Você está na página 1de 37

Programa de Aprimoramento da

Assistência Farmacêutica no SUS

PLANEJAMENTO EM SAÚDE
Professor: DARLAN THOMAZ
QUE BOM
QUE VOCÊ
VEIO!
JÁ VAI COMEÇAR NOSSA CONVERSA SOBRE
PLANEJAMENTO EM SAÚDE...

ENQUANTO ISSO…
 Escolha um lugar confortável para você sentar e
se acomodar
 Que tal pegar uns biscoitinhos pra disfarçar a
fome, uma água, um chá...
 E se você pegasse um caderno e uma caneta para
anotações?
Darlan Thomaz

 Subsecretário de Gestão Regional – SES/MG


 Professor do Curso de Gestão da Saúde da PUC Minas;
 Membro do Grupo de Pesquisa em Geografia da Saúde e
 Pai do Miguel e da Clarice.
 Estive Coordenador de Desenvolvimento de Práticas de Gestão da Unimed-BH;
 Estive Diretor de Planejamento e Gestão da Secretaria Municipal de Saúde de
Pedro Leopoldo em 2017;
 Estive Assessor Chefe de Cooperação Intermunicipal em Saúde 2014-2016
(SES/MG);
 Estive Assessor de Gabinete do Secretário Adjunto de Estado de Saúde 2013-
2015 (SES/MG)
 Graduado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
especialista em Gestão Microrregional de Saúde pelo SENAC/Minas, especialista
em Gestão da Atenção à Saúde pela Fundação Dom Cabral (FDC) e especialista
em Gestão Hospitalar pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP/MG).
EIXOS DA APRESENTAÇÃO
1. O macroambiente do setor saúde e do SUS

2. O que é planejamento?

3. Aspectos formais e arcabouço de planejamento no ambiente público

i. Planejamento governamental

a. Sobre os instrumentos

ii. Planejamento do SUS

a. Relação entre os instrumentos do planejamento governamental e o


planejamento do SUS

b. Princípios do planejamento do SUS

c. Sobre os instrumentos

d. Interdependência dos instrumentos de planejamento do SUS

e. Linha do tempo do RAG e dos RDQA

iii. O sincronismo necessário entre o planejamento do SUS e o planejamento


governamental
1 O macroambiente do
setor saúde e do SUS
O MACROAMBIENTE DO SETOR SAÚDE E DO SUS:
dimensionamento do gasto público em ASPS
por esfera – 2002 a 2021

Valores mínimos a
serem aplicados
União: o valor empenhado
no exercício financeiro
anterior, acrescido de, no
mínimo, o percentual
correspondente à variação
do PIB;
Estados e DF: no mínimo,
12% do valor arrecadado
através dos impostos;
Municípios: no mínimo, 15%
do valor arrecadado
através dos impostos;
Fonte: (LC 141/2012)
O arcabouço institucional e decisório do SUS

NÍVEL

NACIONAL

ESTADUAL
REGIÃO
Gestor MUNICIPAL
(Autoridade Ministério da Secretarias Secretarias
Saúde Estaduais -
Sanitária) Municipais

Comissão Comissão Comissão Comissão


Intergestores Tripartite Bipartite Regional -

Colegiados e Conselho Conselho Colegiados Conselhos


espaços de Nacional e Estadual
Regionais/ Municipais e
Participação Conselhos Conferências
Conferências e Conferências Locais/Distritais
Social
Mediante à conjuntura inerente aos sistemas de saúde e
considerando a necessidade de avançar em direção à melhoria
do acesso à saúde, você já parou para pensar...

 Como o SUS planeja suas ações?


 Como promover formalidade técnica, jurídica e administrativa
ao planejamento, seja no SUS ou mesmo no ambiente
governamental?
 Como o gestor do SUS presta contas daquilo que
planejou/executou?

Se não, chegou a hora de entender um pouco mais sobre isso.


