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Aerodinâmica - Ass 01 - Evolução aerodinâmica dos helicópteros

AERODINÂMICA E
TEORIA DE VOO DOS
HELICÓPTEROS
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO
Evolução da Aviação

II. DESENVOLVIMENTO
O helicóptero no contexto das aeronaves;
O desenvolvimento dos helicópteros;
As configurações dos rotores dos helicópteros.

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III. CONCLUSÃO
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Início - desenvolvimento através de ensaios e erros

Os pioneiros assumiram papéis multifuncionais (projetistas,


engenheiros, operadores e vendedores) mas atualmente exige-
se elevado grau de especialização para elaboração de projetos
mais complexos.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
O helicóptero no contexto das aeronaves

Para se entender as diferenças entre os tipos de aeronaves


como os aviões, os girocópteros, os helicópteros e os
convertiplanos, é preciso saber como seus sistemas
aeromecânicos operam.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
A sustentação dos aparelhos que voam é garantida por
superfícies denominadas ASAS sendo que as asas de um
helicóptero são as pás do seu rotor (hélice?). A velocidade é
então o elemento essencial que, sobre um perfil, produz forças
aerodinâmicas de sustentação.

• Rotor: mecanismo giratório dos helicópteros, com as


respectivas hélices;

• Hélice: aparelho de tração, sustentação ou propulsão de


aeronaves, acionado por um motor e constituído por várias
pás que giram a velocidades diversas.
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Essa velocidade é obtida em


aviões pelo emprego de uma
hélice (ou uma turbina) que
propulsiona o aparelho na
velocidade "V". Asa fixa

No helicóptero, a velocidade é
obtida pela rotação do rotor que é
propulsionado por um motor. A
força Fn, SUSTENTAÇÃO
ROTACIONAL, é perpendicular
ao plano de rotação. Asa rotativa
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Todas as aeronaves cuja sustentação é garantida por um rotor
constituem a família dos giroaviões. Existem 3 tipos de
giroaviões: o helicóptero, o autogiro e o Giródino, também
conhecido como Ciclogiro.
AUTOGIRO - Seu rotor gira livre em um eixo, não sendo
acionado por ele. Um motopropulsor gera a tração
necessária para provocar a translação do aparelho. Esta
translação provoca a rotação do rotor que, por sua vez,
garante a sustentação. Ele não pode voar nem verticalmente,
nem se sustentar em voo pairado.

GIRÓDINO - Seu rotor, acionado por um motor,


assegura somente a sustentação. A tração para criar o
deslocamento à frente é obtida por meio de um grupo
motopropulsor. É possível realizar voo vertical. 7
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HELICÓPTEROS

Helicóptero

Seu rotor gira acionado pelo motor


por meio de transmissões. Tanto a
sustentação quanto a translação do
aparelho são realizadas pelo rotor. Ele
pode voar verticalmente e se sustentar
em voo pairado, bastando para isso um
comando apropriado do piloto para
inclinar seu plano de rotação.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
O avião

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

No avião os diversos sistemas desempenham funções


específicas, tais como:

• asa: responsável pela sustentação;


• conjunto moto-propulsor: responsável pela impulsão (tração);
• superfícies auxiliares: estabilidade;
• superfícies de controle: alterar a condição de voo;
• fuselagem: onde se encaixam as diversas partes e
transporta-se pessoal e material;
• trem de pouso: sustentação do avião no solo.

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HELICÓPTEROS
Os giroaviões

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

No autogiro, a filosofia funcional é semelhante a do avião,


com uma importante diferença: não possui asa para gerar
sustentação.

Este importante papel é desempenhado por um conjunto de


pás chamado rotor, que gira livremente a medida que a
aeronave se desloca e o fluxo de ar passa de forma ascendente.

A criação de fluxo de ar confere sustentação e a inclinação


dos rotores possibilita a mudança de atitude para a aeronave.
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

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FILME AUTOGIRO SIMPLES

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
O helicóptero

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

O helicóptero é uma aeronave com estrutura constituída dos


seguintes componentes: rotores, grupo motopropulsor, conjuntos
mecânicos, estrutura, trem de pouso e outros componentes
(sistemas de combustível, sistema hidráulico etc),

Possui, em especial, um rotor principal, impulsionado pelo


conjunto moto-propulsor e responsável pelos controles:

• longitudinal (pitch);
• lateral ou rolagem (roll);
• vertical (subida e descida).
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HELICÓPTEROS

Na traseira da fuselagem existe um rotor de cauda, que


controla direcionalmente a fuselagem (yaw) permitindo, através
de sua tração, gerar um momento que por sua vez permite ao
piloto modificar sua direção de voo, manter sua rota ou mesmo a
condição de voo pairado.

