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Psicopatologia Geral I – Unidade I

Curso de Psicologia Uma breve introdução da história


psiquiatria e da psicopatologia
Disciplina Psicopatologia Geral
• Tem-
Tem-se desde os primóprimórdios dos cuidados mé médicos e da
Professora Msc.
Msc. Mônica Cristina Combat Barbosa evoluç
evolução da medicina, a construç
construção das casas de saúsaúde, dos
Mestre em Educaç
Educação Tecnoló
Tecnológica pelo CEFET/MG asilos, dos hospitais gerais com objetivos só sócio-
cio-polí
políticos
(Interface entre a Psicologia, a Educaç
Educação e a Tecnologia)
Especialista em Gestão Estraté
Estratégica em Recursos Humanos
emergentes até
até às instituiç
instituições psiquiá
psiquiátricas. Com Esquirol (1772-
(1772-
Licenciatura plena em Psicologia (formaç
(formação pedagó
pedagógica) 1840) – discí
discípulo de Pinel (pai da Psiquiatria), e o pró
próprio Pinel
Professora de PóPós-graduaç
graduação caracterizou-
caracterizou-se a primeira revoluç
revolução psiquiá
psiquiátrica.
Professora Universitá
Universitária e Supervisora de Está
Estágios
Supervisora de Psicologia Clí
Clínica para profissionais formados • Com Emil Kraepelin,
Kraepelin, a segunda revoluç
revolução psiquiá
psiquiátrica, cujo
Psicó
Psicóloga Clí
Clínica (Existencial Humanista – psicoterapias e
psicoterapia breve) e do Trabalho
enfoque se deu na proposta nosográ
nosográfica de classificar e catalogar
os diferentes transtornos mentais.
BH – MG – 2009 1 2

• Karl Jaspers (1913) – na 2ª Rev. Psiquiátrica trouxe importantes • Dessa forma, a doença realiza-se no núcleo da existência
conhecimentos importantes da psicopatologia, inclusive, a (Ibid.: 849). Assim, é preciso compreender “o homem todo
psicopatologia fenomenológica, incorporados à psiquiatria, mas em sua enfermidade”, ou seja, a doença enquanto uma
esta não reconheceu a psicopatologia como sendo uma ciência dimensão da vida deste homem.
independente. Kurt Schneider e Eugen Bleuler também surgem
como expoentes nesta época. • Freud surge com a psicanálise e os construtos sobre o
inconsciente.
• Jaspers, no seu Psicopatologia Geral (1913) irá delinear uma
nova perspectiva para a psicopatologia, ao romper com sua • Surgimento da antipsiquiatria (movimento britânico -
lógica analítica, embasada na noção de “causalidade”, Laing, Cooper, Esterson - influência da fenomenologia,
predominante no modelo neurofisiológico e organicista da americano - Szasz, Keen, Italiano, Basaglia, influência da
psiquiatria de então, propondo novos parâmetros para essa
fenomenologia) - a essência deste movimento era a de se
disciplina, subordinados à noção de “compreensão” e sua lógica
pensar a esquizofrênia como um fenômeno social e não
sintética, sustentados na Fenomenologia de Husserl.
SOMENTE como fruto de um problema orgânico e
• Argumenta que a questão psicopatológica implica o hereditário.
desenvolvimento da personalidade do sujeito, horizonte em que
ela deve ser compreendida. 3 4
• Reforma Psiquiátrica com Michel Foucault, Franco
Unidade II – Conceito
Basaglia e outros. E no Brasil, com a lei 10.216, em
06/04/2001, de Paulo Delgado.
ETIMOLOGIA DO TERMO PSICOPATOLOGIA
• Observa-se que na atualidade no Brasil e em países
como a Suíça, a Espanha, Peru e Alemanha a Grego:
psicopatologia tem o status de ciência independente e
distinta da psiquiatria. Segundo Isaias Paim (1993) a Psykné + Pathos + Logos
psicopatologia se firmou como ciência normativa que
tem como foco a busca pela compreensão e a explicação (Alma) + (doença) + (estudo)
do funcionamento do psiquismo humano,
diferentemente da psiquiatria que se incumbe de prestar
atenção primária, tratamento e assistência aos doentes
mentais.
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O conceito de psicopatologia • “Nunca se pode reduzir inteiramente o ser humano a