2 O que é planejamento?
1-7

”Planejamento consiste em se
definir com antecedência o
que será feito para mudar
condições insatisfatórias no
presente ou evitar que
condições adequadas
venham a deteriorar-se no
futuro.” (CHORNY, 1998).
2-7
“A noção mais simples de planejamento é a de não-
improvisação. Uma ação planejada é uma ação não-
improvisada e, nesse sentido, fazer planos é coisa conhecida
do homem desde que se descobriu com capacidade de
pensar antes de agir (...)” (GIOVANELLA, 1991).
3-7
“Planejar significa pensar antes de agir, pensar sistematicamente,
com método; explicar cada uma das possibilidades e analisar
suas respectivas vantagens e desvantagens, propor-se a
objetivos. É projetar-se para o futuro, porque as ações de hoje
terão sido eficazes, ou ineficazes, dependendo do que pode
acontecer amanhã e do que pode não acontecer (...)”
(HUERTAS, 1996)
4-7

“O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às


implicações futuras de decisões presentes. (PETER DRUCKER, s.a.).
5-7

O planejamento representa a
tarefa de traçar as linhas gerais do
que deve ser feito e dos métodos
de fazê-lo, a fim de atingir os
objetivos organizacionais (GULICK,
s.a. apud CHIAVENATO, 2003, p. 87)
6-7

A ideia de planejamento está


estreitamente associada ao processo
decisório do agente, onde o que se
tem em mente é a seleção de cursos
de ação mais adequados à
promoção de seus interesses e ao
alcance dos fins que este persegue.
(CARNEIRO, 2004)
7-7
“Planejamento é o cálculo que precede e preside a ação.”
(MATUS,1989)
O Planejamento em Saúde, como parte integrante do
arcabouço legal do SUS, pode indicar processos e métodos na
formulação e/ou requisitos para repasses de recursos, controle e
auditoria. Para o fortalecimento e a institucionalização do SUS,
faz-se necessária a “adoção do processo de planejamento,
neste incluído o monitoramento e avaliação, como instrumento
estratégico de gestão do SUS” (MINAS GERAIS, s.a., p. 12)
3 Aspectos formais e
arcabouço de planejamento no
ambiente público
Planejamento
Governamental
Sobre os instrumentos

Lei de Diretrizes Orçamentárias


Plano Plurianual (PPA) Lei Orçamentária Anual (LOA)
(LDO)
Vigência de 4 anos
(entra em vigor a partir do 2º ano
Vigência de 1 ano Vigência de 1 ano
de gestão que se inicia e abrange
o 1º ano da gestão seguinte)
• Cabe à LDO estabelecer, para
• A LOA contém o
cada exercício fiscal, as metas
detalhamento anual das
e as prioridades da
• Cabe ao PPA a definição das ações a serem implementadas
Administração Pública e os
diretrizes, objetivos e metas da e os recursos orçamentários
parâmetros de elaboração da
Administração Pública relativas que estarão disponíveis para o
LOA.
às despesas de capital e aos financiamento das políticas.
• Reservará recursos para a
gastos correntes delas • O detalhamento anual dos
execução.
derivados, ou seja, o PPA gastos relativos a cada etapa
• A integração entre o PPA e a
sintetiza as estratégias de das estratégias adotadas é
LOA é função da LDO,
médio prazo e as realizado pela LOA, cujo
consistindo no instrumento
operacionaliza por meio dos conteúdo deve guardar plena
inovador instituído pela
programas que o constituem. compatibilidade com as
Constituição Federal de 1988
diretrizes expressas nos
em matéria de organização
programas definidos no PPA
orçamentária.
Planejamento do SUS
RELAÇÃO ENTRE OS INSTRUMENTOS DO PLANEJAMENTO
GOVERNAMENTAL E O PLANEJAMENTO DO SUS
Princípios do planejamento do SUS

1. Consiste em uma atividade obrigatória e contínua;


2. Deve ser integrado ao planejamento governamental geral;
3. Deve respeitar os resultados das pactuações entre os gestores nas comissões
intergestores regionais, bipartite e tripartite;
4. Deve estar articulado constantemente com o monitoramento, a avaliação e a
gestão do SUS;
5. Deve ser ascendente e integrado;
6. Deve contribuir para a transparência e a visibilidade da gestão da saúde;
7. Deve partir das necessidades de saúde da população;
8. Exige participação social (por meio dos conselhos).

