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Professor Esp. Felipe Fernandes
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Iniciamos aqui a nossa disciplina “Livros Proféticos”, neste livro e em nossas aulas
vamos imergir em contextos sociais dos mais diferentes do Oriente Antigo no período bíblico,
iremos compreender o ministério profético, suas nuances e características especiais nos
textos bíblicos. Nesta jornada, iremos perpassar em especial os livros do Antigo Testamento.
Poderemos observar no decorrer como o ministério dos profetas se desenvolveu e quais
foram principais precursores em diferentes épocas no enredo veterotestamentário.
Diferente do que estamos habituados a ouvir sobre os profetas, o profetismo teve
importante papel, não somente no campo religioso, mas foi muito relevante nos campos
políticos e sociais nas sociedades as quais estavam inseridos. Estudar essa temática é
um convite à imersão em culturas diversas bem como a embates entre povo e monarquia,
que mostram como era importante o papel dos profetas nos diferentes contextos aos quais
estavam inseridos.
Neste material vamos estudar os principais períodos e marcos históricos dos
profetas bíblicos suas mensagens e sua vida e abnegação em obediência as ordens e
profecias dadas por Deus para o povo.
Então pegue seu livro e vamos embarcar nessa maravilhosa viagem rumo ao
conhecimento!
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Profetas e Profetismo Bíblico
UNIDADE II.................................................................................................... 26
Profetismo do 8° Século
UNIDADE III................................................................................................... 47
Profetismo do Século 7° e 6° Século
UNIDADE IV................................................................................................... 66
Profetismo do 6° e 5° Século
UNIDADE I
Profetas e
Profetismo Bíblico
Professor Esp. Felipe Fernandes
Plano de Estudo:
● Introdução aos profetas;
● Definindo os tipos de profetas;
● Formas de Profetismo;
● Cultura e sociedade no oriente do antigo testamento;
● O Reino de Israel.
.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar quem eram os profetas, seus livros, suas mensagens
e contextos sociais que estavam inseridos;
● Compreender os tipos de profetas e as mensagens
especificas em cada período e contexto;
● Estabelecer a importância da mensagem profética nos campos
da religião, política e sociedade dos períodos aos
quais os profetas estavam inseridos.
3
INTRODUÇÃO
Estes profetas são dotados de um poder sobrenatural e por isso podem também
ser chamados na bíblia de ´ish’elohim, ou “homem de Deus” (ex. Moisés e Samuel: Dt 33.1;
1 Sm 9.1-10,16). Outra aparição do uso dessa palavra (ro’eh) está em Amós 7.12, no qual
Amazias chama Amós de ro’eh: Vai-te, ó vidente (ro’eh), foge para a terra de Judá, e ali
come o teu pão, e ali profetiza.
Nas cartas, vários títulos proféticos mencionados em Mari relacionam-se com o período
de Zimrilim, rei daquela cidade por volta de 1700 a.C. Os profetas apilus comporiam uma classe
de homens e mulheres que recebiam alguma ordem da divindade, mantinham relação cúltica
com os templos das divindades existentes. Relatos apontam também para manifestações
extáticas (extasiados) com experiências diversas, com presságios futuros e visões e também
as cartas remetem a profetas apilus que tinham visões. As relações destes tipos de profetas
(apilus) com os profetas bíblicos está apenas no campo de análise dos fenômenos dentro dos
tipos de profetismo. A diferença é de simples compreensão, para os profetas bíblicos todos os
outros profetas como nas cartas de Mari eram considerados falsos deuses, os profetas bíblicos
profetizavam apenas no nome de um Deus, o verdadeiro Deus de Israel.
Os profetas vinculados às divindades pagãs, por vezes se diferenciavam da sua
forma de atuação e rituais utilizados em seus atos proféticos, como por exemplo, o uso
recorrente da lecanomância (leitura do futuro pela figura do azeite derramado numa taça
sagrada), a hepatoscopia (a leitura do futuro pelos riscos do fígado de animais sacrificados
aos ídolos). Esses dois rituais são exemplos de atuação profética no paganismo.
No enredo bíblico temos o exemplo dos cananeus, que consultavam as árvores
sagradas como oráculo. No profetismo pagão destaca-se também a relação profeta/
poder, onde as profecias estavam muito mais atreladas a orientação das monarquias em
futuras batalhas bélicas, declarando-se (os profetas) a favor ou não à entrada do rei em
determinada pugna com outra nação, a firmar alianças político/comerciais com outras
nações ou a decisões complexas a serem tomadas, como aconteceu em Gênesis 41,8,
com adivinhadores e os sábios de Faraó.
Nota-se então que o profeta, em sua mensagem, deixa claro sua instrução de
forma didática aos ouvintes de sua mensagem, um poema didático (Wolff, 2003). Fica
clara a relação proposta pelo profeta de relacionar a mensagem ao contexto bucólico ao
qual a maioria de seus ouvintes estava habituada (plantas, cultivar, colher). A profecia
neste ponto fica relacionada ao contexto para a compressão da mesma, isso é leitura
contextual da profecia pelo profeta e deve ser feita pelo estudante/pesquisador. Em um
segundo plano, evidencia que a linguagem bucólica rural é utilizada para apontar o plano
de Iahweh na nação e nos tempos, apresentando a ação divina no plano da história (Deus
cuida da história: começo/plantio, meio/cultivo e fim/colheita).
SAIBA MAIS
Fonte: PETERLEVITZ, Luciano R. Introdução ao Profetismo. Revista Theos – Revista de Reflexão Teológica
da Faculdade Teológica Batista de Campina. Campinas: 5ª Edição, v. 4, n. 1 - Junho de 2008. ISSN: 1908-0215.
Chegamos ao final deste nosso primeiro encontro com a mensagem dos profetas e
o profetismo no Antigo Oriente. Neste início, conhecemos a importância de um método que
analise a profecia dentro de um contexto mais amplo e não apenas com leituras voltadas a
percepção espiritual da mensagem profética. Vimos também os nomes que caracterizavam
os profetas e características do profetismo individual dentro dos termos nas línguas originais.