Podemos destacar dois aspectos que diferenciam o


helicóptero das demais aeronaves:
• o primeiro deles é o conjunto chamado “rotor principal”: pás,
mastro e cabeça;
• o segundo é que, na condição normal de operação, o
escoamento do ar é soprado para baixo através do rotor.17
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HELICÓPTEROS
A estrutura compreende essencialmente:

• Cabina: onde estão os comandos de voo, os instrumentos de


bordo e onde são transportados a tripulação e a carga;

• Estrutura central: onde se localizam os principais conjuntos


mecânicos;

• Cauda: onde se localizam o rotor de cauda, a deriva vertical e


o estabilizador horizontal (superfícies estabilizadoras);

• Trem de aterrissagem (esqui ou rodas). 18


EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
O helicóptero no contexto das aeronaves

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

E ainda... o CONVERTIPLANO, que pode se converter, em


voo, de helicóptero para avião e vice-versa. Sua vantagem está
em reunir características de ambas as aeronaves.

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HELICÓPTEROS
Vídeo convertiplano

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HELICÓPTEROS
O desenvolvimento dos helicópteros
Primeiros testes com aviões:
Irmãos Wright (1903);
Primeiro voo oficial de um avião:
Santos Dumont – 14 BIS (23 de outubro de 1906);
Primeiro emprego em guerras:
I Guerra Mundial (1914);
Primeiros testes com helicópteros:
Paul Cornu (1907);
Primeiro voo oficial de um helicóptero:
Louis Breguet – Giroplano. (22 de dezembro de 1935);
Primeiro emprego em guerras:
Guerra da Coréia (1950);
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POR QUÊ?
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HELICÓPTEROS
O desenvolvimento do helicóptero necessitava da solução de
três grandes problemas inexistentes no avião:

1 - o voo demandava uma quantidade muito grande de


potência e os motores do início do século XX que dispunham
dessa potência eram grandes e pesados;
2 - as superfícies de controle eram ineficazes na realização
do voo. O rotor principal girando num sentido criava na
fuselagem um torque remanescente, que fazia a mesma girar
em sentido contrário (lei da ação e reação). Havia a
necessidade de se equilibrar esse torque;
3 - a instabilidade voo à frente pela dissimetria lateral de
sustentação. 24
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
O problema da falta de potência

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

O primeiro problema foi resolvido na medida em que os


motores foram ganhando uma relação peso/potência mais
favorável.

O segundo, e mais complexo, solucionou-se quando os


pioneiros resolveram dar ao rotor principal um comportamento
multifuncional (controle, tração e sustentação).

O terceiro problema foi resolvido através de diferentes e


objetivas soluções, conforme veremos a seguir...
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Histórico de desenvolvimento dos helicópteros

Primórdios...

• Século IV A.C.
Chinese Top,
popularizado com o
nome de Pirocóptero.

• Século XV D.C.
O “Hélix”, de Leonardo
Da Vinci
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Contribuições...

Em 1907 Paul Cornu


realiza o primeiro voo com
uma aeronave de asas
rotativas e atingiu 5 Ft por
aproximadamente 20
segundos. Utilizava o mesmo
motor que em 1906 havia
impulsionado o 14 BIS.
Começava a solução do
problema relativo à propulsão
dos helicópteros. 28
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Contribuições...

Em 1923 Juan de La Cierva


realizou voo com seu bem
sucedido autogiro C-4.
Implementou articulações de “flap”
(batimento) e “lead-lag” (avanço-
atraso). Assim, diminuiu os efeitos
causados pelo ambiente
aerodinâmico assimétrico (pá que
avança – pá que recua),
conhecido como Dissimetria
Lateral de Sustentação. 29
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Autogiro C-4

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
- Obtenção do controle utilizando o rotor, inclinando-o em
relação à fuselagem. Em conseqüência, os controles
convencionais da asa fixa não eram mais necessários, exceção
feita ao controle direcional, que ainda era obtido por uma
espécie de leme.
- Descoberta do efeito giroscópio: ação no rotor se dá 90º a
frente do ponto de atuação.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Contribuições...

Em 1924 Raul Pateras Pescara estabeleceu o recorde


mundial de distância (736 metros) em 4’11” numa altura de
6 Ft.

• Utilizava uma aeronave com rotores coaxiais;

• Implementou a roda livre (que permitiria a


realização da auto-rotação) e o passo negativo (que
permitiria o apoio mais firme do helicóptero em pisos
adversos como plataformas marítimas, navios, etc).32
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

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RAUL PESCARA - 1924

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Contribuições...

Em 1935 Louis Breguet realizou o que foi considerado o


primeiro voo real de um helicóptero. Em 1936 quebrou o
recorde de altura (517 Ft) e distância (27,4 milhas).