(BRASIL, 2016, p. 73.)


Sobre os instrumentos
Programação Anual de Relatório Anual de Gestão
Plano de Saúde (PS)
Saúde (PAS) (RAG)
Vigência de 4 anos
(entra em vigor a partir do 2º ano
Vigência de 1 ano Vigência de 1 ano
de gestão que se inicia e abrange
o 1º ano da gestão seguinte)
Operacionaliza as intenções
expressas no Plano de Saúde.
Expressa as políticas e os É onde são detalhadas as Apresenta os resultados
compromissos assumidos na ações e serviços, as metas alcançados com a execução
gestão de saúde. O seu anuais, os indicadores e os da PAS, apurados com base
conteúdo reflete as recursos orçamentários que no conjunto de ações, metas
necessidades de saúde da operacionalizam o Plano e indicadores desta, e orienta
população. Com a naquele ano específico. Na eventuais redirecionamentos
elaboração do Plano de PAS é definida a totalidade que se fizerem necessários ao
Saúde se definem Diretrizes, das ações e serviços de Plano de Saúde e às
Objetivos e Metas; saúde, nos seus componentes Programações seguintes.
de gestão e de atenção à
saúde
Interdependência dos instrumentos
de planejamento do SUS
LINHA DO TEMPO DO RAG E DOS RDQA

LEI COMPLEMENTAR 141/2012: LINHA DO TEMPO RELATÓRIOS

ABRIL JUN AGOSTO OUT DEZ

JAN FEV MAR MAI JUL SET NOV

RELATÓRIO RAG ANO RELATÓRIO RELATÓRIO


QUADRIMESTRE ANTERIOR QUADRIMESTRE QUADRIMESTRE
ANO ANTERIOR ANO EXERCÍCIO ANO EXERCÍCIO
O SINCRONISMO NECESSÁRIO ENTRE O
PLANEJAMENTO do SUS E o PLANEJAMENTO
GOVERNAMENTAL
Para ficar na memória

1. No SUS, as despesas devem estar lastreadas nos instrumentos de planejamento e


gestão (PES e PAS)!

2. O planejamento é ascendente e com participação social (por meio dos


Conselhos)!

3. Há em curso no ambiente de planejamento, a efetivação do Planejamento


Regional Integrado (PRI). Fique de olho!

4. O custo do planejamento é infinitamente inferior ao custo de lidar com a falta


dele!
Obrigado.

