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Informações Inúteis

Protagonista: Marco Mikaelo, um Homem de 37 anos, trabalha em uma empresa de


distribuição de remédios que está à beira da falência. Sua rotina é bem monótona,
acordar, trabalhar, voltar para casa, dormir e repetir tudo denovo, poucas vezes ele
faz algo diferente, geralmente saindo para alguns encontros de sua equipe, o que
faz ele chegar ainda mais tarde em casa. Mora sozinho em apartamento da
Imobiliária Fachada. (sim, vai ter referência pra caralho aqui) Algo que vem o
incomodando é a constante sensação de estar sendo perseguido, e o fator que
piora mais ainda é ele morar em uma parte deserta da cidade e o metrô que ele
costuma ir fica longe do prédio em que trabalha.

Secundários:

Bruno Moore, um homem de 42 anos, também fazendo parte da equipe do


protagonista, mesmo sendo o mais velho da equipe, ele não está a tanto tempo
nela, ele é uma pessoa calma e tranquila e um grande amigo do protagonista, ele é
baixinho também. (also, ele é da ordem.(se vc quiser, claro));

Observação: Eu escrevi essa parte só pra caso vc queira fazer alguma modificação
na história.
A noite caia ao decorrer do tempo que eu perdia olhando pela janela, aquela
sensação de que havia algo lá fora, distante, mas visível. Ainda me pergunto porque
eu escolho ficar até tarde aqui, todos vão embora na primeira chance que tem,
talvez seja por que eu tenho muito a fazer, ou por que eu não quero deixar ele
sozinho, pensando nisso eu arrumo minha mesa, todos esses documento largados
por todo lado, junto eles e organizo todos colocando em uma pasta deixando ela ao
lado do computador, verificando o mesmo para ver se eu havia desligado. pego as
canetas e lápis soltos pela mesa e coloco eles no Porta-Lápis de arame. Enquanto
eu me organizava, aquela sensação, algo parecia estar me encarando, toda vez
isso, em um ato de desespero olho para todos os cantos, e vejo o mesmo de
sempre, um sala grande com algumas mesas nas paredes com vasos de plantas ao
lado, um chão xadrez de branco e cinza, a porta que levava até a sala de café, outra
que levava até a escada e o elevador, e outra da sala de reuniões, as pequenas
paredes que dividiam os cubículos onde eu e minha equipa trabalha, olhando para
uma delas vejo uma pessoa que, mesmo sendo baixa, conseguia se apoiar na
divisória, era o Bruno, um dos meu colegas da equipe de vendas de remédios, de
pele morena clara, olhos verdes e o cabelo meio bagunçado, ele sempre está com
seu sorriso cansado no rosto. Eu o encaro por um curto tempo até ele decidir falar.
— O que ouve? Tá com medo do chefe ver você olhando para o nada ao invés de
fazer o seu trabalho?
— Claro que não, eu estava te esperando.
— Me esperando por que? Você sabe muito bem que já poderia ter ido embora. —
Me levanto da daqueria pegando minha bolsa e o respondendo.
— E você sabe muito bem que eu não gosto de ir sozinho, ainda mais quando já
está de noite, eu já te falei sobre isso.
— Aquela sensação de estar sendo perseguido e observado, eu já te falei para
procurar um psicólogo.
— Sim eu procurei um, ele disse que é apenas um delírio comum e que não é nada
de mais.
— Nada de mais? Tem certeza? Você vem reclamando disso a mais tempo do que
eu consiga lembrar, não acha que isso possa ser algum tipo de paranoia ou
esquizofrenia em si? Talvez, só talvez você devesse parar de se render tanto a isso,
sabe, enfrentar esse problema.
— Agradeço por me elogiar de louco. Vamos temos que ir embora, o nosso trem é o
último do dia, seria um inferno na terra perder ele. — Falo saindo do meu cubículo e
esperando até que ele pegue sua bolsa para possamos ir. De lá, pegamos o
elevador, ficamos quietos por um tempo, chegando no térreo, as luzes estavam
acesas, mas não havia ninguém, apenas o guarda, claro. Saímos dela após dar boa
noite ao guarda. A rua estava totalmente escura, os postes de luz era a única coisa
que me dava um alívio, prédios enormes prosseguiam a rua inteira, o céu negro e
estrelado, a lua estava em seu alge, mas aquela sensação maldita, era quase
