13/10/2023

ECONOMIA POLÍTICA I
Conceitos essenciais de Economia, em especial a Microeconomia

JOSÉ NEVES CRUZ (josec@direito.up.pt)

Exercício sobre decisão de saída do mercado

• Imagine que no mercado de concorrência perfeita de chinelos de
praia o preço de cada par é de 20 €.
• Se os custos variáveis para produzir cada par de chinelos fossem
constantes no valor 14 € e o custo fixo por par produzido de 10 €, no
curto prazo vale a pena continuar a produzir pares de chinelos?
Justifique.
• Em que consiste o lucro supranormal de uma empresa?

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Exercício sobre decisão de saída do mercado

• Sim, porque o preço de venda (20 €) é superior ao custo variável por
unidade (14 €), pelo que por unidade sobram 6 € para cobrir os
custos fixos (10 €), sendo o prejuízo por unidade de (4 €). Se deixar de
produzir, terá um prejuízo por unidade maior (10 €).
• O lucro total supranormal (extraordinário) representa os ganhos que
a empresa eventualmente obtém depois de remunerar todos os
fatores produtivos, incluindo a capacidade empresarial do
proprietário, a remuneração do capital próprio investido e o prémio
de risco (remuneração acima do custo de oportunidade).

Exercício 1 sobre lucros

Quantidade Receita Custo Lucro Receita Custo Variação
Total Total Marginal Marginal dos Lucros
0 0 5 A)
6 1 5
1 6 6 0
B) 3 C)
2 12 D) E)
6 4 F)
3 G) 13 5
H) 6 I)
4 J) 19 K)
6 8 L)
5 30 27 M)
6 10 N)
6 36 O) -1

a) Calcule os valores em falta (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O).

b) Indique qual a máxima quantidade que a empresa produzirá, justificando a sua resposta.
c) Imaginando que a empresa está em concorrência perfeita, diga o que acontecerá no longo prazo neste mercado e o
que se passará com o nível de lucro da empresa.

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Exercício 1 sobre lucros

Quantidade Receita Custo Total Lucro Receita Custo Variação
Total Marginal Marginal dos Lucros
0 0 5 A) -5
6 1 5
1 6 6 0
B) 6 3 C) 3
2 12 D) 9 E) 3
6 4 F) 2
3 G) 18 13 5
H) 6 6 I) 0
4 J) 24 19 K) 5
6 8 L) -2
5 30 27 M) 3
6 10 N) -4
6 36 O) 37 -1

a) Calcule os valores em falta (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O).

b) Indique qual a máxima quantidade que a empresa produzirá, justificando a sua resposta. R: A máxima quantidade
que a empresa produzirá será 4 unidades, em que lucro total é máximo.
c) Imaginando que a empresa está em concorrência perfeita, diga o que acontecerá no longo prazo neste mercado e o
que se passará com o nível de lucro da empresa. R: Como o lucro é superior a zero (lucro supranormal) entrarão mais
empresas no setor, aumentando a concorrência, o que reduzirá o lucro para zero.

Exercício 2 sobre lucros

• A Mariana depois de muitos anos a trabalhar por conta de outrem
finalmente conseguiu iniciar o seu próprio negócio, tendo aberto um
cabeleireiro. Deixou de auferir um salário mensal, mas ficará com os lucros
do negócio. Este começou a correr bem, tendo obtido um volume de lucros
financeiros já deduzidos de impostos de 30000 € ano. Quando estava
empregada auferia um salário mensal líquido de impostos de 750 €,
durante 12 meses mais subsídio de Natal e subsídio de Férias.
Recentemente, na mesma rua abriram dois novos cabeleireiros, sendo que
a maior concorrência obrigou-a a baixar os preços, pelo que, os lucros
anuais previstos baixaram para 8000 € / ano.
• a. Indique qual o valor do lucro económico da Mariana antes da abertura
dos dois novos cabeleireiros.
• b. Após a abertura dos novos concorrentes diga se a Mariana deve
continuar o seu negócio ou voltar ao seu antigo emprego. Justifique.
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Exercício 2 lucros
• a. Lucro económico = Lucro financeiro – Custos implícitos = 30000 –
(750 € x 14) = 30000 – 10500 = 19500 € (retira-se ao lucro financeiro
os ganhos perdidos por deixar de trabalhar por conta de outrem).
• b. Lucro económico após a abertura dos concorrentes = 8000 – 10500
= -2500 €. Logo que a Mariana consiga recuperar o seu emprego deve
fechar o seu negócio.