Prosseguimos então olhando os profetas e suas denúncias contra a monarquia
e opressão ao povo, conhecemos também as realidades políticas, sociais e religiosas de
Judá e Israel.
A partir destas compreensões seguiremos avante, agora conhecendo um pouco
mais afundo cada profeta e sua mensagem.
Vamos lá?
LIVRO
Título: Teologia do Antigo Testamento
Autor: Paul R. House.
Editora: Vida acadêmica.
Sinopse: Neste material encontramos uma abordagem muito
completa e detalhada de fatores extrabíblicos que muito colaboram
nas pesquisas em textos do Antigo Testamento, sendo um material
indispensável aos estudantes de Teologia.
FILME/VÍDEO
Título: Israel, a terra do Deus da promessa.
Ano: 2018.
Sinopse: Toda a história de Israel é revisitada e analisada pela
perspectiva dos dias atuais de dez renomados escritores israelenses.
Conflitos, religião, amor, diferenças e controvérsias: tudo é explorado
por algumas das mentes mais interessantes do país.
Plano de Estudo:
● O profeta Amós;
● O profeta Oséias;
● O profeta Isaias;
● Os profetas Miquéias e Jonas.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar o aluno dentro dos períodos históricos da Bíblia;
● Abordar o profeta em sua vida, obra e missão;
● Estabelecer a importância da mensagem profética nos campos da religião, política
e sociedade dos períodos aos quais os profetas estavam inseridos.
26
INTRODUÇÃO
Iniciamos aqui nossa segunda unidade de estudos de nossa apostila, aqui começa
nossa imersão na vida, obra e missão dos profetas bíblicos. Nesta unidade vamos conhecer
nomes importantes da bíblia como Amós, Oséias, Isaías, Miquéias e Jonas. Veremos que
cada um destes profetas se tem seu destaque e merece muito de nossa dedicação nos
estudos, pois foram relevantes em seu tempo e sua mensagem profética tem verdades
que perduram até hoje, com colaborações importantes na vivência da fé e da pesquisa
acadêmica. Conhecer e aprofundar-se nestes nomes pode elevar sua hermenêutica bíblica
inserindo a você leitor dentro da mensagem e do contexto da mensagem do profeta. O
convite está feito... Vamos mergulhar no mundo que viveram estes profetas.
Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a
alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. (Oséias
6:3) (BIBLIA JERUSALÉM, 2002).
Sobre a biografia de Amós existem poucos dados sobre sua vida antes da profecia
com poucas informações históricas sobre ele, neste caso apenas conhecemos seu lugar
de origem, Técua, uma cidade pequena e importante localizada a dezessete quilômetros de
Jerusalém e mesmo pregando no Reino do Norte, Amós era judeu. Também sua profissão
o apresenta como alguém do campo, um pastor (noqued), vaqueiro (bôqer) e plantador
de sicômoros (um tipo de figo). Algumas pesquisas apontam Amós como um homem do
campo, mas com posses consideráveis e um viajante inteligente no comercio de animais
e de suas colheitas, caracterizando como um homem viajado e experiente em sua região,
estes aspectos tornam sua mensagem mais relevante como veremos a seguir. O profeta não
alimentava relação com grupos de profetas anteriores e sua vocação profética é levantada
de forma independente.
Logo de início em nossos estudos, precisamos estabelecer uma visão panorâmica da
época do profeta Amós. Inicialmente no século VIII, os profetas de Israel de grande eminência
inauguram o período conhecido como dos “profetas escritores”, isso pelo fato de terem agora
suas profecias escritas em registros literários, apenas este fato já nos aponta a importância
do profeta Amós em seu tempo. A partir de Amós outros profetas também passam a ter tal
reconhecimento de sua mensagem profética, desta forma cada vez a profecia destes homens
a estabelecia relações mais profundas com sua sociedade provando que suas mensagens
vaticinadas causaram impressões importantes em seus ouvintes.
Por este motivo, como mencionamos na unidade I, que a leitura do contexto agrega
muito a compreensão de sua profecia, leiamos agora o texto de Amós capitulo três os
versículos nove e dez:
Proclamai este oráculo nos palácios de Azot, nos palácios do Egito. Clamai:
Juntai-vos nos montes da Samaria, e vede quantas desordens há nessa
cidade, quanta violência se pratica no seu seio! São sabem fazer o que é reto
- oráculo do Senhor - amontoam em seus palácios “o fruto” de suas violências
e de seus roubos (Amós 3: 9-10, Bíblia, Versão Católica, 2002 ).
Amós usa então termos muito severos para expressar à situação vivida dada as
diferenças sociais explícitas na cidade ele as apresenta como mehûmot rabbôt, ou seja,
grande terror, semelhante ao de guerra. Mas esse cenário apresentado pelo profeta difere-
se muito caso um visitante casual entrasse em Samaria, pois ele veria uma cidade em
construção, um grande canteiro de obras luxuosas e portentosas. O luxo esbanjador das
grandes famílias era facilmente notado trazendo então uma imagem de cidade prospera e
feliz, mas isso não passa pelos olhos do profeta, vejamos:
Oráculo do Senhor: Por causa do triplo e do quádruplo crime de Israel, não
mudarei meu decreto. Porque vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um
par de sandálias, porque esmagam no pó da terra a cabeça do pobre, e trans-
viam os pequenos, porque o filho e o pai dormem com a mesma jovem, o que
é uma profanação do meu santo nome, porque se estendem ao pé de cada
altar sobre vestes recebidas em penhor, e bebem no templo do seu Deus o
vinho dos que foram multados (Amós 2:6-8, Bíblia, Versão Católica, 2002 ).
Por fim, é neste caos que Amós se levante para profetizar contra a injustiça notória
praticada ao povo e a exploração dos mais ricos por dinheiro, mas Amós aponta que Deus
vê e agirá diante desta situação. O fim da mensagem de Amós é o consolo do céu ao povo
que tanto foi oprimido, mas com a certeza que Deus viu seu sofrimento, enviou seu profeta
e agira em favor dos seus, castigando severamente quem não atendeu a voz de Deus.
