PÓS-GRADUAÇÃO EM

ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA E SAÚDE OBJETIVOS DA AULA

- Organizar seus pensamentos

INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DA - Colocar suas idéias no papel
PESQUISA CIENTÍFICA
- Comunicar
Comunicar--se de maneira adequada no
meio científico
PROF. MS. CLÓVIS ARLINDO DE SOUSA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Confundir
Confundir!!!
!!!
FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA
clovissousa@usp.br

2008 Prof. Clóvis Sousa 1 2008 Prof. Clóvis Sousa 2

RESUMO Prezado aluno de Pós-

Pós-Graduação em potencial:

- Definição, objetivos e classificação da Ciência;

Ciência;
- Tipos de conhecimento
conhecimento;; - Antes de começar esta aula, é necessário
- Método Científico;
Científico; determinar se você é ou tem potencial para ser
- Conhecimento Científico
Científico;;
um estudante
t d t de d pós-
pós
ó -graduação
graduação.
d ã . Marque
M um
- Pesquisa
Pesquisa:: O que é? Tipos, objetivos
objetivos...;
...;
ponto para cada frase que se aplica a você:
você:
- Problemas de pesquisa;
pesquisa;
- Como ler pesquisa?
- Palavras e expressões que devem ser evitadas
evitadas;; Você certamente é um aluno de Pós-
Pós-Graduação se...
- 10 mandamentos da boa escrita – e alguns mais
mais..

2008 Prof. Clóvis Sousa 3 2008 Prof. Clóvis Sousa 4

__ seu local de estudo é mais bem decorado do que seu apartamento ou casa;
casa;
ESCALA DE PONTUAÇÃO
PONTUAÇÃO::
__ você alguma vez levou um artigo acadêmico para um bar
bar;;
Modificado de Thomas e Nelson, 2002.
__ você avalia bares pela disponibilidade de tomadas para seu laptop
laptop;;

__ você alguma vez discutiu algum tema acadêmico em um evento esportivo;

esportivo;
> 5 : Provavelmente um aluno de especialização
__ você realmente tem uma preferência entre pen drive e DVD RW;
RW;
> 8 : definitivamente aluno de mestrado ou doutorado
__ você acha as listas de referência dos artigos mais interessantes do que o texto
texto;;
= 10
10:: aluno de pós-
pós-doutorado
__ você se descobre explicando para crianças que você está na “20
20ª
ª série”
série”;;

__ você tem mais cartões de fotocópias do que cartões de banco

banco;;

__ você começa a referir-

referir-se a histórias como Branca de Neve e col.;
col.;
Humoristicamente,

__você se pergunta se a ABNT permite que você cite o falar com você mesmo como Professores de Métodos de Pesquisa
uma “comunicação pessoal”.
pessoal”.
2008 Prof. Clóvis Sousa 6

1
 CIÊNCIA CIÊNCIA
DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO

Conhecimentos Racionais
Etimologia: Ciência vem da palavra latina scientia -
Etimologia:
conhecimento;;
conhecimento
Obtidos Metodicamente

Conhecimentos através de um conjunto de

proposições lógicas correlacionadas sobre um certo Sistematizados
fenômeno que se deseja estudar
estudar;;
Verificáveis
Obtidos e testados através do método científico
científico..
Relativos a objetos de uma mesma natureza
2008 Prof. Clóvis Sousa 7 2008 Prof. Clóvis Sousa 8

OBJETIVOS E FINALIDADES DA CIÊNCIA PARTICULARIDADES DA CIÊNCIA

Analisar - A ciência é pautada em uma lógica racional,

sistemática, exata, verificável e portanto falível
falível;;

Explicar - A preocupação da ciência gira em torno dos

fenômenos empíricos (observações sobre o mundo).
mundo).