II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• Excedente do produtor
• O valor mínimo pelo qual uma empresa está disposta a produzir é o custo
(inclui o custo de oportunidade) em que incorre por produzir cada unidade;
• O excedente do produtor é o montante que o produtor recebe acima do custo
de produção (diferença entre o montante que o produtor recebe pela venda
de uma quantidade de bem e o montante mínimo que estaria disposto a
aceitar para produzir e vender essa quantidade).
• Traduz-se na diferença entre o preço recebido e o custo marginal de produção
de todas as unidades vendidas.
• O excedente do produtor está relacionado com a curva da oferta (assim como
o excedente do consumidor está relacionado com a curva da procura).

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Excedente do produtor:
Área que corresponde à
diferença entre o preço
de mercado e a curva da
oferta (custo marginal):
que representa os custos
de produção das
empresas no mercado.

Excedente do
consumidor: diferença
entre a disponibilidade a
pagar dos consumidores
(curva da procura) e o
preço de mercado (o que
efetivamente pagam).

II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• A eficiência do mercado
• Os excedente do consumidor e o excedente do produtor são ferramentas que
permitem estudar o bem-estar dos intervenientes no mercado.
• O excedente do consumidor é o benefício dos consumidores por participarem
no mercado.
• O excedente do produtor é o benefício dos produtores por participarem no
mercado.
• O excedente total é a soma dos excedentes do consumidor e do produtor e
corresponde bem-estar social originado pela participação no mercado.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• A eficiência do mercado
• Excedente do consumidor = Valor para os compradores (preço de reserva) –
Montante pago pelos compradores (preço de mercado);
• Excedente do produtor = Montante recebido pelos vendedores – Custos
marginais dos vendedores;
• Sabendo-se que o montante pago pelos compradores é igual ao montante
recebido pelos vendedores, o Excedente total de bem-estar = Valor para os
compradores – Custos marginais dos vendedores.
• O valor para os compradores é a disponibilidade a pagar (preço de reserva),
então o excedente total é a disponibilidade a pagar menos os custos de
produzir os bens.
• Quando a afetação de recursos maximiza o excedente total, diz-se que é uma
afetação de recursos eficiente.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• Avaliação do mercado em
equilíbrio
• Será que um mercado em
equilíbrio é eficiente?
• Análise pela soma dos
excedentes do consumidor e
do produtor.
• Quando o mercado está em
equilíbrio, o preço determina
quem são os vendedores e os
consumidores que
transacionam os bens.
• Os consumidores que
valorizam o bem mais do que
o preço compram o bem
(AE);
• Os produtores cujos custos
marginais são inferiores ao
preço produzem o bem (CE).

Fonte: Mankiw, p. 146. 12

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• Eficiência no mercado
• Das observações anteriores resultam três postulados sobre os
resultados do mercado
• 1. O mercado a funcionar livremente leva a que a oferta de bens se dirija
aos consumidores que mais os valorizam, com base na sua
disponibilidade a pagar;
• 2. O mercado a funcionar livremente leva a que a procura de bens se
dirija para os produtores que os produzem a mais baixo custo.
• Deste modo qualquer mudança na afetação dos bens entre
produtores ou consumidores não permitiria um aumento do
excedente total de bem-estar.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• Para uma quantidade diferente da determinada
naturalmente pelo mercado será possível existir um aumento
do excedente total de bem-estar?
• A resposta é negativa, porque:
• 3. Os mercados a funcionar livremente produzem a quantidade de bens
que maximiza a soma do excedente do consumidor e do excedente do
produtor.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• Demonstração
• Curva da procura reflete o valor para os
consumidores;
• Curva da oferta reflete os custos dos
produtores;
• A uma quantidade abaixo do equilíbrio (Q1)
o valor marginal para o comprador excede o
custo marginal, pelo que aumentando a
quantidade produzida e consumida
aumenta o excedente de bem-estar total;
• A uma quantidade acima do equilíbrio (Q2) o
valor marginal para o comprador é inferior
ao custo marginal para o vendedor, pelo
que reduzindo a quantidade produzida
aumenta o excedente de bem-estar total.
• A quantidade de equilíbrio é a que
maximiza o excedente total de bem-estar.