Diante do erro descomunal do povo em sua relação com Deus, Oséias divide em
sua profecia-texto sua pregação em três etapas. A primeira apontando pequenos juízos
de Deus para que seu povo retorne a lei e ao relacionamento estabelecido e esperado por
Deus, um relacionamento de exclusividade. Nesta primeira, o povo se concertava, mas
tão logo retornavam aos erros originais e perdiam as bênçãos da obediência a profecia e
ao profeta (Os 2:9,7; 10-14), assemelhando-se a figura de um casal onde o marido/Deus
perdoa sua esposa/povo. Num segundo momento de sua pregação, em forma de poesia,
a mensagem do profeta muda a figura de Deus/esposo para Deus/pai e Israel sendo seu
filho. Nesta parte Israel/filho se afasta do Deus/pai e prefere os amigos/ Egito-Assíria
abandonando seus ensinamentos, um protótipo de filho rebelde, pois Israel chega a pedir
auxílio a Baal ante suas batalhas. Na última etapa de sua pregação, também em poema,
Oséias inicia com uma exortação, pedindo que o povo se arrependesse e voltasse tão
logo a Deus e seus preceitos, abandonando os ídolos e falsos deuses já estabelecidos na
forma de culto cultural na nação, como resultado deste arrependimento da nação Deus a
curaria, perdoaria e a amaria novamente.
4.1 Miquéias
Neste momento apresentaremos uma síntese sobre a vida e obra do profeta
Miquéias. Nascido em Moreset, aldeia próxima a Judá, a cerca de 35 quilômetros, o profeta
teve sua formação em um ambiente bucólico/rural vivenciando as experiências e sabedoria
destes, mas também vivendo conjuntamente com suas agruras e opressões, principalmente
advindas de latifundiários (SICRE, 1992). Poucas informações apontam para qual seria a
profissão do profeta e suas condições sociais, mas certamente seria um homem embainhado
de simplicidade e dado ao trabalho pesado. Em seu ministério, como afirma Wollf (2003)
o profeta desempenha um importante papel, sendo já um ancião (zaqen) Miqueias parece
ter se cansado das injustiças que presenciou ao longo de sua vida e que a incomodarão
com tais fatos o levantassem como profeta de Deus. Seu ministério foi desenvolvido entre
os reinados de Joatão, Acaz e Exequias, alinhando-se em alguns aspectos a mensagem
do profeta Isaias, isso entre os períodos de 740-698 a.C. (SICRE, 1992). Durante esses
reinados, ao levantar sua denúncia profética Miquéias foi muito incisivo contra os opressores
dos moradores rurais, com veementes ameaças contra latifundiários que exploravam os
trabalhadores rurais o ambiente em que Miqueias viveu era marcado por latifúndio, altos
impostos, aldeias saqueadas, roubos, tra¬balhos forçados e prostituição.
A mensagem do profeta em aspectos literários, ou seja, sua escrita está basicamente
nos capítulos inicias de seu texto, mais especialmente nos capítulos 2 e 3, onde o profeta
de fato é apresentado como um forte promotor de justiça contra as invasões e apropriações
das casas dos camponeses.
4.2 Jonas
O profeta Jonas identificado como “filho de Amitai” no início de seu livro, era
natural da vila de Gate-Hefer, uma região cosmopolita e com diferentes culturas coabitando
na vila, fato que pode ter sido preponderante no envio de Jonas Nínive. O nome Jonas
tem o significado em hebraico de “pomba”, esse significado pode ser dado por seu país
considerarem Jonas uma criança dócil e pacífica, mas também um contraponto a vocação
dele como profeta ao enviar uma dura mensagem contra os Nínivitas. A época de Elias já
havia passado e seu sucessor, Eliseu, tinha morrido durante o reinado do pai de Jeroboão
II. Embora Jeová tivesse usado esses homens para eliminar a adoração de Baal, Israel
estava se desviando novamente (HOUSE, 2005). O país estava mais uma vez sob o poder
de um rei que “fazia o que era mau aos olhos de Jeová” (2 Reis 14:24).
A ida a Nínive é a peça chave do quebra cabeça da compreensão da vocação profética
de Jonas. A cidade era capital do reino da Assíria, na margem esquerda do rio Tigre, na
antiga Mesopotâmia, Nínive, cujo nome significava “bela” (também de dimensões territoriais
extensas). Jonas então é enviado a Nínive para converter o seu povo e, assim evitar a sua
destruição (Jonas 3:1-10). Mais tarde, é o profeta Naum que descreve a ruína de Nínive, que
parece ter sucedido por volta de 612 (a.C).
Esta sensação de fracasso de Jonas foi para Deus um sucesso na missão do envio
do profeta, haja vista, é notada a conversão de uma cidade pagã ao arrependimento e volta
às leis e desígnios de Deus, reafirmando o fato de que Deus é um Senhor de amor, e o
amor um de seus atributos inegociáveis, desejando a salvar todos indistintamente (Jn 4:11)
(BIBLIA JERUSALÉM, 2002).
SAIBA MAIS
Fonte: TOSELI, C; MARQUES, M.A. Eu não vou castigar suas filhas por se prostituírem. Pia Sociedade
de São Paulo. 2022. Disponível em: https://www.vidapastoral.com.br/artigos/temas-biblicos/eu-nao-vou-
-castigar-suas-filhas-por-se-prostituirem-uma-leitura-de-oseias-44-14/. Acesso em: 10 jan. 2022.
REFLITA
Versículos 1-3: O Messias, seu caráter e ofício; 4-9: Suas promessas de bênção
futura para a sua Igreja; 10,11: A Igreja louva a Deus por suas misericórdias.
Fonte: HENRY, MATTEW. Comentário Bíblico. 1ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
LIVRO
Título: Palavra e Mensagem do Antigo Testamento
Autor: Org. Josef Schreiner.
Editora: Paulus/Teológica.