Predizer - O fenômeno é um fato tal como ele é percebido por alguém

2008 Prof. Clóvis Sousa 9 2008 Prof. Clóvis Sousa 10

CLASSIFICAÇÃO DA CIÊNCIA TIPOS DE CONHECIMENTO

- Popular
- Religioso
- Filosófico
- Científico

2008 Prof. Clóvis Sousa 11 2008 Prof. Clóvis Sousa 12

2
 TIPOS DE CONHECIMENTO TIPOS DE CONHECIMENTO

Conhecimento Popular Conhecimento Filosófico

- É transmitido de geração para geração por meio de uma - Consiste em hipóteses que não podem ser testadas;
testadas;
educação informal e baseado em imitações e experiências
- As hipóteses
p filosóficas baseiam-
baseiam-se na experiência
p e não na
pessoais;;
pessoais experimentação;;
experimentação

- Empírico e desprovido de informação sistematizada do - Não verificável, Sistemático, Racional

Racional;;
fenômeno observado;
observado; - Os objetos de análise da filosofia são idéias, relações conceituais,
exigências lógicas que não são passíveis de observação como a
- Subjetivo, Superficial, Sensitivo, Falível e Inexato.
Inexato. que é exigida pela ciência experimental.
experimental.

2008 Prof. Clóvis Sousa 13 2008 Prof. Clóvis Sousa 14

TIPOS DE CONHECIMENTO TIPOS DE CONHECIMENTO

Conhecimento Religioso Conhecimento Científico

É fundamentado na investigação científica
- Apoia
Apoia--se em doutrinas e proposições sagradas e, por terem sido
observadas pelo sobrenatural, tais verdades são consideradas - Constituído por conceitos, hipóteses,
infalíveis e indiscutíveis;
indiscutíveis; raciocínios
i í i e não ã por sensações
õ
Racional
- Conjunto de regras lógicas, com a
- É um conhecimento sistematizado do mundo, como obra de um
finalidade de produzir idéias novas
criador divino e cuja a evidência não é verificável.
verificável.
Empírico - Lida com fatos e ocorrências
- Parte dos fatos e sempre volta a eles

2008 Prof. Clóvis Sousa 15 2008 Prof. Clóvis Sousa 16

CONHECIMENTO CIENTÍFICO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Objetivo Falível
Procura alcançar a verdade factual por intermédio dos meios de Não é definitivo, absoluto e, por este motivo, é
observação - investigação e experimentação aproximadamente exato

Sistemático Explicativo
Saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias Os cientistas não se limitam a descrever os fatos com detalhes,
(teorias) e não um conhecimento disperso e desconexo mas procuram encontrar suas causas, suas relações internas, da
mesma forma suas relações com outros fatos
Verificável
Se afirmações não podem ser testadas ou comprovadas não
pertence ao âmbito da ciência Analítico Clareza e precisão Preditivo

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3
 Grau de Conhecimento Método Científico

- Muito seguro
Método
Método científico Conjuntos de procedimentos utilizados na investigação do
fenômeno;
Observação sistemática

Estudo de caso
Método Científico
- Processo que possibilita questionar e manipular a realidade;
Partilhar experiências
- Objetivo de dar condições e orientações que facilitem o
Introspecção planejamento, a investigação, a formulação de hipóteses, e a
análise dos dados para as pesquisas.
- Não sei Intuição

2008 Prof. Clóvis Sousa 19 2008 Prof. Clóvis Sousa 20

Método Científico Métodos Científicos

Descartes (1596
(1596--1650) Método Indutivo
Estabelece quatro regras fundamentais para o método:
Partindo de dados particulares, suficientemente
Da Evidência – não aceitar como verdadeiro o que não se constatados, infere
infere--se uma verdade geral e universal, não
conhece como evidente contida nas partes examinadas

Da Análise – dividir cada uma de suas dificuldades que

serão examinadas em parcelas para serem melhor compreendidas João é mortal
José é mortal
Da Ordem – conduzir o pensamento por ordem dos Nicolau é mortal (premissas, antecedentes)
objetos mais simples para os mais complexos João, José e Nicolau são homens
Logo, todos os homens são mortais (conseqüente, conclusão)
Da Enumeração – enumerar as partes que compõem o
todo
2008 Prof. Clóvis Sousa 21 2008 Prof. Clóvis Sousa 22

