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APOIO:
DEZEMBRO 2018
REALIZAÇÃO:
APOIO:
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ÍNDICE
Editorial …………………………………………………….…….. 04
A Liga Ventures ………………………………..….………. 05
Metodologia …………………………………………….……. 07
Entrevistados ………………………………………….…..... 08
Retail Techs - As startups do Varejo …….... 11
Entrevista - Eduardo Terra .….………………....… 16
Categorias …………………………………………………..…… 17
Inteligência de preços - InfoPrice ……...…. 20
Mapa de Startups …………………………………….….. 22
Os dados no varejo - SEED Digital ……….. 23
Lista de Startups …………………………………...…….. 25
Demographics …………………………….………...….….. 33
Entrevista - Caito Maia …………….……………..…. 34
Atraindo o Consumidor …………………………..… 35
O uso da Geolocalização ……………………..….… 37
Chatbots no atendimento ………………………. 40
Wi-fi e Hotspots …………………………………….…….. 43
Entrevista - Heloisa Menezes ……….……..….. 47
Experiência dentro da Loja ……...….……...….. 48
Digital Signage e Touchscreen ……..………. 50
Mobile Apps ...……………………………………...………... 53
Omnichannel …..……………………………………………. 56
Entrevista - Antônio Sá …...………………………… 60
Falando de Entregas ……………………..…….…...… 61
O Last Mile ………….………………………………………….. 63
Clique e Retire ………………………………………………. 66
Logística Reversa ...………………………………………. 69
Entrevista - Dominique Oliver ……………….. 73
Fidelização de clientes ………………………………. 74
Coleta e Análise de Feedbacks ………………. 76
Programas de Fidelidade ……..…………………. 79
A estratégia de Cashback ………………………… 82
Invest Talks - Astella Investimentos …….. 86
Inovação no Varejo - PwC ……….……………….. 87
Referências …………………………………………..….……. 90
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EDITORIAL
A tecnologia do futuro
no presente do Varejo
Powered by:
Desde a revolução dos e-commerces, o consumidor brasileiro passou a vivenciar novas formas
de buscar, encontrar, experimentar e comprar. Ao mesmo passo em que a prática de compra online
aumentou, essas novas formas viraram rotinas esperadas na vida do consumidor. Nesse sentido, as
tecnologias e as startups vêm desempenhando papéis importantíssimos na construção dessa ponte
entre o mundo online e offline, trazendo para mais próximo de todos (consumidores e gestores) as
possibilidades de atingimento de expectativas e inteligência na gestão.
Muito além de buzzwords, essas startups e tecnologias vêm evoluindo e percorrendo uma
meta importante: a adaptabilidade e flexibilidade das suas soluções nos diversos cenários no Brasil.
Disponibilidade de internet com qualidade, grau de familiaridade com as tecnologias, custos, retornos,
aplicabilidade, disponibilidade de tempo para o uso (fricção), capilaridade, são apenas alguns dos
desafios estruturais para vermos aplicações mais expressivas, de forma a acompanharmos a evolução
global do varejo.
Para compilar todas essas possibilidades reais de convergência, o Liga Insights Retail Techs -
Startups do Varejo 2018 entrevistou mais de 40 profissionais no varejo, nos mais variados papéis e de
diferentes portes de empresas, interpretando os direcionais apontados e enriquecendo-os com cases
aplicados, o papel das startups e pesquisas que apontam as reais tendências para o setor, como na
Atração dos Consumidores, na Experiência dentro da Loja, nas Entregas e na Fidelização dos Clientes.
Desta forma, esperamos que todos os interessados no assunto tenham mais que uma
excelente leitura, mas sim um importante guia que os auxiliem na aplicação deste novo cenário em
suas realidades, além de observarem e aproveitarem oportunidades neste contexto.
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A LIGA
VENTURES
A Aceleradora
e o Liga Insights
Por meio de programas de aceleração em diferentes
verticais de mercado, eventos e inteligência setorial, a Liga
Ventures é a primeira aceleradora do Brasil totalmente focada
em conectar startups e grandes corporações, gerando inovação
e oportunidades de negócios para ambos os lados.
Boa Leitura!
5
5
PROGRAMAS:
NOSSOS EVENTOS:
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Metodologia
O estudo tem como objetivo compreender como o setor de
Varejo está inovando e de que forma as startups que apresentam
soluções para esse setor estão sendo desenvolvidas e aplicadas no
Brasil. Após entendimento da cadeia e dos temas que envolvem a
área, foi iniciada uma pesquisa para determinar quais são as
inovações tecnológicas disponíveis atualmente e de que forma elas
podem impactar os processos da área. Aqui foram considerados
relatórios, estudos e informações de fontes como CB Insights, I-AM
Shift, Time Trade, SPC Brasil (Serviço de Proteção do Crédito),
Venture Scanner, Intuit, E-commerce Brasil, Alliance Data, National
Retail Federation (NRF), Walker Sands, Gartner, NeoAssist, McKinsey,
Retail Week Reports, Accenture, Fortune, Think with Google,
11.263
Business Insider, IHL Group, Cisco, PwC, Statista, FGV, Google
Shopper Marketing Council, Oracle, ABRAS (Associação Brasileira de
Supermercados), KPMG, Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (FIRJAN), DHL, GlobalData, MindMiners, Nielsen, Base total de
Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos startups
Especiais (Abrelpe), Associação Brasileira de Empresas do Mercado
de Fidelização (ABEMF), Cashback Industry News, Forbes, eMarketer,
Boston Retail Partners, entre outros.
293
O mapeamento das startups foi realizado a partir de diversas
fontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos
da Liga Ventures, a plataforma DisruptBox, recomendações, notícias
em portais de negócios, bases abertas e busca ativa de startups. Por
Retail Techs
se tratar de um mercado com mudanças constantes, este estudo é
dinâmico e terá atualizações periódicas para contemplar esses
movimentos e expor novas startups que não apareceram nesta
versão.
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ENTREVISTADOS
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ENTREVISTADOS
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ENTREVISTADOS
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Retail Techs
As startups que estão
mudando o varejo
Não é segredo que ferramentas tecnológicas e digitais
estão alterando e revolucionando os processos em praticamente Principais pilares
todos os segmentos de mercado. Já mostramos e analisamos as
mudanças em setores e áreas como Saúde, Real Estate, Marketing, de apoio
TI, RH e AutoTech. Para o Varejo, a história e as regras não são
muito diferentes. Na última década, o comportamento dos
consumidores claramente mudou e seguiu os passos da revolução
digital. Tal mudança não é fácil de ser acompanhada pelas
empresas varejistas, que aos poucos se adaptam às novas “leis” do
mercado. Mas, apesar de todas as mudanças que estão ocorrendo
dentro desse novo cenário, uma regra parece não ser alterada: o
varejo físico não vai morrer, pelo menos por um bom tempo. Para
sobreviver, no entanto, vai precisar se adequar às tendências e Precificação Produtos e Experiência do
Operações Consumidor
encarar os desafios que existem pela frente.
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brasileiros já preferem comprar pela internet, enquanto apenas 18% optam pela loja física. Ainda
segundo o levantamento, 9 em cada 10 consumidores pesquisam virtualmente antes de ir a um
ponto de venda físico; no caminho contrário, 63% das pessoas entrevistadas visitam lojas antes de
realizar uma compra pela internet. Tais tendências e características podem significar, assim, uma
oportunidade (e simultaneamente um desafio) para os varejistas aproveitarem o fluxo de clientes
em PDVs físicos, que ainda acontece.
Os motivos para a preferência por compras virtuais são vários, como percepção de preços
mais em conta, comodidade e conveniência, variedade de produtos, agilidade e facilidade para
escolher e comprar produtos, maior quantidade de informações e formas de pagamento mais
interessantes. Praticamente todas as vantagens hoje encontradas nos e-commerces poderiam
também ser realidade nas lojas físicas, apesar de algumas barreiras encontradas no cenário
brasileiro. A opção, nesse caso, é seguir, aos poucos, as tecnologias e, finalmente, optar, mesmo que
gradativamente, pela digitalização das lojas físicas.
Para Meir, existe uma grande oportunidade para otimização de questões de operações
internas nas empresas, visando uma maior eficiência nos sistemas, mas ainda um caminho a ser
percorrido para a utilização, de fato, de tecnologias voltadas à experiência e jornada do cliente na
loja. “Repensar toda a trajetória do cliente para a compra na loja física é uma necessidade
obrigatória para as operações varejistas. Toda a política de canal precisa ser repensada em função
aaa
12
disso. Os PDVs precisam ganhar outros sentidos além de um display de produtos. Toda inovação e
startup que ajudem nisso se torna bem vinda. Mas o problema ainda esbarra na cultura,
principalmente de pequenos e médios negócios”, diz.
Em estudo realizado nos EUA pela Intuit, que contou com 550 executivos de PMEs,
descobriu-se que 66% dos entrevistados se utilizam de tecnologias de automação, apesar do medo
em relação a inovações baseadas em machine learning e inteligência artificial. De acordo com a
pesquisa, cujos destaques foram publicados no portal e-commercebrasil, os respondentes
apostam, principalmente, em tecnologias voltadas a finanças e faturamento (29%), marketing
(28%), vendas (27%) e atendimento ao cliente (25%). Entre os principais benefícios que os executivos
acreditam ter com a tecnologia, estão aumento de eficiência e produtividade nos negócios,
inovação e capacidade de responder às mudanças que ocorrem no mercado. Segundo Cardoso,
para que as startups consigam, de fato, trazer resultados para as PMEs, é necessária uma imersão
no negócio, entender, dentro de campo, quais são as reais demandas e desafios das empresas.
Assim, defende que, para uma real geração de valor, é essencial que os empreendedores saiam do
escritório e vão entender o dia a dia do varejista.
Parte das startups em destaque nesse estudo possuem como público principal os
pequenos e médios negócios, visto a importância do segmento para o comércio brasileiro. No
entanto, são poucas as que se dão ao luxo de deixar de atender as grandes marcas, obviamente
também preocupadas com o atual cenário do varejo físico. Pensar estrategicamente na jornada do
consumidor – o principal foco de análise deste estudo -, e em cada uma de suas etapas é
fundamental para o segmento como um todo, independentemente do porte das empresas.
Atrair o cliente é um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas. Mas os números
são otimistas: de acordo com o estudo The Generational Perspective, realizado pela americana
Alliance Data e que contou com mais de 2.400 entrevistados, 75% dos consumidores ainda querem
a
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Tecnologias para:
66% Finanças e Faturamento 29%
dos executivos de PME Marketing 28%
utilizam tecnologias Vendas 27%
de automação Atendimento ao cliente 25%
ver os produtos dentro da loja. Essa, portanto, ainda é a grande vantagem das lojas físicas em
relação às virtuais: a possibilidade de visão e toque, algo não proporcionado pelos e-commerces e
mobile-commerces. Pensando nisso, tecnologias de geolocalização, chatbots e modems
inteligentes de Wi-Fi são algumas das ferramentas que podem ser utilizadas pelos varejistas e que
já têm mostrado sua importância para o mercado.
Fornecer a ele uma experiência interessante, por sua vez, pode significar um conceito mais
abrangente, e talvez seja o ponto principal da jornada, o momento em que o cliente pode ser, de
fato, conquistado. Alguns varejistas, por exemplo, apostam na redefinição de espaços, focando em
arquitetura e design diferenciados, que passem a sensação de conforto aos consumidores. Ainda,
com a ascensão da figura do consumidor omnichannel, tecnologias como digital
signage/merchandising e utilização do mobile e aplicativos na compra dentro da loja se
apresentam como tendências já utilizadas no mercado brasileiro. Ao se pensar na característica de
consumo omnicanal dos consumidores, o primeiro passo de muitas empresas tem sido apostar em
recursos de clique e retire, que, inevitavelmente, une os universos físico e digital. Segundo Sardas, é
na etapa de experiência que existe a maior oportunidade para inovações, por se tratar do momento
em que se pode entregar maior valor agregado ao consumidor. “A experiência pode ser uma
mistura de muitos elementos, aspectos, de informações que a empresa captou sobre os
consumidores. É o momento para a imersão, geração de brand momentum e da utilização de
capacidades que os dispositivos tecnológicos disponibilizam, muitos relacionados à entrega de
produtos e experiências”, diz.
Todas essas mudanças também fizeram com que as corporações repensassem seus
processos logísticos da cadeia de suprimentos, reavaliando, sobretudo, suas capacidades e ofertas
da rede de distribuição. Passaram a se preocupar ainda mais em como entregar o pacote certo,
para a pessoa certa, no local certo e no horário certo, a fim de competir com as lojas digitais, em
como entregar os produtos com mais conveniência e como fazer com que esses produtos
retornem para elas da forma mais sustentável e prática o possível. Isso, pois os consumidores
também passaram a encarar as entregas dos produtos de maneira diferente. De acordo com uma
pesquisa da National Retail Federation (NRF), 40% dos entrevistados norte-americanos avaliam as
empresas com base em suas experiências com as entregas. Para eles, os fatores mais importantes
em uma entrega são: custo, velocidade, flexibilidade, reputação e serviço. O estudo The Future of
Retail 2018, feito pela Walker Sands, mostra que fretes gratuitos (79%), devoluções gratuitas (54%),
envios no mesmo dia (42%), envios até o próximo dia (40%), devoluções facilitadas (36%) e entregas
em até duas horas (21%) são os principais fatores que os convencem a comprar online.
40%
Avaliam Principais
empresas com fatores que
base em suas convencem a
experiências compra
online
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Além de terem de se preocupar com a atração dos consumidores para as lojas físicas, a
experiência deles dentro das lojas, e com a melhor forma de entregarem seus produtos para eles,
também dedicam seus esforços à fidelização dos clientes. A importância dos varejistas pensarem
na fidelização dos consumidores se dá principalmente pela crescente força que eles têm ganhado.
De acordo com uma previsão da Gartner, até 2020, clientes com más experiências poderão destruir
30% dos negócios digitais. Isso, pois os consumidores 3.0, assim como são chamados, por estarem
mais empoderados, passaram a dar mais feedbacks e a compartilharem suas experiências e
opiniões na internet, utilizando principalmente as redes sociais como meio de divulgação.
Experiência
Atração
Fidelização Entrega
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ENTRE_
VISTA
Como você enxerga o cenário do Varejo físico
atualmente, em termos de digitalização?
O Varejo brasileiro está em processo de
transformação digital em alguns segmentos. Não Eduardo Terra, Presidente da Sociedade
podemos generalizar o segmento quanto à Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC)
digitalização, pois é muito heterogêneo. Ma,
vemos setores, como os de eletroeletrônicos,
Além da necessidade de uma transformação
moda e cosméticos, muito desenvolvidos. Ao
cultural, qual outro grande desafio o Varejo
mesmo tempo, também temos visto um
físico enfrenta?
movimento rápido de digitalização em drogarias
É preciso repensar a arquitetura de tecnologia.
e em supermercados, que estão em uma corrida
Uma empresa varejista digitalizada enxerga o
por venda online, por retirada de produtos em
cliente e os produtos em diversos pontos de
loja e por mídia online. Talvez o segmento mais
contato, visualiza o estoque na loja, no Centro de
atrasado seja o de materiais de construção.
Distribuição, em trânsito, em tempo real. A
maioria das empresas não consegue ter esse tipo
Qual a importância de uma transformação
de visualização porque este é um desafio
digital no setor de Varejo?
complexo de ser superado.
Fundamental. Já é uma realidade e deixou de ser
um futuro. A transformação digital começa pela
Que tipos de tendências tecnológicas
cultura digital e a transformação cultural tem
começam a ser enxergadas no segmento? Elas
sido o maior desafio das varejistas, pois sem ela
estão distantes da realidade brasileira?
não é possível digitalizar o negócio. É preciso
Podemos ver um crescimento na utilização de
fazer um trabalho grande na liderança e na
arquiteturas em nuvem, soluções SaaS,
cultura para que a empresa se torne digital. As
inteligência artificial e machine learning (que
startups, por exemplo, não têm esse desafio, elas
discutem sobre previsão de compra, precificação
já nascem assim. As empresas tradicionais do
e crédito), IoT, dispositivos de interação como RA
Varejo são as que precisam fazer a migração para
e RV, e do uso de big data e analytics. Além
o digital.
disso, discute-se muito sobre a implementação
da tecnologia do blockchain no mercado
Como você acredita que essa transformação
varejista, em meios de pagamento. Em algumas
cultural pode ser feita?
empresas essas tendências não estão distantes. É
O projeto de cultura digital é complexo e tem de
claro que essa é uma realidade para poucas.
ser top-down. A alta liderança precisa tomar
consciência de que as coisas são diferentes, que a
Qual a importância das startups para inovar e
maneira de liderar e gerenciar mudou. É preciso
digitalizar o segmento?
repensar e redefinir os valores da companhia, o
A importância é grande. Relacionar-se com o
modelo de gestão, as KPIs (Key Performance
ecossistema de startups, sejam elas fintechs,
Indicators), a forma de recompensa e o ambiente
MarTechs, de todas as naturezas, deve ser uma
de trabalho. Normalmente as empresas de Varejo
prioridade para as varejistas brasileiras. Muitas
brasileiras têm sistemas imunológicos muito
empresas têm anunciado suas aproximações. Eu
fortes, que as impedem de adotar uma cultura
diria que, nos próximos 5 anos, esses
digital.
relacionamentos, sejam por meio de parcerias ou
de aquisições, vai crescer exponencialmente.
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CATEGORIAS
As 13 áreas de soluções
Após pesquisarmos as áreas de soluções no Varejo, o próximo passo na confecção do
material foi buscar e fazer a curadoria das startups brasileiras que estão oferecendo algum tipo de
solução no setor, resolvendo problemas, facilitando processos ou inovando entregas. Para isso,
agrupamos as 293 startups encontradas em 13 categorias explicadas a seguir:
Construtores de e-commerces
Ferramentas e plataformas para criação e gestão de e-commerces, que podem contemplar
recursos como integração com entregas, ERPs e controles financeiros.
Experiência de loja, VR e VA
Otimização da experiência do consumidor dentro da loja por meio de ferramentas como totens
para interação, digital signage, música ambiente, marketing olfativo, VR, VA, entre outros.
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Fintechs no Varejo
Opções para meios de pagamentos, m-payments, geração de boletos, subadquirentes, gateways
e ferramentas para auxiliar e apoiar na gestão de transações financeiras.
