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“A Psicologia no Brasil”
Revista: Psicologia Ciência de Profissão, 2010, 30 num.esp.),246-271
Profa. Joseth Jardim
Prof. Paulo H. Grande
Psicologia
Psicologiacomo
comoProfissão
Profissão--entrevista
entrevistacom
comaaprofessora
professoraAna
AnaBock
Bock Psicologia
Psicologiacomo
comoCiência
Ciência--entrevista
entrevistacom
comooprofessor
professorCesar
CesarAdes
Ades
Ana Mercês Bahia Bock, Doutora em Psicologia Social Cesar Ades. Doutor em Psicologia experimental
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (1973), livre-docente pela Universidade de São Paulo
onde leciona e desenvolve pesquisas, com ênfase em (1991), é professor titular (1994) do Instituto de
Psicologia sócio-histórica, atuando e pesquisando Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).
principalmente nos seguintes temas: Psicologia, Atualmente, dirige o Instituto de Estudos Avançados
educação, Psicologia sócio-histórica, profissão e da USP. É membro do International Council of
compromisso social e dimensão subjetiva da Ethologists, da International Society of Comparative
desigualdade social. Foi presidente do Conselho Psychology e vice-presidente da Sociedade Brasileira
Federal de Psicologia por três gestões. Preside o de Etologia (SBEt), da qual foi fundador. Suas
Instituto Silvia Lane – Psicologia e Compromisso Social principais linhas de pesquisa estão na área de
e é, atualmente, secretaria executiva da União Latino- etologia e do comportamento animal.
americana de Entidades de Psicologia.
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1. Psicologia como Profissão: principais observações - continuação
Nos anos 70 houve uma perseguição aos intelectuais de esquerda que se refugiaram nas
universidades propiciando leituras críticas aos alunos em plena ditadura e espalhando o
marxismo na sociedade.
Houve um fortalecimento do movimento operário, grandes greves e uma movimentação da
esquerda que refletiram nos cursos de psicologia, formando um pensamento crítico e o
questionamento do papel do psicólogo
A ditadura teve importante contribuição para a profissão do psicólogo. A abertura do país
ocasionou o fechamento de muitas empresas, para compensar o desemprego, o estado abriu
vagas nas universidades para a classe média da população
Nos anos 80 os psicólogos iniciaram atuação na saúde mental e na Psicologia comunitária
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2. Psicologia como Profissão: problemáticas
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2. Psicologia como Profissão: problemáticas - continuação
No conselho, o maior interesse ainda não era o projeto voltado para um compromisso social,
havia dificuldade em distanciar os interesses corporativos do projeto do conselho – grande
dificuldade para juntar ambos os interesses em um só projeto, olhando para social e
favorecendo as condições de trabalho.
Dificuldade para convencer a regulamentação e avaliação dos testes psicológicos e de
reformular o código de ética, apesar de estas iniciativas terem sido acatadas com sucesso.
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3. Psicologia como Profissão: desafios
Avançar na adaptação, evolução dos métodos, técnicas, esquema teóricos adaptando-os ao sujeito alvo da
situação
A construção de pensamento sindical por meio da mudança da percepção dos sindicato sobre o psicólogo,
deixar de vê-lo como um sujeito endeusado para vê-lo como um trabalhador comprometido também com a
atividade social
Voltar o propósito do estudante de psicologia e do psicólogo para o compromisso com a construção de
conhecimento, com o interesse pelo próximo e por conhecer a si mesmo, para ajudar o próximo ao invés de
apenas obter prazer com o conhecimento adquirido no curso
Havia uma divisão entre quem acreditava que era preciso construir uma nova Psicologia que se adequasse a
todos, e aqueles que achavam que bastava utilizar os recursos já existentes com os novos clientes. Ana
acreditava que essa seria uma tensão permanente na profissão.
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1. Psicologia como Ciência: principais observações
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2. Psicologia como Ciência: problemáticas
Faz crítica aos Mestres e Doutores e obtém títulos apenas com o viés de pós-graduação
acadêmica, não contribuindo para o avanço da construção de conhecimento no campo da
ciência
Falta de valorização do mercado de trabalho e da sociedade para os títulos de pós-graduações
Preocupação maior com manter a essência da profissão do que ampliar o conhecimento por
meio da relação com outras área do saber
Ausência de novos contextos, novas teorias, com a produção de ciência, de conhecimento
Uso de métodos antigos (clássicos) para trabalhar problemas novos
Cursos de psicologia atuando de maneira conteudista, reproduzindo conhecimento e métodos
antigos, mesmo diante de um novo contexto, de uma nova realidade
Não formar profissionais completos – que saibam a prática, mas também a pesquisa
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3. Psicologia como Ciência: desafios
Fazer ciência não significa necessariamente saber de que maneira atuar sobre a realidade social,
há que se distinguir um pragmatismo bem intencionado, e que muitas vezes funciona, do
conhecimento mais estrutural do que está acontecendo – equilibrar pragmatismo com
conhecimento estrutural
Fazer com que a psicologia tem papel estratégico para indivíduos e organizações, por meio de sua
inovação e da construção de cenários futuros – tal dificuldade existe pois a psicologia, diferente de
outras incitativas não produz recursos ou resultados tangíveis, mas há que se valorizar o bem estar
que produz
Transferência de conhecimento entre o campo da prática e da teoria (ciência), o que se produz em
cada um destes dois campos não avança até o outro, cada um atua de maneira isolada,
individualista
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3. Psicologia como Ciência: desafios - continuação
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