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PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO

“A Psicologia no Brasil”
Revista: Psicologia Ciência de Profissão, 2010, 30 num.esp.),246-271
Profa. Joseth Jardim
Prof. Paulo H. Grande

Alunos do 1º período de Psicologia Noturno


Ariadne Netzel - RA 2122391
Franciane Candatten – RA 2122167 
Pedro Cordeiro Neves - 2124115
Regina Reginatto França – RA 2121965
Wellington Secon – RA 2124314
Curitiba - Abril de 2021
Contexto
Relatório sobre a leitura do texto A Psicologia no Brasil*, publicado na edição comemorativa de 30 anos da
revista Psicologia: Ciência e Profissão, em 2010. Trata-se de uma atualização de artigo com o mesmo tema,
publicado na edição de número zero da revista. A comissão editorial da revista escolheu duas pessoas para serem
entrevistas, que representassem respectivamente a ciência e a profissão no Brasil.

Psicologia
Psicologiacomo
comoProfissão
Profissão--entrevista
entrevistacom
comaaprofessora
professoraAna
AnaBock
Bock Psicologia
Psicologiacomo
comoCiência
Ciência--entrevista
entrevistacom
comooprofessor
professorCesar
CesarAdes
Ades

Ana Mercês Bahia Bock, Doutora em Psicologia Social Cesar Ades. Doutor em Psicologia experimental
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (1973), livre-docente pela Universidade de São Paulo
onde leciona e desenvolve pesquisas, com ênfase em (1991), é professor titular (1994) do Instituto de
Psicologia sócio-histórica, atuando e pesquisando Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).
principalmente nos seguintes temas: Psicologia, Atualmente, dirige o Instituto de Estudos Avançados
educação, Psicologia sócio-histórica, profissão e da USP. É membro do International Council of
compromisso social e dimensão subjetiva da Ethologists, da International Society of Comparative
desigualdade social. Foi presidente do Conselho Psychology e vice-presidente da Sociedade Brasileira
Federal de Psicologia por três gestões. Preside o de Etologia (SBEt), da qual foi fundador. Suas
Instituto Silvia Lane – Psicologia e Compromisso Social principais linhas de pesquisa estão na área de
e é, atualmente, secretaria executiva da União Latino- etologia e do comportamento animal.
americana de Entidades de Psicologia.

* Fonte: PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2010, 30 (num. esp.), 246-271


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1. Psicologia como Profissão: principais observações
 Historicamente a psicologia é uma profissão comprometida com o interesse da elite
 Em 2010 início do movimento de preocupação da psicologia com outras classes da população,
movimento apoiado por grande parte dos psicólogos, que desejavam que a psicologia tivesse
maior inserção na sociedade brasileira
 Os psicólogos demonstram engajamento com a profissão, com baixos índices de evasão no curso,
declarando muito apreço pela profissão, mantendo registro no conselho mesmo sem atuar, com a
aspiração de um dia poder exercer a profissão (sonho)
 Os psicólogos ganharam espaço na sociedade por meio da subutilização de seu conhecimento,
com atuação limitada às áreas de RH (testes e avaliações para recrutamento, seleção, orientação
profissional) e de educação de crianças e jovens

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1. Psicologia como Profissão: principais observações - continuação

 Nos anos 70 houve uma perseguição aos intelectuais de esquerda que se refugiaram nas
universidades propiciando leituras críticas aos alunos em plena ditadura e espalhando o
marxismo na sociedade.
 Houve um fortalecimento do movimento operário, grandes greves e uma movimentação da
esquerda que refletiram nos cursos de psicologia, formando um pensamento crítico e o
questionamento do papel do psicólogo
 A ditadura teve importante contribuição para a profissão do psicólogo. A abertura do país
ocasionou o fechamento de muitas empresas, para compensar o desemprego, o estado abriu
vagas nas universidades para a classe média da população
 Nos anos 80 os psicólogos iniciaram atuação na saúde mental e na Psicologia comunitária

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2. Psicologia como Profissão: problemáticas

 Desconfiança da população acerca da atuação dos psicólogos – místico?


 Uso dos mesmos métodos, teorias, esquema teóricos para diferentes públicos( elite x classes mais
baixas, negros e brancos, crianças américas vs brasileiras, etc.), e áreas (clínica e saúde pública).
Fazem a mesma coisa em todos os lugares, grande parte por falta de produção de conhecimento
que adapte os métodos
 Distanciamento entre teoria e prática, ausência de pesquisas para entendimento do público,
dificultando a reformulação da técnica para adequá-la a diferentes contextos, realidades e
públicos
 Dificuldade para aproximar psicólogos de áreas diferentes da tradicional para evento da área (I
Mostra nacional de práticas em psicologia
 A psicologia em sua forma atual oculta as desigualdades e as diferenças sociais

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2. Psicologia como Profissão: problemáticas - continuação

 No conselho, o maior interesse ainda não era o projeto voltado para um compromisso social,
havia dificuldade em distanciar os interesses corporativos do projeto do conselho – grande
dificuldade para juntar ambos os interesses em um só projeto, olhando para social e
favorecendo as condições de trabalho.
 Dificuldade para convencer a regulamentação e avaliação dos testes psicológicos e de
reformular o código de ética, apesar de estas iniciativas terem sido acatadas com sucesso.