Métodos Científicos Métodos Científicos

Método Indutivo: Particularidades Método Dedutivo

As generalizações podem conduzir a erros graves. Parte do geral para chegar ao particular
particular...
...do
do universal para
Ex.: Pedro é Obeso chegar ao singular
singular..
Antônio é Obeso
José é Obeso
Pedro, Antônio e José são homens Ex.: Todo homem é mortal (premissa)
Logo, todos os homens são Obesos Pedro é homem (premissa)
Logo, Pedro é mortal (Conclusão)
Como o objetivo da indução é chegar a conclusões mais amplas e generalistas, existe
um grau de probabilidade na formulação deste tipo de raciocínio
raciocínio.. - Parte do conhecido para o desconhecido
- O único raciocínio empregado nas ciências matemáticas
Modelos de causa Modelos de fatores de risco Modelo de acaso
2008 Prof. Clóvis Sousa 23 2008 Prof. Clóvis Sousa 24

4
 Métodos Científicos Disciplinas do conhecimento

Método Dedutivo : Particularidades

Assim como o método indutivo, o dedutivo também pode

- Identidade no objeto (coisa
(coisa)
)
inferir conclusões falsas.
falsas. Física
E S
Ex.: Se você
ê esta
t no BBrasil,
il esta
t na A
América
éi d do Sul
S l Bi l i
Biologia
Você se encontra no Brasil
Logo, você esta na América do Sul. - Identidade no processo (forma
(forma)
)
Matemática
Se você esta no Brasil, esta na América do Sul
Você se encontra na América do Sul Lógica
Logo, você esta no Brasil

2008 Prof. Clóvis Sousa 25 2008 Prof. Clóvis Sousa 26

Ciência moderna: o encontro das

CIÊNCIA
coisas com as formas

Paradigmas científicos:
9 Racionalismo - A preocupação (...
...)) gira em torno dos fenômenos
9 Empirismo empíricos (observações sobre o mundo).
mundo).

- O fenômeno é ... tal como ele é percebido por alguém

- Observação
- Experimentação
- Regularidade matemática

Portrait of Galileo
by Justus Sustermans; Sec. XVII), Galleria, degli Uffizi

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A representação numérica
Ludwig Wittgenstein (1889-1951)

2 + 2 = 4? 2x2=5

Pode ser estranho, mas não é

necessariamente falso
falso..
Se há quem acredite nisso deve ser
porque tem outra forma de cálculo, outra
matemática....
matemática ....

Magritte, 1948
2008 Prof. Clóvis Sousa 29 2008 Prof. Clóvis Sousa 30

5
 Paradoxos
Paradoxos
Folha de São
Paulo, Caderno
mais! 30/11/97
Resenha do
livro "O
conhecimento
científico " de
Newton da
Costa

Barrow JD, Impossibility, 1998

2008 Prof. Clóvis Sousa 31

O que você vê ?!? O que você vê ?!?

2008 Prof. Clóvis Sousa 33 2008 Prof. Clóvis Sousa 34

Paradoxo O Conhecimento científico

• Teorema: Os cientistas nunca ganharão tanto quanto os ignorantes

K (α ) = C(α ) ∧ V (α ) ∧ J (α )
¾Postulado 1: Conhecimento é poder
¾Postulado 2: Tempo é dinheiro
• Demonstração:
ç - Crença
ç
¾Poder = Trabalho/ Tempo (vg. joules/sec = watts)
¾Como conhecimento = poder e tempo = $ - Verdade
¾Conhecimento = Trabalho/$ ou
¾$ = Trabalho / conhecimento - Justificativa
• Logo $ aumenta quando conhecimento tende a zero,
independentemente do trabalho realizado
Da Costa NCA. O conhecimento científico, 1997.
2008 Prof. Clóvis Sousa 35 2008 Prof. Clóvis Sousa 36

