Você está na página 1de 32

1

FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ


UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR
Coordenação do Curso de Psicologia
Serviço de Psicologia aplicada

FOCO RECÍPROCO1: PROJETO DE PLANTÃO PSICOLÓGICO


COM CASAIS E FAMÍLIAS

INTRODUÇÃO
Os conflitos e as crises são momentos vivenciados por todas as pessoas, casais
e famílias durante suas vidas. Muitas vezes são períodos de aprendizado, crescimento e
união, mas em outros de rigidez, dificuldade e distanciamento.
Percebemos que estes eventos na terapia com os casais e com as famílias são
momentos importantes e de intensas mudanças dentro de um ciclo de vida (Carter &
McGoldrick, 1995) ou de rematrização de um grupo (Moreno, 1954 [1972]).
Verificamos que em alguns casos os momentos de conflitos e crises são
abruptos, tensos, ansiogênicos e desagregadores das relações familiares. Constatamos
também que muitas destas situações que estavam em acompanhamento psicoterápico
encontraram uma resolução mais positiva com poucas sessões. Consideramos junto com a
coordenação do Serviço de Psicologia Aplicada do NAMI a viabilidade de criar o serviço
de plantão para casais e famílias que se mostrou possível. Deste modo, precisaremos,

1
Para nomear o plantão de atendimento aos casais e famílias utilizamos as palavras foco recíproco. A palavra
foco, para Menegazzo, Tomasini, Zuretti e cols. (1995), “é o lugar de máxima atenção na ação de choque ou
de encontro (p.98). Para Minuchin (1982), “um terapeuta que trabalha no esquema de referência da terapia
familiar estrutural da família, todavia, pode ser comparada com uma câmera munida de uma filmadora capaz
de aproximar ou afastar imagens através de um movimento de lentes (zoom lens). Pode movimentá-la
rapidamente para um close up, sempre que desejar estudar o campo intrapsíquico, mas também pode observar
com um foco mais amplo”(p.13). Para Seixas (1992), a focalização é uma necessidade terapêutica porque “na
terapia familiar, o terapeuta ouvindo ou observando a família ou participando do seu contexto é inundado por
uma quantidade muito enorme de dados e deve organizar e selecionar estes dados, procurando focalizar qual
núcleo dos problemas que estão sendo trazidos” (p.95). Recíproco vem do teatro reciproco moreniano ou,
como explica Marineau (1992), “o ‘teatro recíproco’ baseia-se em teorias sistêmicas e é precursor da terapia
familiar e comunitária”(p.78). Motta (2004) explica “penso que podemos compreender como Teatro
Recíproco o processo terapêutico em que o ator-cliente e todo o grupo familiar é co-responsável e, sempre
que possível, ao vivo. Considero que o conflito define o ator-cliente do Teatro Recíproco. Dentro desse
conceito, podemos dizer, então, que a família-cliente são os que estão envolvidos no conflito” (p.29).
Watzlawick, Beavin e Jackson (2003) afirmam que “os objetos dos sistemas interacionais são melhor
descritos não como indivíduos mas como pessoas-comunicando-com-outras-pessoas”(p.109). Miermont
(1994) complementa confirmando a influência reciproca das interações, “sem negar a importância dos fatores
psíquicos na construção da organização familiar, reconhecer-se a reciprocamente em que medida a
organização do sistema familiar repercute na atividade psíquica de cada um de seus membros”(p.475).
2

inicialmente, definir o que são os conflitos e crises, já que trabalharemos com esses
fenômenos nas relações conjugais e familiares.

OS CONFLITOS
O conflito segundo o dicionarista Ferreira (2004) é definido como uma “luta,
combate, guerra, enfrentamento. Oposição entre duas ou mais partes. Desavença entre
pessoas, grupos. Divergência, discordância de ideias, de opiniões” (p.256). Dessa forma, o
conflito traz o significado do confronto de forças entre os participantes, podendo também
denotar o atrito realizado face a face com um ou vários opositores.
De acordo com Nascimento e Sayed (2002), no trabalho sobre a administração
de conflitos nas organizações, o conflito é “um processo onde uma das partes envolvidas
percebe que a outra parte frustrou ou irá frustrar os seus interesses” (p.48). Para eles os
conflitos possuem um motivador relacional fundamentado na frustração mútua dos
participantes. Contudo, existem outros motivadores que podem causar conflitos: as
diferenças em termos de traços de personalidade, as formas de agir, as diferenças de
opinião na execução de metas divergentes e a construção particularizada das interpretações
de informações e percepções sobre um determinado assunto.
Para Moreno o criador do Psicodrama, os conflitos são compreendidos como
ações dramáticas vivenciadas em diversos papéis e contra papéis, podendo ser definidos
como “um antagonismo em ato” (Menegazzo, Tomasini, Zuretti e cols., p.59). Neste
contexto, o conflito desenvolve uma complementaridade e pode sustentar uma forma de
encontro para Moreno (1959 [1974]) que afirma: “A palavra encontro contém como raiz a
palavra ‘contra’. Abrange, portanto, não apenas as relações amáveis, mas também as
relações hostis e ameaçadoras: opor-se a alguém, contrariar, brigar” (p.79). Desta forma,
para ele o conflito é uma oportunidade de encontro e de adquirir vivencialmente
conhecimento em uma relação de reciprocidade. Mas como os conflitos se diferenciam das
crises?

AS CRISES
As crises são conceituadas pelo dicionarista Ferreira (2004) como uma
“manifestação súbita, inicial ou não, de doença física ou mental. Manifestação repentina de
3

ruptura de equilíbrio. Fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos acontecimentos, das
ideias. Manifestação violenta de sentimentos...” (p.276).
Menegazzo, Tomasini, Zuretti e colaboradores (1995) fazem uma distinção
muito importante entre crise e conflito, pois para a compreensão popular as palavras podem
denotar o mesmo significado. Eles afirmam que a crise é uma encruzilhada que solicita dos
participantes realizar escolhas para superá-las. Enfatizam que todas as crises possuem
oposições e enfrentamento, mas não necessariamente conflito, pois pode haver ou não o
confronto hostil de forças, sendo esta a maior característica do conflito. Antes de falarmos
sobre as crises conjugais e familiares precisaremos definir o casamento e a família como
contextos destas crises específicas.

O CASAMENTO
O casamento pode ser definido como união de cônjuges em uma casa. A
palavra casamento deriva de ‘casa’, que em latim significa ‘cabana’, ‘prédio rústico’,
‘pequena quinta’. Assim, com o passar do tempo, a ‘casa’ passaria a significar a “união de
um homem e de uma mulher que iriam residir numa ‘casa’” (Ferreira, 2002, p.77). O
sociólogo Johnson (1997) define o casamento como “uma união socialmente sancionada
envolvendo dois ou mais indivíduos no que é considerado um arranjo estável, duradouro,
baseado, pelo menos em parte, em laço sexual de algum tipo” (p.31). E, Lévi-Strauss (1949
[1982] In: Ferreira, 2002) afirma: “todo casamento é um encontro dramático entre a
natureza e a cultura, entre a aliança e o parentesco” (p.48).
Para Moreno, 1954 [1972]) o casamento e a família constituem uma casa
psicológica.
“A característica familiar de um grupo consiste em um núcleo de atrações
e rejeições; predominando as últimas, o amor a casa não pode manifestar-
se. Todo indivíduo aspira a uma situação que lhe permita expressar mais
espontaneamente estes sentimentos e que atenda a seus desejos: portanto,
resta buscar companheiros dispostos a compartilhar com ele tais
sentimentos e desejos. Em outras palavras, seu objetivo é criar uma casa
psicológica. (...) A continuidade da existência de um grupo de coabitação
depende dos interesses recíprocos que tenham seus membros; o êxito de
um grupo de coabitação depende do apoio concedido por uma fração de
seus membros.” (p.260-261).
4

Moreno (1946 [1997]) explica que o casal forma um grupo de duas pessoas,
mas o número de papéis que vivenciam é muito mais que dois.
Figueiredo & Souza (2015) definem o casamento como um
“ato tanto público quanto privado. Envolve um procedimento civil e/ou
religioso central para a manutenção da ordem social, mesmo que seja
celebrado de modo diferente entre as culturas e ao longo do tempo.
Construir um casal, por outro lado, é um ato privado de compromisso
voluntário entre dois adultos que esperam desenvolver um projeto de vida
futura compartilhada, onde haverá amor, cuidado, segurança recíproca e...
fidelidade” (p.49).