Fonte: Mankiw, p. 147.

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Concorrência – Valor constitucional

• Constituição da República Portuguesa
• A defesa da concorrência constitui um bem público que cabe à AdC preservar
numa perspetiva instrumental, nos termos consagrados na Constituição da
República Portuguesa (artigo 81º, alínea f). Ao Estado incumbe “assegurar o
funcionamento eficiente dos mercados, de modo a garantir a equilibrada
concorrência entre as empresas, a contrariar as formas de organização
monopolistas e a reprimir os abusos de posição dominante e outras práticas
lesivas do interesse geral”.

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União Europeia
• Juntamente com as autoridades da concorrência dos Estados
Membros, a Comissão Europeia aplica diretamente as regras da
concorrência da UE ( artigos 101.º a 109.º do Tratado sobre o
Funcionamento da UE).

• OBJETIVO: garantir um melhor funcionamento dos mercados da UE,

mediante uma concorrência livre e leal entre as empresas, em
benefício dos consumidores, das empresas e da economia europeia
em geral.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• Eficiência vs. Equidade (Igualdade)
• A eficiência existe quando por transação no mercado não é possível aumentar
o bem-estar de alguém sem piorar o de outrem.
• Numa situação ineficiente haverá ganhos potenciais através de transação no
mercado.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercados em concorrência perfeita
• Eficiência vs. Equidade (Igualdade)
• Equidade: diz respeito à forma como o bem-estar é distribuído entre os
diferentes produtores e consumidores.
• A eficiência procura que o tamanho do “bolo” (bem-estar) seja tão grande
quanto possível e a equidade diz respeito à forma como as “fatias do bolo”
são distribuídas.
• O sistema de mercado gera através da “mão invisível” eficiência, mas nada
garante quanto à “equidade”, ou seja, a distribuição que resulta do
funcionamento do mercado não é necessariamente “justa” do ponto de vista
dos critérios de equidade social.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercados de fatores de produção (inputs para produzir bens e
serviços)
• Trabalho (esforço físico e intelectual)
• Terra (espaço físico)
• Capital (máquinas)
• Os mercados de fatores de produção funcionam de forma idêntica aos
mercados de bens e serviços, mas:
• A procura por um fator de produção é uma procura derivada, ou seja, a decisão de uma
empresa procurar um fator de produção deriva da decisão de produzir um bem ou um
serviço noutro mercado;
• A procura de programadores de computadores está ligada à oferta de software;
• A procura de trabalhadores para a indústria têxtil está ligada à oferta de têxteis.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercado de
trabalho em
relação com
mercado de
bem
produzido..

Fonte: Mankiw, p. 377.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercado de trabalho: a procura de trabalho
• a função produção e o produto marginal do trabalho
Função produção: reflete produto marginal do
trabalho decrescente.

Fonte: Mankiw, p. 378, 379.

Notas: bushels = cestos colhidos de maçãs; valores por semana; cada cesto é vendido a $10; salário semanal é de $500.

O número ótimo de trabalhadores a contratar é 3. O 4.º daria prejuízo.

