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RESUMO

Um mercado é um sistema que facilita a compra e venda de bens, serviços ou


recursos entre compradores e vendedores. Ele pode assumir diferentes formas, como
físicas (locais de comércio tradicionais) ou virtuais (plataformas online).
O mercado serve como um ambiente onde a oferta e a demanda interagem para
determinar preços e quantidades de produtos ou serviços. A função principal de um
mercado é proporcionar um meio eficiente para a troca de bens e serviços, permitindo que
compradores e vendedores encontrem-se, negociem e realizem transações. Ao fornecer
um local ou plataforma para essas interações, os mercados contribuem para a alocação
eficiente de recursos na economia, impulsionando o crescimento econômico e a
especialização produtiva.
Os mercados desempenham um papel crucial na economia global, promovendo a
concorrência, incentivando a inovação e facilitando a distribuição de produtos e serviços
para atender às necessidades e desejos dos consumidores. Eles podem variar em tamanho
e escopo, abrangendo desde mercados locais até mercados internacionais, dependendo da
natureza dos bens ou serviços envolvidos.
A arquitetura em um mercado físico desempenha um papel fundamental na
criação de um ambiente funcional, atraente e eficiente para a realização de transações
comerciais.

PALAVRAS-CHAVE: Eficiente, Mercado, Arquitectura,


necessidades.

PROJECTO TECNOLOGICO I
ABSTRACT

A marketplace is a system that facilitates the buying and selling of goods, services,
or resources between buyers and sellers. It can take different forms, such as physical
(traditional trading locations) or virtual (online platforms).
The market serves as an environment where supply and demand interact to
determine prices and quantities of products or services. The primary function of a
marketplace is to provide an efficient means for the exchange of goods and services,
allowing buyers and sellers to meet, trade, and transact. By providing a venue or platform
for these interactions, markets contribute to the efficient allocation of resources in the
economy, driving economic growth and productive specialization.
Markets play a crucial role in the global economy by promoting competition,
encouraging innovation, and facilitating the distribution of products and services to meet
the needs and desires of customers. They can vary in size and scope, ranging from local
markets to international markets, depending on the nature of the goods or services
involved.
Architecture in a physical marketplace plays a key role in creating a functional,
attractive, and efficient environment in which to conduct business transactions.

KEYWORDS: Efficient, Market, Architecture,


needs.
PROJECTO TECNOLOGICO II
LISTA DE TABELAS

Tabela 1-Tabela de Serviços………………………………………………...22

PROJECTO TECNOLOGICO III


ÍNDICE DE IMAGENS

Imagem 01-King Kullen(in)…………………………………………………………... 17


Imagem 02- King Kullen(out)…………………………………………………………17
Imagem 03- Mercado do Roque Santeiro…………………………….........…………...17
Imagem 04- Mercado do Roque Santeiro(in)………………….....………………….....18
Imagem 05-Solo1…………………………………………..................………………..22
Imagem 06-Solo2…………………………………..................………………………..22
Imagem 07-Flora………………………………...................…………………………..23
Imagem 08-Flora…………………………......................................…………………...23
Imagem 09-Flora………………………………...........................……………………..23
Imagem 10-Flora……………………………………………………………………….23
Imagem 11-Flora…………………………………………................................……….23
Imagem 12-Mercado dos Congolenses(in)…………………………………………….27
Imagem 13- Mercado dos Congolenses………………………………………………..27
Imagem 14- Mercado Huangchong……………………………………….......………..28
Imagem 15- Mercado Kariakoo …………………………………………...........……...28

PROJECTO TECNOLOGICO IV
ÍNDICE

Dedicatória.......................................................................................................................III
Agradecimento................................................................................................................IV
Epigrafe.............................................................................................................................V
Siglas e Abreviaturas.......................................................................................................VI
Lista de Figuras..............................................................................................................VII
Listas de Tabelas...........................................................................................................VIII
Lista de Mapas.................................................................................................................IX
Resumo.............................................................................................................................X
Abstract...........................................................................................................................IX
CAPITULO 1 – PROBLEMA
Introdução........................................................................................................................11
Problemática....................................................................................................................12
Hipóteses.........................................................................................................................12
Justificativa......................................................................................................................13
Objectivo Geral................................................................................................................13
Objectivo Especifico........................................................................................................14
Delimitação do Estudo.....................................................................................................14
Metodologia.....................................................................................................................15
Resenha Histórica............................................................................................................15
CAPITULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Localização......................................................................................................................19
Característica Sociocultural.............................................................................................20
Característica Demográficas............................................................................................22
Legislação........................................................................................................................23
Referencias Nacionais.....................................................................................................27
Referencias Internacionais...............................................................................................38

