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UNIVERSIDADE PAULISTA

UNIP

NOME SOBRENOME SOBRENOME

SISTEMA DE MARKETPLACE PARA COMPRA E VENDA DE


PRODUTOS DIVERSOS VIA APP/WEB

CIDADE - UF
2024
NOME SOBRENOME SOBRENOME

SISTEMA DE MARKETPLACE PARA COMPRA E VENDA DE


PRODUTOS DIVERSOS VIA APP/WEB

Projeto Integrador de Curso apresentado à


Universidade Paulista - UNIP como parte dos
requisitos para a obtenção do título Superior de
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de
Sistemas, orientado pelo Prof. Nome Sobrenome
Sobrenome.

CIDADE – UF
2024
RESUMO

O comércio eletrônico, desde sua emergência comercial na década de 70, tem evoluído
constantemente, e os marketplaces emergiram como uma importante faceta desse
cenário. Este estudo explora a ascensão e o impacto dos marketplaces no contexto
brasileiro, analisando de forma abrangente sua dinâmica, modelos de negócios e
desafios enfrentados por empreendedores e empresas. Investigamos também os
principais marketplaces do Brasil, como Mercado Livre, Submarino e OLX,
examinando seus processos de compra e venda, taxas aplicadas, design e formas de
ranqueamento de vendedores. Além disso, apresentamos o desenvolvimento de um
projeto piloto de marketplace chamado "Livre Oferta", destacando a aplicação prática
dos conceitos discutidos. Utilizando metodologias de gestão de projetos e práticas de
desenvolvimento ágil, esse projeto proporcionou insights valiosos sobre os desafios e
oportunidades envolvidos na criação e operação de um marketplace. Este estudo
contribui para uma compreensão mais aprofundada do comércio eletrônico por meio dos
marketplaces e oferece uma visão abrangente para empreendedores, empresas e
pesquisadores interessados nesse campo em constante evolução.

Palavras-chave: Marketplace. Desafios. Projeto. Empresas. Evolução.


ABSTRACT

E-commerce, since its commercial emergence in the 1970s, has been constantly
evolving, and marketplaces have emerged as an important facet of this scenario. This
study explores the rise and impact of marketplaces in the Brazilian context,
comprehensively analyzing their dynamics, business models, and challenges faced by
entrepreneurs and companies. We also investigate the main marketplaces in Brazil, such
as Mercado Livre, Submarino, and OLX, examining their buying and selling processes,
applied fees, design, and vendor ranking methods. Additionally, we present the
development of a pilot marketplace project called "Livre Oferta," highlighting the
practical application of the discussed concepts. Using project management
methodologies and agile development practices, this project provided valuable insights
into the challenges and opportunities involved in creating and operating a marketplace.
This study contributes to a deeper understanding of e-commerce through marketplaces
and offers a comprehensive view for entrepreneurs, companies, and researchers
interested in this constantly evolving field.

Keywords: Marketplace. Challenges. Project. Companies. Evolution.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................6

2. DESENVOLVIMENTO..........................................................................................................7

2.1 Contextualização......................................................................................................................7

2.2 Modelos De Marketplaces........................................................................................................8

2.3 Vantagens Do Comércio Via-Marketplace..............................................................................8

2.4 Desafios Do Comércio Via-Marketplace.................................................................................9

3. METODOLOGIA..................................................................................................................12

4. PROJETO: DESENVOLVIMENTO DA PLATAFORMA...............................................13

5. CONCLUSÃO........................................................................................................................18

REFERÊNCIAS.........................................................................................................................19
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1. INTRODUÇÃO
Desde que a internet se tornou disponível para uso comercial, ela tem
desempenhado um papel significativo na facilitação da compra e venda de produtos.
Embora seus primeiros passos tenham sido dados na década de 70, a primeira transação
online com pagamento ocorreu apenas em 1994, quando a Pizza Hut realizou a venda de
uma pizza pela internet (COUCLELIS, 2004).