visivel, algo parecia andar pelas sombras evitando a luz. Mas uma voz confortante
me chama atenção, Bruno voltava a falar.
— Então, sobre o que estávamos falando. Você não se preocupa com isso? Digo,
tem dias que parece que você nem é o mesmo, tão assustado. Na minha opinião
você deveria realmente procurar algum tipo de ajuda.
— Olha, eu sei que isso é algo que me perturba, mas isso tudo não passa de coisas
da minha cabeça, certo? — O silêncio tomava o ar, caminhávamos quietos, Bruno
parecia já estar sendo tomado pelo sono, suas olheiras eram visíveis, mas
novamente algo me chama atenção, e dessa vez não era o Bruno tentando me
convencer de procurar me tratar, mas sim, passos, passos pesados e agressivos,
em um ato de medo eu me viro para trás de maneira agressiva procurando por algo,
um rastejar, não via nada, apenas uma rua vazia e tomada pelo escuro.
— Apenas coisas da sua cabeça, né? — Disse Bruno que havia virado para me
olhar, ele aparentava estar preocupado como sempre.
— Tá, você ganhou dessa vez, agora vamos antes que eu fique louco de uma vez.
— Continuamos a andar, eu havia acelerado um pouco o passo e Bruno
correspondeu ao meu desespero. O rastejar continuava mas logo quando chegamos
na entrada do metrô, quando descemos as escadas o barulho parou, e um alívio
tomava meu peito. Passando a catraca e indo até o local de espera do trem, Bruno
olhava em seu relógio.
— E ai, falta muito tempo?
— Não, já era pra ele estar vindo. — Alguns segundos se passam e logo o barulho
junto de um tremor avisava a chegada do trem, ele passa por nós com um forte
vento então parando e abrindo se a porta. Ao entrarmos nos sentamos e o silêncio
entre nós retorna. Bruno havia chegado em seu destino, antes de ir, ele se despede
e me deseja boa noite e após fazer o mesmo, eu me via sozinho, sem ninguém,
nem mesmo aquele rastejar. Chegando ao meu destino eu saio do trem indo até as
escadas e subindo os degraus. No lado de fora novamente me encontrava frente a
frente à escuridão, às luzes dos postes não eram suficientes para manter o local
iluminado de maneira uniforme. Andando pelas ruas, aquele rastejar infernal
retornava, agora ainda mais agressivo, de maneira irracional comecei a acelerar o
passo, o som deixou de ser um rastejar para passos rápidos e pesados, como não
havia ninguém por perto, sem pensar duas vezes comecei a correr, minha sorte de
conhecer bem a cidade foi a de poder entrar em alguns becos, locais sujos e
escuros, mas que iriam me ajudar a despistar seja lá o que fosse essa coisa me
seguindo. Correndo em desespero, vejo que Bruno estava certo, isso não era só
coisa da minha cabeça, mas, como ele sabia disso? Sem querer se distrair, volto o
foco em tentar fugir, quanto mais eu corria, mais eu via que não adiantava, até que
me deparo com um beco sem saída, os passos ficam calmos e voltam a ser um
rastejar. Diante de um muro de cimento, percebo que a luz da lua não havia me
abandonado, talvez, essa seja a hora de enfrentar meu maior tormento de frente,
Bruno estava certo, eu devo parar de me render ao que seja isso. Em um ato de
coragem e revolta, eu me viro para encarar de uma vez por todas o monstro que de
minha vida atormenta tanto, e, pela luz do luar, iluminando algo desumano, algo
além do que eu possa ter tido imaginado, da escuridão, se apresenta uma forma
humanoide sangrenta coberta por um sobretudo e chapéu beges com partes de seu
corpo mescladas com suas vestimentas, fazendo com que sua cabeça não tenha
olhos por estarem sendo substituídos pelo chapéu, sobrando apenas um grande
sorriso com dentes pontudos, seu braço direito é completamente fundido ao
sobretudo, tendo pequenas divisões para as articulações de seu antebraço e pulso,
formando um membro quase que inorgânico, e sua perna esquerda é tampada por
vestes que lembram uma calça. Além disso, a criatura possui dois braços esquerdos
que saem do ombro, um deles possuindo enormes garras, e estando escondido na
silhueta do sobretudo. Seu tórax é dilacerado e aberto, com diversos tendões e
costelas desorganizados expostos, junto com diversos tentáculos carnosos, esses
