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Aeródino e Aeróstato
As aeronaves dividem-se em dois grupos, Aeródino e Aeróstato, conforme a seguir:
a) Aeródino: São aeronaves mais pesadas que o ar e que voam baseadas na 3ª Lei de
Newton: “A toda ação imposta a um corpo, corresponde a uma reação de igual
intensidade e direção, porém no sentido oposto” e também no princípio de Bernouilli:
“Em um fluido em movimento, quando a velocidade aumenta, a pressão estática
diminui”.
III) Planador: é uma aeronave suportada em voo pela reação dinâmica do ar contra
suas superfícies fixas de sustentação e para a qual o voo não depende de um motor(1).
Alguns planadores possuem suas estruturas e formatos semelhantes às dos aviões,
porém não possuem grupo moto-propulsor, portanto, para iniciarem um voo,
necessitam de uma segunda aeronave (geralmente um avião de pequeno porte) para
rebocá-lo até uma determinada altitude.
Avião: aeronave de asa fixa, mais pesada que o ar, propelida a motor e que é
sustentada no ar pela reação dinâmica do ar contra suas superfícies de sustentação
que permanecem fixas sob determinadas condições de voo.
II) Dirigível: É uma aeronave mais leve que o ar, propelida a motor e que possui
dirigibilidade própria.
Empenagem
Definição
Componentes: Superfície horizontal e Superfície vertical
Parte traseira da aeronave, formada pela junção dos estabilizadores horizontal e do
vertical. Como o próprio nome diz, tem a função de fornecer estabilidade ao avião em
voo.
Na superfície horizontal estão localizados o estabilizador horizontal, os profundores e
os compensadores.
Na superfície vertical estão localizados o estabilizador vertical, o leme e os
compensadores.
Fig.11 – Empenagem
FONTE: arquivo próprio
Quanto à empenagem, ela poderá ser:
a) Convencional: Quando o estabilizador horizontal encontra-se abaixo do
estabilizador vertical.
Fig.12 – Empenagem
FONTE: adaptado de FAA, 2016
Turbofan
Basicamente é um motor turbo-jato que possui em sua entrada hélices multipás, em inglês
blades, que dispostas compõe o FAN. Estas admitem maior quantidade de ar, por isso esse tipo
de motor utiliza menos combustível para gerar tração, tornando-se mais econômico que o
motor do tipo turbojato. Também utiliza como combustível o querosene de aviação. Suas
principais características são:
Alta tração e velocidade;
Apenas 25% do ar são queimados, os outros 75% resfriam o motor;
Trabalha em temperaturas mais baixas que o motor turbojato;
Menos ruidoso que o turbojato;
É o mais utilizado na aviação comercial regular atualmente
Figura 17: Motor turbofan General Electric CF6-80E1A4 utilizado no Airburs A330-302
FONTE: Imagem de Darren Wilson, disponível em: <http://www.airliners.net>. Acesso em jun. 2018.
Turboélice
Composto por turbina que aciona a hélice. Nesse tipo de motor, 90% da força é fornecida pela
hélice e 10% pelos gases de escapamento da turbina. Utiliza como combustível o querosene de
aviação. Características:
Ideal para velocidades e altitudes médias
Composto de um motor à jato e uma hélice
Eficiente para pequenas distâncias
Mais utilizado na aviação regional ou médio porte
Figura 18: Aeronave com motores turboélice, ATR 72-600 (ATR 72-212A)
FONTE: Imagem Carlos Alberto Rubio Herrera, disponível em: <http://www.airliners.net>.
Acesso em jun. 2018.
Trem de Pouso
Infraestrutura que suporta o peso de uma aeronave quando em contato com o solo ou com a
água e permite a mobilidade do avião por meio de rodas caso o deslocamento seja feito em
superfícies sólidas, ou por meio de flutuadores em caso de superfícies líquidas.
Componentes da asa:
a) Bordo de ataque: é a parte dianteira.
b) Bordo de fuga: parte de trás.
c) Extradorso (dorso): parte superior
d) Intradorso (ventre): a parte inferior.
Envergadura
É a distância entre as pontas das asas.
Figura 28: Aeronave sem suporte de fixação que liga a asa a fuselagem, Cessna 210
FONTE: Imagem de Philip B Hosking, disponível em: <http://www.airliners.net>. Acesso em jun. 2018.
b) Semi-cantilever: a asa é fixa na fuselagem com o auxílio de estais e montantes.