PROJECTO TECNOLOGICO 5
CAPÍTULO I- PROBLEMA
INTRODUÇÃO

O comércio é uma atividade ou conceito que suporta o sistema económico


mundial, sendo o conceito baseado na troca de bens por valores monetários, e sendo
assim, tendo uma grande influência no balanço financeiro da sociedade humana. O
comércio é exercido de várias formas e com vários objetivos, desde a venda de um pão à
compra de ações e capitais, o comércio está presente na vida de todos nós, e a má
execução e aplicação do comércio afeta todos nós também.
A nível nacional o comércio define:
• Salários;
• Investimentos em projetos;
• Valores gastos em manutenção de equipamentos públicos;
• O Produto Interno Bruto de um país;
• A qualidade de visa da população.
Com esses elementos sendo fortemente influenciados pelo comércio, é de
imaginar que seriam implementadas medidas para que o mesmo fosse executado da
melhor forma possível, mas não é esse o caso, existem falhas na maneira como o comércio
informal em Angola se desenrola, e essas falhas afetam o modo de vida de muitos
habitantes para o lado negativo, mas que tipo de mercado mudaria esse quadro? Que tipos
de mercados existem?
Quanto a tipologia, os Mercados podem ser:
• Minimercado;
• Mercado;
• Supermercado;
• Hipermercado;
• Mercado Popular.
Quanto ao tipo de venda os Mercados podem ser:
• Mercados Formais;
• Mercados informais.
Quanto à abrangência podem ser:
• Mercados Comunais;
• Mercados Distritais;
• Mercados Municipais.
Sabendo as tipologias dos Mercados, a pesquisa e estudo do presente trabalho foram
delimitadas aos Mercados Populares informais, que são destinados á aglomeração e
concentração de atividades de compra e venda informais.

PROJECTO TECNOLOGICO 6
Esses tipos de Mercados oferecem uma oportunidade para os vendedores
executarem as suas atividades de maneira mais segura e direta, reduz o nível de venda
ambulante na localidade e facilita a compra e venda informal pela criação de um “centro”
para a execução da mesma.

PROBLEMÁTICA

“O quê?”, esta é a pergunta feita pela problemática, definindo um problema a ser


resolvido pelo objeto de investigação. A problemática questiona a função e necessidade
da existência da pesquisa em si, e sendo assim há necessidade de procurar pertinência e
utilidade na mesma pesquisa. (Ref.: Zeferino Caluei)
O presente trabalho de pesquisa tem como tema “Mercado Popular”, um espaço
comercial de porte variado, sendo em geral de médio a grande porte, onde se realiza a
venda e compra de produtos de maneira informal. O tema faz parte da temática de
Comércio, o conceito de troca de bens ou serviços entre duas ou mais
partes(CHEN,2022).
Com a principal fonte de renda dos residentes da zona de intervenção sendo a
venda informal de produtos vários, a inexistência de um espaço comercial que os mesmos
moradores possam ocupar na área mostra consequências negativas para a economia local,
ao realizar uma visita de campo à zona foram identificadas as seguintes problemáticas:
• O crescimento do nível de venda ambulante na zona e nas imediações;
• A ocupação de espaços residenciais com estabelecimentos para negócio;
• A obstrução de passeios e vias com barracas ou vendedores;
• Desorganização na zona comercial da área de intervenção.
Com a quantidade de venda ambulante e ocupação de espaços variados com
serviços de venda informal, de forma desordenada e que dificulta o trânsito local, e a
abundância de equipamentos comerciais inapropriados para a demográfica regional, com
o contexto atual representando infrações da Lei nº15/19, de 21 de Maio de 2019, que
regula a venda ambulante em Angola, os residentes se perguntam “Onde vamos vender
os nossos produtos e comprar o que precisamos?”

HIPÓTESE

Em conceito, uma hipótese, “é uma afirmação sólida e concisa que forma a base
da sua pesquisa. Não é o mesmo que uma declaração de tese, que é um breve resumo do
seu trabalho de investigação” (Deeptanshu, Shubham, 2022).
Esta mesma hipótese serve como um pressuposto teórico, estes são respostas
prováveis supostas e provisórias para o problema elaborado, ou seja, afirmações que

PROJECTO TECNOLOGICO 7
antecedem a resposta que será obtida por meio da pesquisa científica (Slife & Williams,
1995).
Localidades tais como Panguila e Congolenses conseguem reduzir
significativamente o índice de venda ambulante no seu interior e imediações ao implantar
grandes mercados populares que servem como um centro para as atividades de comércio
informal na região.
De tal maneira pode ser implantado um Mercado popular na zona de intervenção
que elimine a necessidade da venda ambulante e contribua para a organização do espaço
urbano local.