6
C(α) - Oggettività: Il signor Palomar V(α)

"Ma come si fa a guardare
qualcosa lasciando da parte l’io?
Dunque: c'è una finestra che
s'affaccia sul mondo. Di là c'è il
mondo; e di qua? Sempre il
mondo: cos'altro volete che ci
sia? È dato che c'è mondo di qua
e mondo di là della finestra,
forse l'io non è altro che la
finestra attraverso la quale il
mondo guarda il mondo. Per
guardare se stesso il mondo ha
bisogno degli occhi (e degli
occhiali) del signor Palomar".
Verdade parcial
"Mas como é que se vê alguma
coisa deixando de lado a si
mesmo? Portanto, há uma
- Verdade por correspondência
correspondência:: semelhança entre o que é e o que é dito
dito..
janela para o mundo...a partir Verdade dos filósofos
filósofos;;
daí, há um mundo, e, a partir
daqui?... Dado que existe este coerencial:: É a da proposição que está de acordo com o que se
- Verdade coerencial
mundo e o mundo por trás da
janela, talvez eu não seja nada
sabe
b com segurança
segurança..
mais do que a janela através da
qual o mundo olha o mundo. - Verdade pragmática (quase
(quase--verdade)
verdade):: consenso da comunidade científica.
científica.
Para ver se o mundo precisa Verdade da ciência empírica/da explicação científica
científica..
olhos (e óculos) Senhor
Palomar. "

A metafísica se ocupa da natureza da verdade.

“É da coisa observada que deve partir a trajetória A lógica se ocupa da preservação da verdade.
que a conecta com a coisa que observa”
observa”..
Magritte, La promenade d'Euclide, 1955 © SIAE
A epistemologia se ocupa do conhecimento da verdade.

2008 Prof. Clóvis Sousa 37 2008 Prof. Clóvis Sousa 38

J(α): Lógica dedutiva J(α): Lógica indutiva

generalização por analogia

•Todos os homens são mortais

•Sócrates é um homem Tom é alto
•Logo, Sócrates é mortal Tam é alto
Tum é alto
l
Tom, Tam e Tum são jogadores de basquetebol
•Todos os homens são bestiais
•Sócrates é um homem Logo, todos os jogadores de basquetebol são altos
•Logo, Sócrates é uma besta

2008 Prof. Clóvis Sousa 39 2008 Prof. Clóvis Sousa 40

Lógica indutiva J(α)

Amanhã será igual a ontem Tanto premissas falsas podem levar a conclusões verdadeiras
Premissa 1: Todos os senadores são idosos (F
(F)
Hoc post ergo propter hoc
Premissa 2: Todos os octogenários são senadores (F
(F)
Conclusão:
Co c usão Todos
odos os octoge
octogenários
á os são idosos
dosos (V
(V)

Quanto premissas verdadeiras podem levar a conclusões falsas

Premissa 1: Alguns professores são suecos (V)
Premissa 2: Alguns noruegueses são professores (V)
Conclusão: Alguns noruegueses são suecos (F)
David Hume, Sec. XVIII

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7
 V(α) Conhecimento científico

Descoberta?
- A verdade de uma afirmação depende de
interpretação
ç
Invenção?
- Há que se conhecer o objeto e guiar-
guiar-se por 9T. Lenoir, Instituting science. Stanford,CA: Stanford University Press, 1997

certos princípios (definidos) 9N. Da Costa, O conhecimento científico. São Paulo: Discurso Editorial,
1997

INVENÇÃO !
2008 Prof. Clóvis Sousa 43 2008 Prof. Clóvis Sousa 44

Conhecimento e desconhecimento
Sócrates: Tudo que sei é que nada sei ....

2008 Prof. Clóvis Sousa 45

Conhecimento e desconhecimento Conhecimento e desconhecimento

8
Conhecimento e desconhecimento
Conclusão
K = Volume = 4 3 π r 3 _
K = Superficie = 4 π r 2

Conhecimento científico se faz com:

Crença: eu e meu objeto de estudo

Verdade: ?

( ) Justificativa: referencial lógico e epistemológico

_ dvolume d
K = Superficie = = 4
3 π r3 = 4 π r 2
dr dr

( )
dK d _
ΔK (r) = Δ r∴Δ K = 4
3 π r3 Δ r = K Δ r
dr dr 2008 Prof. Clóvis Sousa 50

Rabugice tem cura!!!