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3. Psicologia como Profissão: desafios
 Avançar na adaptação, evolução dos métodos, técnicas, esquema teóricos adaptando-os ao sujeito alvo da
situação
 A construção de pensamento sindical por meio da mudança da percepção dos sindicato sobre o psicólogo,
deixar de vê-lo como um sujeito endeusado para vê-lo como um trabalhador comprometido também com a
atividade social
 Voltar o propósito do estudante de psicologia e do psicólogo para o compromisso com a construção de
conhecimento, com o interesse pelo próximo e por conhecer a si mesmo, para ajudar o próximo ao invés de
apenas obter prazer com o conhecimento adquirido no curso
 Havia uma divisão entre quem acreditava que era preciso construir uma nova Psicologia que se adequasse a
todos, e aqueles que achavam que bastava utilizar os recursos já existentes com os novos clientes. Ana
acreditava que essa seria uma tensão permanente na profissão.

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1. Psicologia como Ciência: principais observações

 Vê com bons olhos a existência de muitas instituições particulares de ensino, favorecendo o


ingresso de novos estudante e a geração de empregos para mestres e doutores. Um ponto de
atenção é que a área de educação não estimula, não valoriza a produção de pesquisas e
conhecimento pelos professores, contribuindo para o statusquó da situação atual
 Atualmente pode-se fazer muito mais e consequentemente gerar mais resultados porque há mais
profissionais pesquisando e gerando conhecimento, um número maior de áreas a serem
exploradas, um acesso cem por cento mais facilitado à fontes bibliográficas
 Cesar estimula a relação entre psicólogos e profissionais de outros campos do saber, com a crença
de que não haverá perda da individualidade e da essência da área, medo de muitos psicólogos.
Acredita que esta relação trará bons frutas para a ampliação do conhecimento e da ciência nas
áreas envolvidas
 A proporção que a psicologia vem tomando em relação a expansão geográfica é muito bem-vinda
pois contribui para que a nossa ciência esteja mais perto da realidade brasileira.

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2. Psicologia como Ciência: problemáticas

 Faz crítica aos Mestres e Doutores e obtém títulos apenas com o viés de pós-graduação
acadêmica, não contribuindo para o avanço da construção de conhecimento no campo da
ciência
 Falta de valorização do mercado de trabalho e da sociedade para os títulos de pós-graduações
 Preocupação maior com manter a essência da profissão do que ampliar o conhecimento por
meio da relação com outras área do saber
 Ausência de novos contextos, novas teorias, com a produção de ciência, de conhecimento
 Uso de métodos antigos (clássicos) para trabalhar problemas novos
 Cursos de psicologia atuando de maneira conteudista, reproduzindo conhecimento e métodos
antigos, mesmo diante de um novo contexto, de uma nova realidade
 Não formar profissionais completos – que saibam a prática, mas também a pesquisa

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3. Psicologia como Ciência: desafios
 Fazer ciência não significa necessariamente saber de que maneira atuar sobre a realidade social,
há que se distinguir um pragmatismo bem intencionado, e que muitas vezes funciona, do
conhecimento mais estrutural do que está acontecendo – equilibrar pragmatismo com
conhecimento estrutural
 Fazer com que a psicologia tem papel estratégico para indivíduos e organizações, por meio de sua
inovação e da construção de cenários futuros – tal dificuldade existe pois a psicologia, diferente de
outras incitativas não produz recursos ou resultados tangíveis, mas há que se valorizar o bem estar
que produz
 Transferência de conhecimento entre o campo da prática e da teoria (ciência), o que se produz em
cada um destes dois campos não avança até o outro, cada um atua de maneira isolada,
individualista

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3. Psicologia como Ciência: desafios - continuação

 O conhecimento produzido na teoria não tem servido à prática e vice-versa


 Fazer com a psicologia seja reconhecida como ciência
 Atualizar o conteúdo e a didática da sala de aula, menor dependência de manuais, reduzir a forma
automática de reproduzir o que se aprende nos manuais
 Treinar o psicólogo tanto no aspecto prático quanto na área da pesquisa – fazer a produção de
conhecimento científico avançar

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