JUSTIFICATIVA

“A justificativa de um projeto de pesquisa é a explicação dos motivos para


realizar a pesquisa científica” (COELHO, 2022).
Na cidade de Luanda existe um crescente nível de venda ambulante, e com uma
taxa de desemprego de 30,4%, existe um grande número de cidadãos que recorrem á
venda informal para o seu sustento.
Tendo em conta que no estado atual a economia informal tem um peso de, em
média, 43,4% do PIB Nacional, é um setor chave da economia do país que necessita ser
tratado com mais atenção, ao fornecer espaços para a sua realização organizada podem
ser melhoradas as condições de trabalho do vendedores, por ventura um aumento na
produtividade e facilita o acesso a esses produtos à população, o que contribui para o
desenvolvimento da economia e redução dos níveis de pobreza.
Esta pesquisa se demonstra necessária não só pela necessidade local, mas também
por dispor de soluções para o crescente problema da venda ambulante e também ajudar
no desenvolvimento económico.

OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL

“O objetivo geral apresenta de forma resumida a ideia central do estudo


desenvolvido. Relaciona-se diretamente ao problema que o trabalho tenta resolver.
Assim, podemos definir que os objetivos gerais expressam a pretensão do estudo num
sentido amplo“(VASCONCELLOS, 2021).
O objetivo deste projeto é criar um Mercado popular para realização organizada
das atividades de venda informal no Sambizanga, e implementá-lo num Plano Urbano de
reconversão de uma parte do Sambizanga

PROJECTO TECNOLOGICO 8
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

“Não é possível pensar em objetivos específicos sem pensar em objetivos gerais.


Portanto, os objetivos específicos são os diferentes pontos a serem abordados pelo estudo
visando concretizar o objetivo geral. Assim, podemos defini-lo como um desdobramento
do objetivo geral em ações pontuais. Eles servem como um guia ou roteiro para o
andamento do estudo” (VASCONCELLOS, 2021).
Na perspectiva de atingir o objetivo geral deste projeto, foram traçados os
seguintes objetivos específicos:

• Implementar um Mercado popular na zona de intervenção que reduza os níveis


de venda ambulante e sirva como ponto principal da venda informal dos setores
administrativos da área;
• Melhorar as condições de venda informal para reduzir os níveis atuais de venda
ambulante na zona de intervenção e imediações;
• Elaborar um projeto que melhore o acesso da comunidade a produtos e serviços
vários;
• Desenvolver a Economia local por meio da adição de equipamentos vários que
atraiam visitantes de outros distritos.

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

“Assim como o próprio nome sugere, a delimitação do tema do TCC é dar um limite
para o tema da pesquisa. Quer dizer, fazer um recorte específico no tema. Isso porque a maior
parte das questões compreendem muitos fatores e são muito amplas. Assim, não é possível
abordar todas as perspectivas diferentes com profundidade em um único trabalho. A
delimitação do tema é, portanto, essa especificação do tema de pesquisa. Ou o ponto de vista
pelo qual você vai analisar o seu tema no TCC. Em outras palavras, é o objeto de estudo ou
afunilamento do tema. É por isso que pode-se afirmar que o objeto de estudo é uma
especificação que deriva de temáticas mais amplas” (COELHO, 2022).

O presente projeto delimita-se aos Mercados Populares, um equipamento advindo do


setor Comercial, com vista na criação de um ambiente comercial devidamente organizado e
projetado para os residentes da zona, que permita o funcionamento de um espaço para a venda
informal de forma segura.

PROJECTO TECNOLOGICO 9
METODOLOGIA

Para a elaboração do presente projeto foi utilizado o Método Monográfico de


pesquisa, que em conceito “consiste em selecionar um caso ou alguns casos específicos e
analisá-los profundamente, compreendendo todos os detalhes e destacando o porquê de se
tornarem um “leading case” ou o porquê de serem uma exceção. Caso o pesquisador seja
um estudante da graduação ou esteja realizando a sua especialização, recomenda-se que se
escolha apenas um caso, pois, para analisar o caso de forma profunda, torna-se necessário
muita pesquisa e domínio na arte de pesquisar de forma científica.” (SILVA, 2020).
Os tipos de pesquisas utilizados na recolha de dados e na elaboração do projeto foram
os seguintes:
• Estudo de caso, “Tem como objeto de estudo um determinado fenômeno, apenas um
tema ou alguns poucos, para se chegar a um resultado leva em consideração a
observação e experiência obtidas no campo, podem ser conduzidas entrevistas, o uso
de questionários e mais fatores para encontrar as respostas procuradas.”
(JULIANA, 2023);

• Pesquisa de campo, “Esse tipo também não costuma ser usado sozinho, geralmente
é associada a documental ou bibliográfica, nela como o nome já indica o
pesquisador vai até o local que deseja realizar o estudo, e através da observação e
caracterização dos sujeitos, coleta os dados, informações e realiza a análise do
assunto.” (JULIANA, 2023);

• Pesquisa bibliográfica, “Uma das mais utilizadas pelos estudantes que estão
prestes a realizar o TCC, ela consiste na pesquisa e busca em livros, artigos, textos,
páginas da Internet e demais materiais acadêmicos. Nela o autor busca ter uma
interpretação sobre o problema após a consulta de diversos autores, inclusive de
opiniões diferentes, a partir de então ele chegará a própria opinião.” (JULIANA,
2023).