Sinopse: Com a contribuição de diversos pesquisadores referencias
do Antigo Testamento como: Luis Alonso Schokel, Lothar Ruppert,
Friedrich Ziener entre outros essa obra traz 23 contribuições,
que pretendem apresentar os livros do AT (Antigo Testamento),
desenvolvendo as linhas mestras do seu querigma. Intencionalmente,
e quase como um programa, encontra-se no começo um capítulo
sobre o AT como palavra de Deus e palavra do homem.
FILME/VÍDEO
Título: Milagres do Paraíso
Ano: 2016
Sinopse: Milagres Do Paraíso é baseado na incrível história
verdadeira da família Beam. Quando Christy (Jennifer Garner)
descobre que sua filha de 10 anos, Anna (Kylie Rogers), tem uma
doença rara e incurável, ela busca incessantemente a cura da
sua filha. Após Anna sofrer um acidente inesperado, um milagre
acontece quando ela está prestes a ser salva, surpreendendo
especialistas, restaurando sua família e inspirando sua comunidade.
Plano de Estudo:
● Os profetas Naum e Sofonias;
● O profeta Jeremias;
● O profeta Habacuque;
● O profeta Ezequiel.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar o aluno dentro dos períodos históricos da Bíblia;
● Abordar o profeta em sua vida, obra e missão;
● Estabelecer a importância da mensagem profética nos
campos da religião, política e sociedade dos períodos
aos quais os profetas estavam inseridos.
47
INTRODUÇÃO
Olá acadêmico (a) estamos nesta oportunidade continuando nossa viagem pelos
profetas bíblicos, espero que você continue animado em conhecer mais culturas e contextos
que envolviam os profetas. Esta viagem ao mundo contextual dos profetas é muito interes-
sante e ressalto, vale a pena continuar nossas pesquisas sobre esse tema. Em especial
nesta unidade, temos profetas como objeto de análise que foram de certa forma referencial
em seu período de atuação, uns mais temerosos e outros mais audaciosos, mas todos
atuaram com muita convicção de sua vocação, não se omitiram de ser a voz profética que
denunciava mazelas sócias dos mais poderosos ante aos mais pobres e atuaram fielmente
para que a justiça de Deus operasse em meio ao seu povo.
Será que ao término desta unidade não se levantarão profetas para atuarem em
nossa sociedade proclamando a verdade de Deus?
As épocas áureas das profecias bíblicas sofreram também por alguns períodos
de silêncio sem voz profética, um período de cerca de setenta e cinco anos. Este fato
geralmente é atribuído pelo longo reinado de Manassés, um homem sanguinário que
não mediu suas ações aumentando o suplício do povo mais pobre (2Rs 21:16) . Neste
silêncio profético, não podemos afirmar que não existiram profetas de menor expressão
literária profetizando, mas de alguma forma sua voz foi suprimida e suas mensagens não
permaneceram. A exceção se dá ao surgimento do profeta Naum que se tornou o único
profeta conhecido ao profetizar no período do reinado de Manassés (698-643) em que
seus poucos registros ele profere condenações a Nínive e também tece críticas as ações
planejadas do reinado Assírio. É importante destacar que neste período, mudanças do
governo em sua administração e mudanças também no campo religioso aconteceram,
mas veremos isso nas análises dos profetas pormenorizadamente.
Vamos iniciar abordando o profeta Naum, seu nome em hebraico significa
“consolo”, Naum era profeta e sua cidade natal foi Elkosh/Elcós (HOUSE, 2005) e apensa
isso se sabe sobre sua origem, até informações mais precisas sobre a cidade se perderam
ao longo da história. O livro de Naum é um tanto quanto curto o que deixa ainda mais
complexas as possibilidades de pesquisa para traçar melhor a atuação profética dele.
Mas uma curiosidade deve ser destacada, muitos estudantes atrelam o nome de Naum ao
aparecimento na genealogia de Jesus apresentada no evangelho de Lucas (3:25), mas não
há subsídios para ligar o Naum da genealogia com o Naum de Elcós.
1.1 Sofonias
Agora conheceremos outro profeta, Sofonias. O nome Sofonias significa “escondido
de Deus ou quem Deus escondeu”, seu livro é breve e por este motivo, consequentemente,
temos poucas fontes de pesquisa para ampliar nossa abordagem, mas não se engane, a
brevidade do livro não pode também diminuir a importância deste profeta. O tema central de
seu texto pode ser resumido pela frase “o dia do Senhor” e isso em alusão ao juízo de Deus
ao povo e aos governantes. Sofonias era filho de Cusi, filho de Gidalias, filho de Azarias,
filho de Ezequiel (SICRE, 1992). Neste caso, Cusi, que significa “etíope”, portanto, filho de
estrangeiros, mas ele mesmo era judeu, profetizou durante o reinado de Josias (640-609
AC). Também é o único dentre os Profetas Menores, que é descendente real, pois o mesmo
é tetraneto do rei Ezequias e isso é uma informação muito importante, pois este fato dava a
este profeta livre acesso a corte, fato que não era muito corriqueiro ao ministério dos profetas
bíblicos. Seu ministério tem uma data provável como sendo “nos dias de Josias, filho de
Amom, rei de Judá” (1.1), cerca de 640 a 609 a.C. (II Rs.23:2-1; 23:30 e II Cr.34:1; 35:27)
a maioria das pesquisas estabelece a data provável dos escritos entre 630 a 627 a.C. Seus
contemporâneos incluem Jeremias e Naum, pois Sofonias deve ter iniciado seu ministério
na data provável do ano 625 a.C. De acordo com o arranjo das Escrituras hebraicas, assim
Sofonias seria o último profeta a escrever antes da ida ao cativeiro. Destacamos também
que Sofonias foi contemporâneo ao rei Josias e seu parente distante, há uma possibilidade
plausível que mantinham uma amizade.
