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Proposição:
Introdução
“Fiz uma visita ao fulano de tal. Que casa! Que localização! Que decoração!
Ele com certeza tem muita coisa legal.”
“Ela certamente é linda. Bem que a minha esposa poderia envelhecer como
ela”
“Gostaria de ter casado com alguém como ela. Seria muito mais feliz se não
tivesse casado com minha esposa.”
“Olhe o marido dela. Ele sempre é amigável. É um bom pai. E ajuda sua
esposa. Ele conserta as coisas, não apenas as destrói. Por que ficar presa a
meu marido quando há por aí outros homens?”
... nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento...
“Isso não é justo. Todos os nossos amigos têm férias ótimas. Eles vão para
o Nordeste ou para Fernando de Noronha. Alguns vão para o Cancún ou
para a Europa. Nós, quando temos sorte, vamos para a casa dos nossos
avós na roça.”
“Queria que os meus filhos fossem mais como os filhos deles. Mais
inteligentes, mais comunicativos, menos bagunceiros”
“Sou muito bem qualificado, mas minha atividade profissional não é tão
bem reconhecida como a dele. Aliás, eu deveria ter uma remuneração bem
mais alta do que a que ele recebe”
“Por que não posso correr, pular, jogar ou ser tão forte quanto meus
amigos?”
“Por que tudo na minha vida é difícil, enquanto para os outros é tudo tão
fácil?”
EXPOSIÇÃO
ENSINO/DOUTRINA
1. Existe uma razão para que “não cobiçaras” seja o último dos Dez
Mandamentos. Ele vem no final porque é um resumo muito apropriado de
tudo o que veio antes. É impossível amar ao Senhor Deus de todo o coração
e amar o próximo como a si mesmo e cobiçar.
A cobiça é chamada em o Novo Testamento de idolatria (Cl 3.5), pois
diz que não posso viver sem aquela pessoa, sem aquele lugar ou sem
aquele bem. Ela cria um deus que brota de meus desejos. O décimo
mandamento não é uma reflexão tardia anticlimática. “Não mate. Não
cometa adultério. Não roube. Não minta... E tente ser feliz com o que você
tem”. A ordem para não cobiçar é, na verdade, o somatório prático e o ápice
da atitude do coração quanto aos outros nove mandamentos.
Mesmo que compreendamos por meio de Jesus que os mandamentos
têm uma dimensão interior, poderia ser fácil nos concentrarmos
meramente na obediência externa caso não tivéssemos o décimo
mandamento. Ao olharmos para os primeiros nove mandamentos, eles
parecem quase possíveis, pelo menos de uma maneira superficial. “Não
mate pessoas”. Posso fazer isso. “Não seja adúltero”. Eu estou indo bem.
“Não minta sob juramento”. Entendi. Contudo, justamente quando
podemos estar tentados a ticar todos os mandamentos, deparamos com o
décimo e nos damos conta de que não podemos ser perfeitos com relação
a esse código moral. Podemos até conceber que passaremos a vida sem ter
um bezerro de ouro. para adorar, mas nenhuma pessoa honesta pode
cogitar que viverá seus dias na terra livre da cobiça.
No mundo antigo, existem paralelos em relação a muitos dos
mandamentos. Nações e povos tinham mandamentos que proibiam o
assassinato. Outros códigos penais tentaram proteger o casamento, a
verdade e a propriedade privada. Contudo, não encontramos ainda outro
código de leis no mundo antigo que consagre uma proibição contra os
desejos desordenados do coração. O décimo mandamento torna explícito
o que está implícito nos outros mandamentos: a obediência é uma questão
do coração, o que dificulta um diagnóstico adequado.
Podemos descrever a história da raça humana, de nações inteiras e
famílias da seguinte forma: “Você cobiçou aquilo que pertencia a outrem”.
Quanto a isso, não podemos deixar de pensar na inveja. Nossos primeiros
pais desejaram ser iguais a Deus, e o pecado deles lançou na miséria toda
a raça humana e a criação. A inveja produz intranquilidade em nossa vida.
Ela não reconhece limites. A inveja não consegue tolerar que alguém tenha
algo a mais, mesmo se esse “algo” tenha pouco valor.
O território coberto pelo décimo mandamento é amplo. Os cuidados
do mundo, as fascinações das riquezas, e o desejo por outras coisas podem
nos dominar (Mc 4.19). Não é o possuir, mas a ânsia por possuir que é
proibida na Bíblia; não é a riqueza em si, mas querer ser rico é um grande
perigo (1Tm 6.9). Acautele-se de todo tipo de cobiça (Lc 12.15). A cobiça
pode nos dominar de maneira terrível. Ela conduz à falta de pudor na
sexualidade (Ef 4.19; 5.3), e, assim como o amor ao dinheiro, a cobiça é a
raiz de todos os males (1Tm 6.10). Além disso, a cobiça é o motivo oculto
dos falsos profetas quando pregam suas heresias (2Pe 2.3,14).
Os cristãos não estão imunes à cobiça. Assim como no deserto Israel
desejou voltar às “panelas de carne” do Egito (Êx 16.3), de tão insatisfeito
que estava com o alimento e a bebida espirituais que recebera de Deus (1Co
10.1-13), assim também a Igreja do Novo Testamento se depara com uma
luta perpétua entre um estilo de vida conduzido pelo Espírito Santo e um
estilo de vida conduzido pelos desejos da carne (Gl 5.16-26). O poder do
desejo é tão forte que, quando fala sobre o “mundo”, João se refere ao
“mundo [...] e a sua concupiscência [cobiça]” (1Jo 2.17).
A cobiça surge todos os dias e em todas as épocas. A insatisfação com
o que Adão era e possuía foi a causa da sua Queda no Paraíso. O fruto da
árvore era desejável, e, ao comê-la, o homem desejava tornar-se “como
Deus” (Gn 3.5,6). Desde então, há uma voz que sussurra no ouvido de cada
indivíduo que ele deveria ser mais do que é e deveria ter mais do que tem.
As formas podem variar, mas a essência é a mesma.
Cobiça é desejar tanto algo, que você perde o seu contentamento em
Deus, ou perder o seu contentamento em Deus, de forma que comece a
procurar satisfação em outro lugar. Mas esse contentamento em Deus é
exatamente o que a fé é. crer em Jesus significa experimentá-lo como a
satisfação da sede da minha alma e a fome do meu coração.
Fé é a experiência da satisfação em Jesus. O combate da fé é a luta para
manter seu coração contente em Cristo – realmente acreditar e continuar
acreditando que ele atenderá todas as necessidades e satisfará cada anseio.
Significa que devemos orar da seguinte maneira: “Conceda-me a graça
futura de ter fortes influências sobre o meu coração, que me deem um
apetite pela sua verdade que quebra o poder do meu apetite pelas coisas”.
Sem a graça futura de Deus, os nossos corações perseguirão o dinheiro.
Devemos orar para que ele incline os nossos corações à sua Palavra, onde
o triunfo sobre a cobiça é prometido.
APLICAÇÃO
Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e
qualquer situação.
Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as
circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de
abundância como de escassez;
Conclusão