Indoor Analytics
Ferramentas para monitoramento do comportamento do consumidor dentro da loja, por meio
de mapa de calor, Wi-Fi, micro-localização, captação de fluxo de clientes, entre outros.
Marketing e CRM
Soluções para gestão e identificação de clientes, ferramentas de geolocalização, formatação e
comunicação de conteúdos, CRM, pipeline de captura e vendas, funil de clientes, entre outros.
18
Quer
falar de
inovação
na sua
empresa
?
contato@liga.ventures
19
A
TECNOLOGIA
FOCADA EM
PESQUISAS E
Rodrigo Stoqui
Country Manager
Brasil do Pipedrive
INTELIGÊNCIA DE
PREÇOS
Powered by:
Quem tem o desejo de estar à frente no hora de negociar com seus fornecedores,
varejo tem que ter sempre em mente o quão entender seus próprios clientes e, claro, assim,
importante é estar, antes de tudo, conectado tornarem-se mais competitivas. Nos contextos
com o que acontece ao seu redor. Vivemos atuais, um trabalho de precificação estratégica é
tempos de constante movimento - tudo peça-chave, pois sabemos como é complexo o
acontece muito rápido; o mercado é volátil e monitoramento de preços. Em muitos casos,
nem sempre é possível acompanhar, em tempo esse processo ainda é feito manualmente, algo
real, suas mudanças, cada vez mais frequentes e longe de ser confiável pois está sujeito a diversos
inesperadas. erros.
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melhorar toda a cadeia de valor do varejo, uma Isso resulta em:
vez que os resultados dos nossos estudos
otimizam o dia a dia dos clientes, melhoram seu > Mais lucro: pois o cliente tem alternativas na
poder de negociação com fornecedores e hora de definir preços mais precisos nos pontos
refletem em preços mais justos e acessíveis para de venda;
os consumidores. Tudo de forma rápida e prática.
Tudo digital. > Melhores negociações: quanto mais
informação melhores são as chances dos nossos
Como? clientes varejistas, e do setor da indústria, de
fechar bons acordos com fornecedores.
Contamos com uma central de
inteligência que se mantém sempre atualizada > Antecipação da concorrência: assertividade
por diversas fontes, como dados enviados pelo na hora de criar promoções. Com o
governo, digitalização de tabloides, informações entendimento do mercado, a loja se posiciona
online etc. Uma das principais fontes é um com mais competitividade.
hardware desenvolvido e patenteado por nós,
que serve para coletar dados nos terminais de InfoPrice em números
consulta de preço de varejistas.
> Coletamos mais de 5 milhões de preços/mês;
Ela é capaz de coletar até 1 mil preços > Estamos presentes em todos os estados e
em 20 minutos com retorno de até 100% de em todas as capitais do Brasil;
precisão. Ou seja, não há mais necessidade de > Realizamos cerca de 8 mil visitas por mês;
realizar essa operação manualmente. Isso facilita > Operação recorrente em mais de 400
a vida no campo de trabalho, o que resulta em cidades;
maior qualidade de dados - 100% auditáveis. > Contamos com um time próprio de mais 300
colaboradores espalhados pelo país.
Esse processo é feito em três etapas:
Mais que ajudar nossos clientes a
1. A coleta de preços no varejo; entenderem o comportamento do mercado em
2. Tratamento dos preços e inteligência; que atuam, queremos disseminar a importância
3. A entrega dos preços com informação. de pensar estrategicamente em pricing. E como
esse cuidado pode ser determinante para
Para isso, basta o cliente definir: alavancar os lucros de uma companhia.
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LANDSCAPE
293 STARTUPS
www.insights.liga.ventures
REALIZAÇÃO: APOIO:
Gestão e Treinamento de Times Indoor Analytics IoT, Big Data, Analytics e Inteligência Artificial | 23 empresas Logística, Entregas e Last Mile | 18 empresas
15 empresas 8 empresas
Marketing e CRM | 36 empresas Sistemas e Soluções para Gestão de Loja e Estoques | 42 empresas
DADOS E INTELIGÊNCIA:
O Varejo
Powered by:
pelos olhos
dos analytics
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muda com grande velocidade, principalmente A SEED Digital percebeu essa
com o fortalecimento das grandes redes e necessidade do mercado e participa da
globalização. transformação digital do varejo físico. Além de
auxiliar os varejistas a interpretar os seus dados, a
A coleta de dados no ponto de venda é SEED faz análises críticas do mercado brasileiro e
feita de diversas maneiras, podendo ser por apresenta panoramas do setor, levantando
sensores, pesquisas presenciais, do sistema de informações das principais datas do segmento,
venda, câmeras, entre outras formas, gerando como datas sazonais, promocionais e outras
insights e informações relevantes para a tomada influências macros econômicas.
de decisão.
A SEED identificou que o mercado
As informações geradas pelo brasileiro em 2018 acumula uma queda no fluxo
cruzamento dos dados nos fornecem diversos de visitantes de 1,8% em relação à 2017 até o
indicadores que são acompanhados por momento (Novembro), porém se analisarmos
períodos, identificando quais métricas devem ser somente lojas que ficam dentro de shoppings
melhor exploradas e trabalhar na causa raiz dos centers, esse número se mantém praticamente
problemas, com o objetivo de traçar a melhor estável, com aumento de 0,2% em comparação
ação para evolução do indicador, acompanhando com o ano anterior.
os valores e verificando a eficácia da estratégia
adotada. Um dos grandes destaques desse ano,
foi o Dia dos Pais, única data sazonal que
TAXA DE CONVERSÃO registrou valores superiores em relação a 2017,
com uma variação positiva de 7,4%. Todas as
A taxa de conversão é um indicador outras datas apresentaram queda; Dia das Mães
amplamente utilizado no varejo, que relaciona a -3,1%, Dia dos Namorados -3,2%, Dia das Crianças
quantidade de vendas realizadas com o número -6,8% e Black Friday –4,7%.
de visitantes que a loja recebeu no mesmo
período. Essa métrica é utilizada principalmente
em lojas online, que recebem alto índice de
acessos e pouca efetivação de compra.
-1,8% é a queda acumulada no fluxo
de pessoas no varejo em 2018
O varejo off-line seguia conceitos
defasados, e entendia como seu principal
indicador de sucesso a evolução do faturamento -4,7% foi a queda registrada na Black
e hoje percebeu que a venda não convertida, o Friday 2018, comparada com 2017
desperdício de clientes, pode representar mais
de 50% do faturamento da loja.
+7,4% foi o aumento do fluxo no Dia
dos Pais, único aumento de 2018
Com a entrada no mercado das
plataformas online e de um novo Fonte: SEED Digital
comportamento de consumo, os gestores do
varejo sentiram a necessidade de expandir a
mensuração de seus resultados, inserindo
indicadores de performance em suas análises, A SEED Digital entende a relevância que
fazendo com que a taxa de conversão seja um o Big Data e a mensuração de dados possui nos
dos principais ponteiros dos resultados dos dias de hoje para a boa condução de qualquer
esforços de sua equipe de vendas, comunicação negócio que almeja resultados relevantes e
e operação. embasamento para decisões estratégicas
qualificadas, assim sendo nosso desafio é auxiliar
A taxa de conversão não aponta apenas o varejo físico tradicional a entrar na era dos
quantas vendas foram efetivadas, mas sim a dados, onde atualmente as grandes redes estão
motivação, capacitação e dimensionamento da se moldando para gerar melhores experiências
equipe de vendas, o potencial do ponto ao cliente final e não só produtos. Neste esforço,
comercial onde está localizado, e até traços de é essencial a utilização de dados para entender
comportamento do consumidor perante seu as necessidade, perfil de consumo e tendências
produto. de mercado.
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LISTA DAS STARTUPS POR CATEGORIA
STARTUPS SITE
Cotabest www.cotabest.com.br
Encart.es www.encart.es
localizadores de produtos (16)
Buscadores, comparadores e
FooDivine www.foodivine.com.br
GoFind www.gofind.online
homelist www.homelistapp.com.br
JáCotei.com.br www.jacotei.com.br
Luckro www.luckro.com
Mercasy www.mercasy.com.br
MinniS minnis.com.br
PratoChef www.pratochefapp.com
REDUZA www.reduza.com.br
ReservLy reservly.com.br
Smartprice www.smartpriceapp.com.br
Supermercado Now www.supermercadonow.com
Topa www.apptopa.com.br
Zaply www.zaply.com.br
STARTUPS SITE
Botnicks www.botnicks.com
Gobots www.gobots.com.br
atendimento ao
consumidor (10)
Chatbots para
Harlio www.harlio.com
Nama nama.ai
Omni.Chat www.omni.chat
Pedelogo pedelogo.online
Pluginbot www.pluginbot.ai
Take take.net
Talkall www.talkall.com.br
Ubots www.ubots.com.br
STARTUPS SITE
Construtores de e-commerces
App2Sales www.app2sales.com
Commerce10 www.commerce10.com.br
DotStore site.dotstore.com.br
Elefante Verde elefanteverde.com.br
Fabrica de Aplicativos fabricadeaplicativos.com.br
(12)
InstaBuy www.instabuy.com.br
Minestore www.minestore.com.br
Novaoito novaoito.com.br
Simples www.simplesloja.com
SM PLACES www.smplaces.com.br
Xtech Commerce www.xtechcommerce.com
Yebo yebo.com.br
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STARTUPS SITE
4yousee www.4yousee.com.br
Aqua Multitoque www.aqua.com.br
Away Mídia awaymidia.com
Bananas Music Branding www.bananas.mus.br
Biomist www.biomist.com.br
BlueZup www.bluezup.com.br
Comunica 3D www.comunica3d.com.br
Eloopz www.eloopz.com.br
Experiência de loja, VR e VA (26)
Emercadoapp emercadoapp.com
Gomus gomus.com.br
Goomer goomer.com.br
Imersio imersiovr.com
Instok www.instok.org
isyBuy www.isybuy.com
Loox VR www.looxstudios.com.br
Menyoo menyoo.me
Numenu www.numenu.info
Oferta na Nuvem www.ofertananuvem.com.br
onlayers www.onlayers.com.br
Onyo www.onyo.com
ORB Estúdios www.orbestudios.com
RÁDIO INDOOR radioindoor.com.br
RadioSparx www.radiosparx.com.br
Vibre Design Sonoro www.vibre.com.br
Winwin www.winwin.media
xGB www.xgb.com.br
STARTUPS SITE
Binds binds.co
Análises Inteligentes (12)
HapGrab www.hapgrab.com.br
Leansurvey leansurvey.com.br
Opinionbox www.opinionbox.com
Ouvi www.ouvi.com.br
Quest www.questpesquisas.com
Reviewr www.reviewr.me
SoluCX www.solucx.com.br
Tracksale tracksale.co
Trustvox www.trustvox.com.br
Yourviews www.yourviews.com.br
26
26
STARTUPS SITE
Donuz www.donuz.co
Dotz www.dotz.com.br
FideliMax www.fidelimax.com.br
Fidelizi fidelizii.com.br
Fronter fronter.com.br
GETMORE Brasil www.getmore.com.br
Guiato www.guiato.com.br
IZIO www.izio.com.br
Likin Do www.likin.do
Meliuz meliuz.com.br
Meu Cupom www.meucupom.com
Multifidelidade www.multifidelidade.com.br
O Polen www.opolen.com.br
Oktoplus www.oktoplus.com.br
Pelando www.pelando.com.br
Ponki Marketing Interativo www.ponki.com.br
Poup poup.com.br
Promobit promobit.com.br
Rede Parcerias www.redeparcerias.com
Risü www.risu.com.br
RunApp gonow.run
SumOne www.sumone.com.br
Win Money www.winmoney.com.br
Zmiles www.zmiles.com.br
27
STARTUPS SITE
AceitaFácil aceitafacil.com
Allidio allidio.com
ASAAS www.asaas.com
Atar wearatar.com
AZPay www.azpay.com.br
BelaPagamentos www.belaviagem.com
Bepay www.bepay.com
Boleto Simples boletosimples.com.br
Chkout www.chkout.me
Clearsale br.clear.sale
CloudWalk www.cloudwalk.io
Cobre Fácil www.cobrefacil.online
Code Money www.codemoney.com.br
CoinWISE www.coinwise.io
EWALLY ewally.com.br
FitPay www.fitpay.com.br
Fintechs no Varejo (40)
Granuo www.granuo.com.br
Incentivendas www.incentivendas.com.br
ISF Crédito Orientado www.isfcredito.com.br
Iugu iugu.com
Kamoney www.kamoney.com.br
Liuv www.liuv.it
Mais Facil cartaomaisfacil.com.br
Moneto www.moneto.com.br
MundiPagg www.mundipagg.com.br
Pagar.Me pagar.me
Paggcerto www.paggcerto.com.br
pagpop www.pagpop.com.br
PagueVeloz www.pagueveloz.com.br
Parcele.me www.parcele.me
Pismo pismo.io
Recb www.recb.com.br
Saffe www.saffe.co
Super.cash super.cash
TÁ PAGO www.tapago.com.br
Todo Cartões www.todocartoes.com.br
Trocados www.trocados.com.br
TrocoSimples trocosimples.com.br
UseCash www.usecash.com.br
Vindi www.vindi.com.br
28
STARTUPS SITE
BringUp www.bringupapp.com.br
Elofy www.elofy.com.br
Gestão e Treinamento de Times (15)
Eruga www.eruga.com.br
Feedz www.feedz.com.br
Hondana hondana.com.br
JÁ ENTENDI jaentendi.com.br
Kludo kludo.com.br
Mercos mercos.com
Niduu niduu.com
Play2sell www.p2s.me
Rocket.Chat rocket.chat
Solides www.solides.com.br
Goodticket www.goodticket.com.br
Vaipe www.vaipe.com.br
STARTUPS SITE
FxData www.fxdata.com.br
Proxmobi proxmobi.com
Semsenha.com www.semsenha.com
UpPoints uppoints.com
WSpot www.wspot.com.br
29
STARTUPS SITE
Aquarela aquare.la
Deepen www.deepen.com.br
IoT, Big Data, Analytics e Inteligência Artificial (23)
STARTUPS SITE
B2Log www.b2log.com
Box Delivery boxdelivery.com.br
CollectSpot collectspot.com
Logística, Entregas e Last Mile (18)
dLieve www.dlieve.com
Eu Entrego www.euentrego.com
Frete Rápido freterapido.com
Intelipost www.intelipost.com.br
James www.jamesdelivery.com.br
Loggi www.loggi.com
Mandaê www.mandae.com.br
Melhor Envio www.melhorenvio.com.br
Pedala www.pedala.eco.br
PegaKi www.pegaki.com.br
Pegueleve www.pegueleve.com
Polifrete www.polifrete.com
Rapiddo www.rapiddo.com.br
Send4 www.send4.com.br
Uello www.uello.com.br
30
STARTUPS SITE
Admatic www.admatic.com.br
Amplifiqueme www.amplifique.me
BuzzLead buzzlead.com.br
DisputeClick www.disputeclick.com.br
Dito www.dito.com.br
Enviou www.enviou.com.br
Flowsense www.flowsense.com.br
Followize www.followize.com.br
Guru www.dataguru.com.br
Hubify hubify.com.br
Huggy www.huggy.io
In Loco Media www.inlocomedia.com
Inngage inngage.com.br
Inovatize inovatize.com.br
Marketing e CRM (36)
Kiskadi www.kiskadi.com
Mobcli www.mobcli.com
Omnize www.omnize.com.br
Percycle www.percycle.com
Pipz pipz.com
Pitia www.pitia.com.br
Postmetria www.postmetria.com.br
PRO Lead prolead.co
Propzmedia www.propz.com.br
SaleSpots www.salespots.co
Samplify www.samplify.com.br
Sixdoo www.sixdoo.com
Smartpromoter www.smartpromoter.trade
Social Miner socialminer.com
Squid squidit.com.br
Standout www.standout.com.br
TadTarget www.tadtarget.com
Templateria templateria.com
Trakto www.trakto.io
We Do Logos www.wedologos.com.br
Winnin winnin.com/pt
Wololo www.talkative.media
31
STARTUPS SITE
5mart www.5mart.com.br
Arquivei www.arquivei.com.br
Bling www.bling.com.br
ByPrice www.byprice.com.br
Cake ERP www.cakeerp.com
Clickspace www.clickspace.com.br
Cloudfy www.padariananuvem.com
Confere Cartões www.conferecartoes.com.br
ContaAzul contaazul.com
DriveTrue Delivery www.drivetrue.com.br
Sistemas e soluções para Gestão de loja e Estoques (42)
32
DEMOGRAPHICS
Entre as 13 categorias das 293
startups mapeadas dentro do contexto
de startups que oferecem soluções para
o Varejo, as categorias de Sistemas de
Gestão de Loja e Estoques (14,4%),
Fintechs no Varejo (13,7%) e Marketing e
CRM (12,4%) são as com maior número
de startups, seguidas pelas soluções de
Fidelização, Recomendação e Cashback
(12%), Experiência de Loja (8,9%) e IoT,
BI, Analytics e AI (7,9%). As categorias
com o menor número de startups são
as de soluções de Construção de
e-commerces (4,1%), Feedbacks e
Reviews (4,1%), Chatbots para
atendimento (3,4%) e Indoor Analytics
(2,7%).
São Paulo é a cidade com o maior número
de startups no mapeamento, com 39,8%, seguido
por Rio de Janeiro, com 6,2%, e Curitiba, com 4,8%.
Seguindo a lista dos maiores berços de startups do
Varejo, temos Florianópolis, Belo Horizonte e Porto
Alegre. As cidades de Blumenau, Campinas,
Sorocaba e Uberlândia ficam com 1,4% cada. No
total, 68 cidades brasileiras diferentes apareceram
no mapeamento como sedes de startups
relacionadas ao mundo do varejo. No ranking de
estados, temos como destaques SP com 50,5%,
seguido pelo SC com 10,4% e MG com 7,6%.
33
ENTRE_
VISTA
Qual a importância das lojas físicas para a Chilli
Beans diante deste cenário digital do Varejo?