Caso o Profeta Sofonias tenha começado a profetizar a partir de 625 a.C., então
o início de seu ministério coincide com o período em que o ministério do Profeta Jeremias
também teve início. Estudar e conhecer o ministério profético de Jeremias seja o estudo
mais prazeroso entre os profetas, isso por um simples fato, Jeremias não só profetizou
os oráculos de Deus, mas também se permitiu ser conhecido no seu livro, mostrou suas
emoções, suas dúvidas e suas inquietações pessoais, se mostrou como um profeta acima
de tudo humano. Antes de apresentarmos a biografia e ações do ministério de Jeremias,
vamos apresentar uma breve cronologia em forma de esboço proposta por Luis Sicre, para
que possamos olhar o livro em planos gerais:
Sem dúvidas este é um dos profetas que menos informações temos para um
aparato de pesquisa convincente. Isso principalmente por seu livro pouco nada abordar
sobre informações e datas (SICRE, 1992). O contexto histórico aponta que seu ministério no
período em que a Assíria estava em decadência e a Babilônia surgindo como potência. Ele
teria presenciado o fim do Reino de Judá, quando a Babilônia invadiu e destruiu Jerusalém
e o templo e deportou o povo para a Babilônia. A partir da leitura do livro uma divisão da
profecia de Habacuque fica evidente sendo elas em três partes: 1) o grito do profeta contra
a violência da elite de Judá e contra a Babilônia; 2) cinco “ais” contra os opressores do povo;
3) Javé é o Senhor da história. Talvez ao fazermos uma análise da forma de abordagem
de Habacuque, ante a situação que ele contemplava, percebemos que o profeta é alguém
incomodado com a situação social e que o justo não deve nem pode ser uma pessoa
passiva dentro da história, mas sujeito ativo e transformador do meio ao qual está inserido.
A esperança do profeta era uma mudança da situação social, a partir de um retorno
a vivência pessoal com o Deus cuidador dos seus, deixando transparecer que o justo de
Deus receberá em troca de sua fidelidade a Deus o cuidado D’Ele (GUNNEWEG, 2005).
Sua mensagem também é direcionada aos opressores e Habacuque condena a crueldade
da Babilônia e a violência do seu exército, que trazem sofrimento ao povo. Por fim a
mensagem de Habacuque pode ser sintetizada na esperança e na justiça de Deus antes
as opressões dos impérios, em um povo já sofrido pelos ataques, cada vez mais sem sua
identidade, cultural e religiosa, um povo que perdeu seus familiares e sem esperança de
que o cenário apresentado sofresse mudança, mas para Habacuque, a justiça de Deus
seria o ânimo e a esperança que deveria alimentar seu povo.
Império Babilônico
Por Rainer Souza
Por volta de 1900 a.C., um novo processo de invasão territorial dizimou a dominação dos
sumérios e acádios na região mesopotâmica. Dessa vez, os amoritas, povo oriundo da
região sul do deserto árabe, fundaram uma nova civilização que tinha a Babilônia como sua
cidade principal. Somente no século XVIII o rei babilônico, Hamurábi, conseguiu pacificar a
região e instituir o Primeiro Império Babilônico. Sob o seu comando, a cidade da Babilônia se
transformou em um dos mais prósperos e importantes centros urbanos de toda a Antiguidade.
Tal importância pode até mesmo ser conferida na Bíblia, onde ocorre uma longa menção
ao zigurate de Babel, construído em homenagem ao deus Marduk. De fato, são várias as
construções, estátuas e obras que nos remetem aos tempos áureos desta civilização.
Além de promover a unificação dos territórios mesopotâmicos, o rei Hamurábi também
foi imprescindível na elaboração do mais antigo código de leis escrito do mundo. O
chamado Código de Hamurábi era conhecido por seus vários artigos que tratavam de
crimes domésticos, comerciais, o direito de herança, falsas acusações e preservação
das propriedades. A inspiração necessária para que esse conjunto de leis escritas
fosse elaborado repousa na antiga Lei de Talião, que privilegia o princípio do “olho por
olho, dente por dente”. Apesar desta influência, as distinções presentes na sociedade
babilônica também eram levadas em consideração. Com isso, o rigor das punições
dirigidas a um escravo não era o mesmo imposto a um comerciante. Mesmo promovendo
tantas conquistas e construindo um Estado bastante organizado, os babilônicos não
conseguiram resistir a uma onda de invasões que aconteceu após o governo de Hamurábi.
Ao mesmo tempo em que os hititas e cassitas tomavam parcelas do domínio babilônico,
outras revoltas que se desenvolviam internamente acabaram abrindo espaço para a
hegemonia dos reinos rivais. Entre os anos de 1300 e 600 a.C., os mesopotâmicos
assistiram a dominação assíria, marcada pela violência de sua poderosa engrenagem
militar. Por volta de 612 a.C., a sublevação dos povos dominados e a ação invasora
dos amoritas e caldeus instituíram o fim do Império Assírio e a organização do Segundo
Império Babilônico, também conhecido como Império Neobabilônico. Nesse novo
contexto, podemos destacar a ação do Imperador Nabucodonosor, que reinou entre os
anos de 612 e 539 a.C.
Fonte: SOUSA, R.G. Império Babilônico. História do mundo. Disponível em: https://www.historiadomundo.
com.br/babilonia. Acesso em: 10 nov. 2021.
REFLITA
A TORRE DE BABEL
LIVRO
Título: Entendes o que lês?
Autor: Gordon D. Fee e Douglas Stuart.
Editora: Edições Vida Nova.
Sinopse: Este livro é uma ferramenta indispensável ao estudante
de Teologia, nele barreiras de interpretações são diminuídas com
uma excelente pesquisa sobre o mundo bíblico e a forma literária
de cada livro da bíblia. Este é sem dúvida aquele livro que mesmo
após anos de estudos recorrer a ele será de grande ajuda.
FILME/VÍDEO
Título: Escravos da Babilônia
Ano: 1953.
Sinopse: Na antiguidade, um judeu ajuda o novo rei persa a ser
coroado e, em troca, ele conquista a Babilônia e liberta todos os
escravos judeus.
