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Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - Programa de Pós-Graduação em


Neurociência Cognitiva e Comportamento
Seminário de Pesquisa em Neurociências Cognitiva e Comportamento
Professor: Flávio Barbosa Freitas. Aluna: Gisele Menezes da Silva.

A busca por biomarcadores de sons fantasmas- Tinnitus e o sistema


endocanabinóide
Katarina Leão (UFRN/ICe)

A palestrante Katarina falou sobre a relevância das pesquisas em neurociências


em desenvolver métodos científicos que possam mensurar experimentalmente a
ocorrência do Zumbido, visto que, o paciente não tem como provar o som fantasma. Essa
sensação sonora ainda não tem cura, e por vezes é de difícil diagnóstico. Mesmo no campo
da medicina, pacientes relatam o desconhecimento da doença por parte dos médicos que
além de invalidar o sofrimento dos pacientes tendem a receitar antidepressivos e
ansiolíticos para o tratamento. Atualmente as formas de tratamento para aliviar os
sintomas são práticas de mindfulness, terapia cognitivo-comportamental e o treino das
células neuronais diante da exposição a sons ambientes. Um dos maiores desafios na
busca por biomarcadores para o zumbido é que ainda existem poucos estudos em modelos
animais; para ser um biomarcador precisa funcionar em humanos; a palestrante traz um
estudo que sugere que no futuro será possível investigar o zumbido através de exames
com marcadores genéticos, porém essa realidade pode demorar, outra dificuldade é que
ainda tem pouco investimento estudando essa área.
O estudo da aluna de mestrado da palestrante usando uma amostra em modelo
animal com camundongos em situação de ruidos altos demonstrou que há um trauma
acústico no córtex mudando a propriedade dos neurônios. Esse estudo ainda tem lacunas
a serem respondidas como por exemplo, quando era avaliada dias depois as estruturas
estavam normais, uma explicação pode ser a plasticidade cerebral, porém essas hipóteses
precisam serem melhor investigadas.
A palestrate sugere que o Tinnitus teria relação com atividade neuronal elevada e
a pergunta seria se isso poderia ser usado como biomarcador. Seu estudo com
endocanabinóide tem o objetivo de diminuir essa atividade, alguns estudos da literatura
demonstram resultados variados o que sugere que a dose/concentração é uma variável
que ainda está em discussão, no instituto do cérebro a dose está sendo investigada. Em
sua pesquisa, para gerar o zumbido os pesquisadores experimentam os camundongos a
ouvir ruídos seguido por pausa associada a um trauma acústico (como uma batida); a
hipótese é que o grupo experimental não perceba quando acontece a pausa por ter uma
alta atividade neuronal, esse grupo é comparado com um controle que não ouviu o som
acústico semelhante ao zumbido. O estudo está em curso, porém os pesquisadores se
mostram entusiasmados; a professora ressalva que muito precisa ser investigado,
observado e adaptado.

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