No Brasil, o comércio eletrônico teve seu início por volta de 1995, com a estreia
da loja virtual Magazine Luiza. No entanto, foi a partir de 2001 que o comércio
eletrônico começou a ganhar mais tração, apresentando um conceito inovador que
visava revolucionar o varejo (TEIXEIRA, 2015). Essa abordagem demonstrou ser bem-
sucedida, movimentando meio bilhão de reais em transações exclusivamente online
somente em 2001, e dobrando esse valor no ano seguinte (EBIT, 2013). Desde então,
esse modelo tem continuado a crescer substancialmente (SILVA, 2016).

A partir de 2012, o comércio eletrônico brasileiro testemunhou o surgimento dos


chamados marketplaces, que se popularizaram rapidamente (ECOMMERCE, 2013).
Esses marketplaces foram concebidos para operar com custos reduzidos, funcionando
de maneira semelhante às lojas virtuais (NEXLAYER, 2017). Eles replicam, assim, o
modelo de sucesso dos shoppings centers ou feiras municipais no ambiente online,
reunindo vendedores diversos para atrair um público maior e diminuir os custos
operacionais.

Atualmente, existem diversos marketplaces de destaque, tanto nacional quanto


internacionalmente, como Mercado Livre, Submarino, Aliexpress, Ebay e Olx. Embora
o conceito de marketplace exista há décadas, sendo mencionado pela primeira vez em
1958 no livro "The Academic Marketplace", sua implementação digital no Brasil data
de 2006 (BORGES, 2017).

Apesar do crescimento do comércio virtual, no início do século XXI, o espírito


empreendedor ressurgiu na população brasileira, colocando o país como o 13º maior
empreendedor do mundo (GEM, 2009). Isso resultou em um grande número de novos
negócios físicos. No entanto, a recessão econômica de 2014 afetou significativamente o
país, levando a uma queda de 11% no PIB per capita e causando impactos diretos em
pequenas empresas e no emprego (IBGE, 2016).
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Diante desse cenário desafiador, muitas empresas e empreendedores viram na


internet uma oportunidade de geração de renda (IVO, 2016). O ambiente online oferece
vantagens como a ausência de barreiras geográficas, permitindo que produtos alcancem
um público mais amplo em todo o país, além de custos operacionais significativamente
mais baixos (PASA, 2016). No entanto, para aqueles com orçamento limitado, manter
uma loja virtual pode ser inacessível, especialmente para pequenas empresas afetadas
pela crise ou com recursos limitados (FUOCO, 2016). Assim, muitos empreendedores
optaram por investir em marketplaces, devido ao seu custo-benefício vantajoso
(NEXLAYER, 2017).

2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Contextualização

Conforme destacado por Takahata (2017), os marketplaces apresentam uma


série de distinções em relação ao modelo tradicional de e-commerce. Essas diferenças
abrangem aspectos como a estrutura de receita, a forma jurídica, a gestão de estoque, a
variedade e profundidade de produtos ou serviços, bem como o grau de abertura ou
curadoria de novas lojas e produtos. Um dos principais diferenciais, segundo o autor,
reside na descentralização dos estoques e na capacidade de expandir quase infinitamente
a gama de produtos disponíveis.

De acordo com o Euromonitor (2018), um marketplace pode ser descrito como


um shopping virtual, uma plataforma de e-commerce que reúne ofertas de produtos e
serviços de diversos vendedores. Esses produtos e serviços são apresentados
conjuntamente na mesma plataforma online. Além disso, todo o processo de compra,
desde a seleção dos itens até o pagamento, é conduzido dentro do mesmo ambiente
virtual, sem a necessidade de redirecionamento para outros sites. No próximo segmento,
será detalhado como ocorre essa dinâmica de transações.