• Link de acesso: https://www.apaixonadosporhistoria.com.br/
filme/914/escravos-da-babilonia-1953
Plano de Estudo:
● Os profetas Ageu e Zacarias;
● O profeta Obadias;
● O profeta Daniel;
● Os profetas Malaquias e Joel.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar o aluno dentro dos períodos históricos da Bíblia;
● Abordar o profeta em sua vida, obra e missão;
● Estabelecer a importância da mensagem profética nos campos
da religião, política e sociedade dos períodos
aos quais os profetas estavam inseridos.
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INTRODUÇÃO
Estamos quase lá! Chegamos a nossa última unidade e nela vamos continuar nossa
viagem aos contextos aos quais estavam inseridos, suas dúvidas e situações peculiares
em que foram levantados como voz de Deus. Espero que esteja acostumado a olhar os
profetas mais contextualmente, nosso objetivo e fornecer o aparato para a leitura dos textos
proféticos e não os dirigir em uma leitura pronta e de uma hermenêutica já exaurida. Desta
forma, quanto mais elementos extratexto você absorver de nosso conteúdo, a sua leitura
sobre os profetas será ampliada lhe permitindo mais liberdade na leitura. Encerramos agora
com seis profetas, muito relevantes no período pós-exílico e muitos detalhes aparecem
nestes profetas que devem e merecem nossa pesquisa, vamos em frente?
Vamos iniciar nossa unidade IV conhecendo mais sobre o profeta Ageu, embora
seu livro seja pequeno em volume a mensagem deste profeta é muito relevante para que
prossigamos conhecendo melhor os contextos dos profetas. O nome Ageu significa “fes-
tivo” do hebraico “hag”. É possível que este nome o tenha sido dado por ele ter nascido
em algum dia importante das festas judaicas. Isto também pode apontar que seus pais
eram religiosos e que isso tem interferências na mensagem profética de Ageu. Uma das
análises possíveis é que o profeta Ageu tenha nascido ainda na Babilônia, e tenha ido
para Jerusalém após o decreto de 538 ou 537 a.C. emitido por Ciro, rei da Pérsia, o qual
permitiu que os judeus retornassem à sua terra natal. No início de seu livro o profeta
parece indicar que o profeta tinha visto Jerusalém antes da destruição do templo e o
exílio em 586 a.C., o que significa que ele já não era tão jovem, provavelmente Ageu tinha
mais de 70 anos de idade em Ageu 2.3 ( Biblia Jerusalém, 2002). A partir desses fatos, a
imagem de Ageu começa a entrar em foco. Desta forma, ele era um homem mais velho
olhando por trás das glórias de sua nação com certo saudosismo, um profeta imbuído em
ver o seu povo se levantar das cinzas do exílio e reclamar o seu lugar de direito (SICRE,
1992). Ageu também foi contemporâneo de Esdras, Neemias e Zacarias.
A profecia de Ageu pode ser lida de forma dividida em blocos que podem ajudar na
compreensão da profecia como um todo sendo elas todas devidamente registradas pelo
próprio profeta e datadas com datas prováveis de: 29 de agosto de 520 a.C. a primeira; a
segunda em 17 de outubro de 520 a.C.; e as duas últimas em 18 de dezembro de 520 a.C.
1.1 Zacarias
Poderíamos iniciar nosso texto mencionando Zacarias como o profeta fora de seu
tempo, isso porque Zacarias, cujo nome significa: o “Senhor lembra”, é o profeta mais
citado no Novo Testamento, depois de Isaías, e iniciou seu ministério profético no mesmo
ano de Ageu, 520. Pertencente à tribo de Levi, nascido em Galaad, filho de Baraquias
e tendo voltado na velhice à Caldeia, na Palestina, Zacarias teria feito muitos prodígios,
acompanhando-os com profecias de conteúdo apocalíptico e messiânico, como o fim do
mundo e o duplo juízo divino.
Este profeta transmite em seu texto aspectos de uma espiritualidade viva, em seu
texto ele usa de visões e parábolas, anuncia o convite à uma vida consagrada totalmente
a Deus. Também pode ser chamado de profeta messiânico, isso porque, as suas profecias
referem-se ao futuro do novo Israel, futuro próximo e futuro messiânico. Zacarias tem um
texto envolvente, um profeta nato que transpira sua vocação em seu livro e vaticina a profecia
de forma clara, objetiva e muito sincera. Se por um lado, Ageu aponta a reconstrução do
templo como restauração, Zacarias amplia e relaciona a restauração a além do campo
material. Também o profeta Zacarias coloca em evidência o caráter espiritual do novo Israel,
a sua santidade, realizada progressivamente, ao lado da reconstrução material (HOUSE,
2005). Essa restauração espiritual será plena com o reino do Messias. Este renascimento
é fruto do amor de Deus e da sua onipotência para com seu povo.
Trabalhar em prol do outro, ajudá-lo. Esta pode ser uma síntese do trabalho e
ministério do profeta Obadias. Certamente, esse será o profeta de todo o nosso material
de estudo com menos informações, mas por outro lado, sua vida e obra são no mínimo
inspiradoras a nossa fé.
Obadias ou Abdias em seu livro nos deixou apenas 21 versos ou versículos e por
ser tão resumido seu livro deixou poucos ferramentais para as pesquisas de cunho histórico
e arqueológico, tendo como resultado em poucas informações concretas. Obadias não nos
diz nada sobre o autor de seu texto se foi ele mesmo ou outro escritor em conjunto, exceto
seu nome, e até essa informação é incerta já Obadias era um nome muito comum no Antigo
Testamento, e os estudiosos acham que o Obadias que escreveu o livro não é mencionado
em outros lugares na Bíblia. A dúvida quanto ao nome (Obadias/Abdias) também se dá
porque vogais podem ser adicionadas para as letras hebraicas em mais de uma maneira,
então isso pode significar “adorador do Senhor” ou “Servo de Javé”.