HISTORIAL INTERNACIONAL

Em uma retrospetiva histórica, na antiguidade, o conceito de mercado não havia


sido criado, ou estabelecido, porém o conceito de comércio já era consolidado e aplicado
através do sistema de trocas, que é considerada a primeira forma de comércio, era local,
isso quer dizer que apenas as pessoas de uma determinada comunidade realizavam essas
trocas. Cada família possuía uma determinada habilidade: pesca, agricultura, pecuária etc.
Para garantir o sustento e uma boa produtividade, essa ascendência ocupava-se apenas
com essa única tarefa. No fim das contas, produziam mais do que consumiam, e
começaram assim, a estocar. Mas os produtos estragavam, e, além disso, a casa precisava
de outros itens fora os que eram feitos por eles. Daí apareceu a necessidade da troca.
História do comércio - Sistema de trocas e moeda (estudopratico.com.br)

PROJECTO TECNOLOGICO 10
Com o surgimento da moeda no Século VII a.C., o sistema de trocas passou por
uma reforma, passando de trocas de bens por bens, para trocas de bens por valores
monetários, ou dinheiro, sendo esse um fator preponderante para a evolução do
comércio(Moeda - O que é, conceito, história e surgimento), com esta sendo notória em
África, com a evolução das trocas, para um sistema de mercado organizado no Egito com
a consolidação do grande mercado macrorregional por volta de 3400 a.C.(O mercado
regional egípcio (Médio Império) como referência para o estudo da formação do grande
mercado global pré-diluviano (tribodossantos.com.br)), e também com a criação de rotas
comerciais entre comunidades, com redes comerciais de grande escala na época pré-
colonial. A longa história de comércio e mercados da África - Instituto Rothbard
(rothbardbrasil.com)

Seguindo para o século XI, começou na Europa uma transformação na economia,


na vida social e principalmente na paisagem urbana. O artesanato se constituiu como
principal meio de produção de mercadorias. As feiras, criadas pelos mercadores,
destacaram-se como importantes entrepostos comerciais e como centro do
desenvolvimento urbano. As feiras eram geralmente realizadas nos burgos (núcleos
populacionais que surgiram nas cercanias dos castelos). Nessa época, os núcleos urbanos
se ampliaram e novos muros foram construídos para abrigar a expansão urbana e para
proteger as atividades comerciais que eram realizadas nos burgos, centro da vida social
europeia. As principais feiras ficavam nas regiões do Champanha, na França, na atual
Itália (Gênova e Veneza) e em Flandres (atual Bélgica). Inicialmente as feiras exerciam
atividades comerciais mais locais, mas com o passar do tempo elas se tornaram amplos
espaços de negócios, recebendo e comercializando produtos de diferentes regiões da
Europa, África e Ásia. Feiras medievais. Surgimento e importância da feira medieval
(uol.com.br)

PROJECTO TECNOLOGICO 11
Com a Revolução Industrial no final do século XVIII, ocorreu a globalização
proveniente da produção em massa de produtos e bens, e disso surgiram marcos no mundo
do comércio, sendo um deles a criação do primeiro Supermercado, situado em Nova
Iorque nos Estados Unidos da América, fundado no dia 4 de Agosto de 1930, desde então
foram surgindo mais mercados com a popularização dos mercados em corrente nos anos
60, e o modelo de mercado formal e informal permanece em uso desde então. King Kullen
History: Founding, Timeline, and Milestones - Zippia

Img, nº1: King Kullen(in) Img. nº2: King Kullen(out)

HISTORIAL NACIONAL
ROQUE SANTEIRO - O ANTIGO CENTRO DO MERCADO INFORMAL DE
ANGOLA

O Roque Santeiro, foi o principal mercado de Luanda, capital de Angola. Não foi um
mercado qualquer. O Roque tinha de tudo e no seu auge, na década de 1990, era
considerado o maior entreposto a céu aberto da África, com 7 mil barracas registradas na
administração e outras tantas mais fora dos registros e funcionando a plenos pulmões.