darlanthomaz@yahoo.com.br

AGRADECEMOS A PARTICIPAÇÃO!
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. - Brasília: CONASS, 2003. 248
p. Cap. 7, Informação e informática em saúde, p. 99 – 111.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de planejamento no SUS / Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. – 1. ed., rev. – Brasília : Ministério da Saúde,
2016. 138 p. : il. – (Série Articulação Interfederativa; v. 4). ISBN 978-85-334-2327-5.
BRASIL. Ministério da Saúde. Pactos pela vida, em defesa do SUS e de gestão. Diretrizes operacionais. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Planejamento do SUS. Uma construção coletiva. Organização e funcionamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa, e dá outras providência.
CHORNY, A. H. Planificación em salude: vieja ideas em nuevas ropajes. Cuardenos médicos y sociales, Argentina, v.73, p.23-44, 1998.
CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 8, 1986. Brasília, Anais. Brasília: Ministério da Saúde, 1987.
DIEESE Introdução ao Planejamento Estratégico Situacional (P.E.S.).
GIOVANELLA L. A proposta de Mario Testa para o planejamento em saúde. In: Giovanella L, organizadora. Planejamento estratégico, programação e
orçamentação em saúde: textos de apoio. Rio de Janeiro: ENSP; 1992. [ Links ]
GIOVANELLA, L. As origens e as correntes atuais do enfoque estratégico em planejamento de saúde na América Latina. Cadernos de Saúde Pública. Rio de
Janeiro, 7(1):26, 1991.
GIOVANELLA, Lígia. Planejamento estratégico em saúde: uma discussão da abordagem de Mário Testa. Cad. Saúde Pública, Apr./June 1990, vol. 6, n° 2, p. 129-
153. ISSN 0120-311X.
HUERTAS, F. O método PES: entrevista com Matus. São Paulo: Fundap, 1996.
MATUS, C. Fundamentos da planificação situacional. In: RIVERA, F.J.U. (Org.). Planejamento e programação em saúde: um enfoque estratégico. São Paulo:
Cortez, 1989. p.105-176.
MATUS, Carlos. Planificação, Liberdade e Conflito. Mimeo.
Matus, Carlos. Política, planejamento e governo. Brasília: IPEA, 1993.
TEIXEIRA, C. F. 1994. A construção social do planejamento e programação local da vigilância a saúde no Distrito Sanitário. In: Planejamento e programação local
da Vigilância da Saúde no Distrito Sanitário (E. V. Mendes, org), p. 43-59, OPS. Série Desenvolvimento de serviços de saúde, nº 13, Brasília.
UFMS, Pós Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família. Módulo de Planejamento em Saúde. Disponível em http://virtual.ufms.br/objetos/Unidade2/obj-
un2-mod1/3.html.
VIEIRA, Fabíola Supino. Avanços e desafios do planejamento no Sistema Único de Saúde. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2009, vol.14, suppl.1, pp.1565-1577. ISSN
1413-8123. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232009000800030.
LIMA, LD. A coordenação federativa do sistema público de saúde no Brasil. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 - prospecção estratégica
do sistema de saúde brasileiro: organização e gestão do sistema de saúde [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 3. pp. 73-139. ISBN 978-85-8110-017-3. Available from SciELO Books.
Normas relevantes
Lei n° 8.080, de 19/09/90 – os artigos 36 e 37 dessa Lei definem que o processo de planejamento e orçamento do SUS será ascendente, do nível
local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em
planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
Lei n° 8.142, de 28/12/90 – essa lei dispõe sobre a participação da comunidade no SUS, mas também sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde.
Emenda Constitucional 29 – altera os arts. 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. Foi regulamentada pela Lei
Complementar 141 de 13/01/2012.
Portaria GM/MS 4.279 de 30/12/10 – A Rede de Atenção à Saúde organiza-se a partir de um processo de gestão da clínica associado ao uso de
critérios de eficiência microeconômica na aplicação de recursos, mediante planejamento, gestão e financiamento intergovernamentais cooperativos,
voltados para o desenvolvimento de soluções integradas de política de saúde.
Decreto 7.508 de 28/06/11– regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da
saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. Os artigos 15 a 19 tratam do processo de planejamento da saúde, suas características, seus
instrumentos, ferramentas e a participação dos fóruns de pactuação do SUS e da sociedade nesse planejamento.
Resolução CIT nº 1 de 29/09/11 – estabelece diretrizes gerais para a instituição de Regiões de Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), nos
termos do Decreto Nº 7.508, de 28 de junho de 2011.
Lei Complementar 141 de 13/01/12 – regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem
aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde.
Portaria GM/MS 2.135 de 25/09/13 – estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do SUS detalhando o que está expresso na
Lei 8.080/90, no Decreto 7.508/11 e na LC 141/12.
Resolução CIT n. 23, de 17/06/17 – Estabelece diretrizes para os processos de Regionalização, Planejamento Regional Integrado, elaborado de forma
ascendente, e Governança das Redes de Atenção à Saúde no âmbito do SUS
Resolução CIT n. 37, de 22/03/2018 – Dispõe sobre o processo de Planejamento Regional Integrado e a organização de macrorregiões de saúde.

Você também pode gostar