Conforme apontado por Senra, Jacomino, Guarnieri e Britto (2018), o


marketplace consiste em um ambiente onde se encontram os vendedores, que podem ou
não possuir suas próprias lojas online, os compradores e a plataforma de vendas, que é
totalmente controlada pelo próprio marketplace. O fluxo de operações funciona da
seguinte maneira: o vendedor anuncia os produtos na plataforma do marketplace, a
venda é concluída e, em seguida, o vendedor envia diretamente o produto ao
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consumidor final. Para anunciar em marketplaces, são aplicadas comissões que


geralmente variam entre 10% e 30%.

2.2 Modelos De Marketplaces

Conforme discutido por Rosa (2019), há três principais modelos de marketplace


em vigor atualmente. No primeiro modelo, denominado de marketplace puro, apenas os
vendedores são responsáveis pela comercialização de produtos e serviços na plataforma,
sem que o próprio site do e-commerce realize vendas diretas. Exemplos desse modelo
incluem empresas como eBay e Mercado Livre. O segundo modelo é conhecido como
híbrido, no qual os e-commerces não só vendem seus próprios produtos e serviços, mas
também oferecem, em sua própria plataforma, itens de outros vendedores. Um exemplo
notável desse modelo é a Amazon.

O relatório do Euromonitor (2018) define o terceiro modelo como Híbrido +


Lojas Físicas, o qual se refere a empresas varejistas que não apenas vendem produtos e
serviços diretamente aos clientes, mas também operam tanto e-commerce quanto lojas
físicas, facilitando vendas também por meio de marketplaces. Exemplos dessa
abordagem incluem o Walmart nos Estados Unidos e a Magazine Luiza no Brasil.

2.3 Vantagens Do Comércio Via-Marketplace

Conforme analisado por Matos (2020), ao disponibilizar produtos ou serviços


nos marketplaces, as empresas podem alcançar dimensões globais, expondo-se a um
vasto número de potenciais compradores e novos mercados. A autora destaca também a
conveniência adicional desse meio de vendas, permitindo transações 24 horas por dia,
todos os dias do ano, além de evidenciar a redução de custos e a capacidade de
implementar estratégias de marketing. Isso se deve ao fato de que os marketplaces
fornecem ferramentas que, muitas vezes, as micro e pequenas empresas (MPEs) teriam
dificuldade em acessar devido a restrições financeiras.

Stockdale e Standing (2004) observam que a presença das MPEs nos


marketplaces possibilita que potenciais parceiros e consumidores visualizem a empresa
e reconheçam seu comprometimento com um trabalho sério.

2.4 Desafios Do Comércio Via-Marketplace

Stockdale e Standing (2006) destacaram em sua pesquisa que muitos


empresários enfrentam desconfiança em relação à sua habilidade em dominar a
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tecnologia, bem como em relação ao suporte fornecido pelas empresas de TI e


plataformas. Um desafio adicional é a implementação de softwares para otimizar a
gestão e a segurança das empresas, juntamente com a necessidade de treinamento dos
funcionários para executar suas tarefas de forma adequada. Isso porque as micro e
pequenas empresas (MPEs) precisam alocar recursos financeiros para esses fins, o que
pode impactar outras áreas do negócio.

De acordo com Matos (2020), a falta de compatibilidade tecnológica pode


acarretar problemas ao integrar sistemas internos e aplicativos de comércio eletrônico.
A condução do comércio por meios digitais torna a gestão mais complexa, pois exige o
gerenciamento de informações provenientes de diferentes canais, além de uma gestão
eficiente do inventário. Para lidar com essa complexidade, as empresas devem preparar
seus funcionários devidamente, capacitando-os para manter um catálogo eletrônico
atualizado.

2.5 Análise Dos Principais Marketplaces No Brasil

O objetivo deste estudo foi analisar os principais marketplaces no Brasil,


investigando as tendências relacionadas à experiência do usuário, tecnologias
empregadas na estrutura da plataforma e segurança da informação adotada por eles.
Além disso, a análise buscou identificar os requisitos funcionais e não funcionais da
plataforma Livre Oferta, juntamente com os requisitos dos usuários e do cadastro de
produtos, e também considerou a adoção de técnicas antifraude comumente utilizadas
pelos marketplaces estudados.