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Exercício 1 de determinação do número ótimo de trabalhadores

Quantidade de Quantidade de Produto Valor do Salário Lucro marginal
trabalhadores produção marginal do produto (mensal) mensal
(mensal) trabalho marginal do
(mensal) trabalho
(mensal)
0 0
200 2000 1000 B)
1 A)
C) 1600 D) E)
2 360
100 F) 1000 G)
3 H)
I) J) 1000 -200
4 540
50 500 1000 -500
5 590
O preço de venda do produto é de 10€.
Cada trabalhador custa mensalmente à empresa 1000 €.
a) Calcule os valores em falta (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J).
b) Indique qual a máxima quantidade de trabalhadores que a empresa empregará, e qual a
sua produção mensal, justificando a sua resposta.
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Exercício 1 de determinação do número ótimo de trabalhadores

Quantidade de Quantidade de Produto Valor do Salário Lucro marginal
trabalhadores produção marginal do produto (mensal) mensal
(mensal) trabalho marginal do
(mensal) trabalho
(mensal)
0 0
200 2000 1000 B) 1000
1 A) 200
C) 160 1600 D) 1000 E) 600
2 360
100 F) 1000 1000 G) 0
3 H) 460
I) 80 J) 800 1000 -200
4 540
50 500 1000 -500
5 590
O preço de venda do produto é de 10€.
Cada trabalhador custa mensalmente à empresa 1000 €.
a) Calcule os valores em falta (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J).
b) Indique qual a máxima quantidade de trabalhadores que a empresa empregará, e qual a
sua produção mensal, justificando a sua resposta. R: A quantidade máxima de
trabalhadores seria 3 e a produção mensal será de 460 unidades.
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Exercício 2
Quantidade Quantidade Produto Valor do Salário Lucro
de de uvas marginal produto (diário) marginal
trabalhadores (Kg/ dia) do marginal do (diário)
trabalho trabalho
• Numa quinta do Douro com “benefício” para (diário) (diário)
produzir vinho do Porto, o preço de venda de cada
quilo de uvas é de 2 €. A vindima é feita
manualmente com trabalhadores contratados ao
dia para o efeito. O salário diário de cada
trabalhador é de 100 €. Os trabalhadores são
contratados de acordo com a sua capacidade de 0 0
produção, começando-se por contratar o mais apto, 100 200 100 A)
seguindo-se o segundo mais apto e assim
sequencialmente. 1 B)
• a. Calcule, tendo em conta o quadro abaixo, os C) 190 D) E)
valores em falta (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J). 2 195
80 F) 100 G)
• b. Indique se esta empresa está sob a lei dos
rendimentos decrescentes. Justifique. 3 H)
70 140 100 40
• c. Indique qual a quantidade de uva vindimada por
dia, justificando a sua resposta. 4 345
50 100 100 I)
• d. Indique qual seria o salário máximo que o
primeiro trabalhador que não é contratado (de 5 395
acordo com os dados no quadro) teria de estar J) 60 100 -40
disposto a aceitar se quiser ser contratado. 6 425
Justifique.

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Exercício 2 Quantidad Quantidad

e de e de uvas
Produto
marginal
Valor do
produto
Salário
(diário)
Lucro
marginal
• a. A) 100; B) 100; C) 95; D) 100; E) 90; F) trabalhado (Kg/ dia)
res
do
trabalho
marginal do
trabalho
(diário)
160; G) 60; H) 275; I) 0; J) 30. (diário) (diário)
• b. Sim, porque o acréscimo de 0 0
produção de cada novo trabalhador é
cada vez menor. 100 200 100 A) 100
• c. A quantidade de uva vindimada por 1 B) 100
dia é de 395 quilos, porque já não se C) 95 190 D) 100 E) 90
contrata o sexto trabalhador, uma vez 2 195
que o seu custo é superior ao valor do
seu produto marginal, pelo que são 80 F) 160 100 G) 60
contratados 5 trabalhadores, 3 H) 275
recolhendo-se 395 quilos de uva / dia. 70 140 100 40
• d. Para ser contratado o sexto 4 345
trabalhador teria de aceitar um salário 50 100 100 I) 0
no máximo de 60 € / dia, pois acima
disso o empregado não o contrataria, 5 395
dado que o valor do seu produto J) 30 60 100 -40
marginal é de 60 €. 6 425

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Exercício 3
• Imagine que no mercado de concorrência perfeita de chinelos de
praia o preço de cada par é de 20 €.
• Tendo em conta o quadro seguinte:
• a. Calcule os valores em falta (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J);
• b. Indique qual a máxima quantidade que a empresa produzirá,
justificando a sua resposta.