Figura 29: Aeronave com suporte de fixação que liga a aeronave a fuselagem, Cessna 182
FONTE: Imagem adaptada de Gustavo Corujo, disponível em: <http://www.airliners.net>. Acesso em
jun. 2018.
✓ Flap ou Flape: dispositivo instalado no bordo de fuga e mais próximo da raiz da asa,
Figura 31 (b), no entanto, aeronaves de porte maior podem ter dois flapes, um interno
e outro externo, Figura 31 (a). Quando utilizado, faz com que a asa passe a ter uma
maior curvatura, gerando maior sustentação, entretanto, também gera mais arrasto,
desse modo, o uso desse dispositivo resulta em uma combinação de aumento de
sustentação e redução de velocidade da aeronave.
✓ Slot e Slat: O primeiro é fixo, já o segundo é móvel; ambos são instalados no bordo de
ataque da asa, de forma a criar uma fenda que permite a passagem do escoamento do
intradorso para o extradorso, Figura 32. Em elevados ângulos de ataque, essas fendas
suavizam o escoamento do ar no extradorso da asa, desse modo, as asas podem
atingir um ângulo crítico maior e consequentemente passam a ter menor velocidade
de estol. Sua função é a mesma do flap, ou seja, de aumentar a sustentação da asa e
permitir voos com velocidades mais baixas. Vale ressaltar que o inconveniente
provocado por esses dispositivos é o aumento demasiado do ângulo de ataque que
prejudica a visão do piloto na etapa do pouso.
TEORIA DE VOO
Introdução ao estudo dos fluidos
Fluido pode ser definido com uma substância que não possui forma fixa ou ainda aquela que
se molda a um recipiente, por exemplo, quando se coloca água em um copo, esta toma a
forma do recipiente, já que não possui forma fixa. Dessa forma, de modo geral, pode-se dizer
que fluidos são substâncias no estado líquido ou gasoso.
Princípio de Arquimedes
O princípio de Arquimedes diz que: Todo corpo imerso em um fluido sofre ação de uma força
(empuxo), verticalmente para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo
corpo.
Teorema de Bernouilli
O teorema de Bernouilli diz o seguinte: Quanto maior a velocidade de escoamento de um
fluido, maior será a pressão dinâmica e menor será a pressão estática.
Sustentação
Componente da resultante aerodinâmica que é perpendicular ao vento relativo. Depende da
densidade, velocidade da asa em relação ao ar, área de asa e coeficiente. Com base no
Teorema de Bernouilli, um aumento de velocidade causa uma diminuição da pressão.
Introdução à aerodinâmica
a) Vento relativo: Velocidade e direção do ar com referência a um corpo. Este vento terá
sempre a mesma direção e velocidade, porém, seu sentido será contrário ao do deslocamento
do corpo.
(e) Resultante aerodinâmica: é a força que resulta quando se une a resistência ao avanço à
sustentação. Geralmente esta força é para cima e para trás.
(f) Resistência útil: embora algumas superfícies produzam arrasto, como por exemplo, asas,
estabilizadores e hélices, elas produzem forças úteis ao voo.
(g) Resistência parasita: Conforme se observa na Figura 38, uma chapa plana perpendicular ao
vento relativo produzirá maior resistência ao avanço do que uma esfera, do mesmo modo, um
perfil aerodinâmico produzirá menor resistência ao avanço que uma esfera.
Figura 41: comparação do arrasto em diferentes formatos de corpos
FONTE: Adaptado de TALAY, 1975.
(h) Arrasto induzido: é uma forma de resistência ao avanço que é proporcional ao ângulo de
ataque e inversamente proporcional ao alongamento da asa. A diferença de pressão entre o
intradorso e extradorso da asa causa um vortex nas pontas de asas.
Winglet: é um dispositivo utilizado nas pontas das asas de aeronaves de asa fixa para melhorar
sua eficiência.
Eixos da aeronave
Atitudes assumidas pela aeronave em torno dos eixos imaginários
a) Eixo vertical: linha reta imaginária que corta a aeronave verticalmente.
b) Eixo longitudinal: linha reta imaginária que passa pelo nariz à cauda do avião.
c) Eixo lateral ou transversal: linha reta imaginária que cruza de um lado ao outra da asa.
b) Aileron: quando acionado faz com que as asas se inclinem para esquerda ou direita. Essa
superfície é comandada pelo volante do manche; desse modo, girando o volante do manche
para a direita, o aileron esquerdo desce e o direito sobe, fazendo o avião se inclinar para a
direita; já girando o volante do manche para a esquerda, o aileron direito desce e o esquerdo
sobe, fazendo o avião se inclinar para a esquerda.
c) Profundor: essa superfície quando acionada faz com que o nariz da aeronave suba ou desça,
vale ressaltar que se o nariz subir, a cauda desce e vice-versa. Essa superfície é comandada
pela coluna do manche; desse modo, puxando-se o manche (ato de cabrar o avião), o
profundor sobe, a cauda desce e o nariz do avião também sobe; empurrando-se o manche (ato
de picar o avião), o profundor desce, a cauda sobe e o nariz do avião desce também.
