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DRONES NA AGRICULTURA

Felipe Silveira Dal Bosco

A história dos drones surgiu a partir de uma inspiração que os alemães tiveram em um tipo
específico de bomba que realmente se parecia muito com um drone para a época, que era a buzz bomb,
ela recebeu este nome por conta de seu barulho feito em quanto estava non ar. Essa bomba foi um
sucesso para a Alemanha por conta de sua velocidade constante e por voar apenas em linha reta,
foram lançadas mais de 1000 bombas dentro da Segunda Guerra mundial, após isso foi criada sua
sucessora.

Figura 1. Imagem da bomba-voadora de modelo V-1

Em 11977 um engenheiro espacial israelita conhecido como Abraham Karem teria chegado
nos EUA, para pilotar um drone naquela época eram necessárias 30 pessoas. Diante dessa situação
Abraham fundou a empresa Leading System, e com alguns poucos recursos tecnológicos, como fibra
de vidro caseira e restos de madeira, deu origem ao Albatross.
Figura 2. Drone Albatross

No Brasil a história dos drones foi marcada pelo BQM1BR, o primeiro VANT (Veículo aéreo
não tripulado) registrado no país, que foi feito pela CBT (Companhia Brasileira de Tratores) o
protótipo tinha o objetivo de servir de alvo aéreo e realizou seu primeiro voo em 1983. Além deste
também foi produzido pela Embravant o Gralha Azul, outro VANT que tinha 4 metros de
envergadura, podendo realizar um voo continuo sem recarga durante 3 horas.
Agora falando um pouco de como os drones agrícolas entraram para a história, os primeiros
drones na área agrícola foram usados para mapeamento e levantamento de safras, porém desde então
as suas capacidades de expansão tecnológica só aumentaram de uns anos para cá, utilizados tanto
para semeadura como irrigação e até mesmo pulverização.
Uma das primeiras empresas a desenvolver o drone agrícola foi a PrecisionHawk, que foi
criada em 2010, ela começou apenas com as vendas de software que era utilizado com drones de
consumo para transformá-los em robôs voadores que iriam coletar dados sobre plantações. Já o
primeiro drone de consumo foi lançado pela empresa japonesa Aeroctronic em 2006, logo muitas
outras empresas começaram a fazer o mesmo.
Os primeiros drones agrícolas eram drones que foram modificados, como por exemplo o
acoplamento de câmeras que mostrou ser muito eficiente para as pesquisas em plantações. Porém
com o tempo alguns drones mais específicos começaram a ser desenvolvidos por empresas como para
mapeamento de áreas e levantamento de safras.
A PrecisionHawk lançou em 2014 o próprio drone deles que foi projetado inicialmente para
aplicações agrícolas, que foi chamado de Lancaster.
Figura 3. Drone do modelo Lancaster

