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Introdução
Este estudo se propõe a explorar o impacto das Inteligências Artificiais (IAs) gerativas na formação
em Psicologia no Brasil, numa perspectiva decolonial e crítica. A metodologia abarca: levantamento
bibliográfico e documental, análise sistemática de literatura através do estudo PRISMA, pesquisa
Snowball com aplicação de questionário na escala Likert a alunos e professores, seguida de
triagem, entrevistas semi-dirigidas com usuários de IA, e análise psicanalítica das entrevistas
baseada a teoria do laço social e dos cinco discursos de Lacan. O trabalho está subdividido em seis
etapas principais, desde a contextualização teórica até a análise crítica dos dados coletados, sendo
que até aqui, para a qualificação, foi realizado o levantamento bibliográfico, a análise histórica da
formação no país e o estudo PRISMA em bases de dados como BVS (Biblioteca Virtual em Saúde),
Periódicos CAPES, Dialnet, Scielo e Google Acadêmico.
Fundamentação teórica
A análise delineada neste estudo se estrutura sobre documentos oficiais que traçam o percurso da
Psicologia no Brasil, antes mesmo do seu reconhecimento enquanto profissão em 1962. A partir de
investigações relevantes conduzidas por autores como Ana Maria Jacó Vilela, Felipe Augusto
Leques Tonial, Oswaldo H. Yamamoto, Maria Emília Yamamoto, Carina Cavalcanti de Souza, entre
outros da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, dedicados à história da estruturação da
Psicologia no país, foi possível cruzar informações das esferas da educação e saúde, permitindo
um entendimento panorâmico da formação profissional no campo. A metodologia documental
adotada visou ancorar a investigação em um quadro histórico e institucional, fornecendo uma base
sólida para avaliar a emergente interação entre a Inteligência Artificial (IA) e a formação em
Psicologia.
A bibliografia central congrega obras que dialogam com IA, educação em Psicologia e perspectivas
decoloniais. O objetivo é promover uma análise que situe as tecnologias emergentes em um
contexto educacional e social mais amplo, com enfoque na descolonização do conhecimento e
práticas em Psicologia. As matrizes epistemológicas deste trabalho se ancoram em teorias críticas
e na Psicanálise Lacaniana, proporcionando estruturas analíticas para um exame aprofundado das
interações entre IA e educação em Psicologia, avançando na exploração das repercussões em uma
conversa multidisciplinar. A integração das IAs gerativas na formação e prática em Psicologia é uma
área de investigação em crescimento que exige uma compreensão abrangente de várias matrizes
epistemológicas.
A intersecção entre IA e Psicologia é rica e carrega consigo questões éticas e práticas
consideráveis. Fiske, Henningsen e Buyx (2019) iluminam as potenciais mudanças no
relacionamento terapêutico e nos protocolos de tratamento. Ossati (2020) e Turkle (1988) exploram
as correlações entre psicanálise e IA, propondo que a psicanálise pode oferecer insights valiosos
para entender os mecanismos de IA. Uchôa-de-Oliveira e Bastos (2021) conceituam a uberização
no Brasil, termo cunhado por Tom Slee (2019), para ajudar em uma crítica ao avanço das
tecnologias no campo das profissões.
Tem-se ainda as teorias psicanalíticas de Jacques Lacan (1985), seu estudo sobre Cibernética e a
origem da linguagem, que podem ser instrumentais para entender como as IAs gerativas
influenciam a subjetividade, bem como pode-se pensar sua produção e viés a partir da teoria dos
cinco discursos. Com uma visão mais técnica, Taulli (2020) e Russell, Norvig et al. (2022) oferecem
uma compreensão moderna da IA, elucidando os princípios fundamentais que dirigem essas
tecnologias e como elas podem ser aplicadas em diversos campos.
Esta fundação teórica entrelaça narrativas históricas, epistemológicas, éticas e técnicas, buscando
uma investigação da incorporação de IAs gerativas na formação em Psicologia no Brasil que seja
crítica e ciente do contexto social e político do país, e o papel dessa profissão nesse contexto.
Simultaneamente, destaca a necessidade de uma abordagem crítica e decolonial, que possa
responder às demandas emergentes da sociedade e do campo, em um cenário de rápidas
transformações tecnológicas e socioeconômicas.
Desenvolvimento do tema