CAFÉ ?!?! Mau Humor Crônico

O mau humor pode ser doença - e grave! Um transtorno mental chamado distimia, que se
manifesta por meio de uma rabugice que parece eterna. Reconhecida pela Medicina nos anos
80, é uma forma crônica de depressão, com sintomas mais leves. “Enquanto a pessoa com
depressão grave fica paralisada, quem tem distimia continua tocando a vida, mas está sempre
reclamando”, diz o psiquiatra Marcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade do
Hospital das Clínicas de São Paulo. Veja algumas dicas para elevar o astral e não deixar o mau
humor influir negativamente na sua vida profissional e pessoal:

1) Atividade física provoca liberação de betaendorfina, neurotransmissor que participa da

regulação do humor e causa bem-estar.
2) Ioga e sessões de massagem estimulam a circulação sanguínea, aumentam o fluxo de oxigênio
e promovem sensação de bem-estar.
3) A música relaxante faz com que a pessoa produza substâncias que colaboram na
neutralização dos efeitos danosos do cortisol, hormônio que que predomina em momentos de
tensão e mau humor.
4) Os carboidratos estimulam a produção de serotonina, neurotransmissor envolvido no
controle das emoções. Como são, em geral, calóricos, o ideal é consumi-los com moderação.
5) Fique longe de pessoas muito mal-humoradas. Pesquisas indicam que o mau humor é
contagioso. Se a pessoa for próxima, recomende auxílio médico.
2008 Prof. Clóvis Sousa 51

Pesquisa O que é pesquisa?

- Uma atividade organizada e cooperativa

O que é isso
isso??
- você deve conhecer o campo de pesquisa em que irá
contribuir
- É um monstro que
ninguém
i é quer chegar
h perto?
perto
t ? - Tem suas
s as próprias
p óp ias regras
eg as
- Uso de citações, plágio, produção cooperativa..
- Ou algo extremamente
banal que qualquer um pode
fazer?
fazer? - Produto da pesquisa
- teses, livros, artigos
- produção na literatura aberta

2008 Prof. Clóvis Sousa 53 2008 Prof. Clóvis Sousa 54

9
 Objetivos da pesquisa Pesquisa

O tema surge a partir de um problema ou de uma hipótese:

- Fazer uma contribuição inovadora para a Ciência
- O Corinthians perde por que é ruim, ou os outros ganham por que são bons?
- Deve responder a uma pergunta - Coca-cola é gostosa porque vende mais, ou vende mais porque é gostosa?
- de interesse para a comunidade científica - Será qque se eu martelar a coluna torácica de alguém
g vou conseguir
g corrigir
g sua
cifose?
- ainda não respondida anteriormente (doutorado)
- Colocar uma tartaruga de cabeça para baixo debaixo da cama de uma criança
- de relevância para o interesse social
asmática curará sua asma?

- A parte mais difícil é: - Quanto a incidência de primeiro Infarto do Miocárdio diminui em

- achar a pergunta certa ! homens de 45-69 anos de idade em resposta ao exercício aeróbico
regular?

2008 Prof. Clóvis Sousa 55 2008 Prof. Clóvis Sousa 56

Pesquisa O que é pesquisa?

- A pesquisa é, principalmente, uma atividade - Procurar respostas para inquietações, ou para

intelectual; um problema;
problema;

- Ela
l requer, basicamente,
b raciocínio
í ló
lógico; - Processo formal e sistemático de
desenvolvimento do método científico
científico..
- O modo de resolução do problema pode ser
complexo (ou simples...).

2008 Prof. Clóvis Sousa 57 2008 Prof. Clóvis Sousa 58

Natureza da Pesquisa Forma de Abordagem

Pesquisa Básica (pura) – gerar conhecimentos Pesquisa Quantitativa – traduz em números

novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação opiniões e informações para classificá-classificá-los e
prática prevista.
prevista. Envolve verdades e interesses organizá--los
organizá los.. Utiliza métodos estatísticos
estatísticos..
universais
Pesquisa Qualitativa – considera a existência de
Pesquisa Aplicada – gerar conhecimentos para uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito.
sujeito. É
aplicação prática dirigidos à solução de problemas descritiva e utiliza o método indutivo
indutivo.. O processo é
específicos.. Envolve verdades e interesses locais
específicos o foco principal
principal..

