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Estado, políticas

públicas e secas na
história do Ceará
Por:
Ana Clara
Gabrielle Santos
Lucas Vinicius
Lucielle Araújo
Maria Bianca
Constituição da seca
como expressão da
“questão social” no
Ceará
Os primeiros registros de seca na
historiografia do Nordeste datam do século
XVI, em relatos do padre Fernão Cardim sobre
as ocorrências na Bahia e em Pernambuco no
ano de 1583 (ALVES, 2003).
O Registro posterior de secas no Ceará deveu-
se ao fato de ocupação dessas terras ter se
dado de forma tardia em razão mesmo do
próprio território árido, inviabilizando o
plantio de cana-de-açúcar como ocorrera em
outras capitanias do Nordeste , bem como
procede da ausência de outros recursos
naturais aptos a atrair, de imediato, a cobiça
dos portugueses.
A primeira expedição oficial só aconteceu em 1603, comandada por
Pero Coelho de Sousa, e fracassou tanto em decorrência da própria seca
como dos constantes ataques de índios.
Portanto, ao longo da colonização do Brasil, a economia cearense se
desenvolveu como subsidiária das estruturas de produção relacionadas
aos bens primários dos grandes ciclos econômicos extrativistas e que
estiveram voltados para o mercado europeu.
Diante da seca restava à população do sertão se deslocar para a Capital
e outros centros urbanos, inaugurando um amplo processo migratório
de cearenses que se prolongou durante todo o século XX e passou a se
constituir em um aspecto cultural marcante dessa sociedade. Já naquela
seca iniciada em 1877, quando os habitantes de Fortaleza não
ultrapassavam 27 mil, a Capital cearense chegou a receber mais de 100
mil flagelados da seca, causando um verdadeiro clima de pavor .
Portanto, desde a seca de 1877-1879, esses fenômenos se inscreviam na
história do Ceará não mais apenas como adversidades climáticas que
alteravam o modo de viver dos sertanejos, pois passaram a gerar o
flagelo de populações inteiras e provocaram inúmeros
descontentamentos e formas diversas de conflitos sociais, desde
manifestações religiosas, formação de grupos de cangaceiros, até
invasões e saques às cidades pelas levas de famintos. Esta última
manifestação social será recorrente durante todo o século XX.
As intervenções estatais no
enfrentamento ás consequências
sociais das secando século xx
As primeiras medidas tomadas pelos dirigentes governamentais
naquela seca de 1877 e nas demais que se seguiram até meados do
século seguinte foram no sentido de isolar e controlar os flagelados,
como já nos referimos no início deste capítulo. De fato, a leva de
migrantes do sertão fora mantida na periferia da Capital cearense em
estruturas precárias de cercados, “abarracamentos” ou “campos de
concentração”, tudo isto sob severa vigilância. Essa ação passou a ser
cada vez mais utilizada, não só em Fortaleza, mas também em
municípios perto das regiões de onde mais ocorriam os flagelados,
notadamente em cidades próximas às estações de trem. Assim, com o
intuito de que os famintos não chegassem à Capital, foram erguidos
vários outros “campos de concentração” durante a seca de 1932.
Se os “campos de concentração”, expressão que perdurou até antes da
Segunda Guerra Mundial, se constituíram em espaços de controle dos
flagelados da seca, também logo tratariam de ser o depositário de força de
trabalho barata que era usada em obras públicas e particulares. Neste caso,
era a própria sociedade que cobrava as medidas corretivas do trabalho em
troca dos gastos que o poder público tinha com aquela população indesejada
(NEVES, 2000b, p. 82). Os retirantes foram ocupados na limpeza, remodelação e
construção de praças, pavimentação e alargamentos das ruas da Capital, em
obras de calçamento e na construção de prédios públicos, tal como ocorreu
em outras cidades cearenses.
tinham ordem de dar ração ao retirante unicamente no dia da
chegada. No dia seguinte, se queria ter direito a socorro, deveria
ir à pedreira do Mucuripe, a uma légua de distante, carregar
pedras [...] no início a mulher era sustentada pelo estado nos
abarracamentos [...] depois precisou fazer uma viagem de doze
quilômetros carregando pedra do Pici para o calçamento do
Soure, a fim de ter direito a ser alimentada. Para os que
permaneceram no interior, o Governo mandava orientar o
trabalho para o reparo de edifícios públicos e a construção de
cadeias, escolas e açudes. (ARAÚJO, 2000, p. 59-60).
Nesse período(1950), as lutas sociais pela reforma agrária
progrediram bastante, com a participação decisiva de novos sujeitos
que passaram a tensionar o espaço rural: as Ligas Camponesas, a
Igreja Católica e o Partido Comunista Brasileiro.
o Estado criou um conjunto de instituições e recursos voltados ao
planejamento e financiamento do desenvolvimento regional
(Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste – Sudene,
Banco do Nordeste do Brasil – BNB, Fundo Constitucional do Nordeste
– FNE) com vistas à superação do quadro tradicional de dependência
do Nordeste, bem como o controle da tensão social própria daquela
época.
Século XX: Consequências da seca no
Ceará

Consequencias nos campos


de concentração
Migração de
cearenses para
a Amazônia

Construção de
reservatórios para
tentar solucionar a
seca
Medidas tomadas para impedir
a migração, temendo o
desfalque de mão de obra no
Ceará
As políticas públicas no
seminário e suas
contemporaneidades
O Semiárido Brasileiro se estende
pelos nove estados da região Nordeste
e também pelo norte de Minas Gerais.
No total, ocupa 12% do território
nacional e abriga cerca de 28 milhões
de habitantes divididos entre zonas
urbanas (62%) e rurais (38%), sendo
portanto um dos semiáridos mais
povoados do mundo. Trata-se de uma
região rica sob vários aspectos: social,
cultural, ambiental e econômico, e é
nela que o INSA atua
Os 4 tipos de políticas públicas:
Políticas públicas distributivas
Políticas públicas redistributivas
Políticas públicas regulatórias
Políticas públicas constitutivas
As políticas públicas distributivas são
construídas com o orçamento público e
contemplam ações que fazem ofornecimento
de serviços para a população (ou parte dela)
por meio do Estado.

Esse tipo de política pública visa reduzir a


chamada disparidade social. Elas servem para
“equilibrar a balança” e favorecer cidadãos que
estão em situação mais frágil na pirâmide social.
As políticas públicas regulatórias estão diretamente
relacionadas com as leis.
Elas servem para criar, aprimorar ou fiscalizar o cumprimento
de leis que asseguram direitos e o bem da sociedade.

O último tipo de política pública que iremos destacar aqui tem


como objetivoestabelecer as responsabilidades das esferas de
poder.
Elas distribuem e determinam se a responsabilidade sobre algo
é do governo municipal, estadual ou federal.
OBRIGADA PELA
ATENÇÃO

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