores, é justamente com
números e valores que a empresa trabalha e dos quais depende para existir e crescer, quando usada
com precisão ela pode ajudar os custos e aumentar os lucros de forma significativa, oferecendo a
possibilidade de analisar os recursos mais viáveis para a o crescimento da empresa.

Por fim podemos perceber que se faz importante o conhecimento da Matemática Financeira
em nossa rotina, pois através dela como já foi mencionado no texto acima, conseguimos minimizar
os custos e aumentar os resultados em aplicações financeiras, quando fazemos seu uso da maneira
correta.

REFERÊNCIAS

ALENCAR, M. F. C. R. Noções básicas sobre juros e o combate à usura. Jus Navigandi,


Teresina, ano 10, n. 1000, 28 mar. 2006. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/8158/nocoes-
basicas-sobre-juros-e-o-combate-historico-a-usura. Acesso em: 24 de abril de 2021.
Assaf Neto, A. Finanças corporativas e valor. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2005
GONÇALVES, J. P. A história da matemática comercial e financeira. Disponível em:
https://www.somatematica.com.br/historia/matfinanceira4.php. Acesso em: 24 de Abril de 2021.
https://www.normaseregras.com/normas-abnt/
IFRAH, Georges. História universal dos algarismos: a inteligência dos homens contada pelos
números e pelo cálculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
Nogueira, L. A; Omodei, L.B.C.A Educação Matemática Financeira no Ensino Fundamental:
Uma proposta de ensino Paraná, 2012. Disponível em:
http://www.fap.com.br/fotun_2012/forun/pdf/Exatas/Poster/ResExaP01.pdf. Acesso em 24 abr
2021.
PITON-GONÇALVES, J. A história da matemática comercial e financeira. 2005 2ª edição
Veras, L. L. Matemática Financeira: uso de calculadoras financeiras, aplicações ao mercado
financeiro, introdução à engenharia econômica, 300 exercícios resolvidos e propostos com
respostas. 4aed. São Paulo: Atlas, 2001.Vieira Sobrinho, José Dutra Matemática Financeiro. 7.
ed. 10. reimpr. Atlas, São Paulo. (2009)
Zentgraf, R. O guia prático de finanças do Roberto Zentgraf: aprenda a lidar com seu
dinheiro de forma inteligente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

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