Partindo para a aplicação dos drones nas lavouras eles a partir dos mapeamentos aéreos feitos,
os drones ajudam muito para a aplicação de insumos tanto no controle de pragas e doenças como o
uso de fertilizantes para o solo da lavoura, a pulverização deles é muito precisa e principalmente
econômica.
As vantagens de se ter um drone é de se conseguir aplicar em terrenos acidentados, onde
máquinas teriam o difícil acesso ou até mesmo seria perigoso para o operador, a diminuição do
amassamento também é muito importante, pois se for uma lavoura grande a perda seria bem
significante, se compararmos também com as aeronaves maiores como os aviões aplicadores o custo
para aplicar e de manutenção de um drone é bem menor para se manter.
O uso de drones agrícolas acaba por produzir mais com menos recursos, o que permite que a
propriedade do produtor seja mais sustentável. Muito importante também por conta da localização de
áreas degradadas e identificação de focos de incêndio.
Os drones também servem para análise de plantações e detecção de doenças e pragas, também
o excesso ou falta de irrigação e falhas no plantio também é possível fazer uma leitura da cor das
plantas dependendo da altura em que o drone está sendo controlado.
Os drones também podem se casar muito bem com outras tecnologias do mercado que
necessitariam mão de obra, como o NDVI, basicamente é a biomassa fotossinteticamente ativa, ou
seja essa tecnologia mostra quais plantas estão saudáveis e quais não estão. Com a utilização do NDVI
em drones, eles conseguem a partir de um voo pelo plantio mapear em quais áreas da plantação estão
sadias e quais não, assim no final de tudo gerando um mapa para que o produtor tenha uma imagem
geral de como está a saúde da sua lavoura.
No Brasil quem dita as regras para os usos de drones, como quais podem ser utilizados peso
e tamanho, é a Agência Nacional de Aviação Civil. Recentemente foi simplificado as regras em
questão do uso de drones para a agricultura. Em 01° de maio de 2023 entrou em vigor a Resolução
n° 710, Emenda n° 03 ao RBAC-E n° 94 que simplificou o cadastro do uso de drones para a
pulverização em campo.
Existem 3 classes que foram feitas para dividir os drones em categoria de peso, a classe 1 pode
conter o peso máximo de decolagem maior que 150 kg, a classe 2 o peso máximo de decolagem é
entre 25 e 150 kg, já a classe 3 o seu peso máximo permitido para decolagem é de até 25 kg.
Os drones que estiverem operando para dispersão de fertilizantes e defensivos em uma linha
de visada visual em até 400 pés (120 metros de altura), serão encaixados na classe 3 de drones, não
dependendo de seu peso máximo.

Figura 4. classes dos drones

Agora falando sobre algumas desvantagens na utilização de drones agrícolas, a capacidade


de carga ser limitada, para produtores que tem grandes áreas isso pode ser um problema
significativo por conta de a capacidade de carga de insumos ser limitada em comparação a outras
máquinas, também podemos falar em relação a bateria deles que obviamente é limitada para seu
voo, os drones também não se saem muito bem quando se trata de climas adversos como ventos
fortes, chuvas mais fortes e até mesmo temperaturas extremas. O custo inicial para se ter um drone
também não é barato, o investimento inicial é bem considerável sem falar do treinamento que a
pessoa que vai operar deve saber incluindo os equipamentos a mais. A manutenção desses drones
também será um custo adicional para o bolso do produtor, a substituição de peças que foram
danificadas pode sair bem mais caro do que o espera dependendo de qual for a marca do drone,
podendo ser um drone importado as peças provavelmente sairão mais caras.

Referências

GONÇALVES, Bruno Vantagens e desvantagens de Drones, Pulverizadores Terrestres e


Aviões Agrícolas. 6 jun. 2023. Disponível em: < https://agrocr.com.br/2023/06/06/vantagens-e-
desvantagens-de-drones-pulverizadores-terrestres-e-avioes-agricolas >. Acesso em: 23 out. 2023.
NETO, Manoel. NDVI com Drones: A saúde da vegetação através de imagens. 6 out. 2014.
Disponível em: < https://blog.droneng.com.br/ndvi-com-drones-saude-da-vegetacao-atraves-de-
imagens/ >. Acesso em: 23 out. 2023.
CALIXTO, Felipe, Aprenda sobre o uso de drones na agricultura. 2023. Disponível em: <
https://itarc.org/uso-de-drones-na-agricultura >. Acesso em: 22 out. 2023.
SINDAG, Fundação Roge. 5 funções do drone na agricultura. 21 out. 2022. Disponível em: <
https://summitagro.estadao.com.br/tendencias-e-tecnologia/5-funcoes-do-drone-na-agricultura/ >.
Acesso em: 24 out. 2023.
AGRISHOW, Redação. Drones para agricultura: regras simplificadas prometem um “boom”
no campo. 3 jul. 2023. Disponível em: < https://digital.futurecom.com.br/agronegocio/drones-para-
agricultura-regras-simplificadas-prometem-um-boom-no-campo >. Acesso em: 25 out. 2023.

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