O terapeuta sistêmico Whitaker (1982) considera o casamento “um modelo


adulto de intimidade” (Andolfi, 1995). As terapeutas sistêmicas Carter & McGoldrick
(1995), afirmam que “o casamento tende a ser erroneamente compreendido como uma
união de dois indivíduos. O que ele realmente representa é a modificação de dois sistemas
inteiros e uma sobreposição que desenvolve um terceiro subsistema” (p.18). A terapeuta
sistêmica Anton (2012) caracteriza o casamento como uma união com escolhas mais livres,
mesmo que existam muitos anseios e temores conscientes e, principalmente, insconscientes
na escolha do cônjuge.
Atualmente, para o dicionário Priberam o casamento é a “união legítima entre
duas pessoas, legalizada com as cerimônias e formalidades religiosas ou civis para
constituir uma família (2008-2013)”, [consultado em 03-10-2015]. Este é o único
dicionário que alterou sua definição de pessoa de sexos diferentes para duas pessoas,
incluindo em sua nova conceituação os casamentos homoafetivos.

A FAMÍLIA
A palavra família ou “oikogeneia” em grego designa as “pessoas do mesmo
sangue” (Pereira, 1990, p.874). Em latim, família ou “famulus” são “as pessoas de uma
casa: pater familias, o pai; mater familias, a mãe; filii et filiae familias, os filhos e as filhas;
servi, os servos, todos dependentes do primeiro” (Ferreira, 1997, p. 475). Osório (2002)
define como "uma unidade grupal na qual se desenvolvem três tipos de relações pessoais –
aliança (casal), filiação (pais/filhos) e consanguinidade (irmãos)” (p.15).
5

Para Moreno (1954 [1972]) a família é definida como:


“um grupo social complexo. Inclui dois agrupamentos, cada um dos quais
possui suas próprias características. O primeiro é composto pelo homem e
a mulher; é um agrupamento sexual, o fator dominante é constituído pelas
relações entre homens e mulheres. Só eles estão na origem do grupo, as
crianças são agregadas depois. (...) O segundo - composto pelo pai, pela
mãe e pelas crianças – prevalece um espírito comunitário e esta
comunidade nascida como rebelião contra a primeira forma de
agrupamento: se separa radicalmente do par inicial e entra em rivalidade
com ela” (p.260-261).

Para Carter & McGoldrick (1995), a família “é um sistema que evolui com o
tempo, tem uma história, características singulares e produz signos e símbolos que
propiciam um reconhecimento do papel familiar e social que os membros assumem” (p.09).
A partir das definições de casamento e família poderemos nos deter na definição das crises
familiares e conjugais.

AS CRISES FAMILIARES
As crises familiares são oportunidade para mudanças, pois para o terapeuta
familiar sistêmico Pittman (1987), “não é possível haver mudança sem crise”, mas “é
possível ter uma crise sem haver mudanças; muitas pessoas e muitas famílias seguem a vida
sem aprender nada de novo com o dano” (p.03). Para ele as crises familiares são
oportunidades perigosas, pois podem melhorar as relações familiares ao serem encontradas
novas formas de relação mútua como podem agravar as dificuldades relacionais entre os
membros da família, levando a novas crises cíclicas.
Pittman (1987) define que as crises familiares possuem uma sequência de
acontecimentos esperados. Primeiro ocorre o choque com a presença da negação e perda de
memória. Segundo percebe-se a presença de emoções intensas. E terceiro observa-se e
sente-se uma desorganização pessoal, conjugal e familiar, seguido de um processo de
recuperação que sustenta uma reorganização relacional, funcional e estrutural nas
interações familiares. Ele também define quatro tipos de crises familiares: as crises
circunstanciais (ou inesperadas) que possuem eventos ambientais como causadores, as
crises de desenvolvimento com dificuldades de adaptação às novas circunstâncias, as crises
6

estruturais com a presença de esforços para evitar a mudança inevitável e as crises de


desvalia com a perda do controle sobre os dependentes (doentes crônicos, idosos e crianças)
e sobre as redes de contato deles ou da própria família.
Miermont (1994) declara que as crises familiares são acontecimentos periódicos
na vida de todas as famílias com manifestações de tensão, conflitos e estresse que
pressupõe a vivencia de mudanças internas e externas sentidas pela ação de intervenções
terapêuticas solicitadas ou por intermédio das próprias relações familiares. Ele esclarece
que as crises familiares produzem um desequilíbrio temporário na homeostase relacional
entre os membros da família que geram a necessidade de “reorganização das inter-relações
e uma descoberta de novas regras de funcionamento familiar”. Neste sentido, ele informa
que as crises familiares surgem “durante as mudanças imposta pelo ciclo da vida familiar”
(p.179).
As crises familiares podem ser divididas, de acordo com Miermont (1994) em
previsíveis e imprevisíveis. As previsíveis são aquelas que podem ser percebidas
antecipadamente pelos membros da família dentro de seu ciclo de vida. Essas são: a
adolescência e o casamento dos filhos e à aposentadoria dos pais. As imprevisíveis são
aquelas não antecipadas ou esperadas pelos membros da família. Essas são: o desemprego
de algum dos provedores principais do lar; o adoecimento e o falecimento de membros da
família.

AS CRISES CONJUGAIS
As crises conjugais, para Moreno (1946 [1997]), são resultadas da aproximação
do casal e de seu conjunto de antigos e novos papéis que necessitam ser ajustados ao novo
contexto conjugal, por que
“a concretização de uma situação matrimonial não só precipita novos
papéis para os parceiros conjugais, mas, debilita ou intensifica papéis já
estabelecidos entre eles, por exemplo, o papel de amante”. A situação
matrimonial e seus papéis consequentemente provocam novas satisfações
ou acarretam novos atritos. Portanto, alguns dos desequilíbrios que
existiam no estado pré-marital desaparecem e novos desequilíbrios
emergem (p.402).
7