2008 Prof. Clóvis Sousa 59 2008 Prof. Clóvis Sousa 60

10
 Diferenças entre pesquisa qualitativa e quantitativa Diferenças entre pesquisa qualitativa e quantitativa

Amostra
Entrevista
Qualitativa: Não há preocupação em projetar resultados para população. O n° de
entrevistados é geralmente pequeno. Qualitativa
Quantitativa: Exige n° maior de entrevistados para garantir maior precisão nos São realizadas em profundidade ou discussões em grupo. Para as discussões em
resultados, pois serão projetados para a população representada. grupo, as pessoas (média 8) são convidadas para um bate-papo em salas especiais
com circuito
i it de
d gravação
ã em áudio
á di e vídeo.
íd N
Nas entrevistas
t i t em profundidade,
f did d é
feito o pré-agendamento do entrevistado e a sua aplicação é individual, em local
reservado.
Questionário
Quantitativa
Qualitativa: Normalmente as informações são coletadas por meio de um roteiro. O entrevistador identifica as pessoas a serem entrevistadas por meio de critérios
As opiniões dos participantes são gravadas e posteriormente analisadas. previamente definidos: sexo, idade, ramo de atividade, localização geográfica etc. É
importante que sejam aplicadas individualmente e sigam as regras de seleção da
Quantitativa: As informações são colhidas por meio de um questionário amostra.
estruturado com perguntas claras e objetivas. Isto garante a uniformidade de
entendimento dos entrevistados.

2008 Prof. Clóvis Sousa 61 2008 Prof. Clóvis Sousa 62

Diferenças entre pesquisa qualitativa e quantitativa Diferenças entre pesquisa qualitativa e quantitativa

Sete etapas para realização de pesquisa

Relatório
quantitativa:
Qualitativa
As informações colhidas na abordagem qualitativa são analisadas de acordo com o
roteiro aplicado e registradas em relatório, destacando opiniões, comentários e 1. Definição do objetivo da pesquisa.
frases mais relevantes que surgiram.
surgiram 2 Definição
2. D fi i ã da
d população
l ã e da
d amostra.
t
Quantitativa 3. Elaboração dos questionários.
O relatório da pesquisa quantitativa, além das interpretações e conclusões, deve
mostrar tabelas de percentuais e gráficos. 4. Coleta de dados (campo).
5. Processamento dos dados (tabulação).
- A grosso modo, em pesquisas qualitativas o importante é o que se fala 6. Análise dos resultados.
sobre um tema,
tema, enquanto que em pesquisas quantitativas o importante é 7. Apresentação e divulgação dos resultados.
quantas vezes é falado.
falado.

2008 Prof. Clóvis Sousa 63 2008 Prof. Clóvis Sousa 64

SELEÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA SELEÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

1. Este problema pode ser resolvido através de uma pesquisa científica? 7. Tenho a necessária competência para planejar e executar um estudo
deste tipo?
2. O problema é suficientemente relevante a ponto de justificar a pesquisa
científica? (se não é relevante existem outros problemas mais importantes?)
8. Os dados que a pesquisa exige, podem realmente serem obtidos?
3 Trata-
3. Trata
T t -se realmente
l t de
d um problema
bl original?
i i l? (doutorado)
((d
d
doutorado)
t d )
9. Há recursos financeiros disponíveis para a realização do estudo?
4. A pesquisa é factível (Fatos)?
10.. Terei tempo para terminar o estudo?
10
5. Ainda que seja uma boa pesquisa, é adequada para mim?
11.. Serei persistente?
11
6. Pode-
Pode-se chegar a uma conclusão valiosa?

Interesse - Valor teórico - Valor prático

2008 Prof. Clóvis Sousa 65 2008 Prof. Clóvis Sousa 66

11
 SELEÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
Leiam vocês...
Como ler pesquisa ??

Prezados Professores de Métodos de Prezada Amalivros:

Pesquisa:
Tenho trabalhado em minha questão de
pesquisa e estou tendo problemas em
restringir o tópico de forma que eu possa
completar a revisão de literatura. O que
eu poderia fazer ?
Sinceramente,
Ima Amalivros
- Acostume
Acostume--se com poucas publicações pertinente em seu campo;
Vc precisa estudar cuidadosamente e aplicar “As
Três Leis da Questão de Pesquisa de Murphy”.
- Leia apenas estudos de seu interesse;
1ª LEI: se vc finalizou suas questões de
pesquisa, vc não compreende a literatura. - Leia
Leia--o como um profissional de educação física o faria;
(não procure por verdades eternas – procure idéias e indicações)
2ª LEI: Apenas quando vc tiver esclarecido
suas questões de pesquisa vc descobrirá
um grande corpo de achados conflitantes. - Leia primeiro o resumo;