Img nº3: Mercado do Roque Santeiro

Nas suas vielas podia ser encontrado de tudo o que existe e pode ser comercializado,
parafusos, sexo, cigarros, bicicletas, eletrônicos, dólares, euros, filmes, CDs e DVDs
piratas, perfumes franceses, uísque escocês, ternos italianos, peças para carros do mundo
inteiro, caixões feitos ali mesmo, legumes e verduras direto da horta, peixe fresco recém-
pescado do Atlântico, carne de boi, de porco, de caça, de frango, material esportivo,
roupas do Brasil com a última moda da novela das 9, modelitos fashion da Europa e dos

PROJECTO TECNOLOGICO 12
Estados Unidos, livros didáticos e remédios e medicamentos doados por governos
estrangeiros para serem distribuídos de graça, material de construção, apliques de cabelo
e o que mais se imaginar ou precisar. Era uma vasta gama de produtos e serviços à
disposição do freguês. À pronta entrega, de forma a fazer inveja a qualquer loja de
departamentos do mundo, mesmo virtual.

Img nº4: Mercado do Roque Santeiro(in)

Localizado no Sambizanga, hoje um dos bairros mais populosos e violentos de


Luanda, o mercado espalhava-se por 1 quilômetro quadrado, com vista privilegiada para
o porto e a baía de Luanda. Caminhar por ele requeria agilidade, capacidade de driblar
sujeira, protuberâncias em várias alturas, carregadores com seus carrinhos de mão
abarrotados, candongueiros enlouquecidos e compradores apressados que sabem seus
caminhos e não estão muito dispostos a se desviar deles. Um mergulho mais profundo
também requer aguçada sensibilidade para, sob n uma superfície harmônica e
frequentemente festiva, enxergar mal resolvidas tensões étnicas, políticas e regionais que
permeiam a sociedade angolana, da qual o mercado é um inchado microcosmo. Ali é um
lugar de coabitação, não de integração. Em 1986, a prefeitura cedeu um vasto terreno
baldio no norte da cidade para virar um mercado informal. Antes, em 1977, o local foi
usado para a execução em massa de "inimigos do povo", angolanos que discordavam do
regime. O episódio ficou conhecido como o "27 de Maio". A despeito desse passado, o
lugar mostrou-se perfeito para sediar o Roque. Com o porto de Luanda logo abaixo da
colina, o novo mercado recebia os produtos dali desviados, e que raramente chegavam às
lojas controladas pelo governo. Bem abastecido e farto, o Roque havia se tornado o
destino obrigatório aos habitantes de Luanda, até ser fechado pelo Governo em 2011.

PROJECTO TECNOLOGICO 13
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

LOCALIZAÇÃO

Enquadramento urbano

Angola se encontra no continente Africano, na região Ocidental do continente


Ocidental, fazendo frente ao Oceano Asiático Sul. As coordenadas geográficas são 12º 30' S,
18º 30' E, a mesma se situando entre os paralelos 4º 22´ e 18º 02´ e os meridianos 4º 05´ e 11º
41´ a Este de Greenwich, no Hemisfério Sul, ocupando uma área de 1.246.700 km². Em questão
a fronteiras, Angola é limitada a Norte pela República Democrática do Congo, a Sul pela
República da Namíbia, a Leste pela República da Zâmbia e a Oeste pelo Oceano Atlântico.

Luanda é a capital de Angola e da província de Luanda. A cidade está localizada no


litoral, junto da baía com o mesmo nome. A província de Luanda é limitada pela província de
Bengo e, a oeste, pelo oceano Atlântico. As coordenadas geográficas de Luanda são Latitude:
8°50′12″ S e Longitude: 13°14′03″ E. A altitude do nível do mar é de 73 m.

Luanda está dividida administrativamente em 9 Municípios: Belas, Cacuaco,


Cazenga, Icolo e Bengo, Luanda, Quiçama, Kilamba Kiaxi, Talatona e Viana. No município
sede de Luanda existe uma divisão administrativa distrital, que consiste em 6 Distritos:
Maianga, Kilamba Kiaxi, Rangel, Ingombota, Samba e Sambizanga.

A zona de intervenção está localizada no Distrito do Sambizanga, delimitado a Norte


pelo Distrito da Ingombota e pelo Oceano Atlântico, a Sul pelo Distrito Urbano do Rangel, a
Este pelo Distrito da Ingombota e a Oeste pelo Município do Cazenga. A zona de intervenção
abrange os seguintes bairros do Distrito: Sambizanga, Lixeira, Mota.