Para Pittman (1987) “o casamento é mais propenso às crises quando é menos


flexível”. Ele declara que as uniões em que os cônjuges são mais inflexíveis acontecem
quando possuem rígidas concepções de gênero, quando dependem ou são influenciadas
pelas muitas oscilações emocionais existentes na relação afetiva, ou quando padecem de
com uma rede de relações funcionais e emocionais de apoio que não dar suporte a interação
conjugal e possam possibilitar uma maior flexibilidade desse sistema. Ele previne que
“infelizmente, os mesmos fatores que tornam o namoro intenso - romance, isolamento do
casal e as fortes diferenças de gênero - fazem o casamento perigoso” (p.50).
Whitaker (1982) acredita que a crise conjugal seja resultado da dinâmica dos
casais durante sua vida juntos, na transição entre a distância e a proximidade, entre o amor
e o ódio, entre a intimidade e a vulnerabilidade que por fim elevam a temperatura para
ambos em determinados momentos nodais da vida a dois.
A terapeuta familiar sistêmica Rosset (2005) define crise conjugal como
acontecimentos inerentes ao casamento, próprios ao estar casado. São decorrentes das
“mudanças e passagens pelos ciclos de desenvolvimento da família e de seus elementos e
pelas aprendizagens que são necessárias nas fases que surgem” (p.112). De acordo com ela,
as crises podem ser específicas, mas algumas são comuns a todos os casamentos. Para
Rosset existem crises previsíveis e situações que desencadeiam crises no casal. Entre as
crises previsíveis existem: crise na estrutura estável do casal, crise na estruturação e
produção da família, crises de meia-idade e as crises ligadas à velhice. Dentre as situações
que produzem crises, ela relaciona: o crescimento desproporcional entre os cônjuges,
acidentes com os filhos, acidentes com um dos cônjuges, perdas: mortes, perdas
financeiras, de emprego, de qualidade de vida ou de outra natureza qualquer e as quebras de
contrato.
Anton (2012) afirma que existem algumas características nas famílias e nos
casais funcionais que não estão em crise. Esclarecendo que a funcionalidade aqui pressupõe
que as famílias e os casais estão conseguindo cumprir as funções socialmente esperadas. As
funções que tornam as famílias funcionais são:
“reproduzir e educar os cidadãos para a comunidade; ensinar a seus
membros jovens as atitudes aprovadas e reprovadas socialmente; tornar-se
economicamente ativa e produtiva, como centro gerador tanto de mão de
obra quanto de riquezas e de propriedades; transformar-se em um lugar
8

seguro para os pais ou adultos e, principalmente, para os filhos pequenos


ou adolescentes em desenvolvimento e conferir assistência afetiva a
idosos, adultos, adolescentes e crianças” (Johnson, 1997, p.107).

Enquanto as funções que tornam funcionais o casamento são, de acordo com


Whitaker (1982):
“aumentar o nível do metabolismo; provocar uma alienação em relação ao
passado; fomentar a criatividade e a mudança; acelerador da integração
e/ou, da desintegração; corroborar com o processo de aproximação-
separação, aumentando a intimidade e fazendo crescer as individualidades;
proporcionar a aproximação e o distanciamento e desenvolver com ele o
amor e o ódio como aspectos dialéticos e paradoxais e desenvolver uma
combinação precisa” (p.25-27).

INDICADORES DE FUNCIONALIDADE FAMILIAR E CONJUGAL


Os indicativos de funcionalidade familiar e conjugal são: a continência e o
pertencimento; o crescimento, a libertação; as tarefas do ciclo vital; a circularidade x
comunicação; as regras e as normas; os subsistemas claramente definidos; as fronteiras
claras e permeáveis e a hierarquia (Anton, 2012, p.125-128). A continência e pertencimento
que pressupõe a capacidade da família ou casal de se protegerem, acolherem e cuidar dos
membros e se sentirem pertencendo aquele sistema. O crescimento e a libertação estão
relacionados à tarefa de conciliar a tarefa de limitar e permitir o crescimento e a liberdade
dos membros realizando ao mesmo tempo o desejo de crescimento e de auto realização com
o estabelecimento de fronteiras nítidas, ao mesmo tempo que se estimula a integração e a
flexibilidade do grupo. O sistema familiar e conjugal se torna funcional quando consegue
realizar as tarefas de seu ciclo de vida, pois consegue ampliar compreensões, aprendizados,
crescimento, vivências de perdas e ganhos, mas, também, desenvolver novos recursos para
as novas situações, assim como respostas novas para o estresse e a ansiedade. A
circularidade e a comunicação ocorrem quando a família desenvolve uma comunicação
baseadas nas trocas, na reciprocidade e na circulação de mensagens claramente
interpretadas e não fixadas em etapas do ciclo de vida familiar que impeçam ou paralisem,
pela repetição, o crescimento e a liberdade das interações mútuas e cotidianas. As regras e
normas são funcionais quando visam o esclarecimento das comunicações e trocas entre os
9

participantes. Construídas para o favorecimento do grupo, as regras e normas servem para o


estabelecimento de limites funcionais ou emocionais, mas também a flexibilização das
relações conseguida pelo diálogo aberta e mutuamente consentidos dos pontos de
dificuldade, ansiedade e estresse vividos pelo grupo. Quando os subsistemas relacionais são
clara e conscientemente conhecidos podem favorecer por meio de suas funções reguladoras
a interação dos membros que os constituem. Os subsistemas podem ser constituídos pelos
papéis de pai, mãe, filho, esposo, esposa, etc. As funções de cuidadores parentais,
conjugais, de provedor familiar, de profissional, etc. A faixa etária de crianças,
adolescentes, adultos e idosos. E o gênero masculino ou feminino dos membros da família
ou cônjuges. As fronteiras claramente definidas e permeáveis são uma condição
fundamental para a funcionalidade do sistema familiar e conjugal, pois possibilita favorecer
a liberdade, a construção das identidades individuais e a diferenciação dos membros com as
famílias de origem diferentemente da rigidez e o desvinculamento das relações entre si e
com o contexto social produzido pela disfuncionalidade. A hierarquia se torna uma
referência de autoridade permitindo que os superiores cuidem e protejam os vulneráveis no
grupo familiar. No casal o respeito à simetria de poderes e as competências de cada um dos
cônjuges estabelecem uma aliança de cooperação mútua nos projetos pessoais, conjugais e
familiares.
Criamos os seguintes parâmetros como objetivos para esta forma de plantão.

OBJETIVOS

Objetivos gerais:
1. Realizar atendimentos psicoterápicos emergenciais de curta duração com casais e
famílias em situação de conflito ou de crise que procurem atendimento
psicoterápico.
2. Possibilitar o acesso ao acompanhamento psicoterápico aos casais e às famílias em
várias condições sócio econômicas de Fortaleza favorecendo a inclusão social no
que se refere a prestação de serviços em Psicologia a este público.

Objetivos específicos:
1. Receber os casais e as famílias em, no máximo, quatro sessões que necessitem de
um acompanhamento terapêutico mais focalizado e emergencial de sua demanda.
10

2. Acolher casais e famílias em conflitos e crise que enfrentam dificuldades


psicológicas, emocionais e sociais.
3. Buscar, nas sessões, promover as mudanças junto com os participantes e que
possam fazê-los criar o novo e a espontaneidade-criatividade em suas relações
recíprocas.
4. Treinar estagiários do curso de Psicologia no atendimento emergencial aos casais e
às famílias de todas as faixas econômicas de Fortaleza e do interior do Estado do
Ceará.
5. Fazer a triagem dos casais e famílias quando necessitarem de mais de quatro sessões
encaminhando para o projeto de psicoterapia de casais e famílias no SPA ou para
outros serviços no próprio SPA ou nas outras clínicas do NAMI.