Para este fim, foram selecionados três marketplaces: MercadoLivre, Submarino


e OLX, atualmente os mais populares no Brasil (SKYHUB, 2017). Antes de analisar as
plataformas em si, é importante entender um pouco da história de cada uma delas: O
Mercado Livre, principal marketplace do Brasil e o maior da América Latina, tem
origem argentina e foi fundado em 1999. O Submarino, pioneiro no Brasil, foi lançado
em 2001 e é uma das principais plataformas do país. Já a OLX, de origem americana,
chegou ao Brasil em 2010 com o objetivo de facilitar a intermediação de compra e
venda de produtos, especialmente usados.

No estudo das plataformas selecionadas, foram abordados os seguintes temas:


processo de compra e venda, taxas, análise de design e estrutura de classificação para os
vendedores dentro da plataforma.
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No que diz respeito ao processo de compra e venda, os três marketplaces


(Mercado Livre, OLX e Submarino) mostraram-se bastante similares no processo de
compra, mas distintos no processo de venda.

No processo de compra, todos os marketplaces selecionados exigem o cadastro


do usuário (Figura 1). Mercado Livre e OLX solicitam apenas três campos de
informações, tornando o processo bastante prático para novos usuários. Já o Submarino
requer cerca de sete campos, ainda que seja um processo prático, demanda mais tempo
do usuário.

Figura 1 - Tela De Cadastro Da Empresa Submarino E Mercado Livre

Fonte: Submarino e Mercado Livre, 2024.

Prosseguindo com o processo de compra, observamos que Mercado Livre e


Submarino permitem que os clientes paguem pelos produtos através de cartão de crédito
ou boleto bancário. No entanto, na OLX, os produtos são exibidos apenas como uma
espécie de catálogo, sem opções de pagamento online; os usuários devem contatar
diretamente os vendedores para negociar os métodos de pagamento. Vale destacar que,
dentre os três marketplaces, apenas o Mercado Livre possui seu próprio sistema
financeiro denominado 'Mercado Pago'.

Quanto às vendas, os três marketplaces diferem significativamente. Mercado


Livre e OLX permitem que tanto pessoas físicas quanto jurídicas vendam em suas
plataformas sem grandes complicações. Já o Submarino aceita apenas pessoas jurídicas
como vendedores e impõe um longo processo de análise e burocracias para se tornar um
vendedor. Outro aspecto crucial é o tempo necessário para que um produto se torne
visível após ser publicado: no Mercado Livre, leva cerca de uma semana, na OLX o
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produto é exibido instantaneamente, enquanto no Submarino o tempo é indeterminado,


sujeito a uma análise da plataforma.

Após avaliar o processo de compra e venda, examinamos as taxas cobradas por


cada marketplace. Tanto Mercado Livre quanto Submarino aplicam taxas sobre cada
produto vendido na plataforma. O Mercado Livre cobra de 10% a 16% do valor do
produto, acrescido de encargos. Essa variação na porcentagem se deve à possibilidade
do vendedor repassar os juros ao cliente. Já o Submarino cobra uma taxa de 12% a 27%
sobre o produto, mais encargos, sendo que a variação depende do nicho de mercado do
produto. Por outro lado, a OLX não cobra taxas sobre produtos ou serviços vendidos,
obtendo receita de outras fontes.

Em seguida, analisamos o design e a compatibilidade de cada marketplace, com


o objetivo de avaliar a experiência do usuário. Todas as três marcas apresentam boa
compatibilidade, oferecendo versões para web e dispositivos móveis. No entanto,
apenas a OLX não possui uma plataforma web responsiva, o que pode dificultar o
acesso via smartphones ou outros dispositivos. Apesar disso, a experiência do usuário é
positiva, pois a plataforma foi projetada de forma intuitiva, permitindo que até mesmo
usuários leigos possam comprar e vender sem dificuldades significativas.