Seu livro aborda a destruição de Edom, nação com muitas características parecidas
com Israel. Obadias era um nome muito comum no Antigo Testamento, e os estudiosos
acham que o Obadias que escreveu o livro não é mencionado em outros livros ou textos
bíblicos (GUNNEWEG, 2005).
O livro de Daniel foi escrito por volta de 530 a.C. enquanto Daniel vivia na Babilônia.
O profeta ainda quando adolescente foi levado para a Babilônia em cativeiro, provavelmente
a escrita do livro se deu quando Daniel tinha por volta de 90 anos. O Profeta Daniel é o autor
do livro que leva seu nome o qual também significa “Deus é Juiz”. Daniel foi selecionado
como um dos jovens judeus mais especiais para ser treinado para servir na corte do rei
Nabucodonosor que foi rei da Babilônia de 605-562 a.C. Daniel viveu na Babilônia durante
os reinados de Belsazar (cap. 5;7-8), de Dario, filho de Xerxes (cap.6 e 9), e de Ciro,
rei da Pérsia, que, em 539 a.C., conquistou a Babilônia e se tornou rei do país (cap.10).
Seguindo esses dados cronológicos, o livro foi escrito depois de 536 a.C. No entanto,
muitos especialistas bíblicos acham que o livro foi escrito depois da profanação do Templo
por Antíoco IV Epífises (I e II Macabeus), rei da Síria 174-165 a.C. (SHOEKKEL, 1988).
Quanto a escrita, maioria dos pesquisadores concorda que a composição final do
livro se deu no período dos Macabeus. O próprio texto de Daniel dá uma indicação precisa
neste sentido em especial no capítulo 11 apresentando contextualmente as guerras entre os
Ptolomeus e Selêucidas que são narradas com riqueza de detalhes, assim como também
o reinado de Antíoco IV Epífanes (175-164 a.C.) no livro do profeta.
O ministério profético de Daniel tem seu início destacando seu dom de interpretar
sonhos, e por sua habilidade de interpretação e inteligência foi promovido a cargos de
liderança nos governos Babilônico e Persa mesmo durante o cativeiro.
O profeta Malaquias inicia seu ministério setenta anos após Ageu e Zacarias, mas
mantém sua profecia direcionada a Jerusalém, mesmo com o templo já reconstruído e
funcionado normalmente (HOUSE, 2005). Embora a reconstrução estivesse concluída
alguns aspectos das celebrações e da adoração ainda permeavam a superficialidade. O
livro de Malaquias encerra o livro dos doze profetas ou profetas menores, as pesquisas
apontam o livro de Malaquias no período de pós-exílio após o auge do domínio persa nos
dias de Dario I (522-486 a.C.) e como testemunha do declínio com Xerxes, podendo estender
seu período até Artaxerxes II (404-359/8 a.C.) quando o domínio persa, após um declínio
esboçava uma pequena reação. O governo de Ciro sobre os territórios antes dominados
pela Babilônia possibilitou a migração de pessoas, que antes exiladas, poderiam voltar
às suas origens, fato também contextual a Ageu e Zacarias (SHOEKKEL, 1988), ambos
estavam sob a liberdade de retorno estabelecida por Ciro.
O povo em Jerusalém está divido entre os que vieram do exílio e os que haviam
permanecido em Jerusalém. Malaquias, em sua mensagem, compreende essa conjuntura
estrutura social, mas defende as instituições de Jerusalém e o crescimento dessas.
Manifestou descontentamento com a atitude de incredulidade e com o estabelecimento da
injustiça entre os habitantes de Judá e de Jerusalém. Por esta perspectiva, a palavra de
Malaquias parece dirigir-se mais propriamente aos habitantes de Jerusalém que retornaram
do exílio com o desejo de ver restabelecida a glória da capital e do templo.
4.1 Joel
Ainda no período pós-exílio e após a reconstrução do Templo de Jerusalém,
o texto do profeta Joel surge com um livro único e com uma característica peculiar, ele
mesmo escreveu seu texto. A data provável de seu livro seria o ano 400 a.C. Uma divisão
é facilmente notada na leitura dos seus três capítulos sendo: uma primeira parte em que
temos as invasões de gafanhotos e povos, e em uma segunda cujo profeta descreve a
resposta de Javé ao povo mediante realizações escatológicas.
Fonte: CASONATO, O. D. Isaias andou nu por três anos? Biblia.org [S.I.] [2018]
Disponível em: https://www.abiblia.org/ver.php?id=10425. Acesso em: 12 nov. 2021.
REFLITA
Fonte: EXCLEY, Richard. Quando você perde alguém que ama: conforto para aqueles que sofrem. Ed.
Honor Books. Oklahoma-USA, 1999.
É hora de nos despedirmos, pois, nossa jornada ao mundo dos profetas chegou ao
fim por um momento, até porque devemos sempre continuar nossas pesquisas, sempre nos
aperfeiçoar. Espero que nesta unidade possamos ter mente com clareza os caminhos de
Deus para a restauração de seu povo, notamos um Deus zeloso, forte, reconciliador e justo.
Acompanhamos profetas corajosos, cada um ao seu contexto, vaticinando veementemente
os oráculos de Deus. Esse legado de fé, por eles deixado deve nos servir de combustível
e motivação a prosseguir, pois cada profeta nos ensina a confiar cada vez mais em Deus e
no seu senhorio sobre a história. Sim, Deus não abandona os seus! Homens brilhantes que
cumpriram com êxito sua vocação.
Os 12 Profetas de Aleijadinho
A arte barroca estava fortemente ligada ao catolicismo, razão pela qual todas as
criações de Aleijadinho estavam relacionadas a histórias ou figuras bíblicas. Os 12 profetas
no adro do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, são uma homenagem
aos profetas citados pela Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Durante
dez anos Aleijadinho trabalhou nas estátuas, e em 1804 o seu trabalho chegou ao fim.