METODOLOGIA

O plantão para os casais e para as famílias é um projeto de atendimento


psicoterápico imediato, sem agendamento prévio das demandas trazidas por este público
que tem por finalidade encontrar as mudanças sistêmicas viáveis que possa trazer o novo e
a espontaneidade-criatividade nas relações conjugais e familiares em poucos atendimentos.
Este projeto de atendimentos emergenciais se torna, deste modo, um serviço de
suporte para situações de crise, de conflitos e de perdas importantes que geram sofrimentos
e dificuldades imediatas nas relações entre os cônjuges e entre os membros das famílias.
Os atendimentos ocorrem sempre nas sextas-feiras pela manhã e à tarde no
horário de funcionamento do SPA pela manhã de 8:00 às 12:00 e à tarde de 14:00 às 17:00.
Os acompanhamentos serão realizados pelo professor Álvaro Rebouças
Fernandes, pelos estagiários do curso de Psicologia matriculados em estágio em clínica I, II
e III na equipe do referido professor, principalmente, os matriculados na sexta-feira pela
manhã e à tarde, mas, também, pelos alunos voluntários deste mesmo supervisor, que
receberão e cuidarão das necessidades emergenciais dos casais ou famílias que buscarem
este serviço.
Os atendimentos, em número máximo de quatro sessões, ocorrerão no Serviço
de Psicologia Aplicada (SPA) semanalmente, nas salas definidas para o plantão, tendo uma
11

duração máxima de duas horas. Os quatro atendimentos totalizarão um mês de


acompanhamento psicoterápico aos casais ou às famílias que procurarem o plantão.
Os casais e as famílias serão recebidos em uma sala de recepção e depois
conduzidos a uma das duas salas destinadas ao plantão para ser realizado o atendimento.
Este plantão necessitará de um total de três salas, sendo uma de recepção e duas de
atendimento. As salas poderão ser de atendimento familiar ou de grupo, mas haverá no
futuro a necessidade de pelo menos duas salas para atendimento individual ou bipessoal,
caso, os cônjuges ou algum membro da família, não apresente condição emocional e
psicológica de ser atendido junto com o outro cônjuge ou o restante do grupo familiar no
mesmo dia.
As pessoas que procurarem o serviço de atendimento imediato serão
encaminhadas pelo Serviço Social do NAMI, pelo Fórum ou buscarão os atendimentos pela
própria e livre iniciativa.
Os clientes solicitantes que desejarem iniciar um processo psicoterápico com
casais (conjugal ou parental) ou familiar em um processo mais longo serão triados e
encaminhados às duas equipes que realizam este tipo de acompanhamento no SPA.
Os psicólogos e estagiários que atuarem neste plantão utilizarão o sociodrama
familiar sistêmico como método de intervenção. Este método que associa às contribuições
do Psicodrama e das Escolas de Terapia Familiar Sistêmica é definido como uma linha
psicoterápica que se coloca a serviço da sociometria (estudo das relações entre as pessoas),
na qual o sujeito é o próprio grupo e a preocupação é com o sofrimento de uma
coletividade, proveniente das relações pessoais repetitivas e geradoras de histórias
consideradas indesejáveis pela própria família. O objetivo deste método será que o
terapeuta e a família, em conjunto, através de técnicas de ação liberem a espontaneidade
das pessoas, permitindo que brote a criatividade. Com isso, novas histórias podem ser
criadas, mudando à visão de mundo do grupo (Seixas, 1992).
O processo será dividido em três momentos intercambiáveis. Nos primeiros
atendimentos, momento do início do processo, buscaremos a construção de um diagnóstico
sistêmico fundamentados nas quatro classes de sequências de Breulin, Schwartz e Kune-
Karrer (2000) e na focalização da queixa, distinguindo a mesma das necessidades de
mudanças do sistema, do problema percebido como dificuldade de mudar.
12

O segundo momento ocorrerá o desenvolvimento do processo em que durante


os atendimentos nos focaremos nas intervenções verbais sistêmicas, baseadas em questões
sistêmicas dos tipos lineares, circulares, estratégicas e reflexivas propostas por Tomm
(1985), mas também nas técnicas de ação psicodramáticas e nas tarefas para casa, do pós-
sessão.
O terceiro momento será a conclusão do processo em que verificaremos juntos
com os casais e às famílias quais mudanças definidas no início do processo foram
alcançadas e quais dificuldades se mantiveram.
Em todas as sessões iremos utilizar o formato dos atendimentos
psicodramáticos de aquecimento, dramatização e compartilhamento. O aquecimento como
etapa inicial é dividido em inespecífico e específico. Busca-se retirar as pessoas
gradativamente do contexto social para favorecer a entrada no contexto grupal e,
posteriormente, psicodramático. No aquecimento inespecífico, a família traz seu contexto
social para a sessão, através de uma inundação de problemas. O terapeuta procura junto
com ela organizar e relacionar estes dados, focalizando qual o núcleo dos problemas
trazidos. No aquecimento específico, se escolhe a dramatização a ser feita e o terapeuta
aquece os atores para assumirem seus papéis em cenas criadas em conjunto (Seixas, 1992).
No momento da dramatização o trabalho é sociodramático, instante em que
todas as pessoas presentes participam da ação dramática em seus respectivos papéis. O
sociodrama concretiza no presente o problema social e grupal que a família está vivendo.
Quando necessário busca-se no passado e no intrapsíquico particular de cada membro os
nós que estão impedindo a funcionalidade do relacionamento familiar (Seixas, 1992).
Algumas técnicas de ação psicodramáticas poderão ser utilizadas como: o duplo, o espelho,
a inversão de papéis, o solilóquio, a concretização, a maximização, a realidade suplementar,
a projeção de futuro, a auto apresentação, a escultura, o átomo social e o átomo familiar,
etc.
No momento do compartilhamento procuramos a participação da equipe
reflexiva que tem como finalidade auxiliar os terapeutas ficando em silêncio durante a
sessão para se manifestar quando solicitada. Esta equipe reflexiva tem como tarefas
observar a sessão, refletir sobre a mesma, permanecer em silêncio e criar suas próprias
ideias que serão expostas em uma conversação quando solicitado pelos terapeutas. A
13

indicação de tarefas podem ser propostas neste momento da sessão e manterá o contato dos
participantes com o processo terapêutico favorecendo as mudanças entre as sessões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um plantão psicológico como forma de atendimento de urgência em situações de


conflito, de crise, de traumas psicológicos, emocionais e sociais pode ser uma resposta a
indagação lançada por Nathan Ackerman (1958) “nós temos uma sociedade doente? Como
trilhamos o caminho das condições de vida para o equilíbrio de forças entre doença e
saúde?” (p.330). Deste modo, acreditamos que nossa contribuição possa favorecer a
comunidade de Fortaleza e a rede de saúde em responder esta indagação de Ackerman,
formulando outras questões ao prestar um serviço gratuito e qualificado em saúde mental.
O foco do plantão psicológico reside no foco no acolhimento dos sofrimentos e nas
intervenções psicoterápicas em situações de crise aos casais e às famílias está
fundamentado na crença de que eles procuram este serviço por desejarem mudar. Sua
mudança pode ser circunstancial ou de primeira ordem ou profunda e de segunda ordem
como afirmam Watzlawick, Weakland e Fisch (1973) gerando uma ampliação de sua
perspectiva, novas formas de coesão, de viver a aliança, de resolução das diferenças, dos
problemas e dos impasses da vida a dois ou em família.
As contribuições desta forma de atendimento psicoterápico para o curso, para os
alunos de Psicologia e para o Serviço de Psicologia Aplicado (SPA) são relevantes. Para o
curso porque possibilitará a realização de diversas pesquisas sobre o público recebido. Para
os alunos de Psicologia, pois, poderá se tornar um espaço apropriado para o aprendizado do
atendimento de urgência de casais e famílias fornecendo experiências no acompanhamento
e na intervenção imediata desta demanda. Ao SPA porque trará uma diversidade nos
serviços qualificados que são oferecidos à comunidade, favorecendo por seu intermédio o
acolhimento direto deste público que poderá ser triado por sua própria demanda, ampliando
o foco de uma perspectiva psicoterápica individual para uma perspectiva mais coletiva de
processo grupal e familiar.
Concluímos com uma frase de Moreno que sintetiza nosso objetivo com este
projeto, quando comenta sobre o teatro terapêutico e a cura no sociodrama: “mas esta louca
paixão, este desdobramento da vida no domínio da ilusão não funciona como renovação do
14

sofrimento; ao contrário, confirma a regra: cada segunda vez é uma liberação da primeira”
(p.107-108).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACKERMAN, N. Diagnóstico e Tratamento das Relações Familiares. Porto Alegre: Artes