Na última etapa da análise, investigamos o sistema de ranqueamento dos


vendedores (a posição dos produtos nas pesquisas). Todos os três marketplaces utilizam
técnicas semelhantes: no Mercado Livre, as lojas oficiais têm prioridade, seguidas pelos
vendedores que investem em marketing interno e, por último, os vendedores com
melhor qualificação. No Submarino, ocorre algo semelhante, onde os vendedores que
investem em marketing interno têm maior visibilidade. Na OLX, os vendedores podem
pagar um valor para destacar seus produtos na plataforma por um determinado período,
e aqueles que não investem financeiramente podem ter uma posição menos favorável.

Figura 2 - produtos na Olx aparecendo como ‘Galeria’


12

Fonte: OLX, 2024.

Tabela 1 - Comparação dos marketplaces

Mercado Livre Submarino Olx

Vender como Sim Não Sim


pessoa física ou
jurídica

Pagamento Online Sim Sim Não

Taxas Sobre 10~16% 12~27% Não


Produto

Forma de Contrato Marketing Contrato Marketing Contrato Marketing


Ranqueamento Interno Interno Interno

Design Responsivo Sim Sim Não

Compatibilidade Sim Sim Sim


(web, smartphones
e tablets)

Fonte: Autor, 2024.

3. METODOLOGIA
Para a condução deste estudo, optou-se por uma abordagem metodológica mista,
combinando elementos qualitativos e quantitativos. Inicialmente, foi realizada uma
revisão bibliográfica abrangente, buscando compreender as principais teorias, conceitos
13

e tendências relacionadas ao comércio eletrônico e aos marketplaces. Essa revisão foi


fundamental para embasar a fundamentação teórica do trabalho

Para complementar a abordagem metodológica, foi desenvolvido um projeto


piloto de marketplace denominado "Livre Oferta". Esse projeto teve como objetivo
prático a aplicação dos conceitos teóricos discutidos na pesquisa, bem como a validação
das conclusões e recomendações propostas. O desenvolvimento do projeto seguiu as
etapas do ciclo de vida do desenvolvimento de software, desde a concepção até a
implementação e teste do sistema. Durante esse processo, foram aplicadas metodologias
de gestão de projetos e práticas de desenvolvimento ágil para garantir a eficiência e
qualidade do resultado final.

4. PROJETO: DESENVOLVIMENTO DA PLATAFORMA


Para o desenvolvimento da plataforma Livre Oferta, optou-se pela metodologia
IBM Rational Unified Process (RUP), uma abordagem reconhecida em Engenharia de
Software que emprega a orientação a objetos e é documentada usando a notação UML
(Unified Modeling Language), além de incorporar técnicas e práticas amplamente
aceitas no mercado. O RUP é baseado em três princípios fundamentais:

 Orientado por casos de uso: O planejamento do desenvolvimento é guiado pelos


casos de uso identificados, priorizando aqueles mais complexos.
 Foco na arquitetura: O processo de desenvolvimento prioriza a construção de
uma arquitetura de sistema que possibilite a realização dos requisitos. Essa
arquitetura é baseada na identificação de uma estrutura de classes, derivada de
um modelo conceitual.
 Iterativo e incremental: A cada ciclo de trabalho, novas funcionalidades são
adicionadas à arquitetura do sistema, tornando-a mais abrangente e
aproximando-a do sistema final.

A representação clássica das atividades de desenvolvimento de sistemas e sua


ênfase nas diferentes fases da implementação dentro da metodologia RUP é apresentada
na figura abaixo (Figura 3), delineando as etapas a serem seguidas para a construção da
plataforma.

Figura 3 - Fases da Metodologia IRUP


14

Fonte: International Business Machines, 2009.