Figura 1: Delimitação da Zona de Intervenção, Nacional-Distrital

PROJECTO TECNOLOGICO 14
ORIGEM E HISTÓRIA

O Município de Luanda, fundado no último quartel do século XVI, é


contemporâneo da instalação do regime colonial em Angola e pode ser associado à
conquista do território. Constituía, de facto, uma retaguarda estável de apoio à guerra,
muito violenta, que os governadores e os militares desenvolviam no “sertão” e teve, por
isso, um importante papel político na vida do território.
Sendo que a sua posição geográfica favorecia a circulação naval do colono
português, e com a centralização do domínio português sendo nessa região, o Município
de Luanda foi o epicentro de eventos de conflitos que culminariam na eventual
independência de Angola.
São escassas as informações sobre a divisão administrativa do município, bem
como informações detalhadas sobre a estruturação dos municípios em si após a
independência
O município de Luanda é o município sede da província de Luanda, segundo os
dados estatísticos é o segundo município com o maior número de população em Luanda,
estando atrás do município de Viana. Neste município estão concentradas as maiores
instituições responsáveis pelo poder político e económico do país. Algumas das
atratividades que podemos encontrar no município sede são seguintes; o Palácio do
Presidente, a Marginal de Luanda, o Palácio de Ferro, o Tribunal Dona Ana Joaquina, a
Assembleia Nacional, o aeroporto doméstico e o aeroporto internacional 4 de Fevereiro
e outros. Os principais bairros do município de Luanda são os seguintes:
Mutamba;
Maianga;
Ingombota;
Samba;
Neves Bendinha;
Ngola Kiluange e outros.
O município de Luanda com sede na cidade de Luanda, que compreende os
Distritos Urbanos da Ingombota, Maianga, Rangel, Samba, Sambizanga e Kilamba Kiaxi.

CARACTERÍSTICA SOCIOCULTURAL

O nome Sambizanga vem de uma palavra do Kikongo (língua nacional angolana), a


palavra “Sambisanga”, que significa “julgar” em português.

Este é considerado um dos berços do kuduro, dança e música urbana angolana,


envolvendo por vezes letras de intervenção social, que nasceu em Luanda durante a guerra
civil que assolou o país até 2002. Por aqui, no Sambizanga, multiplicam-se dançarinos,
PROJECTO TECNOLOGICO 15
cantores e grupos. A projeção crescente do estilo, muito à imagem do hip-hop, mas que já é
imagem de marca de Angola, cria oportunidades para alguns e a ilusão para muitos.
"Nagrelha" e "Os Lambas" são apenas os mais recentes nomes que o bairro deu para o
kuduro.

No Sambizanga, dança-se junto a uma improvisada parada de ônibus, no meio de


uma poça de água parada que cobre toda a rua principal ou num armazém abandonado
transformado numa espécie de salão de festas de kuduro. Crianças, de cuecas e descalças,
correm e brincam pelo bairro, com uma alegria natural, alheia à realidade, por entre os
primeiros passos na dança.

NÍVEL DE VIDA

A população desta zona é maioritariamente classe baixa, e maior parte vive de venda
ambulante, prestação de serviços vários ou entretenimento.

DENSIDADE POPULACIONAL

Segundo as projeções populacionais feitas no ano de 2018 pelo Instituto Nacional de


Estatística, o Distrito do <Sambizanga conta com uma população de estimadamente 244.000
habitantes, o que faz com que seja um Distrito com muita densidade populacional.

PASSA TEMPO
Os residentes do Sambizanga têm vários passatempos, dependendo
maioritariamente da faixa etária, para crianças e pré adolescentes são jogos e brincadeiras,
mas predominantemente o futebol, especialmente entre rapazes, para adolescentes e
jovens adultos podem ser festas ou preferem atividades artísticas e recreativas como teatro
e dança, e para adultos em diante, atividades calmas de convivência, mas sem abandonar
o gosto pela dança e recreação.

PROJECTO TECNOLOGICO 16
CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS

O Distrito do Sambizanga, delimitado a Norte pelo Distrito da Ingombota e pelo


Oceano Atlântico, a Sul pelo Distrito Urbano do Rangel, a Este pelo Distrito da
Ingombota e a Oeste pelo Município do Cazenga, com uma área territorial de 14,5 km².
De acordo com pesquisas online, o Distrito do Sambizanga possui 15 bairros, mas
á que se ter em conta que estas informações estão desatualizadas, e não incluem bairros
existentes na atualidade, tais como Mota e Lixeira.

TABELA DE SERVIÇOS
Nº Serviços
01 Cantina
02 Bar
p03 Barbearia
04 Farmácia
05 Escola
06 Salão de beleza
07 Campo de Futebol
08 Centro de Saúde
09 Supermercado
Tabela nº1: Tabela de serviços

TIPO DE SOLO
São solos rasos a pouco profundos, com horizonte B textural (horizonte resultante
de acumulação ou concentração absoluta ou relativa de argila decorrente de processos de
iluviação e/ou formação in situ) de cores vivas e argila de atividade alta, apresentando
horizonte A fraco, de cor clara, pouco espesso, maciço ou com estrutura fracamente
desenvolvida. São moderadamente ácidos a neutros, com elevada saturação por bases.
São de elevado potencial nutricional, decorrente das altas quantidades de
nutrientes disponíveis às plantas e de minerais primários facilmente intemperáveis e são
ricos em bases trocáveis, especialmente o potássio. Esses tipos de solos são chamados
luvissolos.