Tanto para a Chilli Beans quanto para todas as
empresas do Varejo mundial, as lojas físicas são
essenciais. Elas não deixarão de existir. É preciso
ter uma presença física porque é assim que a
marca fica no radar das pessoas. Entretanto, as Caito Maia, Fundador da Chilli Beans
varejistas físicas precisam se modernizar e,
pensando nisso, sempre exercitamos
internamente a busca por inovações
interessantes que melhorem ainda mais a
experiência dos nossos consumidores dentro das desejos despertados nos meios digitais. A partir
lojas. A partir do ano que vem iniciaremos uma de possíveis parcerias, temos condições de
estratégia de cross channel, em que o cliente implementarmos uma solução e potencializá-la,
poderá efetivar sua compra pelo e-commerce e gerando um benefício mútuo. O relacionamento
retirar o produto na loja de um franqueado, ou com startups é absolutamente importante e
então comprar na loja franqueada um produto deve acontecer ainda mais.
indisponível no estoque físico dela, mas
disponível no e-commerce, além de enfatizarmos Quais são os desafios que vocês enfrentam
ações de Marketing que fomentem o consumo como uma varejista física?
integrado. Manter uma rede viva e oxigenada, além de ter
uma marca constantemente nova. Fizemos uma
De que forma os meios digitais podem pesquisa sobre como o Brasil nos vê e, com os
fortalecer as lojas físicas? resultados que obtivemos, estamos renovando a
Os meios digital e físico são complementares. As nossa marca. Temos um desafio de, a partir de
redes sociais, por exemplo, servem para atrair os novos conceitos, trazer uma nova marca para o
consumidores, despertar um desejo deles e gerar mercado. Já fizemos muita coisa pela marca que
tráfego para a loja. Nós trabalhamos muito com está surgindo efeito. Inovamos na comunicação
estratégias de mídia online convertendo para o no visual merchandising, melhoramos a
off-line, como o uso de influenciadores, redes e distribuição, atuamos no desenvolvimento de
plataformas sociais, mídias programáticas e produto, mas sabemos que este é só o começo.
outros formatos.
Que grandes oportunidades vocês enxergam,
Como é o relacionamento da Chilli Beans com no futuro próximo, para que a Chilli Beans se
tecnologias e startups? aproxime ainda mais dos clientes nas lojas
Estamos sempre atentos às inovações físicas?
tecnológicas e planejamos estar ainda mais Temos uma relação especial com os nossos
próximos desse ecossistema. Acreditamos que clientes e é por isso que somos líderes no
temos a obrigação de entendermos o que mercado. Vemos uma oportunidade muito
acontece no mercado para termos força para grande na comunicação entre os vendedores e
competir nele. As startups são parte essencial os clientes. Já temos um trabalho bem legal de
nesta revolução mercadológica. Elas podem nos CRM e procuraremos continuar falando com os
ajudar materializando para o mundo offline os consumidores de forma que eles se sintam
aaa únicos e representados.
34
Aprofundamento
Atraindo o
consumidor
Para que se possa dar o primeiro passo da jornada do
cliente no varejo físico é preciso, claramente, fazer com que ele
vá até a loja. Por mais que muitos dos consumidores ainda
façam isso por conveniência, contar com um possível “acaso”
não é mais suficiente, tampouco interessante, visto as
oportunidades e possibilidades tecnológicas que existem no
segmento. De acordo com o estudo The Generational
Perspective, realizado pela empresa americana Alliance Data e
que contou com mais de 2.400 entrevistados, 75% dos
consumidores ainda querem ver os produtos dentro da loja.
Essa, portanto, ainda é a grande vantagem das lojas físicas em
relação às virtuais.
75%
No entanto, apesar da expressividade do número, a
dos consumidores
tendência é que os consumidores optem cada vez mais por
Querem ver o produto
realizar suas compras por meios digitais. Ainda segundo o
estudo, em 2016, 80% dos consumidores entrevistados
dentro da loja
compraram roupas e acessórios em lojas físicas, índice inferior
aos 88% registrados em anos anteriores; por outro lado, os
índices de compra registrados por smartphones, tablets e apps
só aumentaram, mesmo que de forma tímida. Assim, apesar de
uma ideia geral de que as lojas físicas não vão acabar – um
exemplo disso foi a abertura de lojas físicas da Amazon, nos EUA,
nos últimos dois anos –, é preciso que o varejo mude e se
digitalize. Para isso, é necessário que os canais digitais e físicos
sejam complementares entre si.
35
visita às nossas lojas físicas”, afirma Illan Israel, Head de Inovação do GPA.
Um outro exemplo de empresa que mescla a comunicação entre canais é a Polishop, que
faz uso de ferramentas digitais para a atração de consumidores para as lojas e também para
mapeá-los a partir do momento em que eles estão no espaço físico. “Nós utilizamos muito das
mídias sociais para nos conectarmos com as pessoas e trazê-las para a loja, por meio de ações
promocionais e ferramentas por geolocalização para fazê-los entrar nos PDVs físicos. Possuímos
beacons nas lojas para medir as visitas e entender o fluxo e conversão. Conseguimos aplicar, no
espaço físico, métricas do digital, para entender o impulsionamento de nossas ações e comparar o
comportamento do consumidor em diferentes canais”, conta Rogério Nogueira, Diretor de
Comunicação e Marketing na Polishop.
As três tendências mapeadas e analisadas nesse estudo para o primeiro passo da jornada
do cliente – a atração –, estão todas, de alguma forma, ligadas ao mapeamento da localização de
consumidores, unido a uma análise de dados, como forma de entender melhor o consumidor e
entregar uma maior assertividade de ações, de forma que elas sejam as mais atraentes possíveis.
36
Atraindo o consumidor
Geolocalização
Tecnologias baseadas em localização são tendências no varejo, seja por meio de beacons,
GPS, Wi-Fi ou NFC (Near Field Communication, ou comunicação por proximidade), visto que
podem melhorar a experiência dos consumidores, aumentar receita e eficiência operacional e,
também, atrair novos consumidores. Segundo informações da Accenture, é estimado que 75% das
pessoas que possuem um smartphone utilizam seus dispositivos para conseguir informações em
tempo-real sobre sua localização e mais de 50% para realizar check-ins. Ou seja, uma grande
quantidade de pessoas mantém os serviços de localização habilitados em seus celulares; espera-se,
para 2019, que existam mais de 2,5 bilhões de usuários de smartphones no mundo inteiro.
A In Loco é uma startup brasileira fundada em Recife, hoje com escritórios também em São
Paulo, Rio de Janeiro e São Francisco. A empresa nasceu a partir da percepção de que havia poucas
soluções de tecnologia usando de dados e localização para o varejo físico, ainda bastante
representativo, apesar da ascensão dos e-commerces. “Criamos a solução para trazer métricas e
dados do mundo físico para aumentar e influenciar o fluxo nas lojas. Isso por meio da utilização de
dados de localização, de modo a interpretar o comportamento do consumidor fora do digital. Os
lugares que o público frequenta são informações tão valiosas para o varejo físico quanto os dados
que o e-commerce tem sobre o que o consumidor faz online”, conta André Ferraz, CEO da
empresa.
Por meio da tecnologia de localização, a solução possibilita que as empresas sejam mais
eficientes e assertivas em suas campanhas mobile, com base no comportamento do consumidor
no mundo físico. Campanhas estas que tornam possível um impacto maior em um consumidor no
momento em que ele estiver mais propenso a visitar uma loja. “Utilizamos dados anônimos,
coletados junto a aplicativos parceiros, que capturam informações de forma autorizada pelos
usuários desses aplicativos. Combinamos esses dados à tecnologia da In Loco e a sensores
existentes no celular, como o acelerômetro, giroscópio e magnetômetro, os principais sensores
aaaaa
37
responsáveis por localizar um smartphone em um espaço físico, com precisão indoor. Assim,
torna-se possível impactar o consumidor de forma precisa, com a mensagem certa, no momento
certo, mas sem chegar, jamais, à identidade ou dados pessoais deste consumidor”, conta Ferraz.
Segundo ele, existe uma necessária privacidade e segurança em relação aos dados coletados e
utilizados do usuário; a tecnologia não permite que se chegue à identidade pessoal do usuário do
device ou a coleta de dados pessoais como nome, CPF, RG ou e-mail. As informações permanecem
anônimas e agrupadas em clusters segmentados em padrões de comportamento, de forma a
facilitar o envio das mensagens que sejam mais relevantes para o contexto. A In Loco já realizou
campanhas para grandes empresas no Brasil, entre elas O Boticário, Coca-Cola, Nespresso e
Supermercados Guanabara.
Outra empresa que utilizou dos serviços da In Loco foi a Telhanorte, rede varejista de
materiais de construção e reforma. De acordo com Pablo Oliveira, Gerente de Marketing na
Telhanorte, as lojas físicas nunca perderão sua importância no varejo e a utilização da solução
trouxe muitos ganhos de fluxo e atração para a rede. “O mundo físico ainda tem grande
importância para nós, por isso, ainda pensamos em maneiras de atrair os consumidores até aqui. A
ferramenta da In Loco, totalmente data-driven, confere a nós uma maior assertividade em relação
a timing e jornada”, diz Oliveira.
Fora do Brasil, a Vectaury é uma startup francesa que oferece serviços especializados para o
varejo e profissionais de publicidade e propaganda. Fundada em 2014, a empresa já captou mais de
€ 21 milhões, segundo informações do Crunchbase. A solução, descrita como uma “ferramenta
data-driven que possibilita que marcas do segmento interajam com os consumidores durante
toda a jornada e, assim, consigam gerar mais tráfego para as lojas físicas. O core business da
empresa, é a publicidade mobile direcionada, buscando otimizar a performance de atração dos
varejistas e gerando informações sobre o comportamento offline dos consumidores. Além disso, a
Vectaury disponibiliza um software de marketing para tomada de decisões, baseado na grande
quantidade de dados obtidos por geolocalização, de forma a fornecer insights para a execução de
ações assertivas em relação aos clientes.
Em um estudo realizado em 2014 pelo Google, em conjunto com a Ipsos MediaCT e Sterling
Brands, descobriu-se que 3 em cada 4 consumidores que encontram informações relevantes em
resultados de pesquisa online se tornam mais propensos a se dirigir a uma loja física. Além disso,
dos 6.000 usuários de smartphones entrevistados, 74% afirmaram que informações sobre o
estoque de um item em lojas próximas são muito ou extremamente úteis; 66% consideram muito
ou extremamente úteis informações sobre a localização da loja mais próxima que possui o item em
estoque; e 59% se interessariam por um mapa que informasse quais lojas possuem um item
específico em estoque.
38
A GoFind é uma startup brasileira de localização de produtos, procurando melhorar a
cadeia de suprimentos no comércio e entregar mais praticidade e conveniência aos consumidores.
Isso porque aqueles que vão até uma loja e não encontram o produto que desejam
consequentemente se sentem frustrados. “Atualmente, as respostas que as empresas,
principalmente da indústria, dão são muito vagas, a comunicação não é bem feita. Isso gera uma
experiência muito ruim. O lançamento de um novo produto, por exemplo, gera uma desejo de
compra no consumidor, mas ele não sabe onde encontrá-lo. É isso que a gente busca resolver,
mostrando, baseado na localização do consumidor, quais são as dez lojas mais próximas que
possuem chances altas de terem aquele produto em estoque”, afirma Fernando Farias, Cofundador
e CEO da GoFind. Segundo ele, é inclusive nos lançamentos em que a startup pode gerar muitos
benefícios para as empresas, visto que se trata de um momento em que os produtos ainda não
estão bem distribuídos e os consumidores procuram avidamente por eles. A saída de produtos das
gôndolas também é um momento interessante nesse quesito, visto que às vezes cria uma base fiel
de consumidores e passa a faltar nas lojas. Por um lado, os clientes buscam saber em que locais
podem achar; por outro, o varejo quer que os produtos acabem para que possam ser substituídos.
Hoje em dia, a startup possui muitos clientes na indústria, mas a solução, de acordo com
Farias, também é muito interessante para o varejo, visto que os dois segmentos estão diretamente
interligados. Segundo ele, há um grande valor gerado para os varejos de vizinhança, pequenos e
médios negócios, já que estes normalmente não estão no mapa ou no conhecimento da indústria,
que normalmente prioriza as grandes redes. No entanto, as regras também valem para os varejos
de maior porte, já que estes estão sob as mesmas condições dos desejos dos consumidores.
“Estamos realizando pilotos com os grandes varejos, porque eles também percebem que mostrar a
disponibilidade dos produtos que eles têm em estoque é um motivador para as pessoas irem até a
loja. O simples fato de expor a informação de disponibilidade de forma prática e acessível, seja pelo
celular ou computador, já gera um engajamento com o cliente. Esse tipo de informações evita o
overstock e o out-of-stock, responsáveis por grande perda de receita no mundo inteiro para as
empresas, simplesmente porque algumas vendem mais e outras menos”, finaliza.
A In Loco Media foi fundada em Recife (PE), que oferece uma plataforma
com soluções baseadas em localização e tecnologia indoor. Em duas
rodadas de investimento, captou US$ 5.8 milhões e possui cases com
empresas como O Boticário, Coca-Cola e Pizza Hut.
39
Atraindo o consumidor
Chatbots
Já não é incomum entrar em uma página qualquer da internet e se deparar com um chat
no canto da tela, que se abre automaticamente, mesmo que de forma indesejada. Não é por
menos. De acordo com relatório do Business Insider - que contou com a opinião de mais de 800
tomadores de decisão da França, Holanda, África do Sul e Reino Unido -, 80% dos entrevistados
afirmaram que, até 2020, já estariam utilizando ou planejavam utilizar chatbots em seus negócios.
E, segundo a Gartner, em 2020, 25% das operações voltadas ao serviço ao consumidor serão feitas
por chatbots, crescimento expressivo em relação aos 2% em 2017.
É por conta dos intensos avanços da inteligência artificial e machine learning que os
chatbots surgem como uma das principais tendências no mundo digital. Conforme Van Baker,
vice-presidente de pesquisas na Gartner, chatbots economizam tempo e são de fácil interação, já
que se utilizam de processos de linguagem natural, reduzem taxas de erros associados a humanos
e aumentam o engajamento com o consumidor. Isso porque os assistentes virtuais podem estar
disponíveis aos consumidores 24 horas por dia, nos 7 dias da semana. Pensando no varejo físico,
podem fornecer informações relevantes, que façam com que os consumidores encontrem motivos
para se direcionarem a pontos de venda físicos. Para se ter um exemplo disso, nos feriados de fim
de ano de 2017, o Mall of America, maior shopping center dos EUA, utilizou-se do Pepper, um
assistente virtual que auxiliava os consumidores presentes no shopping com informações e
recomendações de compra. Foi um caso real, em que a ferramenta cumpriu funções como:
fornecer direções a lojas, restaurantes, serviços e atrações, baseado na localização do consumidor,
responder perguntas sobre compras, recomendação de presentes e eventos que aconteciam no
local, além das principais marcas e produtos à venda nas lojas.
Uma das principais e mais interessantes integrações de um chatbot são com as páginas de
marcas em redes sociais, utilizadas principalmente para o relacionamento destas com usuários e
consumidores. Em um cenário de ascensão do número de vendas virtuais, tais ferramentas
também se apresentam como nova força para conversão de vendas, devido à facilidade de, com
apenas um clique, direcionar os consumidores para o e-commerce da marca em questão. De
acordo com estudo da Mind Miners realizado em 2017, por todo o território brasileiro e que contou
com 1000 entrevistados, 38% deles afirmaram já ter comprado um produto por meio de um link em
rede social. Além disso, conforme informações de estudo da PwC publicadas no Estadão, 77% dos
entrevistados (de uma base de aproximadamente 1000) afirmaram que o relacionamento que
tiveram com o varejo por redes sociais impactou na decisão de compra. O índice é superior ao da
média global, em que 62% dos consumidores veem influência das mídias no momento de
aaaaaaaa
40
definição de compra. Ou seja, com o aumento da importância das redes sociais na jornada de
consumo das pessoas, aproveitar-se disso é uma oportunidade para as varejistas, por meio da
integração de assistentes virtuais ao perfil nas redes sociais da empresa.
Uma iniciativa brasileira em chatbots é a Nama, startup que une inteligência humana,
artificial e machine learning, buscando oferecer aos usuários uma melhor jornada, seja como
consumidor ou como cidadão – a empresa já realizou trabalhos com o Poupatempo, por exemplo.
Segundo Rodrigo Scotti, Fundador e CEO da Nama, os chatbots podem estar presentes em todas
as etapas pelas quais um consumidor passa, inclusive na atração das pessoas para lojas físicas.
“Estamos falando de entregar uma mensagem personalizada, no canal certo, no momento certo.
Conversas criam relações pessoais. Pensando-se em trazer mais clientes para as lojas físicas, em
questão de interação, os chatbots conseguem fazer o que um humano faria, mas de forma
automatizada”, afirma.
INTELIGÊNCIA VIRTUAL
ARTIFICIAL ASSISTANTS
MACHINE LEARNING
MENSAGERIA SOCIAL
Para o Burger King, por exemplo, é muito interessante continuar trazendo clientes para os
restaurantes, visto que é nos pontos de venda físicos que o público tem um maior contato com a
marca, produtos e serviços oferecidos. Por ser uma marca de fast-food, que tem como prioridade
atender às necessidades e desejos de seus consumidores, gerando a melhor experiência a eles,
estão sempre atentos para que todas as lojas mantenham o mesmo padrão de qualidade e
excelência no atendimento. De acordo com Ariel Grunkraut, Diretor de Marketing e Vendas no
Burger King Brasil, atualmente a empresa utiliza frequentemente das mídias digitais, por exemplo,
para atrair consumidores para as lojas, já que representam um canal muito importante para
construir e manter um relacionamento próximo com seus públicos. Além disso, segundo ele, outras
funcionalidades melhoram a experiência dos consumidores e funcionam como atrativo, como o BK
Express, que permite o consumidor fazer o pedido antecipado no celular dentro do app da marca e
retirar os produtos direto no balcão, evitando filas, e os totens de autoatendimento. No atual
momento, em conjunto com a Nama, estão desenvolvendo assistentes virtuais buscando um maior
engajamento e atração de consumidores. “Chatbots e voicebots são meios de comunicação
inovadores que ajudam a solucionar dúvidas dos consumidores de forma simples e prática.
Enxergamos que qualquer meio ou formato inovador com o objetivo de auxiliar no atendimento ao
41
consumidor é importante para nós. As soluções da Nama vão atender a uma demanda simples,
mas massiva, quanto à atração de clientes e a experiência que eles têm com a marca”, conta.