Médicas, [1958] 1986.
ANDOLFI, M., ANGELO, C. & SACCU, C. (orgs.) O Casal em Crise. 3. ed. São Paulo:
Summus, 1995.
ANTON, I.C. A Escolha do Cônjuge: um entendimento sistêmico e psicodinâmico. 2ª
edição revista e ampliada. Porto Alegre: Artmed, 2012.
BREUNLIN, D., SCHWARTZ e KUNE-KARRER, B.M. Metaconceitos: Transcendendo
os Modelos de Terapia Familiar. 2ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
CARTER, B. & MCGOLDRICK, M. Mudanças no Ciclo de Vida Familiar. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995.
FERREIRA, A. G. Dicionário de Latim-Português. Porto: Porto, 1997.
FERREIRA, A. Dicionário da Língua Portuguesa. 6. ed. Curitiba: Posigraf, 2004.
FERREIRA, F. Dicionário de Casamento/Divórcio & Temas Adjacentes. Porto: Campo das
Letras, 2002.
FIGUEIREDO, A.C.C. & SOUZA, R.M. As Perdas Ambíguas e a Infidelidade Conjugal.
Cap.03, p.49-69. In: CASELLATO, G. O Resgate da Empatia: Suporte Psicológico
ao Luto Não Reconhecido. São Paulo: Summus, 2015.
JOHNSON, A. G. Dicionário de Sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
LEVI-STRAUSS (1949 [1982]) apud FERREIRA, F. Dicionário de Casamento/Divórcio &
Temas Adjacentes. Porto: Campo das Letras, 2002.
MENEGAZZO, C.M., TOMASINI, M.A., ZURETTI, M.M. e cols. Dicionário de
Psicodrama e Sociodrama. São Paulo: Ágora, 1995.
MIERMONT, J. e cols. Dicionário de Terapias Familiares. Porto Alegre: Artes Médicas,
1994.

MORENO, J. L. Psicodrama. São Paulo: Cultrix, 12a ed., 1946 [1997].


______. Fundamentos de la Sociometria. Buenos Aires: Editora Paidós, 1954 [1972].
15

______. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1959 [1974].
NASCIMENTO, Eunice; EL SAYED, Kassem Mohamed. Administração de conflitos.
Curitiba: Faculdades Bom Jesus e Gazeta do Povo, 2002. Coleção Gestão
Empresarial.
PEREIRA, I. S. J. Dicionário de Grego-Português e Português-Grego. 7. ed. Braga:
Livraria Apostolado da Imprensa, 1990.
PITTMAN, F. Turning Points. Treating Families in Transition and Crisis. First edition.
New York: Norton & Company, 1987.
OSÓRIO, L.C. Terapia Familiar: Novas Tendências. Porto Alegre: Artmed editora, 2002.
ROSSET, S. M. O Casal Nosso de cada Dia. 2a edição. Curitiba: Editora Sol, 2005.
SEIXAS, M.R.D. Sociodrama Familiar Sistêmico. São Paulo: Aleph, 1992.
TOMM, K. Circular Interviewing: A Multifaceted Clinical Tool, 1985. Apud SEIXAS,
M.R.D. Sociodrama Familiar Sistêmico. São Paulo: Aleph, 1992.
______ Reflexive Questioning: a Generative Mode of Inquirity, 1985. Apud SEIXAS,
M.R.D. Sociodrama Familiar Sistêmico. São Paulo: Aleph, 1992.
WATZLAWICK, P., WEAKLAND, J. e FISCH, R. Mudança: Princípios de Formação e
Resolução de Problemas. São Paulo: Editora Cultrix, 1973.
WHITAKER (1982) apud ANDOLFI, M., ANGELO, C. & SACCU, C. (orgs.) O Casal em
Crise. 3. ed. São Paulo: Summus, 1995.
16

ANEXOS
17

Universidade de Fortaleza
Fundação Edson Queiroz
Centro de Ciências Humanas – CCH
Serviço de Psicologia Aplicada – SPA

Equipe de Triagem
CRITÉRIOS DE ENCAMINHAMENTO

1. Psicoterapia Familiar2

Quando houver encaminhamentos para a terapia familiar devem ser observadas as


seguintes indicações:

1. Os membros das famílias devem querer e solicitar um processo psicoterápico.


2. Deve ser percebido pelo menos um incômodo ou conflito interpessoal manifesto entre
os integrantes da família.
3. Em situações de violência doméstica em que haja abuso físico, sexual, violência
psicológica, patrimonial ou negligência. É contra indicado a participação do suspeito
ou abusador junto aos membros da família.
4. Em casos de crises familiares previsíveis como: a adolescência e casamento dos filhos,
a aposentadoria e envelhecimento dos pais ou crises familiares imprevisíveis que
podem ser pelo desemprego, adoecimento grave, falecimento de um ou vários
membros da família.
5. Quando existirem conflitos entre os pais, entre os pais com os filhos, dos filhos entre si
ou com os seus pais.
6. Quando existirem conflitos não resolvidos entre irmãos e parentes próximos como tios,
primos e avós.
7. Nos pontos de transição do ciclo vital que podem gerar estresse e conflitos familiares
como nos casos de nascimentos e crescimento dos filhos adolescentes ou na saída dos
filhos do convívio da família de origem pelo casamento ou quando este é modificado
pelo divórcio e pelo recasamento.

2
Estes critérios de encaminhamento para a terapia familiar foi elaborado pelo professor Álvaro Rebouças
Fernandes em 29/08/2014.
18

8. Quando houver conflitos entre cônjuges em que a criança foi parentalizada ou


triangulada formando uma aliança ou coalizão.
9. Nos casos em que existam filhos ou cônjuges com transtornos alimentares do
comportamento como anorexia e bulimia ou a presença de alcoolismo e toxicomania.
10. Nos casos que é percebida transtornos psicóticos como esquizofrenia e paranoia
somente indicar quando a(s) pessoa(s) estiver devidamente acompanhada por um
psiquiatra, medicada e fora do surto.
11. Quando existirem conflitos decorrentes do divórcio ou recasamento dos ex-cônjuges.
12. Quando forem identificados conflitos decorrentes do estresse das relações cotidianas e
das atividades rotineiras da família ou de questões passadas conhecidas e não
resolvidas entre os membros.
13. Em situações em que são identificados segredos familiares não revelados e que afetam
as relações entre os membros da família.
14. Conflitos decorrentes da sensação de incômodo sentida por membros da família sobre
decisões internas tomadas.
15. Nos casos de dificuldade de comunicação entre os membros da família nas situações
em que esta comunicação verbal tenha se desenvolvido patologicamente gerando
conflitos e erros de compreensão entre os integrantes.
16. Na tomadas de importantes decisões de projetos conjugais, familiares ou profissionais
que geram conflitos pela discordância de opiniões entre os membros da família.
17. Na modificação das expectativas individuais e coletivas sobre a atuação de cada
membro, em seus respectivos papéis familiares, que possam gerar conflitos e
dificuldades comunicacionais entre eles.