A metodologia IRUP é composta por quatro fases em seu ciclo de


desenvolvimento: Iniciação, Elaboração, Construção e Transição. Dentro dessas fases,
as disciplinas do IRUP englobam atividades como estudo de viabilidade, análise de
requisitos, análise de domínio, projeto, entre outras. No entanto, essas atividades estão
associadas, com diferentes ênfases, às quatro principais fases do IRUP: Concepção,
Elaboração, Construção e Transição.

Na fase de Concepção, que corresponde à Iniciação, são levantados os principais


requisitos e ocorre uma compreensão abrangente do sistema. Os resultados dessa fase
incluem um documento de requisitos e riscos, uma lista de casos de uso de alto nível e
um cronograma de desenvolvimento baseado nesses casos de uso.

As fases de Elaboração e Construção acontecem em ciclos iterativos. Na


Elaboração, ocorre a maior parte da análise e projeto, enquanto na Construção,
concentra-se principalmente na implementação e testes. Durante esses ciclos iterativos,
realiza-se a análise detalhada do sistema, a modelagem de domínio e o projeto do
sistema utilizando padrões de projeto.

Na fase de Transição, o sistema desenvolvido é implantado, substituindo o


sistema atual, seja ele manual ou computadorizado.

Durante a fase de Concepção, é criada a visão geral do sistema, que envolve


levantar informações sobre o negócio, baseando-se em análises de trabalhos
relacionados e pesquisa de campo. Essa visão geral é documentada em um formato
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livre, com o objetivo de fornecer informações sucintas sobre o sistema a ser


desenvolvido.

A Plataforma Livre Oferta seguiu as boas práticas da metodologia IRUP,


iniciando o desenvolvimento com a criação da visão geral do sistema. Essa visão é
elaborada em formato de documento livre e busca abordar aspectos fundamentais,
como: "O que o sistema vai fazer? Como será feito? Quem é o público-alvo?".

Nesta etapa inicial, foram levantadas apenas informações básicas, porém


essenciais. Posteriormente, a visão geral do sistema será expandida conforme a
metodologia, a fim de extrair o máximo de informações para agregar à plataforma de
maneira mais específica.

Tabela 2 - Resumo visão geral do sistema.

Plataforma Livre Oferta

Visão Geral do Sistema

A Livre Oferta é uma plataforma de marketplace que permite que indivíduos e


empresas vendam seus produtos ou serviços em todo o Brasil. A proposta da
plataforma é ser acessível, mesmo para aqueles que não têm experiência em
tecnologia, facilitando a compra e venda de produtos. Inicialmente, a plataforma foi
desenvolvida para ser utilizada tanto na web quanto em dispositivos Android.

Algumas características distintas da plataforma incluem o processo de cadastro de


usuários. Quando um novo usuário opta por se tornar um vendedor, além de poder
vender na Livre Oferta, ele também terá sua própria loja virtual automaticamente
criada, com um domínio exclusivo e a opção de personalizar o domínio
(.com, .com.br, etc.). A criação da loja virtual tem como objetivo aumentar a
visibilidade do vendedor na internet, já que a loja será indexada automaticamente
pelos mecanismos de busca (Google, Bing, Yahoo, etc.). Além disso, a loja virtual
vem pré-configurada, simplificando ainda mais o processo para o vendedor.
Fonte: Autor, 2024.

Após a etapa inicial de concepção do sistema, onde se obteve uma visão geral do
sistema conforme preconizado pela metodologia IRUP, passamos para a fase de
Modelagem de Negócio. Para essa primeira modelagem, utilizamos o diagrama de
atividades.
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Os diagramas de atividades foram empregados para representar processos em


um nível organizacional mais amplo, indo além da simples visualização dos requisitos
da plataforma. A Figura 8 ilustra o fluxo de compras que ocorrerá na plataforma Livre
Oferta, envolvendo interações entre clientes, a própria plataforma (sistema) e o gateway
de pagamento.