A Harlio é uma startup fundada no final de 2015, com foco nos pequenos e médios
negócios, de forma que possibilitem que comerciantes pouco familiarizados com tecnologia
consigam entender a ferramenta e a plataforma, por um custo acessível. Para a realização da
integração, é necessário apenas que o cliente esteja presente em plataformas de comunicação
com o seu consumidor, como Facebook Messenger, Telegram, Instagram e Slack. Em consonância
às palavras de Scotti, Ricardo Grobel, Cofundador da Harlio, acredita que os chatbots podem
possuir diferentes funções quando se trata de relacionamento com o consumidor, inclusive quando
o objetivo é atraí-lo para lojas físicas. “As demandas, necessidades e objetivos são definidos por
quem contrata os nossos serviços e a partir disso programamos o bot. A ideia é conseguir entregar
informações que normalmente o consumidor normalmente não tem no meio digital de forma
prática. Parte do mercado foca em soluções genéricas e nós estamos entregando ferramentas mais
específicas. Assim, torna-se possível informar o consumidor sobre produtos em lojas físicas,
estoque. Assistentes virtuais também são um canal de coletar dados sobre o cliente e conhecê-lo
melhor, o que possibilita o envio de notificações, promoções para que ele venha até a loja”, conta
Grobel.
Outra iniciativa é a Snaps, startup americana fundada em 2010 e que já captou mais de US$
14 milhões de dólares em investimento, de acordo com a Crunch Base. A empresa se define como
uma “ferramenta que auxilia marcas e encontrarem novos consumidores e aumentarem o lifetime
value por meio de chatbots, técnicas de voz e mensageria social, tudo em apenas uma plataforma
inteligente. Um dos principais cases da Snaps com o varejo é em parceria com a Simon, rede de
shoppings e outlets. Com as soluções da startup, a Simon lançou um bot para o Facebook
Messenger da empresa, proporcionando uma experiência completamente digital de assistência.
Assim, consumidores presentes em quaisquer um dos 220 estabelecimentos controlados pela rede
possuem, enquanto realizam compras, uma nova opção para acesso a informações de lojas a
restaurantes, horário de atendimento, eventos especiais, promoções diárias, entre outras.
42
Atraindo o consumidor
Wi-fi e hotspots
Por mais que pareça uma tecnologia simples, possuir uma rede Wi-fi em lojas físicas é uma
boa opção pensando em clientes nas lojas – além de mantê-los por mais tempo no ambiente. De
acordo com informações publicadas em post da Shopify, 62% das lojas reportaram que seus
clientes permaneceram por mais tempo na loja depois da instalação de redes grátis de Wi-Fi. Por
meio de uma combinação com um sistema de analytics, por exemplo, tornar-se-ia possível
conhecer melhor o consumidor que entra na loja ou que, pelo menos, passa por ela e se conecta à
rede. Segundo a pesquisa Impact of Store Networks on Customer Experience, realizado pelo IHL
Group, com mais de 100 empresas do varejo, 56% dos entrevistados passaram a contar e analisar o
tráfego de pessoas pela loja; 39% se utilizaram da ferramenta para mensurar a lealdade e
frequência de clientes que voltaram à loja depois de uma primeira conexão. Independentemente
da função atribuída à ferramenta de Wi-Fi combinada a uma análise de dados, percebe-se a
importância desta para conhecer melhor os consumidores.
Utilizar-se marketing baseado em Wifi é um dos primeiros passos utilizados por varejistas
para a digitalização de espaços físicos e dar início, mesmo que de forma tímida, à entrega de uma
experiência omnichannel para os consumidores. E a presença da ferramenta já é um desejo:
segundo o estudo Retail in 4 dimensions, realizado em 2017 com mais de 15 mil consumidores e em
4 regiões-chave, uma das quais inclui o Brasil, 57% dos entrevistados demandam uma rede de
Wi-Fi dentro da loja. Ainda, conforme informações de estudo publicadas pela Cisco, 96% dos
consumidores preferem lojas que oferecem Wi-Fi grátis e 78% se conectariam à rede se ela fosse
oferecida no espaço. A navegação permitiria, por exemplo, a busca por mais informações sobre
produtos e por cupons de desconto para serem utilizados na loja física.
Uma iniciativa que surgiu a partir dessa tendência é a N-Share, com a proposta de
digitalização de espaços físicos por meio de Wi-Fi. “A possibilidade de conexão em rede para
espaços físicos feita a partir de Wi-Fi no Brasil é quase que natural, por conta do plano de dados
que as pessoas possuem. Mas a conexão por si só não necessariamente vai atrair clientes para a
loja. A nossa solução permite uma comunicação em tempo-real com o cliente que se conecta, pode
oferecer algum benefício para quem entrar na loja, seja para conseguir algum tipo de desconto ou
participação em um evento. O interessante é a possibilidade de interação com esse usuário”,
explica Rafael Mesquita, Diretor de Marketing e Tecnologia na N-Share.
43
possibilidade de ROI real da ferramenta. Oferecemos a conexão e, em troca, captamos os dados do
cliente e posso me comunicar com ele. Podemos realizar campanhas por sms e e-mail, ou integrar
a nossa solução ao aplicativo da loja também”, diz Mesquita. Além disso, o software gera relatórios
sobre o perfil dos clientes, com dados sobre gênero, idade, tempo médio de permanência,
recorrência, número de usuários, crescimento mês a mês e outras informações. Atualmente, a
N-Share atende desde pequenas até grandes empresas, entre elas a iPlace e Tramontina.
Entre as PMEs, por exemplo, a N-Share atende a 3 lojas da Clip, que fazem parte de uma
rede que conta com mais de 45 lojas associadas no Rio Grande do Sul. De acordo com Felipe
Nogueira, sócio dessas 3 lojas, a existência de soluções como as da N-Share é fundamental também
para as pequenas empresas, que nem sempre têm condição e acesso às inovações e tecnologias
que surgem no mercado, mas que precisam igualmente se adaptar. “A interface é intuitiva e o
software, muito fácil de usar. Os pequenos negócios nem sempre têm capacidade de fazer isso, por
conta da mão-de-obra. E a solução é muito interessante estrategicamente falando. Conseguimos
enviar promoções personalizadas e no momento certo para potenciais clientes quando eles se
conectam. É um gatilho muito mais eficaz do que uma publicidade tradicional, por exemplo”, conta
Nogueira.
Conforme matéria publicada em outubro de 2016 pelo G1, 96,3% das 1,6 milhões dos
comércios no estado de São Paulo são PMEs (Pequenas e Médias Empresas) e responsáveis por
27% da receita do segmento. Pensando exclusivamente no varejo, aproximadamente 97% são de
micro ou pequeno porte e responsáveis por 34,5% da receita do varejo nacional. Os dados
publicados foram obtidos de pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Assim, devido à expressividade dessas empresas,
torna-se imprescindível a existência de soluções que atendam também esse segmento do varejo.
A Roxos por Açaí, loja de alimentos naturais de Joinville, conseguiu, com a Becon, um
aumento de 20% no fluxo de pessoas no ponto de venda, além de ter, à sua disposição, uma
ferramenta prática e que está de acordo com as condições financeiras da empresa. “Possuo um
aaaa
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comércio muito sazonal, de temporada, com um atendimento muito expressivo no verão. Com a
ferramenta de envio automático de mensagens, consigo trazer clientes de volta para a loja. E
também se tornou possível trazer novos clientes, que estão próximos e se conectam à rede.
Conseguimos preparar uma formatação de chamada para esses consumidores, que passam a
receber benefícios pela frequência”, conta Ramon Franco, gerente do estabelecimento.
Com US$ 15,9 milhões levantados em investimentos, a Purple é uma startup fundada em
2012, no Reino Unido. A empresa fornece soluções que incluem Wi-Fi grátis, um sistema de análise
dos dados captados, ações de comunicação de marketing diretamente com o consumidor e a
possibilidade de integração com outros sistemas que tornem o serviço mais eficiente. Em uma
parceria realizada com o Waterford Plaza, shopping localizado em Perth, na Austrália, a Purple
tinha o desafio de melhorar a experiência dos clientes e influenciar positivamente no tempo que os
visitantes passavam no espaço comercial. Por meio de identificação de padrões no tráfego e análise
de informações demográficas, as informações captadas pela startup auxiliaram no envio de
campanhas personalizadas e em uma comunicação mais eficiente com o consumidor. Como
resultado, em 4 meses, o número de perfis coletados aumentou em 450%, enquanto que o
aumento do número de usuários únicos foi de 441%, mostrando o potencial desse tipo de
ferramenta.
A i2e1, fundada em Nova Déli, em 2015, oferece uma ferramenta que une
Wi-Fi, big data, IA e análise de localização, permitindo a atração de
consumidores próximos à loja. Já captou US$ 3.5 milhões e está presente
em 3 países e 55 cidades, com mais de 10 mil usuários em sua base.
45
Existe uma série de questões pelas quais ainda é interessante trazer
clientes para as nossas lojas físicas. O ticket médio e a propensão para
compras são maiores e nós conseguimos entregar uma experiência
interessante para eles em comparação à loja virtual. Conseguimos tornar
tangível a nossa promessa como marca. O próprio e-commerce tem sido
utilizado para trazermos mais clientes para o PDV físico, são canais bem
complementares.
46
ENTRE_
VISTA
Quais são os desafios e oportunidades das
Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs)
em relação ao mundo digital?
As tecnologias digitais mudaram a cultura, o
mercado e o comportamento dos clientes. As
pessoas estão mais conectadas, informadas,
exigentes e viciadas em conveniência e Heloisa Menezes, Diretora Técnica do Sebrae
velocidade. As empresas precisam se adaptar a
essas mudanças para permanecerem relevantes.
O grande desafio é acompanhar os avanços
tecnológicos. As oportunidades são muitas. Tudo Qual a sua percepção sobre startups que
o que é repetitivo e padronizável pode ser focam em pequenas empresas?
digitalizado. Não apenas produtos e serviços para É preciso considerar que 98,5% das empresas
o cliente final, mas também os procedimentos que estão no mercado são micro e pequenas
internos que fazem a empresa funcionar. A ideia empresas. São cerca de 15 milhões de pequenos
deve ser reduzir custos, simplificar processos e negócios formais no Brasil. Um produto ou
automatizar operações. serviço de preço acessível, de fácil uso e que
resolva um problema pode ter alta escalabilidade
Em um mercado que cada vez mais fala de e chegar rapidamente a milhões de usuários. As
omnicanalidade, como as MPMEs podem se startups precisam olhar mais para o Brasil, para
posicionar? as condições reais do mercado brasileiro, para as
Os clientes desejam ser atendidos nos canais que dores do nosso empreendedor, buscando
lhes forem mais convenientes. Eles não têm identificar problemas que um plano de negócio
fidelidade a nenhum canal. Isso significa que, na bem estruturado poderá resolver.
medida do possível, a empresa precisa dispor de
várias formas de atendimento, seja presencial, Qual o papel do Sebrae nesse contexto de
seja remoto. É preciso que esses canais se digitalização, tanto no relacionamento com as
comuniquem entre si e alimentem uma mesma MPMEs quanto com as startups?
base de informações, de modo que todas as O Sebrae é uma organização de mais de 45 anos.
interações sejam rastreáveis e gerem um Também estamos experimentando a
histórico, para que a empresa aprenda sobre os transformação digital. Não é fácil, simples e
clientes e melhore suas experiências. rápido, mas estamos decididos a caminhar nessa
direção. Desejamos ser um lugar de interação, de
Como as tecnologias podem auxiliar as MPMEs encontro e de troca entre os pequenos
em seus processos e planejamentos? empresários, que já nos conhecem e têm
Existem muitas metodologias, softwares, confiança nos nossos serviços, e todos os
aplicativos e soluções digitais para simplificar desenvolvedores de soluções para os problemas
rotinas gerenciais. Na medida do possível, é dos pequenos negócios. Estamos presentes na
importante que o empresário busque conhecer maioria dos espaços de inovação e aceleração de
as chamadas metodologias ágeis, que nasceram novos negócios, no ecossistema das startups.
no desenvolvimento de softwares, mas Queremos ser a maior comunidade de
expandiram suas aplicações para os mais interessados em pequenos negócios do Brasil e
diferentes tipos de atividade. Elas podem ajudar a queremos que as startups sejam nossas parceiras
tornar o planejamento mais rápido, mais simples, para promover a competitividade das micro e
mais focado no cliente, na experimentação e na pequenas empresas.
inovação.
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Aprofundamento
Experiência dentro
da loja
Uma vez que o cliente foi atraído para o interior de uma
loja física, oferecer a ele uma experiência interessante e
satisfatória talvez seja a parte mais importante da jornada. É a
partir das impressões que um consumidor possui em relação a
uma marca que faz com que ele de fato construa um interesse,
efetive a compra e se torne fiel a ela. Assim, concentrar esforços
na experiência do cliente no varejo físico é, por si só, uma
tendência. No entanto, estruturar o segundo passo dessa
jornada – após a atração – está longe de ser simples; os 89% dos brasileiros apontam a
consumidores são cada vez mais exigentes e já não se experiência como um importante
satisfazem em apenas realizar uma transação. Eles desejam um diferencial em suas decisões de
contato com a marca, um relacionamento. compra.
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interessante, pois hoje o cliente quer mais do que uma transação comercial”, conta Marcelo Lemos,
Gerente de Divisão de Experiência em Lojas na empresa. Entre iniciativas está o programa
“Acontece na Vivo”, que realiza workshops dentro das lojas com assuntos atuais, abertos ao público.
Um dos temas mais procurados é o “Descomplicando a tecnologia”, voltado para o público idoso e
aplicado por especialistas em tecnologia. Este workshop já está presente em mais de 70 lojas pelo
Brasil e aborda temas que vão desde o uso smartphones à instalação e melhor uso de aplicativos.
“Também estamos ampliando as nossas lojas icônicas. Neste modelo, oferecemos aos clientes
espaços para a utilização de nossos produtos e serviços, além de espaço para coworking, com
mesas e Wi-Fi disponíveis para quem quiser utilizar. Já contamos com lojas neste modelo em São
Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, e este número deve dobrar até o fim de 2018”, conta Lemos.
49
Experiência dentro da loja
Digital signage e
touchscreen
Afetar os sentidos humanos talvez seja um dos principais atributos e possibilidades que
uma loja física possui. O tato, por exemplo, faz com que clientes ainda se interessem por realizar
compras em lojas físicas. Como várias pesquisas mostram, os consumidores ainda precisam sentir e
tocar produtos para que se sintam seguros antes de comprá-los. Além disso, muitos varejistas
também têm apostado no impacto em outros sentidos do corpo, como audição, utilizando-se de
som e músicas agradáveis no ambiente, e olfato, por meio de perfumes e essências que tornam as
lojas convidativas. Além disso, apostar em comunicação visual digitalizada – digital signage ou
digital visual merchandising – é uma tendência para a entrega de uma melhor experiência para
clientes nas lojas físicas.
Como o próprio termo define, a sinalização ou merchandising visual digital representa uma
tendência e ferramenta bem versátil, já que podem, por exemplo, por meio de uma tela, ser
utilizados para anúncios digitais, conteúdos, propagandas tradicionais, mensagens ou outros meios
visuais que sirvam como ponto de contato com as pessoas. E podem, também, no fim das contas,
influenciar no comportamento de compra do consumidor. De acordo com publicação da Shopify,
68% dos consumidores indicam que a utilização de sinalização digital os tornaria mais propensos a
comprar produtos anunciados; 44% afirmam que isso poderia influenciá-los a comprar o produto
anunciado em vez do produto que planejavam comprar anteriormente. Ainda conforme o post, em
pesquisa realizada pela Nielsen com 120 estabelecimentos varejistas que utilizam de sinalização
digital em suas lojas, descobriu-se que 80% deles tiveram um crescimento de aproximadamente
33% em vendas, em comparação a quando se utilizavam de comunicação impressa.
Uma startup focada em digitalizar o visual merchandising é a Eloopz, que fornece uma
solução para gerenciar e monetizar telas digitais instaladas no varejo físico. Para os consumidores,
envolvidos pelas mídias digitais em alta definição, a proposta oferece uma melhor experiência de
compra; para o varejista, o objetivo é tornar a comunicação de produtos mais eficiente e atrativa
para as marcas de fornecedores, para assim maximizar a receita com a venda de espaços dentro
das lojas. De acordo com Rafael Cordeiro, CEO e cofundador da empresa, a criação da startup se
deu após uma percepção da ausência de tecnologia no processo de gestão de visual
merchandising em lojas físicas. “Queremos ser parceiros estratégicos de varejistas inovadores para
arquitetar, implementar e gerenciar o processo de digitalização da experiência em suas lojas. Nosso
negócio é aumentar a receita e eficiência operacional do varejo com a nossa tecnologia e time de
especialistas”, afirma Cordeiro. Apesar de um foco inicial nas grandes varejistas, a Eloopz oferece
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produtos também para as pequenas e médias redes. Segundo o CEO, o mais novo produto que a
empresa oferece é um tablóide digital para farmácias e supermercados digitalizarem a
comunicação de suas ofertas até a execução no ponto de venda. A iniciativa utiliza telas touch de 10
a 49 polegadas para o balcão de medicamentos das farmácias e para o acesso principal de
supermercados, como uma espécie de tabloide digital em movimento. A solução também
possibilita a exposição de produtos de forma personalizada e a comercialização para fornecedores
por meio da plataforma web B2B da Eloopz.
Em relação à experiência dos clientes dentro da loja, segundo Cordeiro, a solução pode
oferecer uma personalização de ofertas de produtos e um dinamismo maior à jornada de compra.
“A partir de uma integração entre o CRM da marca e o CPF do consumidor, conseguimos analisar o
perfil transacional, deduzir qual é a melhor oferta para ele, quais produtos estão com desconto,
tudo isso de forma praticamente instantânea. É trazer a experiência do e-commerce para a loja
física. De acordo com o empreendedor, a mídia digital é mais atrativa do que a impressa e
entretém mais o cliente em pontos de espera forçada, como filas de caixa. Além disso, existe
também a possibilidade da utilização das telas como meio de compra, em que o cliente inicia e
finaliza a transação de forma digital. “Dessa forma, o cliente pode, eventualmente, comprar
produtos que não estão em estoque na loja física e receber em casa”, conta Cordeiro. Criada em
2017, a Eloopz possui clientes como Raia Drogasil, O Boticário, The Beauty Box e Unilever. Para 2018,
a expectativa é que a empresa dobre de tamanho.