A tabela a seguir, resume o efeito da execução do piloto nas superfícies de controle e os
movimentos em torno dos eixos de rotações:
Eixo Longitudinal: É formado por uma linha reta que une o nariz à cauda do avião. Quando a
asa é colocada no avião, a corda forma um ângulo com o eixo longitudinal do mesmo, que se
chama “ângulo de incidência”.
Diedro
O diedro pode ser positivo quando a ponta da asa está em um nível acima da raiz, negativo
quando a ponta da asa está abaixo da raiz ou nulo quando a ponta e a raiz da asa estão em um
mesmo nível.
Manobras
Principais tipos: decolagem, subida, voo em linha reta e horizontal, voo em curva, descida e
pouso.
a) Decolagem: No início dessa fase, o piloto alinha a aeronave no início da pista (cabeceira) e
adiciona toda a potência do motor. As ocorrências que facilitam a decolagem são: vento de
proa; ar seco; baixa temperatura; baixa altitude do local; e pista em declive. Todas essas
variáveis permitem que as aeronaves percorram menor comprimento de pista até descolar da
superfície. Vale ressaltar que o uso de dispositivos hipersustentadores são necessários nesta
fase.
b) Subida: é a fase de voo que se inicia após a decolagem, nessa fase, embora se exija mais
potência dos motores que em voo de cruzeiro, o piloto utiliza menos potência quando
comparado com a fase de decolagem. Além disso, nessa fase a sustentação é menor que o
peso e a tração é maior que o arrasto. Vale ressaltar que o uso de dispositivos
hipersustentadores são necessários nesta fase.
c) Voo em linha reta e horizontal: o voo em linha reta e horizontal é aquele no qual a força de
arrasto se iguala à força tração quando a aeronave estiver voando com velocidade constante; e
também quando a força de sustentação se iguala a força peso, dessa forma, a somatória das
forças é nula.
d) Voo em curva: Nessa fase, considerando-se uma curva nivelada, a sustentação é maior que
o peso, dessa forma, é comum os passageiros sentirem pressionados ao assento quando se
executa uma curva, pois essa situação assemelha-se a de um elevador subindo que se faz
sentir pressionado para baixo.
e) Voo descendente: No voo descendente são utilizados os dispositivos hipersustentadores,
pois nessa fase desenvolve-se menor velocidade o que faz diminuir a sustentação, desse
modo, para manter a sustentação, utiliza-se os flapes e slates.
f) Pouso: consiste quando um avião toca o solo com as menores velocidades possíveis. Em
uma aeronave do tipo triciclo, toca-se primeiramente o trem de pouso principal, depois o trem
de nariz. Após o toque deste, geralmente o piloto aciona o spoiler para a aeronave percorrer o
menor comprimento de pista possível.
Teoria de voo de alta velocidade
Definição
Nos voos de altas velocidades ocorrem novos fenômenos em relação aos voos
desenvolvidos em baixas velocidades. Dentre esses fenômenos, destaca-se a onda de
choque que está relacionada ao número de Mach e que diminui a sustentação e aumenta o
arrasto.
Número de Mach
O número de Mach é uma medida da razão entre a velocidade da aeronave e a velocidade do
som no ar, dessa forma, quando uma aeronave está voando com Mach 0.88, diz-se que ela
estará a 88% da velocidade do som para aquele nível de voo.
Figura 54: Aeronave transônica, Airbus A380-841 FONTE: Imagem de Mick Bajcar, disponível
em: <http://www.airliners.net>. Acesso em jun. 2018.
Aeronaves supersônicas são aquelas nas quais o escoamento ultrapassam o Mach 1, mas não
chegam a Mach 5.
Figura 55: Aeronave supersônica, USA-Air Force, McDonnell Douglas F-15 C Eagle
FONTE: Imagem de Eerebout Stefaan, disponível em: <http://www.airliners.net>. Acesso em
jun. 2018.