que circulam e amarram outras duas pernas de carne do Rastejador, essas presas
em uma só, fazendo o papel de uma grande perna direita. Seus tentáculos entram
no chão e se comportam como sombras, nesse momento eu sentia minha mente
queimar, como se esse monstro conseguisse machucar minha sanidade, e de modo
agressivo e bestial ele pula até mim em uma intenção maliciosa de me atacar, por
sorte tinha conseguido desviar, mas suas garras haviam me atingido no no braço, a
dor era grande mas a adrenalina fazia com que ela não fosse tão insuportável, me
virei num ato de tentar fugir e buscar por algo para me defender, saindo do beco e
atravessando a rua em direção a outro, a criatura conseguiu me alcançar e
desferindo outro ataque que agora atingia minhas costas, caí de joelhos mas não
tinha sido o suficiente para me impedir e em um ato de força eu me levanto em meia
a dor e o desespero eu não me impeço de correr, e por minha sorte havia
encontrado uma barra de ferro e com uma possível arma em minhas mãos uma
coragem me toma o peito, viro para encarar a besta que aproveito o momento e
pulou encima de mim me pressionando contra o chão. Agora vejo que devo lutar
pela minha vida, me defendendo dos ataques bestiais, os arranhões que eram
causados em meu corpo, o desespero, o medo, os grunhidos dessa besta que dor
de cabeça me causavam, mas o ódio, o ódio não me impedia de a atacar, com as
duas mãos eu seguro barra de ferro e estendendo ela e o atacando em várias
sequências de golpes em sua nuca, a besta se acovardou mas minha raiva não a
perdoava, tomei a chance de virar o jogo e agora que estava a pressionando contra
o chão, agora sujo de meu sangue, era eu, atacando ela e usando as memórias de
noites mal dormidas, o pânico desnecessário, a vergonha que por diversas vezes
passei, as vezes que fui chamado de louco, tudo era como um combustível para
ignorar a dor e continuar a atacar a besta que já não aguentava mais o carpa, se
acovardou e me empurrou para longe usando isso como sua fuga. Após esse
episódio, me vejo completamente destruído, a adrenalina baixou como poeira
trazendo então, a dor das feridas, usando o que me restava de força, peguei o que
havia restado de minha bolsa, larguei a barra de ferro e fui o mais rápido possível
para casa, nesse meio tempo, eu tinha em mente que não iria conseguir sobreviver
a isso, feridas profundas e grotescas estavam a arder em todo meu corpo, tomei a
decisão de ligar para a única pessoa que pude confiar, liguei para Bruno, sorte
minha que ele atendeu, em meio aos meu murmúrios falei para ele vir até minha
casa onde eu já estava quase perto, ele estava espantado, sua voz assustada e
trêmula, não para de me perguntar o que havia acontecido comigo em meios aos
barulhos que vinham do que parecia ser ele se arrumando o mais rápido que podia,
eu apenas falei para ele se apressar, desliguei o celular e ao colocar ele de voltar
em minha bolsa, percebo minha força enfraquecer mais e mais. Chegando perto de
minha caso, eu não consegui resistir, eu caí como um saco de areia no chão, talvez
esse seja o momento em que eu morro, em meio a escuridão e a solidão que a rua
me trazia, uma paz me domina, fechando meus olhos de maneira mansa. Mas havia
acordado olhando diretamente para um teto branco, estava em uma cama
confortável e com algo em meu rosto, algumas pressões no corpo e um leve
incomodo no pulso e na veia, cheguei a conclusão de que estava no hospital,
graças a tudo que é mais sagrado eu fui salvo, olhei pelo quarto, uma cena clássica
de um quarto de hospital, e ao meu lado vi meu melhor amigo, Bruno estava
sentando em uma cadeia que não parecia tão confortável, mas estava a dormir
como uma criança cansado, mesmo com pena, chamei sua atenção, ele acordou
com um leve susto e sem pensar veio até mim.
— Marco! Meu Deus, o que houve com você!? O que foi aquilo? O que são essas
feridas!?
— Bruno, eu fiz como você tinha me dito, não me rendi, eu enfrentei aquilo que por
tanto tempo me atormentava.

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