Visibilidade de Merchandising
produtos digital
Personalização de
ofertas
Digitalização de Showroom e Totens
espaços digitais
Telas interativas
Outra iniciativa baseada nessa tendência é a Aqua, startup que oferece soluções para telas,
totens e equipamentos touch screen para lojas físicas, para clientes que sejam desde pequenos
negócios até grandes empresas. De acordo com matéria do portal Retail Dive, o segmento do
varejo está entre os que mais movimentam o mercado de multi-touch screen, avaliado em US$ 6 bi
em 2016, valor que deve chegar aos US$ 16 bi em 2023, segundo estudo da Research and Markets,
citado na publicação. Conforme o mesmo estudo, aumentos nos investimentos em telas
multitoque para aplicações emergentes devem gerar novas oportunidades no mercado, apesar da
falta de disponibilidade de material e o alto custo de painéis às empresas.
A Aqua nasceu de uma percepção de que grande parte das decisões de compra eram
feitas nas lojas físicas, nas quais havia uma dificuldade de conversão de clientes por parte das
marcas. A partir disso, os fundadores enxergaram a possibilidade da utilização de tecnologia
interativa, como forma de digitalizar o ponto de venda e otimizar os processos existentes. “O nosso
principal ponto é melhorar o atendimento que é feito no ponto de venda e, consequentemente,
aumentar as vendas. Isso pode ser feito pelo próprio cliente, com um auto-atendimento pelo
totem, ou com o vendedor utilizando o equipamento. É uma mudança na forma de apresentar
conteúdo, de interagir com o cliente. Para isso, nosso principal produto é o showcase, um catálogo
interativo de produtos, que reúne fotos, vídeos, fichas técnicas, todas as informações que hoje são
pulverizadas. Trazemos o mundo digital para as lojas físicas”, conta Fábio Assis, Diretor de
Marketing na Aqua.
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clientes em 50%, além do aumento de 30% em vendas e 20% no ticket médio.
No segundo semestre de 2018, a Onofre CVS Pharmacy, uma das grandes redes do varejo
farmacêutico brasileiro, inaugurou sua primeira loja-conceito no Brasil, na Avenida Paulista. Com
46% de seu faturamento originado no e-commerce, a loja inaugurada possui todas as
características de tecnologia e digitalização, utilizando-se de ferramentas que façam sentido na
jornada omnichannel do consumidor, como telas interativas com informações de produtos, totens
para atendimento, robôs para automatização de processos de distribuição e self checkout. “A
unidade toda foi reformulada para valorizar o tempo do cliente, todas as mudanças são para
melhorar a experiência do consumidor. Na loja-conceito, os consultores da Onofre, podem, por
exemplo, finalizar a compra do cliente em qualquer espaço da loja, eliminando a necessidade de
filas no caixa. Pensando em omnichannel, também aumentamos a abrangência, reduzindo o
tempo de entrega e o custo para atender todo o Brasil, melhorando a comunicação com o nosso
cliente”, afirma Joaquim Garcia, Diretor de TI da Onofre.
52
Experiência dentro da loja
Mobile Apps
De acordo com dados da Statista, existem mais de 2,53 bilhões de usuários de smartphones
no mundo inteiro; para 2020, a expectativa é que esse número se aproxime dos 3 bilhões de
pessoas, alcançando 2,87 bi. No Brasil, segundo pesquisa realizada pela FGV, são mais de 220
milhões de smartphones, número superior à quantidade de habitantes, que hoje se aproxima dos
210 milhões. Sendo assim, é difícil ignorar o impacto e a importância de tecnologias mobile e uso de
aplicativos em diferentes segmentos da economia, principalmente para o varejo.
Em levantamento realizado pelo Google Shopper Marketing Council, foi apontado que 79%
de usuários que possuem smartphones realizam compras pelo celular; dentre os “smartphone
shoppers” – uma base de 1507 consumidores entrevistados –, 84% deles se utilizam do dispositivo
móvel que carregam para ajudá-los durante uma compra realizada em loja física. O alto índice se
dá, principalmente, porque o uso de mobile em momentos de compra economiza o tempo dos
consumidores (para 51% dos respondentes), dinheiro (44%) e facilita a vida dos clientes (42%). Além
disso, conforme estudo da Accenture, que entrevistou, em 2016, 10.096 consumidores em 13 países,
incluindo o Brasil, 37% dos consumidores anseiam por utilizar navegadores e pesquisadores de
produtos dentro das lojas.
No Brasil, a Petland, rede americana de lojas de petshop e que conta com 91 unidades no
País, tem dado os primeiros passos para se tornar uma marca inovadora no varejo, em um
segmento varejista ainda considerado tradicional. No mês de outubro, por exemplo, foi assinado
um memorando de entendimento, com opção de compra de 60% da empresa Geração Pet –
quarto maior varejista online do setor no Brasil. Além disso, um aplicativo da marca também está
começando a ser utilizado, em uma versão beta em 5 lojas da rede, direcionado, em um primeiro
momento para o lojista, buscando melhorar a experiência dos clientes na loja física. “O app Petland
vai ser, no fim das contas, como um CRM completo, com análise de dados sobre o comportamento
do consumidor, integrado ao sistema utilizado no PDV. Pensamos em seu desenvolvimento para
facilitar a vida do vendedor e para melhorar e personalizar a experiência do cliente, baseado em
uma análise comportamental. Para um segundo momento, queremos o aplicativo no celular do
consumidor final também. Estamos começando aos poucos para podermos, futuramente, trazer
tecnologias mais avançadas”, afirma Rodrigo Albuquerque, CEO da Petland no Brasil.
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Apesar de algumas empresas – como a Petland –, construírem seus aplicativos internamente,
existem iniciativas que desenvolvem plataformas mobile em formato white-label, de forma
customizada para as marcas. Uma delas é a DNA Shopper, startup criada em 2013, em São Paulo,
que busca oferecer soluções que integram o mundo online e o offline por meio da mobilidade.
Além da criação de aplicativos para os varejistas, que impulsionam visitas ao mundo físico como
forma de aumentar as vendas no varejo, a empresa também disponibiliza aos varejistas um maior
conhecimento sobre o consumidor.
Segundo Mauro Pestana, CEO da DNA Shopper, as soluções oferecidas pela startup se
baseiam em mobile marketing, CRM e analytics e ferramentas de pagamento, como formas de
melhorar e otimizar a experiência de consumidores em suas jornadas de compra. “Por meio do
aplicativo desenvolvido para as marcas, capturamos hábitos de consumo dos clientes e
entregamos uma base de inteligência e gestão por trás, para que o varejista consiga desenhar as
ações e ativações para os clientes. O consumidor, por sua vez, pode completar toda a sua jornada
de compra pelo aplicativo, encontrar as melhores ofertas; dentro da loja física, consegue escanear
produtos pelo código de barras, adicionar no carrinho e pagar pelo próprio aplicativo. São novas
opções de consumo dentro do ponto de venda, o que elimina alguns atritos entre varejistas e
consumidores”, afirma Pestana.
A Omnistory, uma iniciativa do Grupo GS& Gouvêa de Souza e que se define como um
“laboratório para aplicação de conceitos e soluções inovadoras para o varejo”, utiliza-se das soluções
da DNA Shopper para complementar e aprimorar a jornada dos consumidores da marca. “A loja
física sempre vai ser necessária para uma experiência completa, para qualquer empresa do varejo.
O aplicativo é um meio rápido, fácil e interativo para que nossos clientes realizem a compra e
possibilitou as compras no próprio app e o self checkout dos clientes. Além disso, contamos com
tecnologias de VR (realidade virtual) e reconhecimento facial em nossa loja”, conta Sandra
Hayashida, Diretora da Omnistory. De acordo com Pestana, a loja da marca é um dos maiores
exemplos nacionais de como os aplicativos podem mudar e inovar completamente a jornada de
um consumidor, desde a escolha de produtos até o pagamento via wallet.
Outra startup que busca facilitar a jornada e experiência de compra dos consumidores é a
Code Money, que oferece soluções de pagamento via aplicativo, como foco nas micro, pequenas e
médias empresas. Para o varejo, essa é uma tendência clara. Segundo levantamento da PwC, que
contou com mais de 22 mil entrevistados e consumidores, 50% deles utilizam smartphones para
completar pagamentos em lojas físicas, seja por aplicativos in-store ou plataformas de pagamento
mobile no momento de checkout. Ainda, metade destes (ou 25% do total de respondentes)
preferem pagamento via mobile.
A startup oferece três produtos: dois para as empresas do varejo, um aplicativo (que
transforma o smartphone em um dispositivo de recebimento) e um sistema de gestão de
recebíveis, com viés de inteligência de dados e que gera um dashboard para o dono do
estabelecimento; o outro para o consumidor, um app com formato de wallet, tornando
desnecessária a necessidade física de cartões de crédito e dinheiro em espécie. “Um dos principais
problemas que os consumidores enfrentam é o de fila para pagamento no caixa. Temos diminuído
o tempo nessa etapa. A nossa solução de pagamentos é quase 10x mais rápida do que os modos
tradicionais hoje em dia, seja por cartão ou dinheiro. Existem clientes que pagam à distância,
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diretamente com o garçom, não passam pelo procedimento de sempre. O fato de eles utilizarem
unicamente o próprio smartphone gera, sem dúvida, uma experiência adicional aos usuários”, diz
Júnior Beltrão, CEO da Code Money.
De acordo com Beltrão, ainda existe o desafio para que mais consumidores baixem o
aplicativo, mas, cada vez mais, eles buscam por comodidade e agilidade em sua experiência de
compra. “Esses dois aspectos são muito valiosos hoje em dia, e é o que a gente oferece por meio da
nossa solução. Precisamos que a utilização do nosso aplicativo se torne um hábito e que o cliente
entenda os benefícios que ele pode ter. Usuários que realizam entre 3 e 4 pagamentos por mês
pelo aplicativo, por exemplo, têm 89% menos chances de desinstalar o app, o churn é muito baixo.
Mas o Brasil tem mostrado uma evolução na questão de pagamentos via smartphone”, conta.
Segundo ele, a solução também pode reduzir entre 8% e 12% dos custos de um estabelecimento, a
depender do número de transações realizadas. Atualmente, a startup gera aproximadamente 110
mil transações mensais e está presente em 19 cidades e 5 estados brasileiros, registrando um
crescimento de 223% no primeiro semestre de 2018, em comparação ao mesmo período do ano
passado.
Como uma fusão entre as funcionalidades oferecidas pela DNA Shopper e pela Code
Money, a MishiPay é uma startup fundada na Inglaterra, em 2015, tendo levantado £ 1.6 milhão,
conforme dados do Crunch Base. A empresa se define como uma solução de self checkout, com a
proposta de melhorar a experiência em lojas físicas do varejo. A tecnologia possibilita que clientes
escolham os produtos de seu interesse, escaneiem o código de barras pelo celular e realizem o
pagamento pelo próprio celular, evitando as filas (que, segundo informações da startup, acarretam
em US$ 200 bilhões em custos para o varejo globalmente). A MishiPay se baseia em três pilares
para melhorar a experiência dentro da loja: a desnecessidade de filas, que pode aumentar a
conversão de clientes, visto que a taxa de desistência da realização de compras é menor; maior
engajamento entre consumidores e vendedores, que podem oferecer uma assistência mais
atenciosa e personalizada; a geração de insights para o varejista, para uma maior compreensão
sobre o comportamento de compra dos clientes.
A Onyo possibilita que o cliente faça o pedido pelo aplicativo, evitando filas
e otimizando o tempo de espera. Fundada em 2014 e com sedes em São
Paulo, Rio de Janeiro e New York, possui clientes como o BarraShopping
(RJ) e o Shopping Vila Olímpia (SP).
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Experiência dentro da loja
Omnichannel
Pensar em entregar uma experiência omnichannel aos consumidores talvez não seja mais
uma tendência para os varejistas, mas uma obrigação – visto que os próprios consumidores já se
importam menos com os canais e flutuam entre eles na hora de realizar uma compra ou iniciar sua
jornada. No entanto, tornar isso realidade no Varejo brasileiro ainda é tangível apenas para algumas
empresas. Se para os consumidores a experiência de compra deveria ser sem nós ou costuras, meio
a passeios entre lojas virtuais e físicas, para as companhias isso ainda é um grande desafio. De
acordo com pesquisa realizada pela PwC, em uma escala de 0 a 100, o Brasil possui um nível de
progresso em desenvolvimento omnichannel de 26, três pontos acima do registrado em 2015; em
termos de comparação, por exemplo, os EUA, Reino Unido, Austrália e China pontuam,
respectivamente, 43, 41, 39, 38. Há, portanto, um caminho a ser perseguido e os níveis de avanço
registrados nos últimos três anos são representativos no País, embora possam não parecer.
Segundo estudo realizado pela Accenture, é justamente em relação à experiência omnichannel e
integrada dos consumidores em lojas físicas que os varejistas ainda deixam a desejar: 36% dos
entrevistados afirmaram que o canal físico é o que mais necessita ser aprimorado e 27% deles
citaram a necessidade de uma experiência integrada.
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Originalmente criada como um portal de conteúdo e e-commerce, a Westwing possui
tecnologia e inovação em seu DNA, segundo Indra Sestini, Diretora de Marketing da marca. Com a
criação de campanhas de produtos no site e nas lojas físicas, tornou-se possível de maneira mais
fácil uma integração de canais, que também conta com a participação do mobile, responsável por
grande parte das vendas. “Dentro da loja física, o cliente tem acesso a notebooks, de forma que
possa acessar todos os produtos da campanha que deseja. Existem clientes que não sabem que
nós somos um e-commerce, e conseguimos incluí-los no nosso universo tecnológico. Ele pode
desejar um produto que não está disponível no ponto de venda, mas consegue pedir para ser
entregue em casa. Os sistemas estão muito bem integrados, e a loja física permite o acesso a tudo
isso”, conta Sestini.
Clique e Retire
Convergência de
Experiência integrada
Canais
Digitalização da
jornada do
consumidor
A Petland, rede americana de lojas de petshop e que conta com 91 unidades no País, busca,
aos poucos, oferecer uma experiência omnichannel para seus clientes, mas ainda possui grandes
desafios relacionados à logística e a questão de estoques, gargalos presentes em boa parte dos
varejistas. O objetivo é usar a rede de lojas físicas, que conta com presença nas 5 regiões do País,
em 14 estados, como rede de distribuição e “retira em loja”, atendendo assim o cliente no formato
omnicanal. De acordo com Rodrigo Albuquerque, CEO da rede no Brasil, essa presença de lojas da
marca em todo o território nacional torna a integração de canais ainda mais desafiadora. “O nosso
plano é que sejamos um omnichannel completo, independentemente do tamanho das lojas, que
varia conforme a franquia. A Petland está bem distribuída no Brasil, desde Porto Alegre até Manaus,
então existe o problema de estoques, de Centros de Distribuição. Hoje, o mercado pet está nas
mãos dos pequenos negócios, que somam grande parte das lojas, então a questão da distribuição
ainda é um grande gargalo”, afirma ele.
Uma startup voltada para o varejo “tradicional” é a Neomode, que oferece uma plataforma
omnichannel, com um sistema para integração entre lojas virtuais e estoque de lojas físicas, de
maneira a transformá-las em pequenos centros de distribuição. A empresa também oferece outros
canais de venda, como um app commerce e shopbots. Fundada em 2016, em São Paulo, possui
clientes como Rihappy, Onofre e O Boticário.
Gargalos e dores envolvendo a questão dos estoques afeta o varejo como um todo,
independentemente do segmento, principalmente quando se trata de pequenas e médias
aaaaaaaa
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empresas. Segundo Leonardo Almeida, Cofundador da Menu.com.vc, grande parte dos varejistas
ainda trabalha sob sistemas de multicanalidade, com o desafio de satisfazer os desejos dos clientes
no que tange a estoques, entregas e prazos. “O varejo trabalha multicanal, ainda não é
omnichannel, na maioria dos casos. Então ainda não há a visão integrada do estoque entre todas as
lojas e eles não têm canais digitais dentro das lojas para suprir esse déficit; são raros os que
conseguem isso. É um grande desafio, e é uma fronteira pela qual as empresas devem passar nos
próximos anos. Enquanto ainda não acontece, é preciso calibrar o que pode ser prometido, para
não ocorrer uma inversão de expectativa por parte do cliente”, diz Almeida. Segundo publicação da
ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), a ruptura de estoque – ou falta de produto em
gôndola –, pode acarretar em uma queda de 5% a 10% nas vendas de um estabelecimento. Além
disso, pesquisas mostram que 32% dos consumidores que não encontram o produto que queriam
em uma loja irão procurá-lo em outra, provavelmente em marcas concorrentes.
A Menu.com.vc é uma startup fundada em 2016, para o varejo B2B (Business to Business),
com foco nos pequenos e médios negócios, do segmento de alimentos e bebidas. Segundo
Almeida, a solução busca oferecer um canal digital que tenha aderência com a realidade dos
negócios das PMEs. “Grande parte do consumo de alimentos e bebidas no Brasil acontece em
pequenos comércios; a gente oferece uma plataforma de e-commerce para a indústria ou
distribuidores e eles disponibilizam os produtos no site, customizados e personalizados. Para o
comerciante, é uma economia de tempo, ele entra em um único site e consegue encontrar vários
distribuidores, comparar preços e fechar o pedido, de acordo com o que for melhor para ele. Por
trás disso, também analisamos perfis de transação e conseguimos criar padrões de compra para a
indústria”, conta o cofundador da startup. No fim das contas, segundo ele, todo esse processo
melhora a experiência e jornada do consumidor final, já que a solução aumenta a possibilidade dos
comerciantes comprarem produtos e disponibilizá-los para os clientes. Até o momento, mais de R$
5 milhões foram transacionados pela plataforma; atualmente, a Menu.com.vc atende em mais de
200 cidades, com aproximadamente 1000 clientes recorrentes. De acordo com Almeida, a
estimativa de economia de custos para os clientes varia entre 1% a 5% por transação e 96% das
entregas realizadas foram sob o sistema de one-day delivery.
58
A loja física sempre vai existir e sempre vai ser interessante para o
varejo. Tivemos essa discussão quando o e-commerce começou a surgir com
força e a conversa passou a ser em torno da jornada omnichannel do
consumidor. Quando pensamos na experiência do cliente na loja física, muito
é baseado em marketing digital. Trabalhamos muito forte o CRM, buscando
uma conexão maior com o consumidor, dentro e fora da loja. Pretendemos,
cada vez mais, realizar essa comunicação um a um, de forma personalizada,
por meio de conteúdo e serviços. Além disso, olhamos com bons olhos para
inteligência artificial e gamefication para otimização da jornada.
59
ENTRE_
VISTA
Qual o papel do Varejo físico diante o
crescimento do comércio online?