Img nº5: solo1 Img nº6: solo2

PROJECTO TECNOLOGICO 17
VEGETAÇÃO
A zona apresenta variedade considerável na flora, apresentando vários tipos de
flores, mangueiras, palmeiras e outros pés.

Imagem nº7: Flora Imagem nº8: Flora Imagem nº9: Flora

Imagem nº10: Flora Imagem nº11: Flora

LEGISLAÇÃO
LEI DAS ATIVIDADES COMERCIAIS EM ANGOLA

Artigo 5.º
Classificação dos comerciantes
1. Os comerciantes são classificados em função da actividade que exercem.
2. Os comerciantes classificam--se em operadores de:
a) Comércio a grosso;
b) Comércio a retalho;

PROJECTO TECNOLOGICO 18
c) Comércio de representação;
d) Prestação de serviços mercantis.
3. O comércio a grosso é exercido pelos seguintes agentes económicos:
a) Produtor;
b) Exportador;
c) Importador;
d) Grossista.
4. O comércio retalho é exercido pelos seguintes comerciantes:
a) Retalhista;
b) Comerciante a título precário;
c) Vendedor ambulante;
d) Feirante.
5. Podem exercer o comércio de representação:
a) Representante comercial;
b) Agente comercial.
6. Podem exercer prestação de serviços mercantis:
a) Concessionário;
b) Operador de prestação de serviços mercantis;
e) Operador multi­nível;
c) Caixeiro--viajante.
Artigo 7.º
Classificação da rede comercial Rede comercial e de prestação de serviços mercantis é o
conjunto de infra-estruturas classificadas de acordo com as suas dimensões e
especialidade em:
a) Grandes superfícies comerciais;
b) Médias superfícies comerciais;
c) Pequenas superfícies comerciais.
Artigo 8.º
Grande superfície comercial É considerada grande superfície comercial, o
estabelecimento comercial de venda a retalho ou a grosso, que disponha de uma área de
exposição e venda contínua superior a 2000 m2 ou o conjunto de estabelecimentos de

PROJECTO TECNOLOGICO 19
comércio a retalho ou a grosso que, não disponha daquela área contínua, mas integre no
mesmo espaço uma área de venda superior a 3000 m2.

Artigo 9.º
Média superfície comercial É considerada média superfície comercial, aquela que, sendo
individual ou colectiva e dedicada ao comércio a retalho em regime de auto--serviço,
disponha de uma superfície de exposição e venda ao público igual ou superior a 200 m2
e inferior a 2000 m2.
Artigo 10.º
Pequena superfície comercial É considerada pequena superfície comercial:
a) Aquela que disponha de auto-serviço e seja individual ou colectiva e dedicada ao
comércio a retalho e disponha de uma superfície de exposição e venda ao público igual
ou superior a 100 m2 e inferior a 200 m2.
b) Aquela que não disponha de auto-serviço e que funciona nos moldes do comércio
tradicional;
c) Individual ou colectiva, dedicada ao comércio a retalho e disponha de uma superfície
de exposição e venda ao público inferior a 100 m2.
Artigo 11.º
Actividades comerciais São havidas como actividades comerciais as seguintes:
a) Comércio a grosso;
b) Comércio a retalho;
d) Comércio geral;
e) Comércio precário;
f) Comércio feirante;
g) Comércio ambulante;
h) Comércio de representação;
i) Prestação de serviços mercantis;
j) Importação;
k) Exportação.
Artigo 13.º
Modalidades de vendas São havidas como modalidades de vendas as seguintes: a)
Comércio por grosso em livre serviço;
b)Loja de conveniência;