2. Psicoterapia com Casais3

Quando houver encaminhamentos para a terapia de casal devem ser observadas as


seguintes indicações:
1. Os cônjuges precisam querer e solicitar um processo psicoterápico.

3
Estes critérios de encaminhamento para a terapia com casais foi elaborado pelo professor Álvaro Rebouças
Fernandes em 29/08/2014.
19

2. Quando desejarem refazer suas trajetórias como casal.


3. Quando existirem conflitos entre os cônjuges percebidos por ambos.
4. Em momentos de sofrimento afetivo ou sexual advindos de crises conjugais como:
crises na estruturação estável do casal; crises na estruturação e produção da família;
crises de meia-idade; crises ligadas à velhice; crescimento desproporcional entre os
cônjuges; acidentes ou morte de filhos; acidentes e morte de um dos cônjuges; perdas;
quebras de contrato conjugal (contrato civil ou secreto do casamento).
5. Quando os cônjuges quiserem, realmente, enxergar suas contribuições para as
dificuldades.
6. Quando for percebida a existência de sentimentos que aproximam o casal e possam
amenizar a intensidade dos sentimentos que os afastam despertados pelos conflitos
conjugais.
7. Quando um dos cônjuges ou os dois estão envolvidos ou interessados em outras
pessoas fora da relação matrimonial.
8. Quando ainda houver interesse e atração afetiva e sexual entre eles.
9. Quando existirem esforços de um ou de ambos os parceiros dirigidos para encobrir as
dificuldades conscientemente conhecidas entre eles.
10. Quando os cônjuges estiverem em atrito constante.
11. Quando os cônjuges necessitarem se tornar um casal.
12. Quando ambos estão envolvidos na autotransformação ou têm o intuito de melhorar a
qualidade da relação.
13. Em casos de conflitos desencadeados pela aliança de um dos cônjuges com filhos ou
parentes próximos.
14. Quando os pais divergirem ao ponto de gerarem conflitos entre si na forma de educar
os filhos.
15. Nos casos em que o casal está tentando engravidar e se submetem ao tratamento de
reprodução assistida.
16. Em situações em que um dos cônjuges está enfrentando dificuldades sexuais ou
impotência.
20

17. Nos casos de dificuldade de comunicação entre os cônjuges ou nas situações em que
esta comunicação verbal tenha se desenvolvido patologicamente gerando conflitos,
erros de tradução e incompreensão mútua.

3. Psicodiagnóstico (criança, adolescente e adulto)


1. Encaminhamento externo: depende da demanda do órgão. São solicitações de ordens
jurídicas, escolares, clínicas (médica, fonoaudiológica, etc.), sempre buscando dados
de ordens cognitivas e ou emocionais, dos examinandos;
2. Encaminhamento interno: normalmente trata-se de verificações de ordens cognitivas e
emocionais para saber níveis de verificações de comprometimento no processo de
aprendizagem e conduta;
3. Atualmente com o advento do Psicodiagnóstico interventivo, pode-se fazer avaliação
psicológica em qualquer circunstância desde que haja uma demanda, ou
questionamento por parte de alguém;

4. Psicoterapia em Grupo
1. Quando não for identificada a possibilidade de empreender um processo psicoterápico
(não houver uma demanda com possibilidade de encaminhamento);
2. Quando a demanda não for pontual e urgente (não houver uma demanda com
possibilidade de encaminhamento para o pronto-atendimento);
3. Quando a queixa está difusa e há possibilidade de sensibilização para a apropriação de
demanda, através dos processos de identificação e diferenciação com os outros, ao
dividir a experiência vivida e os afetos aí implicados;
4. Quando a solicitação já é feita na triagem, motivada por conhecimento prévio desse
serviço ou por encaminhamento externo;
5. Por outro serviço;
6. Quando o professor orientador do serviço de origem fizer o encaminhamento para o
trabalho em grupo;

OBSERVAÇÃO: Cada proposta de trabalho com grupo deve apresentar, para o serviço de
triagem, os critérios de encaminhamento para um grupo específico.
21

5. Psicoterapia de Grupo com Crianças


Para Grunspun, 1977, o processo terapêutico com crianças deve ser definido com cuidado
para que possamos compreender o desenrolar do processo terapêutico. “Quando colocamos
uma criança em terapia de grupo, o fazemos com a finalidade de que a terapia de seu ego
individual se realize através da construção do ego grupal”.

Algumas variações são importantes no encaminhamento:


1. Quando há comprometimento na socialização ou interação grupal (família e/ou escola);
2. Quando a criança enfrenta crises evolutivas como, por exemplo, adaptação na escola,
entrada na puberdade, dificuldade com limites, etc.
3. Quando as queixas trazidas pelos pais são difusas, mas há possibilidade de serem
trabalhadas no contexto grupal através da identificação/diferenciação com outras
crianças;
4. Quando a criança já faz Psicoterapia individual mas, ainda possui questões grupais a
serem trabalhadas;
5. Quando a criança vem encaminhada para tratamento grupal pelo professor orientador
ou por profissional da área;
6. Quando há preferências pelo tratamento grupal, dependendo do grupo disponível para o
caso;

6. Pronto-atendimento (criança, adolescente e adulto)


1. Queixas específicas como, por exemplo:
a) Dependência: o cliente procura o SPA porque nunca aprendeu a resolver seus
problemas sozinho. Segundo Bordin apud Scheeffer, 1980, são indivíduos que
funcionam passivamente, seus progressos, desde a infância, consistem em apenas ser
capazes de pedir ajuda mais explicitamente e em discriminar melhor aqueles a quem
devem pedir auxilio. Usualmente procuram o serviço porque alguém o sugere;
b) Conflito intrapsíquico: é o conflito resultante da discrepância entre o conceito do “eu”
e as suas próprias experiências. Segundo Bordin apud Scheeffer, 1980, estes conflitos,
muitas vezes não são verbalizados;
c) Angústia da escolha: quando indivíduo se vê entre duas alternativas, ambas
desagradáveis e envolvendo uma perturbação nos seus planos vitais;
22

2. Demanda para aconselhamento psicológico como, por exemplo, falta de informação


para tomar uma decisão devido à falta de conhecimento sobre o assunto;
3. Problemática para atendimento imediato como, por exemplo, suicidas, depressivos,
vítimas de abuso, luto patológico, síndrome do pânico, casos boderline, etc., que
posteriormente serão encaminhados para Psicoterapia;

6. Psicoterapia Individual (criança, adolescente e adulto)


O encaminhamento a uma Psicoterapia individual depende do sintoma apresentado e pode
estar relacionado a uma série de fatores como:
1. Demanda pessoal e particular, onde o próprio indivíduo apresenta necessidade de
trabalhar seus conflitos psíquicos por apresentar desordem de alimentação, sono,
angustia ansiedade, medos, comportamentos “incomuns ” ao seu cotidiano, sentimentos
de perdas, enfim, tudo o que esteja perturbando no campo emotivo;
2. Indicação de profissionais, normalmente da área da saúde, que não encontrando
justificativas de caráter orgânico para o sintoma, acredita ser de ordem psíquica,
havendo a necessidade da psicoterapia;
3. Indicação de profissionais que mesmo não sendo da área de saúde, acreditam que a
conduta e o comportamento inadequado observado ou atitudes que gerem sofrimentos
psíquicos, demande um atendimento específico, ou seja, uma psicoterapia;
23