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Exercício 3
Quantidade Receita Custo Total Lucro Total Receita Custo Lucro
Total Marginal Marginal Marginal
0 0 10 A)
20 B) 18
1 20 12 8
C) 8 D)
2 40 E) F)
20 20 G)
3 60 40 20
20 30 -10
4 H) 70 10
20 52 -32
5 100 122 I)
20 100 -80
6 120 J) -102

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Exercício 3
• a. Quantidad Receita Custo Lucro Receita Custo Lucro
e Total Total Total Marginal Marginal Marginal
• A) -10; B) 2; C) 20; D) 12; 0 0 10 A) -10
E) 20; F) 20; G) 0; H) 80; I) -
22; J) 222. 20 B) 2 18
1 20 12 8
• b. C) 20 8 D) 12
• A quantidade máxima que 2 40 E) 20 F) 20
a empresa produzirá são 3 20 20 G) 0
unidades, que 3 60 40 20
corresponde à situação 20 30 -10
em que a receita marginal 4 H) 80 70 10
iguala o custo marginal, ou 20 52 -32
seja, em que já não é 5 100 122 I) -22
possível aumentar os 20 100 -80
lucros. 6 120 J) 222 -102

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercado de trabalho: a
procura de trabalho
• Valor do produto marginal do
trabalho é a curva da procura
do trabalho
• Curva decrescente, porque o
produto marginal do trabalho
é decrescente;
• Empresa maximizadora de
lucros contrata trabalhadores
até ao ponto em que o valor
do produto marginal de
trabalho iguala o salário.
• A curva da procura de um
fator de produção é dada
pelo valor do produto
marginal do fator de
produção.
Fonte: Mankiw, p. 380.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercado de trabalho: a procura de trabalho
• O que faz variar a curva da procura de um fator de produção (curva de produto
marginal em valor)?
• Preço do output: como a curva da procura reflete a variação do produto marginal do fator de
produção e como o seu valor é o produto marginal vezes o preço do bem final, um dos fatores
que pode fazer alterar a curva da procura do fator de produção é o preço do bem final (preço
do output).
• Mudança tecnológica: Aquilo que os trabalhadores produzem por hora (dia, mês) depende
muito da tecnologia que utilizam - a mudança tecnológica aumenta o produto marginal do
trabalho
• A história tem revelado que isso aumenta a procura de fator trabalho, fazendo a curva da procura
de trabalho deslocar-se para a direita.
• Contudo, nem sempre assim acontece, quando a tecnologia permite dispensar o fator trabalho ou
reduzir o número de trabalhadores necessários para obter o output – por exemplo, robótica – trata-
se então de mudança tecnológica que reduz uso do fator trabalho.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercado de trabalho: a procura de trabalho
• O que faz variar a curva da procura de um fator de produção(curva de
produto marginal em valor)?
• Oferta dos outros fatores de produção: a quantidade disponível dos outros fatores de
produção afeta o produto marginal de um fator de produção. Por exemplo se a
quantidade de terra disponível para plantação de maçãs diminui, a produtividade de
trabalho na colheita de maçãs seria afetada.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercado de trabalho: a oferta de trabalho
• Trade-off entre trabalho e lazer afeta a oferta de trabalho – o custo de
oportunidade de uma hora de lazer é o valor do salário-hora que o indivíduo
obteria se trabalhasse nessa hora.
• Uma curva da oferta de trabalho com inclinação positiva significa que se o
salário subir os indivíduos estarão dispostos a trabalhar mais horas.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Mercado de trabalho: a oferta de trabalho
• O que faz variar a oferta de trabalho num dado setor?
• Alterações nos gostos: há umas gerações atrás as mulheres por regra não
trabalhavam, dedicando-se sobretudo a tarefas domésticas, sendo que
em muitos setores tal situação alterou-se radicalmente;
• Alteração das oportunidades alternativas: se trabalhar noutro setor se
tornar mais atrativo em termos salariais, a oferta de trabalho, por
exemplo, usada na colheita de maçãs, pode variar.
• Imigração: A entrada de imigrantes faz aumentar a oferta de trabalho em
muitos setores.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Equilíbrio no mercado de
trabalho
• Determinação do salário num
mercado de trabalho
concorrencial
• O salário ajusta-se de modo a
equilibrar a oferta e a procura
de trabalho
• O salário iguala o valor do
produto marginal do
trabalho: a empresa
contratou trabalhadores até
que o valor do produto
marginal de trabalho iguala o
salário.
• Qualquer evento que altere a
procura ou a oferta de
trabalho vai alterar o salário
de equilíbrio e o produto
marginal do trabalho pelo
mesmo montante, porque
têm de ser sempre iguais. Fonte: Mankiw, p. 384.