PROJECTO TECNOLOGICO 20
e) Comércio electrónico;
c) Tele­venda;
d) Certames comerciais.
Artigo 14.º
Vendas especiais São havidas como vendas especiais as seguintes:
a) Venda domiciliária;
b) Venda à distância;
c) Venda ocasional;
d) Venda de promoção;
e) Venda ambulante;
f) Venda em leilão.
Artigo 17º
Estabelecimentos comerciais Os requisitos necessários para a instalação e
construção de infra- estruturas comerciais, bem como as condições de exercício das
actividades comerciais e modalidades de vendas admitidas e previstas na presente lei, são
estabelecidos em diploma próprio pelo Governo.
Artigo 18.º
Comércio a grosso 1. O comércio a grosso deve ser realizado em estabelecimentos
comerciais adequados à natureza dos bens a comercializar, bem como as características,
dimensões e condições seguintes:
a)Construção definitiva, em área devidamente delimitada, coberta e fechada, autorizada
pelos órgãos competentes do Governo de modo a permitir executar as operações de carga
e descarga de mercadorias;
b)Possuir área mínima de armazenamento de 300 m2;
c)Cumprir os requisitos de funcionalidade, higio-sanitárias, segurança contra incêndios e
de acondicionamento de bens que o Governo determinar.
2.O comércio a grosso deve ser exercido em áreas previamente delimitadas e
determinadas pelos órgãos competentes do Governo.
Artigo 19.º
Acesso 1. A actividade comercial externa é exercida por pessoas jurídicas que
possuam: a) Capacidade comercial; b) Alvará comercial; c) Certificado de registo emitido
pelo Ministério do Comércio. 2. Para a realização de operações comerciais externas é
necessário o certificado de registo a ser concedido mediante inscrição no Ministério do
Comércio. 3. Os procedimentos relativos às operações comerciais externas são
estabelecidos pelo Governo.

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Artigo 27.º
Localização
1. Para salvaguarda do urbanismo comercial, deve ser observado o seguinte:
a) Zonas urbanas — estabelecem-se em geral superfícies comerciais, nomeadamente
hipermercados, centros comerciais, supermercados, minimercados, assim como mercados
municipais urbanos, estabelecimentos de prestação de serviços mercantis de dimensão
relevante e actividade comercial grossista na modalidade do comércio por grosso em livre
serviço ( cash and carry );
b) Zonas suburbanas — além das superfícies comerciais estabelecem-se em geral nestas
zonas, comércio retalhista, comércio precário, comércio geral, comércio ambulante,
comércio feirante, mercados municipais urbanos, mercados abastecedores, entrepostos
comerciais e outras actividades previstas por lei;
c) Zonas rurais — estabelecem-se em geral comércio retalhista, comércio precário,
comércio geral, comércio ambulante, comércio feirante, mercados municipais rurais,
pequena actividade agropecuária e transportadora e outras actividades previstas por lei.
2. O comércio a grosso deve ser exercido em áreas previamente delimitadas e
determinadas pelos órgãos competentes do Governo.

REFERÊNCIAS NACIONAIS

1. MERCADO DOS CONGOLENSES

Imagem nº12: Mercado dos Congolenses, in

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Imagens nº13: Mercado dos Congolenses

REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS

2. MERCADO DE HUANGCHONG

“Este mercado se dá em um espaço aberto triangular no centro da vila, onde os


donos das barracas começam a atender seus clientes às seis horas da manhã, descansam ao
meio-dia e depois retomam à tarde, quando a temperatura está mais fresca, até 22h. Uma
variedade de mercadorias, como roupas, frutas, produtos secos, utensílios de cozinha,
bicicletas elétricas, chá de ervas, tapetes, etc. são vendidos neste mercado. Uma quadra de
basquete e o auditório da vila ficam a leste do mercado, um centro comunitário e um pequeno
parque a oeste e um jardim da infância a sul. Em uma localização tão central, os moradores
passam pela área triangular todos os dias, quase que obrigatoriamente.”(MULTI
ARCHITECTURE, 2021)

Imagem nº14: Mercado Huangchong, 1

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Imagem nº14: Mercado Huangchong, 2

3. MERCADO DE KARIAKOO

“Cobrindo uma área total de aproximadamente 540 metros quadrados, o Mercado


de Kariakoo é definido por uma malha 4 por 6 pilares monumentais de concreto aparente, os
quais se expandem em forma de guarda-sol invertido de 15 por 15 metros. Sob a topografia
construída da cobertura, o espaço do mercado se desenvolve em diferentes níveis—cargas e
descargas de mercadorias, assim como espaços de armazenamento de produtos são feitas pelo
subsolo mais fresco, por outro lado, os espaços comerciais ocupam os dois pavimentos
superiores que se conectam diretamente com o espaço público adjacente. Conectando todos os
níveis do mercado, a escada central também colabora com o sistema de ventilação natural do
edifício, o qual opera principalmente através de um efeito chaminé—potencializado pelo
afastamento entre as copas das “árvores” de concreto projetadas por Amuli. Além disso, estas
magníficas e escultóricas estruturas também servem para captar a água da chuva, a qual é
filtrada, armazenada e então reutilizada no mercado. Este icônico edifício é um marco urbano
por si só, um ponto de referência para os moradores e para a movimentada vida da cidade
de Dar es Salaam.”(MAGANGA,2021)

Imagem nº15: Mercado Kariakoo, 1

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Imagem nº15: Mercado Kariakoo, 2

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