QUESTÕES SISTÊMICAS PARA AS INTERVENÇÕES DOS ATENDIMENTOS


REALIZADOS NO PLANTÃO PSICOLÓGICO COM CASAIS E FAMÍLIAS DO
SPA4

De acordo com Seixas (1992) a entrevista circular de Tomm (1985) traz muitas
contribuições para os atendimentos psicoterápicos sistêmicos de uma forma geral e,
especialmente, no sociodrama familiar sistêmico. Ele indica a utilização de quatro tipos de
questões interventivas: lineares, circulares, estratégicas e reflexivas.
Para Seixas (1992) as intervenções verbais sistêmicas são fundamentadas nas
concepções de Karl Tomm (1985). Ele estabelece quatro tipos de questões sistêmicas: 1.
Questões lineares; 2. Questões Circulares; 3. Questões Estratégicas e 4. Questões
reflexivas, que podem ser utilizadas nas sessões de terapia familiar. Para Seixas também
serve de investigação exploratória e preparação para as intervenções ativas
sociodramáticas. As questões lineares têm como objetivo “orientar o terapeuta sobre a
situação do cliente”(p.120). Para o terapeuta a intenção é de investigação e utiliza perguntas
como: o que, como e por quê. As questões circulares têm como meta principal “orientar o
terapeuta sobre a situação do cliente” (p.120) e a intenção do terapeuta é exploratória, pois
se busca a conexão dos eventos e não a origem do problema. Para isso, utiliza pergunta
como: quem foi mais afetado com o problema? Quem concorda? Quem discorda? As
questões estratégicas têm como finalidade “influenciar o cliente ou a família, de uma
maneira mais específica”(p.121). A intenção do terapeuta é corretiva e para isso pode
proferir questões como: você não acha que se falar mais brandamente com seu marido
conseguirá melhores resultados? Quem impede você de realizar? O que precisa ser feito
para ser realizado? E as questões reflexivas que têm como objetivo “influenciar a família ou
cliente de modo indireto”(p.121) ao desenvolverem uma reflexão sobre suas relações
mútuas e as percepções pessoais. A intenção do terapeuta é encorajar e facilitar o processo
da família para buscar seus próprios recursos e resolver seus problemas relacionais. Desta
forma, o terapeuta desencadeia atividades reflexivas no sistema de crenças pré-existentes da
família com o objetivo de resgatar atitudes espontâneas de seus membros. Questões
reflexivas possíveis são: o que você pensa que acontecerá daqui a um ano se vocês
continuarem a se relacionar desta forma? Como isto ocorreu? E como vocês fizeram para

4
Estas perguntas para avaliação da relação conjugal e parental entre os cônjuges foram elaboradas pelo
professor Álvaro Rebouças Fernandes em 21/04/2016.
24

resolver esta questão? Deste modo, elaborei algumas questões interventivas sistêmicas dos
quatro tipos que pudessem retratar aspectos destacados na literatura que pudessem ser úteis
na condução do atendimento de urgência com os casais e com as famílias no plantão.

I. A HISTÓRIA DA RELAÇÃO CONJUGAL


1. Como ocorreram o primeiro encontro, o namoro, o noivado ou a decisão de morar
juntos?
2. Sobre a relação conjugal de vocês, como são vivenciados os aspectos afetivos, sexuais
e os projetos conjuntos antes do casamento?
3. Quais eram os papéis e como eram divididas as funções entre vocês antes do
casamento?
4. Como foi o vivido o ritual do casamento por cada um? E a lua de mel? E a saída da
casa da família de origem?
5. Sobre a relação conjugal de vocês, como foram vivenciados os aspectos afetivos,
sexuais e os projetos conjuntos após o casamento?
6. Como foram os primeiros anos após o casamento? O que mudou da vida de solteiro
para a vida de casado?
7. Quando vocês se sentiram casados?
8. Como foram organizadas as responsabilidades e tarefas após o casamento?

II. A RELAÇÃO CONJUGAL HOJE


1. Caracterize a relação conjugal atualmente?
2. O que precisa mudar?
3. Em que situação você perceberia que está satisfeito ou insatisfeito com a relação
conjugal?

III. AS EXPECTATIVAS CONJUGAIS NO INÍCIO E ATUAIS


1. Quais expectativas existiam no início da relação? E atualmente?
2. Quais foram realizadas? E quais não se realizaram?

IV. A COMUNICAÇÃO ENTRE OS CÔNJUGES NO INÍCIO E HOJE


1. Como vocês avaliam a comunicação entre vocês antes do casamento?
2. E como ficou após o casamento?
3. Qual o padrão de comunicação entre vocês?
4. Quais são os acordos implícitos?
5. Quais modificações precisariam ocorrer?

V. A INTIMIDADE, A AFETIVIDADE E A SEXUALIDADE DO CASAL


1. O que é intimidade para vocês?
2. Vocês se consideram íntimos?
25

3. O que caracteriza a relação de intimidade entre vocês?


4. Como era vivida a relação afetiva e sexual antes do casamento? E como ficou após?
5. As formas de expressão de carinho e afeto são explícitos, implícitos ou não existem?
6. Os ritmos e a frequência sexual são satisfatórios para ambos?
7. As rotinas diárias, o cuidado com os filhos, as atividades profissionais interferem na
vivencia afetiva e sexual de ambos?
8. Existem fantasias sexuais realizadas e não realizadas entre vocês?
9. O que gostariam de modificar na relação íntima, afetiva e sexual em seu casamento?

VI. A RELAÇÃO CONJUGAL VERSUS PARENTAL


1. Qual relação é mais vivenciada por cada um, a conjugal ou a parental? Por quê?
2. Desde quando começou a ser desta forma?
3. Quais mudanças são necessárias para que ambas as relações estejam equilibradas?

VII. A RELAÇÃO PARENTAL COM OS FILHOS


1. Vocês possuem filhos? Se sim, quem são?
2. Como se relacionavam com os filhos quando nasceram?
3. E após crescerem?
4. Como é vivida essa relação por cada um individualmente e pelos dois como pais?
5. Quais conflitos vivenciaram?
6. Quais foram resolvidos?
7. Quais não foram resolvidos?
8. Quais mudanças individuais e/ou conjuntas são necessárias nesta relação?

VIII. A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E DOMÉSTICA


1. Como eram administradas as finanças e as tarefas domésticas antes do casamento?
2. As contas foram dividas após o casamento?
3. E as tarefas domésticas?
4. Foi feito algum acordo explicito ou implícito?
5. Quem administra os recursos financeiros da família?
6. Quem paga as contas?
7. Como foram estabelecidas as tarefas domésticas para cada cônjuge?
8. Quanto tempo cada um cumpre por semana na realização das tarefas domésticas?