Neste processo, o cliente seleciona um ou mais produtos e realiza a compra. O


sistema calcula o valor total da compra, o cliente escolhe o método de pagamento e
confirma a transação. Em seguida, o gateway de pagamento verifica a validade das
informações financeiras fornecidas pelo cliente. Se todas as informações estiverem
corretas, o gateway sinaliza ao sistema que o pagamento foi aprovado, e a compra é
finalizada com sucesso.

Figura 4 - Fluxo de compras.

Fonte: Autor, 2024.


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O diagrama apresentado acima (Figura 4) não foi desenvolvido com o propósito


de implementação direta neste projeto, mas sim com o objetivo de auxiliar na
compreensão das atividades e dos atores envolvidos nos principais processos da
plataforma. Desta forma, a intenção é identificar os requisitos do sistema de maneira
mais eficiente, utilizando as informações derivadas dessas atividades.

Cada uma das atividades descritas no diagrama foi desenvolvida de forma


precisa e encadeada logicamente para garantir a execução eficaz do fluxo de trabalho.

Após a elaboração dos principais diagramas de atividades do sistema,


prosseguimos com a modelagem de aspectos de negócios, baseando-nos nos diagramas
de máquina de estado. Assim como o diagrama de atividades, este também é um
diagrama comportamental, porém, ao invés de modelar atividades e processos, ele
apresenta os estados de um sistema, ator ou entidade em estudo. Esse tipo de diagrama
permite compreender o ciclo de vida de uma determinada ação na plataforma Livre
Oferta e visualizar todas as possíveis transições que ocorrerão ao longo do sistema
(Figura 5).

Figura 5 - Diagrama de máquina de estado, fluxo de compra

Fonte: Autor, 2024.

Opta-se pelo modelo CMMI (Capability Maturity Model Integration) por sua
abordagem abrangente e flexível. O CMMI não apenas oferece um conjunto de
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melhores práticas para melhorar os processos de software, mas também ajuda a alcançar
níveis mais altos de maturidade organizacional.

Ao implementar o CMMI, estamos investindo na qualidade dos produtos e


serviços, na satisfação dos clientes e no crescimento sustentável da empresa. Sabe-se
que essa jornada de melhoria contínua não é fácil, mas torna-se desafiador em enfrentar
os desafios e colher os frutos do esforço conjunto.

5. CONCLUSÃO
Neste estudo, foi explorado o cenário do comércio eletrônico e sua evolução ao
longo das últimas décadas, com foco especial nos marketplaces. Desde seus primórdios
nos anos 90 até os dias atuais, os marketplaces se estabeleceram como uma ferramenta
vital para comerciantes e consumidores, oferecendo uma ampla gama de produtos e
serviços em um ambiente conveniente e acessível.

Observou-se como o surgimento dos marketplaces revolucionou a forma como


as transações comerciais são conduzidas, proporcionando oportunidades tanto para
grandes empresas quanto para empreendedores individuais. Com a ascensão da internet,
os marketplaces se tornaram uma maneira eficaz de alcançar um público mais amplo,
expandindo os horizontes comerciais e oferecendo vantagens competitivas
significativas.

Ao analisar os principais marketplaces brasileiros, como Mercado Livre,


Submarino e OLX, compreendeu-se suas características distintas, modelos de negócios
e desafios enfrentados. Cada plataforma apresenta suas próprias nuances e estratégias
para atrair vendedores e consumidores, refletindo a diversidade e a dinâmica do
mercado digital.

Além disso, foi discutido e elaborado um projeto de marketplace em relação a


metodologia IBM Rational Unified Process (RUP) como uma abordagem eficaz para o
desenvolvimento da plataforma Livre Oferta. Por meio de fases iterativas e
colaborativas, o RUP oferece um quadro estruturado para o planejamento,
implementação e entrega de software de alta qualidade.