Segundo Isais Paim (1993), “A psicopatologia tem por conceitos psicopatológicos”.
objeto descritivo fenômenos psíquicos anormais e, neste
sentido, difere consideravelmente da psiquiatria, cujo • “Nosso tema é o homem todo em sua enfermidade”.
objeto consiste na investigação da nosologia dos
transtornos mentais, bem assim de sua causalidade,
tratamento e prevenção primária dos referidos Karl Jaspers (1883 – 1969)
transtornos mentais... O método empregado para a
psicopatologia na pesquisa e descrição dos fenômenos • O conhecimento da psicopatologia de um doente não
psíquicos mórbidos é a fenomenologia”. Nesta reduz ou não traduz inteiramente a vida e o significado da
perspectiva, Jaspers (apud Dalgalarrondo, 2000) existência do ser humano.
considera que o domínio da psicopatologia estende-se a
“todo fenômeno psíquico que se possa apreender em
conceitos de signficação constantes e com possibilidade
de comunicação”. (p.23) 7 8
A Psicopatologia se divide em Geral e Especial; Já o sintoma é toda manifestação subjetiva de um estado
patológico, que é percebido e descrito pela pessoa, eles
Psicopatologia Geral é o estudo sistematizado dos sinais são menos observáveis e quantificáveis, mais complexos e
e sintomas que indicam presença de transtorno mental. menos constantes, como por exemplo: “Entrei no bar e uma
Divide-se o psiquismo humano em conceitos operativos pessoa desconhecida, me encarou com olhar ruim, levantou
(funções psíquicas) para depois agrupá-los em quadros o copo e bebeu bruscamente e o colocou no balcão.
nosológicos. E a Psicopatologia Especial estuda os Compreendi por seu gesto que iria me matar.”
quadros nosológicos.
TRANSTORNO MENTAL
Os sinais e sintomas são manifestações patológicas
passíveis de serem detectadas durante o exame do
paciente, que correspondem a transtornos ou doenças. Presença de comportamentos ou padrões de conduta, ou
O sinal é a manifestação ou indicador objetivo de um grupo de sintomas bem delimitados e identificáveis na
processo ou estado patológico e é observado pelo clínico. exploração clínica, que na maioria dos casos se
Eles são observáveis, quantificáveis, simples e constantes. acompanha de mal estar e/ou interfere na atividade da
Ex: Desarmonia dos movimentos, expressão linguística incoerente pessoa.
na esquizofrenia. 9 10

Características comuns observáveis em Uma questão polêmica pertinente


pessoas com transtornos mentais:
Canguilhem (2006)
• Mal estar ou sofrimento subjetivo;
• Perda da liberdade ou autonomia; Saúde X Doença
• Falta parcial ou total de adaptação ao meio;
• Violar normas sociais ou morais;
• A conduta é incompreensível;
• E outras... (abertura às modificações (impossibilidade de
e a uma constância mudança e obediência
O que as faz tão diferentes de nós???? homeostática flexível a irrestrita às normas,
criação de novos padrões aos padrões)
O que é normal? de saúde de forma
O que é patológico? recursiva

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NORMAL X PATOLÓGICO
Considerações importantes
Cura? Cura?

(EXISTE UMA FRONTEIRA) • Nenhum critério é por si só indicador de conduta


que pode variar... anormal.
• Cura – perto? Ou longe? Depende da abertura às • Nenhum critério é por si só suficiente para definir
uma conduta como anormal.
modificações necessárias.
• A anormalidade deve ser definida por vários
• A Saúde e a Doença é uma normalidade, depende de critérios.
que ponto de vista, de uma norma, de uma organização. O • Um sintoma isolado não é patológico, pois pode ser
patológico não é o contrário lógico de normal, mas sim o encontrado em determinadas circunstâncias em
contrário lógico vital de sadio. pessoas normais (Por exemplo: Alucinações).

• A Saúde é vista e pensada como uma condição, um


estado temporário...
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Referências Bibliográficas Básica

BERGERET, Jean. Psicopatologia. Teoria e Clínica. 9 ed.


Porto Alegre:Artmed, 2006. ISBN: 978536307077
Quaisquer dúvidas fiquem à vontade.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia
dos transtornos mentais. Porto Alegre:Artmed, 2000. ISBN:
978573975953.

LOUZÃ NETO, Mario Rodrigues et al. (Orgs.) Psiquiatria Professora Msc. Mônica Combat
básica. Porto Alegre:Artmed, 2007. ISBN: 978853630926 monica_combat@yahoo.com.br

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