35

II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Alterações na oferta de
trabalho
• Admita-se que a
imigração aumentou o
número de
trabalhadores para
colher maçãs
• O salário de equilíbrio
vai reduzir, pois a
quantidade oferecida de
trabalho excede a
quantidade procurada
em W1 e o emprego vai
aumentar, pois como o
salário baixou tornou-se
mais atrativo contratar
mais trabalhadores até
que o valor do produto
marginal do trabalho
atinja W2.
Fonte: Mankiw, p. 385.
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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Alterações na procura de trabalho
• Imagine-se que as maçãs aumentam de
popularidade e passam a ser mais procuradas,
o que leva a que o seu preço aumente;
• Esta alteração não altera o produto marginal
do trabalho, mas muda o seu valor, pois este é
determinado multiplicando o produto marginal
do trabalho pelo preço do bem produzido;
• Para um maior preço das maçãs torna-se
rentável empregar mais trabalhadores a colher
maçãs. O salário sobe e o número de
trabalhadores empregues na apanha da maçã
aumenta;
• Mais uma vez o valor do produto marginal do
trabalho e o salário movem-se em conjunto.
• Esta análise mostra que num mercado de
trabalho concorrencial a prosperidade das
empresas de um setor está ligada à
prosperidade dos trabalhadores (quando o
preço das maçãs sobe os produtores de maçã
têm maiores lucros e os trabalhadores maiores
salários)
Fonte: Mankiw, p. 389.

37

II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Salário mínimo
e desequilíbrio
no mercado de
trabalho
• Resultado:
algum
desemprego,
mas garantia
de não
exploração
excessiva dos
trabalhadores
.
Fonte: Mankiw, p. 118.

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II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Discriminação no mercado de trabalho
• O exemplo mais estudado de descriminação salarial é o que diferencia os
salários entre homens e mulheres, ou entre pessoas de diferentes raças ou
etnias, independentemente das habilitações, aptidões e esforço serem iguais.
• Estas diferenças salariais não se originam em outras caraterísticas
(habilitações, jeito, esforço) que não sejam a desconsideração social de
determinados grupos e, por isso, devem ser combatidas com determinação.

39

II – Microeconomia: a procura, a oferta e o mercado

Mercado de trabalho e de outros fatores de produção
• Discriminação no mercado de trabalho
• Notícia de 7 de março de 2018 no jornal de negócios, disponível em
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao-
europeia/detalhe/portugal-foi-o-pais-onde-a-diferenca-salarial-entre-homens-e-
mulheres-mais-aumentou-na-ue (26-7-2018):
• “No âmbito do Dia Internacional da Mulher, o Eurostat publicou um relatório sobre diferenças
salariais. E Portugal não fica bem na fotografia. Em média, na União Europeia a diferença
salarial entre homens e mulheres é de 16,2%, com ganhos para os homens, o que é o mesmo
que dizer que por cada euro ganho por um homem a mulher ganha 84 cêntimos. Em Portugal
a diferença ascende a 17,5%, numa lista encabeçada pela Estónia, onde a diferença é de
25,3%, seguida da República Checa, com uma diferença de 21,8%, e da Alemanha, com
21,5%. Os países onde a diferença é menor são a Roménia, com uma diferença de 5,2%, e
Itália (5,3%). O Eurostat avaliou ainda a evolução recente, analisando o período entre 2011 e
2016. E, na maioria dos casos (18 em 28) a diferença salarial diminuiu. A média da UE desceu
0,6%.”

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