3ª LEI: Seu estudo fará sentido apenas se - Não se preocupe tanto com significância estatística;
suas questões de pesquisa forem confusas.
Metodologicamente, - Seja crítico, mas objetivo.
PMP

2008 Prof. Clóvis Sousa 67 2008 Prof. Clóvis Sousa 68

A Pesquisa Instrumento de Coleta de Dados

- As etapas da pesquisa:
9 como será feita a coleta de dados, Quando não há registros podemos levantar dados a
9 realização do trabalho e partir de:
9 análise. 9 Observação
- Deve
D se levar
l em consideração
id ã a época
é que será
á feita
f it a 9 Questionário
Q ti á i
pesquisa, o tempo de duração e os gastos; 9 Entrevista
- Tipos de dados para a pesquisa:
9 Dados de fontes primárias
O questionário é a principal fonte na compilação de
9 Dados de fontes secundárias dados primários
- Na análise será verificado se a hipótese testada foi aceita ou não de
acordo com os resultados.

2008 Prof. Clóvis Sousa 69 2008 Prof. Clóvis Sousa 70

Confecção do Questionário Confecção do Questionário

- Deve ser minunciosamente planejado - O número total de perguntas não deve ser grande
- As perguntas devem ser simples e objetivas (de forma que - Tipos de perguntas
facilite a interpretação e a resposta) 9 Fechadas:
a) Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
Questão: Onde você Trabalha?
b) Grau de instrução: ( ) até primeiro grau
Respostas: - São
ã Paulo
l ( ) até segundo grau
- Em um hospital ( ) superior
9 Abertas:
- As perguntas dos questionários devem seguir uma ordem (elas
devem se complementar):
complementar): a) Qual a sua idade ____
b) Qual o bairro onde mora ______________
1) O Sr.(a) tem dores de cabeça frequentemente?
frequentemente?
2) Há quanto tempo começou a sentir os sintomas da dor? - É ideal realizar um pré-teste no questionário antes de iniciar a
3) Toma medicamentos para aliviar os sintomas da dor? pesquisa propriamente dita.

2008 Prof. Clóvis Sousa 71 2008 Prof. Clóvis Sousa 72

12
 ...para entender a literatura de pesquisa científica ...para entender a literatura de pesquisa científica

Modificado de Thomas e Nelson, 2002. Modificado de Thomas e Nelson, 2002.

O que foi dito O que quer dizer O que foi dito O que quer dizer

“Há muito tempo se sabe que...” Eu não me preocupei em olhar a referência Correlação da curva predita é:
original mas... Excelente Moderada
Boa Pobre
“De grande importância teórica e prática...” Interessante pra mim.
Satisfatória Duvidosa
“Enquanto não tem sido possível oferecer O experimento não funcionou, mas eu imaginei Moderada Imaginária
respostas definitivas para essas questões...” que poderia publicá-lo. “É sugerido que...” Eu penso

“O sistema W-PO foi escolhido como
especialmente adequado...”
“Resultados típicos são mostrados...”
‘Três das amostras foram escolhidas para estudo
detalhado...”
O pesquisador no laboratório ao lado já tinha
uma parte feita.
Os melhores resultados são mostrados.
Os resultados nas outras não fizeram sentido.
“Acredita-se que...” Eu penso
“Está claro que muito trabalho adicional será Eu não entendo isso.
necessário antes do entendimento completo...”
“Agradecimentos a João Silva pelo auxílio nos João fez o trabalho e Maria explicou o que ele
experimentos e Maria da Graça pela valiosa quis dizer.
discussão.”

2008 Prof. Clóvis Sousa 73 2008 Prof. Clóvis Sousa 74

Palavras e expressões que devem ser evitadas Palavras e expressões que devem ser evitadas

Modificado de Thomas e Nelson, 2002. Modificado de Thomas e Nelson, 2002.

