CAP 20 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) - PÁG 233 Á 237
Exemplo prático – Pág. 233 e 234
A seguir, os Balanços Patrimoniais de 31/12/X0 e 31/12/X1 e a Demonstração do Resulta do Exercício (DRE) período de X1, necessários para a elaboração da DFC.
Balanço Patrimonial - Em R$ DRE - Em R$ - X1
31/12/X0 31/12/X01 31/12/ 31/12/X01 Receita de 400.000 X0 Vendas Ativo Circulante 117.000 129.500 Passivo Circulante 30.000 38.000 CMV (320.000) Caixa e Equivalentes 12.000 21.500 Fornecedores 30.000 38.000 Lucro Bruto 80.000 Clientes 40.000 46.000 Despesas (30.000) de Salários Estoques 65.000 62.000 LAIR 50.000 Ativo Não Circulante 100.000 130.000 Patrimônio Líquido 187.000 221.500 IR/CS (15.000) Terrenos Lucro do 35.000 100.000 130.000 Capital 180.000 190.000 Exercício Reserva de Lucros 7.000 31.500 Total do Ativo 217.000 259.500 Total do Passivo + PL 217.000 259.500
Com base nas informações apresentadas, é possível elaborarmos a DFC.
DFC - Em R$ - X1 (método direto) DFC - Em R$ - X1 (método indireto)
Fluxo de Caixa Operacional Fluxo de Caixa Operacional Recebimento de Clientes 394.000 Lucro Líquido 35.000 Pagamento de Fornecedores (309.000) (-) Variação de Clientes (6.000) Pagamento de Salários (30.000) (+) Variação de Estoques 3.000 Pagamento de IR/CS (15.000) (+) Variação de Fornecedores 8.000 Total FCO (1) 40.000 Total FCO (1) 40.000 Fluxo de Caixa do Investimento (FCI) Fluxo de Caixa do Investimento (FCI) Aquisição de Terrenos (30.000) Aquisição de Terrenos (30.000) Total FCI (2) (30.000) Total FCI (2) (30.000) Fluxo de Caixa de Financiamentos (FCF) Fluxo de Caixa de Financiamentos (FCF) Aumento de Capital 10.000 Aumento de Capital 10.000 Pagamento de Dividendos (10.500) Pagamento de Dividendos (10.500) Total FCF (3) (500) Total FCF (3) (500) Variação Líquida de Caixa (1 + 2 + 3) 9.500 Variação Líquida de Caixa (1 + 2 + 3) 9.500 (+) Saldo Inicial de Caixa e Eq. 12.000 (+) Saldo Inicial de Caixa e Eq. 12.000 (=) Saldo Final de Caixa e Eq. 21.500 (=) Saldo Final de Caixa e Eq. 21.500
Esse exemplo simples nos mostra a estrutura de apresentação da DFC.
Os fluxos das atividades operacionais, de investimento e de financiamento são segregados, sendo que a variação líquida de caixa representa a soma dos totais dessas três atividades. A variação líquida é igual à variação do saldo de caixa e equivalentes de caixa apresentada no Balanço Patrimonial; assim, a DFC cumpre seu objetivo de demonstrar as variações do saldo de caixa e equivalentes de caixa de um período para o outro.
Observe que apenas a forma de apresentação do FCO é diferente de um método para
o outro. No método direto, os fluxos operacionais representam os recebimentos e pagamentos propriamente ditos relacionados com a operação. Já no método indireto o FCO é calculado partindo-se do lucro do exercício, mas chegando-se ao mesmo valor. A seguir, faz-se ajustes para que o valor do lucro seja "transformado" em caixa. Foram efetuados três ajustes, sendo que o primeiro (variação de clientes) ajusta a receita de vendas ($ 400.000) para o valor efetivamente recebido em dinheiro dos clientes ($ 394.000). Como o saldo de clientes aumentou de X0 para X1, isso indica que a entidade deixou de receber $ 6.000, e por essa razão o ajuste ao lucro é negativo. Já os outros dois ajustes (em estoques e fornecedores) estão correlacionados e transformam o CMV para o valor efetivamente pago aos fornecedores no período. Exemplo prático – Pág. 235 a 237 A seguir, os Balanços Patrimoniais de 31/12/X0 e 21/12/X1 e a DRE do período de X1, necessários para a elaboração da DFC. Balanço Patrimonial - Em R$ DRE - Em R$ - X1 Receita de 31/12/X0 31/12/X01 31/12/X0 31/12/X01 500.000 Vendas Ativo Circulante 216.000 280.870 Passivo Circulante 54.000 57.000 CMV (350.000) Caixa e 1.300 32.270 Fornecedores 14.000 10.000 Lucro Bruto 150.000 Equivalentes Aplicações 120.000 125.000 Empréstimos 20.000 18.000 Desp. PECLD (320) Financeiras Desp. Clientes 42.000 50.000 Dividendos a Pagar 13.000 25.000 (15.000) Salários Desp. (-) PECLD (300) (400) IR/CS a Pagar 7.000 4.000 (3.400) Seguros Passivo Não Desp. Estoques 50.000 70.000 50.000 55.000 (6.000) Circulante Depreciação Seguros Receita de 3.000 4.000 Empréstimos 50.000 55.000 900 Antecipados Eq. Patr. Ativo Não Patrimônio Receitas 448.000 505.130 560.000 674.000 2.620 Circulante Líquido Financeiras Investimentos Despesas 28.000 28.630 Capital 500.000 540.000 (4.800) (MEP) Financeiras Lucro Venda Máquinas e Equip. 400.000 350.000 Reserva de Lucros 60.000 70.000 1.000 Maq. (-) Depr. Ações em (20.000) (23.500) - (1.000) LAIR 125.000 Acumulada Tesouraria Dividendo Ad. Pro- Marcas e Patentes 40.000 150.000 - 65.000 IR/CS (25.000) posto Total do Passivo + Lucro do Total do Ativo 664.000 786.000 664.000 786.000 100.000 PL Exercício
Nesse exemplo, algumas informações adicionais são necessárias:
1. Os juros das aplicações financeiras foram recebidos em X1.
2. A linha de Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) foi complementada em $ 320. 3. Os seguros antecipados de 31/12/X0 foram totalmente apropriados para o resultado de X1. 4. Os juros dos empréstimos foram pagos em X1. 5. A entidade paga seus empréstimos no vencimento. 6. Não houve captação de empréstimos de curto prazo. A partir das informações apresentadas, é possível elaborar as seguintes DFCs: DFC - Em R$ - X1 (método direto) DFC - Em R$ - X1 (método indireto) Fluxo de Caixa Operacional Fluxo de Caixa Operacional Recebimento de Clientes 491.780 Lucro Líquido 100.000 (374.000 Pagamento de Fornecedores (+) Desp. Depreciação 6.000 ) Pagamento de Salários (15.000) (-) Lucro na Venda de Máquinas (1.000) Pagamento de Seguros (4.400) (-) Receita de Equiv. Patrimonial (900) Recebimento de Dividendos 270 (+) Recebimento de Dividendos 270 Recebimento de Juros 2.620 Variação de Clientes (7.900) Pagamento de Juros (4.800) Variação de Estoques (20.000) Pagamento de IR/CS (28.000) Variação de Seguros Antecipados (1.000) Variação de Fornecedores (4.000) Variação do IR/CS a Pagar (3.000) Total FCO (1) 68.470 Total FCO (1) 68.470 Fluxo de Caixa do Investimento (FCI) Fluxo de Caixa do Investimento (FCI) Aplicações Financeiras (5.000) Aplicações Financeiras (5.000) Venda de Máquinas 48.500 Venda de Máquinas 48.500 (110.000 (110.000 Aquisição de Marcas e Patentes Aquisição de Marcas e Patentes ) ) Total FCI (2) (66.500) Total FCI (2) (66.500) Fluxo de Caixa de Financiamentos (FCF) Fluxo de Caixa de Financiamentos (FCF) Pagamento de Empréstimos (20.000) Pagamento de Empréstimos (20.000) Captação de Empréstimos 23.000 Captação de Empréstimos 23.000 Aumento de Capital 40.000 Aumento de Capital 40.000 Compra de Ações em Tesouraria (1.000) Compra de Ações em Tesouraria (1.000) Pagamento de Dividendos (13.000) Pagamento de Dividendos (13.000) Total FCF (3) 29.000 Total FCF (3) 29.000 Variação Líquida de Caixa (1 + 2 + 3) 30.970 Variação Líquida de Caixa (1 + 2 + 3) 30.970 (+) Saldo Inicial de Caixa e Eq. 1.300 (+) Saldo Inicial de Caixa e Eq. 1.300 (=) Saldo Final de Caixa e Eq. 32.270 (=) Saldo Final de Caixa e Eq. 32.270
Nesse exemplo, mesmo com maior variedade de fluxos de caixa, é possível notar que o padrão de apresentação e as diferenças entre os métodos de apresentação se mantêm.
Destacamos nesse exemplo a presença de fluxos de caixa relacionados com os
recebimentos de dividendos e de juros e pagamento de juros. De acordo com o CPC 03, tais fluxos podem ser classificados como operacional (como realizado na solução) ou, alternativamente, investimento (recebimento de dividendos e juros) e de financiamento (pagamento de juros). Apesar dessa flexibilização, o CPC encoraja as entidades a classificarem tais fluxos na atividade operacional.