O Varejo físico continua tendo um papel muito
importante, que é estar próximo do consumidor.
Entretanto, precisa de uma integração
imprescindível de canais. Como acontece em
vários outros setores, a tecnologia está Antônio Sá, Founding Partner na Amicci
avançando no varejo e o papel dos colaboradores
na loja vai mudar. O atendimento da loja deverá Quais são os grandes desafios para que o
ser bem mais capacitado, agregar valor aos conceito de Varejo 4.0 seja uma realidade?
consumidores. Tudo o que é trabalho mecânico Em um primeiro momento, é a evolução da
poderá ser substituído por tecnologia. E isso é mentalidade dos varejistas que se faz necessária.
possível aqui no Brasil. Há tecnologias para Eles precisam entender a importância da
análise de banco de dados e de perfil de clientes, tecnologia para facilitar a jornada de compra dos
que dão inteligência para o varejo físico tomar clientes. Antes de pensar em algo fora da curva, o
decisões de sortimento, preço e promoções. varejos ainda tem dificuldades em lidar com
problemas básicos, que impactam na experiência
Como você vê o cenário evolutivo do Varejo de compra dos clientes, como por exemplo, ter
físico brasileiro quanto à inovações? um mix de produtos em conformidade com o
O Varejo evolui, mas a um passo um pouco mais que precisam. E certamente a tecnologia e o
lento do que outros setores evoluíram. Ainda mundo digital ajudará a resolver velhos
vemos o Varejo utilizando de ferramentas que problemas. Hoje, existe muitas ferramentas que
tem uma eficiência menor, que são antiquados e fazem controle de inventário, reconhecimento da
usados há décadas. Já encontramos, no entanto, falta de um produto e identificação de preços de
a utilização de algumas ferramentas digitais mais forma consistente. Quando falamos de desafios
elaboradas, procurando melhorar o no Varejo físico brasileiro, abordamos aspectos
relacionamento com os clientes, buscando muito básicos, que ainda não são atendidos com
informações deles para levar uma experiência excelência. As tecnologias estão chegando não
mais customizada conforme o perfil e interesse apenas por que são modernas, mas sim para
de cada um. ajudar o Varejo a ter entregas mais consistentes
no PDV.
Quão tecnológico é o Varejo físico brasileiro,
hoje? Como as startups podem ajudar?
Há várias e boas iniciativas no Brasil. Temos o Elas têm uma velocidade muito grande, o que o
self-checkout e as etiquetas de radiofrequência Varejo tradicional não tem. Para atuar no setor,
(RFIDs), que começaram a ser utilizados há precisam entender a realidade do setor e qual a
algum tempo. Entretanto, como tudo no país em mentalidade das empresas. Vemos corporações
relação a tecnologia, a velocidade de que têm uma mentalidade muito mais aberta e
implementação está atrasada em relação a outras que ainda são muito transacionais, muito
outros, como EUA, China, Inglaterra e Alemanha, mais preocupadas com as negociações do
que são países que possuem um comércio bem presente. Há uma distância muito grande entre
evoluído, com a aplicação de muita ciência nos elas, que pode ser trabalhado com tecnologias
pontos de venda. Estamos alguns passos atrás, é desenvolvidas pelas startups. Assim, precisam
verdade, mas vejo um enorme interesse de não só diagnosticar os problemas do setor, mas
empresários e executivos brasileiros em aprender também aprender a lidar com essas
e buscar o que há de melhor para o seu negócio peculiaridades.
aqui no Brasil.
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Aprofundamento
Entregas
Não é novidade que a ascensão do comércio online e a
crescente tendência de onicanalidade no varejo evoluiu a 40% dos consumidores
experiência tradicional para a possibilidade de compra em avaliam empresas pela entrega.
diversos canais. Uma das principais consequências dessas Fatores mais importantes:
transformações foi o fato de terem redefinindo a maneira como
os consumidores encaram as entregas dos produtos. De acordo Custo
com uma pesquisa da National Retail Federation (NRF), 40% dos Velocidade
entrevistados norte-americanos avaliam as empresas com base Flexibilidade
em suas experiências com as entregas. Para eles, os fatores mais Reputação e Serviço
importantes em uma entrega são custo, velocidade, flexibilidade,
reputação e serviço. O estudo The Future of Retail 2018, feito
pela Walker Sands, mostra que fretes gratuitos (79%), devoluções
gratuitas (54%), envios no mesmo dia (42%), envios até o próximo
dia (40%), devoluções facilitadas (36%) e entregas em até duas Fatores que
horas (21%) são os principais fatores que os convencem a convencem a comprar
comprar online.
online:
Para os consumidores, a velocidade na entrega deixou
de ser um diferencial e passou a ser obrigatório. Uma pesquisa
da McKinsey, apontou que 25% dos consumidores estão
dispostos a pagar a mais por entregas instantâneas ou no
mesmo dia, formato que, segundo a consultoria, poderá
representar entre 20% e 25% do mercado até 2025, visto que 30%
das novas gerações têm esses formatos como prioridade. Outra
pesquisa, da startup Trustev, mostra que 56% dos jovens entre 18
e 34 anos esperam que a entrega no mesmo dia seja uma opção
quando comprarem online. O problema, assim como aponta o
artigo da Recode, é que apenas 4% das 50 maiores empresas
varejistas conseguem oferecer tal recurso e menos da metade
(48%) garante o recebimento no dia seguinte. 25% dos consumidores estão
dispostos a pagar mais por entregas
Todas essas mudanças, portanto, fizeram com que as instantâneas ou no mesmo dia.
corporações também repensassem seus processos logísticos da
cadeia de suprimentos, reavaliando, sobretudo, suas
capacidades e ofertas da rede de distribuição. Vemos
atualmente uma constante corrida de varejistas físicas para
encontrar diferentes maneiras de entregar o pacote certo, para a
pessoa certa, no local e horário certos, a fim de competir com as
lojas digitais. Elas têm tentado otimizar o percurso final da
entrega, que consiste no momento em que os produtos saem do
centro de distribuição e seguem para o destino final, chamado
de last mile delivery, principalmente por essa etapa ser
responsável por 53% dos custos da entrega. As empresas
também têm buscado se aproximar de tecnologias, a fim de
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otimizar as rotas e de escalar o número de entregas por meio de crowdsourcing deliveries,
modalidade que combinam formatos diferentes de entregas para atenderem o objetivo final da
melhor maneira.
Uma estratégia que vem sendo estudada pelas varejistas para acompanharem essas
tendências e diminuir a fricção logística para melhorar a experiência dos consumidores é a do
Clique e Retire (click and collect, em inglês), Algumas das motivações para a adoção dela é a
possibilidade de redução do custo do frete; o atendimento da necessidade do comprador; uma
maior perspectiva de aumento do fluxo de caixa na loja (cross-selling) e a criação de parcerias (cross
store pick up).
Ao mesmo tempo, outra questão que as varejistas têm se atentado é quanto à devolução
de produtos. Uma pesquisa da Gartner estima que o número de produtos retornados irá aumentar
de acordo com o crescimento do comércio online e do frete e devoluções gratuitos. O estudo
Future Proof Reverse Logistics, realizado pela KPMG, mostra que os consumidores retornam US$
642.6 bilhões em produtos por ano mundialmente. Além disso, o estudo Retailers and the Ghost
Economy: The Haunting of Returns, lançado em 2015 pela IHL, estima que a “economia fantasma”,
calculada como a soma de excesso de estoque, da falta de estoque e das devoluções de produtos,
representa 12% (US$ 1.75 trilhão) das vendas globais no varejo, estimadas em US$ 14.5 trilhões. É por
essa razão que empresas varejistas estão cada vez mais buscando relacionamentos com startups
para otimização dos processos da logística reversa, o que vamos abordar a seguir, com maior
profundidade.
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Entregas
Last mile
O last mile, percurso final da entrega, que consiste no momento em que os produtos saem
do centro de distribuição e seguem para o destino final, tem preocupado as empresas,
principalmente por ter um alto nível de complexidade e de risco de ineficiência. Essa etapa, que é
responsável por 53% dos custos da entrega, segundo a Honeywell, exige uma boa gestão do
atendimento, eficiência no gerenciamento das ordens de serviço e um controle assertivo no centro
de distribuição.
Dessa forma, para que o last mile seja concluído sem erros, é necessário um bom
planejamento de rotas, tornando-se essencial a utilização de dados para a obtenção de
embasamentos concretos. Segundo o estudo Big Data in Logistics, divulgado em 2013 pela DHL, os
dados podem dar o poder de previsibilidade para as empresas, para que elas consigam se planejar
e otimizar as rotas. Durante a rota, as bases de dados formadas por telemetria podem ser
integradas automaticamente a softwares de roteirização, permitindo que a dinâmica de cálculos
seja inteligente o suficiente para aposentar o sequenciamento lógico manual.
A SimpliRoute, fundada em 2015, é uma startup chilena que é capaz de reduzir os custos
logísticos em até 30% por meio de sua solução. Sendo um software que cria e gerencia rotas
inteligentes, permite que seus clientes rastreiem as entregas em tempo real e tenham acesso a
relatórios de performance, que podem facilitar a análise de dados e a tomada de decisão. Outra
startup que também atua em otimização de rotas e eficiência de entrega é a Routific, fundada em
2012 em Vancouver, Canadá. Um estudo de caso feito com a YourGrocer, uma plataforma de
compra e entrega de alimentos australiana, mostrou que a Routific foi capaz de economizar 1,5
hora de cada motorista, 1 hora diária em planejamento de rota e mais de US$ 3 mil por mês. Em
2016 participou de uma rodada de investimentos que arrecadou US$ 1,2 milhão.
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Outra estratégia que tem sido utilizado para otimizar o last mile consiste na utilização de
rede de pessoas nas retiradas e entregas dos produtos. As crowdsourced delivery, como são
chamadas em inglês, são definidas pela Business Insider como um “método emergente de
fulfillment que alavanca redes de transportadores locais não profissionais para entregar pacotes às
portas dos clientes” e têm sido utilizadas por grande parte dos varejistas que buscam redução de
custo e maximização da eficiência na cadeia de suprimentos. De acordo com a Boston Retail
Partners, ⅓ dos varejistas nos Estados Unidos estão usando este método - em 2016 20% usava e,
em 2017, 32% passou a usar. A alocação de pessoas autônomas nessa etapa no last mile pode ser
uma ação-chave para o aumento de eficiência, pois escalar o número de entregadores pode
diminuir a carga da frota responsável pela retirada e entrega dos produtos. Isso faz com que se
torne ainda mais possível alcançar as expectativas de velocidade dos consumidores, além de dar
mais visibilidade sobre o processo de entrega.
Automatização do
Crowdsourced
processo de
deliveries
fulfillment
Ship-from-store
Robôs, carros
Big data analytics autônomos e drones
para roteirização como meios de
Cross-docking entregas
automatizado
No Brasil, a Logbee, fundada em 2016, é uma startup que trabalha justamente com
inteligência logística, conectando uma rede de motoristas autônomos e montando as rotas das
entregas. A startup trabalha com o conceito de CD urbano, que são pequenos depósitos onde
fazem o cross-docking, um sistema de distribuição que consiste no recebimento dos produtos de
um veículo em um armazém ou centro de distribuição, na separação deles pensando em unificar
aqueles que tenham destinos ou caminhos comuns, e o encaminhamento para outros veículos.
É por conta dessa relevância percebida no mercado que a Logbee tem clientes como a
Lojas Mel, a Printi, a MeaCulpa e a Magazine Luiza, que anunciou, no primeiro semestre de 2018, a
compra da startup. Atualmente responsável por mais de 90% das entregas expressas da empresa
na Grande São Paulo, a startup integra o departamento logístico da empresa. Schmidt conta que,
juntos, a Logbee e a Magazine Luiza já começaram a construir uma operação chamada
ship-from-store (SFS), um processo que transforma a loja física em um ponto de distribuição. “A
Magazine Luiza tem uma visão de onicanalidade e, por conta de todas as integrações já feitas
internamente, podemos oferecer uma melhor experiência para o consumidor. Dessa forma,
sempre que o cliente comprar algo, procuraremos os produtos nos locais mais perto dele, mesmo
que sejam uma loja física, para que a entrega seja a mais rápida possível”, afirma.
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Outra startup que vem revolucionando a etapa do last mile no Brasil é a Uello. Fundada em
2016, em São Paulo, foca em pequenas e médias empresas (PMEs) para empoderá-las a terem
acesso a uma logística de qualidade. Prezando por uma logística colaborativa e com tecnologia
100% própria, a Uello opera sem uma estrutura própria. Fernando Sartori, Fundador e CEO da
startup, explica que utilizam espaços ociosos de armazéns de terceiros para fazer o cross-docking,
estratégia que permite dar mais flexibilidade aos seus clientes. “Por não termos a dependência de
um local apenas e veículos próprios, torna-se mais fácil fazermos o plug and play de novos
parceiros, aumentar rapidamente a capacidade da plataforma e viabilizar a criação de novos
serviços de forma muito mais fácil. Conseguimos, inclusive, competir em custo com grandes
players mesmo tendo um volume menor”. Ele também conta que, por monitorarem as rotas em
tempo real, conseguem aproveitar as informações geradas para transformá-las em melhores
decisões de rota. Assim, ao conectarem os pedidos com entregadores autônomos, o caminho mais
rápido já terá sido traçado. Sartori também afirma perceber que as empresas estão, de fato, mais
abertas para inovações em logística, principalmente na etapa do last mile, e muitas reconhecem
que estão enfrentando dificuldades e que está cada vez mais difícil fazer operações de logística de
entregas urbanas.
Pensando nesses desafios, empresas varejistas internacionais estão cada vez mais
investindo em tecnologias de ponta. Um exemplo é o gigante grupo chinês Alibaba, que, no início
deste ano, lançou o Cainiao, um robô que contém um locker capaz de realizar entregas de
produtos comprados no e-commerce. Para Sartori, antes de as corporações pensarem em
diferentes meios de entregar, é preciso que elas organizem bem a operação logística antes do
last-mile. “A organização do trabalho tem que ser pensada antes da forma de como o last mile será
executado. É preciso ver como é possível montar rotas que façam sentido para esses novos modais
de execução e, sobretudo, pensar em novas formas de compartilhar os custos e diminuir a fricção
logística para melhorar a experiência do consumidor. Com tudo isso bem executado, entregas
expressas passarão a ter custos de entregas convencionais”.
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Entregas
Clique e Retire
Outra estratégia utilizada pelas varejistas como forma de acompanhar as mudanças nos
comportamentos de compra dos consumidores é a do Clique e Retire, na qual os consumidores
podem adquirir os produtos de forma online e retirá-los em alguma loja física da marca em
questão, em pontos alternativos de coleta, como lockers, em pop up stores (lojas temporárias,
como foi implementado pela Zara em janeiro deste ano, em Londres) ou até em lojas de terceiros.
Uma pesquisa da KPMG mostrou que, em 2014, 64% dos consumidores nos Estados Unidos
fizeram compras online e optaram pela retirada do produto na loja. E a tendência é que o Clique e
Retire cresça cada vez mais. De acordo com o relatório Click & Collect in the UK, 2017-2022’,
publicado em 2017 pela GlobalData, é esperado que as vendas com tal opção sejam responsáveis
por 13,9% do total das vendas online no Reino Unido até 2022. O estudo prevê um crescimento de
55,6% nos próximos cinco anos e poderá alcançar £ 9,6 bilhões até lá. Ainda de acordo com a
pesquisa, um dos desafios dessa estratégia é criar uma experiência adequada aos consumidores.
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funcionamento desse formato: logística de distribuição e frete alto”. O estudo ainda aponta que
outros desafios enfrentados pelas varejistas brasileiras ao implementarem o Clique e Retire são a
legislação tributária, a necessidade de integração de sistemas, o impacto do custo das lojas e maior
risco de fraude, além do engajamento das equipes das lojas.
Guimarães também conta que um dos desafios enfrentados pela empresa na estratégia de
Clique e Retire é certificar a acuracidade de estoque. Segundo ele, é justamente neste ponto que
há oportunidades de atuação para startups. “Garantir que os produtos listados no sistema
realmente estejam na loja física é um gargalo enfrentado não só por nós, mas por inúmeras
varejistas. Ao garantirmos isso, tornamos a operação logística que antecede a retirada do produto
na loja mais fácil e produtiva”, diz. Ele também menciona que foi a estratégia de onicanalidade que
impulsionou a implementação do modelo Clique e Retire. Dessa forma, a mudança da cultura
organizacional é vista por ele como um outro desafio, pois engajar e motivar os colaboradores a
participar proativamente da integração dos mundos físico e digital não é algo simples e rápido.
Disponibilidade e Descentralização
conveniência das entregas
Criação de processos
logísticos dentro das
lojas
Retiradas em loja Cross-selling e cross
própria store pick up
Lockers
Assim como Guimarães afirmou, esses desafios não são enfrentados somente pela Leroy
Merlin. Diego Kilian, Diretor de Vendas Multicanal na Raia Drogasil, também aponta que a
acuracidade do estoque é algo extremamente importante e complexo, principalmente
considerando que o grupo possui 1.800 lojas. Do ponto de vista operacional, Kilian explica que a
dificuldade está no engajamento das equipes dos pontos de venda. Segundo ele, é preciso fazê-las
entenderem que as retiradas são tão prioritárias quanto os atendimentos no balcão. “Quando nos
propomos a disponibilizar o produto em até uma hora para o cliente na loja, precisamos certificar
que todas as lojas estejam treinadas. É por isso que buscamos unir tecnologia com a eficiência
operacional das lojas”, diz. Tais tecnologias podem, inclusive, ser desenvolvidas por startups.
“Vemos duas janelas de oportunidade para os novos negócios: na criação de plataformas que
auxiliam no treinamento dos PDVs, que tirem dúvidas e que tenham um design amigável para
tornar o aprendizado mais fácil, e na criação de um sistema de OMS (Order Management System,
em inglês), que faça a gestão dos pedidos, para que as varejistas possam, por exemplo, editar o
pedido em caso de algum problema”.
Além das retiradas nas lojas das marcas, outra modalidade do Clique e Retire são os lockers,
ou armários, que possuem sistemas automatizados. A Amazon foi a empresa que mais ficou
conhecida por os ter disponibilizado. Implantado em 2011, em Seattle, os Amazon Lockers já estão
disponíveis em mais de 1.800 locais, em 50 diferentes cidades. Os consumidores podem fazer suas
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encomendas na Amazon.com, escolher algum locker e, assim que finalizarem o pagamento,
recebem um código, que deve ser inserido na tela touchscreen para abrir o armário que contém o
produto.