Por fim, a escolha da implementação do Capability Maturity Model Integration


(CMMI) destaca o compromisso da empresa com a excelência operacional e a melhoria
contínua com baixo investimento. O CMMI oferece um conjunto de diretrizes e
processos comprovados para aprimorar a qualidade dos produtos e serviços, aumentar a
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satisfação do cliente e impulsionar o crescimento organizacional. Ao integrar o CMMI


em suas operações, a empresa está investindo no seu futuro e na sua capacidade de se
adaptar e prosperar em um ambiente competitivo.

Em suma, este estudo demonstra a importância do comércio eletrônico e dos


marketplaces na economia digital, bem como a necessidade de abordagens
metodológicas sólidas e práticas de gestão da qualidade para garantir o sucesso dos
projetos de software. Ao adotar uma abordagem holística e orientada para resultados, as
empresas podem maximizar seu potencial e alcançar novos patamares de sucesso no
mercado online em constante evolução.

6. Além disso, é crucial destacar que, em um ambiente tão dinâmico e competitivo


como o do comércio eletrônico, a inovação contínua e a adaptação ágil são
essenciais para o sucesso a longo prazo. As empresas que conseguem acompanhar
as tendências do mercado, antecipar as necessidades dos clientes e responder
rapidamente às mudanças têm uma vantagem significativa.

REFERÊNCIAS
COUCLELIS, Helena. A evolução do comércio eletrônico: da pizza online à
revolução do varejo. São Paulo, 2004.
TEIXEIRA, Roberto. O surgimento do comércio eletrônico no Brasil: da Magazine
Luiza aos novos horizontes. Rio de Janeiro, 2015.
EBIT, Instituto. O impacto do comércio eletrônico no varejo brasileiro: análise de
mercado. São Paulo, 2013.
SILVA, Carlos. O crescimento contínuo do comércio eletrônico no Brasil. São
Paulo, 2016.
ECOMMERCE, Associação Brasileira de. Os marketplaces e sua ascensão no
cenário do comércio eletrônico brasileiro. Rio de Janeiro, 2013.
NEXLAYER, Ana. Marketplaces: o novo modelo de negócio no comércio
eletrônico. Porto Alegre, 2017.
BORGES, André. A história dos marketplaces no Brasil: da teoria à prática digital.
São Paulo, 2017.
GEM, Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil: panorama
atual e perspectivas futuras. São Paulo, 2009.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Impactos da recessão econômica
de 2014 no Brasil. Rio de Janeiro, 2016.
IVO, Mariana. Oportunidades de negócios na era digital: estratégias para enfrentar
a crise econômica. São Paulo, 2016.
20

PASA, Eduardo. Vantagens e desafios do comércio eletrônico para empreendedores


brasileiros. Curitiba, 2016.
FUOCO, Carla. Os desafios financeiros de manter uma loja virtual: perspectivas
para pequenas empresas. São Paulo, 2016.
TAKAHATA, Hiroshi. Distinções entre Marketplaces e Modelos Tradicionais de E-
commerce. São Paulo, 2017.
EUROMONITOR. O Conceito de Marketplaces: Um Novo Paradigma no Comércio
Eletrônico. Londres, 2018.
SENRA, Paula; JACOMINO, Ana; GUARNIERI, Bruno; BRITTO, Pedro. Dinâmica
Operacional de Marketplaces: Uma Análise Detalhada. Rio de Janeiro, 2018.
ROSA, Marcelo. Modelos de Marketplaces: Um Estudo Comparativo. São Paulo,
2019.
MATOS, Fernanda. Vantagens do Comércio Via-Marketplace: Uma Perspectiva
Empresarial. Porto Alegre, 2020.
STOCKDALE, Peter; STANDING, Colin. A Presença de Micro e Pequenas
Empresas nos Marketplaces: Um Estudo de Caso. Manchester, 2004.
STOCKDALE, Peter; STANDING, Colin. Desafios do Comércio Via-Marketplace:
Uma Perspectiva Empresarial. Manchester, 2006.

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