As características dos profetas apontam para as suas contribuições à história cristã. Sem
contar, é claro, algumas ideias brilhantes e subtis adicionadas pelo escultor genial e a sua
equipa. É uma pena que as esculturas estejam lentamente a deteriorarem-se tanto por
ocorrências naturais como por negligência dos habitantes locais. No entanto, as expressões
faciais e os detalhes das roupas e outros objetos carregados por cada profeta ainda são
visíveis e distinguíveis. Lá, os quatro principais profetas do Antigo Testamento, Isaías,
Jeremias, Ezequiel e Daniel, podem ser vistos em tamanho maior ao longo da ala central
da escadaria. Os oito profetas menores foram escolhidos de acordo com sua importância
no canon bíblico: Baruque, Oséias, Jona, Joel, Abdias, Amós, Naum e Habacuque.
Muitas histórias e rumores rodeiam a composição das figuras. Alguns culpam os
artistas do seu atelier ou da sua deficiência, e outros dizem que é pura genialidade. É um
facto que a distorção é a questão mais controversa. Se olharmos para as estátuas das
escadas, a um nível mais elevado, elas parecem distorcidas. Se olharmos para eles de um
ponto de vista mais baixo, como a maioria das pessoas faz, eles parecem normais. Esta é a
razão pela qual algumas pessoas defendem que a distorção é intencional - assim como as
formas dramáticas e aberrantes, a tradição do estilo barroco. Uma hipótese curiosa é que
o profeta Daniel, com o leão a seus pés, foi o único inteiramente feito por Aleijadinho - ele
destaca-se do grupo pela sua perfeição.
LIVRO
Título: História social do Antigo Israel
Autor: Rainer Kessler.
Editora: Paulus.
Sinopse: Graças às narrativas bíblicas, a história social do
antigo Israel nos parece ao mesmo tempo estranha e familiar.
Disposto a jogar mais luz sobre o tema, Rainer Kessler escreve
História Social do Antigo Israel, editado por Paulinas. Seu texto
esclarece de forma bastante didática as estruturas sociais desde
as primeiras culturas tribais israelitas, a partir do século XII a.C,
até o período helenista, perpassando mais que mil anos de
história, fornecendo um esboço para estudantes, pesquisadores
e todos os que se interessam pelo tema.
FILME/VÍDEO
Título: Daniel na cova dos leões
Ano: 2011.
Sinopse: Quando os pais de Devin (Isaiah Smith) viajam, o
menino fica tão triste que não consegue mais fazer suas orações.
Então, para ajudá-lo a compreender a importância de orar, seu
avô lhe conta a linda passagem bíblica de Daniel na cova dos
leões (Daniel 6). Devin recria, em sua imaginação, essa poderosa
história, a qual fala de um trio de vilões que - para se livrarem
de Daniel - convencem o rei Dario a assinar um decreto e lançar
na cova dos leões quem se dobrar em oração. Mesmo assim, o
destemido Daniel se dobra não apenas uma, mas três vezes por
dia para orar a Deus. Prepare-se para ver o que a fé e a coragem
podem fazer a uma vida.
BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada: contendo o antigo e o novo testamento. Trad. João
Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1966.
BÍBLIA. Português. Jerusalém. Nova Edição revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.
BÍBLIA. Português. Jerusalém. Nova Edição revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.
Editora Vida Acadêmica, 2012.
FOHRER, G. História da religião de Israel, tradução de Josué Xavier, São Paulo: Edições
Paulinas, 1982.
GARDNER, Paul. Quem é quem na bíblia. tradução de Josué Ribeiro. São Paulo: Editora
Vida Acadêmica, 2012.
HOUSE, R. Paul.; Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Acadêmica, 2005.
KAISER JR, Walter C.; Pregando e Ensinando a partir do Antigo Testamento. Rio De
Janeiro: CPAD, 2010.
KESSLER, Rainer.; História Social do Antigo Israel. São Paulo: Paulinas, 2009.
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RICHARDS, Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª reimp.: São Paulo: Vida
Acadêmica, 2010.
SHÖKEL, L. A.; SICRE, J. L. Os profetas I. Volume I 1ª ed., São Paulo: Paulus, 1988.
WATTS, J. W. Zacarias em comentários Bíblicos. Volume 7. 1ª ed., São Paulo: Vida Nova,
1969.
WOLFF, Hans Walter. Bíblia e Antigo Testamento. 3ª ed. São Paulo: Paulus, 2003.
85
CONCLUSÃO GERAL
Como foi sua viagem aos contextos sociais e históricos dos profetas? Como foi
relacionar os contextos as profecias? Espero que você tenha absorvido todas as informações
necessárias para o aprofundamento de seus estudos sobre os profetas, suas vidas e ministério.
Em nosso material primamos em buscar e apresentar informações relevantes
que de alguma forma foram fatores influenciadores aos profetas. A percepção que cada
profeta tinha sobre sua sociedade, sobre seu povo e sobre a espiritualidade são elementos
que ampliam a análise da profecia. Os confrontos com as monarquias, os poderosos que
oprimiam o povo somado a intrepidez e audácia dos profetas nos mostram que foram
agentes transformadores da sua realidade, não se omitiram ou se esconderam ante as
mazelas que presenciavam. Mas vale ressaltar que, os profetas também eram homens de
obediência incondicional a Deus, colocavam sua vida em risco, caso preciso fosse, para
que fossem oráculos fiéis ao Deus que os havia vocacionado, sem essa fé sem precedentes
talvez esses profetas teriam sucumbido ante ao poder muito superior da monarquia e a
forma implacável que perseguiam seus oponentes.
Nossa apresentação destacou cada profeta facilitando assim que futuramente
caso se faça necessário você possa recorrer diretamente a pesquisa do nome em foco e
consiga assim com certa agilidade objetivar seus estudos. Lembre-se que existiam profetas
diferentes em tempos diferentes e contextos diferentes, mas vaticinando as verdades de
um Deus único e verdadeiro.
De agora em diante você já tem acesso a boas referências bibliográficas e
norteadores de interpretação contextual dos profetas e já pode continuar a viagem sozinho
(a). Avance, pesquise, acredite em você e faça valer cada vez mais a importância dos
estudos dos profetas para os dias de hoje.
86
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