JARGÃO USO PREFERENCIAL JARGÃO USO PREFERENCIAL

a avaliação dos dados foi executada os dados foram avaliados completamente cheio cheio

absolutamente importante importante consenso geral consenso

a grande maioria a maioria é evidente que x produziu y x produziu y

a meu ver entende

entende--se que é interessante notar que (deixe fora)

a nível de em termos de em alguns casos algumas vezes

antes de mais nada em primeiro lugar em grande proximidade próximo

baseado no fato de que com base em é sugerido que sugere

sugere--se que

com a finalidade de; com o objetivo de para há alguns anos atrás há alguns anos

como conseqüência de como resultado hoje em dia hoje

2008 Prof. Clóvis Sousa 75 2008 Prof. Clóvis Sousa 76

Palavras e expressões que devem ser evitadas Exemplos de redações confusas

Modificado de Thomas e Nelson, 2002. Modificado de Thomas e Nelson, 2002.

JARGÃO USO PREFERENCIAL “O paciente foi encaminhado para o hospital para reparar uma hérnia por
um assistente social.
social.”
no que diz respeito a sobre (ou deixe fora)

para o propósito de para “A Tabela 1 contém um resumo de resposta relativo a suicídio e morte por
meio de um questionário.
questionário.”
pode ser que possivelmente

pode causa de devido a “Ele andou 106 km em uma bicicleta com 1.400 outras pessoas
pessoas..”
temos conhecimento insuficiente não se sabe
“Este é um cavalo castrado de oito anos treinado pelo proprietário que
um número pequeno poucos(as)
monta com sua mulher.
mulher.”
vale a pena notar que neste contexto observe que

... ... “Eu quero o meu dinheiro o mais rápido possível

possível.. Tenho estado na cama
com um médico por duas semanas e ele não me faz nada de bom. bom. Se as
... ...
coisas não melhorarem, eu terei que procurar um outro médico.
médico.”
2008 Prof. Clóvis Sousa 77 2008 Prof. Clóvis Sousa 78

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10 mandamentos da boa escrita – e alguns mais 10 mandamentos da boa escrita – e alguns mais
Modificado de Thomas e Nelson, 2002. Modificado de Thomas e Nelson, 2002.

1. Os verbos deve concordar com os sujeitos da oração. dicando a compreensão ao leitor, fazendo com que ele se aborreça, fique com sono
e se esqueça do que leu no início da oração, quando finalmente chegar ao
2. Consulte guias ortográficos: eles lhe cerão húteis. longínquo ponto final.
3. Estude as régras de acêntuação. 11. Seja conciso.

4. As preposições são os elementos uma língua que permitem estabelecer relações 12. Não seja redundante; não se explique demais; não repita de novo o que já foi
as p
palavras. dito anteriormente.
5. Use as conjunções para estabelecer boas conexões entre as orações, mas assim 13. Evite os cacófatos: é a única garantia para um texto elegante.
serão bem entendidas pelo seu leitor. "Tirou-se o chiclete da boca dela“;
"Entrega-se uma laranja por cada".
6. Não, use, vírgulas se elas não forem, necessárias.
"Lagartos do cume saiam".
7. Cuidado: com os sinais de pontuação. "Topei dando nela com a vara de tocar gado“.
8. Não use “aspas” à toa.
14. Não use gírias, cara. Isso não é legal, tá ligado?.
9. Verifique se você não deixou nenhuma de fora do texto.
10. Evite a prolixidade e as orações longas demais, pois assim você estará preju... 15. “Por fim, mas não por último”, não use clichês.
2008 Prof. Clóvis Sousa 79 2008 Prof. Clóvis Sousa 80

ALICE MUITO OBRIGADO !!!

“Não posso acreditar nisso!” disse Alice.

Alice.

“Não?” disse a Rainha, com muita pena.

pena.

“Tente de novo
novo:: respire fundo e feche os olhos”
olhos”..

Alice riu
riu.. “Não adianta tentar”, disse;
disse; “não se pode acreditar em coisas
clovissousa@usp.br
impossíveis”..
impossíveis”

“Com certeza não tem muita prática”, disse a Rainha.

Rainha. “Quando eu era da sua

idade, sempre praticava meia hora por dia.

dia. Ora, algumas vezes cheguei a

acreditar em até seis coisas impossíveis antes do café da manhã”.

manhã”.

2008 Prof. Clóvis Sousa 82

Lewis Carroll

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