A retirada de pedidos em loja de terceiros também tem demonstrado força no país. Apesar
de ainda ser considerada uma prática nova no Brasil, as redes de pontos de retirada em
estabelecimentos de terceiros têm as propostas de ajudar os comércios online a diminuírem seus
problemas com entregas e permitir que os comércios locais aumentem as receitas (por meio de
incentivos de promoções) e qualifiquem o fluxo qualificado de pessoas.
A Pegaki é uma startup fundada em Blumenau, Santa Catarina, que está atuando nessa
modalidade. Desde 2016 cria uma rede de pontos de retirada em comércios locais. O consumidor
faz a compra e, no momento do check-out, pode escolher a retirada do pedido em algum comércio
parceiro. As compras são entregues ao local e ficam disponíveis para retirada durante sete dias.
Para os e-commerces, a solução é benéfica, pois pode melhorar a experiência dos consumidores,
trazendo mais conveniência a eles. Para os comércios locais, o Clique e Retire permite um aumento
do fluxo de mais pessoas, com público segmentado, com os quais podem trabalhar a estratégia de
cross-sell. Por meio da plataforma da Pegaki os consumidores conseguem, inclusive, rastrear os
produtos, trazendo mais transparência para eles.
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Entregas
Logística Reversa
A logística reversa, a etapa do processo logístico que consiste no retorno dos itens para a
cadeia produtiva com o objetivo de serem analisados, reutilizados ou descartados
apropriadamente, tem cada vez mais chamado a atenção de empresas varejistas. Além do impacto
financeiro causado diretamente por essa operação, outras razões são a crescente preocupação dos
consumidores com sustentabilidade e as regulações que imputam responsabilidades nas marcas
produtoras neste processo.
Segundo o estudo Future Proof Reverse Logistics, publicado em 2017 pela KPMG, a logística
reversa pode ser um dos maiores desafios operacionais das empresas do século XXI. Muitas delas
têm dificuldades em prever quais produtos serão devolvidos, entender quando o fluxo de retornos
aumentará, definir onde serão os pontos de coleta, como essa coleta será feita e identificar as
razões para acontecerem, como recalls, devoluções comerciais, entregas erradas, garantias, reparos
e retornos end-of-life (EOL).
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adequar à problematização da logística reversa, inclusive reofertando produtos com potencial
comercial em mercados secundários, o que fez surgir uma série de lojas de desconto pela internet.
Assim como é observado por John Haber no artigo How Technology is Improving the
Returns Process, a adoção de tecnologias se tornou ainda mais importante e tem mudado a
percepção das empresas que até então apenas aceitavam os altos custos da logística reversa. Isso,
pois as oportunidades de melhoria nos processos pode significar ganhos bilionários para as
empresas. Um exemplo é o uso de soluções SaaS que fazem gerenciamento de estoques, que,
baseadas em dados, encontram os melhores destinos para os produtos que serão devolvidos
(liquidação, reuso, reformados, etc). Esse processo automatizado ajuda as empresas a processarem
e rastrearem os produtos de forma mais rápida e eficiente.
Haber também menciona que o entendimento dos dados gerados pelas devoluções pode
ser uma oportunidade para as startups atuarem. “Um grupo de empreendedores está focado nesse
dilema de dados e desenvolveu soluções analíticas para os varejistas entenderem suas taxas de
devolução, identificaram fraudes, reduzirem o número de retornos e criarem valor para o cliente”.
Um exemplo de relacionamento é a compra da Genco pela FedEx por US$ 1.4 bilhão em
2015. A startup, até a aquisição, processava mais de 600 milhões de itens anualmente em mais de
130 centros de distribuição e obteve um faturamento de US$ 1,6 bilhão em 2014. Algumas das
soluções desenvolvidas pela Genco são: armazenagem e distribuição, transporte gerenciado,
integração de sistemas, processamento de devoluções, reciclagem, entre outros.
A Returnly é outra startup que atua no desenvolvimento de uma solução pensada para
logística reversa. Fundada em 2014 em São Francisco, nos Estados Unidos, a startup já arrecadou
mais de US$ 3 milhões em duas rodadas de investimento, que teve grandes fundos como
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TheVentureCity, InReach Ventures, Mundi Ventures e Index Ventures. A Returnly utiliza de machine
learning em um sistema no qual é capaz de gerenciar as devoluções, com uma taxa de 99% de
automação. O produto da startup foi desenhado para criar fidelização e fazer com que as empresas
tenham mais eficiência nos processos que envolvem a logística reversa.
No Brasil, a Send4, startup curitibana, assim como a Returnly, está focada em trazer um
novo olhar para a experiência no pós venda, eliminando gaps da jornada do cliente no processo de
trocas e devolução de compras com a plataforma Troque Fácil. Além de facilitar a gestão de custos
e perdas envolvidas, a Send4 segue investindo em inovações ainda pouco exploradas no mercado
nacional para transformar o contexto negativo das trocas e devoluções em diferencial competitivo.
Além de permitir que os consumidores realizem o autoatendimento, garante retenção de parte das
intenções de estorno e atinge avaliação de NPS de até 84, muito acima da média de mercado
nacional. Há um ano e meio, ajuda marcas como Osklen, Pandora Jóias, Philco, ZeeDog, Britânia e o
próprio Grupo Boticário, que tem criado iniciativas voltadas para a questão de logística reversa.
O Grupo Boticário, por meio do BotLab, um laboratório que funciona como uma
incubadora e aceleradora de startups, procura se aproximar de inovações e tecnologias. Jéssica
Primon, Analista de Sustentabilidade do Grupo Boticário, afirma que a apresentação de um modelo
simplificado, eficaz e atendendo a legislação vigente poderia ser uma forma de inovação
apresentada pelas startups. “Elas podem nos ajudar por meio do desenvolvimento de novo modelo
de operação, apresentando soluções e melhorias para o programa de recolhimento de embalagens
que já acontece no Grupo Boticário. Envolvê-las no nosso processo de logística reversa é uma
oportunidade de parceria”, diz.
Um exemplo de startup que atua apresentando uma solução de logística reversa no Brasil
é a Estoks, que oferece soluções integradas de reprocessamento, liquidação de itens devolvidos
processando, na ponta, seu saldo de reversa e reciclagem, que são capazes de reduzir em até 65%
os custos em logística reversa, e 45% dos custos operacionais. Fundada em 2015 em São Paulo, a
startup permite a integração de serviços como coleta, armazenagem, triagem, assistência técnica e
reprocessamento. Para redes varejistas, as soluções da Estoks são capazes de racionalizar as
operações logísticas, gerando uma economia ao melhorar o uso dos espaços úteis dos armazéns.
Também conseguem reduzir os custos de oportunidade e despesas com o frete de carga, impostos
reversos e depreciação de estoques. Alguns dos clientes da startup são Britânia, Cadence, Oster e
Philco.
A Backlogi permite a solicitação de coletas expressas por meio do
aplicativo e site de forma, conectando o consumidor à um veículo
próximo, que é responsável por coletar os produtos e devolvê-los aos
e-commerces. A startup tem como clientes a Decathlon, Carrefour e World
Tennis.
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Implementando o Troque Fácil por meio de uma integração plug and
play, tivemos um ganho operacional com mais de 1.000 minutos de trabalho
evitados e uma redução do número de devoluções em relação ao ritmo de
crescimento. Um dos maiores desafios é levar a melhor experiência de
compra possível para o cliente e eliminar qualquer estresse, para que se
lembrem da compra na Osklen como um momento positivo. A ferramenta da
Send4 traz uma visibilidade dos cenário de trocas e devoluções através de
dashboards completos. Não estamos buscando reduzir a quantidade de
trocas e devoluções; estamos buscando uma otimização de tempo dos
clientes e experiências felizes. Por meio deles, nossos clientes conseguiram
acelerar o processo de troca em apenas um clique. A troca e devolução ficam
mais fáceis e sem traumas. Sabemos que a experiência de compra que os Alicia Billberg
consumidores têm com a marca está muito relacionada ao processo de troca Gerente E-Commerce na
Osklen
que possam ter. Portanto queremos tornar esse momento simples e
transparente.
CASES
72
ENTRE_
VISTA
Em que momento vocês perceberam a
necessidade de pensar na experiência do
cliente na loja física?
A necessidade de ter loja física veio como uma
estratégia complementar do modelo
omnichannel. Não queremos ser apenas uma
marca online, queremos ser uma empresa que Dominique Oliver, CEO e Fundador da AMARO
está em contato com o cliente no local onde se
sinta mais confortável para realizar suas compras. produtos, mesmo sem experimentá-los. Além
Guide Shops são lojas físicas que funcionam disso, temos uma área de Customer Happiness
basicamente como um showroom da marca. São (SAC) muito bem estruturada, que atende e
uma forma de criar um contato mais próximo resolve as demandas das clientes muito
com a cliente, gerar experiências e apresentar o rapidamente.
produto para aqueles que ainda não se sentem
100% confortáveis com a compra online. Lá, as Quais são os desafios e oportunidades no
clientes podem provar as peças que estão varejo com o Omnichannel?
disponíveis no site, conhecer um pouco mais do Existe em primeiro lugar um desafio tecnológico
universo da marca, receber dicas de styling dos em desenvolver uma plataforma que se integre
vendedores, deixar produtos para devolução e bem com as diferentes características de cada
buscar encomendas. canal. Além disso, existe o desafio de garantir que
o cliente terá uma experiência padronizada em
O que essa estratégia significou para vocês todos os canais, que as condições comerciais, o
repensarem os processos de armazenamento, atendimento e as estratégias de comunicação
estoque e logística dos produtos? sejam bem alinhadas entre todos os pontos de
Buscamos sempre simplificar os processos e contato. Por outro lado, uma estratégia
oferecer a melhor experiência de compra ao omnichannel bem estruturada gera fidelização e
consumidor. Prazo de entrega é algo muito retenção da base de clientes. Hoje, as clientes
valorizado pelo cliente online, então criamos uma têm acesso a muitas informações antes de
rede de parceiros logísticos e desenvolvemos finalizar uma compra, comparam preços,
ferramentas tecnológicas que, através de dados, verificam avaliações, prazos de entrega, e, com
nos ajudam a ter entregas muito rápidas para nosso modelo omnichannel e direct to
nossas clientes. Essa mesma rede é usada nas consumer, conseguimos oferecer produtos de
compras que acontecem nos Guide Shops. Em alta qualidade com ótimos preços, entregamos
relação ao estoque, queremos garantir máxima rápido, temos um ótimo atendimento pós-venda
eficiência, evitando que um produto fique parado e pontos físicos espalhados nos principais
num ponto de venda físico, enquanto tem um shoppings do Brasil. Tudo isso gera confiança na
cliente que deseja o mesmo produto, mas não cliente para continuar investindo na AMARO.
está disponível. Dessa forma, o estoque pode ser
bem aproveitado por toda a rede de Guide Shops, Como as startups e inovações tecnológicas
que expõem aproximadamente 600 SKUs cada, podem ajudar a melhorar ainda mais essa
enquanto nosso site tem mais de 10 mil produtos, experiência?
e toda semana lançamos novidades. Seria Queremos estar próximos das empresas e ser os
inviável, assim, trazer todo esse mix de produtos primeiros a conhecer o que as startups de
para um ponto físico, por isso investimentos em inovação estão desenvolvendo e somos um
telas, tablets e computadores para que as ótimo parceiro para implementar suas soluções
clientes possam conhecer todos os de forma simples e rápida.
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Aprofundamento
Fidelização dos
clientes
Além da preocupação em atrair os consumidores para as
lojas físicas, otimizar e melhorar a experiência deles dentro dos
estabelecimentos, entregar os produtos das formas mais rápidas
e convenientes possíveis, as varejistas também passaram a
dedicar seus esforços na fidelização de seus clientes. A
importância de elas pensarem nessa temática se dá,
principalmente, pela crescente força que eles têm ganhado. De
acordo com uma previsão da Gartner, até 2020, clientes com
más experiências poderão destruir 30% dos negócios digitais.
Isso, pois os consumidores 3.0, assim como são chamados por
estarem mais empoderados, passaram a dar mais feedbacks e a
compartilharem suas experiências e opiniões na internet,
utilizando principalmente as redes sociais como meio de
divulgação. As consequências disso, assim como mostra a
pesquisa O Perfil do Consumidor 3.0, desenvolvida pela
NeoAssist, serão uma corrida por melhores atendimentos às Empresas que direcionam seus
expectativas dos consumidores. Segundo a pesquisa, até 2020 as esforços para entender a
experiências dos clientes serão um dos principais fatores de jornada dos clientes e suas
diferenciação das marcas e, portanto, atentar-se à opinião deles percepções são 80% mais
será essencial para a sobrevivência das empresas. propensos a:
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mais no Brasil. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Empresas do Mercado de
Fidelização (ABEMF), que analisou informações coletadas de suas associadas a Mastercard e Visa
(Dotz, Grupo LTM, Multiplus, Netpoints, Smiles e Tudo Azul), 121 milhões de cadastros em programas
de fidelidade no Brasil no primeiro semestre de 2018. Neste mesmo período foram emitidos mais
de 130 bilhões de pontos, tendo sido resgatados 117 bilhões de pontos. O crescimento no número
de consumidores cadastrados fez com que o faturamento bruto das empresas atuantes neste
mercado aumentasse de R$ 2,96 bilhões, registrado no primeiro semestre de 2017, para R$ 3,35
bilhões, mesmo período em 2018. Ainda segundo a ABEMF, a preferência pelo resgate de prêmios é
a troca por bilhetes aéreos (73,9%). Em relação ao acúmulo de pontos, 88,9% são originados nos
setores de varejo, serviços e bancos, principalmente dos cartões de crédito.
A seguir, vamos nos aprofundar justamente nestes três tópicos - feedbacks, fidelidade e
cashback - por considerarmos de suma importância para a construção do futuro de curto prazo do
varejo físico e seu relacionamento com o digital.
+ 130 bilhões
de pontos emitidos
+ 117 bilhões
de pontos resgatados
75
Fidelização dos clientes
Coleta e análise de
feedbacks
A importância de coletar e analisar feedbacks como estratégia de fidelização dos
consumidores se dá pela possibilidade de otimizar os produtos, serviços e atendimentos com base
na percepção dos próprios consumidores da marca. Ao ter insights sobre como é possível melhorar
a experiência do cliente, as marcas podem, inclusive, aumentar a retenção deles.
Ao mesmo tempo, uma das primeiras dúvidas que surge quanto a essa questão é: como e
onde coletar esses feedbacks? E essa é justamente uma dificuldade enfrentada pelas empresas
que se dedicam a entender a percepção dos consumidores. Uma das maneiras que tem sido
utilizada por elas é o social listening, que consiste no monitoramento de redes sociais com o intuito
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de entender o que os consumidores acham dos produtos e marcas. Essa estratégia identifica
quando, por que e por quem são citados. Uma das vantagens do social listening é captar
insatisfações fora dos canais oficiais da empresa. A estratégia tem se tornado cada vez mais
importante por conta da força das redes sociais, principalmente no Brasil. De acordo com uma
pesquisa realizada pela eMarketer, o Brasil é o país com mais usuários de redes sociais no
continente. Em 2014 havia 78,1 milhões de usuários mensais ativos que acessam uma rede social ao
menos uma vez por mês), número que subiu para mais de 90 milhões em 2016. A estimativa é que
haja 105,2 milhões até 2020.
Multicanalidade
Social listening para coleta de
feedbacks
Validação de reviews
NPS para
Inteligência artificial
entendimento de
para clusterização de
detratores e
perfis AI para transformar
promotores de marca
feedbacks em
insights
Além de poderem captar as percepções por meio do social listening, as empresas também
disponibilizam pesquisas de satisfação a fim de coletar os feedbacks de forma proativa, como faz a
Apple, como citamos anteriormente. No Brasil, o Gorila App, startup fundada em 2016, trabalha
justamente neste mercado. O Gorila App é uma plataforma que faz gestão da satisfação dos
clientes em tempo real. Por meio dela os clientes podem criar pesquisas, determinando as métricas
mais importantes, e disponibilizá-las em diversos canais de coleta, como e-mail, web, SMS, redes
sociais, QR codes e WhatsApp. O Gorila App também comercializa totens de pesquisa, com os quais
é possível disponibilizar pesquisas de satisfação de forma offline com sincronização automática
com os sistemas das empresas, e, em locais estratégicos dos estabelecimentos físicos, chamar a
atenção dos consumidores para que deem suas opiniões. Atendendo os segmentos de varejo,
educação, automotivo, hotelaria, turismo, feiras, eventos, instituições financeiras e companhias
aéreas, a startup já conta com grandes clientes, como Honda, Sicredi e ESPM.
A TrustVox é uma startup criada com o propósito de certificar e auditar os processos que
envolvem a coleta e publicação de reviews nos comércios online. Desde a sua fundação, em 2013,
entrega aos seus clientes insights sobre a percepção dos consumidores, para que consigam
entender os pontos de melhoria da operação. O sistema da startup, que utiliza inteligência artificial
principalmente para diferenciar o que foi opinado sobre o produto e sobre a loja separadamente,
pode ser integrado às plataformas dos e-commerces. Assim, após o recebimento dos produtos, é
disparado um e-mail ou uma mensagem via WhatsApp para que os consumidores possam opinar
sobre a loja, o produto adquirido e a entrega.
Hoje, a TrustVox tem mais de 1.200 clientes, dentre eles LG, Leroy Merlin, Electrolux,
RiHappy, Centauro, Telha Norte e Raia Drogasil, além de inúmeras PMEs. Tatiana Pezoa,
Cofundadora da TrustVox, conta que, há alguns anos, a startup tinha o desafio de sensibilizar as
corporações sobre a importância de as opiniões dos consumidores serem expostas. “Atualmente,
por causa da internet, das redes sociais e da democratização da tecnologia e das informações,
aaaaa
77
percebemos que ficou mais fácil explicarmos a razão de existirmos, mas ainda existe receio”, diz.
Segundo ela, estamos na economia da reputação e da confiança, na qual o consumidor pesquisa e
busca informação. Dessa forma, nenhum varejo ficará isento da reputação e das pessoas opinarem
sobre elas. “Ou as empresas passam a conhecer e a valorizar a opinião dos consumidores ou
acabarão morrendo. Precisam, sobretudo, entender como é possível aprender com as opiniões”,
continua.