Sua aeronave tinha dois rotores coaxiais contra-rotativos


com articulações de “flap” e “lead-lag”. O controle direcional foi
obtido pelo aumento do torque em um dos rotores em relação ao
outro.

Resolvido o terceiro problema!!!


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LOUIS BREGUET - 1935

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Contribuições...

Em 1935 Igor Sikorsky obteve a licença número 01 da NAA


(National Aeronautic Association) - EUA.

Sucesso e validação do helicóptero em sua forma


convencional em 1939 (rotor principal e rotor de cauda).

Implantação prática do controle cíclico.

Primeiro helicóptero produzido em série (VS-300) e


empregado em combate, ainda de forma incipiente (Mai 44).
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VOUGHT SIKORSKY – VS 300 - 1941

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

As configurações dos rotores dos helicópteros

O método mais comum para classificação é o que leva em


consideração o número e a disposição dos rotores, tendo como
principais:

- monorotores (rotor principal)


- coaxiais
- rotores lado a lado
- rotores em tandem
- rotores múltiplos e sincronizados
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Monorotores

É a configuração mais utilizada. Tem como vantagem a


simplicidade, pois utiliza um rotor principal e um rotor de cauda
(funções distintas).

Pode ser combinado com um ou mais motores através de


uma única transmissão principal.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Apesar da demanda de potência para o rotor de cauda (8 a
10% no pairado e 3 a 4% no voo a frente), a simplicidade e a
redução de peso quando comparados com outros métodos de
controle do torque remanescente tornam essa configuração
atrativa.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Uma variação do monorotor é o rotor de cauda carenado,


também chamado de Fenestron. Uma vantagem do Fenestron é
consumir pouca potência do motor quando em voo translacional
à frente.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Coaxiais

Se trata de um sistema com dois rotores principais


sobrepostos e contrarrotativos.

As vantagens são: a supressão do rotor de cauda


(segurança e baixo ruído), redução da dissimetria lateral de
sustentação e maior potência para transporte maior de carga.

As desvantagens são o aumento de peso e da complexidade


dos controles e das cabeças dos rotores, além da interação dos
fluxos provenientes dos rotores (vibração).
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Kamov KA-26

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HELICÓPTEROS
Rotores lado a lado

Dois rotores principais dispostos lateralmente na fuselagem.

As vantagens são a supressão do rotor de cauda (segurança)


e redução da potência requerida no voo à frente pois,
diferentemente do que se passa com os rotores coaxiais, cada
rotor opera sobre uma massa de ar não perturbada.

As desvantagens são o aumento do arrasto, do peso e da


complexidade dos controles de voo.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

O maior helicóptero
já construído até hoje,
um triunfo da
engenharia mas um
fracasso na prática.
A União Soviética
construiu o Mil V-12
para transportar
mísseis balísticos
intercontinentais.
Mil V-12

https://www.cavok.com.br/conheca-o-maior-helicoptero-de-todos-os-tempos-que-foi-totalmente-inutil 46
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Tandem
Dois rotores principais (contra rotativos ou não) na dianteira
e na traseira da fuselagem.

As principais vantagens são o aumento da capacidade de


carga, do passeio do CG e da diminuição (em relação aos
rotores lado a lado) do arrasto parasita da fuselagem.

As desvantagens são: a interferência no fluxo de ar entre os


rotores, a complexidade sistema de comando de voo, além do
aumento da potência requerida no voo à frente devido à
influência do rotor dianteiro no traseiro. 47
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
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CH-47 Chinook

Sobreposição
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Sincronizados

Os helicópteros com rotores sincronizados (“intermeshing” ou


“synchropters”) possuem dois rotores contra-rotativos
entrelaçados.

Este tipo de configuração sacrifica a eficiência da


sustentação (o arrasto induzido pode ser alto) para ganhar na
simplificação da transmissão e em tornar a aeronave mais
compacta. São consagrados pela grande estabilidade e
capacidade de carga.

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

Kaman K-MAX

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS
Múltiplos rotores

Helicópteros com três ou mais


rotores que possuem uma cadeia de
comando simplificada, considerando
que o controle pode ser obtido
simplesmente aumentando a tração
de um rotor em relação aos demais.

No entanto, não houve projetos


nos últimos anos devido ao tamanho
exagerado para as necessidades
atuais. 52
EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

NOTAR (No Tail Rotor)

Configuração sem rotor de cauda, onde o controle do


antitorque é realizado através de gases do escapamento do motor
e de aerofólios (derivas e estabilizadores).

Como vantagem têm-se a segurança, pois não existe um rotor


girando na cauda, e o silêncio.

Sua grande desvantagem consiste no aumento de peso


relativo o compressor na cauda.
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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

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EVOLUÇÃO AERODINÂMICA DOS
HELICÓPTEROS

CONCLUSÃO
Aviação!!!!!

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