IX. A RELAÇÃO DOS CÔNJUGES COM OS AS PRÓPRIAS FAMÍLIAS DE


ORIGEM E DO OUTRO
1. Como era a relação de cada um com a própria família antes de casar? E após o
casamento?
2. Como era a sua relação com a família de seu cônjuge antes de casar? E após o
casamento?
3. Como está hoje a relação de cada um com a própria família de origem?
26

4. Como está hoje a relação com a família do cônjuge?


5. Como esta relação poderia estar?

X. AS RELAÇÕES SOCIAIS DOS CÔNJUGES COM AMIGOS, COM A


INTERNET E COM AS REDES SOCIAIS
1. Antes de casar vocês tinham muitos amigos ou poucos?
2. Eles se aproximaram ou se afastaram com o casamento?
3. Vocês se afastaram ou se aproximaram deles?
4. Vocês atualmente têm amigos?
5. São amigos do casal ou somente particulares de cada um de vocês?
6. São amigos reais ou virtuais?
7. Vocês acessam as redes sociais com frequência?
8. Como as redes sociais influenciaram a relação conjugal de vocês?
9. Já tiveram conflitos motivados pelo investimento considerado pelo outro como
demasiado nas redes sociais?

XI. O TRABALHO E AS CARREIRAS PROFISSIONAIS


1. Que profissões possuem?
2. Que trabalhos realizam nesta profissão?
3. Quem é mais engajado no trabalho ou profissão?
4. Quem trabalha mais ganha mais e paga a maioria das contas?
5. Um dos dois recebe mais pelo trabalho que executa?
6. Isto interfere na relação conjugal?
7. Este que ganha mais também paga mais na distribuição das contas e no suprimento das
necessidades da família?
8. Como as carreiras profissionais de vocês se complementam?
9. Existe competição entre as carreiras profissionais de vocês?

XII. OS PROJETOS INDIVIDUAIS, CONJUGAIS E COLETIVOS (FAMILIARES)


1. Quais metas individuais, coletivas e conjugais foram pensadas no início da relação?
2. E depois quais foram realizadas, descartadas e substituídas?
3. Quais conquistas individuais, conjugais e coletivas gostariam de realizar?

XIII. AS CRISES CONJUGAIS E PARENTAIS VIVIDAS


1. Quais os conflitos e as crises vivenciados e superados por vocês antes do casamento? E
após o casamento?
2. Quais os conflitos e as crises que não foram superadas?
3. Quais fórmulas de resolução foram tentadas e funcionaram? E quais não funcionaram?
4. Como pretendem resolver?
27

XIV. OS PAPÉIS EM INTERAÇÃO


1. Quais papéis estavam presentes na interação conjugal antes do casamento? E como
ficou após? Quais papéis novos surgiram?
2. Quais papéis você prefere vivenciar? Quais não?
3. Que papéis foram desenvolvidos antes do casamento? E quais foram desenvolvidos
após?
4. Quais os papéis que estão superdesenvolvidos? E quais estão subdesenvolvidos em sua
relação conjugal, parental ou familiar?

XV. O TIPO DE RELAÇÃO QUE VIVEM


1. Se você pudesse decidir hoje o tipo de relação conjugal que vive, que tipo seria?
2. Qual seria o tipo antes de casar?
3. Como casal em consenso, qual tipo de relação vocês poderiam ter vivido antes de
casar? E após o casamento?

XVI. DIAGNÓSTICO DA RELAÇÃO CONJUGAL


1. Qual diagnóstico cada um de vocês atribui para a relação que viveu antes de casar? E
após?
2. Qual seria o diagnóstico conjunto antes de casar? E após o casamento?

XVII. QUEIXA INDIVIDUAL E CONJUNTA DO CASAL


1. Quais as queixas individuais ou conjuntas percebidas antes do casamento? E após?
2. O que você mudaria em você que favoreceria sua relação conjugal antes de casar? E
após o casamento?
3. E quais mudanças conjuntas afetaram positiva ou negativamente a relação antes de
casar? E após?
4. Quais seriam as mudanças futuras que poderiam afetar positivamente a relação
conjugal?

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E SUGERIDA:


ACKERMAN, N.W. Diagnóstico e Tratamento das Relações Familiares. Porto Alegre:
Editora Artes Médicas, 1958 [1986].
BREUNLIN, C.D., SCHWARTZ e MAC-KUNE-KARRER Metaconceitos.
a
Transcendendo os modelos de terapia familiar. 2 edição. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 2000.
BUSTOS, D. Perigo... Amor à vista! Drama e psicodrama de casais. 2. ed. ampliada São
Paulo: Aleph, 2001.
CARNEIRO, T.F. Família: diagnóstico e terapia. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
DIAS, V.R.C.S. Vínculo Conjugal na Análise Psicodramática: Diagnóstico Estrutural dos
Casamentos. São Paulo: Ágora, 2000.
NICHOLS, M. e SCHWARTZ, R. Terapia Familiar. Conceitos e métodos. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
SEIXAS, M.R.A. Sociodrama Familiar Sistêmico. São Paulo: Aleph, 1992.
28

TOMM, K. Circular Interviewing: A Multifaceted Clinical Tool, 1985.


______ Reflexive Questioning: a Generative Mode of Inquirity, 1985.
29

Fundação Edson Queiroz – FEQ


Universidade de Fortaleza - UNIFOR
Núcleo de Atenção Médica Integrada – NAMI
SERVIÇOS DE PSICOLOGIA APLICADA – SPA

CADASTRO DO PLANTÃO PSICOLÓGICO DE CASAIS E FAMÍLIAS5 Cadastro N0: ________

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS PACIENTES/CLIENTES

Nome: _______________________________________________________________________________
Data de Nascimento: _____/ _____/ ________ Gênero: ( )M ( ) F Grau de nstrução:_______________
Endereço: _____________________________________________________ n°: ____________________
Bairro: ________________________ CEP: ______________ Cidade: ____________________ UF: _____
Telefone residencial: ____________________________ Recado: _________________________________

II. DADOS FAMILIARES

Mãe: _________________________________________________ Idade: _____ Vivo: ( ) Sim ( ) Não


Profissão: _____________________________________ Escolaridade: ____________________________
Pai: __________________________________________________ Idade: _____ Vivo: ( ) Sim ( ) Não
Profissão: _____________________________________ Escolaridade: ____________________________
Irmãos: __________________________________________ Ordem de nascimento: __________________
______________________________________________________________________________________
Moram com: ___________________________________________________________________________

DADOS DOS ATENDIMENTOS NO PLANTÃO

Encaminhado por: _______________________________________________________________________


Início: _____/ _____/ ________ Término: _____/ _____/ ________
Necessidade de atendimento: ( ) Urgente ( ) Curto Prazo
Número de Entrevista: ___________________________________________________________________
Indicação terapêutica: ____________________________________________________________________
Crise vivenciada pelo casal ou família: ______________________________________________________
Hipótese diagnóstica sistêmica e (CID-10): __________________________________________________

5
Esta adaptação da ficha de inscrição e síntese do Serviço de Psicologia Aplicada do NAMI/UNIFOR foi
elaborada pelo professor Álvaro Rebouças para o plantão com casais e família do SPA em 21/04/2016,
intitulado FOCO RECÍPROCO.
30

ATENDIMENTOS / ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Atendimento realizado: plantão com casal ( ) plantão com famílias ( )


Dupla de Estagiários: ____________________________________________________________________

DIA HORÁRIO DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE PRESENÇA/FALTA

QUEIXA DO CASAL OU DA FAMÍLIA

______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

Relato do 1° Retorno Data: ____ / ____ / _____


______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
31

Relato do 2° Retorno Data: ___ / ____ / _____


______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

Relato do 3° Retorno Data: ___ / ____ / ______


______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
32

Relato do 4° Retorno Data: ___ / ____ / ______


______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

( ) Encaminho para ________________________________ ( ) Desligado em ____ / _____ / _______

Estagiários: ________________________________________ Professor: __________________________

OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________

Você também pode gostar