O Grupo Rosset, uma das maiores empresas do setor têxtil do país, responsável por marcas
como Cia Marítima e Valisere, tem sido cliente da TrustVox há anos. Gabriela Rosselli, Coordenadora
de E-commerce do Grupo Rosset, afirma que a parceria com a TrustVox permite que as marcas do
grupo estreitem seus relacionamentos com os consumidores por mostrar a eles que suas opiniões
importam. “Por termos um processo facilitado, passamos a ter mais tempo disponível para
retrabalharmos as descrições dos produtos com base nos reviews dados pelos consumidores.
Também passamos a dedicar esforços na melhoria dos produtos, atendimento e entregas por
causa da TrustVox”, continua. Ela também conta que a integração dos canais está no radar do
grupo como uma estratégia alinhada ao estreitamento do relacionamento com os consumidores.
“Ter o conhecimento sobre perfis de compra e opiniões dos nossos clientes nos ajuda, inclusive, na
estratégia de onicanalidade. Entendemos que o consumidor nem sempre voltará no mesmo canal,
mas ele precisará ser ouvido em todos”.
Além da coleta das percepções dos consumidores, outra dificuldade que muitas empresas
enfrentam é na análise de feedbacks, principalmente os qualitativos. Isso, pois a interpretação dos
dados se torna complexa, uma vez que as respostas podem não possuir um padrão claro. Nessa
questão, a implementação de inteligência artificial para big data analytics tem se tornado
essencial. A Keatex trabalha justamente com essa dificuldade. Fundada em Montreal, no Canadá,
em 2015, a startup utiliza de machine learning e NLP para transformar feedbacks textuais em
insights. Fazendo a acuracidade das respostas com filtros avançados de dados, organizam-nas em
elogios, problemas, sugestões e dúvidas. Além disso, também detecta tendências negativas e
permite que os clientes possam monitorar a evolução das percepções e ações tomadas ao longo do
tempo. Alguns dos clientes da Keatex são a American Express, a Xerox e a BRP. Desde a sua
fundação, já processou mais de 18 milhões de comentários.
78
Fidelização dos clientes
Programas de
fidelidade
A utilização de programas de fidelidade como forma de reter os consumidores não é uma
estratégia nova. Com raízes em estratégias de companhias aéreas e cartões de fidelidade físicos,
tais programas têm cada vez mais se digitalizado e chamado a atenção de empresas varejistas. De
acordo com a pesquisa Loyalty Programs – Rewarding the Customer Experience, realizada pela
Boston Retail Partners, publicada em 2015, os programas de fidelidade são prioridade para 46% das
varejistas norte-americanas; 33% delas afirmaram possuir uma estratégia voltada para o mobile e
apenas 29% delas permitem o resgate de pontos via aplicativo para smartphones, mas 56% afirma
planejar uma participação estratégica em mobile nos próximos cinco anos. O estudo ainda aponta
que alguns dos benefícios dos programas de fidelidade são poder identificar o consumidor dentro
da loja em tempo real para possibilitar uma venda guiada, customizar os prêmios com base nas
preferências de cada consumidor, utilizar gamificação para engajar os clientes em uma interação
social, além de poder rastrear a atividade dos resgates.
A utilização do meio digital alinhada aos programas de fidelidade próprios das varejistas
com o objetivo de personalizar a comunicação e as ofertas como forma de fidelização dos
consumidores tem sido o foco de inúmeras empresas varejistas, inclusive brasileiras, como o Grupo
Boticário. De acordo com Helio Tadashi Omoto, Coordenador de CRM no Grupo Boticário, a
empresa tem buscado trabalhar ações assertivas e personalizadas tanto na abordagem quanto nas
ofertas. Segundo ele, quando o cliente se sente valorizado, ele de fato se torna fiel e o meio digital é
a forma mais fácil e barata de capturar informações e se comunicar com os clientes atualmente.
“Temos feito o máximo possível para aproveitar as mídias digitais para nos comunicarmos com o
consumidor de maneira personalizada”, diz. Omoto ainda afirma que startups podem auxiliar as
estratégias de fidelização dos consumidores nas lojas físicas aumentando o alcance de
comunicação, ajudando a diminuir o atrito de compra e a capturar mais informações dos clientes,
buscando a personalização das ofertas.
O relatório 2018 POS/Customer Engagement Survey, publicado pela BRP, também mostra
que o engajamento por meio de personalização será ainda mais importante para a atração e
retenção de consumidores. Entre as varejistas entrevistadas, 62% delas afirmaram que a
identificação do perfil de cada cliente será uma prioridade e, dentre os próximos três anos, 83% irão
sugerir produtos com base em compras anteriores. Alex Salles, Gerente de Pesquisa e Inteligência
de Mercado na Leroy Merlin, afirma que o conceito de compra preditiva e envio de ofertas
exclusivas aos seus consumidores, com base em seus comportamentos de compra, é uma a
79
oportunidade muito importante para as varejistas. “Na Leroy Merlin trabalhamos muito as
next-step-offers e as compras recorrentes. Também passaremos a implementar o conceito de
research online, purchase offline (ROPO), que consiste no comportamento de pesquisar os
produtos nos meios digitais e comprar nas lojas físicas. E será neste momento em que mais
precisaremos do apoio de startups. Elas poderão nos ajudar a identificar os consumidores,
entendendo se são membros do nosso programa de fidelização, identificar seus comportamentos
de compra, ofertar algo personalizado para eles e retê-los”. Salles conta que atualmente o
programa de fidelização da Leroy Merlin tenta fugir do tradicional, procurando ser algo além de
somente benefícios. Focando no enriquecimento da base de dados, e preocupados com
preocupados com a questão de opt-in, buscam estudar os momentos de vida dos consumidores,
oferecendo conteúdos pertinentes a eles, segundo ele. Grande parte da razão do sucesso do
programa se dá pelo mindset de que os consumidores são onicanais. “Fazemos com que o
programa de fidelidade seja uma forma de nos comunicarmos com esse cliente. Então, além dos
descontos, como reversão das compras em pontos, buscamos convidá-los para ter uma experiência
nas lojas físicas, como eventos, cursos e treinamentos”, afirma.
O GPA, controlador de algumas das mais importantes marcas do varejo nacional como
Extra e Pão de Açúcar, é outro exemplo de empresa que já implementa em seus programas de
fidelidade o conceito de compra preditiva e envio de ofertas personalizadas. Segundo Illan Israel,
Head de Inovação do GPA, por meio dos aplicativos Pão de Açúcar Mais e Clube Extra, as marcas
puderam conhecer melhor cada cliente. “Sabemos claramente quais ofertas os consumidores
ativam e quais não ativam. Somando isso com as demais funcionalidades, conseguimos
compreender com mais clareza as necessidades deles e entregar a melhor experiência de compra
personalizada”, diz. Israel ainda explica que os canais digitais permitiram ao GPA trabalhar
fortemente com soluções que minimizam o atrito na jornada de compra, privilegiando uma maior
personalização para cada cliente, aumentando a eficiência nos processos e criando uma
convergência entre todos os canais e pontos de contato. Ainda assim, ele conta que gerenciar a
base de dados da forma mais inteligente possível e extrair dela todas as informações relevantes
para entregar a melhor experiência é um desafio. O omnichannel no varejo do Brasil também é
apontado por Israel como outro ponto importante a ser superado.
Next-step-offers e
Customer behaviour compras
recorrentes
Research online,
purchase offline
Personalização de
Compra preditiva
ofertas
Programas de
fidelidade de coalizão
80
Pensando no impacto da onicanalidade na fidelização dos consumidores para as PMEs,
Ronald Domingues, Diretor de Finanças e Estratégias da Multiplus, afirma que uma empresa que
tem uma estratégia de fidelização bem sucedida atenta-se a três pontos. O primeiro considera que
a estrutura, o processo e o modelo de gestão sejam orientados pela satisfação do cliente. O
segundo considera que a corporação deve ser obcecada por dados, procurando sempre entregar
uma experiência personalizada. E o terceiro ponto considera uma cultura digital enraizada no dia a
dia dela. “Somente alinhando esses três pontos, a empresa será capaz de entregar uma experiência
sem atritos nos diversos canais da empresa, pois hoje o consumidor transita entre um ambiente e
outro sem notar e não quer esforços ou barreiras que o impeçam de ter uma experiência fluida”,
diz. Segundo ele, entender e implementar estratégias que considerem os canais digitais é
primordial. “Com os meios digitais, é possível tanto criar ações que incentivem os consumidores a
ter descontos em lojas físicas, como também oferecer a possibilidade de comprar na loja e entregar
na residência”. Ao mesmo tempo, Domingues chama a atenção para a participação de startups
neste cenário. “Trabalhar em conjunto com uma startup traz muito mais agilidade para fazer as
estratégias saírem do papel, trazendo crescimento exponencial para as empresas. Elas podem
inclusive criar tecnologias que possam ser facilmente escalonadas e que identifiquem quando um
consumidor entra em uma loja para sugerir produtos de compra”, afirma.
As PMEs também têm sido o foco da FideliZi, fundada em 2014, em Campinas, São Paulo.
Sendo uma plataforma de gestão de programas de fidelidade, a solução formata os programas
pensando nas características próprias de cada estabelecimento, integrando os sistemas, os painéis
e os relatórios com CRMs, contando com recursos avançados de automação de e-mail marketing
baseado em inteligência artificial. Vitor Kosaka, Cofundador e COO da startup, conta que
disponibilizam um tablet para as lojas, com o intuito de transformar a experiência em algo
interessante para todos os envolvidos com gamificação e interatividade. “Conseguimos resultados
de 200% a 500% superiores a qualquer aplicativo que existe no mercado. Enquanto os softwares
estão falhando com uma taxa de 95% das vezes que são implementados, vamos na mão oposta:
mais de 95% das nossas implementações são bem sucedidas”, conta. Ao mesmo tempo, Kosawa
afirma que ainda existe uma miopia quanto ao mercado de fidelização, mas, na percepção dele,
isso tem mudado. “Depois que as empresas entendem que podem ganhar mais dinheiro e que os
clientes podem não voltar se não houver um programa focado neles, a importância da nossa
solução fica mais fácil de ser entendida”, finaliza.
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Fidelização dos clientes
Cashback
Uma pesquisa realizada pela McKinsey com mais de mil brasileiros mostrou que, por conta
da crise econômica que o país enfrentou nos últimos anos, os consumidores brasileiros estão mais
preocupados com aspectos financeiros. A maior parte dos entrevistados afirmou que, mesmo se
ganhasse 10% a mais, gastaria apenas ¼ desse dinheiro extra somente em necessidades básicas,
como comidas e bebidas. A consultoria ainda mostra que três em cada quatro entrevistados
acreditam estar cada vez mais buscando maneiras de economizar dinheiro. Além disso, ⅓ dos
entrevistados afirmaram que não abandonaram suas marcas favoritas, mas passaram a visitar
inúmeras lojas procurando o melhor preço e aguardando promoções.
Assim como Ofli Guimarães, fundador da Méliuz, coloca em um artigo escrito para o portal
Startupi, esse momento se torna ainda mais propício para a implementação de programas de
incentivo de compras, como o cashback, que se tornam uma alternativa positiva para os
consumidores, que têm seus benefícios ampliados, e também para as varejistas, que podem
aumentar suas margens brutas de lucro. Sendo uma modalidade de pagamento que devolve aos
consumidores parte do dinheiro gasto nas compras em forma de bônus ou dinheiro em conta
corrente, o cashback foi adotado em grande escala na década de 1990 nos Estados Unidos e tem se
mantido firmemente nos dias atuais. Uma das razões pela qual tem sido muito utilizado por
varejistas não só online, mas também físicas, é pelo fato de incentivarem a fidelização por meio da
recorrência e por aumentar o ticket médio. Isso, pois quanto maior e mais frequente for o uso do
programa, maiores são as taxas de retorno.
82
valores de reembolso devido para cada aquisição, que são cumulativos e ficam armazenados na
conta até atingir um valor mínimo para o resgate. Hoje a startup conta com mais de 2 mil
parceiros, dentre eles tanto varejistas físicas como online, como Amazon, Netshoes, Casas Bahia,
Boticário, que definem a porcentagem do retorno financeiro, que geralmente varia entre 1% a 5%.
Recompra
Cross-sell / Up-sell
inteligente
Personalização de
ofertas
Analytics para Estratégia
captação de hábitos Online-to-Offline
de consumo (O2O)
Retenção do
consumidor
Outra startup que entrega soluções nesse sentido é a GETMORE, sendo uma plataforma de
cashback na qual os usuários podem realizar compras em mais de 500 parceiros, fundada em 2015,
em Florianópolis, Santa Catarina. Desenvolvendo tecnologias próprias de indexação e busca de
produtos, a startup também utiliza reconhecimento de caracteres na captura de informação direto
da tela do PDV, com o intuito de obter informações sobre o público consumidor para poder
direcioná-lo a ofertas inteligentes do mundo físico, enviando mensagem para a pessoa certa, no
momento certo. Atualmente trabalham com dois modelos: B2C, com um aplicativo para usuários,
mostrando cashback em produtos online e offline e um dashboard interativo para os varejistas, e
também B2B, provendo toda a tecnologia para a operacionalização de sistemas de fidelização.
83
A GETMORE foi responsável pelo desenvolvimento do sistema de cashback integrado à
plataforma de fidelização da Yalo, uma plataforma de benefícios focada em saúde e qualidade de
vida. Permitindo que os consumidores também tenham a possibilidade de resgate nas lojas físicas,
a Yalo tem como objetivo disponibilizar aos consumidores um programa no qual não só tenham
descontos, benefícios em outros serviços, mas também a possibilidade de receberem parte do valor
gasto em bônus. “Acreditamos que a fidelização é algo que acontece em um composto. Se
oferecermos só desconto, a fidelização vai ser baixa porque outros podem oferecer, e o mesmo
acontece para a disponibilização de produtos ou benefícios mais financeiros. Entretanto, se
tivermos uma plataforma que oferece esses três pilares, nossa possibilidade de fidelizar os clientes
será mais forte”, afirma Antonio Castilho, Fundador e CEO da Yalo. Ele também conta que um dos
principais desafios enfrentados por eles quanto a fidelização dos consumidores é ter uma boa
oferta de produtos que motivem os clientes a continuarem envolvidos no programa. Segundo ele,
as tecnologias têm um papel importante na solução dessa dificuldade. “Elas dão escalabilidade,
segurança e estímulo. Permitiram que as varejistas tivessem mais controle sobre aquilo que
estavam oferecendo. Tornaram mais fácil a personalização das ofertas com clusterizações dos
públicos. O trabalho dos dados foi facilitado por ferramentas de BI e análises automatizadas de big
data”, diz.
84
A Polishop opera, desde a sua fundação, de forma omnichannel. E,
apesar de termos sofrido menos com a integração dos canais por termos sido
constituídos para sermos agnósticos a qualquer canal, também passamos por
um momento de transformação digital, que consiste em nos adequarmos,
procurando atender os consumidores independente de onde estiverem.
Entendemos que os consumidores têm hoje uma jornada diferente da que
tinham antes. Sabemos que se não estivermos presentes nos canais que eles
estão, logo estaremos fora do jogo. Não nos importa se o cliente adquiriu um
produto por conta da comunicação feita na TV, no site ou na loja; procuramos
garantir a experiência do cliente, tornando-a a mais conveniente possível. Foi
com esse mindset que iniciamos o nosso relacionamento com a GETMORE,
que nos apresentou uma solução diferente de cashback e fidelidade, que Rogério Nogueira
Diretor de Comunicação
poderia ser integrada às nossas plataformas. Esse relacionamento nos
& Marketing na Polishop
permite personalizar nosso relacionamento com os consumidores em escala.
CASES
85
INVEST
TALKS
Powered by:
O consumidor cada vez mais tem uma jornada mista entre online e offline (omnichannel) até
sua decisão de compra, ele consulta de forma online preços e avaliações de terceiros do produto, mas
quer ter o contato offline em lojas físicas. As grandes marcas mudaram então o conceito das lojas de
serem meros pontos de vendas para serem ambientes de experiência, conexão e posicionamento. Do
outro lado, para o pequeno varejista, torna-se necessário adotar ferramentas de marketing para
aquisição e engajamento de clientes.
Quando falamos de logística, o maior desafio está nas proporções continentais do território
brasileiro. A otimização do custo e tempo logístico é sem dúvida uma das grandes barreiras para a
disseminação do e-commerce, quem incorporar soluções eficazes a essa categoria terá uma grande
vantagem competitiva sobre seus concorrentes.
Por último temos a categoria de pagamentos no ponto de vendas. Neste ano acompanhamos
o IPO de dois gigantes nesse setor – PagSeguro e Stone que por si só já mostra o quanto a
sobreposição entre Retail Tech e Fintech é atrativa aos investidores e representa um mercado
extremamente cobiçado.
86
INOVAÇÃO NO VAREJO |
Priorizando a experiência
do consumidor
Powered by:
Quando a empresa oferece uma experiência personalizada, os clientes passam a comprar com
mais frequência, tornam-se leais à marca e compartilham suas vivências com os amigos. Cerca de 90%
dos consumidores brasileiros considera a boa experiência como fator fundamental para suas decisões
de compra, conforme a pesquisa PwC “Experiência é tudo”, e essa experiência diferenciada pode
permitir um aumento em até 23% do preço de produtos e serviços.
Por outro lado, você imaginaria perder quase metade dos seus clientes em um único dia? É
exatamente isso o que pode acontecer depois de uma única experiência ruim com seu produto ou sua
marca. Mesmo que adorem uma marca ou um produto, 47% dos brasileiros dizem que parariam de
comprar de uma empresa após uma única experiência negativa, enquanto 40% indicam um pouco
mais de persistência e parariam de comprar após algumas experiências negativas.
É interessante perceber que, em 80% dos casos, o que falta para a experiência seja
considerada diferenciada soa razoavelmente simples: velocidade, conveniência e “aquele” toque
humano encabeçam a lista de prioridades dos consumidores brasileiros. Claro que velocidade pode
significar algo tão simples quanto atendimento imediato ou tão complexo quanto uma entrega
instantânea. Mas, dado que mais de 40% dos participantes da Pesquisa Global Consumer Insights da
PwC dizem que pagariam mais para receber suas compras no mesmo dia, inovações nesse sentido
podem ser não somente diferenciadoras mas também novas fontes de receita.
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DEZEMBRO 2018
EQUIPE E CONTATOS
88
REALIZAÇÃO:
APOIO:
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