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RESUMOAtualizado: 30 out 2020

O envolvimento do sistema nervoso periférico no autismo

Neurology
YL Chien , CC Chao , ST Hsieh , et al.
article.languageSwitcher.en-US
Princípios

 A neuropatia de fibras finas está envolvida nas alterações sensoriais observadas


em indivíduos com autismo.

Por que isso importa

 Considera-se que fibras finas e grossas contribuem para as alterações sensoriais


no autismo, descritas por > 70% dos indivíduos com essa condição.
 A maior parte da pesquisa atual tem se concentrado em mecanismos cerebrais
específicos, e este é um dos poucos estudos que investigaram o papel do sistema
nervoso periférico no autismo.
 Em um estudo anterior, os autores descobriram que quando aplicaram o
potencial evocado por contato com calor (contact heat evoked potential, CHEP)
em indivíduos com autismo (que registra a fisiologia das respostas cerebrais à
estimulação térmica e nociceptiva), eles tinham uma amplitude menor e uma
latência maior em resposta a estímulos térmicos em comparação com os
controles. Além disso, os autores observaram que a amplitude do CHEP está
correlacionada linearmente com o grau de inervação da pele ao medir a
densidade das fibras nervosas intraepidérmicas (intraepidermal nerve fiber,
IENF), o que os levou a investigar o papel da neuropatia de fibras finas nos
padrões atenuados do CHEP em indivíduos com essa condição.

Desenho do estudo

 Objetivo: Pesquisar a fisiopatologia das anormalidades somatossensoriais no


autismo e testar a hipótese de que a neuropatia de fibras finas na pele contribui
para as apresentações clínicas dessa condição.
 O estudo incluiu 32 participantes do sexo masculino que tinham diagnóstico de
autismo, com idade entre 18 e 45 anos (idade média de 26,5 anos) e QI ≥ 70, e
27 controles (idade média de 32,8 anos).
 As avaliações incluíram questionários por autorrelato e exames sensoriais para
neuropatia de fibras finas (biópsia cutânea), fisiologia (CHEP) e psicofísica
(teste sensorial quantitativo [quantitative sensory testing, QST]), bem como
estudos de condução nervosa (nerve conduction studies, NCS) para fisiologia de
fibras grossas. A densidade IENF foi medida para quantificar a inervação
sensorial de fibras finas da pele.

Principais resultados

 A densidade IENF foi menor em indivíduos com autismo, em comparação com


os controles (5,53 ± 2,09 vs. 11,13 ± 3,49 fibras/mm; p < 0,0001), com 53,1%
tendo densidade IENF reduzida (ou seja, denervação da pele) e 46,9% tendo
inervação normal da pele.
 No grupo de autismo, a densidade de IENF foi correlacionada negativamente
com a amplitude do CHEP (t= −3,24; p = 0,003), enquanto no grupo de controle
foi observada uma correlação positiva (t = 2,29; p = 0,033).

 O QST (nos 27 indivíduos com resultados) revelou que 28% tinham limiares
térmicos elevados, com o limiar de calor no hálux correlacionando-se
negativamente com a densidade de IENF (p = 0,0073), sugerindo
comprometimentos funcionais das fibras finas de nervos sensitivos.

 Todos os indivíduos com autismo apresentaram resultados normais nos testes


para avaliação das fibras grossas (NCS).
 Os autores concluíram que os achados sugerem que um número considerável de
indivíduos com autismo tinha neuropatia de fibras finas e fornecem evidências
estruturais e fisiológicas do envolvimento do sistema nervoso periférico no
autismo.

Limitações

 Todos os participantes eram homens.


 O grupo de controle era mais velho.
 Não foi realizado exame genético para excluir autismo sindrômico.
 Grupos com amostras pequenas.

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Notas

Referências

Chien YL, et al. Small fiber pathology in autism and clinical implications.
Neurology. 2020; doi:10.1212/WNL.0000000000010932.
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